Que história pública queremos? Ana Mauad, Ricardo Santhiago e Viviane Trindade

Organizado por Ana Maria Mauad, Ricardo Santhiago e Viviane Trindade Borges, o livro “Que história pública queremos?” (What public history do we want?) convida os leitores a participarem de um debate que caracteriza o campo e os caminhos da história pública no Brasil. Como novidade, essa produção de 2018, escrita por historiadores brasileiros e brasilianistas, oferece a tradução dos seus vinte capítulos para o inglês, o que ressalta não só a relevância dos percursos reflexivos (Que história pública queremos?) e práticos (Que história pública fazemos?) estabelecidos em território nacional, mas suas perspectivas de alcance internacional, que não descartam, segundo os organizadores, influências e diálogos do Brasil com as tradições teóricas estrangeiras referentes à área.

Adicionam-se ao catálogo editado pela Letra e Voz1 esses textos em que os autores compartilham suas visões sobre história e história pública ao mesmo tempo que repensam seus próprios campos, temas, objetos, métodos e objetivos de pesquisa. Assim, o que caracteriza a contribuição do livro perante a pretendida história pública brasileira é exatamente a união entre uma espécie de autoavaliação das trajetórias e experiências teóricas e práticas do ofício do historiador e a redescoberta da “dimensão pública do conhecimento histórico” (MAUAD; SANTIAGO; BORGES, 2018, p. 11). Leia Mais

Introdução à História Pública – ALMEIDA; ROVAI (RO)

ALMEIDA, Juniete Rabêlo; ROVAI, Marta Gouveia de Oliveira (Orgs.). Introdução à História Pública. São Paulo: Editora Letra e Voz, 2011. 231p. Resenha de: ULISSES, Ivaneide Barbosa. Argumentos por uma História Pública: perspectivas e possibilidades. Revista Observatório, [Palmas], v.3, n.2, p..622-630, abr./jun., 2017.

Ivaneide Barbosa Ulisses – Doutora em História pela Universidade Federal de Minas Gerais – UFMG, mestre em História Social pela Universidade Federal do Ceará. Professora do Curso de História – Universidade Estadual do Ceará/Faculdade Dom Aureliano Matos. E-mail: ivaulisses@yahoo.com.br.

Acesso apenas pelo link original

[IF]

História pública no Brasil: Sentidos e itinerários – MAUAD et al (RTA)

MAUAD, Ana Maria; ALMEIDA, Juniele Rabêlo de; SANTHIAGO, Ricardo (orgs.). História pública no Brasil: Sentidos e itinerários. São Paulo: Letra e Voz, 2016, 348p. Resenha de: FRAZÃO, Samira Moratti. História pública no Brasil: espaço de apropriações e disputas. Revista Tempo e Argumento, Florianópolis, v.8, n.19, p.374-379. set./dez., 2016.

Na contemporaneidade, momento em que a história é vista midiaticamente como uma bússola para questões políticas, sociais, religiosas e culturais que emergem no presente, como refletir a necessidade de revisitar o passado com abordagens que fogem às práticas históricas institucionalizadas? Como pode ser traduzida fora do ambiente acadêmico essa produção ou intenção de propor um conhecimento histórico que se encontra em circulação em diversos suportes e tecnologias? A história pública pode ser uma das respostas a essas e outras questões abordadas no livro “História Pública no Brasil: Sentidos e itinerários”, lançado em 2016 pela editora Letra e Voz.

Para além de novas reflexões, a obra é uma continuidade ao trabalho empreendido em 2011, ano em que foi lançado o livro “Introdução à História Pública”, organizado por Juniele Rabêlo de Almeida e Marta Gouveia de Oliveira Rovai. Posteriormente os pesquisadores, entre historiadores, comunicólogos e especialistas de diversas áreas das Ciências Humanas e Sociais, formaram a Rede Brasileira de História Pública (RBHP), cujos membros – dos quais se destacam Ana Maria Mauad, Juniele Rabêlo de Almeida e Ricardo Santhiago, organizadores deste livro – propõem com “História pública no Brasil” conectar percepções atualizadas sobre a prática, considerada uma produção histórica “feita para, com e pelo público” (MAUAD, ALMEIDA & SANTHIAGO, 2016, p. 12, grifo dos autores). Leia Mais

The Public History Reader – KEAN; MARTIN (Rg)

KEAN, Hilda; MARTIN, Paul (Org). The Public History Reader. London / New York: Routledge, 2013. Resenha de: SANTHIAGO, Ricardo. A história pública e suas vertentes em The Public History Reader. Resgate, v.22, n.28, p.103-106, jul./dez., 2014.

Um “reader” pode ser tão somente aquilo que a adoção deste termo exige que ele seja: uma antologia, um compêndio, uma reunião de traba­lhos escritos por uma variedade de autores. Mas um “reader” de certa área de conhecimento, propondo­-se como tal, pode ter também – e desejavelmente tem – um caráter pedagógico valioso: o de compilar aquilo que se produziu de mais significativo nessa área, embrulhando esse conteúdo numa obra única, amplamente acessível, que contribui, para o bem ou para o mal, para a fixação de um cânone.

Essa é uma tarefa um tanto quanto ingrata – pelo menos se levada a cabo com responsabilidade. Ela compreende percorrer criticamente a vastidão de toda uma literatura, decompondo-a e recompon­do-a de modo a decifrar certa tradição intelectual e propor trilhas de compreensão a serem seguidas por leitores nem sempre despertos para o nível de interpretação subjacente a elementos que se apre­sentam como editoriais. Ela comporta, ainda, um encargo nada modesto: guiar os que doravante se dirigirão à antologia não para se introduzirem a um corpo de conhecimento, ou para complementá-lo, mas para substituir a leitura integral de um número colossal de obras. Nesse sentido, um bom reader de uma área teria uma espécie de função Leia Mais

The Public History Reader – KEAN; KEAN (PHR)

KEAN, Hilda; MARTIN, Paul (Ed). The Public History Reader. Oxford and New York: Routledge, 2013. Resenha  de: FOSTER, Meg. Public History Review, v.21, p.102-104, 2014.

When confronted with the question, ‘what is public history?” many students and practitioners alike find themselves struggling for answers. Is it ‘the employment of historians and historical method outside of academia’, as Robert Kelley famously declared in The Public Historian? Perhaps it describes ‘practices that communicate and engage with history in public areas’, as Paul Ashton and Paula Hamilton assert in their book History at The Crossroads? Following Raphael Samuel, does it refer to an ever changing, social process, the work at any one time of ‘a thousand different hands?’ As Paul Ashton has written in the Public History Review (2010), ‘Public history is an elastic, nuanced and contentious term. Its meaning has changed over time and across cultures in different local, regional, national and international contexts.’ Even the leading body of public history in America, the National Council of Public History (NCPH), has been forced to confront this issue. In their introduction to the subject, ‘What is Public History?’, the NCPH argues that the most apt definition is perhaps the simplest; people should know public history when they see it. For students who are relatively unexposed to the area, and for public historians who are faced with the ever-changing contours of their field, even this description is inadequate. Hilda Kean and Paul Martin’s recent collection The Public History Reader helps to address this uncertainty. In an accessible and engaging way, this book shows readers some of public history’s many faces. Leia Mais

Historiografia contemporânea em perspectiva crítica | Jurandir Malerba e Carlos Aguirre Rojas

Apresentar os caminhos do pensamento histórico e de sua escrita no século XX. Esta é a proposta da obra aqui resenhada. Obviamente, o século XIX não pode ser deixado de lado, pois dele procede a matriz historicista, metódica, cientificista que transformou a história numa área acadêmica. Como demonstram diversos capítulos do próprio livro, essa matriz foi universalizada conjuntamente com a expansão da cultura ocidental européia.

Uma das grandes contribuições dos organizadores foi, todavia, demonstrar campos historiográficos muito além do eixo europeu. Ele está presente, claro, nos artigos sobre a recente movimentação historiográfica na França pós-crise dos Annales, no excelente texto acerca da historiografia alemã, nas análises da micro-história italiana, do pensamento histórico espanhol e lusitano. Mas há também estudos sobre as novas tendências da historiografia russa e, especialmente, uma destacada ênfase na produção latino-americana. Em outras palavras, em que pese a influência européia sobre as outras regiões, ela, a Europa, se torna provicializada no decorrer da leitura. Leia Mais

Historiografia contemporânea em perspectiva crítica | Jurandir Malerba

Apresentar os caminhos do pensamento histórico e de sua escrita no século XX. Esta é a proposta da obra aqui resenhada. Obviamente, o século XIX não pode ser deixado de lado, pois dele procede a matriz historicista, metódica, cientificista que transformou a história numa área acadêmica. Como demonstram diversos capítulos do próprio livro, essa matriz foi universalizada conjuntamente com a expansão da cultura ocidental européia.

Uma das grandes contribuições dos organizadores foi, todavia, demonstrar campos historiográficos muito além do eixo europeu. Ele está presente, claro, nos artigos sobre a recente movimentação historiográfica na França pós-crise dos Annales, no excelente texto acerca da historiografia alemã, nas análises da micro-história italiana, do pensamento histórico espanhol e lusitano. Mas há também estudos sobre as novas tendências da historiografia russa e, especialmente, uma destacada ênfase na produção latino-americana. Em outras palavras, em que pese a influência européia sobre as outras regiões, ela, a Europa, se torna provicializada no decorrer da leitura. Leia Mais