Intérpretes do Brasil / Esboços / 2006

Artistas e intelectuais têm produzido, ao longo da história, obras variadas que buscam interpretar o Brasil e através das quais o brasileiro procura pensarse a si mesmo. Algumas são já obras clássicas – na sociologia, na literatura, na economia, na política, na história – desenvolvidas por Sergio Buarque de Holanda, Gilberto Freyre, Caio Prado Junior, Florestan Fernandes, Darcy Ribeiro, pensadores que, cada um à sua maneira, procuraram discutir e explicar o Brasil, seus contrastes e contradições em abordagens que foram e continuam sendo debatidas e ampliadas. É esta, afinal, a tarefa acadêmica.

O presente número da Esboços, com o dossiê Intérpretes do Brasil busca trazer contribuições a essas interpretações: Na pintura de Ismael Néry, nos jardins de Burle Marx, na crítica literária de Antonio Candido, na independência intelectual de Guerreiro Ramos, no Brasil latino-americano de Manoel Bonfim em análises vindas da filosofia, da arquitetura, da história, da sociologia, da economia.

Apresentamos também uma instigante colaboração de Didier Musiedlak, que discute história e biografia particularmente os cuidados que deve adotar o historiador ao biografar personagens, famosos ou não.

Nos demais  artigos  e  nas  resenhas  que  compõem  este número  da Esboços, vindos de diferentes Universidades brasileiras, discutimos o Brasil sob diferentes  olhares.

Por certo é possível reclamar, neste dossiê, inevitáveis ausências: no esporte, no cinema, na música, na culinária, tivemos nomes e obras que tão bem explicaram e explicam o Brasil. Mas quando abrimos mão de uma história total, as  ausências  são  incontáveis.  Por outro  lado,  a  tarefa  de  interpretar  o Brasil foi e deve continuar sendo uma tarefa que sele nosso compromisso diário. O compromisso dos intelectuais com a sociedade brasileira.

Ana Brancher.

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