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Religiosidade no Brasil | J. B. B. Pereira
O primeiro artigo tem como título “As religiões indígenas: o caso tupi-guarani”. Nele, o autor Roque de Barros Laraia não se apropria de fazer um inventário das diferentes religiões indígenas do Brasil, mas, sim, por meio do exemplo tupi-guarani, possibilitar ao leitor o entendimento de algumas características dos sistemas de crenças existentes entre os índios do Brasil. Laraia se detém na descrição do pajé e de tupã, e trata do entendimento de alma para os indígenas. Assim, o autor levanta os quatro tipos de alma: espíritos errantes (aqueles que morreram e não alcançaram ser bons), espíritos criadores ou heróis culturais, os donos das florestas, das águas e dos rios, e os espíritos de animais. Outros dois pontos norteadores para a compreensão das religiões indígenas, segundo o autor, referem-se ao entendimento de “céu” que indica onde estão as almas dos antepassados, o herói mítico, e à perda da vida eterna, em que, como nas religiões cristãs, há uma Eva, só que Tupi não colheu o milho desobedecendo à ordem de Mahyra.
Faustino Teixeira é o autor do segundo artigo da coletânea: “As faces do catolicismo brasileiro”. Inicialmente, Teixeira apresenta dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) sobre as religiões no censo de 2000, em que o catolicismo continua como a religião com o maior número de fiéis, porém apontando para um grande crescimento de evangélicos e dos sem religião. Muito instrutivo, o autor aponta a complexidade da religião católica no Brasil e de forma bastante lúcida enumera quatro vertentes dos meandros do catolicismo: santorial, oficial, de reafiliados e midiático. Ao findar sua análise, Teixeira conclui que o Brasil é um país do sincretismo religioso, mas que ainda há de se elucidar o intenso trânsito entre tradições opostas. Leia Mais