Posts com a Tag ‘ArtCultura (ACd)’
Música para além da música/ArtCultura/2022
Uma canção, a rigor, é um artefato cultural que mobiliza, muitas vezes, toda uma extensa rede de sujeitos que operam de distintas formas no seu processo de fabricação. São variados os anéis da cadeia de criação artística que se enlaçam desde a composição de uma obra, sua produção, as performances vocais, visuais, instrumentais, passando pela sua divulgação e, por fim, pela recepção, responsável, em última análise, pelos sentidos que acabam sendo incorporados socialmente a ela. Lugar de coabitação de diferentes linguagens, a canção popular não se oferece necessariamente ao público, de imediato, como um objeto de fácil decifração. Leia Mais
História & Artes Visuais | ArtCultura | 2021
Mesmo com todo o emblema
Todo o problema
Todo o sistema
Toda Ipanema
A gente vai levando […]
Mesmo com o todavia
Com todo dia
Com todo ia Todo não ia […]
A gente vai levando essa guia
(Chico Buarque e Caetano Veloso)1
Em tempos de terraplanistas, de ecocidas e de negacionistas em que se movem ataques sem tréguas contra a produção científica, a gente vai levando a ArtCultura: Revista de História, Cultura e Arte, driblando as dificuldades dispostas pelo meio do caminho. Nesta edição, em particular, sobressaem as contribuições que transitam pela “ponte da amizade” intelectual entre o Brasil, a Argentina e o Chile, com especial destaque para a presença de nada menos do que cinco pesquisadores argentinos. Leia Mais
História & anacronismo – I – Parte internacional | ArtCultura | 2021
Ao longo das últimas três ou quatro décadas, os historiadores vêm demonstrando uma preocupação sensível com o tema da multiplicidade temporal. Ao tempo linear e homogêneo, característico de um regime disciplinar cada vez mais questionado, eles contrapõem “novas formas, múltiplas, variadas, policrônicas”.1 Essa pluralização expressa também questões políticas candentes, como aquelas relacionadas aos nossos tantos passados traumáticos, nos quais diversas modalidades de horror e de violência estatal indicam a persistência incontornável de experiências ainda sentidas como contemporâneas.2
Por outro lado, há uma abertura menor à reflexão sobre o tema do anacronismo, o que pode constituir, em certa medida, aquela situação na qual, de acordo com Christophe Charle, os debates e as polêmicas teóricas são eclipsados por uma atitude de apaziguamento, de conformação e de esvaziamento discursivo em função do peso de determinados vetos epistemológicos.3 Esse parece ser o caso da noção de anacronismo, cuja força persuasiva sobre a operação historiográfica não é novidade já há algumas gerações. Afinal, qual estudante não aprende a repudiar, desde os primeiros momentos de sua formação em História, o “pecado mortal” dos historiadores? Leia Mais
Argentina e Brasil: entre a canção romântica e o rock dos anos 80-90 | ArtCultura | 2021
Mesmo com todo o emblema
Todo o problema
Todo o sistema
Toda Ipanema
A gente vai levando […]
Mesmo com o todavia
Com todo dia
Com todo ia Todo não ia […]
A gente vai levando essa guia
(Chico Buarque e Caetano Veloso)1
Em tempos de terraplanistas, de ecocidas e de negacionistas em que se movem ataques sem tréguas contra a produção científica, a gente vai levando a ArtCultura: Revista de História, Cultura e Arte, driblando as dificuldades dispostas pelo meio do caminho. Nesta edição, em particular, sobressaem as contribuições que transitam pela “ponte da amizade” intelectual entre o Brasil, a Argentina e o Chile, com especial destaque para a presença de nada menos do que cinco pesquisadores argentinos. Leia Mais
História social da literatura | ArtCultura | 2021
Sobre as relações dialéticas entre história e literatura Os textos que o leitor tem em mãos neste dossiê partem de um pressuposto comum: a literatura é um documento do seu tempo e do seu lugar. Soa tautológico quando historiadores sugerem que um documento histórico deve ser compreendido como parte inseparável do seu contexto, como resultado dos embates sociais, políticos, culturais e econômicos do seu tempo, do seu lugar; e, simultaneamente, produto e produtor desse contexto. Mas é preciso dizê-lo novamente, e provavelmente ainda será necessário dizê-lo outras vezes, porque tomar a literatura como produto do seu tempo e lugar, como documento histórico, tem sido um pressuposto que tem afastado, de modo inconciliável, os historiadores dos críticos literários. Não de todos os críticos literários, por óbvio, mas sobretudo daqueles que insistem em atribuir à literatura um lugar especial, reservando a ela o lugar mais elevado da imaginação, da criação, da fantasia, da liberdade. Nos artigos reunidos nesta coletânea, ao contrário, a literatura é um produto material, tão material quanto pregos e parafusos, exatamente por isso, um produto do mundo, do contexto, dos conflitos que o formam e informam. Leia Mais
História & visualidades | ArtCultura | 2020
Mesmo com o todavia
Com todo dia
Com todo ia Todo não ia […]
A gente vai levando
A gente vai levando essa chama
“Vai levando”
Chico Buarque e Caetano Veloso1
Com a edição n. 41, eis, uma vez mais, a roda da ArtCultura a girar. Com ela soa o sinal de partida para mais algumas expedições ao mundo da História. Atentos ao nosso toque de reunir, 15 colaboradores de 12 instituições do Brasil, França, México e Portugal responderam presente. Abaixo do Equador, em particular, registramos a contribuição de pesquisadores do Distrito Federal e dos estados de Minas Gerais, São Paulo, Sergipe, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul. Leia Mais
Teatro(s) & práticas artísticas | ArtCultura | 2020
Em tempos ásperos de pandemia e de pandemônio, de vírus e de vermes instalados no Brasil e em outros cantos e recantos do mundo, a ArtCultura 40 está no ar. Mobilizamos, para tanto, uma ampla rede de colaboradores, que foi da retaguarda proporcionada por dezenas de pareceristas até 21 pessoas que atuaram na linha de frente desta edição, seja como autores ou organizadores de minidossiês. Elas se distribuíram pela Argentina e pelo Brasil, abarcando ao todo 14 instituições e 8 estados (Ceará, Minas Gerais, Paraná, Piauí, Rio de Janeiro, Rondônia, Santa Catarina e São Paulo) de 4 regiões (Nordeste, Norte, Sudeste e Sul) do território nacional.
Sem colocar trancas no repertório temático, este número ― para não fugir ao que é próprio da ArtCultura ― se abre a leituras diversas de objetos diversos. Ele se inicia com a publicação de uma palestra acerca da trajetória da fotomontagem em terras brasileiras. Na seção Além-Brasil registra uma colaboração proveniente da Argentina para refletir sobre arquivos, arqueologia e resistência. Na sequência, acolhe dois minidossiês, organizados pelos editores da revista, que fazem ascender ao primeiro plano das discussões dois domínios de pesquisa que nos são muito caros. Teatro(s) & práticas artísticas, de um lado, e Cenas musicais alternativas, de outro, reúnem 8 contribuições. Leia Mais
Cenas musicais alternativas | ArtCultura | 2020
Em tempos ásperos de pandemia e de pandemônio, de vírus e de vermes instalados no Brasil e em outros cantos e recantos do mundo, a ArtCultura 40 está no ar. Mobilizamos, para tanto, uma ampla rede de colaboradores, que foi da retaguarda proporcionada por dezenas de pareceristas até 21 pessoas que atuaram na linha de frente desta edição, seja como autores ou organizadores de minidossiês. Elas se distribuíram pela Argentina e pelo Brasil, abarcando ao todo 14 instituições e 8 estados (Ceará, Minas Gerais, Paraná, Piauí, Rio de Janeiro, Rondônia, Santa Catarina e São Paulo) de 4 regiões (Nordeste, Norte, Sudeste e Sul) do território nacional.
Sem colocar trancas no repertório temático, este número ― para não fugir ao que é próprio da ArtCultura ― se abre a leituras diversas de objetos diversos. Ele se inicia com a publicação de uma palestra acerca da trajetória da fotomontagem em terras brasileiras. Na seção Além-Brasil registra uma colaboração proveniente da Argentina para refletir sobre arquivos, arqueologia e resistência. Na sequência, acolhe dois minidossiês, organizados pelos editores da revista, que fazem ascender ao primeiro plano das discussões dois domínios de pesquisa que nos são muito caros. Teatro(s) & práticas artísticas, de um lado, e Cenas musicais alternativas, de outro, reúnem 8 contribuições. Leia Mais
História & poesia épica | ArtCultura | 2019
Além de nos oferecer a primeira exposição doutrinária a respeito do gênero épico, Aristóteles, em sua Poética, registrou as diferenças entre poesia e história: a primeira, no seu entendimento, volta-se para ações possíveis, plausíveis e/ou prováveis; a segunda, por sua vez, é concebida como narrativa sobre a alétheia dos acontecimentos, detendo-se no particular. Em suma, a história teria por objeto verdades desprovidas de ornamentos ou floreios linguísticos e a poesia, por ser mais filosófica e, consequentemente, universal, não precisaria se ater à sucessão cronológica dos fatos: quando trata de matérias históricas, ela o faz em detrimento da verossimilhança.1 As distinções sugeridas, no entanto, não devem ofuscar os nexos existentes entre o canto poético do aedo inspirado e as narrativas históricas registradas como fruto de testemunhos (in)diretos. Os trabalhos reunidos neste dossiê levaram em consideração os preceitos aristotélicos e analisaram diferentes epopeias com base em seus códigos linguísticos, concebendo-as como fontes promissoras, e não mais como obras de “ficção” românticas potencialmente ricas em epígrafes, como se integrassem as margens da história. Leia Mais
Hayden White: reflexões contemporâneas | ArtCultura | 2018
Poucos autores foram paradoxalmente tão mal lidos e tão necessários para a historiografia quanto Hayden White (1928-2018). O norte-americano, durante sua carreira de mais de cinco décadas, soube, talvez como ninguém, provocar intelectualmente os historiadores e historiadoras de modos diversos: de suas asseverações sobre o caráter ficcional do discurso historiográfico às suas críticas ao que ele chamou de “anodinia ideológica” da disciplina, passando por suas teorizações seminais sobre os eventos modernistas de nossa era, White fez da polêmica uma arte; não a controvérsia vazia, contudo, que visa somente fechar discussões, mas a provocação como uma forma de armar a imaginação e o intelecto contra as diversas forças que nos dominam, consciente e inconscientemente. Para ele, as disparadas incisivas contra a historiografia disciplinada não eram mais do que uma maneira de se tentar chamar a atenção de seus colegas aos “problemas peculiares de seu tempo” e à possibilidade de que, em nossa modernidade tardia, a história havia se transformado mais em um problema do que uma solução – o pesadelo do qual já nos falava Joyce e de que, ao fim e ao cabo, desejamos escapar. Leia Mais
Fora do cânone: História & Música Popular | ArtCultura | 2018
Ai, ai, meu Deus
O que foi que aconteceu
Com a música popular brasileira?
[…]
Parei pra pesquisar
(Rita Lee e Paulo Coelho)1
A música popular brasileira, muitas vezes engessada sob o rótulo MPB, sempre foi, em maior ou menor medida, aberta à diversidade. Se, desde meados dos anos 1960, tal sigla promoveu, aparentemente, um encolhimento do seu espectro diversifi ado, na verdade isso foi mais obra de analistas e/ou da indústria cultural do que propriamente um retrato fi el do que se passava nos canteiros da música made in Brazil. Ao menos da maneira como foi acionada, aqui e ali, a categoria MPB transmitiu a impressão, enganosa, de representar um todo harmônico. A exemplo do que observou E. P. Thompson, ao se reportar às abordagens em torno de questões culturais e frisar que “o próprio termo ‘cultura’, com sua invocação confortável de um consenso, pode distrair nossa atenção das contradições sociais e culturais, das fraturas e oposições existentes dentro do conjunto”.2 Leia Mais
História & Cinema | ArtCultura | 2018
O menu desta edição da ArtCultura é, como de praxe, bastante variado, mesmo que mais de cinquenta por cento dos textos nela agrupados integrem dois dossiês temáticos. Para não fugir à regra, pesquisadores de diferentes instituições aqui comparecem, estendendo o raio de colaboradores aos estados de Goiás, Minas Gerais, Piauí, Rio de Janeiro, Santa Catarina e São Paulo, a ponto de abarcar, portanto, as regiões Centro-Oeste, Nordeste, Sudeste e Sul, parcela expressiva de um Brasil que abriga múltiplos brasis.
Mas a ArtCultura 36, na trilha de outros números, não se acomoda à bitola da produção nacional. Transpõe as nossas fronteiras e estabelece linhas de conexão com a América do Sul e com a Europa. Tanto que a revista é aberta as contribuições de María Inés Mudrovcic, da Universidad Nacional de Comahue e do Conicet/Argentina, e de Gerard Vilar, francês radicado na Catalunha/Espanha, onde atua na Universitat Autònoma de Barcelona. Ela, historiadora que atrela boa parte de sua densa reflexão à Teoria e Filosofi a da História. Ele, prolífi co e profícuo intelectual que tem privilegiado nos seus escritos o campo da Estética e Teoria das Artes. E, de quebra, os dois nos deram a honra de acolhermos dois textos inéditos (no caso de María Inés Mudrovcic, uma palestra pronunciada em um evento internacional realizado meses atrás). Leia Mais
Música folclórica: entre o campo e a cidade | ArtCultura | 2017
A temática deste dossiê, Música folclórica: entre o campo e a cidade, foi inspirada em uma das mesas do III Colóquio História e Música – Tem – pos de música e seus fazeres, realizado na Universidade Estadual Júlio de Mesquita Filho (Unesp), campus de Franca, em 2016, que congregou pesquisadores das áreas de História, Sociologia e Musicologia, brasileiros e argentinos que, em comum, possuem como campo de investigação a música popular de diferentes países do continente americano.
Os usos e apropriações do termo “música folclórica” constituem o eixo comum dos artigos aqui reunidos. Tal denominação remonta aos estudos folclóricos que, desde o século X IX, incumbiram-se da tarefa de selecionar e organizar um repertório da música popular tido como repre – sentativo da identidade da nação. Preocupados em preservar a cultura autóctone vista como ameaçada pelos modismos e estrangeirismos do – minantes no ambiente urbano, homens letrados identificaram o campo como o lugar-abrigo das tradições. Para se “tradicionalizar” o popular foi necessário primeiro atribuí-lo ao passado – lugar onde supostamente era encontrado em estado puro – e, em seguida, fixá-lo, “museificá-lo” , a partir de critérios ideologicamente constituídos no presente. Leia Mais
História no teatro & teatro na história | ArtCultura | 2017
Impulsionada pelo esforço permanente de buscar focos e enfoques diversificados ao explorar temas que entrecruzam os campos da História, das Artes e da Cultura em geral, a ArtCultura 34 oferece aos seus leitores, uma vez mais, um cardápio de opções variadas, que incluem a estreia de uma seção, Primeira mão, que, esperamos, venha a render bons frutos.
Logo de cara, este número apresenta o dossiê “Música folclórica: entre o campo e a cidade”, que se propõe a investigar um veio ainda intocado nas páginas da revista. Nele se procura interrogar leituras cristalizadas, na tentativa de escavar múltiplos estratos de sentido sobre uma temática que, aqui, é vista e revista sob diferentes prismas. Para organizá-lo convocamos a historiadora Tânia da Costa Garcia, que tem considerável lastro de pesquisa na área da música popular. Livre-docente em História pela UnespFranca, onde atua nos cursos de graduação e pós-graduação em História, com pós-doutorado no King’s College London, na USP e na PUC de Chile, ela marca, assim, em grande estilo, sua entrada no conselho editorial de ArtCultura, para a qual, de há muito, presta colaboração, seja como autora de artigos, seja como parecerista. Para conferir densidade internacional ao dossiê, recrutaram-se contribuições de pesquisadores da Argentina, Chile/ México, Colômbia, Estados Unidos e, claro, do Brasil, cujos trabalhos abarcam gêneros musicais diferenciados e se espraiam por geografias sonoras que percorrem o continente americano. Elas vão do samba carioca à cueca urbana chilena, passando pelo folk estadunidense, pela música popular argentina e pela música caipira em terras brasileiras. Leia Mais
História & Literatura | ArtCultura | 2017
A constituição disciplinar da história foi marcada, ao longo do século XIX, pelo distanciamento de certos campos intelectuais, vistos como outros em relação aos quais era mister demarcar fronteiras. A veracidade dos relatos dos historiadores enunciava uma interdição, o da sedução da ficção literária, e as novas gerações deveriam inverter a máxima aristotélica que, lembremos, postulava a superioridade da poesia sobre a história, considerada o reino do particular, enquanto a primeira poderia se gabar de aceder ao universal. Sob a modernidade, impregnada de progresso e de futurismo, o século XIX era o da história. Reconhecida como uma especialização, a prática historiadora poderia até valer-se da literatura como fonte para o conhecimento do mundo real, mas sem confundir-se com ela. A história-ciência, com sua temporalidade homogênea e irreversível, tinha pouco a aprender com os modos literários de figuração do tempo, caracterizados, sobretudo, pela convivência entre passado e presente sob a forma da memória ou dos “passados que não passam”.
Do outro lado da trincheira, os literatos reagiam ao que viam como uma ciência pouco atenta ao presente e cheia de insignificâncias. Uma das maneiras de expressão dessa reação era a representação nada honrosa dos historiadores em diversos romances. Nestes textos, eles eram mostrados como indivíduos desprovidos de vida, alheios ao que se passava ao seu redor. A história também era acusada de ferir a universalidade da literatura, uma vez que, para os historiadores, um objeto só poderia ser corretamente explicado se localizado no tempo. O diálogo se reduzia e apenas as apropriações instrumentais eram aceitas: aos ficcionistas interessavam as observações particulares dos historiadores; para estes, os romances poderiam ser registros de representações dos passados que desejavam compreender. Leia Mais
Cultura luso-brasileira | ArtCultura | 2017
O dossiê que ora se apresenta ao leitor tem como temática a cultura luso-brasileira. Os artigos nele enfeixados, apesar das diferenças de abordagens, podem ser agrupados em torno das questões inerentes à escrita e às imagens no universo cultural do Brasil e de Portugal.
As obras de caráter literário, histórico, científico, bem como aquelas que transitavam entre diversos gêneros, como os pasquins e folhetos, constituem fonte de distintas pesquisas na historiografia. Estas pressupõem distintas abordagens, que contemplam tanto os aspectos formais relativos aos textos, quanto os usos e apropriações nos contextos onde se inserem. Nesse sentido, estão em discussão tanto o estudo dos gêneros textuais, as tópicas e o campo da retórica, como as apropriações e usos possibilitados pelas múltiplas leituras que os impressos e imagens encerram.1 Leia Mais
História, Imagem, Ciência & Cultura | ArtCultura | 2016
O minidossiê História, Imagem, Ciência & Cultura tem como objetivo trazer a público uma análise do papel cultural da ciência no mundo ocidental, enfatizando suas formas de divulgação e de difusão. Tal empreitada faz coro ao movimento mais recente da historiografia de não considerar o desenvolvimento das ciências tão somente com base na demarcação entre ciência e não ciência, ou, segundo Thomas Gieryn, entre o “analítico (teorizações) e o prático”1 , mas de buscar uma apreensão a partir das práticas e dos jogos de acomodação/negociação que propiciam sua circulação.
Com uma proposta integradora, centrada na temática de cultura visual da ciência construída no tempo histórico, o minidossiê reúne trabalhos que discutem a utilização de imagens e os diferentes contextos de visibilidade, suas práticas representacionais e objetivação do conhecimento, procurando reconhecer, valorizar e (re)significar as relações constituintes entre imagem e produção do conhecimento. Leia Mais
História & Música Popular | ArtCultura | 2016
Como que trazidos nas asas do vento que sopram do Norte em direção ao Sudeste, para não dizer aos quatro cantos do Brasil, o minidossiê História & Música Popular no Pará sela um objetivo traçado há alguns anos. Ele dá concretude a um deslocamento do centro de gravidade em torno do qual se movem, em grande parte, os estudos sobre música popular brasileira, que, como todos sabem, encontraram no Rio de Janeiro e em São Paulo o eixo sobre o qual se assentaram.
É, portanto, mais do que chegada a hora de imprimir um novo impulso aos esforços voltados para derreter as distâncias que separam os polos culturalmente alçados à condição de hegemônicos daqueles que foram por muito tempo conservados em posição subalterna, quando não silenciados. Trata-se de colocar na vitrine da produção historiográfica temas mantidos à deriva e, a partir daí, evidenciar rasuras da História pouco conhecidas da maioria dos estudiosos do campo musical. Leia Mais
Entre a Modernidade e a Contemporaneidade | ArtCultura | 2016
Para nós, a edição n. 33 de ArtCultura: Revista de História, Cultura e Arte se reveste de especial importância. Quando mais não seja, ela assinala a entrada em cena, como componente de nosso rol de colaboradores, de um dos mais notáveis sociólogos portugueses, José Machado Pais. Ele não só passa a integrar o nosso conselho consultivo como, logo de cara, já nos oferece o texto de abertura deste número, “Tessituras do tempo na contemporaneidade”, tema da conferência que proferiu em Uberlândia ao participar, em setembro deste ano, como convidado de honra, do IV Seminário Internacional do Programa de Pós-graduação em Ciências Sociais e da XVI Semana de Ciências Sociais promovidos pelo Instituto de Ciências Sociais da UFU.
Investigador coordenador do Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa (ICS/UL), José Machado Pais foi professor visitante de várias universidades europeias e latino-americanas. De seu vasto currículo, pode-se destacar sua atuação como consultor da União Europeia e do Conselho da Europa, tendo sido ainda vice-presidente do Youth Directorate of the Council of Europe. Com presença marcante na área editorial, ele ocupa atualmente a função de diretor da Imprensa de Ciências Sociais da UL. Publicou cerca de 40 livros – mais de 20 de autoria solo –, entre os quais A prostituição e a Lisboa boémia, Artes de amar da burguesia, Culturas juvenis, Consciência histórica e identidade, Sociologia da vida quotidiana e Sexualidade e afetos juvenis, além de um sem-número de artigos em diferentes partes do mundo, inclusive no Brasil. Por todas essas razões, sem falar de seu fino trato, nós nos sentimos orgulhosos em contar com sua contribuição que sela nossas afinidades transatlânticas. Leia Mais
História & Cinema no Brasil pós-1964 | ArtCultura | 2016
Para nós, a edição n. 33 de ArtCultura: Revista de História, Cultura e Arte se reveste de especial importância. Quando mais não seja, ela assinala a entrada em cena, como componente de nosso rol de colaboradores, de um dos mais notáveis sociólogos portugueses, José Machado Pais. Ele não só passa a integrar o nosso conselho consultivo como, logo de cara, já nos oferece o texto de abertura deste número, “Tessituras do tempo na contemporaneidade”, tema da conferência que proferiu em Uberlândia ao participar, em setembro deste ano, como convidado de honra, do IV Seminário Internacional do Programa de Pós-graduação em Ciências Sociais e da XVI Semana de Ciências Sociais promovidos pelo Instituto de Ciências Sociais da UFU.
Investigador coordenador do Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa (ICS/UL), José Machado Pais foi professor visitante de várias universidades europeias e latino-americanas. De seu vasto currículo, pode-se destacar sua atuação como consultor da União Europeia e do Conselho da Europa, tendo sido ainda vice-presidente do Youth Directorate of the Council of Europe. Com presença marcante na área editorial, ele ocupa atualmente a função de diretor da Imprensa de Ciências Sociais da UL. Publicou cerca de 40 livros – mais de 20 de autoria solo –, entre os quais A prostituição e a Lisboa boémia, Artes de amar da burguesia, Culturas juvenis, Consciência histórica e identidade, Sociologia da vida quotidiana e Sexualidade e afetos juvenis, além de um sem-número de artigos em diferentes partes do mundo, inclusive no Brasil. Por todas essas razões, sem falar de seu fino trato, nós nos sentimos orgulhosos em contar com sua contribuição que sela nossas afinidades transatlânticas. Leia Mais
Relações de Gênero, Sexualidade & Cinema | ArtCultura | 2015
Ensaiar a explicação de uma obra é, sobretudo, saber e confessar o quanto ela nos atravessou, quanto ela nos ajuda a reconhecermo-nos através dela.
Octávio Paz
Este dossiê, idealizado e concebido a seis mãos, é fruto de uma paixão e uma fantasia partilhada. Um paixão pela magia embriagante do cinema, pelas ilusões diegéticas da narrativa e sua visualidade, pelas multidimensões sensoriais de sua operacionalidade maquínica no seio de diversas e diferentes culturas visuais, pela potencialidade de intervenção crítica no seio das práticas culturais das cidades, das mais distintas localidades, do modo fugidio como as imagens escapam das fronteiras pré-estabelecidas dos gêneros (cinematográficos), dos limites das produções (censuras, verbas, gramática, tecnologias), da forma dramática como os vários modos de se produzir um filme (dos clássicos à videoarte) marcam imaginários e imaginações.
A fantasia, nos termos como bem a colocou Joan Scott1 , é de transformar este conjunto de textos num amálgama de leituras que extrapolem a crítica por si mesma e invista no elo entre o saber e a confissão (conforme Octávio Paz), ou seja, o ato poético de entender e tensionar obras e práticas filmográficas, de diferentes idiomas e gramáticas, naquilo que elas têm de táteis, isto é, no seu poder de nos tocar ainda que tenham sido parte de um passado do qual jamais faremos parte. O ontem que vive hoje como aprendizado estético e político, mas também como estopim para autodescentramento e autodistanciamento, que nos faça ver nosso hoje com a alteridade crítica que ele requer. Nesse sentido, a fantasia de ir a diferentes países (Índia, Nicarágua, Guiné, Estados Unidos, México, Inglaterra), trespassando, interligando vozes (femininas, feministas, queer) que ousem dialogar ao mesmo tempo com formas de ver e entender dos que criam a maquinaria artística e a engrenagem da indústria cinematográfica e dos que se dispuseram e se dispõem a pensar os impactos e as atuações, enfim, os efeitos subjetivos e microfísicos desta usina de produções de sentidos, significados, emoções e racionalidades. Leia Mais
História & Rock | ArtCultura | 2015
Ao emergir, nos anos 1950, na história da música, o rock – cujo nome de batismo foi rock’n’roll – tocou em nervos expostos. Como quem irrompe, com estardalhaço, num campo minado, de uma ou de outra forma ele pôs em questão a escravização dos sentidos sob o jugo da tradição musical e/ ou comportamental. O inconformismo com o estado de coisas nascente foi, sem dúvida, o gatilho que disparou críticas contundentes e acionou medidas repressivas de diversas ordens que, em última análise, busca – ram abatê-lo em pleno voo. Paralelamente, no entanto, ele foi granjeando adeptos por todos os quadrantes do mundo, a ponto de se converter em objeto de desejo e fonte de lucros exorbitantes da indústria cultural, que procurou assimilá-lo e à qual ele se integrou, de maneira mais ou menos contraditória e em maior ou menor escala, conforme o caso.
Uma pequena parte dessa história de sons, ruídos e atitudes ligados ao rock é revisitada na ArtCultura 31, no dossiê História & Rock, organizado pelos professores Adalberto Paranhos, da UFU, e José Adriano Fenerick, da Unesp-Franca. O horizonte de abrangência da palestra e dos artigos aqui reunidos transita entre a América Latina, com ênfase no Brasil e no Chile, e, sem desdenhar o papel que os Estados Unidos desempenharam nesse processo, avança em direção a outras latitudes e longitudes, especialmente a Europa, com destaque particular, é claro, para a Inglaterra, mas também para Portugal. Leia Mais
Palco & Página: História & Teatro | ArtCultura | 2014
Este número de ArtCultura: Revista de História, Cultura e Arte persegue trilhas já percorridas, bem como caminhos nunca dantes navegados em suas páginas. No primeiro caso, apresentamos ao leitor o dossiê Palco & Página: História & Teatro, organizado por Kátia Rodrigues Paranhos, da UFU. Ele atravessa várias temporalidades, aclimatando-se a geografias teatrais diversas e respira ares temáticos diferenciados ao mover-se pela Europa de séculos distantes e próximos, aportar ao Brasil e se abrir a experiências que nos deslocam para lugares pouco estudados por estas bandas, como o teatro amazônico. Mais do que isso, transborda os espaços cênicos convencionais, como que derretendo divisões tradicionais, e, deixando para trás as salas de espetáculos, instala-se igualmente nas ruas.
O novo, na história da ArtCultura, fica por conta sobretudo do minidossiê História, Leitura & Cultura Midiática, que, em boa hora, Valéria Guimarães, da Unesp de Franca, houve por bem organizar. Ao mobilizar destacados pesquisadores franceses e uma consagrada estudiosa brasileira da cultura das bordas, ela reuniu contribuições relevantes para enxergar sem as viseiras habituais questões como cultura de massa e faits divers, como quem procura renovar o olhar lançado em torno de certos aspectos da história da leitura, abarcando os impressos e a temática sempre escorregadia da cultura popular. Leia Mais
História, Leitura & Cultura Midiática | ArtCultura | 2014
Neste minidossiê, o leitor encontrará dois artigos e um depoimento originados de conferências proferidas na XIX Semana de História da Unesp/ Franca – História, Leitura e Cultura Midiática. 1 Inéditos, esses textos, aos quais se acrescentou outra colaboração afinada com a temática geral2 , trazem reflexões sobre os impressos no âmbito da história da leitura, seja ela do livro ou do jornal.
Esta história carrefour, como diz Jean-Yves Mollier, está situada nos cruzamentos de vários campos de investigação e conquistou crescente espaço nos últimos anos. O século XIX apresentou um fenômeno de multiplicação de artefatos culturais até então desconhecido que atingiu seu auge no século XX e gerou consequências para a formação da sociedade atual. Ainda que em boa parte do mundo o grande público não existisse, foram erigidos os pilares do que podemos chamar cultura midiática. Abordagens recentes têm defendido o necessário estudo de tópicos que vão de questões acerca da periodização até indagações sobre a circulação de imaginários, suportes e formatos, bem como das transferências culturais em escala regional e mundial, passando pelas implicações históricas, culturais, políticas e sociais desse processo. As contribuições oferecidas no minidossiê se orientam por essa perspectiva. Leia Mais
Sons da História: Música Popular | ArtCultura | 2014
Um dossiê, um minidossiê, artigos e resenhas compõem o cardápio da ArtCultura 28, preparado com açúcar e com afeto para atender a distintos paladares. Suas páginas se abrem com 5 textos que dão corpo ao dossiê Sons da História: Música Popular. A palavra de ordem que guiou sua formatação final consistiu em beber, por assim dizer, da fonte da juventude. Para tanto, jogou a nosso favor uma conjunção de fatores que permitiram a realização desse projeto. Seu motor de combustão foram artigos recebidos de jovens pesquisadores, que, depois de avaliados por no mínimo dois pareceristas, acabaram sendo agrupados pelo organizador, Adalberto Paranhos, pesquisador do CNPq, professor do Instituto de Ciências Sociais e dos Programas de Pós-graduação em História e em Ciências Sociais da Universidade Federal de Uberlândia (UFU). À exceção do autor que assina o primeiro trabalho, os demais são de autoria de doutorandos em estágio avançado de suas pesquisas. Dessa maneira expressamos o reconhecimento da contribuição que novos investigadores (historiadores em sua quase totalidade) podem oferecer para fertilizar a imaginação histórica ao transitarem pelas pontes que soldam História & Música. Pontes que, aqui, atravessam fronteiras e alcançam o território musical chileno e argentino.
Na sequência vem o minidossiê Olhares Cruzados: Brasil-Portugal, organizado por Elio Cantalicio Serpa, pesquisador do CNPq, professor da Faculdade de História e do Programa de Pós-graduação em História da Universidade Federal de Goiás (UFG). Por essa via se estreitam, uma vez mais, os nós da história que prendem, de uma forma ou de outra, esses dois países. Nele as linhas de força são variadas: elas põem em foco a fotografia, os escritos portugueses sobre história do Brasil e a gastronomia lusitana. Leia Mais
Olhares Cruzados: Brasil-Portugal | ArtCultura | 2014
O minidossiê Olhares Cruzados: Brasil-Portugal apresenta ao leitor três artigos marcados por espacialidades que se entrecruzam, talhando diferenças. História e arte se interpenetram produzindo “modos de fazer” singulares. Fotografia, gastronomia e escrita da história evocam a arte de bem fazer.
Assim, no artigo de Annateresa Fabris, o foco se volta para o artista luso-brasileiro Fernando Lemos, que, por intermédio do ato de fotografar o “real”, colocou para o mundo das artes, notadamente em Portugal , um modo específico no qual procurou destacar “o real maravilhoso”, expressão tão cara ao surrealismo. Como diz a autora, “e m relação ao panorama por – tuguês, Lemos é, sem dúvida, uma figura sui generis, uma vez que não tinha praticamente interlocutores no momento em que começa a interessar-se pela fotografia. A fotorreportagem, a fotografia de propaganda e a estética divulgada pelos salões fotográficos eram os exemplos correntes no país”. Em Portugal, a experiência política do salazarismo não via com bons olhos manifestações artísticas que destoassem do receituário estabelecido pelo cânone do “ser moderno” de António Ferro, que já vinha sendo questio – nado, mas prevalecia como valor simbólico da cultura política autoritária do governo de António de Oliveira Salazar, servindo para dentro e para fora de Portugal. E Lemos, como argumenta Annateresa Fabris, na sua maneira de fazer fotografia agia no cotidiano, fugia da fotografia realista documental, opondo-se à estética modernista vigente em Portugal. Por sinal, o preço que pagou por essa insubordinação foi alto, vendo-se obri – gado a transferir-se para o Brasil em 1953. Aqui, radicou-se em São Paulo, nacionalizou-se brasileiro e desenvolveu intensa atividade artística, sendo também professor da FAU/USP. Leia Mais
Exposições de Arte & História | ArtCultura | 2013
Eleger obras e dispô-las segundo um ordenamento é um ato que produz significações e narrativas que podem ou não se confirmar aos olhos do público. Como instância de legitimação da arte, como estrutura social que traça a fronteira entre arte e não arte, como local de inscrição de debates que se relacionam com o que Rancière designou “partilha do sensível” – que envolve as disputas em torno das significações e lugares sociais –, a exposição se tornou, mais recentemente, um importante objeto de estudos da disciplina histórica.
Os textos aqui reunidos problematizam algumas exposições de arte, a partir de metodologias e perspectivas teóricas próprias, como instâncias de práticas políticas e, portanto, de interesse da pesquisa historiográfica. Leia Mais
História & Música | ArtCultura | 2013
Edição especial: Ano XV
Como quem participa de uma corrida de obstáculos – o pão nosso de cada dia de todos os que têm pela frente a edição de periódicos universitários –, a ArtCultura 27 comemora o Ano XV da revista. Para nossa satisfação, as dificuldades encontradas ao longo do caminho foram em grande parte superadas graças ao esforço e colaboração de um sem-número de pessoas e agências. No caso destas, ressaltamos a injeção de recursos que, em diferentes momentos, recebemos do CNPq, da Capes e da Fapemig, bem como da Edufu.
Ao retomarmos as pegadas de sua caminhada, constata-se que uma publicação que nasceu ancorada num projeto relativamente tímido adquiriu, com o passar do tempo, adquirindo maior musculatura intelectual. Abriu-se, por assim dizer, para o mundo a ponto de acolher contribuições de distintos países das três Américas e da Europa (neste número, por exemplo, contamos com colaboradores radicados na Alemanha, Estados Unidos, França e Inglaterra). Ao convocarmos igualmente colegas brasileiros para juntarem-se a nós, a resposta obtida foi a mais positiva. Centenas e centenas de textos assinados por pesquisadores de todos os cantos do país chegaram até nós, o que nos possibilitou procurar manter a qualidade dos artigos publicados, algo atestado por nossos quase mil assinantes. Leia Mais
História & Cinema | ArtCultura | 2013
Edição especial: Ano XV
Como quem participa de uma corrida de obstáculos – o pão nosso de cada dia de todos os que têm pela frente a edição de periódicos universitários –, a ArtCultura 27 comemora o Ano XV da revista. Para nossa satisfação, as dificuldades encontradas ao longo do caminho foram em grande parte superadas graças ao esforço e colaboração de um sem-número de pessoas e agências. No caso destas, ressaltamos a injeção de recursos que, em diferentes momentos, recebemos do CNPq, da Capes e da Fapemig, bem como da Edufu.
Ao retomarmos as pegadas de sua caminhada, constata-se que uma publicação que nasceu ancorada num projeto relativamente tímido adquiriu, com o passar do tempo, adquirindo maior musculatura intelectual. Abriu-se, por assim dizer, para o mundo a ponto de acolher contribuições de distintos países das três Américas e da Europa (neste número, por exemplo, contamos com colaboradores radicados na Alemanha, Estados Unidos, França e Inglaterra). Ao convocarmos igualmente colegas brasileiros para juntarem-se a nós, a resposta obtida foi a mais positiva. Centenas e centenas de textos assinados por pesquisadores de todos os cantos do país chegaram até nós, o que nos possibilitou procurar manter a qualidade dos artigos publicados, algo atestado por nossos quase mil assinantes. Leia Mais
História & Teatro | ArtCultura | 2013
Edição especial: Ano XV
Como quem participa de uma corrida de obstáculos – o pão nosso de cada dia de todos os que têm pela frente a edição de periódicos universitários –, a ArtCultura 27 comemora o Ano XV da revista. Para nossa satisfação, as dificuldades encontradas ao longo do caminho foram em grande parte superadas graças ao esforço e colaboração de um sem-número de pessoas e agências. No caso destas, ressaltamos a injeção de recursos que, em diferentes momentos, recebemos do CNPq, da Capes e da Fapemig, bem como da Edufu.
Ao retomarmos as pegadas de sua caminhada, constata-se que uma publicação que nasceu ancorada num projeto relativamente tímido adquiriu, com o passar do tempo, adquirindo maior musculatura intelectual. Abriu-se, por assim dizer, para o mundo a ponto de acolher contribuições de distintos países das três Américas e da Europa (neste número, por exemplo, contamos com colaboradores radicados na Alemanha, Estados Unidos, França e Inglaterra). Ao convocarmos igualmente colegas brasileiros para juntarem-se a nós, a resposta obtida foi a mais positiva. Centenas e centenas de textos assinados por pesquisadores de todos os cantos do país chegaram até nós, o que nos possibilitou procurar manter a qualidade dos artigos publicados, algo atestado por nossos quase mil assinantes. Leia Mais
História & Artes Visuais | ArtCultura | 2013
Edição especial: Ano XV
Como quem participa de uma corrida de obstáculos – o pão nosso de cada dia de todos os que têm pela frente a edição de periódicos universitários –, a ArtCultura 27 comemora o Ano XV da revista. Para nossa satisfação, as dificuldades encontradas ao longo do caminho foram em grande parte superadas graças ao esforço e colaboração de um sem-número de pessoas e agências. No caso destas, ressaltamos a injeção de recursos que, em diferentes momentos, recebemos do CNPq, da Capes e da Fapemig, bem como da Edufu.
Ao retomarmos as pegadas de sua caminhada, constata-se que uma publicação que nasceu ancorada num projeto relativamente tímido adquiriu, com o passar do tempo, adquirindo maior musculatura intelectual. Abriu-se, por assim dizer, para o mundo a ponto de acolher contribuições de distintos países das três Américas e da Europa (neste número, por exemplo, contamos com colaboradores radicados na Alemanha, Estados Unidos, França e Inglaterra). Ao convocarmos igualmente colegas brasileiros para juntarem-se a nós, a resposta obtida foi a mais positiva. Centenas e centenas de textos assinados por pesquisadores de todos os cantos do país chegaram até nós, o que nos possibilitou procurar manter a qualidade dos artigos publicados, algo atestado por nossos quase mil assinantes. Leia Mais
Cultura Histórica & Cultura Historiográfica | ArtCultura | 2012
Nos domínios da cultura histórica Neste número ArtCultura apresenta um dossiê que procura perscrutar as relações entre cultura histórica e cultura historiográfica. Em cinco textos pontuais os leitores serão convidados a refletir sobre o problema da consciência histórica e da historicidade, elementos constituintes da cultura histórica, que se traduzem em esforços de construção de identidades no tempo articuladoras da relação passado-presente-futuro, materializadas em múltiplos suportes de formas e sentidos diversos nos quais se destacam aqui as narrativas históricas.
Artefatos literários devotados ao estudo do passado que perfazem em diferentes épocas e espaços culturais aquilo que se denomina historiografia, os textos históricos revelam práticas, transformações e convenções sobre o modo de se pensar, pesquisar e escrever a história. Nas palavras de Michel de Certeau, em seu História e psicanálise: entre ciência e ficção, ela “não é, de modo algum, o que vem do passado até nós, mas o que parte de nós e tende a fornecer certo tipo de inteligibilidade do que recebemos ou estabelecemos como passado”.1 Leia Mais
História & Censura no Mundo das Artes | ArtCultura | 2012
Foi dada a largada nesta edição da ArtCultura para trilharmos caminhos nunca dantes navegados em suas páginas. Assim, sob o hálito próprio ao sabor de novidades a serem experimentadas, acolhemos um dossiê e dois minidossiês que ampliam o leque temático da revista a fim de buscar atender a um repertório de interesses diferenciados dos nossos assinantes e leitores.
Este número é aberto por colaborações de peso, provenientes tanto do exterior como do Brasil, que deságuam no dossiê Cultura Histórica & Cultura Historiográfica, por meio do qual se procura adensar a reflexão teórica nos domínios da História. Sob a batuta de Julio Bentivoglio, doutor em História Econômica pela USP e professor da UFES (Universidade Federal do Espírito Santo), em boa hora reuniu-se um seleto grupo de pesquisadores que se lançam a novos desafios em função da envergadura dos compromissos que assumem no campo da produção intelectual. Leia Mais
História & Rádio | ArtCultura | 2012
Num momento em que se comemoram os 90 anos da primeira transmissão radiofônica no Brasil (07 de setembro de 1922) e a fundação da primeira estação de rádio, a Rádio Sociedade do Rio de Janeiro (20 de abril de 1923), este minidossiê sobre a cultura radiofônica apresenta novos argumentos e abordagens em torno do seu significado histórico e as mediações socioculturais advindas da sua consolidação ao longo do século vinte, com especial atenção ao papel desempenhado pelo chamado “público ouvinte”.
Em “A ‘universidade popular invisível’: projetos, ações e aproximações entre Brasil e Itália nas experiências de educação a distância pelo rádio (1930-40)”, de autoria de Newton Dângelo, apresentam-se resultados de investigações realizadas no Brasil e na Itália a respeito de aproximações e contatos mantidos entre dirigentes, intelectuais e agências governamentais dos dois países, num momento em que a popularização da mídia radiofônica tornava-se alvo de investidas nacionalizantes e moralizadoras de costumes a distância. Essas iniciativas, no caso do Brasil, foram analisadas à luz da criação e atuação de órgãos governamentais e privados, tais como a Confederação Brasileira de Radiodifusão (1933), o Serviço de Radiodifusão Educativa (1938), o Departamento de Imprensa e Propaganda-DIP (1939), além de serem abordados os estudos a respeito da musicalidade nacional, acolhidos no I Congresso da Língua Nacional Cantada sediado em São Paulo (1938). As experiências italianas foram recolhidas sobretudo da fundação do Eiar (Ente Italiano de Audição Radiofônica) na década de 1930, responsável pela programação de rádio, sob vigilância e participação do Partido Nacional Fascista (PNF) e de outras organizações fascistas. O Eiar, por meio do ente Radio Rurale, disciplinava e incentivava a instalação e uso de alto-falantes e aparelhos receptores no interior (regiões, províncias, pequenas cidades e no meio rural), seja em praças e locais públicos, seja em escolas urbanas e rurais, para divulgação da “cultura fascista”. Nos dois contextos enfocados, embora se verifique uma efetiva implantação de sistemas de recepção em escolas e vilarejos italianos, constatam-se evidentes indícios de dificuldades técnicas (ausência de energia elétrica em grande parte das áreas rurais), desestímulo proveniente da falta de apoio financeiro estatal e privado, altos custos dos aparelhos e uma programação em que prevaleciam conferências e irradiação de atos cívicos e tentativas de disciplinar a música popular radiofonizada. Leia Mais
História & Música Popular | ArtCultura | 2012
“Como o chinês e a bicicleta/ como Cartola e Dona Zica/ como a paisagem e o cartão-postal/ como Romeu e Julieta/ catupiri com goiabada/ como quem fica junto no final”1 , História & Música Popular vêm, já há algum tempo, como que se fundindo, a ponto de constituírem um corpo só em muitas produções acadêmicas. Como laços que atam pesquisas que reúnem, de um lado, historiadores e demais profissionais do campo das ciências humanas e, de outro, pesquisadores envolvidos com a Musicologia, em suas diversas ramificações, as trocas intelectuais estabelecidas têm nutrido um diálogo inter e transdisciplinar com resultados bastante animadores.
Independentemente de se aterem ou não à dimensão musicológica do trabalho com música, historiadores de ofício prestam aqui sua contribuição ao alargar os domínios da reflexão em torno de temáticas ligadas às expressões musicais populares, quer elas sejam tomadas como fontes documentais, quer elas despontem como seus objetos privilegiados. Ao mesmo tempo, colhem os saldos positivos provenientes da área de Música e da escuta musical atenta, retirando daí parte da energia propulsora de suas investigações. Leia Mais
História & Biografia | ArtCultura | 2011
Pode causar estranheza a um leitor menos familiarizado com os debates de Clio o fato de a biografia ter sido vista, por muito tempo e por muitos estudiosos, com declaradas reservas e mesmo com olhos implacavelmente censores. Tomando-se em conta a máxima de Marc Bloch de que a história não passa de uma “ciência dos homens no tempo”, narrar vidas deve soar quase como um truísmo. Haveria possibilidade de se escrever história abstraindo-se dos homens e de seus feitos?
Porém, é forçoso reconhecer que as várias querelas entre os historiadores a respeito da legitimidade da narrativa biográfica quase sempre ignoravam a aparente simplicidade da pergunta feita linhas acima. Chegava-se mesmo a cristalizar a idéia da pouca importância dos indivíduos no curso do processo histórico. Apenas os sujeitos coletivos eram capazes de agir sobre as estruturas e conjunturas. Aos homens e mulheres, tomados em suas singularidades, restavam os acontecimentos, estas “perturbações superficiais, espumas de ondas que a maré da história carrega em suas fortes espáduas”.1 Leia Mais
História, Teatro & Imagem | ArtCultura | 2011
Esta edição da ArtCultura: Revista de História, Cultura e Arte, serve, em parte, como um termômetro de diferentes frentes de pesquisa em que vêm atuando muitos dos nossos colegas que incursionam pelos domínios da história, sejam eles ou não historiadores de ofício. As referências acionadas são as mais diversas, compondo, portanto, um mosaico temático que expõe a carne viva da História, que oferecemos, com prazer, à degustação dos nossos leitores.
Se, nas revistas n. 11, 15 e 19, acolhemos três dossiês de caráter geral sobre História & Teatro, agora, ainda sob a organização de Kátia Rodrigues Paranhos, professora do Instituto de História da UFU e co-editora da ArtCultura, chegou a hora calibrar o foco de análise em torno da inter-relação entre História, Teatro & Imagem. Neste caso específico, o minidossiê aqui apresentado reúne três colaborações que revelam as relações viscerais mantidas entre teatro e cinema no fazer teatral e, assim, abrem espaço para revisitarmos questões que dizem respeito ao mundo das imagens e suas tecnologias. Leia Mais
História & Cinema Cubano-soviético | ArtCultura | 2011
Em Cuba e na União Soviética o cinema ocupou lugar de destaque nas políticas culturais inauguradas pelas respectivas revoluções. Dentre as motivações que levaram esses regimes, distantes temporalmente, a privilegiarem em seus programas a produção e difusão da sétima arte, poderíamos citar seu destacado potencial de propaganda política (que atingia o público analfabeto), o grau incontestável de sedução exercido por essa linguagem, bem como a pretensão governamental de registrar e difundir a história de uma “nova era”1 .
O artigo de Emmanuel Vincenot explora a perspectiva fundacional que marca a história do cinema cubano pós-revolução ao focar o esquecimento a que foram relegadas algumas produções anteriores a 1959, caso do documentário Jocuma (1955). Vincenot contrapõe a trajetória desse documentário, uma denúncia aguda da miséria de um povoado cubano durante o governo de Fulgencio Batista, com a de outro realizado no mesmo ano, El mégano, mitificado como o único documentário comprometido realizado antes da Revolução. O artigo explora os diversos motivos que contribuíram para essa seleção, bem como para a exclusão de seu realizador do grupo de cineastas que integraria o Instituto estatal de cinema. Vincenot, professor de Língua Espanhola da Universidade François Rabelais, em Tours (França) e pesquisador vinculado ao Centre Interuniversitaire de Recherche sur l’Educationet la culture dans le Monde Ibérique et Ibéro-Américain, é autor de uma ampla pesquisa de doutorado sobre o cinema cubano, de sua origem à Revolução. Organizou, na França, em 2009, um importe colóquio sobre o tema (Colóquio Paradoxes du Cinema Cubain). Leia Mais
Cultura & Música Popular na Primeira e Segunda Repúblicas | ArtCultura | 2011
Justo no momento em que a ArtCultura: Revista de História, Cultura e Arte beira a casa de 800 assinantes, temos a satisfação de lançar seu número 22, que consolida ainda mais a parceria estabelecida entre a Edufu, o CNPq, a Capes e a Fapemig. Desde os idos de 2007/2008, quando passamos a contar com recursos oriundos dessas agências de fomento à pesquisa, a revista ganhou em musculatura e ampliou significativamente suas redes de interlocução. Já há algum tempo ela recebe demandas de publicação dos mais diferentes estados do Brasil e do exterior, com destaque para Alemanha, Argentina, Colômbia, Cuba, Espanha, Estados Unidos, França, Inglaterra, Jamaica, México e Portugal, como que a atestar a extensão do seu raio de alcance. Nesta edição, por exemplo, para além de pesquisadores nacionais, o elenco de colaboradores inclui intelectuais de três desses países, o que também equivale, a julgar pelo seu perfil, a uma reafirmação do caráter transdisciplinar deste periódico.
Depois de publicarmos mais de um minidossiê/dossiê sobre História & Cinema (v. ArtCultura n. 10, 13 e 18), chegou a hora de reduzirmos a escala de observação. Desse afunilamento do objeto de estudo surgiu novo minidossiê, que faz da relação entre História & Cinema Cubano-soviético seu ponto de ancoragem. Sua organização foi confiada a uma expert no assunto, Mariana Martins Villaça, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp-Guarulhos), que, para dar lastro internacional a esse conjunto de quatro artigos, convocou – sendo prontamente atendida – um pesquisador francês e outro cubano. Leia Mais
O Tempo da Imagem | ArtCultura | 2010
Somos bancos de imagens vivos — colecionadores de imagens —, e, uma vez que as imagens entram em nós, elas não param de se transformar e de crescer.1
Lê-se na tese 14 de Sobre o conceito de história, de Walter Benjamin: “A História é objeto de uma construção cujo lugar não é o tempo homogêneo e vazio, mas um tempo saturado de ‘agoras’.”2 Isso signifi ca que a História deve transformar a imagem do passado em coisa sua (tese 2), para romper com o idealismo, o historicismo, o positivismo e a noção de progresso linear. Se passado e presente se encontram nessa dialética, diante de uma imagem estamos diante do tempo, plural e heterogêneo, aberto e híbrido, contraditório e descontínuo, o que implica uma certa dinâmica da memória. É com essa concepção benjaminiana de História que se abre o dossiê O Tempo da Imagem, com o artigo “Imagem, historiografi a, memória e tempo”, de Maria Lúcia Bastos Kern.
A sobrevivência de imagens tem levado antropólogos, filósofos e historiadores da arte a se interrogarem sobre o estatuto da imagem na história. Interrogações que instigam os historiadores a refl etir sobre o uso da imagem para uma nova maneira de fazer História, cuja “novidade vem de um pensamento específi co sobre o poder da imagem”.3 O ato de inventar uma imagem é muito mais que a formulação de um discurso; seu papel é constitutivo do processo de transmissão do conhecimento; seu domínio é a prática e a técnica ligadas à memorização.4 Imagens que vêm do passado, algumas de um tempo longínquo, apresentam-se de novo e se instalam como novidade no mundo. Elas misturam passado e presente. Sobrevivem, perpassam sua época de produção, são reapropriadas, ditam crenças e práticas sociais e culturais. São acontecimentos, detentores de pensamento, de memória, de imaginação, sentimento e vida.
Este dossiê, portanto, propôs-se abordar a “imagem como acontecimento” e o exercício de se “pensar por imagens”, um pensamento complexo, dinâmico, que supõe movimentos em todos os sentidos, tensões, rizomas, contradições e, especialmente, anacronismos. Na sua seqüência, no artigo, “Esteban Lisa: semántica y estilo”, Mario H. Gradowczyck (recentemente falecido) e José Emilio Burucúa realizam um registro empírico da aparição, reaparição e variações de elementos plásticos reconhecíveis na geometria pictórica do artista. Em “Visões de terras, canibais e gentios prodigiosos”, Yobenj Aucardo Chicangana-Bayona mostra como a iconografi a medieval serviu de referência familiar para elaborar as representações pictóricas dos até então ignorados habitantes do Mundo Novo. Maria Bernardete Ramos Flores, em “Sobre a Vuelvilla de Xul Solar: técnica e liberdade no Reino do Ócio ou a Revolução Caraíba”, percebe como elementos perdidos da cultura primitiva pré-colombiana e do sonho milenar da humanidade da conquista do ócio irrigaram a concepção de história do artista plástico argentino Xul Solar e do poeta brasileiro Oswald de Andrade. No texto “El ícono de la misión: una construcción visual de la historia hispana de los Estados Unidos”, Alejandra Gómez analisa a presença do passado hispânico na cinematografi a estadunidense. E, por fim, Laura González Flores, em “Técnica y imagen: la fotografía de arquitectura como concepto”, investiga mudanças conceituais e técnicas no modo de fotografar arquiteturas.
Dentre esses modos de ver, perceber e questionar a imagem, o conceito de anacronismo revela-se apropriado. “Siempre, ante la imagen, estamos ante el tiempo”5 , e por mais contemporânea que seja, a imagem está permeada de memórias e quiçá de obsessões por passados. A vida da imagem é mais longa do que a vida humana. Ela tem mais memória, mais passados, mais presentes, mais futuros, ela tem mais tempos, que se acomodam e se montam de maneira que se tornam imbricados na euchronie do historiador. Citando aqui José Emilio Burucúa, que colabora neste dossiê, “la historia humana es esa paradojo de una vida que sentimos ininterrumpida y hasta cíclica pero, al mismo tiempo, siempre nueva, única e irrepetible”.6
Notas
1 AGAMBEN, Giorgio. Image et mémoire: ecrits sur l’image, la danse et le cinéma. Paris: Desclée de Brouwer, 2004, p. 39.
2 BENJAMIN, Walter. Magia e técnica, arte e política – Obras escolhidas. São Paulo, Brasiliense, 1985, p. 229.
3 DIDI-HUBERMAN, Georges. L’image survivante: histoire de l’art et temps des fantômes selon Aby Warburg. Paris: Minuit, 2002, p. 48.
4 Cf. SEVERI, Carlo. Warburg anthropologue ou le déchiff rement d’une utopia: de la biologie des images à anthropologie de la mémoire. L’Homme: Revue Française d’Antropologie – Image et Antropologie, Paris: L’École des Hautes Études en Sciences Sociales, janvier/mars, 2003, p. 77.
5 DIDI-HUBERMAN, Georges. Ante el tiempo: Historia del arte y anacronismo de las imágenes. Buenos Aires: Adriana Hidalgo, 2008, p. 31.
6 BURUCÚA, José Emilio. Historia, arte, cultura: de Aby Warburg a Carlo Ginzburg. México: Fundo de Cultura, 2002, p. 131
Organizadora
Maria Bernardete Ramos Flores – Doutora em História pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). Professora do Departamento de História e do Programa de Pós-graduação em História da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Pesquisadora do CNPq. Autora, entre outros livros, de Tecnologia e estética do racismo: ciência e arte na política da beleza. Chapecó: Argos, 2007. E-mail: bernaramos@yahoo.com
Referências desta apresentação
FLORES, Maria Bernardete Ramos. A imagem como acontecimento. Ou pensando por imagens. ArtCultura. Uberlândia, v. 12, n. 21, p. 7-8, jul./dez. 2010. Acessar publicação original [DR]
História & Música Popular | ArtCultura | 2010
Ao completar 10 anos de existência, a ArtCultura: Revista de História, Cultura e Arte retoma as pegadas de sua própria caminhada e põe em destaque, na forma de minidossiês, dois campos de pesquisa que se tornaram familiares a ela: as estreitas relações entre História, de um lado, e música popular e cultura visual, de outro. Muitos foram os artigos que a revista abrigou em sua agenda editorial, ao enveredar por esses temas, em particular depois da radical reorientação que sofreu desde a edição n. 9, datada de jul.-dez. 2004.
De lá para cá, História & Música Popular mereceram um dossiê à parte (no n. 13), sem falar de outro sob o título de História & Música (no n. 9). De fato, a música e/ou a canção popular como motor da reflexão histórica se converteu num dos pólos da cadeia temática da ArtCultura que mais interesse suscitam da parte dos nossos leitores e daqueles que submetem seus textos à apreciação do nosso corpo de pareceristas. Além do mais, as sucessivas reimpressões dos dois números mencionados o atestam de modo eloqüente. Leia Mais
Entre séculos: Imagens de Arte e Cultura Visual | ArtCultura | 2010
Os textos aqui reunidos versam sobre produção, circulação e recepção de obras artísticas visando contribuir com olhar problematizado a partir das imagens de arte na discussão sobre a cultura visual de fins do século XIX e início do XX. Pensar entresséculos permite alargar as faixas cronológicas tradicionalmente propostas pela historiografia, permite mesclar diferentes documentos consultados pelos autores e transpor marcos temporais esta – belecidos nos arquivos e nos compêndios da história, da cultura e da arte.
São apresentadas, neste minidossiê, diferentes categorias de imagens artísticas e de documentos, em assuntos como pintura, arquitetura, ensino artístico e objetos decorativos, com relevantes contribuições ao debate atual no campo da visualidade. Vale ressaltar o interesse das áreas de história e de arte nas abordagens visuais seja para alargar seus conhecimentos específicos, como no tratamento de material visual enquanto documento e/ou objeto de estudo, seja para provocar o diálogo com outras áreas do conhecimento e levar seus saberes particulares a outros domínios. Leia Mais
História & Culturas de Classe | ArtCultura | 2009
Edward Palmer Thompson já assinalou que, com sua confortável evocação da idéia de consenso e compartilhamento, a noção de cultura, tal como freqüentemente foi e/ou é utilizada, pode nos conduzir a perder de vista as fraturas, os conflitos, enfim, as contradições que se manifestam no interior de um determinado conjunto social ou cultural. Percebê-la como algo que no move dentro de um campo de forças é, por isso mesmo, o propósito do dossiê que a ArtCultura 19 oferece aos seus leitores.
Para tanto, é necessário revolver as múltiplas camadas de sentido que, historicamente, se colaram ao conceito de cultura e, cavando mais fundo, remover as crostas que o aprisionaram a uma bitola estreita. Ao quebrar a rigidez de uma visão de corte elitista, o dossiê História & Culturas de Classe — organizado por Paulo Fontes, professor e pesquisador do Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil da Fundação Getúlio Vargas (CPDoc/FGV-RJ) — trabalha, à la Raymond Williams, com uma concepção distendida de cultura como modo de vida, ao qual se incorporam, como sujeitos culturais, integrantes das classes trabalhadoras. Se os trabalhadores, como acentuou Gramsci, são, igualmente, intelectuais e filósofos, à sua moda, aqui eles despontam como portadores de práticas reveladoras de culturas de classe, concebidas no plural e entrecortadas pelas relações de gênero. Trata-se, pois, numa palavra, de promover o desencapsulamento de uma dada noção de cultura. Nessa trilha, este número de ArtCultura tem o orgulho de ser aberto, na seção Tradução, por ninguém menos que E. P. Thompson, sem favor algum um dos mais importantes historiadores do planeta, referência e influência marcante nos estudos na área de Ciências Humanas a partir da segunda metade do século XX. Leia Mais
História & Teatro | ArtCultura | 2009
Edward Palmer Thompson já assinalou que, com sua confortável evocação da idéia de consenso e compartilhamento, a noção de cultura, tal como freqüentemente foi e/ou é utilizada, pode nos conduzir a perder de vista as fraturas, os conflitos, enfim, as contradições que se manifestam no interior de um determinado conjunto social ou cultural. Percebê-la como algo que no move dentro de um campo de forças é, por isso mesmo, o propósito do dossiê que a ArtCultura 19 oferece aos seus leitores.
Para tanto, é necessário revolver as múltiplas camadas de sentido que, historicamente, se colaram ao conceito de cultura e, cavando mais fundo, remover as crostas que o aprisionaram a uma bitola estreita. Ao quebrar a rigidez de uma visão de corte elitista, o dossiê História & Culturas de Classe — organizado por Paulo Fontes, professor e pesquisador do Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil da Fundação Getúlio Vargas (CPDoc/FGV-RJ) — trabalha, à la Raymond Williams, com uma concepção distendida de cultura como modo de vida, ao qual se incorporam, como sujeitos culturais, integrantes das classes trabalhadoras. Se os trabalhadores, como acentuou Gramsci, são, igualmente, intelectuais e filósofos, à sua moda, aqui eles despontam como portadores de práticas reveladoras de culturas de classe, concebidas no plural e entrecortadas pelas relações de gênero. Trata-se, pois, numa palavra, de promover o desencapsulamento de uma dada noção de cultura. Nessa trilha, este número de ArtCultura tem o orgulho de ser aberto, na seção Tradução, por ninguém menos que E. P. Thompson, sem favor algum um dos mais importantes historiadores do planeta, referência e influência marcante nos estudos na área de Ciências Humanas a partir da segunda metade do século XX. Leia Mais
História & Cinedocumentário | ArtCultura | 2009
O presente dossiê pretende investigar as relações entre documentário, cinejornal e história. Dois aspectos podem ser levantados a seu propósito. O primeiro deles diz respeito à consolidação da pesquisa histórica que privilegia como fonte o cinema, apreendido em sua especificidade, e, pari passu, à incorporação dos problemas trazidos pela recente historiografia por aquele que se dedica à análise estética. O segundo aspecto se relaciona ao papel decisivo que o documentário vem desempenhando nos debates culturais do país desde o chamado cinema da retomada. Os filmes de João Moreira Salles e de Eduardo Coutinho, por exemplo, atestam o empenho em refletir sobre o momento presente, encaixando-se nesta perspectiva Notícias de uma guerra particular (1999) e Entreatos (2004), obras de Salles que, ao examinar a violência ou os bastidores da sucessão presidencial, participam ativamente dos problemas centrais da sociedade em uma dada época, dando continuidade ao caráter de intervenção que notabilizou esse tipo de produção cinematográfica desde o Cinema Novo. Ao mesmo tempo, os seus trabalhos mais recentes questionam de maneira mais aguda os próprios limites da representação, como os emblemáticos Jogo de cena (2007) e Santiago (2007), obliterando a função do testemunho como elemento constituinte da noção de verdade, concepção ainda cara a uma tradição contemporânea de pensamento sobre o que é documentário. Não se trata de estabelecer uma relação mecânica, mas o pesquisador que estuda o passado é sempre estimulado neste movimento pelo que vivencia de um contexto do qual participa em alguma medida. O estímulo, hoje, parte desses filmes. Leia Mais
Tempos de Vieira e de Machado | ArtCultura | 2008
Como Deus por natureza seja eterno, é excelência gloriosa, não tanto de sua sabedoria, quanto de sua eternidade, que todos os futuros lhe sejam presentes; o homem, filho do tempo, reparte com o mesmo a sua ciência ou a sua ignorância; do presente sabe pouco, do passado menos e do futuro nada.1
– Mas, dirás tu, como é que podes assim discernir a verdade daquele tempo, e exprimi-la depois de tantos anos?
Ah! Indiscreta! ah! ignorantona! Mas é isso mesmo que nos faz senhores da terra, é esse poder de restaurar o passado, para tocar a instabilidade das nossas impressões e a vaidade dos nossos afetos. Deixa lá dizer Pascal que o homem é um caniço pensante. Leia Mais
Trabalho, Tempo Livre e Campo Artístico | ArtCultura | 2008
Sob a quádrupla chancela editorial da Edufu, do CNPq, da Capes e da Fapemig, a ArtCultura 17 chega até você. Este número reúne 15 artigos (dois deles, colaborações internacionais) e 2 resenhas, aqui incluídos um dossiê e um minidossiê sobre temas não explorados de forma mais específica em edições anteriores.
Coube a Guilherme Amaral Luz, professor do Instituto de História da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), organizar o dossiê Tempos de Vieira e de Machado. Calcado, do princípio ao fim, em trabalhos apresentados durante um colóquio promovido na UFU pelo Núcleo de Estudos e Pesquisas em História Política (Nephispo), ele revisita, instalando-os no seu tempo, a produção de padre Antônio Vieira e Machado de Assis. Serviu de pretexto para esse evento a passagem dos 300 anos de nascimento de Vieira e do centenário da morte de Machado. A literatura, como se verá, foi então a lente por meio da qual se descortinaram os nexos entre a obra de ambos e a história. Leia Mais
História & Fotografia | ArtCultura | 2008
A partir dos anos 1990 e, sobretudo, dos EUA, se desenvolveu um campo de pesquisa chamado de Estudos Visuais, articulando Artes, Comunicação, Antropologia, História e Sociologia. As pesquisas que daí emergiram problematizaram numa perspectiva multidisciplinar, a centralidade das imagens e a importância do olhar na sociedade ocidental contemporânea, a forma como os diversos tipos de imagens perpassam a vida social cotidiana (a visualidade de uma época), relacionam as técnicas de produção e circulação das imagens ao modo como são dados a ver os diferentes grupos e espaços sociais (os padrões de visualidade), propondo um olhar sobre o mundo (a visão), mediando a nossa compreensão da realidade e inspirando modelos de ação social (os regimes de visualidade).
No Brasil, a pesquisa acadêmica sobre o fotográfico se desenvolveu muito a partir das décadas de 1970 e 1980, seja por meio de traduções de textos fundamentais, seja pela pesquisa pioneira de certos autores como Boris Kossoy, seja por parte de uma nova agenda de trabalho na pósgraduação. Além disso, o tema do fotográfico alcança hoje áreas diferenciadas do conhecimento, que vão das artes às ciências humanas, dos programas de pós-graduação às novas graduações ou ainda aparece no lugar central que ocupa nos museus, nas bienais, nas exposições de arte e tecnologia. Leia Mais
História & Teatro | ArtCultura | 2007
Sob os auspícios do CNPq, da Capes e da Edufu — aos quais se somará, em 2008, a Fapemig —, colocamos em circulação mais uma edição da ArtCultura: Revista de História, Cultura e Arte. Uma vez mais, as contribuições aqui reunidas buscam revolver as múltiplas camadas que compõem a textura do real e explorar, em particular, as íntimas conexões existentes entre a História, a cultura e as artes em geral.
Para tanto, mobilizamos um seleto grupo de colaboradores, a começar pelo historiador Carlo Ginzburg, pesquisador de lastro internacional, ao qual dedicamos um minidossiê que mapeia os percursos de sua vasta obra, marcada, entre outros aspectos, pela emergência de personagens miúdos que saltam do anonimato para a História. Afinal, o transcurso dos 30 anos de lançamento do livro matricial O queijo e os vermes (traduzido no Brasil já lá se vão 20 anos) não poderia, de maneira alguma, passar em branco. Por isso, Henrique Espada Lima, professor do Departamento de História da Universidade Federal de Santa Catarina, expert na produção ginzburguiana, lançou-se, com todo desvelo, à tarefa de dar o toque de reunir que atraiu outros estudiosos afinados com as temáticas que são objeto de pesquisa de Carlo Ginzburg. Leia Mais
História & Riso | ArtCultura | 2007
Sob os auspícios do CNPq, da Capes e da Edufu — aos quais se somará, em 2008, a Fapemig —, colocamos em circulação mais uma edição da ArtCultura: Revista de História, Cultura e Arte. Uma vez mais, as contribuições aqui reunidas buscam revolver as múltiplas camadas que compõem a textura do real e explorar, em particular, as íntimas conexões existentes entre a História, a cultura e as artes em geral.
Para tanto, mobilizamos um seleto grupo de colaboradores, a começar pelo historiador Carlo Ginzburg, pesquisador de lastro internacional, ao qual dedicamos um minidossiê que mapeia os percursos de sua vasta obra, marcada, entre outros aspectos, pela emergência de personagens miúdos que saltam do anonimato para a História. Afinal, o transcurso dos 30 anos de lançamento do livro matricial O queijo e os vermes (traduzido no Brasil já lá se vão 20 anos) não poderia, de maneira alguma, passar em branco. Por isso, Henrique Espada Lima, professor do Departamento de História da Universidade Federal de Santa Catarina, expert na produção ginzburguiana, lançou-se, com todo desvelo, à tarefa de dar o toque de reunir que atraiu outros estudiosos afinados com as temáticas que são objeto de pesquisa de Carlo Ginzburg. Leia Mais
Política, Arte e Cultura no Brasil (Anos 1940–1970) | ArtCultura | 2007
Expressivos profissionais das áreas de conhecimento histórico e afins aderiram, de forma renovadora, às mudanças de paradigmas metodológicos e temáticos, que ganharam maior consistência nos últimos tempos. Nesse sentido, ocorreu um afastamento das histórias estruturais e da escrita sintética ou holística. Por outro lado, têm proliferado estudos monográficos, muitas vezes inspirados pela abordagem da micro-história e por forte enfoque culturalista, não poucas vezes desprendidos das movimentações sociais e políticas mais amplas da própria história.
O dossiê que o leitor tem em mãos reúne diferentes textos, amalgamados pela temática Política, Arte e Cultura no Brasil (Anos 1940–1970). Seu título define, por si mesmo, que nossa compreensão sobre História Cultural agrega os novos aportes teóricos e as novas abordagens que alargaram o campo de conhecimento abrangido pela História. Mas que também, a par da perspectiva interdisciplinar que os caracteriza, considera que os macromovimentos da história estão relacionados aos micromovimentos e vice-versa. Leia Mais
História & Literatura | ArtCultura | 2006
Para nossa alegria, que queremos compartilhar com nossos colaboradores, ArtCultura: Revista de História, Cultura e Arte vem colhendo, dia após dia, bons frutos. Nos últimos tempos, aumentou, sensivelmente, o rol de seus leitores e assinantes, fato que se traduziu, inclusive, no crescimento significativo das contribuições submetidas à apreciação do corpo de pareceristas da revista. Ao lado disso, conquistamos igualmente o reconhecimento institucional. Na mais recente avaliação do Qualis/Capes, ArtCultura foi classificada como publicação nível “A Nacional”, agora não apenas em sua área específica, História, mas também em Artes/ Música, que engloba a produção no campo de Artes Cênicas e Visuais. Para culminar, tanto o CNPq como a Capes resolveram aplicar uma injeção de recursos na revista, o que nos possibilitará, ainda em 2007, ajustar os passos com o calendário civil, lançando as edições n. 14 e 15 no seu ano de referência.
Com entusiasmo redobrado, portanto, oferecemos aos nossos leitores a ArtCultura n. 13, que leva adiante a proposta de valorizar as redes de interlocução entre História, Cultura e Artes em geral. Esta edição se abre com 8 textos que compõem o dossiê História & Literatura, a começar por um artigo inédito de Roger Chartier, na esteira de sua estada em Uberlândia durante seminário internacional promovido pela Linha História & Cultura do Programa de Pós-graduação em História da UFU. Outra novidade fica por conta da estréia da seção Polêmica, na qual Sidney Chalhoub põe em questão alguns aspectos da abordagem de John Gledson a respeito da fatura literária de Machado de Assis. Leia Mais
História & Música Popular | ArtCultura | 2006
Para nossa alegria, que queremos compartilhar com nossos colaboradores, ArtCultura: Revista de História, Cultura e Arte vem colhendo, dia após dia, bons frutos. Nos últimos tempos, aumentou, sensivelmente, o rol de seus leitores e assinantes, fato que se traduziu, inclusive, no crescimento significativo das contribuições submetidas à apreciação do corpo de pareceristas da revista. Ao lado disso, conquistamos igualmente o reconhecimento institucional. Na mais recente avaliação do Qualis/Capes, ArtCultura foi classificada como publicação nível “A Nacional”, agora não apenas em sua área específica, História, mas também em Artes/ Música, que engloba a produção no campo de Artes Cênicas e Visuais. Para culminar, tanto o CNPq como a Capes resolveram aplicar uma injeção de recursos na revista, o que nos possibilitará, ainda em 2007, ajustar os passos com o calendário civil, lançando as edições n. 14 e 15 no seu ano de referência.
Com entusiasmo redobrado, portanto, oferecemos aos nossos leitores a ArtCultura n. 13, que leva adiante a proposta de valorizar as redes de interlocução entre História, Cultura e Artes em geral. Esta edição se abre com 8 textos que compõem o dossiê História & Literatura, a começar por um artigo inédito de Roger Chartier, na esteira de sua estada em Uberlândia durante seminário internacional promovido pela Linha História & Cultura do Programa de Pós-graduação em História da UFU. Outra novidade fica por conta da estréia da seção Polêmica, na qual Sidney Chalhoub põe em questão alguns aspectos da abordagem de John Gledson a respeito da fatura literária de Machado de Assis. Leia Mais
História & Cinema | ArtCultura | 2006
Para nossa alegria, que queremos compartilhar com nossos colaboradores, ArtCultura: Revista de História, Cultura e Arte vem colhendo, dia após dia, bons frutos. Nos últimos tempos, aumentou, sensivelmente, o rol de seus leitores e assinantes, fato que se traduziu, inclusive, no crescimento significativo das contribuições submetidas à apreciação do corpo de pareceristas da revista. Ao lado disso, conquistamos igualmente o reconhecimento institucional. Na mais recente avaliação do Qualis/Capes, ArtCultura foi classificada como publicação nível “A Nacional”, agora não apenas em sua área específica, História, mas também em Artes/ Música, que engloba a produção no campo de Artes Cênicas e Visuais. Para culminar, tanto o CNPq como a Capes resolveram aplicar uma injeção de recursos na revista, o que nos possibilitará, ainda em 2007, ajustar os passos com o calendário civil, lançando as edições n. 14 e 15 no seu ano de referência.
Com entusiasmo redobrado, portanto, oferecemos aos nossos leitores a ArtCultura n. 13, que leva adiante a proposta de valorizar as redes de interlocução entre História, Cultura e Artes em geral. Esta edição se abre com 8 textos que compõem o dossiê História & Literatura, a começar por um artigo inédito de Roger Chartier, na esteira de sua estada em Uberlândia durante seminário internacional promovido pela Linha História & Cultura do Programa de Pós-graduação em História da UFU. Outra novidade fica por conta da estréia da seção Polêmica, na qual Sidney Chalhoub põe em questão alguns aspectos da abordagem de John Gledson a respeito da fatura literária de Machado de Assis. Leia Mais
História, Arte & Imagem | ArtCultura | 2006
Venha amar-me.
Venha.
Vem para este papel branco, Comigo.
Duras
Se para Marguerite Duras o acontecimento amoroso converteu-se em acontecimento de escrita, se amor e linguagem se autoconstituíram em sua obra, nós, leitores, somos por ela incitados a unirmos memória e imaginação, vida e arte, história e ficção. É este o caminho proposto pelo dossiê História, Arte & Imagem. Nele encontram-se textos cujos interesses estão centrados nas imagens de arte e suas problemáticas, nos fios que conduzem a análise no campo da arte visual, imagética, plástica.
Procurou-se agrupar reflexões vindas de lugares distintos, mas convergentes para a arte. Conjugam-se aqui a História, a Literatura, a Filosofia, a Crítica e a História da Arte, áreas que, no espaço acadêmico, comportam suas especificidades e demarcam seus territórios. Entrelaçadas, no entanto, por seus interesses comuns — teóricos, metodológicos, documentais —, debruçam-se sobre uma mesma categoria de objeto de análise, a obra de arte. Para todos os autores aqui reunidos, ela é foco de atenção, mesmo que pensada com base em diferentes pressupostos.
Lúcia Maria Paschoal Guimarães parte do artista. Fleiüss, imigrante alemão num Brasil que se queria “civilizar”, permite ver o Fleiüss gráfico, designer, artista, o qual exige que se olhe para sua obra deslocando-a de lugares comuns. Surge então a técnica inovadora, o traço crítico, a anotação da vida em linhas e cores e o diálogo com a linguagem plástica que levam a História ao encontro da Arte.
Os historiadores não recusam mais essa parceria. Assumem a união e elegem a obra de arte como centro, como objeto de estudo, como acontecimento histórico mais do que documento, como análise de intenções mais do que objetividade do testemunho. Maria Bernardete Ramos Flores encampa tal possibilidade ao propor a utilização da arte para pensar a vida. As atitudes estéticas são lidas nas obras e nos corpos simultaneamente; entre clones, misses e estátuas, beleza e fealdade se conjugam na percepção artística da modernidade.
Nesse mesmo rumo, a análise histórica de Luciene Lehmkuhl explora a feitura e a leitura das obras, o fazer e o perceber, a criação/realização e a recepção. A obra de arte é decomposta, fragmentada para que permita que se capte sua elaboração. Sua circulação é discutida, e as críticas formuladas são expostas e confrontadas, possibilitando compreender a sua recepção, revelando a presença e a influência da arte brasileira no consagrado meio artístico europeu.
O texto de Paulo Knauss aponta minuciosamente, por meio da leitura atenta e da indicação de vasta e atualizada bibliografia, a relação do historiador com as imagens, em especial com as obras de arte. Sublinha a valorização do conceito de cultura visual no campo da história da arte a partir de sua conexão com o caráter histórico do estatuto artístico. Faz pensar nos caminhos teórico-metodológicos percorridos pelos historiadores que se voltam para as artes.
Interessam-nos a interação e a troca com áreas parceiras da História, cujos especialistas, ao lidarem com obras de arte, embrenham-se em terrenos usualmente pouco visitados pelos historiadores e estabelecem roteiros, circuitos e conexões que nos servem de lição. Nesse sentido, Osvaldo Fontes Filho, toma como ponto de partida os meandros da Filosofia e apresenta os procedimentos adotados por Jean Dubuffet, discutindo a relação matéria e forma ao analisar a escritura do próprio artista. Texto e imagem são entrecruzados e confrontados para deixar ver o mundo “escavado” pelo pintor na sua “espessura viscosa”, um mundo a ser tocado mais do que olhado.
Imagens visuais e literárias aparecem no artigo de Raúl Antelo, advindo do campo da Literatura. Composto de maneira fragmentária, seu texto faz ver o também fragmentado livro de Aníbal Machado, que colhe suas “constelações” em Blanchot. Para nos conduzir ao Aníbal leitor de Blanchot, Antelo copila fragmentos das Cadernetas de citações do escritorleitor. Dá a conhecer o “sentido extraviado” do texto de Aníbal por intermédio da colisão de fragmentos imagéticos e textuais, recolhidos em múltiplas leituras.
Annateresa Fabris, ao se lançar a uma investigação no âmbito da História da Arte e da Crítica de Arte, se dispõe a recuperar o debate ocorrido nos anos de 1970 acerca do hiper-realismo. Entre Estados Unidos e Europa são evocados obras, artistas e críticos que trazem à tona as categorias de mimese e estranhamento por meio de oposições entre técnica e valor artístico/estético, entre operação ilusionista e reduplicação do real, onde a fotografia desponta como dispositivo de distanciamento do mundo físico.
Este é o dossiê História, Arte & Imagem, cuja proposta é amplificar a divulgação de pesquisas relevantes e pertinentes ao debate historiográfico da contemporaneidade. Logo, fazemos questão de participar das discussões que vêm sendo travadas nos últimos anos acerca do uso das imagens em geral e das obras de arte, em particular, para a construção de uma História visualmente orientada. Que nossos leitores venham conosco para este papel [branco?].
Organizadora
Luciene Lehmkuhl
Referências desta apresentação
LEHMKUHL, Luciene. A História por entre artes e imagens. ArtCultura. Uberlândia, v. 8, n. 12, jan./jun. 2006. Acessar publicação original [DR]
História & Teatro | ArtCultura | 2005
Muitas vezes o melhor drama está no espectador e não no palco.
Machado de Assis
A revista ArtCultura apresenta, neste número, um dossiê sobre História & Teatro, uma tradução, cinco artigos e duas resenhas. Como organizadora do dossiê, gostaria de destacar que a reflexão sobre teatro não implica tão-somente uma abordagem da escritura teatral. Para além desta, temos o autor, os atores, os críticos e o público. A epígrafe citada — retirada do conto “A chinela turca”, escrito em 1875 — recupera exatamente essa idéia. Afinal, os diferentes canais de leitura e de recepção estão sintonizados, cada vez mais, com a arte dramática.
Os quatro primeiros artigos avançam do século XVI à primeira metade do século XX. Eles põem em destaque gêneros teatrais não só distintos como aparentados. Orna Messer Levin acompanha a presença do entremez no eixo Brasil–Portugal e sua disseminação como gênero editorial, resultado do crescimento da atividade tipográfica e da leitura de folhetos impressos. Ezio Bittencourt discute o teatro ligeiro musicado nos palcos do Rio Grande do Sul, no século XIX, a partir das companhias artísticas internacionais e nacionais que freqüentaram os teatros sulinos bem como dos autores e das obras encenadas. Tomando por base algumas peças, Antonio Herculano Lopes também focaliza o teatro musical ligeiro, no caso do Rio de Janeiro das décadas de 1910 e 1920, e, ao tratar dessa manifestação tão desprezada pela crítica e pela historiografia teatral, dá ênfase sobretudo aos processos culturais e às relações raciais. Já Vera Collaço aborda o universo das personagens cômicas que ganharam sustentação ao serem encenadas por um grupo de operários de Santa Catarina durante os anos 1930, trazendo à tona suas sensibilidades e seu imaginário.
Os textos seguintes englobam uma discussão que reúne dois temas: o da recepção e o da militância e/ou do engajamento social. Luiz Humberto Martins Arantes incursiona pela questão da recepção teatral, tendo como alvo Jorge Andrade e sua dramaturgia, nos anos de 1950 e 1960. Para tanto, coloca no centro da análise a relação autor/obra e leitor/expectador. Maria Sílvia Betti — embasada no crítico Fredric Jameson — discorre sobre a atualidade do método de pensamento e de trabalho de Bertolt Brecht. Alia a esta premissa a proposta de uma rediscussão da atualidade do trabalho e do pensamento crítico de Oduvaldo Vianna Filho. Kátia Rodrigues Paranhos examina dois grupos de teatro operário no ABC paulista, salientando a importância da militância no pós-1964, o processo de criação coletiva, a aproximação entre operários, intelectuais e artistas de esquerda e a sua atuação na periferia urbana. Victor Hugo Adler Pereira fecha o debate ao relacionar os movimentos cênicos ocorridos entre 1964 e 1968, de resistência ou protesto contra o regime militar, e os que vêm crescendo desde os anos de 1990, que exprimem uma denúncia da exclusão social sem que ela implique uma contestação da lógica do capital.
Na seção Tradução, Elizabeth Wilson procura capturar o sentido da presença da mulher na esfera pública no século XIX, na Inglaterra e na França. Ela aponta para o deslocamento da identidade do flâneur do masculino para o feminino ao chamar a atenção para a história da feminização dos modos da flânerie, essa elemento-chave na literatura crítica da modernidade e da urbanização.
A seção Artigos é aberta por Mônica Pimenta Velloso, que passa em revista a constituição das falas da cidade do Rio de Janeiro, ao promover o cruzamento polissêmico de sons, imagens e grafias, na busca da compreensão da pluralidade de sentidos que marcam o processo de conflitos e negociações em torno da identidade cultural carioca no início do século XX. Luiza Mara Braga Martins se atém a esse mesmo território e nos transporta para os anos 1930, colocando no centro da análise o imaginário social que o samba pôs em movimento. Suas referências básicas são os músicos Lamartine Babo, Noel Rosa e Assis Valente, vistos como criadores da imagem de um Brasil folião que procedem à desconstrução de certos símbolos nacionais. Em seguida, saltando várias décadas, José Roberto Zan nos conduz aos anos 1970 para iluminar o pano de fundo e a boca da cena em que surge, ainda no Rio de Janeiro, “cidade do samba”, a Banda Black Rio, um ícone do “samba-funk” e do “soul brasileiro”, em tempos de “milagre econômico” e de redefinição global das estratégicas do marketing fonográfico.
Na seqüência, temos ainda dois artigos que enveredam pelos mundos da produção artística. Artur Freitas levanta o tema da validade e do alcance da noção de autonomia social da arte. Entrecruza tal discussão com a formação inicial do moderno campo da arte no Brasil e, depois, com a sua crescente institucionalização no atual cenário neoliberal. Por outro lado, a partir de uma série de documentos escritos, orais e visuais, Maria de Fátima Morethy Couto e Lígia Luciene Rodrigues analisam a importância da obra de Siron Franco e sua série Césio, incluindo o exame iconográfico de algumas obras desse conjunto.
A edição se completa com duas resenhas assinadas por Luciene Lehmkuhl e Rosângela Miranda Cherem que enfocam, respectivamente, livros escritos por José Emilio Burucúa e Raúl Antelo.
Boa leitura.
Organizadora
Kátia Rodrigues Paranhos – Editora.
Referências desta apresentação
PARANHOS, Kátia Rodrigues. Apresentação. ArtCultura. Uberlândia, v.7, n. 11, jul./dez. 2005. Acessar publicação original [DR]
História & Cinema | ArtCultura | 2005
Organizadora
Kátia Rodrigues Paranhos – Editora.
Referências desta apresentação
PARANHOS, Kátia Rodrigues. Apresentação. ArtCultura. Uberlândia, v.7, n. 10, jan./jun. 2005. Acesso apenas pelo link original [DR]
História & Poesia | ArtCultura | 2005
Organizadora
Kátia Rodrigues Paranhos – Editora.
Referências desta apresentação
PARANHOS, Kátia Rodrigues. Apresentação. ArtCultura. Uberlândia, v.7, n. 10, jan./jun. 2005. Acesso apenas pelo link original [DR]
Mulheres do Brasil: Beja, Carmen e Dolores | ArtCultura | 2005
Organizadora
Kátia Rodrigues Paranhos – Editora.
Referências desta apresentação
PARANHOS, Kátia Rodrigues. Apresentação. ArtCultura. Uberlândia, v.7, n. 10, jan./jun. 2005. Acesso apenas pelo link original [DR]
Eliseu Visconti: um pintor moderno | ArtCultura | 2005
Organizadora
Luciene Lehmkuhl
Referências desta apresentação
PARANHOS, Kátia Rodrigues. Apresentação. ArtCultura. Uberlândia, v.7, n. 10, jan./jun. 2005. Acesso apenas pelo link original [DR]
História e Música | ArtCultura | 2004
Foi-se o tempo de uma História enclausurada em si mesma, às voltas apenas com seus objetos tradicionais. Com a desmontagem de muitos dos andaimes nos quais ela se apoiava, a cada dia mais e mais se perde a nitidez dos contornos fixos. Um número crescente de historiadores, não mais presos às cadeias narrativas e às temáticas mais ou menos convencionais, lançam-se, por vezes até com sofreguidão, à procura de outros territórios a serem mapeados. Ao tatearem caminhos pouco ou nada explorados, alargam as margens do possível e valorizam novos objetos, o que nem de longe deve desestimular a retomada de temas tornados clássicos.
É aí que se inscreve este dossiê. Nele música e História se dão as mãos. Até um período relativamente recente, os estudos em torno da música constituíam um objeto marginal, menos, é claro, para os especialistas de seu campo de incidência específico. Já há algum tempo, porém, assiste-se à ampliação de seu raio de alcance. Eles vêm conquistando, aos poucos, o seu espaço na academia. Historiadores e cientistas sociais, em particular, acabaram se beneficiando do diálogo entretido com profissionais de outra procedência, incluídos aqueles de formação estritamente musical. Leia Mais
ArtCultura | UFU | 2004
ArtCultura – Revista de História, Cultura e Arte (Uberlândia, 2004-) é uma publicação semestral do Instituto de História e do Programa de Pós-graduação em História da Universidade Federal de Uberlândia. Fomenta o diálogo interdisciplinar entre História, as Artes e a Cultura em geral. Seus eixos de interesse se apoiam nas relações entre História e distintos campos de produção cultural, como cinema, teatro, literatura, música, artes visuais, arquitetura e demais áreas das humanidades.
Periodicidade semestral.
Acesso livre.
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Música & Indústria Fonográfica | ArtCultura | 2008
A indústria da música no Brasil passou por transformações bruscas e profundas nos últimos 40 anos. Pode-se dizer que a primeira grande reviravolta nas estruturas de produção e nos modos de consumo, especialmente da música popular, ocorre no início da década de 1970 no bojo de processos muito mais amplos de consolidação da indústria cultural e de constituição de um mercado de bens simbólicos no país. A partir desse momento, parece que a “promessa de socialização cultura”, cultivada por segmentos intelectuais de esquerda nos anos 60, arrefeceu frente ao aprofundamento da administração e da massificação da cultura.
Alguns anos mais tarde, a indústria musical sofreu nova reviravolta decorrente do advento das tecnologias digitais e da sua difusão com a criação do protocolo MIDI (Musical Instruments Digital Interface), em 1982, que transformou rapidamente a base técnica da produção, promovendo a obsolescência do modelo dos grandes estúdios existentes até então. A montagem de novas estruturas produtivas tornou-se mais barata, abrindo espaços para a emergência de novos selos e pequenas gravadoras que começaram a competir com as grandes empresas monopolistas. Iniciou-se, dessa maneira, um período de reestruturação produtiva no setor musical e de adoção de novas estratégias de gestão do mercado fonográfico. Leia Mais