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A Dimensão Biográfica como Processo de Formação e de Compreensão de Si e do Mundo | Educar em Revista | 2021
Detalhe de capa de Einstein- uma biografia, de Jürgen Neffe
Narrar a experiência supõe agenciar temporalmente a experiência, encontrar as palavras para dizer e configurar os momentos e períodos de vida em uma história. Assim, para que os processos de compreensão e de formação de si possam emergir, a experiência deve se tornar dizível e, posteriormente, formar uma unidade histórica que pareça verdadeira e completa do ponto de vista do narrador. Essa passagem da experiência à linguagem, das palavras aos textos, do discurso à narrativa supõe que o narrador se volte para sua experiência, agencie-a temporalmente e configure-a logicamente a fim de que uma coerência surja pelo trabalho de escrita de si. O processo pelo qual a experiência emerge do trabalho no e para o texto se acompanha de um movimento: o de uma dinâmica, a da compreensão, que se inicia pela disposição, em escala individual, do vivido em uma narrativa e se desdobra quando as narrativas biográficas acessam a comunidade.
O exame dos processos pelos quais o narrador, configurando sua experiência no momento de dispor os elementos em uma narrativa, produz fenômenos de compreensão em escala individual e coletiva constitui o eixo principal deste dossiê. Como mostrou Baudouin (2010) a partir da noção de “prova autobiográfica” [épreuve autobiographique], as narrativas autobiográficas, biográficas, de vida correspondem a um gênero de textos cuja força provém da expressividade inerente à experiência vivida, que encontra espaço para ser dita no decorrer da escrita de si. Essa dimensão foi caracterizada exemplarmente por Bakhtin (1984) na obra “Estética da criação verbal”. A narrativa de si é, com efeito, regida por uma força, a do “querer dizer”, que deve, para acontecer, compor com as estruturas da linguagem e as leis de composição da narrativa. Leia Mais
Pesquisa (auto) biográfica em educação na Ásia | Revista Brasileira de Pesquisa (Auto)Biográfica | 2019
Le dossier présenté dans ce nouveau numéro de la Revista Brasileira de Pesquisa (Auto) biográfica accueille des textes de chercheurs (universitaires, docteurs ou doctorants) qui vivent, travaillent ou développent leurs recherches en Asie. Historiquement, du point de vue européen, l’Asie constitue un “ailleurs extrême”, une forme d’extériorité radicale. À la fin du xIxe siècle, l’espace asiatique varie dans ses intitulés entre “Asie orientale” et “Extrême-Orient”. Le terme “Far East” fait son apparition dans l’Empire britannique, en faisant référence à l’Est lointain dont les contrées nécessitent de longs voyages pour y accéder. L’émergence d’un territoire “au plus loin” s’affirme durant cette période dans l’ensemble de l’Europe: “Les équivalents anglais Far East, allemand Ferner Osten, italien Estremo Oriente, espagnol et portugais Extremo Oriente semblent tous attestés de la même époque” (Détrie et Moura, 2001, p. 5)1. Ainsi, si du point de vue européen, en fonction de l’étirement de la distance, l’espace qui sépare les deux continents a dû, pour être pensable, être départagé entre le Proche, le Moyen, et l’Extrême-Orient (MOURA, 2001)2. Comment penser l’Asie lorsque l’on se situe au Brésil, spécialement à Salvador de Bahia, lieu d’édition et de parution de la revue qui contient ce numéro. L’Asie se trouve alors située à l’opposé du globe, le Japon semblant être la “diamètre géographique” du Brésil. Leia Mais