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Quando a independência faz a união: Brasil, Argentina e a questão cubana (1959-1964) | Leonardo R. Botega
O que tem em comum Arturo Frondizi, Jânio Quadros e João Goulart, além de terem sido presidentes de seus países? A resposta mais evidente é que nenhum deles concluiu o seu mandato. Frondizi foi deposto pelos militares argentinos em 28 de março de 1962, Quadros renunciou à presidência do Brasil em 25 de agosto de 1961 e Goulart foi alijado do poder por um golpe civil-militar em 1 de abril de 1964.
Além disso, há, ainda, outro ponto de contato entre esses três personagens: todos eles patrocinaram, em um período muito próximo, mudanças nas relações exteriores de seus países que ficaram conhecidas por políticas externas independentes. E mais ainda: procuraram aproximar o Brasil e a Argentina na defesa da autonomia da América Latina num momento de extrema tensão ocasionado pela emergência da Revolução Cubana que modificou o estatuto da Guerra Fria no continente americano.
É disto que trata o livro Quando a independência faz a união: Brasil, Argentina e a questão cubana (1959-1964), de autoria de Leonardo da Rocha Botega.1 Adaptado de sua dissertação de Mestrado defendida na Universidade Federal de Santa Maria, o livro, agora, aumentará a circulação da consistente pesquisa elaborada pelo seu autor em um grande número de fontes primárias, com destaque para os anos iniciais da Revista Brasileira de Relações Internacionais com seus números que foram editados entre 1958 e 1964. Some-se a isso o expressivo número de 140 referências bibliográficas que colaboraram para que o livro tenha uma rica densidade teórica bem como uma ampla perspectiva da História do fim dos anos 50 e inícios dos 60 do Século XX.
Afinal, foi a Revolução Cubana de 1959 que trouxe a latino-americanização da Guerra Fria. Até então, pouca importância davam os Estados Unidos da América (EUA) para o subcontinente latino-americano.[2] É assim que Botega abre o primeiro capítulo de sua obra:
Quando Fidel Castro, Ernesto Che Guevara, Raul Castro, Camilo Cienfuegos e outros tomaram a capital Havana, em janeiro de 1959, sem sombra de dúvidas a América Latina passava a viver um momento diferente em seu cenário político. O forte poder de atração que esta exerceu sobre a esquerda trouxe para a América Latina a “sombra” do conflito leste-oeste, atingindo em cheio a esfera de influência dos Estados Unidos, principalmente ao definir no período 1960-1961 o seu caráter socialista.[3]
Nesse capítulo inicial, o autor produz uma visão panorâmica sobre a Argentina, o Brasil e Cuba, tendo como elemento comparativo das realidades históricas de cada um desses países o nacionalismo. Aqui é importante frisar, como o fez Eric Hobsbawm,[4] que o nacionalismo é um conceito histórico e que, portanto, ele se modifica ao longo do tempo, podendo se localizar nos mais extremos espectros políticos. Porém, no tempo e no espaço da Argentina, Brasil e Cuba dos anos 1950, houve a coincidência de o nacionalismo assumir “um caráter cada vez mais à esquerda no contexto da Guerra Fria”,[5] constituindo assim uma preocupação para os Estados Unidos que procuraram –durante a VII Reunião de Consulta dos Ministros de Relações Exteriores das Repúblicas Americanas, realizada entre 22 e 29 de agosto de 1960 na Costa Rica – impor “a adoção de sanções econômicas e de medidas coercitivas ao governo de Cuba”.[6] Não obtiveram sucesso em razão da forte oposição da Argentina, do Brasil e do México,[7] que incluíram na Declaração de San José que “nenhum Estado americano pode intervir em outro Estado americano com o propósito de impor-lhes suas ideologias ou princípios políticos, econômicos e sociais”[8] .
Leonardo Botega reconstitui a trajetória política de Arturo Frondizi além de discutir teoricamente a ideologia de seu projeto de desenvolvimento conhecido por desarrollismo, que visava superar tanto os entraves patrocinados pelo latifúndio quanto pela exploração imperialista. Também analisa a difícil situação do presidente argentino que se encontrava sob fogo cruzado, entre a extrema-direita patrocinada pelos militares anticomunistas e antiperonistas e pelos peronistas que o consideravam um traidor, pelo fato de ter permitido que o capital estrangeiro explorasse o petróleo de seu país.
Nesse capítulo primeiro, o autor também, analisou a polarização vivida pelo Brasil no “tempo da experiência democrática (1945-1964)”,[9] culminando com a eleição de Jânio Quadros – quando Afonso Arinos de Melo Franco implementou a Política Externa Independente (PEI) – e sua intempestiva renúncia que “permanece ainda alvo de debates. Porém, mesmo sem provas documentais, a literatura de história e ciências sociais concorda que o presidente desejava dar um golpe de Estado”.[10] Aborda a Campanha da Legalidade, o governo parlamentarista com o reatamento de relações diplomáticas com a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS) e o turbulento período presidencialista de João Goulart, com sua desestabilização patrocinada pelos EUA e o golpe civil-militar de 1964.
Fechando esse capítulo, é realizada detida exposição acerca do desenvolvimento histórico de Cuba, partindo de sua conquista em 1511 até o período da luta revolucionária – enfatizando a relação com os Estados Unidos. Recupera a trajetória de Fidel Castro, desde sua juventude nos anos 1940, passando pelo malogrado assalto ao Quartel de Moncada e seu discurso de defesa intitulado A História me absolverá até chegar a luta em Sierra Maestra e a revolução sair vitoriosa. A partir desse momento, o autor se concentra no esgotamento da relação com os EUA, principalmente, em função da reforma agrária e da “nacionalização de todas as propriedades norte-americanas (…) 36 engenhos de açúcar, todas as refinarias de petróleo e instalações telefônicas e de fornecimento de energia elétrica”[11] e do episódio da Baía dos Porcos, onde as forças de Castro vencem os invasores. Com isso, tem início a verdadeira obsessão dos irmãos Kennedy sobre Cuba, não faltando planos de assassinar Castro operados diretamente por Robert Kennedy através da Operação Mangusto,[12] bem como a pressão cada vez mais intensa para excluir Cuba do convívio com os demais estados americanos.
O segundo capítulo nos aproxima das políticas externas independentes da Argentina e do Brasil. Através da análise da documentação produzida naquele período – discursos e pronunciamentos dos responsáveis pelas políticas externas e dos presidentes dos dois países – e de dois livros – um de autoria de Frondizi e outro de San Tiago Dantas [13] – o autor procurou responder às seguintes questões:
Quais as fundamentações da política externa independente do governo Arturo Frondizi e da política externa independente do Brasil? Quais suas bases conceituais? Que leituras tinham da realidade latino-americana e mundial? Que pontos de vista as aproximavam?[14]
Botega conclui que há muitos pontos de aproximação entre as duas políticas externas: ambas estão calcadas no nacionalismo, buscam um paradigma de maior autonomia para suas relações exteriores, procuram fazer da política externa uma ferramenta na busca pelo desenvolvimento econômico-social, criticam a deterioração dos termos de troca nas relações econômicas entre os países mais industrializados e os países em vias de industrialização, frisam que não são neutralistas mas que procuram a independência dentro do bloco ocidental (ambos são acusados pelos adversários de estarem a serviço de Moscou), pretendem manter boas relações com os EUA (Frondizi e Goulart discursaram no Congresso dos Estados Unidos), e, por fim, que são defensores dos princípios de autodeterminação dos povos e de não-intervenção.
É justamente sobre os princípios de autodeterminação dos povos e de não-intervenção que trata o terceiro capítulo do livro, ao analisar de que forma Argentina e Brasil colocaram em prática suas políticas externas independentes quando da crise da “questão cubana”.
Por “questão cubana” se entendia a adoção do socialismo a partir da declaração de que “o que os imperialistas não podem nos perdoar é que fizemos uma Revolução Socialista debaixo do nariz dos Estados Unidos e que defenderemos com nossos fuzis esta Revolução Socialista (…) Viva a Revolução Socialista! Viva Cuba Livre”[15] feita por Fidel Castro, e sua incompatibilidade com o sistema interamericano. Ressalte-se que essa modificação no estatuto da Revolução Cubana se deu em 16 de abril de 1961, um dia após tropas de exilados cubanos financiados pela CIA terem realizado um ataque com grande saldo de vítimas fatais em Cuba e um dia antes da tentativa de invasão conhecida como Baía dos Porcos, o que permite entender essas palavras como um pedido de socorro à URSS para a defesa da Revolução Cubana.
Em razão de Cuba ter se declarado socialista, primeiro o Peru e posteriormente a Colômbia (ambas com apoio estadunidense) invocaram o Tratado Interamericano de Aliança Recíproca (TIAR) para convocar uma Reunião de Consulta dos Chanceleres da Organização dos Estados Americanos (OEA) com o objetivo de “intervir coletivamente através da OEA em Cuba”[16]. Tanto o Brasil, como a Argentina e também o México, se posicionaram de forma contrária até que “o próprio Fidel Castro acabou dando munição para os seus adversários. No discurso de inauguração da Universidade Popular, em 2 de dezembro de 1961, declarou ‘sou marxista leninista e serei marxista-leninista até o último dia de minha vida’”[17]. Desse modo, ficava muito difícil, em termos políticos, barrar a convocação da Reunião.
Dado a polêmica da questão, nenhum país quis sediar a Reunião de Consulta, exceto o Uruguai. Assim, a VIII Reunião de Consulta dos Chanceleres Americanos se realizou em Punta del Este entre 23 e 31 de janeiro de 1962. San Tiago Dantas, representando o grupo composto por Brasil, Argentina, México, Bolívia, Chile e Equador e Haiti (o Uruguai oscilava entre a posição brasileira e a posição colombiana pela expulsão de Cuba), defendeu que a ilha não fosse excluída do sistema americano sob o risco de estarem-na jogando aos braços dos soviéticos.
Os Estados Unidos, sob a liderança do Secretário do Departamento de Estado, Dean Rusk, exerceram pressões sobre o Brasil, a Argentina e os outros países que eram contra a expulsão de Cuba. Outras pressões eram exercidas pelos setores mais à direita internamente nos países, como o fez o exército argentino e alguns ex-chanceleres brasileiros. Contudo, foi um dos mais fracos países do continente que acabou sucumbindo às pressões dos EUA: o Haiti foi o necessário 14º voto para a aprovação da íntegra do texto de resolução apresentado por Rusk.
Leonardo Botega analisa as repercussões internas das posições do Brasil e da Argentina, que acabaram se abstendo de votar o texto completo de Rusk. Percebeu os apoios e as oposições às políticas externas independentes. No caso brasileiro, de forma mais imediata, a posição em Punta del Este acabou sendo um empecilho para San Tiago Dantas ser aprovado pelo Congresso como primeiro-ministro em junho daquele mesmo ano. No caso argentino, a pressão foi tão intensa que o país rompeu relações diplomáticas com Cuba em 8 de fevereiro e, mesmo cedendo desse modo aos militares, o presidente Frondizi foi deposto em 29 de março de 1962. Dois anos depois, tendo como uma das justificativas salvar o Brasil do comunismo, João Goulart também foi golpeado por militares e por civis.
Do belo trabalho de pesquisa realizado por Leonardo da Rocha Botega fica uma questão em aberto: até que ponto os golpes militares não foram, também, resultado das políticas externas independentes, ou talvez, resultado da posição frente a questão cubana?
Notas
1. BOTEGA, Leonardo da Rocha. Quando a independência faz a união: Brasil, Argentina e a questão cubana (1959-1964). Porto Alegre: Letra & Vida, 2013.
2. Basta lembrar que a Operação Pan-americana (OPA) proposta por Juscelino Kubitschek em maio de 1958 não despertou maior interesse de Eisenhower. CERVO, Amado Luiz; BUENO, Clodoaldo. História da política exterior do Brasil. 3ª edição ampliada. Brasília: Editora da UNB, 2010, p.293-294.
3. BOTEGA, op.cit., p.29.
4. HOBSBAWM, Eric. Nações e nacionalismo desde 1780. 3ª edição. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2002.
5. MONIZ BANDEIRA, Luiz Alberto. O nacionalismo latino-americano no contexto da Guerra Fria. In: Revista Brasileira de Política Internacional. Brasília: Instituto Brasileiro de Relações Internacionais, ano 37, nº 2, 1994, p.55-56.
6. BOTEGA, op.cit., p.43.
7. As posições da política externa independente mexicana, em especial com sua relação com a questão cubana, são abordadas em profundidade por Altmann. ALTMANN, Werner. México e Cuba: revolução, nacionalismo, política externa. São Leopoldo: Unisinos, 2001, p.77-86.
8. BOTEGA, op.cit., p.44.
9. A expressão é de Jorge Ferreira e Lucília Delgado. FERREIRA, Jorge; DELGADO, Lucília de Almeida Neves (orgs.). O Brasil Republicano: o tempo da experiência democrática. Vol. 3. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2003.
10. FERREIRA, Jorge; GOMES, Angela de Castro. 1964: o golpe que derrubou um presidente, pôs fim ao regime democrático e instituiu a ditadura no Brasil. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2014, p.25.
11. GOTT, Richard. Cuba: uma nova História. Rio de Janeiro: Zahar, 2006, p.211.
12. WEINER, Tim. Legado de Cinzas: uma história da CIA. Rio de Janeiro: Record, 2008, p.208-217.
13. FRONDIZI, Arturo. A Luta Antiimperialista: etapa fundamental do processo democrático na América Latina. 2ª ed. São Paulo: Brasiliense, 1958. DANTAS, San Tiago. Política Externa Independente. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1962.
14. BOTEGA, op.cit., p.104.
15. Fidel Castro apud MÁO JÚNIOR, José Rodrigues. A Revolução Cubana e a Questão Nacional (1868-1963). São Paulo: Núcleo de Estudos D’O Capital, 2007, p.354.
16. BOTEGA, op.cit., p.184.
17. Idem, p.185.
Charles Sidarta Machado Domingos – Doutor em História pela UFRGS. Professor de História no IFSUL- Campus Charqueadas. E-mail: csmd@terra.com.br
BOTEGA, Leonardo da Rocha. Quando a independência faz a união: Brasil, Argentina e a questão cubana (1959-1964). Porto Alegre: Letra & Vida, 2013. Resenha de: DOMINGOS, Charles Sidarta Machado. Os primeiros anos 60 nas relações internacionais de Brasil e Argentina: a Revolução Cubana e a latino-americanização da Guerra Fria. Aedos. Porto Alegre, v.7, n.16, p.496-501, jul., 2015.Acessar publicação original [DR]
Pensamento Social no Brasil, por Giralda Seyferth: notas de aula – BAHIA et al (T-RAA)
BAHIA, Joana; MENASCHE, Renata; ZANINI, Maria Catarina Chitolina (Org.). Pensamento Social no Brasil, por Giralda Seyferth: notas de aula. Porto Alegre: Letra&Vida, 2015. 256 p. Disponível em: http://www.antropologiaufpel.com.br/Pensamento_social_no_Brasil.pdf . Acesso em: 30 jun. 2015. Resenha de: WOORTMANN, Ellen F. Notas de aula sobre pensamento social no Brasil: uma homenagem a Giralda Seyferth. Tessituras, Pelotas, v. 3, n. 1, p. 345-348, jan./jun. 2015.
O curso Pensamento Social no Brasil foi proferido pela Professora Giralda Seyferth2 em outubro de 2012, sob a promoção do Programa de Pós-Graduação em Antropologia da Universidade Federal de Pelotas (PPGAnt/UFPel). Tendo contado com a participação de cerca de 30 estudantes e professores, a atividade teve duração de uma semana.
De modo a propiciar a socialização de seu conteúdo, mas também como merecida homenagem à Giralda, como é por todos conhecida, o curso foi gravado, degravado e editado, para que se tornasse publicação amplamente acessível3.
Constitui estimulante fonte de pesquisa para alunos, professores e pesquisadores sobre o tema. Além disso, apresenta-se como excelente inspiração a ser seguida enquanto procedimento didático. O livre acesso ao conteúdo das aulas/texto retoma prática que possibilitou amplo acesso ao pensamento de autores que se tornariam clássicos no campo das humanidades e que, em tempos de internet, coloca-se, de certo modo, como iniciativa didaticamente inovadora.
Teoricamente, resulta de uma proposta de diálogo entre a Antropologia e a História ou, em outros termos, uma proposta de análise da sociedade brasileira à luz de um contexto histórico dinâmico.
Especificamente, as aulas e o texto foram elaborados tomando-se como eixo central o conteúdo de obras de um grupo de autores clássicos significativos (Joaquim Nabuco, Gilberto Freyre, Nina Rodrigues, Emilio Willems, Florestan Fernandes, Oracy Nogueira, entre outros), que atuaram no Brasil entre o final do século XIX e a segunda metade do século XX. A análise desses autores é construída a partir do recorte do conteúdo e centrada em algumas categorias seminais, tais como a de sociedade brasileira – mais do que a nação ou o estado, no sentido de nation building–, escravidão, raça e racismo, imigração, “brasilidade”, assimilação.
A rigor, muitas dessas categorias de análise são forjadas e ganham força no contexto de períodos-chave e fatos históricos marcantes, como, por exemplo, a abolição da escravatura, a imigração japonesa, a ditadura Vargas ou a II Guerra Mundial. Como expressão de crises reveladoras, a análise dessas categorias expõe, desde um lado, as raízes teóricas e etnográficas, via de regra europeias ou americanas, dos autores e, de outro, a diversidade de seus lugares de fala. Desse modo, por exemplo, as ideias de Joaquim Nabuco são, sem dúvida, expressão do descendente de uma linhagem de grandes políticos e diplomatas nordestinos, assim como as de Gilberto Freyre, também filho de tradicional família nordestina.
O ideário desses autores e de outros pertencentes à elite contrasta com outros analisados em aula, dentre os quais se destacam Florestan Fernandes, originário de camada popular paulistana, depois professor da USP, com posterior expressiva ascensão acadêmica e sócio-política, ou mesmo o professor imigrante Emilio Willems, fugido da crise do pós-I Guerra Mundial da Alemanha, aluno e seguidor das ideias de Max Weber, Simmel e Dilthey. Ainda, Willems contrasta dos demais – “de dentro”, brasileiros – por apresentar, em suas obras, um lugar de fala “de fora”.
Concluindo, deve-se destacar o fato de que, paralelamente a uma análise rigorosa e aprofundada dos vários autores, no decorrer das aulas/texto Giralda estabelece, ainda, diálogo com outros autores situados em contextos análogos, procedimento que torna estimulante a dinâmica de sua exposição/leitura.
Notas
2 Giralda Seyferth é graduada em História pela Universidade Federal de Santa Catarina (1965). Após período de trabalho de pesquisa em Arqueologia, cursou o mestrado em Antropologia Social pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (1973), tendo sido orientada pelo Professor Luiz de Castro Faria na dissertação A colonização alemã no Vale do Itajaí: um estudo de desenvolvimento econômico (SEYFERTH, 1974). Em 1976, doutorou-se em Ciências Humanas (Antropologia Social) pela Universidade de São Paulo, tendo sido orientada pela Professora Ruth Cardoso na tese Nacionalismo e identidade étnica: a ideologia germanista e o grupo étnico teuto-brasileiro numa comunidade do Vale do Itajaí (SEYFERTH, 1982). Professora associada do Departamento de Antropologia do Museu Nacional, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Giralda Seyferth possui experiência docente, de orientação e de pesquisa na área de Antropologia, atuando principalmente nos temas de colonização, imigração, nacionalismo e racismo. Entre outros trabalhos, é autora dos livros acima citados, da obra Imigração e cultura no Brasil (SEYFERTH, 1990) e de inúmeros artigos.
3 A obra Pensamento Social no Brasil, por Giralda Seyferth: notas de aula (2015) foi organizada pelas professoras Renata Menasche, Joana Bahia e Maria Catarina Chitolina Zanini, respectivamente pertencentes aos Programas de Pós-Graduação em Antropologia da Universidade Federal de Pelotas (PPGAnt/UFPel), História Social da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (PPGHS/UERJ) e Ciências Sociais da Universidade Federal de Santa Maria (PPCS/UFSM). O acesso gratuito ao livro, na íntegra, está sendo disponibilizado através dos sites desses Programas.
Referências
BAHIA, Joana; MENASCHE, Renata; ZANINI, Maria Catarina Chitolina (Org.). Pensamento Social no Brasil, por Giralda Seyferth: notas de aula. Porto Alegre: Letra&Vida, 2015. Disponível em: http://www.antropologiaufpel.com.br/Pensamento_social_no_Brasil.pdf . Acesso em: 30 jun. 2015.
SEYFERTH, Giralda. A colonização alemã no Vale do Itajaí: um estudo de desenvolvimento econômico. Porto Alegre: Ed. Movimento, 1974.
______. Nacionalismo e identidade étnica: a ideologia germanista e o grupo étnico teuto-brasileiro numa comunidade do Vale do Itajaí. Florianópolis: FCC, 1982.
______. Imigração e cultura no Brasil. Brasília: EdUnB, 1990.
Ellen F. Woortmann – Doutora em Antropologia pela Universidade de Brasília, coordenadora do Grupo de Pesquisa do CNPq “Memória e Patrimônio Alimentar: tradição e modernidade”. E-mail: ellen@unb.br .
Suposição, significado e referência – COSTA (FU)
COSTA, J.B. da. Suposição, significado e referência. Porto Alegre, Letra & Vida, 2012.1. Resenha de: DURÁN, Joan E. Caravedo. Filosofia Unisinos, São Leopoldo, v.13, n.3, p.432-438, set./dez., 2012
La multiplicidad de accesos y brechas a investigar que procura y abre un escrito son, probablemente, las cualidades que mejor demuestren el valor de un texto en general. El texto que aquí pretendemos reseñar tiene esas escasas cualidades. Por un lado, y esto se muestra ab initio, en tanto que lo que se busca en el texto es un diálogo en el terreno de las teorías del lenguaje, en específico en torno al tema de la referencia, entre Ockham y las teorías contemporáneas. Pero, por otro, y esto es aún más interesante, en tanto no aparece como un objetivo explícito del texto el brindar interesantes flancos para la investigación de Ockham dentro del contexto histórico filosófico en general. Las potenciales conexiones que podrían realizarse entre Ockham y los filósofos de la modernidad, como Descartes, o entre algunos de los miembros de la llamada segunda escolástica, como Suárez2, sugieren la amplitud del texto y su capacidad de abrir brechas de investigación. De esta manera, la reseña que sigue llamará la atención, no sólo sobre algunos tópicos que incitan al diálogo entre este autor y la contemporaneidad, sino que procurará mostrar una de las tantas conexiones a las que invita de manera tácita.
Debe resaltarse, de antemano, la capacidad de la autora de realizar síntesis que permiten consolidar horizontes históricos estupendos donde ubicar los temas en discusión. No se puede decir, de esta manera, que el texto se limite a una mera exégesis de los puntos saltantes del texto filosófico, lo cual podría hacerlo ya una obra importante; lo que la autora hábilmente logra es ubicar los problemas que aborda en un marco que les procura una claridad superior y permite, a un lector neófito en cualquiera de los temas que se abordan, encontrar una buena perspectiva de cada uno de los problemas que se tratan. Un ejemplo de este proceder se encuentra en la introducción (cf. p. 15-18), donde podemos apreciar un recuento del discurrir histórico del tratamiento de algunos tópicos sobre la significación desde Aristóteles hasta Ockham. Otra síntesis de este tipo, digna de ser resaltada, es la que la autora realiza en el último capítulo del texto en torno a las principales corrientes contemporáneas que abordan el problema de la referencia (cf. p. 95-108).
En lo que sigue, y dado lo dicho, procuraremos entonces reseñar y mostrar, en sus puntos más saltantes, la argumentación de la autora en torno al debate que se plantea. Puesto que, como hemos dicho, llamaremos la atención sobre los tópicos que resultan atractivos a la filosofía contemporánea y a los que la autora no se aboca y, en tanto preferimos mostrar las nuevas rutas tácitas de investigación, pedimos al lector no juzgue inapropiado el énfasis que pondremos en la exposición de Ockham y la presentación que, por otra parte, incluso podría denominarse escueta que consignamos al problema de la referencia en la contemporaneidad. Esperamos con esto no ir contra el espíritu general de la obra.
La argumentación que la autora sigue para poder aproximar a Ockham a las teorías contemporáneas en torno a la referencia surca los siguientes estadios. En primer lugar, ya que las teorías de la referencia contemporáneas se mueven en el horizonte de la semántica, es necesario mostrar que al interior de la teoría ockhamista del lenguaje existe también una teoría semántica. Esta última afirmación puede ser mostrada a partir de la discusión de la concepción que el venerabilis inceptor tiene del término y de su identidad con el signo. Desde esta discusión surge, inmediatamente, la necesidad de revisar el carácter significativo de los términos y, sobre todo, revisar el rango especial que tienen, dentro de este marco, los concepta; concepta que son signos naturales. Estos últimos, asimismo, tienen una preeminencia frente a los demás tipos de signos. El análisis de la significación, a su vez, abre las puertas para la discusión de la suppositio; la cual tiene un rol principal en el desarrollo que plantea la autora. Desplegados ya estos temas, en el último capítulo se procurará mostrar cómo es que es posible una aproximación, sobre la base de la lectura de Claude Panaccio, entre Ockham y las teorías de la referencia contemporáneas. Procuremos ahondar, con este esquema esbozado, los puntos centrales de la investigación.
En el primer capítulo, como hemos visto, la autora procura defender que existe una teoría semántica en Ockham, “pois –según afirma– nem todos concordam que exista uma teoria semântica nos escritos ockhamianos, mas apenas uma teoria sintática” (p. 21). Esta semántica propuesta se constituirá sobre la base de términos y de su relación referencial al mundo. Cabe anotar que, como es de esperarse, dicha referencialidad semántica se dará en torno al debate contemporáneo en el cual estaba inmerso el propio Ockham, esto es, en torno a la discusión relativa a la teoría de la suppositio (cf. p. 22). El ingreso a este debate, abordado desde esta perspectiva “terminista” de Ockham, es la puerta de acceso para rastrear la semántica en este autor. Así, según precisa da Costa, “[e]sta semântica é composta de termos. Estes termos, por sua vez, se compõem de partes que formam as proposições. Vimos que a relação dos signos com os objetos a que eles se referem está expressa nas propriedades dos termos” (p. 47-48).
El análisis de la lógica terminista es desarrollado con amplitud y rigor a lo largo del primer capítulo, recurriendo, en principio, a la identidad entre la noción de término y la de signo (cf. p. 26), y al análisis de las propiedades de los términos (p. 37-47). En este primer capítulo aparece, asimismo, una noción fundamental en el tratamiento de los términos en Ockham, a saber, el hecho de que los términos siempre son tratados al interior de una proposición, in propositio (cf. p. 37); noción a la que debemos atender y retener.
El despliegue de los problemas principales en torno a la existencia de una semántica en la obra de Ockham nos ha mostrado el carácter de esta como semántica de términos. Estos, según hemos mencionado, son concebidos como signos (cf. p. 54). Se sigue, por mor de la fuerza argumentativa, la necesidad de abordar el tema del signum y la significatio en Ockham. A esto mismo, justamente, se aboca el segundo capítulo de la obra (titulado “Signum et significatio en Ockham”). En este, la autora se esmera en mostrar la posibilidad de “elaborar uma semântica puramente extensional” (p. 74) sobre la base de la perspectiva ockhamista. Esto es, una semántica donde los sujetos denotados sean siempre cosas singulares y no entidades abstractas universales. Esto es elaborado por Ockham, según se muestra, a partir de la aseveración de la existencia previa de un “lenguaje mental” que contiene objetivamente3 a los universales al modo de concepta. Ockham, de esta manera, esgrime una división en los signos, para dar cuenta de este lenguaje mental, puesto que “os signos podem ser classificados em signos convencionais e signos naturais” (p. 55). Los signos naturales son los concepta mentalis, que bien pueden ser vistos como un entramado conceptual dado que es propiedad de todos los seres con lenguaje. Todos los signos arbitrarios se remiten, primariamente, a estos concepta y secundariamente, mediante dichos concepta, a la cosa misma (cf. p. 73).
Este particular carácter de los conceptos de la mente, por un lado, implica la existencia de un intermediario entre la cosa y la mente, i.e., el concepto mental natural o no arbitrario (cf. p. 54). Este intermediario, por su parte, es aquello que permite la relación de significación; significación que puede ser expresada como la relación del concepto con algo que no es él mismo, pero que se conoce por su intermedio. Por otro lado, esto resalta el carácter principal que tiene el lenguaje frente al pensamiento. Como dice la autora: “[p]ara os medievais, sem linguagem não há pensamento” (p. 56). En Ockham, en este sentido, esta tesis puede verse extremada al punto de llegar a reconocer que en él “sem linguagem mental não existem as coisas. Há um elemento que é anterior e que define o processo de nossa apreensão das coisas no mundo” (p. 56). Esto, sin dudas, llama a la reflexión sobre el carácter que en la actualidad le atribuyen al lenguaje muchos filósofos contemporáneos, filósofos que entienden que el lenguaje es el que determina los límites de la comprensión del mundo en general4.
Con este lenguaje mental preexistente (cf. p. 68) Ockham se libera de la species medieval, que fundaba, en Tomás, por ejemplo, la relación entre la cosa y el mundo (cf. p. 58). Ya no es necesario argüir que el proceso de aprehensión de los conceptos debe partir de especie sensorial e irse elevando hasta una especie inteligible que permitiese, de esta manera, la aprehensión de la quidditas5. Así, puede verse que Ockham es perfectamente consecuente con su principio de economía, o navaja de Ockham, que reza, tal como se encuentra en este autor: frustra fit per plura quod potest fieri per pauciora (inútilmente se hace mediante muchas cosas lo que puede hacerse mediante menos). Se ve que, también consecuentemente con este principio, el autor afirma la tesis que niega la existencia de los universales como realidades extramentales. Así las ideas en la mente divina, al modo de ejemplares en la mente divina, que habían sido instituidas por San Agustín, en su breve tratado Sobre las ideas (cf. Secada, 2000, p.59), quedan desterradas del horizonte del venerabilis inceptor; y queda así reestablecida la omnipotencia divina.
La anulación de las realidades universales como cosas extramentales y la aseveración de un lenguaje natural mental, que dota a cada hombre de concepta dados con anterioridad a la experiencia con el mundo, terminan por llevar a la siguiente conclusión: “O universal, por sua vez, é definido como um signo natural que exprime diretamente a coisa significada” (p. 61). De esta manera, el signo mental, que forma parte de un lenguaje mental preexistente, permite aseverar una semántica que excluye todo rastro de entidades universales. Se logra afirmar una semántica de corte puramente extensional; semántica que termina por remitir siempre a individuos particulares concretos y nunca a entidades universales abstractas. Se salva la contradicción de afirmar que hay algo así como un universal que por el hecho de existir es necesariamente singular y que sea, por su propio carácter universal, a su vez, muchas cosas.
Es aquí, por cierto, que creo que cabría hacer al menos una acotación con respecto a Descartes (en tanto punto de inflexión entre el medioevo y la modernidad). La conexión se estructura, en relación al lenguaje mental. Como hemos visto, en Ockham la relación entre los concepta y el mundo es una relación de significación; relación que impediría, según parece, asumir una tesis que cosifique las entidades intramentales y cierre al que el denomina intelecto puro dentro de sí, tal como hace Descartes. Sin embargo, y tal como muestra Gueroult6, es el cambio de perspectiva que opera Descartes el que puede considerarse central dentro de su filosofía. Lo que prima es, en este sentido, una atención sobre la mente y sobre lo que en ella se da con prioridad frente a todo lo extramental7. La afirmación ockhamista de un lenguaje mental y subjetivo parece un camino que se presta con excesiva facilidad para lograr la empresa cartesiana. Sin ánimo de introducirme más en esta tesis, que ha recibido ya algún tratamiento (cf. Gomila, 1996), me gustaría enfatizar, por otro lado, un camino que puede conducir a reafirmar esta conexión entre ambos autores: la negación de las species. Descartes afirma, en las respuestas a las quintas objeciones que le había planteado Gassendi, lo siguiente: “Ninguna especie corporal es recibida en el espíritu, sino que la concepción o la intelección pura de las cosas, ya sea corporales, ya espirituales, se hace sin ninguna imagen o especie corporal” (Descartes, 2009, p.615, OL 507). Tal como vimos en Ockham, la afirmación de los concepta suprimía la necesidad de las species, lo que era consecuente con el principio de economía. Tras haber resaltado esta segunda conexión, volvamos al decurso expositivo.
Desplegado el tema del lenguaje mental ockhamista y revisada la prioridad del signum mentis frente a las otras clases de signos, y sabiendo de antemano que el signo es para Ockham, “aquilo que conduz ao conhecimento de alguma coisa e possui a capacidade de supor por ela ou de agrupar-se com ela na proposição” (p. 26; las cursivas son nuestras), se hace absolutamente necesario revisar esta capacidad de suponer que tiene el signo, lo cual abre las puertas del tema principal del tercer capítulo, que se intitula: “A teoria da suppositio”.
El capítulo se abre con una discusión acerca de lo que significa suppositio. De esta manera, se enmarca, en primer lugar, el tema en su contexto histórico (cf. p. 76-80). En esta discusión, asimismo, se menciona un significado general del término suppositio, estableciéndolo como “colocar uma coisa no lugar de outra” (p. 77). Ockham agrega –y esta es su innovación– un carácter que podemos denominar intraproposicional, como mencionamos más arriba. Así, “[p]odemos afirmar que a definição da suposição dos conceitos como sendo parte do contexto proposicional, sed nunquam nisi in propositione, é determinante em Ockham” (p. 81). Las suposiciones, por su parte, serán divididas en tres clases. Así, vemos que estas pueden ser simples, materiales o personales (cf. p. 82). Un buen ejemplo de la primera clase de suposición son los conceptos universales, sin remitirlos a lo que ellos eventualmente podrían significar (que es necesariamente singular, como se vio). Los universales sólo existen como concepta. La suposición simple es, por ello, aquella que sólo refiere a entidades que existen en el alma, como intenciones del alma, sin referir a su carácter significativo (cf. p. 82). Cabe decir que en el contexto de esta explicación la autora cae en cierta oscuridad; oscuridad que, por lo demás, fácilmente puede ser salvada en las notas a pie de página que contienen el texto latino de Ockham. La suposición material, por otro lado, refiere a la capacidad lingüística de referirse al propio lenguaje (cf. p. 83).
La suposición personal es aquella que tiene carácter significativo y es ella la que se configura como principal dentro de la filosofía del lenguaje de Ockham. Así, como afirma da Costa: “Suposição pessoal é caracterizada pela atualização proposicional da significação de um signo linguístico, enquanto este ocupa na proposição o lugar dos singulares existentes como ‘coisa em si’” (p. 85). Puesto que el conocimiento implica a fortiori una relación de significación con el mundo, es evidente que siempre que usemos términos para obtener algún conocimiento de las cosas, entonces haremos uso de esta última clase de suposiciones. Esto, como señala la autora, implica “a primazia da suposição pessoal sobre as suposições simples e material” (p. 85), o, en otras palabras, la primacía de la suposición significativa frente a las no-significativas. Cómo la suposición personal significa a los individuos singulares se explica con detalle en el texto (cf. p. 86-90).
Es fundamental comprender que la filosofía terminista que introduce Ockham tiene un papel principal dentro de su consideración del concepto de verdad. De esta manera, podemos afirmar con la autora que Ockham “se distancia da concepção de verdade como correspondência da coisa com o intelecto […] e põe a verdade relacionada com as proposições […] [assim] abandona o caráter metafísico da palavra verdade e acentua o seu significado lógico-semântico” (p. 90-91).
Esta variación en el concepto de verdad en Ockham debe necesariamente resultar atractiva para muchos de los pensadores contemporáneos que, en una línea sobre todo hermenéutica de la verdad8, procuran abandonar el ideal “correspondentista” de la verdad. Ockham se constituye así como un interlocutor a tomar en cuenta en el contexto de estas discusiones; interlocutor con el cual debemos enfrentarnos, si queremos tener un horizonte amplio al respecto del asunto de pensar el tema de la verdad y su relación con el lenguaje en términos no metafísicos.
Tras una discusión larga y rica alrededor de las principales corrientes filosóficas que abordan el tema de la referencia (cf. p. 95-108), da Costa aborda, finalmente, el tema específico del trabajo, a saber, si es que puede, o no, entenderse el concepto de suposición en Ockham como un concepto de referencia (cf. p. 108ss.). Para ello, la autora, amparada en el desarrollo preliminar que ha llevado a cabo, y que hemos revisado en sus líneas generales, termina por dar una respuesta afirmativa a esta interrogante (cf. p. 109). La respuesta afirmativa se ampara en, por un lado, la existencia de una semántica en Ockham, que vincula las nociones principales ya mencionadas: término, significación y suposición. Por otro lado, se ampara en la aseveración ockhamista de que la teoría de la suposición se da necesariamente a un nivel proposicional; hecho que lo distingue, según la autora, de los pensadores que lo antecedieron en esta problemática y, por ende, lo aproxima a las actuales discusiones en torno al problema de la referencia.
La autora termina el estudio con la lectura de Ockham que hace C. Panaccio. Me limito a esta lectura pues la propia autora afirma que el “eixo ao redor do qual girará nosso estudo será a tese apresentada por Panaccio” (p. 19). Aquí solo citaré los tres grandes tópicos a partir de los cuales, este último autor, sostiene que puede haber una aproximación productiva al venerabilis inceptor por parte de la contemporaneidad. Y la existencia de este tópico común entre Ockham y nuestros tiempos garantiza la posibilidad de un diálogo consistente. Puesto que, la discusión en general, no sólo requiere un campo de comprensión adecuado entre interlocutores, sino que, como parte de este campo de comprensión, requiere también una adecuada precisión del qué alrededor del cual gira el diálogo. Como es bien sabido, de no haber rasgos específicos de confluencia, no hay discusión en ningún sentido. Panaccio, por consiguiente, reclama que debe ubicarse a Ockham dentro de la posición nominalista, la cual “defende a linguagem que privilegia a nominação como relação semântica por excelência” (p. 115). Sobre la base de la nominación, Panaccio constituye lo que él denomina un nominalismo no radical o nominalismo moderado. Este nominalismo está estructurado sobre la base de tres principios: (i) las propiedades semánticas de las expresiones lingüísticas son funciones de sus componentes elementares; (ii) ciertos signos intraproposicionales poseen una significación independiente de la proposición; (iii) los signos, sean complejos o simples, denotan un solo objeto (simple o complejo) (cf. p. 115).
El texto, sin dudas, es rico en nuevos aspectos, como se ha intentado mostrar. No sólo por la exposición que realiza, sino, como había mencionado al inicio, por los múltiples derroteros que nos abre en la consideración de Ockham como un autor que tiene en la actualidad el carácter de un interlocutor que invita a la reflexión. Con esta pista, hemos procurado mostrar, no sólo el acercamiento que promueve la autora entre Ockham y las actuales teorías semánticas y, en específico, a las teorías de la referencia, sino también, dentro de nuestras limitaciones evidentes, hemos deseado mostrar la proximidad existente entre Ockham y nuestra época en otros tópicos, por ejemplo, en las teorías de la verdad que podrían encontrar en Ockham algún punto con el cual coincidir o bien del cual deben diferenciarse adecuadamente. Por otro lado, hemos visto que hay un asunto histórico que parece hacerse evidente en Ockham, en lo relativo al lenguaje mental, y que pareciera poder vincularse con Descartes, por ejemplo; y, probablemente, con toda la modernidad. Esta intromisión no ha pretendido, por supuesto, mostrar una nueva tesis, sino sólo intentar mostrar al lector las sucesivas brechas que se abren con la exposición que la autora realiza sobre el venerabilis inceptor.
Quisiéramos concluir, permítanoslo el lector, con una última acotación. Hay otro tema que ha sido tocado en nuestra reseña de manera tangencial, pero que está presente en la exposición de la autora en la postulación de los concepta como signos naturales y la correlativa anulación de la existencia de los universales. El tema al que nos referimos es el del nominalismo. Él merece, en la actualidad, una atención especial, profunda y, sobre todo, de un ojo avizor para escatimar sus alcances. Un texto como el que hemos reseñado es en este aspecto una contribución fundamental para la reflexión sobre nuestro tiempo. El tema del nominalismo y su conexión con nuestra concepción del mundo está expresado, con claridad, en un pasaje de la extensa obra de Borges. De lo que se trata es de saber, por supuesto, si Borges tenía o no razón al respecto. Por lo mismo, quisiéramos concluir con ese pasaje, el cual debe fungir como una nueva invitación a leer la obra a la que nos hemos abocado: “El nominalismo, antes la novedad de unos pocos, hoy abarca a toda la gente; su victoria es tan vasta y fundamental que su nombre es inútil. Nadie se declara nominalista porque no hay quien sea otra cosa” (Borges, 1974, p.746).
Notas
1 Mis especiales agradecimientos en la composición de esta modesta reseña a Cléber Dias, por su asesoría académica y sus comentarios precisos, y a Rosella Roggero, por su compañía y comprensión constante.
2 Quien de hecho es mencionado por la autora (cf. p.68-69). Aunque se debe decir que la posibilidad de conexiones es aun más amplia
3 En el sentido del esse obiectivum medieval, entendido como objeto intencional, que tanto parece costarles entender a muchos de los modernos exegetas, quienes no comprenden cómo el término objetividad ha variado tremendamente desde el medioevo hasta nuestros días.
4 Por ejemplo, esto parece llevarnos a pensar la sentencia del Tractatus de Wittgenstein donde se afirma: “Los límites de mi lenguaje significan los límites de mi mundo” [Die Grenzen meiner Sprache bedeuten die Grenzen meiner Welt] (Wittgenstein, 1973, p.163 [5.6]).
5 Para una discusión más amplia de este tema cf. Tweedale (1989).
6 “En efecto, el orden del análisis es el orden de la invención, por tanto, de la ratio cognoscendi; se determina según las exigencias de nuestra certeza: es la concatenación de las condiciones que la vuelven posible. El orden sintético es, por el contrario, el que se establece entre los resultados de las ciencias; y estos resultados son la verdad de la cosa. Es, pues, el orden e la ratio essendi…”. Es claro que Descartes seguirá el orden de la ratio cognoscendi. (Cf. Gueroult, 1995, t. I, p.24).
7 Ejemplo de esto es el dictum metódico de Descartes en este respecto: “No podemos conocer nada antes de conocer el entendimiento, porque el conocimiento de todas las cosas depende de él, y no a la inversa; luego, después de examinar todo lo que sigue inmediatamente al conocimiento del entendimiento puro, enumerará entre otras cosas todos los demás instrumentos de conocimiento que poseemos…” (Descartes, 1967, p.66 [AT X, 395])
8 Heidegger, en su artículo titulado “De la esencia de la verdad” (cf. Heidegger, 2007), comienza a establecer el carácter secundario de la noción de verdad como adaequatio; discusión que luego asumirá la tradición hermenéutica que tiene como a uno de sus principales exponentes a H.-G. Gadamer.
Referências
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GOMILA, A. 1996. La teoría de las ideas de Descartes. Teorema, XVI:47-69.
GUEROULT, M. 1995. Descartes según el orden de las razones. Caracas, Monte Ávila Editores Latinoamericana, 458 p.
HEIDEGGER, M. 2007. De la esencia de la verdad. In: M. HEIDEGGER, Hitos. Madrid, Alianza, p.151-171.
SECADA, J. 2000. Cartesian Metaphysics. Cambridge, Cambridge University Press, 333 p. http://dx.doi.org/10.1017/CBO9780511487309
TWEEDALE, M. 1989. Mental Representation in Later Medieval Scholasticism. In: J.-C. SMITH (ed.), Historical Foundations of Cognitive Science. London, Kluwer Academic Publisher, p.35-55.
WITTGENSTEIN, L. 1973. Tractatus logico-philosophicus. Madrid, Alianza, 221 p.
Joan E. Caravedo Durán – Pontificia Universidad Católica del Perú. Perú. E-mail: jcaravedo@pucp.pe
[DR]
O Brasil e a URSS na Guerra Fria. A Política Externa Independente na imprensa gaúcha / Charles S. M. Domingos
As últimas décadas do século XX foram palco de grandes transformações estruturais vividas com intensidade pela humanidade. Último século do milênio que também findava, ele ficou marcado por diferentes interpretações historiográficas. Para alguns, constituiu-se num longo período (ARRIGHI, 1996), para outros em um tempo mais curto (HOBSBAWM, 1995). Em sua primeira metade, foi cenário das maiores guerras e atrocidades, já a sua segunda metade foi orientada pelas diretrizes de uma Guerra Fria que produziu fatos com conseqüências muito mais quentes.
O debate historiográfico sobre a demarcação temporal desta Guerra Fria também é extenso e ainda fértil. Boa parte desse material acessível a um público amplo apresenta o ponto de vista ocidental e norte-americano como preponderante. O professor Paulo Vizentini apresentou uma visão diferenciada ao abordar o tema a partir do desafio imposto pelo sistema socialista à ordem capitalista (VIZENTINI, 2004). O trabalho de Charles Sidarta Machado Domingos: “O Brasil e a URSS na Guerra Fria: a Política Externa Independente na imprensa gaúcha” apresenta um enfoque das relações brasileiras com a então URSS a partir da análise da visão da imprensa gaúcha do período sobre um ponto específico: a Política Externa Independente (PEI).
Este livro é produto da dissertação desenvolvida pelo autor no Programa de Pós-Graduação em História da Universidade Federal do Rio Grande do Sul e defendida em 2009. Esta obra se insere nos marcos da história política, que logrou se dissociar do estigma de execução de uma análise superficial, para galgar, com a terceira geração dos Annales, um status historiográfico mais respeitado. René Rémond destaca a impossibilidade de abordar o político como algo isolado, pois este fator não possui margens, comunicando-se com os outros domínios e campos historiográficos (RÉMOND, 2003: 444). Pensar estes diferentes domínios conectados ao político também implica pensar a atuação do historiador e suas implicações políticas dentro do seu lugar social.
É dentro deste marco da história política que o autor retorna aos anos em que o país estava “irreconhecivelmente inteligente” para mostrar como este novo vocabulário também podia ser percebido no âmbito da práxis. Na década de 1960, a PEI colocou-se sob uma nova orientação nos governos Jânio Quadros e João Goulart, sendo alvo de crítica dos setores conservadores e de defesa pelos progressistas. Este enfoque ainda é pouco explorado na historiografia do período, haja vista que o tema das Reformas de Base é o que ganha maior destaque. Em relação à PEI, e, mais especificamente, ao reatamento das relações diplomáticas com a URSS, o autor destaca que no âmbito da imprensa escrita, os jornais O Globo e O Estado de São Paulo se colocaram contra esta política. Já o Jornal do Brasil e o Correio da Manhã eram favoráveis. Para realizar uma análise diferenciada, o autor foca seu olhar para a imprensa gaúcha, deslocando o olhar do centro do país. Na esfera acadêmica, os trabalhos desenvolvidos até o momento sobre a PEI tiveram outro enfoque. José Honório Rodrigues abordou-a no tempo presente do acontecimento, publicando em formato de artigos em jornais e que foi, posteriormente, sistematizado no estudo intitulado Uma política externa própria e independente, editado em 1965 (RODRIGUES, 1965). Tânia Quinaneiro, no seu trabalho realizado na década de 1980, enfocou a questão cubana, dado seu papel catalisador para a realidade política latino-americana (QUINTANEIRO, 1988). Paulo Vizentini, no seu trabalho de doutorado, preferiu investigar a Operação Pan-americana, que se constituiu na gênese da PEI, inovando em sua abordagem ao inserir o estudo da PEI dentro do contexto do surgimento do Terceiro Mundo (VIZENTINI, 1995).
As fontes utilizadas por Charles Domingos constituem-se majoritariamente na imprensa escrita do período estudado. A principal fonte primária, o periódico Correio do Povo, um dos jornais de maior destaque do Estado do Rio Grande do Sul, teve sua história marcada por uma propagada neutralidade jornalística. O autor problematiza este fato correlacionando-o com a sua reflexão sobre o uso da imprensa escrita pelo historiador, bem como seu cuidado metodológico necessário na análise desta fonte. Na época estudada, este periódico possuía o formato Standard, e os assuntos relacionados à política internacional eram apresentados na capa do jornal. Na contracapa é que se concentravam os fatos referentes à política interna brasileira, e, neste lugar, eram noticiados os fatos relacionados à PEI. Charles Domingos também faz uso de outras seções produzidas pelo jornal, das matérias enviadas pelas agências de notícias e pelas interpretações assinadas. Também compõe o seu cabedal de fontes uma série de documentos diplomáticos pesquisados em arquivos do Rio de Janeiro (Arquivo San Tiago Dantas, Arquivo Nacional) e de Porto Alegre (Anais da Assembléia Legislativa do Rio Grande do Sul e Centro Brasileiro de Documentação e Estudos da Bacia do Prata). Somado a tudo isso, há a utilização de uma vasta bibliografia (mais de 100 livros, teses, dissertações e artigos) que cobrem qualitativamente o período estudado.
O primeiro capítulo do livro, “Populismo e nacionalismo”, discute um tema polêmico e que ainda produz intensos debates: o conceito de populismo. Questionando a operacionalidade do conceito e destacando seu caráter polissêmico, o autor apresenta seu histórico como categoria explicativa, inserido dentro do marco temporal do período democrático de 1945 a 1964. Também destaca a construção do conceito conforme diversos interesses ao longo desse período, principalmente por aqueles que se opunham ao trabalhismo. Atrelado ao conceito de populismo está o estudo do nacionalismo, entendido pelo autor dentro de uma análise histórica, tal como proposta por Eric Hobsbawm, e que, portanto, apresenta transformações ao longo do tempo (HOBSBAWM, 2002). Para Charles Domingos, este constitui o conceito norteador e ideal para o estudo da PEI:
Entendemos ser a partir dele que melhor se explica a relevância da Política Externa Independente para o período estudado. Mesmo com graus variáveis, o nacionalismo – juntamente com a idéia do desenvolvimento – é a tônica dos governos Getúlio Vargas, Juscelino Kubitschek, Jânio Quadros e João Goulart, estando presente inclusive nos momentos de transição entre a morte do presidente Vargas e a posse do presidente Kubitschek (DOMINGOS, 2010: 65).
Tendo sua gênese no século XVIII, com o início do capitalismo, o fenômeno do nacionalismo atravessou três séculos sofrendo adaptações e incorporações. Inicialmente, seu caráter estava atrelado ao pertencimento da cidadania. No século XIX, o nacionalismo veste as égides do liberalismo em voga. Entretanto, é no período entre-guerras que ele encontra seu apogeu, seja encarnado nos corpos da direita ou da esquerda. No contexto brasileiro, é a partir dos anos 1950 que seu emprego começa a ser feito por intelectuais e políticos. O IBESP (Instituto Brasileiro de Economia, Sociologia e Política), a publicação Cadernos de nosso tempo e o ISEB (Instituto Superior de Estudos Brasileiros) são exemplos de instituições e publicações sobre o tema. Configura-se como uma primeira fase do nacionalismo brasileiro o período de 1952 a 1956. A segunda fase compreende o período do nacional-desenvolvimentismo.
Para tanto, trabalharemos, nesse momento, com o conceito de nacional-desenvolvimentismo. Buscaremos opiniões diversas das de Angela de Castro Gomes e Pedro Cezar Dutra Fonseca, por entendermos que se faz necessário aproximar-se da perspectiva que norteava a sociedade brasileira na segunda metade da década de 1950. A razão disso é que a Política Externa Independente foi gestada e desenvolvida por homens que tinham também no nacional-desenvolvimentismo um de seus horizontes (DOMINGOS, 2010: 77).
Por fim, a terceira fase constitui-se no nacional-reformismo, que se inicia do final dos anos 1950. Seu amadurecimento reordena seus fatos constitutivos, rompendo com a fase anterior destacada.
O segundo capítulo, intitulado “Antecedentes e expectativas”, realiza uma reconstrução histórica das relações do Brasil com a Rússia, recuando no século XVIII. Também apresenta uma importante contextualização da principal fonte utilizada na obra: o periódico Correio do Povo. A partir deste ponto o autor correlaciona a história do jornal com suas relações com os governos da União e do Estado do Rio Grande do Sul.
O terceiro capítulo, “O reatamento das relações diplomáticas”, transfere a visão macro para um aporte mais detalhado sobre o dia do reatamento das relações entre o Brasil e a URSS, bem como de suas repercussões políticas. Esta análise detalhada é realizada através das páginas do jornal Correio do Povo, onde o autor destaca o caráter pedagógico da atuação da imprensa. Neste ponto, Charles Domingos desenvolve um detalhado estudo e uma ampla análise da repercussão do discurso de San Tiago Dantas na Assembléia do Rio Grande do Sul, cotejando a fonte jornalística com os Anais da casa legislativa, apontando o porquê de supressões e ausências nas páginas do jornal. A percepção das posições políticas oficiais, bem como a repercussão em diversos setores da sociedade, como a Igreja Católica, e inclusive em outros países também aparecem através desta leitura.
O quarto capítulo, “De volta a Província”, restabelece o olhar macro para averiguar as repercussões do reatamento após a sua ocorrência. Neste ponto, são analisadas as posições e leituras dos colaboradores do jornal, além de políticos e do governador Leonel de Moura Brizola, que aproveitava o espaço para realizar uma crítica à oposição do seu governo.
Desse modo, o enfoque da obra recai sobre a percepção do posicionamento dos setores políticos, no que tange ao reatamento das relações com a URSS, a partir da imprensa escrita da época. A partir desta lente, o autor objetiva perceber como a política externa interferiu na política interna. Esta leitura é realizada alternando abordagens macros e escalas reduzidas, destacando através destes aspectos um rico olhar sobre um importante período brasileiro.
Referências
ARRIGHI, Giovanni. O longo século XX: dinheiro, poder e as origens de nosso tempo. Rio de Janeiro: Contraponto, 1996.
DOMINGOS, Charles Sidarta Machado. O Brasil e a URSS na Guerra Fria: a Política Externa Independente na imprensa gaucha. Porto Alegre: Suliani Letra & Vida.
HOBSBAWM, Eric. A Era dos Extremos: o breve século XX. 1914-1991. São Paulo: Companhia das letras, 1995.
____________, Eric. Nações e nacionalismo desde 1780. 3ª ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2002.
QUINTANEIRO, Tânia. Cuba e Brasil: da revolução ao golpe (1959-1964): uma interpretação sobre a política externa independente. Belo Horizonte: UFMG, 1988.
RÉMOND, René. Do político. In: RÉMOND, René. Por uma história política. 2ª ed. Rio de Janeiro: FGV, 2003, p. 444.
RODRIGUES, José Honório. Uma política externa própria e independente. In: Política Externa Independente. A Crise do pan-americanismo. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1965.
VIZENTINI, Paulo Fagundes. A Guerra Fria: o desafio socialista à ordem americana. Porto Alegre: Leitura XXI, 2004.
__________, Paulo Gilberto Fagundes. Relações internacionais e desenvolvimento: o nacionalismo e a Política Externa Independente. Petrópolis: Vozes, 1995
Rafael Hansen Quinsani – Mestre em História pela UFRGS. E-mail: rafarhq@yahoo.com.br.
DOMINGOS, Charles Sidarta Machado. O Brasil e a URSS na Guerra Fria. A Política Externa Independente na imprensa gaúcha. Porto Alegre: Letra & Vida, 2010, 223p. Resenha de: QUINSANI, Rafael Hansen. Em Tempo de Histórias, Brasília, n.17, p.107-111, ago./dez., 2010. Acessar publicação original. [IF].