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(Auto)biografias, fotografias, acervos e escritas de formação | Revista Brasileira de Pesquisa (Auto)Biográfica | 2016
Os estudos (auto)biográficos, inicialmente circunscritos aos textos narrativos e a suas potencialidades, nas últimas décadas, têm encontrado outras fontes e múltiplas possibilidades de pensar e problematizar os espaços biográficos e sua expansão. Num movimento muito semelhante ao ocorrido em outros campos epistemológicos, o amadurecimento do campo da pesquisa (auto)biográfica começa a se evidenciar, pela diversificação de interesses e abordagens, e pela sofisticação de sua produção, para além de seu universo inicial, das letras e da história (e, por consequência, dos textos narrativos), e da educação (e, portanto, da entrevista narrativa). As possibilidades abertas para a pesquisa e a compreensão dos mundos da vida humana são múltiplas e o dossiê (Auto)biografias, fotografias, acervos e escritas de formação procura dar materialidade a três dessas perspectivas.
A ideia de se pensar a (auto)biografia a partir da fotografia, como extrato de um momento vivido, como um retrato instantâneo de um acontecimento, no qual a memória ganha uma materialidade – até mesmo, na efêmera fotografia digital – e indaga quem a observa com signos e símbolos de um tempo passado, impressos nas vestimentas, nos comportamentos, nas expressões, nos gestos que sedimentam algo da psicologia ou da mentalidade de um tempo, nos dá algum indício de como estas fontes podem significar alguma diferença nas pretensões de nosso campo de estudo. São um passo rumo a uma outra dimensão representacional. Leia Mais
Escritas de si, literatura e cinema: diálogos (auto)biográficos | Revista Brasileira de Pesquisa (Auto)Biográfica | 2016
[A narrativa] está presente no mito, na lenda, na fábula, no conto, na novela, na epopeia, na história, na tragédia, no drama, na comédia, na pantomima, na pintura […], no vitral, no cinema, nas histórias em quadrinhos, no fait divers, na conversação. Além disto, sob estas formas quase infinitas, a narrativa está presente em todos os tempos, em todos os lugares, em todas as sociedades; a narrativa começa com a própria história da humanidade; não há em parte alguma povo algum sem narrativa; todas as classes, todos os grupos humanos têm suas narrativas […]
Roland Barthes1
Na epígrafe, Roland Barthes nos diz que as narrativas, por sua quase infinita diversidade (histórica, literária, biográfica, autobiográfica, cinematográfica…), e por sua onipresença na história da humanidade, representam formas de manifestação inalienáveis do ser humano, onde quer que ele se encontre, não importando o momento de sua vida, e em qualquer tempo histórico. Nessa quase infinita diversidade, os seres humanos encontram nas narrativas biográficas e autobiográficas um modo próprio de ser e de contar a história de vida de outrem (biografia) e a história de sua própria vida (autobiografia), constituindo e constituindo-se enquanto seres sociais, racionais, líricos, históricos, místicos, políticos, artísticos, míticos… Leia Mais