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III Seminário Internacional História do Tempo Presente – III / Tempo e Argumento / 2018
A revista Tempo e Argumento, neste dossiê especial, com grande satisfação, traz um conjunto de artigos apresentados durante o III Seminário Internacional de História do Tempo Presente, que ocorreu entre os dias 25 e 27 de outubro de 2017, na Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC). O evento, promovido pelo Programa de Pós-Graduação em História (PPGH), desde a sua primeira edição, em 2011, tem dois objetivos principais: estimular o debate acerca da produção historiográfica sobre a história do tempo presente, em nível nacional e internacional, do ponto de vista da construção das narrativas e das questões de ordem teórico-metodológicas; divulgar para o público acadêmico da graduação e pós-graduação, pesquisadores e profissionais de diferentes áreas e para os / as docentes das redes de ensino fundamental, médio e superior os resultados das produções do referido campo de conhecimento.
O III Seminário Internacional de História do Tempo Presente contou com três conferências, quatro mesas redondas, dez simpósios temáticos e lançamento de livros. Os debates historiográficos, a preocupação com questões advindas das demandas políticas, sociais e econômicas e a perspectiva da interdisciplinaridade nortearam em grande parte essas distintas atividades que tiveram como público 364 participantes entre discentes, docentes e pesquisadores. O evento teve apoio institucional da UDESC, da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) e da Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Estado de Santa Catarina (FAPESC). A comissão organizadora do evento foi composta por seis docentes do PPGH: Cristiani Bereta da Silva, Luiz Felipe Falcão, Mariana Joffily (coordenadora geral), Rafael Rosa Hagemeyer, Silvia Maria Fávero Arend e Viviane Trindade Borges; pelas pesquisadoras Juliana Sayuri Ogassawara e Nashla Aline Dahas Gomozias que realizam estágio pós-doutoral; e pelos doutorandos Daniel Lopes Saraiva e Yomara Feitosa Caetano de Oliveira Fagionato, ambos do PPGH. Além deste dossiê, o evento publicou os anais eletrônicos, com 145 textos apresentados nos simpósios temáticos, que podem ser acessados no seguinte endereço: http: / / www.seminariotempopresente.faed.udesc.br / index.php / 2013-11-03-15- 03-56.
Este dossiê especial é composto por doze artigos, sendo dois deles produto das conferências realizadas pelos professores Christian Delacroix e João Quartim de Moraes. Os outros dez artigos foram apresentados nas quatro mesas redondas. Os artigos da conferencista Liz Sevcenko, professora da Columbia University (Estados Unidos da América), e de Rafael Rosa Hagemeyer e Silvia Maria Fávero Arend, ambos docentes da UDESC, serão publicados em outros periódicos.
O artigo de Christian Delacroix, pesquisador do Institut d’Histoire du Temp Présent (IHTP) e professor da Universidade Paris Est Marne-La-Vallée, intitulado “A história do tempo presente, uma história (realmente) como as outras?”, tem como temática a emergência e consolidação da História do Tempo Presente enquanto um campo de estudos. O autor aborda questões de ordem epistemológicas e relativas às fontes documentais que referendam essa proposta historiográfica. A tradução do texto para a língua portuguesa foi realizada pelos pesquisadores Fernando Coelho e Silvia Maria Fávero Arend.
Marieta Morais Ferreira, professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro, no artigo “Notas iniciais sobre a história do tempo presente e a historiografia no Brasil”, descreve o percurso transcorrido em relação à introdução e consolidação da história do tempo presente no Brasil desde os anos de 1980, enfatizando o papel assumido nesse processo pela história oral e pelos eventos relativos à justiça de transição ocorridos no país. Já Rodrigo Patto Sá Motta, professor da Universidade Federal de Minas Gerais, no artigo “Cultura política e ditadura: um debate teórico e historiográfico”, apresenta inicialmente uma discussão de caráter epistemológico a respeito do conceito de culturas políticas para, posteriormente, abordar as possiblidades de utilização do mencionado Editorial Silvia Maria Fávero Arend, Luiz Felipe Falcão referencial teórico na análise de fenômenos da sociedade brasileira. Esses dois artigos foram apresentados na mesa redonda “Consolidação da História do Tempo Presente no Brasil”, que foi composta pelos dois pesquisadores e por Silvia Maria Fávero Arend.
A docente da Universidad Nacional de San Martín (Argentina), Marina Franco, no artigo “La última dictadura argentina en el centro de los debates y las tensiones historiográficas recientes”, apresenta uma análise do atual “cenário” relativo à escrita da história da ditadura militar na Argentina. Já a historiadora Verónica Valdívia, docente da Universidad Diego Portales (Chile), no artigo “Gritos, susurros y silencios dictatoriales. La historiografía chilena y la dictadura pinochetista”, realiza também um balanço historiográfico sobre o tema da ditadura no Chile. A docente da UDESC, Mariana Joffily, no artigo “Aniversários do golpe de 1964: debates historiográficos, implicações políticas”, tendo em vista as efemérides relacionadas ao golpe de Estado ocorrido no Brasil em 1964, discute a produção de narrativas sobre a ditadura e suas repercussões nos campos historiográfico e político. Esses três textos foram apresentados na mesa redonda “Ditaduras do Cone Sul: Debates e Implicações Política”.
Ana Maria Maud, professora da Universidade Federal Fluminense, no artigo “Imagens em fuga: considerações sobre espaço público visual no tempo presente”, analisa os usos da fotografia pública histórica nos circuitos sociais e políticos. Ricardo Santhiago, docente da Universidade Federal de São Paulo, no artigo “História pública e autorreflexividade: Da prescrição ao processo”, apresenta inicialmente como se deu a emergência e consolidação da história pública, para, ulteriormente, apresentar um estudo de caso sobre mulheres e história oral. De sua parte, Viviane Trindade Borges , docente da UDESC, no artigo “Memória pública e patrimônio prisional: questões do tempo presente”, discute os problemas vigentes nos processos de patrimonialização dos espaços prisionais tendo em vista os casos do Brasil, França, Portugal e Estados Unidos da América. Esses três artigos foram debatidos na mesa redonda “História Pública e Tempo Presente: Interfaces e Perspectivas”.
Javier Campo, docente da Universidad Nacional del Centro de la Província de Buenos Aires (Argentina), no artigo “¿Cine + sociedad? El caso del documental político entre las narrativas revolucionarias y las democrático humanitárias”, aborda questões caráter epistemológico presentes na relação entre a história e os documentários a partir da produção cinematográfica argentina produzidos entre 1968 e 1989. Marcelo Teó, pesquisador da Universidade Estadual de Campinas, no artigo “Desequilíbrio de história Parte I: um problema do campo das humanidades (?)”, apresenta um conjunto de reflexões acerca da produção de narrativas audiovisuais em consonância com os debates feitos no campo das ciências humanas. Esses dois artigos foram debatidos na mesa redonda “Mídias Audiovisuais e Imaginação Histórica”, que contou também com a presença de Rafael Rosa Hagemeyer, docente da UDESC.
Por fim, o professor da Universidade de Estadual de Campinas, João Quartim de Moraes, no artigo “A revolução de Outubro na história do século XX”, apresenta um panorama de como a temática da revolução russa de 1917 foi tratada por um conjunto de autores, sobretudo, do campo das esquerdas.
Desejamos a todos uma boa leitura.
Silvia Maria Fávero Arend
Luiz Felipe Falcão
Editores
AREND, Silvia Maria Fávero; FALCÃO, Luiz Felipe. Editorial. Tempo e Argumento, Florianópolis, v.10, n.23, 2018. Acessar publicação original [DR]