Árbol de la vida. Alfonso Reyes y la inteligencia poblana/1911-1959 | Alberto Enríquez Perea

Debemos a Alberto Enríquez Perea la publicación de numerosas obras sobre Alfonso Reyes y la recuperación de una parte de la correspondencia del autor de Visión de Anáhuac (1519) y de la Cartilla moral. Su catálogo incluye más de una centena de trabajos entre libros de autor, capítulos y artículos. Ahora, Enríquez Perea nos ofrece Árbol de la vida. Alfonso Reyes y la inteligencia poblana, 1911-1959, libro elaborado a partir de las cartas que don Alfonso intercambió con distinguidos poblanos. Leia Mais

Der Briefwechsel: 1953–1983 | Reinhart Koselleck e Carl Schmitt || Der Begriff der Politik: Die Moderne als Krisenzeit im Werk von Reinhart Kosellec | Genaro Imbriano

KOSELECK Reinhart e SHMITT Carl Reinhart Koselleck
Reinhart Koselleck e Carl Schmitt | Fotos: Neue Bürcher Zeitung e Prodavinci

Der Briefwechsel Reinhart KoselleckThe correspondence between the conceptual historian Reinhart Koselleck (1923–2006) and the radical-conservative legal and political theorist Carl Schmitt (1888–1985) is certain to attract scholarly attention—and to produce expectations. So far, we have only caught unsystematic glimpses of these theorists’ private exchanges, which began in the early 1950s. Scholarship on Koselleck, particularly Niklas Olsen’s History in the Plural: An Introduction to the Work of Reinhart Koselleck and Gennaro Imbriano’s Der Begriff der Politik: Die Moderne als Krisenzeit im Werk von Reinhart Koselleck, which is under review here, has utilized the correspondence and related archival sources, albeit noncomprehensively and without assessing their overall import for the Schmitt/Koselleck question.1 With the letters now made available in 2019’s Der Briefwechsel: 1953–1983, edited by Jan Eike Dunkhase, the wider (German-speaking) audience can form its own opinions about the thinkers’ relationship and assess their similarities and differences. Leia Mais

Com o Mar por Meio. Uma Amizade em Cartas – AMADO; SARAMAGO (A-EN)

AMADO, Jorge; SARAMAGO, José. Com o Mar por Meio. Uma Amizade em Cartas. Seleção, organização e notas de Paloma Jorge Amado, Bete Capinan e Ricardo Viel, São Paulo: Companhia das Letras, 2017. Resenha de NOGUEIRA, Carlos. Correspondence Jorge Amado / José Saramago: the supreme delicacy that is friendship. Alea, Rio de Janeiro, v.21 n.3, sept./dec., 2019.

O título deste livro, que os organizadores foram buscar em uma das cartas que José Saramago enviou a Jorge Amado, indica, com precisão e expressividade, as circunstâncias que desencadeiam a correspondência trocada pelos dois escritores entre 1992 e 1998: quer a imensa distância física que os separava, quer as inúmeras solicitações que, muitas vezes, não permitiram que eles se encontrassem. O subtítulo, também muito sugestivo, resume bem a grande motivação destas mensagens: a amizade entre Amado e Saramago, que nasceu quando “os dois já iam maduros nos anos e na carreira literária”, como se lê na contracapa, na qual se reproduz uma fotografia dos dois, sentados lado a lado. Nesta amizade participaram igualmente, e para ela muito contribuíram, as companheiras de cada um deles: Zélia Gattai e Pilar del Río.

Em forma de carta, bilhete, cartão ou fax, esta correspondência traduza profunda admiração que Jorge Amado e José Saramago sentiam um pelo outro enquanto pessoas e escritores. A vivacidade do estilo confere a estes textos tão pessoais uma noção de conjunto que se soma ao quadro completo da vida humana inscrito em obras que pertencem, de pleno direito, à melhor literatura universal, tanto no aspeto doméstico e individual como no coletivo e heroico.

Em diversas ocasiões, Pilar del Río disse acreditar que a divulgação destas cartas favorece a aproximação dos leitores à obra de dois escritores cuja maneira de ser, estar e pensar se vê, em larga medida, nestes textos breves ou muito breves, que não foram escritos com intenções de publicação. São documentos preciosos para o conhecimento da intimidade e da cumplicidade que unia Jorge Amado e Saramago, que o mesmo é dizer: textos valiosos para a compreensão da biografia e da personalidade de ambos. Esta correspondência revela-nos o quotidiano de dois homens – comprometidos com a escrita e a vida, as sociedades portuguesa, espanhola, brasileira e o mundo – que haveriam de se encontrar em Paris, Roma, Madrid, Lisboa, Brasília e na Bahia. É mais correto dizer que este comprometimento com a vida é extensível aos dois membros dos dois casais, uma vez que Zélia Gattai e Pilar del Río são sempre destinatárias explícitas e agentes do que se conta e anuncia, nomeadas quase sempre no vocativo inicial, que inclui o adjetivo “queridos” (ou “querida”, como em “Querida Zélia, querido Jorge”), ora a qualificar os amigos sem os nomear (“Queridos amigos”), ora a nomeá-los (“Queridos Pilar e José”), ora num misto destas duas formas, como em “Zélia, Jorge, queridos amigos”.

Poder-se-á pensar que os livros de cartas, especialmente aqueles que reúnem textos curtos ou muito curtos, têm uma vida e um interesse limitados. Não é assim, nesta coletânea, como não o é sempre que estão envolvidas obras (e vidas) cuja grandeza admite pouca ou nenhuma discussão. As palavras de Jorge Amado e José Saramago bastariam para garantir a importância deste livro, que está enriquecido com fotografias e textos que, relacionados com as cartas ou diretamente com Jorge Amado (como a propósito da morte deste escritor), Saramago escreveu e, na sua grande maioria, publicou nos Cadernos de Lanzarote. Os organizadores decidiram ainda incluir uma carta de Pilar, dirigida ao casal amigo, que sintetiza bem o tema que, ao lado dos temas da amizade e da saudade, mais é discutido na correspondência entre os dois amigos: os prêmios literários, sobretudo o Nobel da Literatura.

A autoria das cartas, dizia, seria suficiente para distinguir este livro de outros do mesmo gênero que vão sendo publicados um pouco por todo o mundo. Convém, todavia, fundamentar bem esta nossa afirmação. Com o Mar Por Meio testemunha uma amizade que surge quando os dois escritores tinham já uma idade avançada e um considerável reconhecimento literário e social. Não é uma fatalidade, mas sabemos como entre os escritores (maiores e menores) são frequentes as desavenças, as invejas e os ódios mais ou menos confessados. Entre Jorge Amado e Saramago não há o menor indício de rivalidade, nem o mais tênue ressentimento pelo sucesso do outro. Muito pelo contrário, cada um defende veementemente a qualidade da escrita do amigo e a justiça da atribuição de mais prêmios ao outro e à língua portuguesa. Os dois lamentam também o que consideram as injustiças e as provocações que várias academias e certos júris têm cometido em relação a cada um deles. É neste contexto que Saramago declara: “Finalmente o Camões para quem tão esplendidamente tem servido a língua dele! Será preciso dizer que nesta casa se sentiu como coisa nossa esse prémio? Que pessoalmente me sinto orgulhoso do comportamento dos portugueses que passaram pelos júris, e em especial os de agora? Sirva isto de compensação para as decepções e as amarguras que outros causaram a Jorge” (p. 85).

Numa das cartas mais longas e ricas de Com o Mar por Meio, a que acima já aludi, Pilar del Río ajuda-nos a enquadrar e a compreender as ideias e as atitudes de Jorge Amado e de José Saramago relativamente aos prêmios literários em geral e ao Prêmio Camões e ao Nobel, em particular, por cuja “concessão” a um autor de língua portuguesa os dois muito lutaram. A autora, numa linguagem não menos exata e apelativa do que a dos dois escritores, elogia a obra e a personalidade de Jorge Amado, ao mesmo tempo que retira aos prêmios literários a autoridade e a gravidade que, regra geral, lhes atribui: “Lo que has hecho con el portugués y por el portugués, la luminosidad que has añadido a esa lengua y al hermoso acto de novelar, merece todoelreconocimiento. No digo el Nobel, porque cuando se habla de Literatura (así con mayúscula), me parece una ordinariez citar un premio, aunque sea el premio de los premios” (sublinhado no original; p. 58). A apreensão que os prêmios literários merecem a Pilar del Río é inversamente proporcional à sua confiança na literatura de Jorge Amado, cuja leitura nos dá a satisfação e o poder “de ser más hondos y más universales. En definitiva, de ser más humanos por ser más inteligentes” (p. 58). Com perspicácia e ironia fina, a autora, confiante no bom senso dos “senõres de Estocolmo” (p. 58), inverte os termos da equação: “Por supuesto, si además, te dan el Nobel, como parece tan probable, mejor que mejor. No te añadirá ni un ápice de honra o de gloria, que de eso estás servido con tu obra, pero honrarás al premio” (p. 58).

Não numa carta, mas num texto do seu diário, publicado nos Cadernos de Lanzarote, é dentro desta linha de pensamento e com sentimentos que parecem ser muito semelhantes aos de Pilar del Río que o escritor português comenta os prêmios literários em cujos júris participa ou que espera ganhar ou ver Jorge Amado ganhar. Com a expressividade, a clareza e a contundência que sempre incutiu às suas palavras, Saramago afirma, a propósito da atribuição do Prêmio Camões a Rachel de Queiroz: “Não discutimos os méritos da premiada, o que não entendemos é como e porquê o júri ignora ostensivamente (quase apeteceria dizer: provocadoramente) a obra de Jorge Amado. Esse prémio nasceu mal e vai vivendo pior. E os ódios são velhos e não cansam” (p. 24). Sobre o Nobel, no mesmo tom direto, Saramago comenta as informações segundo as quais o prémio de 1994 seria para António Lobo Antunes. Com ironia, o escritor português argumenta: “Já sabemos que em Estocolmo tudo pode acontecer, como o demonstra a história do prémio desde que o ganhou Sully Prudhomme estando vivos Tolstói e Zola” (p. 51). Aquilo que José Saramago escreve a seguir, dentro de regras de boa educação e honestidade intelectual, não poderia ser mais frontal: “Quanto a mim, de Lobo Antunes, só posso dizer isto: é verdade que não o aprecio como escritor, mas o pior de tudo é não poder respeitá-lo como pessoa” (p. 51). A concluir este texto, Saramago confessa, com autoironia, o desejo de se deixar de preocupar com o Nobel, que é, como ele diria numa carta escrita quatro dias depois daquele texto do diário, “uma invenção diabólica” (p. 53). “Como não há mal que um bem não traga, ficarei eu, se se confirmar o vaticínio do jornalista, com o alívio de não ter de pensar mais no Nobel até ao fim da vida” (p. 51).

A incomodidade e os conflitos interiores trazidos aos dois escritores pela obrigatoriedade de conviverem com o tema dos prêmios literários e de quererem conquistá-los para si tiveram como reverso, felizmente, a alegria de se sentirem reconhecidos e de poderem dirigir palavras de apreço um ao outro (Jorge Amado com o Prémio Camões, Saramago com o Nobel). Deste sentimento é sintomática a atitude inesperada e improvável de Jorge Amado, que, apesar de muito doente, ao ouvir da boca de Zélia Gattai que Saramago fora distinguido com o Nobel, “pulou do cadeirão, chamou Paloma, pediu que se sentasse no computador que ele iria ditar de imediato, uma nota para a imprensa” (p. 113), telefonou ao irmão, festejou (o possível) com a mulher e a filha, “Foi dormir contente” (p. 113). Contudo, “No dia seguinte, não quis mais abrir os olhos” (p. 113).

A questão dos prêmios literários, cuja discussão neste livro é preciosa para o conhecimento da personalidade e da vida de dois dos mais importantes escritores de língua portuguesa, justifica, por si só, a leitura atenta desta correspondência. Mas ao tema polêmico e complexo dos prêmios acresce o tom e o estilo das cartas. Nelas, a linguagem direta, a concisão e a secura das frases não são incompatíveis nem com a sinceridade dos sentimentos e das emoções nem com a profundidade do tratamento dos temas e assuntos (fala-se também da participação dos dois em júris e academias, de questões políticas e sociais, de saúde, etc.). Essa naturalidade e essa força veem-se em formulações, muito próprias tanto de Jorge Amado como de Saramago, que lembram máximas e pensamentos burilados pela tradição, como: “Espero que, ao menos, o trabalho me ocupe esses dias de velhice – velhice não é coisa que preste” (Jorge Amado p. 89); “[…] desejamos que haja mais ocasiões para estarmos juntos e partilhar do manjar supremo que é a amizade” (José Saramago, p. 107).

Para os leitores destas cartas, fica claro que Jorge Amado e José Saramago sempre pensaram a literatura e as literaturas em língua portuguesa não como existências isoladas, mas como forças centrais no jogo das energias e das construções tanto individuais como históricas, culturais e políticas.

Referências

AMADO, Jorge; SARAMAGO, José. Com o Mar por Meio. Uma Amizade em Cartas. Seleção, organização e notas de Paloma Jorge Amado, Bete Capinan e Ricardo Viel. São Paulo: Companhia das Letras, 2017. [ Links ]

GOULART, Rosa Maria. O Trabalho da Prosa: Narrativa, Ensaio, Epistolografia. Coimbra: Angelus Novus, 1997. [ Links ]

LEMOS, Ester. “Epistolografia (em Portugal)”. In: COELHO, Jacinto do Prado (dir.). Dicionário de Literatura. 4a. ed. Porto: Mário Figueirinhas Editor, 1997, p. 295-298. [ Links ]

ROCHA, Andrée. A Epistolografia em Portugal. Coimbra: Livraria Almedina, 1965. [ Links ]

*Este trabalho é financiado por fundos nacionais através da Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT), no âmbito do Centro de Estudos em Letras (referência UID/LIN/00707/2019) da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, Portugal.

Carlos Nogueira. É co-titular da Cátedra José Saramago da Universidade de Vigo (Galiza, Espanha). Doutorou-se em Literatura Portuguesa na Faculdade de Letras da Universidade do Porto (2008), onde também fez um mestrado em Estudos Portugueses e Brasileiros (1999) e se licenciou em Línguas e Literaturas Modernas (1994). Realizou um pós-doutoramento em Literatura Portuguesa na Universidade Nova de Lisboa (2014). O seu trabalho de investigação mais recente tem-se centrado sobretudo nas relações entre a Literatura, a Filosofia e o Direito. E-mail: carlosnogueira@uvigo.es

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eifar, semear: a correspondência de Van Gogh – GODOY (C)

GODOY, Luciana Bertini. Ceifar, semear: a correspondência de Van Gogh. 2. ed. São Paulo: Annablume; Fapesp, 2009. Resenha de: AFIUNE, Pepita de Souza Conjectura, Caxias do Sul, v. 19, n. 3, p.  224-228, set/dez, 2014.

A autora Luciana Bertini Godoy é graduada em Psicologia pela Universidade de São Paulo, Mestre em Psicologia Social e Doutora em Psicologia Social pela mesma universidade. Pesquisadora do Laboratório de Psicologia da Arte do Instituto de Psicologia da USP, recebeu apoio da agência financiadora de pesquisas Fapesp.

Atua na área de Psicologia da Arte, realizando vastas pesquisas e desenvolvendo muitos frutos sobre a biografia e obras de Van Gogh. Leia Mais

Guerras e Escritas: a correspondência de Simón Bolívar (1799-1830) – FREDRIGO (H-Unesp)

FREDRIGO, Fabiana de Souza. Guerras e Escritasa correspondência de Simón Bolívar (1799-1830). São Paulo: Ed. UNESP, 2010, 290 p. Resenha de: DULCI, Tereza Maria Spyer. História [Unesp] v.31 no.1 Franca Jan./June 2012.

Simón Bolívar tem lugar cativo na memória política e social da América Latina, inclusive como mito inspirador de diferentes bandeiras político-ideológicas. Por sua vez, as versões históricas em torno das independências hispano-americanas foram construídas a partir dos próprios escritos do “Libertador”, que criou uma identidade de “herói sem fronteiras”.

Em seu livro Guerras e Escritas: a correspondência de Simón Bolívar (1799-1830), publicado pela Editora Unesp, a historiadora Fabiana de Souza Fredrigo, professora do Departamento de História da Universidade Federal de Goiás, investiga o culto a esse mito. Seu trabalho, que mescla história, memória, literatura e biografia, deu-se a partir da análise das cartas de Bolívar (2.815), buscando identificar os vínculos construídos entre a memória individual, a memória coletiva e a historiografia em torno das independências e de Simón Bolívar.

Sua análise é bastante original, já que utiliza as missivas para buscar a subjetividade de Bolívar e dos diferentes atores históricos que aparecem nas cartas. A historiadora procura apresentar o mundo do general a partir do contexto depreendido das correspondências, sem seguir a cronologia tradicional, pois seu objetivo central é investigar os temas mais relevantes do epistolário, debruçando-se sobre o que se tornou importante para Bolívar no contexto em que vivia.

O que lhe interessa não é compreender por que Bolívar foi escolhido ícone das independências latino-americanas, mas, sim, como ele produziu esta escolha ao criar seu próprio mito. Para a autora, “Simón Bolívar torna-se o Libertador, primeiro, por suas ações e suas palavras, tão valiosas como a espada; segundo, pelo efeito inebriante que o ideal de liberdade produz em meio à memória coletiva” (p. 64).

O livro é composto por três capítulos, ao longo dos quais a historiadora desenvolve a tese de que, ao escrever cartas, o general procurava construir um projeto de memória de si e dos outros (do indivíduo e do seu grupo/do remetente e do destinatário). Bolívar acreditava que suas memórias atingiriam e mobilizariam as gerações futuras, “tinha projetos urgentes em um presente concreto, mas sempre apontava para o futuro, guardião da sua imagem” (p. 47-48).

Para o missivista e seus contemporâneos, a consagração da memória era percebida como sinônimo de posteridade. A autora, ao fazer uma releitura do epistolário, afirma que o culto ao general teve o próprio Bolívar como seu principal arquiteto, já que seu projeto de memória foi construído a partir de uma cuidadosa escolha dos temas, de como escrever sobre eles e da constância das suas cartas. Segundo Fredrigo, em suas correspondências “Bolívar atuou como historiador, quando selecionou, registrou e arquivou os ‘fatos'” (p. 271).

No primeiro capítulo, “As cartas, a história e a memória”, a historiadora desenvolve suas reflexões a partir do cotejo das biografias de Bolívar com as missivas, buscando reconstruir as dimensões históricas do personagem. Ao identificar duas principais fases na vida do general – a das guerras de independência contra a Espanha, permeada de otimismo, e a das guerras civis entre as lideranças que tinham diferentes projetos para a América (o unitarismo de Bolívar versus o federalismo de Santander), carregada de ressentimento e pessimismo – a autora nos propicia um interessante panorama do autoexame feito pelo general em suas cartas, escritas com o objetivo de convencer o interlocutor e edificar o personagem.

Também nesse capítulo, a historiadora se preocupa em discorrer sobre as correspondências (que detêm status de fonte privilegiada) e discutir as relações entre história, memória e epistolário. Ao abordar as particularidades da fonte e analisar como estas foram apropriadas pela historiografia, Fredrigo analisa, com uma grande riqueza de detalhes, não apenas o contexto e a criação do mito, mas também seu estilo de escrita, as especificidades do discurso e a construção narrativa.

A autora traça igualmente um interessante panorama das apropriações do mito bolivariano na Venezuela, onde foi e continua sendo usado para representar a coesão nacional, seja pela elite do século XIX, seja durante a ditadura de Juan Vicente Gomes (1908-1935), ou a partir da revolução chavista e da República Bolivariana. Fredrigo leva o leitor a perceber que a historiografia bolivariana é repleta de anacronismos e que as palavras de Bolívar foram interpretadas por grande parte da historiografia como verdade histórica absoluta, sem crítica às fontes. Além disso, as biografias do general usam os mesmos marcos cronológicos e são geralmente estudos apologéticos. Para a historiadora, tanto as biografias quanto a historiografia, construídas desde sua morte, estabeleceram uma correlação entre a vida de Bolívar e o destino da própria América, como se Bolívar e América Latina formassem “uma só alma” (p. 68).

O segundo capítulo, “Guerra, honra e glória: atos e valores do mundo de Simón Bolívar”, trata da constituição de uma memória particular dentro da memória coletiva, pois as cartas interpretavam o passado e tinham um projeto de futuro. Para a autora, Bolívar, consciente de que produzia memória, buscava atingir seus contemporâneos e as gerações futuras. Por sua análise, vemos que o general e seus pares, a elite criolla, formavam uma “comunidade afetiva” e tinham valores comuns, baseados na “guerra, honra e glória”, valores que eram expressos e cultivados nas cartas, enquanto o povo era excluído dessa comunidade, mesmo que isso contrariasse a simbologia republicana.

Ao tratar dos diferentes atores históricos que aparecem nas missivas, a historiadora apresenta uma valiosa contribuição ao campo das identidades nacionais, demonstrando que estas tiveram de ser construídas no pós-independência para criar uma mesma comunidade de afiliação, “unindo os descendentes dos conquistadores aos descendentes dos conquistados” (p. 122), a partir de uma identidade focada em um projeto estatal republicano, federalista e oligárquico.

Para Fredrigo, Bolívar acreditava que era necessário construir uma narrativa que reforçasse o vínculo entre os criollos e os cidadãos comuns, baseada na humanidade das tropas e nas dificuldades dos campos de batalha. “A guerra, a honra, e a glória”, valores que teriam criado a coesão intraelite, não tiveram o mesmo efeito no povo, por isso Bolívar teria construído lugares de memória simultâneos, para os generais criollos e para os soldados, ao estabelecer uma imagem de si mesmo que reunia, ao mesmo tempo, as figuras de líder e de soldado.

Já o terceiro capítulo, “Construindo a memória da indispensabilidade: o discurso em torno da renúncia e do ressentimento”, se detém na análise da principal estratégia utilizada por Bolívar nas missivas para edificar seu mito, qual seja, a criação de uma “memória da indispensabilidade”. Essa memória foi articulada a partir de um discurso polifônico, fundamentado na evocação da “renúncia” e do “ressentimento”, elaborado pelo general para refutar as acusações de autoritarismo e apego ao poder e para fortalecer a ideia de homem público dedicado incondicionalmente ao povo e à pátria. Para a autora: “É a partir da fusão entre a necessidade de legitimidade, determinada pelo jogo político do presente, e o desejo de memória, delimitado pela perspectiva do futuro, que o missivista constrói e solidifica a memória da indispensabilidade” (p. 190).

Esse capítulo é, certamente, o ponto alto do livro. Nele, ao analisar o epistolário em diálogo com a literatura e a biografia, a historiadora trata do romance de Gabriel García Márquez (GARCÍA MARQUEZ, 1989) e da biografia de Salvador Madriaga (MADRIAGA, 1953). Em ambos os casos, Fredrigo estuda o culto bolivariano e a apropriação que os dois autores fizeram da “memória da indispensabilidade” forjada por Bolívar. A ficção literária e a biografia, embora de formas distintas, acabaram por reiterar a imagem que o general criou de si mesmo para a posteridade.

Assim, a leitura deste livro constitui, sem dúvida, uma rara oportunidade de acompanhar a historiografia bolivariana e a construção deste mito, o cotidiano das tropas e das guerras de independência na América do Sul, bem como os embates entre a elite criolla e o povo.

Referências 

GARCÍA MARQUEZ, Gabriel. O general em seu labirinto. Rio de Janeiro: Record, 1989.         [ Links ]

MADRIAGA, Salvador. Bolívar: fracaso y esperanza. México: Editorial Hermes, 1953. Tomos I e II.         [ Links ]

Tereza Maria Spyer Dulci – Doutoranda pelo Departamento de História da FFLCH/USP – Av. Prof. Lineu Preste, 338 – Bairro: Cidade Universitária. São Paulo – SP. CEP: 05508-000. E-mail: terezaspyer@hotmail.com.

El Perú desde la intimidad. Epistolario de Manuel Candamo (1873-1904) | José A. de la Puente Candamo

Las cartas íntimas, sobre todo intercambiadas entre marido y mujer, constituyen una fuente de excepcional valor para conocer el pensamiento profundo de las personas que las escriben. Esto resulta de especial interés cuando se trata de personajes públicos. Es el caso de Manuel Candamo, importante líder político peruano de la segunda mitad del siglo XIX, fallecido en 1904 ejerciendo la presidencia de la República. Fue un notorio dirigente del Partido Civil, fundado por Manuel Pardo con el fin de superar el militarismo, que había dominado la política peruana desde la Independencia. Pardo fue el primer Presidente civil del Perú (1872-1876), y buscó establecer lo que denominó la “república práctica”, para lo cual organizó una serie de bases electorales, vinculadas sobre todo con los sectores urbanos emergentes. Se trató de un movimiento político que dio una importancia clave a la participación ciudadana, para lo cual se produjeron importantes movilizaciones de la opinión pública, que por entonces se presentaron como estrategias bastante originales.

A raíz de la muerte de Manuel Pardo (1878) y de la posterior crisis nacional generada por la guerra del Pacífico, el Partido Civil se debilitó notoriamente, al punto de llegar prácticamente a desaparecer. En la década de 1890 se produjo lo que podría denominarse como re-fundación del partido, gracias al reagrupamiento de muchos de sus antiguos adherentes. En esa reorganización la figura clave fue la de Manuel Candamo. Por eso, su importancia en la vida política peruana no está tanto referida a su periodo presidencial –truncado por su muerte–, sino a su labor como auténtico “re-fundador” del Partido Civil en la última década del siglo XIX. Además, Candamo tuvo un papel protagónico en lo que fueron los fundamentos de la época política conocida como de la “República Aristocrática”, vigente durante las dos primeras décadas del siglo XX, y que se caracterizó por la estabilidad institucional y por el entendimiento entre dirigentes políticos antes duramente enfrentados. Leia Mais

Correspondência cordial: Capistrano de Abreu e Guilherme Studart / Eduardo L. G. Amaral

“HÁ MUITO TEMPO DESEJO-LHE ESCREVER…”:

ITINERÁRIOS HISTORIOGRÁFICOS NA ESCRITA DE CARTAS

Poucas figuras proeminentes do cenário intelectual brasileiro no séc. XIX tiveram sua imagem pública tão dissecada quanto João Capistrano de Abreu. De fato, as peripécias e infortúnios que cercam a vida deste historiador cearense serviram de matéria a um número vultoso de estudos e publicações. Espírito reservado, temperamento forte, estilo irônico, inteligência aguda, compulsão pela leitura, aversão a homenagens e honrarias, desmazelo nos cuidados com a aparência pessoal são algumas das características que tornaram Capistrano uma fonte quase inexaurível de situações inusitadas, oscilando em movimento pendular, do cômico ao trágico. Durante muito tempo, suas correspondências com amigos, parentes e colegas forneceram uma cornucópia de curiosidades, ensejando a difusão de anedotário que hoje praticamente se funde à personalidade do escritor.

Felizmente, o epistolário de Capistrano vem sendo revisitado por críticos e historiadores ocupados em apreender ali traços relevantes de seus métodos de pesquisa, interesses intelectuais e interpretações da história do Brasil. Na verdade, percebe-se atualmente uma certa tendência a devassar as idéias de pensadores e artistas por meio dos vestígios dessa escrita íntima. Paroxismo do fragmento? Entronização do indivíduo? Estratégia do mercado editorial? Não há dúvida quanto ao peso desses ingredientes no entusiasmo lucrativo de publicar correspondências pessoais. Contudo, existe uma força latente que brota de tais documentos. Nas cartas é possível encontrar declarações afetuosas, relatos de cenas cotidianas, troca de confidências, mas também a expressão de convicções políticas, a opinião ajuizada sobre comportamentos e fatos públicos, o questionamento ou afirmação dos preceitos morais e dos códigos axiológicos que marcam uma época. Entre a

idiossincrasia do missivista e o quadro das relações sociais de determinado tempo e lugar, desenha-se um itinerário pontuado de tensões, receios, incoerências atinentes às possibilidades de ação do sujeito histórico imerso nas circunstâncias específicas de sua existência.

No que diz respeito à figura de Capistrano de Abreu, a pertinência historiográfica de investigar suas cartas é superlativa, dado o esmero peculiar que envidou no manejo deste gênero literário. Algumas facetas dessa complexa trajetória intelectual, por vezes expressa na narrativa paralela dos diálogos manuscritos, pode ser aquilatada com a leitura de Correspondência cordial: Capistrano de Abreu e Guilherme Studart, de Eduardo Lúcio Amaral – volume 19 da Coleção Outras Histórias (linha editorial do Museu do Ceará). No livro se destaca a comunicação escrita, cultivada durante trinta anos (1892-1922), por dois expoentes da pesquisa histórica brasileira no séc. XIX, cujo encontro se dera em tempos de juventude, partilhando os mesmos bancos escolares na Fortaleza provinciana dos anos 1860. O autor observa que, à parte a conterraneidade, o respeito mútuo e a extrema dedicação à pesquisa documental, tinham ambos os historiadores pouco em comum. Capistrano se embrenhou arduamente na investigação empírica e na reflexão do passado nacional, alheio ao reconhecimento dos pósteros e à exaltação cívica. Studart, por seu turno, acreditava no papel civilizador do conhecimento e na elevação moral das camadas populares, quer pela instrução formal, quer pela virtude religiosa. O próprio título honorífico com que foi agraciado, outorgado pelo Vaticano – Barão de Studart –, indica a enorme diferença que separava os dois amigos: um enredado nas muitas confrarias e sociedades letradas em profusão nos alvores da república, o outro declaradamente arredio aos lugares de sociabilidade institucional, custoso que lhe era “pertencer à sociedade humana”.

No decorrer do trabalho, diversas questões de suma relevância são abordadas, como a intensa colaboração tecida entre Capistrano e Studart no andamento de suas pesquisas, a percepção de ambos sobre os primórdios da história do Ceará e a ênfase dada ao sertão e ao litoral como pólos da colonização do Brasil. Eduardo Lúcio salienta a opção metodológica de Capistrano por examinar as paragens interioranas, pois identificava ali o fluxo primordial das migrações e sedimentações provisórias que conformariam a dinâmica da sociedade colonial. Como a quase totalidade dos historiadores de sua época, Studart tomou direção oposta, pensando a história local e nacional com os olhos voltados para a costa litorânea, articulada a uma idéia conservadora de história, ainda submetida ao peso dos fatos grandiosos, dos atos do Estado português, dos personagens notáveis e das divisões administrativas.

Um dos pontos salientes do texto aborda a crítica metódica dos documentos, tal como desempenhada por Studart e Capistrano. Percebe-se ali a vivacidade e o engenho de ambos, especificamente em torno da verdadeira autoria de Cultura e opulência do Brasil por suas drogas e minas. A questão há muito inquietava numerosos pesquisadores, uns postulando a existência real daquele que assinou a referida obra – André João Antonil –, outros julgando tratar-se de um pseudônimo. Debruçando-se sobre esse desafio, os dois historiadores cearenses chegaram, por caminhos diferentes, à mesma conclusão: Antonil era o anagrama aproximativo de João Antonio Andreoni, eminente jesuíta italiano do fim do séc. XVII e início do XVIII que atuou em terras brasileiras. Ao recuperar, nas cartas, o relato de tão notória descoberta, Eduardo Lúcio convida a uma revisão de preconceitos arraigados, notadamente entre os aspirantes a historiador. Pois não é incomum a rotulação prévia de muitos pesquisadores oitocentistas, assaz diversos uns dos outros, reunidos sob a alcunha desabonadora de positivistas, como a indicar que comporiam uma esdrúxula tribo de fetichistas do documento, imbuídos de ingênua passividade ante os registros que o passado nos legou. Ao contrário, avulta o esforço investigativo quanto à procedência e autenticidade dos vestígios de outras épocas, demandando criatividade, astúcia e imaginação no cotejo das fontes. Mais que isso: reitera-se o exame meticuloso dos testemunhos como um dever indeclinável à faina do historiador.

Se, atualmente, a noção de crítica documental sobrepuja largamente as preocupações estritas com o “teor de verdade” dos fatos e registros passados, há que reconhecer, sem adulação, os esforços das gerações precedentes de eruditos e pesquisadores no amadurecimento das práticas, métodos e conceitos que presidem a disciplina histórica. Implicitamente, este livro observa que o exercício, ponderado e conseqüente, da reflexão crítica deve também nos resguardar do julgamento cômodo – e anacrônico – de outras épocas segundo nossas próprias categorias de pensamento e valoração.

Uma questão teórica pertinente, tocada apenas de soslaio, ficará contudo reservada (assim espero) para estudos vindouros. Refiro-me às correntes antagonistas dispostas a devassar a história do Ceará, uma sob a égide da ocupação litorânea, outra pautado em apreender a dinâmica das migrações pelo sertão da capitania. Ao contrário dos debates tradicionalmente levantados, cuja meta era afiançar uma das hipóteses às expensas da concorrente, Eduardo Lúcio destaca que está em jogo mais que porfias de eruditos, ou mesmo nuanças de adequação da análise aos fatos. Vislumbrar a história local com olhos postos sobre o mar ou priorizando os rincões do interior tampouco sugere a potência do determinismo geográfico. Ocorre que ambas as vertentes interpretativas são orientadas por noções diferenciadas de documento – escolha metodológica que iria repercutir decisivamente no modo de enfeixar os acontecimentos em favor de uma dada narrativa histórica. Alguns contornos dessa discussão vêm aduzidos à luz de trechos das cartas trocadas entre Capistrano e Studart.

O autor sintetiza a extrema riqueza que se descortina no escrutínio dessa correspondência cheia de mesuras, mas visivelmente pontilhada por inquietações historiográficas: “As cartas de Capistrano para Studart são exemplares para a compreensão do seu processo de construção do conhecimento, já que a partir da rede de informações construída entre os dois historiadores vêm à tona as sutilezas do trabalho de pesquisa e a subjetividade de Capistrano de Abreu.”

Ressalte-se, contudo, que ao leitor o sentido inverso e complementar também é plausível, ou seja: acercar-se dos métodos de trabalho e da produção científica do Barão de Studart, não somente através das cartas, como pela consulta a outro estudo de lavra do mesmo autor – Barão de Studart: memória da distinção (Coleção Outras Histórias, v. 9). Ali se descobre a figura de grande projeção que se firmaria no panteão da intelectualidade cearense, reunindo ao mesmo tempo os atributos modelares que o tornaram referência indisputável nos segmentos letrados de então: filho de inglês, cavalheiro, médico, erudito, católico, abolicionista, pesquisador incansável.

A leitura do texto de Eduardo Lúcio indica não ser este o resultado de investigação empírica previamente orientada. Deriva, sim, de análise centrada na fortuna crítica de Capistrano de Abreu, acrescida pela consulta de suas obras maiores, com especial atenção sobre a correspondência. Portanto, trata-se sobretudo de uma reflexão sedimentada em referências bibliográficas, a que vêm incorporar-se ponderações quanto aos possíveis sentidos da escrita da história, em fins do séc. XIX e alvores do XX.

“No princípio, era a pergunta” – essa a divisa de qualquer trabalho intelectual conduzido por historiadores. O opúsculo em questão, livre de pretensões biográficas e alheio a sínteses de vulto, traz na formulação de questionamentos o seu mérito: a que finalidades se presta o conhecimento histórico produzido naquele período? Quais os interditos duradouros que cerceavam a viabilidade de uma interpretação da época colonial menos subserviente à zona costeira e ao primado lusitano, mais atenta à ocupação lenta dos sertões? Como esses caminhos metodológicos divergentes influiriam nas futuras noções de história nacional? Sob que condições epistemológicas era plausível advogar a legitimidade de uma história local que remontasse à Colônia (como o projeto de história do Ceará defendido pelo Barão de Studart)? De que maneira a troca de cartas entre intelectuais pode se tornar um material elucidativo acerca dos rumos tomados pela historiografia brasileira? Qual o papel das celebrações e marcos cronológicos (a exemplo do “tricentenário do Ceará”) na consolidação de um modelo hegemônico de fundamentar, narrar e difundir a história? Indagações seminais, cujo enfrentamento poderá conduzir à aparição de novas pesquisas que tenham por objeto de estudo a própria criação historiográfica.

Com o lançamento de mais este livro, o Museu do Ceará reitera o compromisso com a reflexão crítica da história. Ao mesmo tempo, oferece ao leitor os contornos de duradoura interlocução privada, construída numa época em que os navios a vapor faziam as vezes de correio. Pródiga em descobertas eufóricas, estudos minudentes e recorrente solicitação de favores mútuos, a correspondência entre Capistrano e Studart nos sugere, acima de tudo, o empenho invulgar nas lides da pesquisa histórica e os tremendos obstáculos a serem vencidos. Registra, ainda, a notação de um outro ritmo, de comunicação e de vida, quando amigos distantes rascunhavam linhas para falarem de si ao outro, quando a ansiedade de uma carta por chegar exigia paciente expectativa, “à espera do próximo vapor”.

Antonio Luiz Macêdo e Silva Filho


AMARAL, Eduardo Lúcio Guilherme. Correspondência cordial: Capistrano de Abreu e Guilherme Studart. Fortaleza: Museu do Ceará; Secretaria da Cultura do Estado do Ceará, 2003. Resenha de: SILVA FILHO, Antonio Luiz Macêdo. Revista Trajetos, Fortaleza, v.2, n.5, 2004. Acessar publicação original. [IF].

Correspondência cordial: Capistrano de Abreu e Guilherme Studart | Eduardo Lúcio Guilherme Amaral

“HÁ MUITO TEMPO DESEJO-LHE ESCREVER…”:

ITINERÁRIOS HISTORIOGRÁFICOS NA ESCRITA DE CARTAS

Poucas figuras proeminentes do cenário intelectual brasileiro no séc. XIX tiveram sua imagem pública tão dissecada quanto João Capistrano de Abreu. De fato, as peripécias e infortúnios que cercam a vida deste historiador cearense serviram de matéria a um número vultoso de estudos e publicações. Espírito reservado, temperamento forte, estilo irônico, inteligência aguda, compulsão pela leitura, aversão a homenagens e honrarias, desmazelo nos cuidados com a aparência pessoal são algumas das características que tornaram Capistrano uma fonte quase inexaurível de situações inusitadas, oscilando em movimento pendular, do cômico ao trágico. Durante muito tempo, suas correspondências com amigos, parentes e colegas forneceram uma cornucópia de curiosidades, ensejando a difusão de anedotário que hoje praticamente se funde à personalidade do escritor. Leia Mais

Escrita singular: Capistrano de Abreu e Madre Maria José / Virgínia A. C. Buarque

Paula Virgínia Pinheiro Batista – Universidade Federal do Ceará.


BUARQUE, Virgínia A. Castro. Escrita singular: Capistrano de Abreu e Madre Maria José. Fortaleza: Museu do Ceará/Secretaria da Cultura, 2003. Resenha de: Revista Trajetos, Fortaleza, v.4, n.8, p.287-300, 2005. Acesso apenas pelo link original. [IF].

Correspondência de Rodrigues Lapa. Seleções (1929 – 1985) | Maria Alegria Marques

Resenhista

André Figueiredo Rodrigues


Referências desta Resenha

MARQUES, Maria Alegria et al. Correspondência de Rodrigues Lapa. Seleções (1929 – 1985). Coimbra: Minerva, 1997. Resenha de: RODRIGUES, André Figueiredo. Diálogos. Maringá, v.2, n.1, 229 -231, 1998. Sem acesso a publicação original [DR]