Posts com a Tag ‘LaborHistórico (LHd)’
Patrimônio Musical Brasileiro | LaborHistórico | 2022
Brasão da Orquestra Lira Sanjoanense
O dossiê temático “Patrimônio Musical Brasileiro” reúne artigos relacionados tanto ao patrimônio musical histórico acumulado em fontes musicográficas e gravações, quanto ao patrimônio musical transmitido pela memória e pelas tradições comunitárias, além das intersecções entre esses dois campos. A proposta visa estabelecer conexões entre esses campos de estudo e contribuir para a integração do conhecimento de todas as formas de patrimônio musical relacionadas ao Brasil, evitando assim sua separação estanque, ainda que se reconheça a especificidade de transmissão e da pesquisa de cada uma delas.
Com este dossiê, desejamos fortalecer o conceito de patrimônio musical e estimular o desenvolvimento de linhas pesquisas a partir dessa ideia nuclear, porém considerando sua diversidade intrínseca, nas representações, celebrações, expressões, construção e uso de instrumentos musicais, manifestações, grupos e lugares associados à memória musical, bem como ao estudo dos conjuntos documentais, organológicos, fonográficos, iconográficos, hemerográficos, bibliográficos e afins, ainda que, do ponto de vista metodológico, predominem na atualidade os trabalhos referentes a estas duas abordagens: Leia Mais
Voces masculinas en la Querella de las mujeres (siglos XIII-XVIII)/LaborHistórico/2022
Cada vez con más frecuencia en los últimos tiempos se ha insistido en la idea de que el feminismo está abocado al más rotundo de los fracasos si los hombres no se involucran en sus demandas. Como sucede con tantos otros aspectos, esta llamada de atención a la participación masculina en aras de la obtención de una sociedad igualitaria que redunde en una sociedad más justa para todos y para las futuras generaciones hunde sus raíces en épocas muy remotas – y, en la mayor parte de las ocasiones, muy olvidadas (intencionadamente o no) – de nuestra civilización. Con el objetivo, precisamente, de reivindicar las obras de algunos de los autores que demandaron la igualdad entre hombres y mujeres en las letras europeas de las seis centurias que separan el nacimiento de la literatura italiana de los preludios del romanticismo se ideó, hace ya más de un año, el volumen que aquí se presenta. Leia Mais
Revisitações à obra de Rosa Virgínia Mattos e Silva | LaborHistórico | 2021
O nome de Rosa Virgínia Mattos e Silva (1940-2012) e a área da Linguística Histórica confundem-se no Brasil, sendo praticamente impossível fazer remissão a uma desconsiderando a outra. Quando quase ninguém mais no país estudava de modo sistemático a história da língua portuguesa e o seu período arcaico (séculos XIII a XVI), impulsionada pelo seu grande mestre, o Prof. Nelson Rossi, despontava já nos anos 60 essa linguista baiana na tessitura de laços entre o labor filológico e a análise linguística historicocêntrica, colaborando na edição do Livro das Aves (séc. XIV)1.
Durante uma carreira de mais de 40 anos, lançou-se, sem pausa, a uma perscrutação da língua portuguesa em seus primórdios, projetando-se como a estudiosa, por antonomásia, das sincronias mediévicas do português. Primeira linguista a obter o título de Pioneira da Ciência no Brasil, pelo CNPq (em 2015)2 -autora de diversos livros, capítulos de livros e artigos; orientadora de dezenas de teses de doutorado, dissertações de mestrado e projetos de iniciação científica3 – foi e continua sendo uma referência obrigatória para os que se debruçam sobre a Linguística Histórica e sobre o fluxo temporal constitutivo do português, por ser ela, nas palavras de Carlos Faraco (2021)4 , uma figura especial, um verdadeiro “[…] elo entre a tradição filológica e as tendências correntes na linguística contemporânea.” (FARACO, 2021, p. 8) 5. Não é por acaso que a sobredita pesquisadora é considerada como um dos principais agentes envolvidos no processo de ressurgimento da fênix — a Linguística Histórica — no domínio da língua portuguesa (CASTILHO, 2012 6; FARACO, 2018 7, 20098 ). Daí a afirmação de Castilho (2012)9 de que celebrar tal linguista é, em outras palavras, celebrar a Linguística Histórica no Brasil. Leia Mais
Caminhos da Paleografia | LaborHistórico | 2022
Vivemos na era da emergência do digital. As relações humanas, assim como os registros de sua interação, transformam-se pressionados pelos meios de comunicação, pelos processos e pelas formas de documentar os acontecimentos.
Com o olhar sempre a frente, as sociedades, por vezes, esquecem-se do trajeto já percorrido. Pelo caminho, estão os documentos a lembrar-nos dos fatos e de seus contextos, dos indivíduos e das comunidades, das instituições e dos Estados. Contudo, apesar de conterem em si informações textuais, não textuais e subliminares de valor inestimável para a compreensão da ação do homem em seu tempo, sem o emprego de metodologias apropriadas para a leitura e interpretação de fontes, o conhecimento sobre elas torna-se limitado. Leia Mais
Estudos em fonética e fonologia: quando múltiplos olhares se entrecruzam | LaborHistórico | 2021
Ao longo do tempo, os sons de uma língua podem mudar de diferentes formas. Por ser o tipo de mudança linguística mais facilmente perceptível e fartamente observado, a mudança sonora tem sido objeto de estudo mesmo antes do advento da Linguística moderna e do que, atualmente, se entende por Fonologia.
Desde o século XIX, o debate sobre questões sonoras nas línguas – desde a reconstrução das línguas “originais”, a partir do emprego do método histórico-comparativo, até a querela sobre o locus da mudança sonora (o som ou a palavra) – ganha espaço na literatura. Tanto na abordagem estruturalista quanto nos quadros teóricos pós-saussereanos, a proposta de métodos para a descrição de aspectos sonoros das línguas ganha relevo. Assim, a pluralidade de enfoques é uma marca registrada dos estudos em Fonética e Fonologia. Leia Mais
Línguas e variedades em contato no âmbito românico | LaborHistórico | 2021
Miña lingua le saca la lengua al disionario baila uma cumbia insima dus mapa i faz com a túnica i a moña uma cometa pra voar livre i solta pelo seu. (SEVERO, 2017, p. 19)1
Si bien la historia de los contactos lingüísticos se fusiona con la propia historia de las lenguas, la génesis de la investigación científica sobre el tema se remonta tan sólo al siglo XIX (cf. APPEL; MUYSKEN, 2005, p. 6-7)2. Entre sus precursores se encuentran nombres como los del austríaco Hugo Schuchardt –cuyos estudios contribuyeron a sentar las bases, por ejemplo, de la criollística como rama de la lingüística3 – y el estadounidense William Whitney, quien trató el problema de los préstamos como uno de los factores del cambio lingüístico4. Sin embargo, fue solamente a mediados del siglo XX, con la publicación de Languages in contact: Findings and Problems (1953) de Uriel Weinreich5, que empezó a consolidarse una nueva disciplina en el ámbito de la sociolingüística dedicada a los contactos entre lenguas –o entre sus dialectos y variedades6 –.
El contacto entre lenguas –como hecho cotidiano y universal– tiene múltiples causas: el desplazamiento masivo de personas –forzado o voluntario– como consecuencia de los procesos de conquista y colonización o de las sucesivas oleadas migratorias provocadas por los cambios sociales, políticos y económicos del mundo a lo largo de los siglos7 ; la interacción entre individuos en las zonas fronterizas8 ; la convivencia de grupos etnolingüísticos distintos –uno de los cuales por lo general minoritario– en un mismo territorio9 , etc. Son, asimismo, relevantes los contactos que se producen durante los procesos de adquisición o aprendizaje de una lengua segunda o extranjera10, así como los que propicia la práctica de la traducción11. Por último, se debe señalar que los contactos también pueden darse de forma virtual. En ese ámbito sobresale el papel de los medios de comunicación y, sobre todo, de la internet en la difusión de textos escritos y orales en lenguas “extranjeras” –especialmente las lenguas globales, como el inglés y, hasta cierto punto, el español12–. Así pues, el bi-/multilingüismo13 –y, por ende, las situaciones de contacto– pueden tener carácter individual o social, y presentar diferentes grados de simetría –o sea, dominio más o menos similar de ambas lenguas por parte de un mismo individuo, o función y prestigio más o menos similares de diferentes lenguas (o dialectos) al interior de una dada comunidad, en el caso de que el bi- /multilingüismo sea social– (cf. APPEL; MUYSKEN, 2005 14; KABATEK; PUSCH, 2011, p. 185 15). Leia Mais
Arte, História e Escrita | LaborHistórico | 2020
A proposta de organização de um dossiê sobre as diversas relações possíveis entre arte, história e escrita responde ao interesse da revista LaborHistórico, publicação semestral on-line dos Programas de Pós-graduação em Letras Vernáculas e Letras Neolatinas da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Brasil, um periódico que tem como foco estudos desenvolvidos a partir de fontes escritas nos quais se destaque o labor do historiador diante de seu material de trabalho. Focada nas áreas de Filologia e Linguística Histórica, a revista busca cada vez mais a interdisciplinaridade, promovendo números relacionados com áreas diversas, como a paleografia, a história, a literatura, a história social da cultura escrita, dentre outras.
Assim, este dossiê, intitulado Arte, História e Escrita, reúne vinte artigos de pesquisadores filiados a instituições do Brasil, Espanha, Argentina, Itália, México, Chile e Estados Unidos, principalmente relacionados com a História da Arte, que refletem sobre o labor do historiador da arte diante de suas fontes de trabalho. O próprio conceito de fonte escrita, sua definição, suas diferentes tipologias e caraterísticas se constituem como elementos vertebradores da reflexão, assim como os diferentes modos possíveis de tratamento destas fontes na Historia da Arte e sua importância para a construção da disciplina. Leia Mais
História e histórias do léxico: diferentes perspectivas | LaborHistórico | 2020
“[…] o léxico representa a janela através da qual uma comunidade pode ver o mundo, uma vez que esse nível de língua é o que mais deixa transparecer os valores, as crenças, os hábitos e costumes de uma comunidade […]” (OLIVEIRA; ISQUERDO, 2001, p. 9)1
Justamente por vermos o mundo de uma forma singular, através de janelas diferentes, este dossiê recebeu muitos textos sobre temas das ciências do léxico em diferentes perspectivas. O presente número da revista LaborHistórico inclui um dossiê temático sob o mote de “História e histórias do léxico: diferentes perspectivas”. A esse dossiê se somam, sob o mesmo tema, um glossário relativo a uma fonte linguística e, também, a resenha de uma obra de referência na área da Lexicologia.
No dossiê temático são reunidos 22 artigos que representam vários âmbitos, domínios e abordagens das chamadas “ciências do léxico” − lexicologia, lexicografia e terminologia, com as suas sub-especialidades −, abrangendo quer uma perspectiva diacrônica quer uma perspectiva sincrônica. Plasmada no índice, a organização dos textos obedeceu a uma dupla lógica: arrolar, por um lado, os trabalhos que tratam de problemáticas ou assuntos de cariz geral em algumas das três áreas acima mencionadas e considerar, por outro, tanto quanto possível, o arco cronológico contemplado em cada trabalho.
Assim, o dossiê abre com um artigo de Susana Maria Duarte Martins (Universidade Nova de Lisboa) sobre A definição enquanto elemento nuclear na organização do conhecimento: das teorias epistemológicas à formulação de definições em Língua Natural (https://doi.org/10.24206/lh.v6i3.35130), trabalho no qual a autora tece considerações epistemológicas a propósito do conceito de “definição”, que é fundamental na investigação desenvolvida no âmbito das ciências do léxico.
A seguir, no trabalho intitulado Ideofones e realia em um dicionário bilíngue Santome/Português (https://doi.org/10.24206/lh.v6i3.33700), Gabriel Antunes de Araújo (Universidade de Macau, Universidade de São Paulo) detém-se na aplicação de dois conceitos linguísticos (“ideofone” e “realia”) a uma obra lexicográfica bilingue que confronta o crioulo sãotomense e o português.
Fenômeno transversal e comum às várias disciplinas que estudam o léxico, a variação lexical coloca problemas de várias naturezas não só aos lexicógrafos como a outros estudiosos do léxico, seja este considerado numa perspectiva histórica, seja numa perspectiva sincrônica. O artigo de Américo Venâncio Lopes Machado Filho (Universidade Federal da Bahia), Ivan Pedro Santos Nascimento (Universidade Federal da Bahia) e Lisana Rodrigues Trindade Sampaio (Universidade Federal do Recôncavo Baiano) contribui precisamente para a reflexão e problematização sobre a Variação lexical no contexto das obras lexicográficas (https://doi.org/10.24206/lh.v6i3.33469).
O contato entre línguas é outro aspecto transversal às disciplinas específicas do estudo do léxico, já que todas elas lidam com os efeitos do contato interlinguístico, vale dizer, da influência das línguas sobre outras. Desse fenômeno trata o artigo Vías de entrada de los lusismos al léxico español (https://doi.org/10.24206/lh.v6i3.35098), de Alejandro Fajardo (Universidad de La Laguna), cujo foco está na influência do português sobre o léxico espanhol.
No âmbito da lexicografia, inscreve-se igualmente o trabalho Questões diacrônicas das Ciências do Léxico: a dicionarização de brasileirismos no campo semântico da fauna e flora (https://doi.org/10.24206/lh.v6i3.31887), de Manoel Messias Alves da Silva (Universidade Estadual de Maringá) e Luana Vitoriano (Universidade Estadual de Maringá), que, retomando um tema já clássico nos estudos lexicológicos e lexicográficos do português do Brasil – os “brasileirismos” –, se debruçam sobre o campo semântico da fauna e da flora.
Em seguida, no artigo Tendências metafóricas no léxico português: o que os dicionários não dizem (https://doi.org/10.24206/lh.v6i3.35048), Esperança Cardeira (Universidade de Lisboa) e Alina Villalva (Universidade de Lisboa) tratam das tendências metafóricas no léxico português e trazem uma contribuição sobre um tópico candente nos estudos lexicológicos e lexicográficos do português.
Inscrito no domínio da morfologia lexical, o artigo O método histórico-comparativo e a sua validade para o estudo da morfologia lexical: síntese de uma proposta de aplicação ao galego-português e ao castelhano (https://doi.org/10.24206/lh.v6i3.35118), de Mailson Lopes (Universidade Federal da Bahia), questiona o método histórico-comparativo como modelo para uma proposta de aplicação a duas línguas, o galego-português e o castelhano, procurando mostrar a validade do referido método.
Na área da lexicologia e, em concreto, no domínio da neologia técnico-científica e no da neologia expressiva (expressiva, humorística e lúdica), insere-se o estudo Renovação do Léxico no Português brasileiro e europeu. Da neologia técnico-científica à neologia expressiva, humorística, lúdica (https://doi.org/10.24206/lh.v6i3.33323), de Graça Rio-Torto (Universidade de Coimbra), que atenta no processo de renovação lexical tanto no português brasileiro como no português europeu.
No âmbito da lexicologia histórica, o artigo Léxico e História da Escravatura: reflexões críticas a partir de documentos históricos (https://doi.org/10.24206/lh.v6i3.35125), de Eliana Correia Brandão Gonçalves (Universidade Federal da Bahia), trata do léxico relacionado com a história da escravatura no Brasil, baseando-se em documentos históricos relativos ao Brasil.
Exemplo de uma abordagem histórica em lexicologia, o trabalho Histórias de famílias de palavras: o caso de “laranja” e “cidra” (https://doi.org/10.24206/lh.v6i3.35389), de Alina Villalva (Universidade de Lisboa), centra-se no estudo da história de famílias de palavras e, em concreto, nos casos das unidades “laranja” e “cidra”, constituindo um exemplo de investigação de microssistemas lexicais.
No âmbito da lexicologia inscreve-se também o estudo The magic words: Lexicon of the associative field of magic in the medieval cantigas (https://doi.org/10.24206/lh.v6i3.35283), de Sandro Marcío Drumond Alves Marengo (Universidade Federal de Sergipe) e de Rafael Marques Ferreira Barbosa Magalhães (Universidade Federal da Bahia), que trata das palavras do campo da magia em cantigas medievais.
Ainda nessa área de especialidade, na interface filologia e ciências do léxico, integra-se a análise realizada por Fidel Pascua Vílchez (Universidade Federal da Integração Latino-Americana), em Sermo de vinculis sancti Petri apostoli: un estudio sobre los folios 165v y 166r del manuscrito Ms528 de Cambrai (https://doi.org/10.24206/lh.v6i3.34383), sobre alguns fólios de um manuscrito latino do século XII de autoria desconhecida.
Também no domínio da lexicologia, o artigo de Renata Ferreira Costa (Universidade Federal de Sergipe), de Larissa Pinheiro Santos (Universidade Federal de Sergipe) e de Letícia Santos (Universidade Federal de Sergipe) (https://doi.org/10.24206/lh.v6i3.35305) aborda um campo semântico específico, o do curandeirismo, com base inquéritos policiais do século XIX.
Tomando o jornal “A Tarde” (1914-2014) como corpus lexical, Liviane Gomes Ataíde Santana (Universidade Estadual de Feira de Santana) estuda a variação lexical e a implementação da mudança no campo semântico do roubo no material em apreço. O artigo A variação lexical e a implementação da mudança no campo semântico do roubo no jornal “A Tarde” (1914-2014) (https://doi.org/10.24206/lh.v6i3.34021) expõe os resultados do referido estudo.
O trabalho intitulado De “toxicomania” a “dependência química”: uma análise na perspectiva da lexicologia sócio-histórica (https://doi.org/10.24206/lh.v6i3.31526), de autoria de sete pesquisadores da Universidade Federal de Minas Gerais – André de Sousa Figueiredo Freitas, Bárbara Vieira de Oliveira, Daiane Soares Bertolino, Leopoldina Aparecida Lopes, Mayta Ferreira Machado, Vinícius Ramede de Paula Pinto e César Nardelli Cambraia –, é um exemplo da uma perspectiva sóciohistórica no âmbito da lexicologia. Nesse artigo, os autores analisam o processo que, da “toxicomania”, conduziu à “dependência química”.
Centrado no romance “Cascalho”, o texto de Antonio Marcos de Almeida Ribeiro (Universidade Estadual de Feira de Santana) – Os tabus linguísticos no romance “Cascalho” de Herberto Sales (https://doi.org/10.24206/lh.v6i3.35108) – trata de um problema linguístico e cultural que envolve a sexualidade: os “tabus linguísticos”.
De caráter lexicológico e dialetológico, o trabalho Pelos caminhos do Ceará, por meio das frestas do léxico (https://doi.org/10.24206/lh.v6i3.35141), de Expedito Eloísio Ximenes (Universidade Estadual do Ceará) e de Ticiane Rodrigues Nunes (Universidade Estadual do Ceará), explora as “frestas do léxico” no território do Ceará por meio de duas fontes documentais de período distintos.
Da perspectiva dialetológica nos estudos do léxico, temos outro exemplo no trabalho As marcas regionais lexicais do português falado em Colíder – MT (https://doi.org/10.24206/lh.v6i3.34945), de Maria José Basso Marques (Universidade Federal de Mato Grosso) e de Manoel Mourivaldo Santiago-Almeida (Universidade de São Paulo), no qual os autores recenseiam e estudam os regionalismos do português falado em Colíder, no estado do Mato Grosso.
Em seguida, apresenta-se um trabalho sobre um outro campo das Ciências do Léxico. Da antroponímia, como especialidade no âmbito da onomástica, é exemplo o artigo Recuperando a história do léxico antroponímico brasileiro (https://doi.org/10.24206/lh.v6i3.35110), de Juliana Soledade (Universidade de Brasília), que visa recuperar a história de parte do léxico antroponímico brasileiro.
Ainda na esfera da Onomástica, explorando a relação entre antroponímia e toponímia, Jeander Cristian da Silva (Universidade Federal de Minas Gerais) estuda a origem do nome “Betim”, um (antropo)topônimo (https://doi.org/10.24206/lh.v6i3.35087).
O artigo Contributos para o estudo da potamonímia portuguesa a norte do Mondego (https://doi.org/10.24206/lh.v6i3.33930), de Carlos Rocha (Ministério da Educação Portugal, Ciberdúvidas da Língua Portuguesa), também traz contribuições para os estudos onomásticos, de forma particular para os estudos sobre a potamonímia portuguesa a norte do Mondego, texto que representa o domínio especializado dos nomes de rios.
Por fim, Thyago José da Cruz (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul) apresenta um trabalho Fraseografia: perspectivas históricas, contemporâneas e grau de autonomia (https://doi.org/10.24206/lh.v6i3.34767), que considera as unidades lexicais no plano fraseográfico, avaliando o seu grau de autonomia e trazendo achegas tanto históricas como contemporâneas.
Além dos artigos ora apresentados, o dossiê “História e histórias do léxico: diferentes perspectivas” inclui um glossário e uma resenha. O Glosario de términos astronómicos y astrológicos del Lybro de magyka (Ms. 5.2.32, Biblioteca Colombina, Sevilla) (https://doi.org/10.24206/lh.v6i3.34263), elaborado por Aléxia Teles Duchowny (Universidade Federal de Minas Gerais) e Giovana Figueiredo Santos (Universidade Federal de Minas Gerais), cuja função é registrar e popularizar itens lexicais, compõe-se de unidades extraídas do manuscrito quinhentista “Lybro de magyka”, da Biblioteca Colombina em Sevilha, Espanha. Já a resenha de Cezar Alexandre Neri Santos (Universidade Federal de Alagoas) apresenta e comenta, de forma crítica, a obra “The Oxford Handbook of Names and Naming”, editada por Carole Hough e publicada pela Oxford University Press, em 2016 (https://doi.org/10.24206/lh.v6i3.32696).
Para realçarmos os temas abordados neste volume, a partir da multiplicidade de domínios e de perspectivas no âmbito das ciências do léxico incluídos neste dossiê, elaboramos uma nuvem com todas as palavras-chave dos trabalhos aqui publicados, sendo que essas palavras foram visualmente hierarquizadas em função do número de ocorrências.
Esse infográfico nos permite reafirmar a diversidade temática de que o léxico é objeto, em “diferentes perspectivas” e, ao mesmo tempo, perceber as múltiplas convergências e cruzamentos possíveis/necessários nessa área de estudo.
Nota
1 OLIVEIRA, A. M. P. P. de; ISQUERDO, A. N. Apresentação. In: OLIVEIRA, A. M. P. P. de; ISQUERDO, A. N. (Orgs.). As ciências do léxico: lexicologia, lexicografia, terminologia. 2. ed. Campo Grande, MS: Ed. UFMS, 2001.
Organizadores
Maria Filomena Gonçalves – Universidade de Évora.
Marcus Vinícius Pereira das Dores – Universidade de São Paulo.
Referências desta apresentação
GONÇALVES, Maria Filomena; DORES, Marcus Vinícius Pereira das. Apresentação. LaborHistórico. Rio de Janeiro, v.6, n.3, p. 10-15, set./ dez. 2020. Acessar publicação original [DR]
Diferentes olhares sobre a mudança linguística | LaborHistórico | 2019
É com grande honra que apresentamos, dentro do primeiro número do volume 5 da Revista LaborHistórico, o dossiê intitulado Diferentes olhares sobre a mudança linguística, tema de grande abrangência e que perpassa, de modo mais ou menos direto, o interesse de todos os que se aventuram a ter a língua como objeto de estudo. Os leitores encontrarão, ao longo dos trabalhos, subsídios importantes para enriquecer suas reflexões acerca da mudança linguística, deparando-se com o tratamento do tópico a partir de pressupostos teóricos distintos e verificando sua aplicabilidade na análise de fenômenos da língua portuguesa.
Um fato empírico conhecido a respeito de todas as línguas naturais é o de que elas mudam ao longo do tempo. Entender por que mudam e como essa mudança se dá reside na essência dos interesses de investigação de linguistas históricos, que assumem a árdua tarefa de descrever fenômenos e propor teorias de mudança, a partir de dados de diferentes línguas do mundo. Leia Mais
Cabalgando nas ondas do Atlántico. Estudos sobre léxico galego e português | LaborHistórico | 2019
A Suzana Cardoso, amante da diversidade. Amiga e mestra inesquecible, sempre no noso corazón e na nosa memoria.
Este volume recolle un ramallete de traballos sobre a variación léxica no espazo galegoportugués, desde distintas perspectivas de estudo e con olladas lanzadas desde Galicia e Portugal, en Europa, e desde O Brasil, na América, cunha paradiña, en tránsito, desde o arquipélago das Canarias. Por iso o seu primeiro título, que lembra a galegos e portugueses incitados por igual a sucar os mares do mundo, e en particular este océano que nos une co Brasil, en permanente viaxe de ida e volta. E por iso, tamén, a dedicatoria a Suzana Cardoso, mestra inesquecible, sempre cos brazos abertos e as dúas mans tendidas, en sinal perpetuo de irmandade.
Non pretende este volume trazar un estado da arte nos estudos de variación léxica neste amplo espazo lingüístico nin moito menos sintetizar os aspectos máis salientables daqueles que merecen ou deberan merecer a atención dos especialistas. Foi concibido, máis ben, con outra dobre intención, máis modesta pero ao noso xuízo igualmente importante: dun lado, mostrarmos o vizo e variedade alcanzados por esta liña de estudo no amplo espazo das ciencias do léxico dentro do noso ámbito lingüístico; doutro, mostrarmos e reafirmarmos un espazo de encontro entre especialistas de aquén e alén mar, na certeza de que os nosos estudos do léxico –sexan a propósito da lingua galega sexan sobre a lingua portuguesa– só alcanzarán o seu máximo nivel contemplando a rica variación no conxunto deste bloque lingüístico. A ninguén se lle escapa, con todo, que no volume que ofrecemos non están representadas amplas áreas de expansión da lingua portuguesa: outras ocasións haberá! Leia Mais
Encontros com a Filologia | LaborHistórico | 2019
Somos muito solitários nas inúmeras horas de pesquisa com manuscritos velhos (por vezes empoeirados), nas frustrantes tentativas de compreensão das caligrafias, nas leituras interrompidas pelas rasuras, nas dificuldades de acesso aos documentos de processo e de sua publicação […].
(GAMA, 2017, p. 135)1
A Filologia é uma área multidisciplinar com interfaces com diferentes áreas científicas. Prova disso é que não encontramos uma única definição para essa área. Em um sentido lato, o qual nem utilizamos muito no Brasil, Bluteau em seu Vocabulario Portuguez e Latino apresenta a seguinte definição:
Philologia. He palavra Grega composta de Philos, Amigo, e Logos, discurso; e Philologia val o mesmo que Estudo das letras humanas, começando da Grammatica, (que antigamente era a parte principal da Phililogia,) e proseguindo com a eloquencia Oratoria e Poetica, com as noticias da Historia antiga, e moderna, com a intelligencia, interpretação, e Critica dos Authores, com a erudição sagrada, e profana, e géralmente com a comprehensaõ, e aplicação de todas as cousas, que podem ornar o engenho, e discurso humano. Rigorosamente fallando, Philologia he a parte das sciencias, que tem por objecto as palavras, e propriedade dellas. (BLUTEAU, ano, p. 482)2.
Já o Dicionário Houaiss traz, no verbete Filologia, algumas definições com graus de diferenças umas das outras:
Filologia é (1) estudo rigoroso dos documentos escritos antigos e de sua transmissão, para estabelecer, interpretar e editar esses textos; (2) estudo científico do desenvolvimento de uma língua ou de famílias de línguas, baseado em documentos escritos nessas línguas; (3) estudo científico de textos e estabelecimento de sua autenticidade através da comparação de manuscritos e edições; (4) lat. philologìa,ae ‘amor às letras, erudição, literatura’, do gr. philología,as ‘necessidade de falar, conversação’; (5) parte da linguística diacrônica que trata do estudo comparado das línguas, através de sua origem e evolução, e do confronto com línguas modernas; gramática comparada, linguística comparada. (HOUAISS; VILLAR, 2009, eletrônico, s/p)3.
Castro (1992, p. 124)4, por sua vez, define Filologia como
a ciência que estuda a gênese e a escrita dos textos, a sua difusão e a transformação dos textos no decurso da sua transmissão, as características materiais e o modo de conservação dos suportes textuais, o modo de editar os textos com respeito máximo pela intenção manifesta do autor.
Ao compararmos as definições ora apresentadas encontramos um ponto de convergência: a Filologia como estudo dos textos e dos documentos. Tendo em vista o foco da revista LaborHistórico – estudos desenvolvidos a partir de fontes escritas nos quais se destaque o labor do pesquisador diante de seu material de trabalho – sem excluir as outras definições, tomamos a Filologia como ciência que se ocupa do estudo dos textos e dos documentos para delimitar esse dossiê temático que apresentamos.
O número 2 do volume 5 da LaborHistórico traz a público 16 artigos, três fontes primárias – seção que inauguramos este ano – uma resenha, uma tradução e um trabalho de popularização do conhecimento científico – seção que publicamos pela primeira vez neste número. Contamos com a participação de investigadores de diferentes instituições nacionais e internacionais: Arquivo Nacional (AN/Brasil), Fundação Biblioteca Nacional (FNB/Brasil), Universidade da Beira Interior (UBI), Universidade de São Paulo (USP), Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Universidade Federal do Paraná (UFPR), Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Universidade Federal do Tocantins (UFT) e Universidade Federal Fluminense (UFF).
O primeiro trabalho deste número (https://doi.org/10.24206/lh.v5i2.22954), de autoria do filólogo César Nardelli Cambraia (UFMG), traz uma importante reflexão acerca da proteção dos direitos autorais de um trabalho de edição de fontes documentais. Segundo Cambraia, trata-se de “uma atividade de criação, conferindo o estatuto de autor ao editor e de obra intelectual à sua edição”.
O segundo artigo, de autoria de Elisa Hardt Leitão Motta e Vanessa Martins do Monte (https://doi.org/10.24206/lh.v5i2.29110), apresenta a edição e algumas interessantes reflexões sobre “A carta de Françisca Maria Xavier de Castro Castro”. Esse documento é custodiado pelo Arquivo Público do Estado de São Paulo e faz parte do corpus do Projeto M.A.P. – Mulheres na América Portuguesa.
No terceiro artigo (https://doi.org/10.24206/lh.v5i2.25097), Juliana Pereira Guimarães disponibiliza, por meio de uma edição diplomático-interpretativa de cartas de comércio do século XVIII, informações de sua pesquisa de Iniciação Científica – ainda em andamento. A autora apresenta alguns comentários paleográficos e diplomáticos que enriquecem o seu trabalho e nos dão mais informações das fontes documentais com as quais trabalha.
No artigo seguinte, de Beatriz Dias Mikhail (https://doi.org/10.24206/lh.v5i2.28873), temos a edição e o estudo paleográfico de um contrato matrimonial do século XVIII. Trata-se de um recorte do trabalho de conclusão de curso da autora que se debruçou sobre parte do registro matrimonial – hoje sob responsabilidade do Museu Imperial (Petrópolis, Rio de Janeiro) – de Dona Maria Ana Vitória de Bragança com Dom Gabriel de Bourbon.
Felipe Veras Andrade e Stephanne Martini Pastore, no artigo “Comparando edições de ‘Senhora’, de José de Alencar: um exercício de Crítica Textual” (https://doi.org/10.24206/lh.v5i2.29067), realizam um trabalho de comparação – seguindo as etapas de recensio, collatio codicum e estemática. Os autores fazem uso de dez edições distintas, disponíveis em diferentes suportes, do romance urbano “Senhora”, publicado em 1875 por José de Alencar.
Em “Análise filológica e histórica do Acervo Família Benjamin Constant” (https://doi.org/10.24206/lh.v5i2.25039), Catarina da Silva Romeiro e Ana Beatriz Resende de Oliveira apresentam uma etapa metodológica do trabalho que desenvolveram, dentro do projeto “Posição do sujeito e estrutura informacional da sentença na história do Português Brasileiro”. Trata-se de uma pesquisa realizada no Laboratório de História da Língua Portuguesa (HistLing/UFRJ), com algumas cartas pessoais trocadas entre os familiares de Benjamin Constant.
No artigo seguinte, “A Paleografia em prática: a leitura da escrita antiga na contemporaneidade” (https://doi.org/10.24206/lh.v5i2.26450), Carolina de Oliveira compartilha um uso efetivo da Paleografia no Arquivo Nacional, mais particularmente no serviço de emissão de certidões e de outros documentos realizado pelo setor de transcrição. Por meio da leitura e transcrição de documentos dos séculos XIX e XX, profissionais que trabalham nessa instituição federal atestam o valor de verdade de informações registradas nessas fontes.
Ana Lúcia Merege, autora do artigo “Desafios e perspectivas frente aos manuscritos da Biblioteca Nacional” (https://doi.org/10.24206/lh.v5i2.24922), compartilha com os leitores um incômodo que teve durante o I Colóquio Luso-Brasileiro de Paleografia, realizado no Arquivo Nacional em maio de 2017. Segundo a autora, um palestrante, ao elencar as “várias instituições mantenedoras de documentos antigos ou modernos cuja leitura exige conhecimentos de Paleografia”, deixou de fora a Fundação Biblioteca Nacional, importante instituição custodiadora de uma vasta documentação. Mais que manifestar esse incômodo, Ana Lúcia Merege propõe uma reflexão sobre os possíveis motivos dessa invisibilidade e apresenta algumas relações que a Biblioteca Nacional estabeleceu com outras instituições nacionais e extrangeiras.
O próximo artigo foi escrito por Cila Verginia da Silva Borges, Solange Ribeiro Viegas e por Rosângela Coutinho da Silva (https://doi.org/10.24206/lh.v5i2.31099). Essas autoras, de forma a popularizar informações da Biblioteca José de Alencar, na Faculdade de Letras/UFRJ, escrevem o artigo “A Biblioteca José de Alencar: sua história, memória e patrimônio”, que apresenta um histórico da fundação dessa instituição, da inclusão de alguns relevantes acervos e da realização de alguns projetos importantes.
Daví Lopes Franco, Letycia Dias Mallet e Maria Elisa Lima de Souza escrevem o artigo “O Trabalho Filológico de Edição de Textos desenvolvido no Laboratório de Estudos Filológicos da UFRJ” (https://doi.org/10.24206/lh.v5i2.30481) com o intuito de divulgar os trabalhos quem vêm sendo desenvolvidos no LabEFil. Esse laboratório, coordenado pelo Prof. Dr. Leonardo Marcotulio, é “um espaço destinado ao exercício e reflexão da prática filológica de edição de textos”5.
“Um Laboratório de Ecdótica no Estado do Rio de Janeiro ou Transmissão e Inovação de uma Tradição Filológica” (https://doi.org/10.24206/lh.v5i2.25060), trabalho de autoria de Ceila Maria Ferreira, corresponde a uma apresentação da autora sobre o seu percurso acadêmico e sobre a criação do Laboratório de Ecdótica da Universidade Federal Fluminense no I EnFil: Encontros com a Filologia. Nesse texto, com um certo perfil autobiográfico, Ceila também apresenta uma proposta metafórica de Walter Benjamin, com a qual ela, como filóloga, trabalha: “escovar a história a contrapelo”.
Na sequência, temos o artigo de Maria Gabriela Gomes Pires: “Considerações léxico-culturais da Vila de Catalão (GO): uma análise de Autos de partilhas manuscritos do século XIX” (https://doi.org/10.24206/lh.v5i2.31083). Nesse trabalho, Maria Gabriela, por meio da análise de dois processos de partilha e inventário de bens e de um processo de conto de testamento de bens, estabelece uma relação indissociável entre léxico e cultura.
O artigo “Amostras históricas do português escrito nos séculos XIX e XX: orientações metodológicas” (https://doi.org/10.24206/lh.v5i2.24452), de autoria de Márcia Cristina de Brito Rumeu e seus orientandos – Ana Luisa Póvoa de Souza, Erenildo Queiroz de Souza, Igor dos Reis Alcântara, Gabriela Vilela Souza Martins, Juliana Sander Diniz, Marcos Alexandre dos Santos, Natália Figueiredo Silva, Natália Gontijo Alves, Nayara Domingues Cardoso, Raissa Figueiredo – apresenta o trabalho de construção de corpora históricos. Por receberem um tratamento filológico fidedigno, esses materias podem ser usados como fontes de investigações de diferentes áreas como, por exemplo, pesquisas sobre a “língua portuguesa em terras mineiras no decorrer dos séculos XIX e XX”.
O artigo de autoria de Álvaro Alfredo Bragança Júnior (https://doi.org/10.24206/lh.v5i2.26580 ) apresenta a importância dos estudos de filologia germânica na formação do profissional de Letras. Segundo o autor, é essencial que profissionais das áreas de Letras – em especial de Língua e Literaturas de Língua Alemã e de Língua e Literaturas de Língua Inglesa – tenham uma sólida formação nesse campo dos estudos diacrônicos.
No artigo “O nacionalismo linguístico em obras didáticas do Maranhão do século XIX” (https://doi.org/10.24206/lh.v5i2.26901), Yasmine Louro propõe um estudo historiográfico com destaque para os quatro principais materiais didáticos que circularam no Maranhão durante o século XIX. A autora reflete, também, por meio da seleção de alguns vocábulos, sobre a presença de nacionalismo linguístico nas obras analisadas.
O último artigo deste dossiê temático é de autoria do crítico literário e historiador da literatura brasileira, o Professor João Adolfo Hansen. Em “Francisco Suárez e Antônio Vieira: metafísica, teologia-política católica e ação missionária no Brasil e no Maranhão e Grão Pará” (https://doi.org/10.24206/lh.v5i2.29834), Hansen estabelece uma relação entre alguns discursos do padre Antônio Vieira e dois tratados do jesuíta Francisco Suárez sobre “a doutrina do poder da política católica contra as teses do poder político de Lutero, Calvino e Maquiavel”.
Na seção Fontes Primárias, contamos com um trabalho de Leonardo Fontes e Genílcia Silva (https://doi.org/10.24206/lh.v5i2.31413) – com um manuscrito de uma carta de brasão de 1563, pertencente ao Arquivo Nacional –; Alberto Martín Chillón (https://doi.org/10.24206/lh.v5i2.31134) – com um manuscrito de 1838 conservado no Arquivo Histórico da Escola de Belas Artes da Universidade Federal do Rio de Janeiro –; e, por fim, um trabalho de Anttony Patrick Dantas da Cruz (https://doi.org/10.24206/lh.v5i2.30735) – que apresenta duas Cartas de chamada, de 1911, pertencentes ao Arquivo Público de São Paulo.
Há, também, neste número, a tradução do texto clássico Diógenes Laércio, livro X: Epicuro, elaborada por Reina Marisol Troca Pereira (https://doi.org/10.24206/lh.v5i2.29961) e a resenha, de autoria de Marcelo Módolo e Maria de Fátima Nunes Madeira (https://doi.org/10.24206/lh.v5i2.31061), do volume 1 do livro Crítica textual, de Mendes e Ambrosili, publicado em 2015 pela Fundação CECIERJ.
Fecha este número da LaborHistórico um trabalho de popularização do conhecimento científico, elaborado pelo Professor Carlos Alberto Faraco (https://doi.org/10.24206/lh.v5i2.31122). Nessa seção – pela primeira vez publicada na LaborHistórico – divulgamos o depoimento de relevantes pesquisadores que, por meio de uma linguagem acessível, compartilham um pouco sobre a sua vida como professor-pesquisador e sobre os seus principais trabalhos.
Este número e alguns trabalhos nele publicados foram inspirados no I EnFil: Encontros com a Filologia. Trata-se de um evento acadêmico organizado por alunos de graduação da Faculdade de Letras da UFRJ – todos eles, atualmente, integrantes da equipe editorial da LaborHistórico, que viabilizou “o diálogo entre pesquisadores das diversas áreas do conhecimento em torno ao trabalho filológico e suas interfaces”6.
Quem acompanha a LaborHistórico percebeu que, em 2019, a revista passou por diversas modificações. Com o auxílio de organizadores convidados, publicamos em 2019, em quatro números, 62 trabalhos em seções variadas. Homenageamos duas importantes pesquisadoras brasileiras: a Profa. Dra. Célia Lopes – por ocasião de sua promoção a Professora Titular de Língua Portuguesa da Faculdade de Letras da Universidade Federal do Rio de Janeiro – e a Profa. Dra. Suzana Cardoso (UFBA) – in memoriam.
Isso tudo dá testemunho de como estamos de fato preocupados com a popularização das pesquisas desenvolvidas “a partir de fontes escritas nos quais se destaque o labor do pesquisador diante de seu material de trabalho”7 e com a valorização dos pesquisadores dessas áreas inter e transdisciplinares. Fechamos esse embaraçoso e fatigante ano para a ciência – sobretudo humanas – e para a educação, com um saldo positivo. Se isso que fazemos é “balbúrdia”, precisamos, se já não o fizemos, atribuir um novo significado a essa palavra.
Notas
1 GAMA, M. Como ter leitores para sua pesquisa com manuscritos?. Manuscrítica – Revista de Crítica Genética, n. 32, 2017. p. 135-135. Disponível em: http://revistas.fflch.usp.br/manuscritica/article/view/2813/2391.
2 BLUTEAU, R. Vocabulario portuguez, e latino. Coimbra : Collegio das Artes da Companhia de Jesu, 1713, v. 4.
3 HOUAISS, A.; VILLAR, M. S. Dicionário Houaiss de Língua Portuguesa. Elaborado pelo Instituto Antônio Houaiss de Lexicografia e Banco de Dados da Língua Portuguesa S/C Ltda. Rio de Janeiro: Objetiva, 2009. (Eletrônico).
4 CASTRO, I. Enquanto os escritores escreverem… Atas do IX Congresso Internacional da Associação de Lingüística e Filologia da América Latina. Campinas: UNICAMP, 1992, v. I – Conferências Plenárias.
5 Apresentação do laboratório, disponível em: https://labefil.letras.ufrj.br.
6 Apresentação do evento, disponível em: https://encontroscomafilologia.wordpress.com/.
7 Apresentação da revista LaborHistórico, disponível em: https://revistas.ufrj.br/index.php/lh.
Organizadores
Marcus Vinícius Pereira das Dores
Leonardo Lennertz Marcotulio
Referências desta apresentação
DORES, Marcus Vinícius Pereira das; MARCOTULIO, Leonardo Lennertz. Apresentação. LaborHistórico. Rio de Janeiro, v.5, n.2, p. 10-16, jul./ dez. 2019. Acessar publicação original [DR]
Tradições Discursivas: faces e interfaces da historicidade da língua e do texto | LaborHistórico | 2018
Atendendo ao convite do Editor da Revista LaborHistórico, professor Leonardo Lennertz Marcotulio, para organizarmos um dossiê temático sobre estudos na perspectiva das Tradições Discursivas (TD), agradecemos a oportunidade de divulgar alguns trabalhos em uma área temática que vem se expandindo no âmbito dos estudos filológicos e sócio-históricos, ao relacionar a historicidade do texto e da língua. No âmbito do Projeto Nacional Para a História do Português Brasileiro (PHPB)1, coordenado pelo Professor Ataliba de Castilho, as pesquisas em TD têm contribuído consideravelmente com a sistematização de corpora e com as investigações em diferentes níveis de descrição linguística. Tal contribuição tem recebido o reconhecimento de pesquisadores, a exemplo de Mattos e Silva (2008, p. 146)2, ao considerar que “sem dúvida, a mais recente orientação nos estudos histórico-diacrônicos é a das tradições discursivas (TD)”. Dentro desta perspectiva, no cenário nacional e internacional, há várias teses e dissertações finalizadas e em andamento.
O conceito de Tradição Discursiva teve origem na Filologia Pragmática da Linguística alemã. Esse modelo de análise partiu dos três níveis proposto por Eugênio Coseriu (1987)3: o nível universal do falar em geral; o nível histórico das línguas e o nível dos textos ou discursos concretos. Posteriormente, Peter Koch (1997) 4 distinguiu dois domínios no nível histórico: as tradições discursivas e as línguas históricas. Dessa historicidade, Kabatek (2006, p. 512) entende por TD “a repetição de um texto ou de uma forma textual ou de um modo particular de escrever ou falar que adquire valor de signo próprio”. Naturalmente, como todo conceito, o de TD vem passando por reflexões, discussões, ampliações e esclarecimentos que vão se consolidando ao longo do tempo. Assim, não causa estranheza o fato de as primeiras abordagens no modelo de TD feitas em “terras brasilis”, por exemplo, apresentarem incompletudes que, certamente hoje, com as frutíferas e frequentes discussões nessa área temática, são continuamente revisitadas, ampliadas e redimensionadas. Leia Mais
Interseções entre a historicidade da língua e a historicidade do texto sob a ótica das Tradições Discursivas | LaborHistórico | 2018
Neste segundo número do dossiê temático sobre estudos na perspectiva das Tradições Discursivas (TD), veiculado pela Revista LaborHistórico, agradecemos mais uma vez ao professor Leonardo Lennertz Marcotulio, Editor da Revista, por viabilizar a publicação da segunda parte de textos sobre TD, e aos autores dos artigos, que constantemente têm estabelecido parcerias para socializar e difundir os estudos sócio-histórico-diacrônicos que estabelecem a interseção entre a historicidade do texto e a historicidade da língua. Considerando que ainda há uma escassa difusão do conceito de Tradição Discursiva no cenário nacional, este dossiê pretende contribuir com outras obras de referência1, já em circulação, para que possam auxiliar teórica e metodologicamente pesquisas nessa área.
Para tanto, é preciso compreender que, da gênese da noção de Tradição Discursiva como paradigma teórico (COSERIU, 1987 2; KOCH, 1997 3) até as pesquisas atuais em TD, o conceito pode ser aplicado a diferentes dimensões de análise: a) a tradicionalidade dos gêneros; b) a tradicionalidade estrutural; c) a tradicionalidade dos tipos; c) a tradicionalidade dos estilos; d) a tradicionalidade linguística (dos modos de dizer). Essas dimensões, apesar de distintas, são complementares uma vez que uma determinada finalidade comunicativa atravessa o filtro das línguas históricas (regras idiomáticas) e o filtro das tradições discursivas (regras discursivas) no momento em que são construídos enunciados falados ou escritos (KABATEK, 2006) 4. Por exemplo, a finalidade de agradecer uma gentileza feita por alguém requer do falante uma seleção lexical e gramatical e uma escolha do melhor modo de dizer, que atenda às condições de produção. Nesse caso, o modo tradicional de dizer mais adequado ao contexto pode variar entre enunciados como: “Agradecida”; “Obrigada”, “Valeu”, “Tô devendo essa”. Leia Mais
Galego e Português Brasileiro: história, variação e mudança | LaborHistórico | 2017
Dando continuidade ao trabalho iniciado no primeiro número de 2017, os artigos presentes neste dossiê da revista LaborHistórico (v. 3, n. 2, 2017) são resultado de um projeto de pesquisa amplo, desenvolvido em 2015 e 2016, por uma equipe brasileira (da Universidade Federal Fluminense, da Universidade Federal do Rio de Janeiro e da Universidade de São Paulo) e uma equipe galega (da Universidade de Santiago de Compostela), sobre história, variação e mudança do galego e do português brasileiro: projeto “Galego e Português Brasileiro: história, variação e mudança”, financiado pelo Ministerio de Educación e Ciencia do Goberno de España (PHBP14/00049) e pela CAPES/DGPU do Ministério de Educação do Brasil (040/2014), coordenado por Xoán Carlos Lagares (Brasil) e Henrique Monteagudo (Galicia, España). O início desse trabalho se situa em 2010, quando foram realizados, com apoio da CAPES, seminários internacionais, na UFF e na USC, para delimitar um projeto conjunto que estudasse comparativamente essas duas variedades linguísticas do grupo portugalego, termo que define, precisamente, os (sub)sistemas linguísticos que mantêm uma relação de filiação genética com as falas galegas medievais. Como consequência desses seminários internacionais se formou também um grupo de pesquisa no CNPq: “Grupo de Pesquisa Galego e Português (PE e PB)”, constituído por professores e estudantes da rede de universidades galegas e brasileiras que participam do projeto. Leia Mais
Lingüística Galega a contribución do Instituto da Lingua Galega | LaborHistórico | 2017
No curso da súa estadía como investigador no Instituto da Lingua Galega (ILG) da Universidade de Santiago de Compostela (USC), o profesor Leonardo Marcotulio propuxo ás persoas que asinan este limiar coordinar unha sección monográfica – un dossiê – da revista dixital LaborHistórico sobre a traxectoria do dito Instituto, enfocado cara á súa achega ao desenvolvemento da Lingüística Galega actual. O propósito era dar a coñecer o labor do ILG e os avances no coñecemento científico da lingua galega ao público académico brasileiro, e en xeral nos ámbitos de expresión portuguesa. Despois de deliberar entre nós e cos nosos colegas do Instituto, nomeadamente co seu director, Ernesto X. González Seoane, sobre a proposta do profesor Marcotulio, que unanimemente consideramos moi xenerosa e oportuna e merecente da nosa máis profunda gratitude, decidimos re-propoñerlle abrir o foco: parecíanos preferible presentar o contributo do ILG como parte dunha visión panorámica máis ampla dos avances da Lingüística Galega nas últimas décadas, salientando o papel que xogara o noso Instituto en cada un dos ámbitos considerados, e dedicando un artigo específico ao propio ILG. O Editor-Chefe de LaborHistórico acolleu positivamente a reorientación que propuñamos e puxémonos a elaborar un esquema de traballo.
A partir das liñas de pescuda que se contemplan no espazo web oficial do ILG (http://ilg.usc.gal/) e da nosa propia percepción, como investigadores, de cales foron os ámbitos da Lingüística que máis se desenvolveron en Galicia en relación co idioma galego, decidimos encargar traballos específicos sobre as seguintes áreas: Sociolingüística, Dialectoloxía e Xeografía Lingüística, Edición de Textos, Fonética e Fonoloxía, Gramática, Historia da Lingua e Lexicografía. A partir de aí, solicitamos a colaboración dos e das colegas do ILG especialistas en cada unha das áreas. A resposta que obtivemos foi inmediata e entusiasta, o que queremos agradecer encarecidamente desde estas páxinas. Algúns dos colegas que inicialmente manifestaron a súa intención de colaborar víronse imposibilitados para facelo, pero isto non impediu que completaramos o programa previsto. Como resultado, na nómina de autores do dossiê que presentamos figura unha nómina moi representativa do corpo principal de investigadores e investigadoras do ILG, mesmo que por unhas ou outras razóns quedaran fóra colegas igualmente acreditados. Por parte, temos a satisfacción de contar coas valiosas colaboracións no mesmo volume (próximo número) – que se publican fóra do dossiê por motivos estritamente editoriais – dos prezados colegas e colaboradores do ILG, Anik Nandi (Queen’s University / Belfast) e Xoán Lagares (Universidade Federal Fluminense/ Niterói), que completan magnificamente os seus contidos. Leia Mais
Estudos de Crítica Textual | LaborHistórico | 2016
A jovem revista LaborHistórico – periódico especializado na área de Linguística Histórica Românica e áreas afins, como a Filologia/Crítica Textual e a História – chega ao segundo número do volume dois apresentando um dossiê temático sobre Crítica Textual, organizado pelos professores Alícia Duhá Lose, da Universidade Federal da Bahia, e Sandro Marcío Drumond Alves Marengo, da Universidade Federal de Sergipe.
A proposta do dossiê se pauta na premissa de que a Linguística Histórica, História da Língua e Historiografia linguística têm em seu cerne o mesmo objeto de estudo: os textos escritos de documentação remanescente. Sendo assim, podemos afirmar que uma má formulação e/ou alterações significativas de características dos textos originais podem ocasionar problemas em pesquisas realizadas nestas áreas. Assim, a Crítica Textual ocupa um lugar relevante nesse contexto. Realizar edições de textos, principalmente dos pertencentes aos períodos antigos da história de uma civilização, é uma necessidade de que se ressentem os historiadores da língua e os linguistas. Surge daí a importância da atuação da Crítica Textual nessa seara científica. Leia Mais
A norma brasileira em construção: a vez das classes populares | LaborHistórico | 2015
A revista LaborHistórico apresenta, neste segundo número, o dossiê temático A norma brasileira em construção: a vez das classes populares, que reúne distintos estudos feitos a partir de um material homogêneo e bastante representativo do português popular brasileiro da primeira metade do século XX.
A documentação, analisada em quatro estudos individuais, é constituída por 96 cartas de amor escritas por um casal de noivos, Jayme e Maria1, residentes no estado do Rio de Janeiro nos anos de 1936 e 1937. Trata-se de um material ímpar e de grande relevância para a sociolinguística histórica do português do Brasil por ser constituído de manuscritos pessoais do início do século passado que refletem o discurso de indivíduos comuns em sua vida cotidiana. Da noiva, dispomos de 29 cartas escritas, em sua maioria, na cidade de Petrópolis. Do noivo há 68 cartas remetidas da cidade do Rio de Janeiro, sendo duas dessas missivas, poemas. Leia Mais
História dos Pronomes de Tratamento no Português Brasileiro | LaborHistórico | 2015
É com grande satisfação que apresentamos o primeiro número da Revista LaborHistórico: Revista de Linguística Histórica Românica, um periódico semestral, mantido pelo antigo Laboratório de História do Português e pelo atual Projeto HistLing – Projeto de História da Língua Portuguesa, ambos instalados na Faculdade de Letras da Universidade Federal do Rio de Janeiro. A versão anterior e o novo projeto de História do Português originaram-se da demanda criada pelo projeto integrado Para uma História do Português Brasileiro (PHPB). O seu principal objetivo era organizar e tornar disponível um acervo documental para estudos sobre mudança linguística do português brasileiro. Para tanto, o projeto tem disponibilizado edições semidiplomáticas de cartas particulares escritas por brasileiros e por portugueses, nos séculos XVIII, XIX e XX, localizadas em acervos cariocas, como o Arquivo Nacional e o Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro. Os documentos são apresentados ao lado do seu fac-símile para que qualquer pesquisador interessado possa conferir, meticulosamente, o texto transcrito com a versão original digitalizada, fazendo sua leitura própria e pessoal dos documentos.
Diante da escassez de periódicos científicos que se dediquem exclusivamente à questão da mudança linguística, trazemos a lume a revista LaborHistórico, que tem como missão fomentar a produção científica na área de Linguística Histórica e áreas afins, como a Filologia e a História, e divulgar pesquisas científicas de pesquisadores do Brasil e do exterior, de modo a contribuir para o debate e o progresso da área. Tem como foco estudos dedicados a línguas românicas como o português, o galego, o espanhol, o francês e o italiano. Leia Mais
LaborHistórico | UFRJ | 2015
LaborHistórico (Rio de Janeiro, 2015-) é uma revista quadrimestral on-line dos Programas de Pós-graduação em Letras Vernáculas (PPGLEV) e Letras Neolatinas (PPGLEN), da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Brasil. Tem como foco estudos desenvolvidos a partir de fontes escritas nos quais se destaque o labor do pesquisador diante de seu material de trabalho.
Nessa temática, são bem-vindas contribuições de distintas áreas do saber, como Filologia (Crítica Textual), Linguística (sobretudo Linguística Histórica), Literatura, História e Paleografia.
Além da publicação de artigos, agrupados eventualmente em dossiês temáticos, a estrutura da revista prevê seções dedicadas a resenhas, traduções de textos clássicos e publicação de fontes primárias.
A revista aceita contribuições em português, galego, espanhol, italiano, francês ou inglês.
Periodicidade quadrimestral
Acesso livre
ISSN 2359-6910
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