História Cultural / Revista de História Bilros: História(s) Sociedade(s) e Cultura(s) / 2017

É com enorme satisfação que anunciamos a 10ª edição da “Revista de História Bilros: História(s), Sociedade(s) e Cultura(s)”. Fruto, inicialmente, do interesse conjunto de discentes da graduação em História e do Mestrado Acadêmico em História (MAHIS) da Universidade Estadual do Ceará (UECE), este periódico eletrônico chega ao seu quinto volume e ao seu número dez composto de doze textos inéditos de acadêmicos e acadêmicas de Universidades de todo o Brasil. Esta edição está sendo lançada composta por oito artigos no Dossiê Temático História Cultural, três artigos na seção Artigos Livres e uma Entrevista com a atual presidenta da ANPUH nacional.

A caminhada desta complexa empreitada não foi fácil. A Revista de História Bilros surgiu ainda em 2012 como proposta de gestão de Centro Acadêmico, passou por instâncias e colegiados para garantir sua aprovação e foi encampada por discentes da graduação e da pós-graduação em História da Universidade Estadual do Ceará. Aprender regras básicas de editoração, manutenção de sistema, bem como a necessidade de manter um núcleo articulado de editores (as) e pareceristas se constituiu como uma árdua, mas saborosa e intrigante tarefa. Aprendizados diversos foram surgindo durante o caminho, assim como novos(as) integrantes que se propuseram a somar cada vez mais. Leia Mais

A Presença da História Cultural nas Pesquisas em História da Educação Matemática / HISTEMAT – Revista de História da Educação Matemática / 2017

O que você lerá, nas páginas que se seguem, compõe o segundo número temático da Revista em História da Educação Matemática – HISTEMAT e coube a mim o convite para ser seu editor. A principal ideia, dessa publicação, foi reunir um grupo de estudos que mostrassem “A Presença da História Cultural nas Pesquisas em História da Educação Matemática”, seja nas análises de seus resultados, seja para auxiliar nas reflexões e / ou discussões dos argumentos acionados ao longo do seu desenvolvimento. Para tanto, fez-se mister o movimento de algumas etapas para que se chegasse a esse produto final. Etapas que se consolidavam, cada uma a seu tempo, à medida que permitiam, aos 23 articulistas convidados, revisitarem o encadeamento de suas ideias. Nesse sentido, apresento-lhe, em 13 artigos, o pensamento de pesquisadores que, em seus trabalhos, conjugam aspectos relacionados a diferentes contextos, sobretudo, políticos e educacionais. Passo, então, a delineá-los, brevemente, na ordem de sua aparição.

Hoffmann e Costa (David) analisam, apoiados nas referências da história, história da educação, bem como da história da educação matemática, a tese oficial n. 06 presente nos Anais da Primeira Conferência Estadual de Ensino Primário ocorrida em Santa Catarina em 1927, a qual tratou, especificamente, dos trabalhos manuais nas escolas primárias e complementares.

Costa (Reginaldo) apresenta, sob seis categorias de análise – recorte temporal; personagens e educadores matemáticos; instituições; metodologia; conteúdos matemáticos; fontes e níveis de ensino – um panorama das pesquisas agrupadas no Eixo História da Educação Matemática, nos Anais do XI ENEM, ocorrido em Curitiba em 2013, cujos setenta e um trabalhos contemplam desde o período colonial até os dias atuais, entretanto, a maioria concentra-se nas décadas de 1950 e 1960.

Duarte explicita as produções realizadas pelo Grupo de Pesquisa em História da Matemática e da Educação Matemática (GHMEM) e que estabelecem interações com projetos impulsionados pelo Grupo de Pesquisa de História da Educação Matemática no HISTEMAT – Revista de História da Educação Matemática Sociedade Brasileira de História da Matemática Brasil (GHEMAT), destacando a relevância de estudos que preconizam os saberes e práticas presentes no cotidiano escolar.

Búrigo analisa as críticas de pesquisas acerca do movimento da matemática moderna no Brasil e suas conexões com processos ocorridos em outros países, no mesmo período, sinalizando que o diálogo entre pesquisadores e suas produções tem permitido o refinamento das narrativas do movimento da matemática moderna como um processo complexo, resultante da interveniência de múltiplos atores e das condições em que se moveram.

Pontello e Gomes têm por principal objetivo analisar as ações realizadas pela Campanha de Aperfeiçoamento e Difusão do Ensino Secundário (CADES), detendo-se sobre as potencialidades das narrativas de sujeitos participantes para a formação de professores de Matemática no Ceará, nas décadas de 1950 e 1960.

Santos, Bezerra e Carvalho apresentam os aspectos históricos acerca da origem, da organização e do processo de estruturação do Liceu Alagoano, entre 1930 a 1970 e, além de refletirem sobre o currículo, a formação do professor e os métodos de ensino, destacam a evolução do Ensino Secundário, com ênfase no Curso Normal.

Almeida e Pinto procuram compreender como as tabuadas foram apropriadas pelos autores de livros didáticos de Aritmética que tiveram ampla repercussão, nas primeiras décadas do século XX, tais como Georg Büchler (Arithmetica Elementar, 1919) e Antônio Trajano (Aritmética Elementar, 1922) os quais apresentam registros de novos usos das tabuadas que, em tempos de protagonismo do método intuitivo, expressam contraponto com as práticas de memorização da tabuada de períodos anteriores.

Alves e Ripe, a partir da coleção “Nossa Terra Nossa Gente” e da reelaboração da coleção “Estrada Iluminada”, produzidas no estado do Rio Grande do Sul, no período de 1960-1978, identificam quais conteúdos da Matemática Moderna foram contemplados nessas coleções e o desenvolvimento e a influência do Movimento na produção didática gaúcha.

Rocha e Siqueira Filho, subsidiados por questões que preconizam saberes elementares matemáticos, prescritos e praticados por sujeitos inseridos em contextos educacionais, sumarizam a produção dos integrantes do GHEMAT-ES, os quais tomam a cultura como parte essencial da vida social, sobretudo, acerca do papel que desempenham como intérpretes do passado nas narrativas que constroem.

Souza et al. apresentam um breve inventário das pesquisas desenvolvidas pelo grupo COMPASSODF, ressaltando a importância do entrelaçamento da história da educação matemática do Distrito Federal (DF) com as demais histórias narradas por pesquisadores de outras localidades, para ampliação da visão de representações, apropriações e práticas relativas à história da educação matemática do Brasil.

Zuin, situando-se no século XIX, com destaque para a segunda metade dos Oitocentos, procura captar as representações e práticas, individuais ou coletivas, que refletiram o modo de ler o mundo, bem como os prós e contras, no interior das escolas no Brasil, com relação à legitimação do sistema métrico decimal como saber escolar e, portanto, um componente dos conteúdos de formação geral.

Santos aponta as intencionalidades em se construir representações e os caminhos seguidos para compreender a matriz da apropriação, a partir de trabalhos de conclusão de curso (TCC) e dissertações de mestrado produzidos, respectivamente, no âmbito dos Cursos de Licenciatura em Matemática e do Programa de Pós-graduação em Ensino de Ciências e Matemática, da Universidade Federal de Sergipe.

Kuhn e Bayer analisam exercícios de cálculo oral encontrados nas séries Ordem e Progresso e Concórdia, duas coleções de livros de aritmética, destinadas às escolas paroquiais luteranas do século passado, no Rio Grande do Sul, e identificam que os autores propuseram exercícios orais para que os alunos desenvolvessem habilidades de cálculo mental para que as utilizassem na administração do orçamento familiar e gerenciamento da propriedade rural.

Assim posto, na análise dos textos aqui publicados, penso ser possível postular que a vinculação entre história da educação matemática e história cultural ocorre por meio de vieses que permitem aos pesquisadores, da educação matemática, encontrar na história cultural a execução do ofício de historiadores, cujas reflexões apontam possibilidades de contribuições efetivas e significativas para compreendermos as perspectivas e lógicas de ações individuais ou coletivas, advindas de discursos e / ou intencionalidades imersas em documentos produzidos no passado, seja para legislar a formação de professores, seja para reformar a instrução pública em determinado tempo e espaço.

Moysés Gonçalves Siqueira Filho – Editor Adjunto


SIQUEIRA FILHO, Moysés Gonçalves. Apresentação. HISTEMAT – Revista de História da Educação Matemática. São Paulo, v.3, n.2, 2017. Acessar publicação original [DR]

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História Cultural / Embornal / 2014

O estudo das “representações” como trilha da História Cultural

Este número da Revista Embornal começou a ser pensado em forma de dossiê sobre a História Cultural. Imaginava-se um amplo painel da produção nacional ligada a esse campo de reflexões. Chamada pública realizada, iniciado o envio dos textos, percebeu-se a dimensão da tarefa aspirada. Primeiro, pela amplitude e complexidade do que se propunha. Dificilmente se obteria êxito em tarefa tão vasta se não fosse feito um planejamento de médio e longo prazo, tempo que não dispúnhamos. Depois, pela complexa tarefa de selecionar os textos remetidos, buscando relativa unidade de seus variados contextos de produção, suas diferentes e complexas temáticas e seus diversos usos documentais. Mais: apesar da razoável quantidade de textos enviados, não possuíamos textos com objetos próximos o suficiente para a constituição de um conjunto denso e sustentável de temas.

Diante disso, resolvemos considerar esta publicação não como um dossiê, e sim como uma espécie de ensaio, uma provocação que suscitasse novas e variadas questões.

Dessa forma, surgiu este número da Revista Embornal, voltado para a história cultural, com seus usos e leituras, suas apropriações e abordagens, em algumas de suas possibilidades de pesquisa e enunciação. Procurando nesta edição, contudo, uma trilha possível, evocamos o conceito derepresentação, aqui empregado de diferentes formas e articulado a temáticas e materiais diversos.

Os onze artigos selecionados correspondem ao intuito supracitado de provocação, instigando o aprofundamento das diversas possibilidades de compreensão e uso do conceito de representação e, consequentemente, da história cultural.

Assim, este número se inicia com uma prazerosa reflexão sobre a praia e a construção de papéis e significados de corpos de homens e mulheres, ancorada nos estudos da visualidade e, em última instância, das representações. Gisela Kaczan e Graciela Zuppa analisam, em “La playa como escenario visual de historias culturales. Argentina (1920-1940)”, cenas e práticas existentes na costa sudoeste de Buenos Aires.

O uso documental das imagens aponta uma análise reveladora dos lazeres e prazeres, das muitas formas de elaborar socialmente essas práticas e, sobretudo, de se relacionar com o mar.

Em seguida, numa transição para o espaço da festa e de suas manifestações, temos dois artigos, um, sobre a festa junina na imprensa da cidade de Belém, escrito por Elielton Benedito Castro Gomes e intitulado ”O São João dos cronistas, memorialistas e jornalistas: festa junina e imprensa em Belém nos anos 1950”, de onde emanam crônicas, romances e matérias jornalísticas que buscavam valorar essa manifestação em seus aspectos “tradicionais”, revelando a constituição saudosista de um “São João de antigamente”.

Outro, mais recuado no tempo, de Ana Luíza Rios, intitulado “Mercadores de partituras e críticos musicais: Música urbana e tradição em Fortaleza (1897-1949)”, no qual a autora, inspirada nas reflexões de Néstor Canclini, define a arte a partir da intervenção de vários sujeitos (marchands, jornalistas, críticos e mercadores de partituras), que delineiam nossas convenções sobre esse campo do sensível.

Cotejando a produção “crítica” do período com as partituras editadas nas casas de músicas e/ou grafadas por copistas, a autora aponta a existência de “uma escrita de tom caracteristicamente nacionalista”, dada a influência do modernismo de Mário de Andrade. Assim, com um uso documental distinto – mais uma iluminação da História cultural –, ela discute uma música urbana sob a ótica de tradições inventadas.

Depois, inicia-se uma sequência de cinco artigos, que refletem sobre gênero e educação, morte, doenças e panaceias, uma revolta e imprensa gay. Em comum (sobretudo os quatro últimos), além das representações, uma atenção voltada aos usos e importância dos periódicos.

Alfrancio Ferreira Dias e Maria Helena Santana Cruz assinam “A docência sob suspeita: as representações de gênero no campo da educação”. Por meio de entrevistas, os autores analisam trajetórias familiares e profissionais de professores do Colégio Estadual Atheneu Sergipense, a fim de compreender como as identidades de gênero se relacionam com o trabalho docente e ao cotidiano escolar.

Pedro Holanda Filho, em “Representações sobre a morte em Fortaleza-Ce (1920-1940)” investiga, por meio da obra de dois memorialistas, representações e práticas fúnebres em Fortaleza, capital do Ceará, pontuando que alterações ocorridas na cidade implicaram em novas formas de ritualização de atos fúnebres e de significação sobre a morte.

Em “Das moléstias e dos prodígios: anotações sobre doenças e panaceias no jornal ‘A Campanha’ (1900-1934)”, Lúcio Reis Filho e Graciley Borges analisam o imaginário da saúde e da doença no sul de Minas Gerais, salientando o papel da imprensa na difusão de valores morais e comportamentos sociais alinhados com a ciência médica, a indústria farmacêutica e os projetos de poder das elites mineiras. Segundo os autores, a urgente preservação e divulgação desse acervo documental e a reflexão sobre o papel dos jornais na construção da vida social e política de Minas Gerais são prioridades – que eles atendem.

Eduardo Barreto de Araújo, em escrito intitulado “A construção da revolta: as representações da revolução de 1930 na revista do Globo (1929-1932)”, além do marco histórico, explica como foi construída, no supracitado veículo, a imagem de Getúlio Vargas em sua dimensão de político regional e líder da revolução. Discorre, ainda, acerca das alianças políticas no Rio Grande do Sul que culminaram nesse acontecimento marcante da vida política republicana.

No artigo intitulado “História cultural e algumas reflexões: imprensa gay como fonte e objeto histórico”, Victor Hugo S. G. Mariusso, além de refletir sobre a imprensa e a história cultural – inspirado em autores basilares desse campo, como Roger Chartier, Raymond Williams e Stuart Hall –, debruça-se sobre uma sexualidade vivida de formas outras.

Lastreado no jornal “Lampião de Esquina” e nas revistas Sui Generis e ……., o autor examina identidades de gênero e orientações afetivo-sexuais, buscando entender a construção de uma normatividade sobre a erótica homossexual que, a seu ver, exclui a passividade e reitera a virilidade, no que denominou de “homonormatividade”.

Por fim, em uma última sequência de artigos, apresenta-se uma provocante reflexão sobre a ação dos intelectuais na Amazônia, no Ceará e na Europa.

Em “Heróis do deserto: notas sobre a intelectualidade amazonense (1920-1960)”, Vinicius Alves do Amaral desconstrói o “provincianismo” e os “anos de crise” do Amazonas, especialmente no campo artístico e intelectual, entre o fim do boom da borracha e a criação da zona franca de Manaus, dois momentos-chave da região.

Rycardo Wylles Pinheiro Nogueira se volta para um político, escritor e educador atuante na cidade de Aracoiaba, no Ceará, para entender a escrita de si. Em seu artigo “Escrita de si, memória dos outros: narrativa autobiográfica em Salomão Alves de Moura Brasil”, a personagem se expressa como um “eu narrado” que é o “eu da história”, pois o que faz em vida o possibilita atuar no “espaço do papel”, promovendo memórias que, em alguma medida, guardam intimidade com a memória coletiva, entrelaçando a história dele com a da cidade.

Para finalizar este número da Embornal, André da Silva Ramos colabora com o artigo “Robert Southey e o redescobrimento de Portugal: a valorização da herança gótica europeia”. O autor discute as formas como o historiador inglês refaz ou reconfigura suas noções acerca da pátria lusitana, a partir da publicação de Letters written during a short residence in Spain and Portugal (1797), tendo como pano de fundo sua atuação como resenhista na Grã-Bretanha, onde teria ampliado sua erudição. Simpatizando com a herança gótica, reavalia a contribuição de Portugal ao estilo, meditação que teria influenciado o direcionamento de sua carreira literária.

Para concluir, caros leitores, chamamos a atenção, novamente, para a diversidade temática, os variados usos documentais e as singulares interferências metodológicas que revelam a vivacidade e a pulsão de uma historiografia em pleno processo de constituição e em meio ao desafio de se reinventar.

Esperamos que apreciem a leitura.

Messejana, fevereiro/março de 2015.

Francisco José Gomes Damasceno

Sander Cruz Castelo

Lídia Noemia Santos

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Identidades e História Cultural (I) / Embornal / 2012

É com sumo prazer, que apresentamos aos nossos leitores mais um número de nossa Embornal. O prazer da apresentação tem contrastado com a responsabilidade de nossas escolhas, haja vista, a impossibilidade de publicação de todos os textos que nos são submetidos, e que tem se avolumado a cada preparação para a publicação de nosso periódico; o qual, neste número, diante das solicitações realizadas ao longo das atividades realizadas em virtude do XIII Encontro Estadual de História do Ceará, Realizado nas Faculdades INTA (Sobral), traz aos nossos leitores alguns textos que foram apresentados por nossos conferencistas e que versam sobre a temática do objeto do evento: Identidades e Comunidades: História(s) para que(m)?

Com vistas a possibilitar um diálogo mais profícuo entre textos/autores/leitores, optamos por, num primeiro bloco do Volume de número 5 da Embornal, agrupar os textos que refletem em torno das identidades, tendo então os trabalhos de Antonio Clarino Barbosa de Souza, o de Frederico de Castro Neves e o de Nilson Almino de Freitas.

No texto que abre o bloco em torno das identidades, Antonio Clarindo de Souza, Identidades: uma discussão em rede, parte de observações que permeiam nosso cotidiano e que via de regra, nos levam a pensar sobre o que somos, e sobre as quais nos pegamos pensando, por vezes, servem de pivô para o desenvolvimento das reflexões do autor, a partir de referencias clássicas e caras aos que estudam as ditas identidades. Texto brilhante, marcado pelas discussões do nosso efêmero presente e que nos remetem a pensar, como que Deleuze, de forma rizomática, na constituição de intercessores, no como me represento e no como somos representados. Reflexões estas, que nos instigam a refletir sobre o ser e não ser. Instigações que encontram pontos de apoio para mais pensamentos no artigo de Frederico de Castro Neves com seu texto intitulado O Nordeste e a Historiografia brasileira, e por ultimo levando a pensar sobre a construção de identidades culturais; e ainda, no trabalho de Nilson Almino de Freitas com seu trabalho intitulado É possível pensar a identidade cultural? o qual a partir de sua vivencia, tece de forma seminal, reflexões em torno da constituição da constituição uma identidade: a sobralidade triunfante.

Pensando as identidades, saímos das reflexões que pretendem pensa-las em sua constituição para analisar estratégias de fomentar sua existência, o que pode ser observado no renovador artigo apresentado por Tito Barros Leal, intitulado Por um projeto para o Brasil: José de Alencar e a polêmica em torno das cartas sobre a Confederação dos Tamoios. Ainda no campo da constituição de si, do eu na relação que busca estabelecer redes, sociabilidades e identidades, temos o trabalho de Renato de Mesquita Rios, e o de Marcos José Diniz Silva. O de Rios, intitulado Trajetória de vida em textos: João Brígido e o olhar sobre si (1899-1900), onde se busca apresentar ao público as várias faces da escrita de João Brígido. Já o de Diniz, intitulado Redes intelectuais, tradicionalismo e modernismo: religiosidades alternativas no Ceará dos anos 1920 e 1930, reflete sobre o desenvolvimento das referidas práticas de religiosidade, que acabam por fomentar o desenvolvimento de sociabilidades e comunidades (como as define KUNH) no Ceará.

Encerramos nossa Embornal com mais três textos que consideramos extremamente importantes para os estudos que se tem desenvolvido em torno da História Social, sendo o de Francisca Eudésia Nobre Bezerra, Os agouros da maldizença: uma história de um mau presságio no interior do Ceará (1950-2000); onde nos é dado a ler um belo exercício de desenvolvimento de trabalho a partir da História Oral, buscando dar a voz às crenças de um determinado povo, o texto de texto de Caio Lucas Morais Pinheiro Futebol profissional e Futebol espetáculo: a constituição do jogo como espetáculo em Fortaleza (1946-1960), refletindo sobre a profissionalização do jogador de Futebol no Estado, a partir de elementos que muito nos dão a conhecer o processo, assim como, de Sebastião Rocha da Silva Filho, com seu Práticas Sociais como modos de vida: higienização e o seu discurso disciplinador na cidade de Manaus 1891-1910, refletindo sobre um processo instituinte de práticas, aos moldes de um Processo Civilizador (ELIAS), na cidade de Manaus.

Por aqui terminamos então, mais uma apresentação de nossa Embornal, no desejo dos melhores leituras e pesquisas.

Forte abraço.

Thiago Tavares

Editor da Revista Embornal Acessar publicação original deste texto

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Identidades e História Cultural (II) / Embornal / 2012

É com grande prazer que apresentamos aos nossos associados e ao público em geral, o esperado número 6 da Revista Embornal. Nesta edição contamos com a colaboração trabalhos versando sobre as mais diversas temáticas e autores que por pouco não abrangem o território nacional de extremo a outro.

Como entrada de nosso sexto número, apresentamos o texto de Camila Mota Farias, intitulado A invenção de uma comunidade: narrativas de resistência e tradição oral em Balbino-CE, onde a autora desenvolve suas reflexões em torno da criação/invenção de táticas com vistas a garantir a manutenção da comunidade Balbino, na região metropolitana de Fortaleza diante da especulação imobiliária. Invenção esta, que segundo podemos observar aproxima-se das ponderações apresentadas no filme Narradores de Javé; mas semelhanças à parte, a autora desenvolve suas reflexões, articulando de forma exemplar a discussão teórica, às fontes orais das quais se utiliza para o desenvolvimento de seu texto, apresentando elementos que remontam às origens da Comunidade quilombola, segundo informa Camila.

Ainda em se tratando das táticas para a constituição de comunidades, temos as reflexões de Francisco José Gomes Damasceno em seu Vozes do Povo pelas onda do rádio se espalham pela cidade: duas experiências musicais de cantadores do/no Nordeste Brasileiro que busca nos apresentar o meio de produção e circulação da arte dos tocadores de viola nos sertões nordestinos. Comunidade esta que se constitui a partir da métrica dos acordes e marca dos motes e (re)invenção da arte a cada acionamento do saber fazer, saber ser cantador.

Permanecendo ainda no universo da música, temos o trabalho de roberto Camargo de Oliveira com seu inquietante, como um bom Rock, artigo intitulado A Cena alternativa do Hardcore: Cultura e Política.

Como não poderia deixar de ser ainda, apresentamos neste número, mais estudos sobre a questões das identidades, questão nesta edição, ficou sob os auspícios de Josenildo Pereira em seu texto intitulado As identidades quilombolas contemporâneas: nuances das experiências do Maranhão. Ainda na esteira das reflexões em torno das questões étnicas, apresentamos os trabalhos de Eduardo Gomes da Silva Filho, que nesta oportunidade nos apresenta A Política indigenista e a resistência dos Waimiri- Atroari no caso Balbina,1979 a 2012, e o trabalho Liberdade: uma disputa étnica, assinado por Rafael de Almeida Serra Dias.

Caminhando para o fim da apresentação de nosso sexto número, apresentamos o texto de Marcelo Vieira Magalhães, intitulado Os olhares da Alteridade: os sírios e libaneses e suas formas de se representar e ser representado, que nos leva a pensar sobre a constituição de representações sobre oeu/nós/outro, e por último as reflexões de Thiago Tavares em torno da escrita da História ao longo do oitocentos, em seu trabalho Sobre agenciamentos do pretérito: História, Memória e devires.

Por esta edição, ficamos por aqui, e no preparo da Embornal número 07, e lhes desejando boas leituras.

Thiago A N R Tavares

Editor da Revista Embonal.

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História Cultural em Perspectiva / Revista Mosaico / 2008

Mosaico: história, cultura e poder

Uma nova revista, dentre tantas, o que pode trazer de novo? Uma entre outras, mas que se arrisca a tentar formar um conjunto novo. Ou, assumindo-se a pretensão, redesenhar o quadro de uma historiografia aberta. A revista do Programa de Mestrado em História da UCG que ser um espaço amplo para a execução de mosaicos historiográficos.

Talvez apenas demonstrá-los. Desde há muito que a história deixou de ser pensada no singular. Não que algum dia o tenha sido realmente, mas assim acreditávamos. Depois se denominou aquilo que chamávamos História, com H maiúsculo, de “história historicizante”. Uma redundância, óbvio: um excesso para demonstrar uma carência. Contra tal pobreza (de espírito?), foi invocado pelos próprios historiadores, ao menos pelos bons, o imperativo da interdisciplinaridade.

Mas por que ele ainda parece nos desafiar? Será que após mais de um século de historiografia científica, ainda nos fazemos surdos perante as demais ciências? Ou tal deficiência seria congênita aos saberes de Clio? Se a resposta a essas questões mereceria um exame aprofundado que não cabe aqui, fiquemos com o diagnóstico: uma História pluralista, como a vida, permanece como um embate do presente.

A revista Mosaico, portanto, possibilita um campo para essa luta. Reúne a perspectiva histórica às noções englobantes de cultura e poder. Três conceitos indelimitáveis, ilocalizáveis, que beiram o indefinível. Por outro lado, interrelacionados em sua essência. Sempre que separados, o resultado obtido será um enfoque profundamente deficiente. Um está complementando o outro, remetendo para o outro sem perder sua especificidade.

Daí a idéia de uma história mosaical. Se o saber histórico visa a apreensão do particular, do específico, ele só é construído quando os articula numa dimensão geral. Os historiadores, destarte, configuram quadros onde diversos vestígios devem ganhar sentido. A caracterização de uma época não é mais importante que a de qualquer evento. Não estão correlacionados? Não há como hierarquizar. Todos compõem o âmbito da narrativa histórica.

Mas dentro dessa relativa indeterminação, cada partícula deve surgir em sua cor própria conformando o todo. Na trama dos eventos narrados, sua exposição explicativa. Sim, porque a narrativa não deixa de lado a capacidade explicativa; contribui dinamizando o enredo conceitual.

Destarte, a história mosaical encampada por esta revista se dá ao luxo de não optar por escolhas indiscerníveis. Rompendo com a lógica da exclusão, compreende que a riqueza do conjunto só existe na contribuição ressaltada de cada elemento.

Este número inaugural insere os seis primeiros artigos, com diversas abordagens metodológicas, no Dossiê História Cultural em Perspectiva. O primeiro, de Sandra Pesavento, trata da renovação da história urbana, desafiando a reflexão sobre as relações entre espaço, memória e discurso histórico. Já o segundo, escrito por Sérgio Coutinho, discute os novos modos de perceber os espaços individuais, a subjetividade exposta pelos diários e a intimidade de uma espiritualidade inconformada.

Segue o artigo de Eduardo Quadros, tratando da cartografia como fonte histórica, em especial a que retrata o continente latinoamericano. Ainda aprofundando o debate sobre a identidade das Américas, Werner Mackenbach aborda as representações literárias do mundo insular caribenho.

Finalizando o dossiê os dois últimos textos, tratam do topos cultural em duas áreas correlacionadas: a antropologia e a sociologia. Izabel de Mattos discute os impasses e as vias de diálogo com a história, partindo das recentes tendências da teoria antropológica. A ciência da cultura weberiana é o tema apresentado por Rodrigo Godoi, mostrando como o pensador alemão permanece atual perante os desafios epistêmicos das Ciências Humanas.

Em seguida, os artigos de Judy Bieber, “O sertão Mineiro como espaço político” e de Maria Cristina Rosas “México e Brasil: Buenos enemigos o amigos mortales?” na seção artigos de temas livres e, por última, a resenha do livro “História e Sensibilidades”, por Cléria Botelho.

O Programa de Mestrado em História da Universidade Católica de Goiás alegra-se em proporcionar esse novo espaço de debate. Que a singela complexidade de tantos mosaicos, figurativos e / ou textuais, encante a todos.

A Comissão Editorial


Comissão Editorial. Editorial. Revista Mosaico. Goiânia, v.1, n.1, jan. / jun., 2008. Acessar publicação original [DR]

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História Cultural / Revista Eletrônica História em Reflexão / 2008

A terceira edição da Revista Eletrônica História em Reflexão, traz num primeiro momento o Dossiê sobre História Cultural. A ampla gama de estudos que cercam a historiografia que relega suas pesquisas à história cultural se destaca nas universidades brasileiras. Grande parte dos programas de pós-graduação em História possuem disciplinas destinadas à pesquisa em práticas culturais, cultura e história cultural, bem como há uma grande difusão da temática em eventos acadêmicos. Um dos grandes méritos da linha de pesquisa é por envolver as mais diversas áreas de pesquisa, fornecendo assim estudos interdisciplinares, o que enriquece ainda mais as discussões teórico-metodológicas acerca dos temas.

Os trabalhos aqui apresentados contribuem em grande parte para mostrar essa diversidade de estudos em torno da Cultura, levando em consideração as diversas lacunas existentes nessa historiografia que há pouco tempo tem se voltado para novos objetos, novos problemas e novas abordagens – como bem destacaram Jacques Le Goff e Pierre Nora. Também mostram as mudanças historiográficas ocorridas no Brasil nas últimas décadas, quando se tem a possibilidade de encontrar um campo fértil para a injeção de novidades, como muito bem denota Peter Burke em “Variedades de História Cultural”, e que possam ser externalizados para a comunidade acadêmica e para o público em geral, por meio desse veículo de difusão de idéias.

Num segundo momento e de mesma importância, trazemos artigos com temas livres e que tratam das complexidades historiográficas que permeiam a disciplina. Sem demoras passamos há apresentar os trabalhos publicados nessa edição de História em Reflexão.

Antonio Marcos Myskiw, estuda o cenário cultural e intelectual de Curitiba / PR, entre os anos 1870 e 1920, com ênfase na produção literária de alguns intelectuais paranaenses; na importância das casas tipográficas, das oficinas de redação dos jornais e de seus respectivos editores para a construção de hábitos de leituras na população curitibana; nos leitores e nas práticas da leitura, em seu artigo intitulado “Curitiba, ‘República das letras’ (1870 / 1920)”.

No texto “Ipes e Ibad: A crise política da década de 60 e o advento do Golpe Civil-Militar de 1964”, Carlos Fellippe de Oliveira busca verificar as diferentes fases do Instituto de Pesquisas e Estudos Sociais e do Instituto Brasileiro de Ação Democrática, entre os anos de 1959 e 1966. Busca ainda compreender o arcabouço ideológico que formou tais institutos. A crise política, culminando na total paralisia do poder de decisões do parlamento brasileiro, propiciaria a implantação de um Estado burocrático-autoritário. Investigando de que forma o IPES e o IBAD se instalaram no governo pós-64, assumindo a formulação de diretrizes básicas para a nova administração.

Francisco de Assis, em “Comunicação vertical na Igreja de Pedro: uma história crítica do jornal da Diocese de Taubaté” pontua dois objetivos distintos para seu artigo. O primeiro recupera a trajetória do jornal O Lábaro, publicado pela Diocese de Taubaté desde 1910; o segundo mostra, por meio da leitura crítica de sua história, como os líderes da Igreja Católica utilizaram tal mecanismo, ao longo de quase 100 anos, para disseminar suas idéias.

Marcelo Souza Oliveira mostra como a elite baiana no inicio do século XIX, passou por um período de dificuldades econômicas e sociais em decorrência do declínio das atividades agrícolas de exportação. Levando muitos membros da elite letrada a escrever textos sobre os saudosos tempos de opulência e abastança dos agricultores do Recôncavo. A escritora Anna Ribeiro (1843-1930), era membro desse grupo. O objetivo do texto é fazer uma releitura do mundo em que Anna Ribeiro viveu e do grupo com o qual se identificou. Visa ainda oferecer fundamentos para a interpretação da literatura produzida por Anna Ribeiro, no artigo denominado “Uma Senhora de Engenho no mundo das letras: História, memória e identidade cultural em Anna Ribeiro de Góes Bittencourt (1843-1930)”.

Em “Estorvo: uma crônica interrompida”, Marcelo Pessoa realiza um breve estudo da obra Estorvo, de Chico Buarque, tentando estabelecer uma relação desse texto com o gênero literário crônica. Realiza ainda uma abordagem da representação literária da subjetividade sócio-cultural e histórica do Brasil contemporâneo. Marcos Leandro Mondardo mostra como os caboclos tiveram uma importância muito grande, enquanto indivíduos que ocuparam diversas regiões do Brasil. No Sudoeste paranaense, os caboclos tiveram participação no processo de (re)ocupação. Busca no artigo discutir elementos da territorialidade cabocla no Sudoeste do Paraná, e demonstrar os processos que se desenrolaram através da migração direcionada de gaúchos e catarinenses para a referida região. No seu artigo intitulado “Os Caboclos no Sudoeste do Paraná: de uma “Sociedade Autárquica” a um grupo social excluído”.

No texto “Santidade, jejum e anorexia na História” notaremos que na atualidade a anorexia é classificada como um transtorno alimentar caracterizado por limitação da ingestão de alimentos, devido à obsessão de magreza e o medo mórbido de ganhar peso. Mesmo não sendo conhecida por este nome, é possível detectar a presença desta doença no Ocidente a partir do século XII. O jejum religioso, prática comum naquela época, configurava-se como uma forma de aproximação com Deus, sendo recorrente entre as pessoas consideradas santas. A autora Maria Valdiza Rogério Soares tem como objetivo analisar a prática da restrição alimentar como atributo da santidade, traçando uma relação entre aquela e a anorexia na história.

No texto intitulado “O êxodo do hebreus segundo historiadores e arqueólogos: ênfase na perspectiva minimalista a partir da obra de Finkelstein e Silberman”, Josué Berlesi procura analisar as interpretações de historiadores e arqueólogos a cerca do evento bíblico do êxodo hebraico. O autor propõe-se a sua abordagem que privilegie a analise teórica minimalista.

Em seu artigo “Revisitando A Retirada da Laguna: um debate entre a Memória, História e Turismo” os autores Carlos Alexandre Barros Trubiliano e Carlos Martins Júnior buscam a partir da ciência histórica, discutir as revisões da obra A Retirada de Laguna, que vêm sendo realizadas com o objetivo de seu aproveitamento turístico. Além disso os autores sinalizam alguns elementos que podem ajudar a garantir o sucesso de uma trilha turística cultural baseada nos eventos descritos por essa obra.

Paulo Raphael Feldhues em “Modernidade, Cultura e Poder: Aspectos da cidade do Recife durante o Estado Novo” exibe como o golpe de 1937 levou Agamenon Magalhães à interventoria do estado de Pernambuco. A política cultural empregada por Agamenon permitiu que a modernidade consagrasse seus moldes autoritários. O objetivo do autor é analisar a relação entre as práticas cotidianas e a importância dada à visão do outro na sociedade recifense estadonovista, a partir das representações simbólicas contidas em propagandas privadas e eventos sociais do período.

No Artigo “Cultura popular no imaginário brasileiro e latino-americano: caminhos possíveis de reflexão teórica”, Sérgio Campos Gonçalves com um olhar direcionado àqueles que se iniciam nas pesquisas sobre representações do popular no imaginário brasileiro e latino-americano, estabelece o objetivo de apresentar um pequeno guia panorâmico e bibliográfico das discussões teóricas acerca das aplicações do conceito de cultura popular. No artigo “História da Idéias – em torno de um domínio historiográfico” José D’Assunção Barros faz uma análise panorâmica desta modalidade historiográfica, principalmente de suas relações dialógicas com a História Cultural e a História Política.

Em conjunto as autoras Fabíola Andrade Pereira e Vivian Galdino de Andrade procuram mostrar como na contemporaneidade a educação popular tem ganhado destaque, sobretudo no que se refere a suas perspectivas, enquanto prática pedagógica e uma teoria da educação cuja concepção tem sido uma das mais belas contribuições ao pensamento pedagógico universal. Sua fundamentação tem contribuído positivamente na construção de novas formas de fazer política, de pensar e fazer democracia. Neste aspecto, surgem emaranhados de questões que evocam a necessidade de pensá-la como uma busca, um produto histórico, nos levando a lançar algumas idéias para renovar antigas discussões, por meio do texto denominado “(Re) pensando a educação popular e suas perspectivas diante da construção da escola cidadã” a análise busca compreender o campo da educação popular sob a perspectiva de uma educação emancipatória.

Inaugurando uma nova seção na Revista trouxemos a polêmica acerca do cinema nacional em que Ricardo Corrêa Peixoto denomina de “Tropa de Elite: Realidade ou Narcisismo às Avessas?” O presente texto tem como força motriz, o firme desejo de promover a confrontação entre as concepções moralistas e inflexíveis, em relação ao trato dos usuários de drogas apresentados no filme, cuja truculência e implacabilidade inviabiliza o diálogo e, por conseguinte, um melhor entendimento dessas “anomalias” que não são meramente questões urbanas, sociais, culturais, mas transitam nas dimensões existenciais da humanidade em todo globo e em todos os tempos.

A Professora Doutora Marieta de Moraes Ferreira nos brinda com uma entrevista dando um panorama geral da História Oral na atualidade. Entre outros elementos elenca uma série de questões relacionadas à historiografia nacional e internacional, como a história do presente, breves reflexões sobre a historiografia contemporânea, algumas questões metodológicas e assim por diante, apresentando-as na íntegra.

Por último trouxemos as seguintes resenhas: do livro organizado por Gilson Porto Jr, intitulado “História do tempo presente”, resenhado por Gabriele Daiana Thiecker; a resenha feita por Nataniél Dal Moro, do livro “O jogo das diferenças: o multiculturalismo e seus contextos”, dos autores Luiz Alberto Oliveira Gonçalves e Petronilha Beatriz Gonçalves e Silva e por fim a resenha do livro de, Matthew Restall “Sete Mitos da Conquista Espanhola” elaborada por Maurício Tadeu Andrade.

Boas leituras!

Leandro Baller

Thiago Leandro Vieira Cavalcante

(Editores)

Dourados – Verão de 2008.


BALLER, Leandro; CAVALCANTE, Thiago Leandro Vieira. Apresentação. Revista Eletrônica História em Reflexão. Dourados, v. 2, n. 3, jan. / jul., 2008. Acessar publicação original [DR]

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História cultural & multidisciplinaridade | Fênix – Revista de História e Estudos Culturais | 2007

A história cultural está na ordem do dia. Seu território é vasto, parecendo mesmo não ter limites. Louvada por uns, que a consideram o melhor quinhão da história para ser trabalhado – espécie de “crème de la crème” para o pesquisador –, é seriamente atacada por outros, que a acusam de “modismos”, de apresentar uma certa “inconsistência teórica” ou mesmo chegam a taxa-la com esta palavra que já virou insulto: “pós- moderno”…

A presença marcante dos estudos de história cultural entre os historiadores no Brasil se fez sentir nas duas últimas décadas, expressas na preocupação de seus pesquisadores com questões de natureza teórica e metodológica, bem como da renovação temática de seu campo de trabalho. Leia Mais