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Construindo impérios na época moderna: Negócios – Política – Família – Relações Globais | Cantareira | 2021
Cinchona | Foto: Royal Botanic Garden
Nos últimos anos, com as abordagens trazidas pela História Global, os estudos das redes foram tendo sua importância renovada, sobretudo como método para o entendimento das relações complexas entre indivíduos, grupos e estados, tal como o colocou Fernand Braudel.
No campo da História, esta análise serviu como metodologia para compreender os sujeitos dentro das redes que se estabeleciam a partir de laços familiares, religiosos, clientelares, políticos ou econômicos, mas também dos mecanismos de controle, formais ou informais, que permitiram o desenvolvimento dessas relações na longa distância, em diferentes universos políticos, econômicos, sociais e culturais. Leia Mais
Família/Acervo/2017
O dossiê da revista Acervo ora em tela atualiza a discussão sobre família e apresenta algumas tendências contemporâneas de seu estudo nas ciências humanas, com destaque para os campos da história, da antropologia e dos direitos humanos. Tais reflexões são resultado tanto dos desafios enfrentados pelas famílias e seus atores, no que compete à conquista e manutenção de direitos na atualidade, a exemplo do Estatuto da Família que tramita no Congresso Nacional (PL 6583/2013) e dos altos índices de violência contra a mulher no Brasil, quanto do fruto de uma longa tradição intelectual de reflexão sobre a família brasileira. Nos artigos que se seguem, o leitor terá a oportunidade de compreender as noções e organizações familiares que coexistiram em diferentes tempos e espaços, sua importância nas disputas políticas e sociais, bem como as fontes e metodologias de pesquisa utilizadas para apreender essa miríade de vivências e experiências. Leia Mais
Infância, Juventude e Família / Revista Brasileira de História & Ciências Sociais / 2016
A Revista Brasileira de História & Ciências Sociais – RBHCS tem a satisfação de apresentar sua nova edição. Com uma posição editorial orientada pela transdiciplinaridade, essa edição segue seu ideal ao trazer produções acadêmicas que fornecem ao leitor a oportunidade de discutir temas caros às ciências humanas, por diversas abordagens e enfoques teóricos. Trata-se de explorar olhares múltiplos sobre temas comuns aos campos científicos que exploram as relações humanas. Nessa edição o Dossiê Temático “Infância, Juventude e Família” trás exemplos dessas discussões referente à essa temática ao longo da História.
Apresentamos aqui abordagens que navegam por temas como a infância e sua representação ao longo tempo até discussões jurídicas acerca da menoridade penal. Resgatar a criança e a juventude ao longo da História é um desafio, assim como entender esses agentes em nossa realidade presente. A ponte entre o presente e o passado pode nos ajudar a compreender realidades sociais esquecidas e marginalizadas como a infância desvalida e o jovem infrator, estigmas discursivos tão presentes.
Além do dossiê, esta edição ainda conta com artigos livres com temas comuns à História & Ciências Sociais, como migrações, saúde e religião, além de resenhas e a sessão Arquivo e Pesquisa. Estamos assim, imensamente gratos pela colaboração dos nossos autores, avaliadores e leitores que acreditam e tornam a RBHCS um verdadeiro instrumento de troca e produção de conhecimento para as Ciências Humanas.
Denize Terezinha Leal Freitas
Jonathan Fachini da Silva
José Carlos da Silva Cardozo
Diretores da RBHCS
FREITAS, Denize Terezinha Leal; SILVA, Jonathan Fachini da; CARDOZO, José Carlos da Silva. Apresentação. Revista Brasileira de História & Ciências Sociais. Rio Grande, v.8, n. 15, jan. / jun., 2016. Acessar publicação original [DR]
Arranjos familiares: as famílias ontem e hoje / Revista Brasileira de História & Ciências Sociais / 2013
Entregamos ao leitor mais uma publicação da Revista Brasileira de História & Ciências Sociais – RBHCS. Resultado de um árduo trabalho e, também, da surpreendente constatação do crescimento deste periódico. Foram mais de 200 trabalhos recebidos entre artigos, resenhas e transcrições, motivo de muita lisonja para a equipe de editores, todavia de grandes desafios para o Conselho Editorial.
O desenvolvimento “de vento em popa” da revista, ratificado pela manutenção em 2013 da avaliação Qualis / Capes B1 – A Nacional e pelo aumento considerável de trabalhos, trouxe novos desafios para os editores. Primeiramente, percebemos que a procura da RBHCS reflete a qualidade e o constante cuidado do processo de avaliação e editoração quanto à busca da excelência nas publicações. Em segundo lugar, isso significou um redimensionamento da quantidade de trabalho. Foram muitos problemas gerados pela enorme demanda de trabalhos. Pedimos desculpas para aqueles que, infelizmente, não conseguimos dar a atenção devida e agradecemos imensamente à paciência daqueles que aguardam uma resposta.
Esperamos que os nossos leitores e autores compreendam que este trabalho só acontece graças a uma rede mútua de trabalho que depende desde a espera dos autores, como também, da perspicácia e rapidez dos pareceristas ad hoc, bem como, da nossa agilidade e cuidado na formatação e demais procedimentos editoriais. Sabíamos que não seria um trabalho fácil, porém temos consciência e a honestidade de nos dirigirmos ao público e dizermos que estamos providenciando o mais rápido as respostas a todos os autores.
De modo geral, agradecemos a atenção e compreensão quanto as nossas limitações. E, também, dirigimos agradecimentos aos autores, leitores e demais membros do corpo editorial pelo sucesso deste nosso sonho chamado Revista Brasileira de História & Ciências Sociais!
Ótima leitura!
Ana Silvia Volpi Scott
Denize Terezinha Leal Freitas
Jonathan Fachini da Silva
José Carlos da Silva Cardozo
Editores
SCOTT, Ana Silvia Volpi; FREITAS, Denize Terezinha Leal; SILVA, Jonathan Fachini da; CARDOZO, José Carlos da Silva. Apresentação. Apresentação. Revista Brasileira de História & Ciências Sociais. Rio Grande, v.5, n. 9, jan. / jun., 2013. Acessar publicação original [DR]
Família / História – Questões & Debates / 2009
Por largo tempo, os estudos de família foram domínio dos genealogistas, a quem cabia avalizar, ou não, o bom sangue e o bom nome de determinadas estirpes. Eles detinham legitimidade para definir, com exatidão, o posto de cada um dos integrantes de uma linhagem e, por consequência, para estabelecer os lugares dessas pessoas em certo momento da história familiar. Esses lugares, por sua vez, associavam-se aos campos das prerrogativas e das interdições sociais, definiam precedências, benesses e privilégios no interior de sociedades calcadas em valores como prestígio, a exemplo do Antigo Regime Europeu.
Ali, a difusão do ideário liberal, em suas versões econômica, política e social, favoreceu as transformações que encaminharam a consolidação da sociedade burguesa no Oitocentos. Uma das marcas dessa configuração social foi promover mobilidade social calcada em méritos individuais, em amplo desfavor à procedência familiar. Dessa feita, as vias do trabalho e da escolaridade permitiam que os jovens construíssem suas vidas ao largo de suas famílias, desobrigando-os de cumprir a solidariedade geracional. Foi esse contexto de desgaste das funções tradicionais da família que encaminhou a opção das sociedades ocidentais pela estrutura domiciliar nuclear, que passa a concentrar-se em torno dos princípios da afetividade entre seus membros e da formação patrimonial para o benefício das sucessivas gerações.
Essas e tantas outras mudanças alçaram a família à condição de objeto de estudo. Não por acaso os juristas tiveram pioneirismo nessa área. Preocupados em estabelecer os direitos de sucessão, acabaram se deparando com o emaranhado de sistemas familiares que historicamente acompanharam as sociedades, o que os motivou a apresentar explicações fundadas nas teorias de evolução social, tão em voga no período. J. J. Bachofen (1815- 1887) e J. F. McLenann (1827-1881), por exemplo, encarregaram-se de enraizar a ideia da evolução das formas de conjugalidade e de parentesco: elas teriam partido do estágio da promiscuidade primitiva com base na linhagem feminina para culminar na monogamia, parentesco por ambos os sexos e autoridade patriarcal, estágio considerado ideal no século XIX. Os historiadores, ocupados com instituições e cabeças coroadas, apenas se voltaram para a temática da família nos idos dos anos 1930 e 1940, quando ela já estava consolidada nos interesses de antropólogos e sociólogos, quando se torna mais evidente a percepção de que diferentes formas de arranjos familiares coexistiam no tempo e no espaço, levando paulatinamente a um maior questionamento do modelo evolutivo para a organização familiar. A defasagem que se verifica na produção europeia é mais aguda quando se canaliza a observação para a produção dos historiadores brasileiros: aqui, como nos mostra o balanço de Ana Silvia Scott Volpi, a investigação que problematiza a família tem início apenas na década de 1970.
Assim como a noção de evolução social não mais dava conta da explicação das diferentes formas familiares e suas transformações, tampouco uma noção evolutiva para o desenvolvimento das investigações próprias das ciências humanas poderia ser aplicada para explicar o rumo desses estudos. Os diferentes caminhos trilhados pelos estudiosos no estabelecimento de conceitos e outras ferramentas de análise não ocorre de modo linear e progressivo. Nesse sentido, o artigo de David Robichaux traz importante crítica à antropologia norte-americana, notadamente aos efeitos do conceito de cultura latino-americana sobre os estudos de família. Essa categoria explicativa, muito associada ao pressuposto de efeitos devastadores da Conquista sobre as culturas locais, favoreceu desviar a atenção dos pesquisadores para a variedade de sistemas familiares praticados ao largo do continente. O autor efetua severa advertência quanto à operacionalidade da noção de cultura (latino-americana, nacional) que, por deter associação com discursos hegemônicos, desvia a atenção dos pesquisadores das efetivas práticas familiares das inúmeras formações sociais que se supõe estarem em seu interior.
Associando as temáticas da etnicidade e das migrações transnacionais, o artigo de Berta Mendiguren de algum modo reforça o questionamento de Robichaux ao trazer a complexidade das relações um grupo específico de migrantes, os Soniké, e seus vínculos com o sistema familiar do local de origem a moldar comportamentos pós-migração. Essa percepção induz o leitor a refletir de um modo mais geral sobre as especificidades de cada caso e, em qualquer que seja o contexto analisado, sobre as rupturas e as permanências sociais e culturais.
Outra forma de demonstrar a complexidade dos arranjos familiares em grupos migrados é vista no artigo do historiador Manolo Florentino. O autor toma o caso limite de migração forçada, o tráfico de escravos, a partir dos dados disponíveis sobre esse tráfico para tecer seu estudo. As fontes por ele utilizadas, consagradas para o estudo das massas humanas que foram compulsoriamente trazidas para a América, fogem às que tradicionalmente servem de base para as investigações sobre a família. Os resultados obtidos por esse pesquisador são reveladores das tensões sociais e políticas existentes entre os escravos e entre eles e o restante da sociedade – que tinha na escravidão um dos pilares de sua estrutura. Fica demonstrado em seu trabalho, que tais fontes também possuem rico potencial para o estudo da história da família, muito dele ainda por ser explorado.
Noutra abordagem, o estudo das investigadoras cubanas Maria de los Ángeles Meriño Fuentes e Aisnara Perez Díaz se utiliza de listas nominativas de habitantes, fontes consagradas no estudo de populações do passado, para destacar aspectos pouco observados pela historiografia da família, notadamente a preocupação dos arrolados com a forma pela qual seriam qualificados nessa documentação. Traz, assim, importante contribuição à crítica das fontes utilizadas pelos historiadores, atribuindo agência aos qualificativos presentes nessa sorte de documentação não somente aos responsáveis por tais arrolamentos, mas também aos que neles figuravam.
Aos leitores desse dossiê dedicado ao estudo da família, desejamos satisfação semelhante à que tivemos ao nos debruçarmos sobre os artigos que aqui se apresentam. Passamos, pois, a palavra aos nossos convidados.
Maria Luiza Andreazza
Martha Daisson Hameister
Dezembro de 2009
ANDREAZZA, Maria Luiza; HAMEISTER, Martha Daisson. Apresentação. História – Questões & Debates. Curitiba, v.51, n.2, jan. / jun., 2009. Acessar publicação original [DR]
Família e grupos de convívio / Revista Brasileira de História / 1988-1989
SAMARA, Eni de Mesquita. Apresentação. Revista Brasileira de História, São Paulo, v.9, n.17, set. 1988 / fev., 1989. Acesso apenas pelo link original [DR]