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Educación histórica y formación ciudadana como problema y desafío de la educación para el futuro | Sophia Austral | 2020
La preocupación en los años recientes por la profundización de la democracia ha aparecido como uno de los principales desafíos para la escuela en la actualidad. Esto ha tenido como consecuencia que se levanten distintas iniciativas de ley tendientes a reforzar el compromiso con la educación democrática. Estas iniciativas, han promovido la construcción de nuevas narrativas en los espacios escolares, que permitan la educación de una ciudadanía con un compromiso con la democracia, el valor de la diversidad cultural y la justicia social. Lo anterior ha obligado a reconfigurar las prácticas asociadas a la Educación Histórica y la formación de la ciudadanía, debiendo estas, dejar atrás aquellos discursos hegemónicos, autoritarios, excluyentes y cargados de nacionalismo, para dar paso a prácticas que fomenten y profundicen los valores democráticos a partir del aprendizaje de la Historia y la Ciudadanía.
En el presente dossier contiene una serie de investigaciones referidas a la Educación Histórica y la Formación Ciudadana. El conjunto de trabajos que se han reunido, nos permite acercarnos a los desafíos para los docentes en servicio, la formación docente y la escuela, con el objetivo de buscar responder a las nuevas demandas de la Educación Histórica y la Formación Ciudadana. Leia Mais
Domínios Teóricos da História Social e da Educação Histórica / Perspectivas e Diálogos – Revista de História Social e Práticas de Ensino / 2019
Perspectivas e Diálogos – Revista de História Social e Práticas de Ensino tem o prazer de apresentar ao público mais um número. São sete artigos e uma entrevista com temas que refletem os domínios teóricos da História Social e da Educação Histórica. Convém realçar que os textos aqui reunidos traduzem a atenção e o cuidado dos seus autores em provocar discussões que contribuam para o avanço e difusão de informações atinentes aos domínios teóricos.
Compõem a Seção de Artigos textos inéditos que reforçam a perspectiva interdisciplinar deste periódico, sendo eles: “A Representação da Cavalaria Medieval na Trilogia “O Senhor dos Anéis”, assinado por Geisy Stephany Lauton da Silva e Daniela Moura Rocha de Souza; “Há uma Lei específica que cria a profissão de professor no Brasil?” Escrito por Genivaldo Cruz Santos; “Alegorias da Justiça e a República Brasileira (Exercício de Leitura Iconológica), de autoria de Manuel Rolph Cabeceiras, Hiram Alem, Mateus Martins do Nascimento, Douglas Magalhães Almeida, José Luiz Rebelo e Renan Cardoso Galvão; “Espaço Urbano de Vitória da Conquista: lugar de oportunidades. Para quem?”, texto que tem como autores Priscilla Sandes Ferraz e Vilomar Sandes Sampaio; “Evolução e Expansão da Educação Superior no Brasil: uma revisão bibliográfica”, de autoria de Iracema Oliveira Lima e Sandra Regina Arruda; “O Sistema de Seleção Unificada (SISU) e a ausência de políticas de permanência estudantil: análise sobre o crescimento do número de convocações na Universidade do Sudoeste da Bahia – UESB, Campus de Vitória da Conquista – BA”, tendo como autores Ari Fernandes Santos Nogueira, Sheila de Araújo Paiva e Iracema Oliveira Lima; o artigo “Uma dose de História: cachaça de alambique e aguardente de coluna”, Tendo como autores Leonardo Milani Avelar Rodrigues, Andrea Gomes da Silva, Patrícia Beltrão Lessa Constant, Cristiane Patrícia de Oliveira e Alexandre Galvão Carvalho.
Além da seção de artigos, a Revista apresenta uma entrevista com o Professor Demerval Saviani. Fruto de uma conversa estabelecida com a professora Sidnay Fernandes dos Santos, por ocasião do V Seminário Interdisciplinar de Ensino, Extensão e Pesquisa, ocorrido na Uneb, Campus VI, Caetité, nos dias 28, 29 e 30 agosto de 2019, a entrevista apresenta sua trajetória como pesquisador e militante da educação, além de uma série de considerações sobre a importância da Educação como um campo relevante de pesquisa e combate por uma sociedade justa.
Como sempre, desejamos a todos aqueles que acessam e colaboram com a Revista uma excelente leitura! Nossa expectativa habitual é a de facultar aos leitores e aos pesquisadores debates que interessem às Ciências Sociais como a cultura, as diversas linguagens, a educação, dentre outros temas que se encontram em consonância com o que se propõe este periódico.
Genilson Ferreira da Silva
Márcia Cristina Lacerda Ribeiro
SILVA, Genilson Ferreira da; RIBEIRO, Márcia Cristina Lacerda. Editorial. Perspectivas e Diálogos – Revista de História Social e Práticas de Ensino. Caetité, v.2, n.2, jul. / dez., 2019. Acessar publicação original [DR]
Tempo presente: História, Educação e Educação Histórica / Perspectivas e Diálogos – Revista de História Social e Práticas de Ensino / 2018
O nosso objetivo com o dossiê, Tempo presente: História, Educação e Educação Histórica, foi apresentar aos nossos leitores trabalhos acadêmicos que podem trazer o Presente à reflexão enquanto temporalidade histórica e objeto de interesse historiográfico, com as perspectivas e abordagens temáticas e metodológicas suscitadas. Atendendo ao nosso chamado, pesquisadoras e pesquisadores, de diferentes origens geográficas, agraciaram-nos com estes trabalhos que nos dão a dimensão da importância dos estudos e discussões nos campos da História, História da Educação e Educação Histórica.
O texto, Entre consciência histórica e narrativa mestra: a identidade na narrativa de jovens graduandos em história da cidade de Ponta Grossa, Paraná, de Giuvane de Souza Klüppel e Luís Fernando Cerri apresenta resultados parciais do projeto de pesquisa: O país e o mundo em poucas palavras: narrativas de jovens sobre seus pertencimentos – implicações para o ensino de Ciências Humanas. Os pesquisadores aplicaram questionários qualitativos a estudantes de diferentes níveis de ensino na cidade de Ponta Grossa – faixa etária entre 12 e 24 anos – para conhecer suas narrativas sobre “a história do seu país” e sobre “o desenvolvimento da democracia”. Os dados, produzidos pelos 277 questionários aplicados, foram analisados com o auxílio de softwares que tornaram possível sistematizar, em formato de gráfico, dados como: frequência no uso de determinados termos, com potencial para desvelar sentidos de conjuntos discursivos. A análise foi realizada à luz de reflexões teóricas sobre Consciência Histórica, baseada nas pesquisas do historiador Jörn Rüsen; e sobre Narrativa Mestra, com base no trabalho de Mario Carretero e Floor Van Alphen. As reflexões dos autores nos apresentam elementos para melhor compreender os processos de construção de narrativas sobre a nação e o mundo por parte de jovens de diferentes idades e em diferentes etapas de escolarização. Também nos possibilitam compreender sobre os sentidos que eles atribuem às inter-relações entre passado, presente e futuro na construção de suas narrativas em temas como identidade nacional e democracia / convivência democrática.
Maryana Gonçalves Souza e Antonieta Miguel, em A docência em Guanambi durante a ditadura militar: uma análise sobre o Colégio Luiz Viana Filho, investigam as características dos professores e permitem discutir sobre instrução, formação docente e composição escolar do referido Colégio, sob o recorte temporal da ditadura militar brasileira. Segundo as autoras, a ditadura militar foi uma forma de governo que interferiu diretamente em diversos públicos e, em razão de os docentes terem sido um dos principais agentes de combate ao regime, o trabalho docente pode se tornar uma fonte de pesquisa sobre esse período histórico. As autoras apresentam o resultado da pesquisa em que fizeram o cruzamento entre os dados bibliográficos sobre a História da Educação, instituições escolares e corpo docente com a documentação do arquivo da instituição, seguida da catalogação das fontes. A partir da análise dos documentos, em particular das instituições escolares da cidade de Guanambi, Estado da Bahia, as pesquisadoras esboçam um panorama do campo educacional brasileiro no período ditatorial.
O terceiro texto que compõe este dossiê é de autoria de Polliana Moreno dos Santos e se intitula: Religiosos e a «não-violência ativa» na memória mediatizada dos 50 anos do golpe civil-militar no Brasil (1964-1985). A autora aborda questões que possibilitam o diálogo da História do Tempo Presente com a História Pública. Discute, com propriedade, a participação de religiosos na resistência contra a Ditadura Civil-Militar (1964-1985). Apresenta como eixo a memória mediatizada presente na série jornalística “Silêncios da Ditadura” exibida pelo jornal SBT Brasil, considerando o contexto da justiça de transição no Brasil e os estudos da História do Presente. O episódio analisado é a Operação Gutemberg, organizada pelos militares com o objetivo de controlar a missa em memória do jornalista Vladimir Herzog, assassinado nos porões do DOI-CODI, evitando, destarte que se transformasse num ato político. Esta cerimônia religiosa foi realizada por três figuras importantes da resistência à Ditadura: o rabino Henry Sobel, o arcebispo Dom Evaristo Arns e o reverendo Jaime Nelson Wright. A disputa de narrativas, tão característica dessa História, fez-se relevante por revelarem os contextos nos quais cristãos, ou não, estiveram envolvidos, construindo uma memória mediatizada. A autora sinaliza que, cada vez mais, é importante aceitar os desafios de disputar memórias e narrativas da História.
Fruto de sua pesquisa de mestrado, o artigo de Vânia Muniz dos Santos, Orientando crianças, jovens e adultos: ações da Bahia na promoção da Educação Moral e Cívica durante o regime militar, faz algumas considerações sobre ações impostas no Estado da Bahia, durante o Regime Militar, no que concerne à organização da Coordenação de Educação Moral e Cívica – COMOCI / BA –, responsável, no âmbito estadual, por coordenar e fiscalizar as ações desenvolvidas nas instituições escolares na disciplina Educação Moral e Cívica. Através da análise de documento, que elucidam a forja das políticas educacionais pelo Conselho Estadual de Educação, o texto traz elementos para a reflexão sobre a importância desta disciplina escolar para atingir os propósitos do regime ditatorial.
E, para finalizar, contamos com o artigo A área de estudos sociais no uso dos estudos dirigidos no ginásio vocacional Oswaldo Aranha (SP, 1962- 1964), colaboração de Yomara Feitosa Caetano de Oliveira Fagionato. A autora apresenta as múltiplas apropriações dos docentes da área de Estudos Sociais do uso dos Estudos Dirigidos na cultura escolar da mencionada instituição educativa de 1962 até o golpe de 1964. Chamando a atenção para a importância da discussão sobre o conceito de cultura escolar e de como este conceito pode ser ampliado para outras análises, a exemplo da cultura escolar vocacional de 1964, que transformou a disciplina Estudos Sociais em área, quando passou a enfrentar novos dilemas a ponto de se produzir uma nova cultura escolar. Para tanto, a autora recorta seu estudo no período inicial da Ditadura Civil Militar, 1962 até 1964. De forma responsável, a autora faz usos de fontes como relatórios, planejamentos e práticas educativas dos professores de Estudos Sociais, que são analisadas metodologicamente de forma qualitativa sustentada pela noção de apropriação cunhada por Roger Chartier (1988; 2002). A autora organiza o texto em duas seções, na primeira, analisa os Estudos Dirigidos nos planejamentos da cultura escolar vocacional em uma sociedade democrática; e, na segunda parte, analisa essa mesma prática registrada nesse conjunto de fontes escolares docentes do ano 1964, quando se forja uma nova cultura escolar. Os resultados possibilitam perceber as inquietações docentes ao refletirem sobre esses saberes voltados para uma sociedade brasileira democrática.
A História nos diz muito sobre a sociedade contemporânea, desde as suas prioridades e de seus valores até sobre comportamentos e atuações dos diversos grupos sociais que a compõe. A História do Tempo Presente reafirmou, no século XX, que testemunhos históricos são fonte histórica legítima, a história contemporânea pode ser objetiva, a memória oral não é mais problemática que a escrita, a função política da História em formar cidadãos pode partir de fatos de passados recente como remotos e, finalmente, o compartilhamento do tempo histórico do historiador com aqueles que fazem a história pode ter um lado positivo, visto que o historiador deve dividir “(…) com os que fazem a história, seus atores, as mesmas categorias e referências. (…) a falta de distância, ao invés de um inconveniente, pode ser um instrumento de auxílio importante para um maior entendimento da realidade estudada (…). (CHARTIER, 1993 apud FERREIRA, 2000, p.10).
Referências
CHARTIER, Roger. A história cultural: entre práticas e representações. Tradução: Maria Manuela Galhardo. Lisboa, Portugal: DIFEL, 1988.
______. À beira da falésia: a história entre incertezas e inquietudes. Porto Alegre: Editora da Universidade / UFRGS. 2002
FERREIRA, Marieta de Moraes. História do tempo presente: desafios. Cultura Vozes, Petrópolis, v.94, n.3, p.111-124, maio / jun., 2000.
Celia Santana Silva – Doutora em História pela Universidade do Estado de Santa Catarina. Professora da Universidade do Estado da Bahia, Departamento de Ciências Humanas e Tecnologias, Campus XVIII / Eunápolis. E-mail: celiasantanauneb@gmail.com
Luciana Oliveira Correia – Doutora em Educação pela Universidad de Alcalá. Professora da Universidade do Estado da Bahia, Departamento de Ciências Humanas, Campus VI / Caetité. E-mail: lcorreia@uneb.br
SILVA, Celia Santana; CORREIA, Luciana Oliveira. Apresentação. Perspectivas e Diálogos – Revista de História Social e Práticas de Ensino. Caetité, v.1, n.2, jul. / dez., 2018. Acessar publicação original [DR]
Linguagens Escolares e Educação Histórica / História Revista / 2012
Neste número, a História Revista apresenta o dossiê temático: Linguagens Escolares e Educação Histórica. Organizado pela professora Maria da Conceição Silva, o dossiê apresenta um tema caro aos professores e alunos da Universidade Federal de Goiás que integram o grupo de pesquisa Didática da História e Educação Histórica (CNPq). Liderado pelos professores Maria da Conceição Silva e Rafael Saddi, ambos da Universidade Federal de Goiás, esse grupo mantém um profícuo diálogo com pesquisadores sediados em outras universidades, brasileiras e estrangeiras, que se torna mais intenso por ocasião dos encontros nacionais e internacionais.
O dossiê traz à luz diretrizes a respeito das discussões sobre a Didática da História e as metodologias de instrução utilizadas para o tratamento com as linguagens da História na escola. Discussões importantes, sobretudo no momento em que os pesquisadores debatem a profissionalização na área da História. O reconhecimento da Didática da História aplicada ao ensino tem como eixo as especificidades do pensamento histórico, e a Educação Histórica vem contribuir com uma nova metodologia de ensino da História. Nesse aspecto, os artigos deste dossiê colaboram com a proposta de inovação teórica e metodológica para o ensino da História, seja no campo da cultura escolar ou no campo do uso público da História.
Éder Cristiano de Souza, em Cinema e didática da História: um diálogo com o conceito de cultura histórica de Jörn Rüsen, discute o cinema como produtor de narrativas históricas não científicas. O autor propõe um diálogo com os conceitos de Cultura Histórica e de Didática da História definidos por Jörn Rüsen, e com os pressupostos teórico-metodológicos da Educação Histórica, atentando-se para “as implicações estéticas e retóricas da narrativa fílmica como orientadora da vida prática”. Isabel Barca, em Ideias chave para a educação histórica: uma busca de (inter) identidades, aborda a proposta da Educação Histórica na inter-relação da teoria e práticas de Ensino de História, situando a investigação na sua interface, que, por sua vez, “alimenta-se dos princípios da aprendizagem situada, do saber histórico e sua epistemologia (conceitos substantivos e de segunda ordem), dos procedimentos metodológicos da pesquisa social”. Os livros didáticos são objeto do artigo de Kênia Hilda Moreira, intitulado Povo brasileiro nos livros didáticos de história republicanos: 1889-1950. Neste artigo, a autora analisa as concepções de povo brasileiro em seis livros didáticos de História do Brasil e discute, entre outros, os temas da miscigenação e do embranquecimento presentes no material didático pesquisado. Marcelo Fronza, no artigo As ideias de objetividade e verdade sobre o passado presente no pensamento histórico dos jovens a partir das histórias em quadrinhos, investiga como jovens estudantes brasileiros de duas escolas de ensino médio, uma pública e outra particular, compreendem as ideias de objetividade e verdade a partir das histórias em quadrinhos. Maria Auxiliadora Moreira dos Santos Schmidt, em Cultura histórica e cultura escolar: diálogos a partir da educação histórica, discute a consolidação do campo da Educação Histórica como uma das importantes áreas de investigação sobre Ensino de História. Assim, a autora apresenta uma “reflexão acerca da relação dialógica entre categorias que têm sido tomadas como referências para investigações nessa área”. Fechando o dossiê, o artigo A ideia de escravidão presente na narrativa de manuais didáticos de História, de Rosi Terezinha Ferrarini Gevaerd, apresenta estudos sobre a ideia de escravidão presente na narrativa de manuais didáticos de História das séries iniciais do ensino fundamental.
Na sessão Artigos, são apresentados textos com temáticas variadas. Cleusa Maria Gomes Graebin e Danielle Heberle Viegas, em Por uma história rizomática: apontamentos teórico-metodológicos sobre a prática de uma cartografia, apresentam uma pesquisa desenvolvida em uma cidade metropolitana do Sul do Brasil, que se vale prioritariamente do uso de depoimentos orais e que conduzem à problematização dos conceitos de tempo, memória e subjetividade. Eliézer Cardoso de Oliveira, em A realidade da ficção: representações da cidade de Goiânia nos contos literários e poemas, examina contos literários e poemas da cidade de Goiânia, atentando-se para a sensibilidade dos indivíduos em relação à mudança cultural ocorrida em Goiânia, nas décadas de 1960 e 1970. Guadalupe Valencia García, em Aproximaciones a la pluralidad temporal, discute a ideia de pluralidade temporal, defendendo-a como a melhor via de acesso para a reconstrução da variedade de formas temporais em que se constituem os mundos que habitamos. Helen Ulhôa Pimentel, em Denúncias inquisitoriais: universo mágico que se apresenta, traça um perfil histórico do “figurino social” dos mágicos denunciados durante as duas primeiras visitas inquisitoriais ao Brasil, em 1591 e em 1618. José D’Assunção Barros, em A história serial e história quantitativa no movimento dos Annales, analisa as especificidades dos modelos historiográficos quantitativo e serial, bem como sua interação, durante as duas primeiras fases do movimento dos Annales. Julio Bentivoglio, em Historiografia e máquinas de guerra: a história da história como um estudo de relações de forças com breves apontamentos sobre a Escola Histórica Alemã e a Escola dos Annales, trata da Escola Histórica Alemã e da Escola dos Annales, tomando o conceito de máquinas de guerra – “perspectiva aberta por Deleuze” – e as reflexões em torno da operação historiográfica de Michel de Certeau. Maria de Fátima Marinho, em Literatura e construção da identidade, aborda as relações entre a literatura e a construção da identidade do sujeito enquanto ser individual e enquanto membro de uma comunidade. A autora apresenta a interlocução entre literatura e identidade e como estas dialogam com a História.
Na sessão Resenhas, Eduardo Gusmão de Quadros analisa a obra Protestantismo ecumênico e realidade brasileira: Evangélicos progressistas em Feira de Santana.
Na sessão Traduções, consta o texto A institucionalização da moralidade cosmopolita: o holocausto e os direitos humanos – originalmente The institucionazlization of cosmopolitan morality: the Holocaust and human rights – de Daniel Levy e Natan Sznaider, traduzido por Fabiana de Souza Fredrigo e Laura de Oliveira.
Por fim, neste número, a História Revista publica o poema Dulce patria, de Horacio Gutiérrez, lido no recital de poesia sobre a ditadura chilena, durante V Simpósio Internacional de História – Culturas e Identidades, realizado na Universidade Federal de Goiás no segundo semestre de 2011.
Maria da Conceição Silva – Professora da Faculdade de História – UFG. Organizadora do dossiê
SILVA, Maria da Conceição. Apresentação. História Revista. Goiânia, v. 17, n. 1, jan. / jun., 2012. Acessar publicação original [DR]
Educação histórica, teoria da historia e historiografia / Antíteses / 2012
Desafios teóricos e epistemológicos na pesquisa em educação histórica
No Brasil, as pesquisas sobre ensino e aprendizagem da História adquiriram grande impulso nas últimas décadas, o que pode ser observado pela expansão das linhas de pesquisa nos cursos de pós-graduação e pelo aumento da produção e da publicação nessa área. Esse boom pode ser também observado em outros países e tem provocado o aparecimento de domínios específicos na área do ensino de História, como o chamado campo da Educação Histórica que se desenvolveu em países como Inglaterra, Alemanha, Estados Unidos, Portugal e também no Brasil.
Entre outras temáticas, as investigações e reflexões que têm ocorrido no âmbito do domínio teórico da Educação Histórica circunscrevem-se nas questões relacionadas aos estudos que têm como objeto e objetivo da didática da História, as problemáticas relacionadas à aprendizagem histórica. Essa mudança de foco se justifica, na medida em que a aprendizagem histórica passou a ter como parâmetros as categorias e processos de produção do conhecimento situados na própria ciência da História. São essas categorias e processos que orientam a construção do pensamento histórico, justificando a autoexplicação da História como disciplina escolar e a sua identificação como uma matéria específica e com uma metodologia própria.
A perspectiva da definição e constituição do ensino e aprendizagem histórica situados na própria História que vem sendo desenvolvida principalmente pelo historiador e filósofo Jörn Rüsen e sua relação com o ensino de história tem hoje, como referência, várias investigações, como as realizadas pelo historiador inglês Peter Lee e pelo historiador alemão Bodo Von Borries. Pode-se afirmar que esses trabalhos se integram ao conjunto de investigações e reflexões pertinentes ao campo de estudos da Educação Histórica. Nessa área, os investigadores procuram focar a sua atenção nos princípios, fontes, tipologias e estratégias de aprendizagem histórica, seja no recorte específico das análises das ideias de alunos e professores, seja investigando o significado da aprendizagem histórica nos artefatos da cultura escolar e da cultura da escola.
O momento definidor da mudança do embasamento das investigações sobre ensino e aprendizagem da história, da psicologia para a própria história, pode ser considerado o ano de 1998. Nesse ano foi realizada a Conferência de Pittsburg, na Universidade de Carnegie Mellon, nos Estados Unidos. O tema do encontro era “Ensinar, Conhecer e Aprender História”, e contou com a participação de vários investigadores do ensino de História, como Denis Shemilt, Peter Lee e Rosalyn Ashby. Como indicativos tirados nessa conferência, foram apontadas orientações para novos investimentos em pesquisas, como a questão dos currículos de História pautados nas grandes narrativas universais e a necessidade da inclusão de temáticas nacionais e locais nas propostas curriculares; estudos sobre a visão do passado para alunos e professores e seu significado para a orientação temporal; análise e interpretação das práticas nas aulas de História; análise e interpretação do trabalho dos professores e da sua formação.
As investigações realizadas na esteira desses indicativos implicam em um enquadramento teórico baseado na própria natureza do conhecimento histórico, ancorado na epistemologia da História e em metodologias de investigação como as da sociologia, etnografia e antropologia, de índole qualitativa, as quais permitem investigar quer ideias substantivas, como democracia ou revolução, quer ideias sobre a natureza da História como explicação, narrativa, evidência, significância, consciência histórica. Os conceitos ou ideias substantivas e de segunda ordem foram sistematizados e desenvolvidos em investigações realizadas na esteira das reflexões do filósofo e historiador alemão Jörn Rüsen, como os conceitos históricos. Se os conceitos substantivos ou conceitos históricos permitem entender os processos de compreensão substantiva dos alunos e professores sobre o conteúdo da História, os conceitos de segunda ordem e as categorias históricas possibilitam a compreensão dos processos de aprendizado realizados por eles. Ainda na perspectiva dessas investigações, podem ser destacadas algumas pesquisas sobre progressão conceitual exemplificados pelos estudos sobre empatia e explicação (Lee, 2006;2008); evidência (Ashby, 2006); usos da história e sua ligação com a vida prática (Lee, 2011), bem como sobre as possibilidades de oscilação e estabilidade nas ideias dos jovens ao usarem a variação de perspectivas em História (Chapman, 2011). Outros estudos colocam ênfase na abordagem a partir de ideias por grupos culturais, como os de Barton e Levstik (2004) e Epstein (2009). Trabalhos nessas mesmas abordagens também têm sido realizados em Portugal, conforme Barca (2000; 2001;2005;2011), e, como outros referenciais, são base importante para as investigações realizadas no Brasil, como as que vêm sendo feitas no âmbito do Laboratório de Pesquisa em Educação Histórica, da UFPR e no Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade de Londrina.
Os trabalhos que vêm sendo realizados pelos investigadores ligados ao Lapeduh constituem um conjunto diversificado de produtos, os quais podem ser incluídos em, pelo menos, três situações de investigação. A primeira delas diz respeito às sistematizações relativas às experiências que vêm sendo realizadas por professores e alunos de licenciaturas de História, a partir de práticas de ensino e investigação em aulas de História. Essas sistematizações constituem um acervo privilegiado de reflexões acerca da realidade do ensino de História no Brasil, concretizados em relatórios de práticas de estágios, arquivados no Laboratório de Pesquisa em Educação Histórica, da UFPR.
Outro conjunto de produtos deriva de situações particulares de investigações que envolvem, principalmente, séries sistematizadas de reflexões e especulações acerca de determinados objetos relacionados ao ensino de História, como a análise das ideias históricas de alunos e professores, bem como de suas relações com as ideias históricas em currículos e manuais didáticos. Desse conjunto fazem parte vários trabalhos realizados, alguns publicados e outros em fase de publicação, produzidos por professores de História do ensino fundamental e médio, do Paraná, que constituem o Grupo de Educação Histórica da UFPR.
Nesta mesma direção, emerge uma terceira situação, na qual podem ser contextualizados os trabalhos produzidos a partir de esforços intencionais de investigação, que supõem uma adequação teórica e metodológica, uma delimitação de campos e objetos de pesquisa, bem como uma finalidade em termos de sua significância social na área educacional. Exemplos dessa produção podem ser encontrados nas dissertações e teses produzidas pelo grupo de pesquisa Escola, ensino e Educação Histórica, do Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal do Paraná.
Indica-se, aqui, a pertinência de investigações “em escolas”, as quais têm como objeto o “ensino de” e, portanto, pautam-se no repertório da ciência de referência e seu ensino específico, mas também encetam um diálogo mais próximo com perspectivas teórico-metodológicas empíricas da pesquisa educacional, como aquelas de cunho antropológico e sociológico. Tais investigações podem contribuir, na opinião de Cuesta Fernandez (1997;1998), para ajudar a compreender a construção do “código disciplinar” da História, apreendido a partir de pesquisas e reflexões acerca de como os “textos visíveis” como currículos e manuais, bem como os “textos invisíveis”, tais como as ideias e as práticas culturais de jovens e crianças se concretizam em experiências escolares, tendo como referência o estado atual da ciência e sua relação com os modos de educar de cada sociedade e suas múltiplas determinações.
Os resultados dessas investigações indicam a opção pelo campo da Educação Histórica, mas com o foco preciso nas situações de escolarização, por exemplo, em estudos na sala de aula, tornando-a o centro de referência para estudos como os de currículo e eficiência do ensino e da aprendizagem e também procurando os processos que têm lugar na sala de aula. Algumas referências das investigações já realizadas ou em andamento, baseiam-se nos fundamentos da sociologia crítica inglesa, cujas manifestações podem ser observadas, por exemplo, nos trabalhos de Raymond Williams, Basil Bernstei e Stuart Hall relativos aos estudos culturais3. Outras referências para o estudo dos processos de escolarização e das relações dos sujeitos com o conhecimento em situações de escolarização estão pautadas nas propostas da pedagogia de Paulo Freire e no campo da sociologia da experiência, particularmente os trabalhos de François Dubet e Bernard Charlot. Esses trabalhos tratam de investigações que englobam temáticas como relações de gênero e ensino, questões de identidades e ensino, exclusão / inclusão e ensino, bem como a especificidade das relações dos sujeitos com o conhecimento escolar, na dimensão da cultura e da sua relação com os processos de escolarização.
De modo geral, os trabalhos que vêm sendo desenvolvidos propõem um diálogo com as metodologias de investigação qualitativa, na área educacional. Nessa direção, orientam-se, principalmente, em dois pressupostos. O primeiro deles parte da referência à investigação de natureza qualitativa, enquadrando-se na perspectiva de Eisner (1998), da “indagação qualitativa”. Para esse autor, a “indagação qualitativa” procura entender o que os professores e os alunos fazem e os grupos em que trabalham, bem como trabalham. Assim, segundo Eisner, para se alcançar esses objetivos, é necessário prestar atenção às escolas e às aulas, observa-las e utilizar o que vemos como fonte de interpretação e valoração (1998; 28). O segundo pressuposto baseiase na perspectiva da “construção social da escola” (Rockwell, 2011) e, por isto, a escola passa a ser considerada o lugar de onde partem as perguntas iniciais das atividades e investigações, como: o que acontece em aulas de História? Como ocorrem as mudanças? Como se processa ali o ensino? Que tipos de relações os sujeitos estabelecem com o conhecimento histórico? Quais são ou como professores e alunos elaboram a sua compreensão sobre as ideias históricas? Que significados o conhecimento histórico tem para os sujeitos envolvidos no processo ensino / aprendizagem? Como jovens e crianças reagem aos processos de produção do conhecimento histórico? Qual o resultado do conhecimento histórico na formação da consciência histórica de jovens e crianças?
Na Universidade Estadual de Londrina a investigação no campo da Educação Histórica acontece a partir de dois referenciais: do grupo de pesquisa História e Ensino de História certificado no conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), grupo que agrega professores pesquisadores e alunos de iniciação científica e mestrado cujas atividades de pesquisa têm como foco o Ensino de História e, mais particularmente, a Educação Histórica e do Mestrado em Educação mais especificamente a linha de pesquisa Perspectivas Filosóficas, Históricas e Políticas da educação no núcleo de investigação: – História, Cultura, Escola e Ensino.
Os projetos de Pesquisa e as dissertações desenvolvidas assim como o Grupo da Universidade Federal do Paraná se concentram em situações de escolarização com pesquisas qualitativas com perspectiva teórica e metodológica de investigação no campo denominado Educação Histórica, que por sua vez tem como uma de suas preocupações de pesquisa buscar elementos para a compreensão da consciência histórica, em especial de crianças e jovens, tendo em conta que o campo principal de analise é a educação formal e informal. Desta maneira, as pesquisas que se desenvolvem se debruçam com o objetivo de indagar como os conceitos históricos são compreendidos pelos indivíduos em tempos e espaços determinados, em diferentes sociedades.
A perspectiva da Educação Histórica compreende que a História é uma ciência considerando a existência de uma só explicação ou narrativa sobre o passado, mas que possui diversas perspectivas, entendendo que há uma objetividade na produção do conhecimento histórico. Desta forma, a história precisa ser conhecida e interpretada, tendo como base as evidências do passado e o desenvolvimento da ciência e de suas técnicas. Neste sentido, a Educação Histórica atribui uma utilidade e um sentido social ao conhecimento histórico, como por exemplo, a formação da consciência histórica.
Diversos conceitos têm sido alvo na pesquisa da Educação Histórica, como o conceito de significância, mudança, evidência, consciência histórica e narrativa histórica, nas pesquisas desenvolvidas na Universidade Estadual de Londrina nossos objetivos se concentram em investigar processos de aprendizagem em Educação Histórica procurando responder como acontece o processo de produção de narrativas históricas pelos alunos, a partir das aulas de história e do uso de livros didáticos, tendo como suporte o significado do ensino de História na formação do pensamento histórico. Como objetivos específicos dessas investigações podem ser citados: Analisar a produção de narrativas históricas pelos alunos, procurando entender a sua compreensão histórica, tendo como referencia a função da explicação histórica na produção de narrativas históricas.
Caracterizar os tipos de narrativas históricas presentes nos livros didáticos de História distribuídos pelo Ministério da Educação.
Investigar a formação da consciência histórica materializada nas narrativas produzidas pelos alunos do ensino fundamental segundo segmento.
Aprofundar estudos na metodologia da educação histórica especificamente na formulação de categorias de analise dos instrumentos de pesquisa em educação histórica.
Nesse sentido alguns trabalhos desenvolvidos na Universidade Estadual de Londrina merecem destaque. A pesquisa realizada por Tiago Costa Sanches (2010) intitulada Saberes históricos de professores nas séries iniciais: algumas perspectivas de ensino em sala de aula se detiveram em investigar o conjunto de fundamentos teóricos e metodológicos específicos da disciplina de História apropriado pelo professor das séries iniciais no processo de ensino aprendizagem da disciplina. Para tanto o pesquisador observou aulas, entrevistou professores realizou estudos exploratórios em uma escola da prefeitura do município de Londrina.
A dissertação de mestrado desenvolvida por Lidiane Lourençato (2012) intitulada A Consciência histórica dos Jovens-Alunos do Ensino Médio: Uma Investigação com a Metodologia da Educação Histórica investigou como os jovensalunos identificam a evidência histórica e o sentido de fonte para a produção do conhecimento histórico, assim como discutiu o conceito de temporalidade, tanto na história como em sua vida prática. A pesquisa de campo foi realizada em duas escolas localizadas no município de Londrina – Paraná – Brasil. A pesquisa utilizou como metodologia observações das aulas de História e análise de questionários investigando como estes jovens-alunos trabalham com os conceitos históricos, como temporalidade, fonte histórica e como lidam com o caráter de evidência histórica. Também foram observadas quais as relações que estes sujeitos estabelecem entre a história ensinada e a vida prática.
Ainda merece destaque as pesquisas realizadas pelos professores do Grupo de Pesquisa História e Ensino, com projetos de pesquisa que seguem a perspectiva da investigação em Educação Histórica de aproximar-se do pensamento de alunos e professores para compreender as ideias históricas, as relações dos sujeitos com o conhecimento histórico, tendo como referencial a epistemologia da História e relacionar esse conhecimento com a possibilidade de organização didática do ensino, com a aprendizagem nas aulas de História e em outros espaços sociais em que o conhecimento histórico é apreendido. Foram desenvolvidos até o presente momento três projetos: Educação Histórica: Iniciando crianças na arte do conhecimento histórico (2005- 2008), Educação Histórica: um estudo sobre a aprendizagem da história no processo de transição para a quinta série (6º ano) do ensino fundamental. (2009-2011) e atualmente o projeto: Projeto de Pesquisa: Educação histórica: um estudo sobre a forma de constituição do pensamento histórico em aulas de História do Brasil no ensino fundamental (2012 – 2014).
Nos projetos desenvolvidos o grupo de pesquisa está tentando compreender as noções que os alunos constroem sobre a história a partir da progressão da aprendizagem na escola formal. O interesse como afirma Barca (2011) é entender como se forma as ideias históricas dos alunos, em primeiro lugar porque só se pode mudar aquilo que se conhece e em segundo lugar para promover um conteúdo histórico estruturante que não valorize apenas a reprodução pouco refletida de conhecimento de temáticas curriculares, mas também a formação da consciência Histórica. As ideias são coletadas através da construção de narrativas pelos alunos, entendendo a narrativa no sentido atribuído por Isabel Barca (2011) “como expressão de ideias sob qualquer formato – que se comunica a compreensão histórica e os sentidos que lhes são atribuídos” e Rüsen (2001) que afirma ser a narrativa histórica a face material da consciência histórica mesmo que seja um relato descritivo-explicativo do passado.
Assim os artigos apresentados neste dossiê representam junto com os trabalhos desenvolvidos nestas duas instituições referencias das pesquisas que estão sendo realizadas no Brasil com a temática da educação Histórica tendo como perspectiva questões relacionadas à teoria e a historiografia. Também são apresentados dois artigos de pesquisadores convidados do pesquisador Jorn Rüsen da Universidade e o artigo do pesquisador Peter Seixas da University of British Columbia (Canadá). Esperamos que a leitura deste número da revista Antíteses possa contribuir para o aprofundamento das discussões desta área de investigação no Brasil.
Notas
3. Uma discussão sobre esta temática pode ser encontrada em CEVASCO, Maria Elisa. Cultura: um tópico britânico do marxismo ocidental. In. LOUREIRO, I.M. / MUSSE, R. (org.). Capítulos do Marxismo Ocidental. São Paulo: UNESP, 1998, pp.145-171
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Marlene Cainelli – Docente da Universidade Estadual de Londrina, curso de História e do Mestrado em História Social.
Maria Auxiliadora Schmidt – Docente da Universidade Federal do Paraná, curso de Educação e do Mestrado em Educação.
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