Malvinas y las guerras del siglo XX | María Inés Tato

Este libro, procesado a través de la plataforma Teseo Press, disponible en versiones papel y electrónica, es importante por varios motivos.

El primero puede leerse en la página de legales del propio libro: es el resultado de “pesquisas” (en plural) desarrolladas en el marco de un Proyecto de Investigación Plurianual de CONICET1 dirigido y codirigido por los mismos colegas que hacen lo propio con la obra. Pero no solamente es un libro producido por investigadores que reportan directa o indirectamente al CONICET sino que –y esto me parece menos obvio y más sugestivo– el proyecto que le da origen no está consagrado enteramente a la guerra de Malvinas, sino que esta (al menos por quienes pergeñaron el proyecto) es considerada en una secuencia de larga duración. Esto es: las experiencias civiles o militares que se estudian, desde una perspectiva heurística, son de la guerra y no de Malvinas –como sinónimo de la guerra de Malvinas–. Retomaré la importancia que este punto tiene para la vida ulterior del libro sobre el final del comentario.

El segundo motivo por el cual Malvinas y las guerras… es importante radica en la calidad de los trabajos que lo componen. Posiblemente, esto constituya una evidencia para quien conozca el recorrido y la solvencia académica de los autores y las autoras de los textos alojados en el volumen, pero hace mucho tiempo aprendí a evitar la trampa de derivar mecánicamente calidades de los nombres y leo, luego opino. Estos textos están bien trabajados, están en diálogo –veremos que de manera voluntaria e involuntaria– y también están muy logrados por todo lo que se inhiben de adelantar respecto de cosas que dominan, que ya saben pero administran, porque mucho de lo que estaban haciendo mientras terminaban este proyecto, está asordinado pero enriqueciendo el conjunto. Quiero decir que al aporte del contenido se le suma, además, un firme pilotaje de la forma que sostiene el edificio del “libro de proyecto”, tantas veces devaluado en comisiones evaluadoras –algunas veces con razón–. Este es un producto de trabajo colectivo genuino que resistirá el paso del tiempo. Leia Mais

Os argentinos – PALACIOS (RTA)

PALACIOS, Ariel. Os argentinos. São Paulo: Contexto, 2013. Resenha de: SILVA, Gabriela Resendes. A singularidade do povo argentino na obra de Ariel Palacios. Revista Tempo Amazônico, Macapá, v.1, n.1, p.101-103, jan./jun., 2013.

A obra Os Argentinos de Ariel Palacios apresenta ao leitor traços de um povo e de uma nação, abordando desde assuntos como política e crises econômicas à culinária e aspectos da vida cotidiana do país. O livro, que integra a coleção “Povos e Civilizações”, é um verdadeiro guia para aqueles que gostam ou tem curiosidade de conhecer melhor o nosso vizinho de fronteira.

Jornalista, brasileiro de ascendência argentina, Ariel Palacios teve sua formação inicial na Universidade Estadual de Londrina, em 1987. Fez o Master de Jornalismo do jornal El País (Madri) em 1993, e em 1995, foi para a Argentina para ser correspondente de O Estado de S. Paulo em Buenos Aires. Palacios também é correspondente do canal Globo News desde 1996.

Em Os Argentinos, encontra-se um verdadeiro leque de temas que permitem ao leitor, a partir de sua capacidade imaginária, transporta-se para a Argentina Colonial, a Argentina de Perón e Evita ou para a Argentina do tango. Essa pluralidade de temas faz-se notar no decorrer dos quatorzes capítulos da obra.

No decorrer do livro, Palacios apresenta-nos os argentinos, sem os clichês e estereótipos que costumam marcar presença na grande maioria dos relatos acerca do país. De modo que o autor além de nos apresentar nossos “hermanos”, realiza uma contextualização histórica da Argentina. Esta contextualização nos permite entender os processos ocorridos na sua história, que, por sinal, é marcada por uma forte instabilidade política e econômica.

Em Os Argentinos, o autor descreve a economia argentina como “esquizofrênica”, marcada por altos e baixos. De forma que, no país a economia está muito vinculada à política, que por sua vez, tem à frente representantes que não acreditam totalmente no sucesso econômico do país, passando assim um sentimento de insegurança para a população.

Mas, se há na política atual da Argentina políticos que passam insegurança para a população,  houve no decorrer do século XX figuras que mobilizaram as massas. São citados pelo autor como os “grandes mitos” da História Argentina. Dentre os grandes líderes, Palacios evidencia a figura de Eva Duarte de Perón (1919-1952) no imaginário do povo argentino, como a “mãe dos pobres” e de seu esposo Juan Domingo Perón (1895-1974) como grande líder político – mesmo estando morto, ainda exerce muita influência na política argentina por meio dos discursos dos novos “líderes”, que usam o que foi dito pelo ex-presidente, para legitimar sua forma de governar.

Outro assunto destacado no livro é o posicionamento da Argentina, ou melhor, de políticos argentinos em relação aos criminosos do nazismo. Muitos estudiosos acreditam que criminosos nazistas encontraram refúgio na bela e “europeia” Buenos Aires. Segundo Palacios a política e a afeição de Perón e Evita para com os ideais fascistas, teriam facilitado a entrada e permanência de figuras importantes do III Reich. Palacios destaca o forte sentimento antissemita presente em parte da população argentina, mostrando-nos que mesmo sendo o país que concentra a maior comunidade judaica da América Latina, é também a possuidora do maior número de grupos neonazistas.

O autor em meio a assuntos pesados – política, economia, mortes e torturas –, encontrou, em sua obra, espaço para falar das artes argentinas: do tango de Astor Pantaleón Piazzolla à literatura de Jorge Luis Borges; e também das riquezas gastronômicas do país, que, por sinal, gaba-se de ter inventado o doce de leite e de possuir uma carne de excelente qualidade.

Outro aspecto discorrido no livro é a língua e os diversos e corriqueiros erros cometidos entre os brasileiros ao tentarem falar o espanhol e os erros cometidos pelos argentinos ao tentarem falar com certo “jeitinho brasileiro”. Mas o que surpreende os brasileiros na leitura é o posicionamento dos torcedores argentinos em relação ao futebol e as disputas com seu grande rival, que não é o Brasil, mas sim a Inglaterra.

Assim, Palacios mostra-nos, em seu livro, a importância do futebol para os argentinos, evidenciando no decorrer da leitura, que ao contrário do que muitos pensam, o grande inimigo da Argentina não é o Brasil, mas sim a Inglaterra, por causa da Guerra das Malvinas. Sendo que além de abordar essa relação Brasil-Argentina no que se refere ao futebol, Palacios mostra que no país o futebol, a Copa do Mundo, teve um papel “curioso”, pois em meio ao terror da Ditadura Militar, todos (os contrários e os defensores do Regime) compartilhavam o mesmo sentimento, a torcida pela vitória argentina na Copa de 1978 – confirmando assim o forte sentimento patriótico que as disputas futebolistas causam na população de um país.

Por fim, ao contrário do que dizem as diversas piadas envolvendo os argentinos, e sua relação para com os brasileiros, Ariel Palacios, em sua obra, tem por intuito desfazer esse “mal entendido”, pois segundo o autor, eles nutrem pelo Brasil e por seu povo, um forte sentimento de admiração e respeito. E neste caso, segundo Palacios, a recíproca é verdadeira.

Desta forma, podemos dizer que o livro Os Argentinos, do jornalista Ariel Palacios, contem valiosas informações sobre o nosso vizinho de fronteira. É visível o respeito que o autor tem para com a Argentina e seu povo, sendo cuidadoso ao descrever a realidade do país. Para isto ele baseou-se em obras de historiadores, escritores e reportagens. Assim, a obra é recomendável tanto para o meio acadêmico, como também para um público mais amplo e não especializado, aquele formado por pessoas que simplesmente desejam conhecer melhor o país.

Referência

PALACIOS, Ariel. Os argentinos. São Paulo: Contexto, 2013.

Gabriela Resendes Silva – Graduanda em História pela Universidade Federal de Sergipe. Bolsista do Programa de Educação Tutorial do Curso de História (PET/UFS). E-mail: gabriela@getempo.org.

Acessar publicação original

[IF]