América Latina no século XIX: cultura, política e sociedade | Revista Eletrônica da ANPHLAC | 2022

Vivemos um tempo em que as inquietações e demandas do presente parecem nos consumir, ou mesmo, nos devorar. Enfrentamos a maior pandemia dos últimos cem anos, aliada a um quadro de crise política em que imperam ameaças antidemocráticas e que está marcado por um crescente processo de destruição ambiental, pelo aumento visível da miséria e das desigualdades, pelos ataques constantes aos debates sobre as questões de gênero e pelo desmonte do investimento público em áreas tão fundamentais como a saúde, a educação, a cultura, a ciência e a tecnologia. Assim, voltar-se para o século XIX latinoamericano seria, então, algo demasiadamente distante e pouco atrativo?

A História, entretanto, nos ajuda a refletir com mais pertinência sobre esse presente por vezes tão complexo e incompreensível. Mesmo não sendo necessariamente a “mestra da vida”, como defendia o célebre orador romano Cícero, a História caminha conosco, de mãos dadas, nos apontando uma série de caminhos perigosos já percorridos por muitos que nos precederam, mas deixando também evidente que é possível ter esperança e seguir alentando alguma utopia. Quem estuda História sabe que ela é prenhe de rupturas, mudanças e transformações, mesmo que estas se deem, como dissera Marx em um de seus textos mais inspirados, não da maneira como querem os indivíduos. Não por acaso, é sempre vista com desconfiança pelos defensores do status quo e, mais que isso, como um perigo para os que acalentam projetos autoritários. Leia Mais

América Latina – Moçambique / Moçambique – América Latina  | Revista Eletrônica da ANPHLAC | 2022

Com o objetivo de caracterizar a produção acadêmica de História da América Latina e do Caribe no Brasil, entre 1981 e 2018, a pesquisa desenvolvida pelos historiadores Eric Brasil e Kaick da Silva, e o sociólogo Leonardo Nascimento identificou que na área das revistas especializadas em história das Américas, a Revista Eletrônica da ANPHLAC dedicou especial atenção à publicação de artigos relacionados às experiências e aos contextos históricos das populações de ascendência africana no continente.3 O dossiê História do Caribe (partes I e II, n. 20 e 21, 2016), com artigos dedicados às experiências afro-americanas em Cuba, Haiti e Trinidad e, mais recentemente, o dossiê Afro-Américas (n. 27, 2019), correspondem a importantes marcos na ampliação do campo da história das Américas e no aprofundamento das análises das conexões com os mundos que os africanos e africanas construíram a partir de suas diásporas no continente americano.

Como fica evidente, encontramos na Revista variadas colaborações dedicadas ao aprofundamento das análises sobre o mundo que os africanos, africanas e seus descendentes construíram nas Américas, incorporando nas interpretações sobre as dinâmicas caribenhas e latino-americanas uma série de práticas e realidades afro-americanas. No entanto, o campo historiográfico das diásporas africanas não corresponde, necessariamente, ao da história da África.4 Nesse sentido, ao restringirmos especificamente nossa busca na Revista ao campo da história da África, dos 31 números publicados pela revista, entre 2001 e 2021, contabilizando um total de cerca de 322 textos, conseguimos encontrar um artigo que analisou com atenção detalhada as experiências, aproximações e relações entre as Américas e a África, a partir das perspectivas historiográficas específicas do campo dos estudos do continente africano.5 Leia Mais

Intelectuais e resistências ao autoritarismo na América Latina  | Revista Eletrônica da ANPHLAC | 2021

Em junho de 2009, a América Latina foi palco da deposição do presidente de Honduras Manuel Zelaya, fruto de uma decisão do Parlamento apoiada pelo Judiciário de seu país. O episódio foi considerado por muitos como um golpe de Estado pelo fato de Zelaya ter sido retirado sem direito à defesa, numa decisão sumária. Três anos depois, foi a vez do presidente paraguaio, Fernando Lugo, passar por um rápido processo de impeachment, levado a cabo pelo Senado, em um julgamento no qual não pôde se defender. Em 2016, um novo impeachment abalou a democracia no continente: Dilma Rousseff foi destituída do cargo de presidente pelo Parlamento após ser acusada de cometer as chamadas “pedaladas fiscais”. Durante a simbólica votação ocorrida em 17 de abril na Câmara dos Deputados, que abriu o caminho para o impeachment, o então deputado Jair Bolsonaro evocou o torturador Carlos Brilhante Ustra em seu voto pela deposição, com a intenção de exaltar a ditadura da qual Russeff havia sido vítima. Em 2018, o mesmo Bolsonaro foi eleito presidente do Brasil, alcançando um resultado considerado improvável há poucos anos. Um ano depois, na Bolívia, Evo Morales renunciou ao cargo de presidente, que ocupava há treze anos, diante da violência e convulsão social derivadas da denúncia de fraude eleitoral. Sua sucessora, Jeanini Áñez, assumiu numa sessão legislativa sem quórum e, recentemente, foi presa acusada de tramar um golpe de Estado. Todos esses eventos, ao que pesem suas particularidades, podem ser  apontados como exemplos de tensões nas democracias latino-americanas, mostrando que certas conquistas consideradas consolidadas após as transições democráticas das últimas décadas do século XX seguiam frágeis. Leia Mais

História e Gênero na América Latina: problemas, possibilidades e desafios interpretativos (séculos XIX e XX) | Revista Eletrônica da ANPHLAC | 2021

Nos últimos anos, a América Latina foi atravessada por uma nova “onda” feminista que reanimou tanto antigas pautas do movimento como experiências novas. Em 2015, teve início a marcha Ni una a Menos, coordenada pelo coletivo feminista argentino de mesmo nome, trazendo para a cena pública as denúncias sobre as várias faces da violência de gênero, entre elas o feminicídio. Dois anos depois, as feministas convocaram uma greve geral com um programa que visava denunciar a precarização das relações de trabalho, a falta de reconhecimento das tarefas domésticas e do cuidado materno, as longas jornadas de trabalho, o desemprego e o crescente endividamento. Toda essa efervescência foi marcada por iniciativas legislativas e intervenções que ocuparam espaços públicos, constituindo uma experiência massiva e heterogênea que conectou as ruas com a academia e os centros de pesquisa. Tais ações resultaram em uma série de protestos e marchas que se estenderam por cidades do Brasil, Chile, México, Peru e Uruguai. Em 2018, acompanhamos os pañuelos verdes, utilizados pelas ativistas argentinas em uma clara referência às Madres de Mayo, que se tornaram símbolo da luta pelos direitos reprodutivos na América Latina. No Chile, em outubro de 2019, irrompeu uma série de ações organizadas por diferentes movimentos sociais, como estudantes, idosos, trabalhadores, etc., contra as ações do presidente Sebastián Piñera, expondo, ainda, os efeitos do neoliberalismo no país. Adotado durante o regime militar de Augusto Pinochet, o modelo econômico diminuiu a responsabilidade do Estado em assuntos essenciais como saúde, educação, saúde e previdência social. As mulheres foram peças fundamentais nas ações ocorridas no país e, em novembro, organizaram a performance “Un violador en tu camino”, que incluía canção com letra que denuncia a conivência de vários setores da sociedade, sobretudo do Estado, para com a perpetuação da violência sexual contra as mulheres. A performance ecoou em vários países da América Latina, Europa e Ásia e diversas mulheres foram às ruas, com vendas nos olhos, denunciar a violência de gênero em seus países3 . Leia Mais

Estado, democracia e movimentos sociais na América Latina contemporânea | Revista Eletrônica da ANPHLAC | 2020

Desde princípios do século XX, os países da América Latina se veem diante do desafio de construir alternativas para a modernização do Estado e o desenvolvimento nacional, frente à crise e ao colapso dos regimes de dominação oligárquica, fundamentados no modelo primário-exportador. Liberais em aspectos econômicos, na política, o Estado oligárquico era bastante interventor, especialmente na garantia da exclusividade do poder para os grupos primário-exportadores por meio de intensa repressão contra os demais setores da sociedade. Nas primeiras décadas do século, alguns países vivenciaram rupturas com o modelo oligárquico, como a Revolução Mexicana, iniciada em 1910, e a eleição de Hipólito Yrigoyen para presidente da Argentina, em 1916. Porém, é somente a partir dos anos de 1930, que a maioria dos países da América Latina se depara com o desafio de superação da dominação oligárquica, frente ao colapso do modelo primário-exportador no contexto da depressão mundial. Intensificam-se as mobilizações em prol da democratização da sociedade e de novos modelos de desenvolvimento econômico. Esse cenário foi marcado pela exacerbação do nacionalismo, do autoritarismo, dos movimentos sociais e das polarizações ideológicas. As propostas para superação do modelo oligárquico das sociedades latino-americanas não foram adotadas sem conflitos e convulsões. Leia Mais

Usos do passado recente na América Latina | Revista Eletrônica da ANPHLAC | 2020

Se o passado sempre é uma construção, a partir das demandas do presente, esta relação é ainda mais evidente no caso de um passado recente, cujas consequências diretas têm fortes efeitos sobre o presente e cujos sentidos permanecem em disputa. Frente às violências e crimes de Estado que marcaram o século XX, a academia, impulsionada pelos coletivos afetados, assistiu a um crescimento exponencial das pesquisas que se comprometem com este passado. Tais estudos se circunscrevem na chamada história do tempo presente, imediata ou do presente, segundo as variáveis denominações nacionais. Trata-se de um campo que se consolidou na historiografia neste novo século, mas que já vinha se desenvolvendo e sendo problematizado desde a década de 1970, especialmente na ciência política e na sociologia (FRANCO, 2018).

A especificidade da história recente reside em um “regime de historicidade” (HARTOG, 2014) em que os fatos e processos do passado interpelam as sociedades contemporâneas na construção de identidades individuais e coletivas. Trata-se de um passado presente, de um “passado que não passa”. Aqui as análises perdem o “ponto fixo” e fechado de um passado do qual seria possível aproximar-se com alguma “distância”, “objetividade” e “perspectiva”, para se constituírem “em um diálogo e uma escuta atenta às demandas e interpelações que este passado formula ao presente, razão pela qual deixa de concebê-lo como fechado, finalizado” (PITTALUGA, 2010, p. 31). Este regime é relacional na medida em que confluem passado, presente e futuro (p. 31). Leia Mais

As Américas em tempos de colônia | Revista Eletrônica da ANPHLAC | 2019

O dossiê que a Revista Eletrônica da ANPHLAC oferta ao leitor, o primeiro do periódico dedicado exclusivamente a temáticas coloniais das Américas, denota a força crescente dos estudos desse campo no Brasil. Área que permaneceu por muito tempo correndo à margem, a América Colonial, especialmente a região espanhola, assiste nos últimos anos à chegada de novas gerações de historiadores, muitos destes formados por pioneiros no campo nas universidades brasileiras.

A presença na imensa maioria dos currículos de graduação em História do país não garantiu, até pouco tempo atrás, um volume consistente e contínuo de pesquisas sobre o período colonial americano. A carência de especialistasfez com que, ao longo do tempo, a disciplina fosse frequentemente ministrada por professores com interesses dedicados a outras áreas, tais como a América portuguesa. Não era incomum, entretanto, que esses pesquisadores retornassem aos seus interesses e às suas temáticas iniciais ou fizessem transposições atinentes ao império luso para outras porções do continente americano, o que podia ser visto na própria seleção de temas e conceitos bem como na bibliografia utilizada em muitos cursos. Leia Mais

Afro-Américas | Revista Eletrônica da ANPHLAC | 2019

Os estudos sobre as experiências e contextos históricos que envolveram os povos de ascendência africana nas Américas constituem um campo de pesquisa potente desde a primeira metade do século XX. A crescente demanda tanto na academia quanto dos movimentos sociais por pesquisas e reflexões sobre a história de homens e mulheres afrodescendentes na Era das Emancipações e após a Abolição da escravidão, ao longo de todo o continente americano, nos impulsionou a propor esse dossiê. Nada mais apropriado que a coletânea de artigos aqui reunida fosse ofertada pela Revista Eletrônica da ANPHLAC, cujo objetivo é publicar estudos sobre a história e o ensino de história das Américas.

Embora os estudos sobre a escravização dos africanos e seus descendentes no Brasil, no Caribe e nos Estados Unidos tenham concretizado uma importante área de pesquisas historiográficas desde a década de 1960, apenas recentemente observamos uma ampliação das investigações sobre o impacto da racialização da escravidão negra e as consequentes relações raciais no Pós-Abolição nas Américas, sobretudo na América Latina. Nas últimas décadas, este campo vem se definindo como estudos afro-americanos ou, ainda, estudos afro-latinoamericanos. Leia Mais

Escritas de si nas Américas | Revista Eletrônica da ANPHLAC | 2018

Um amplo movimento historiográfico, empreendido a partir dos anos oitenta do século XX, incorporou fontes antes consideradas “acessórias” e/ou “informativas”, concedendo-lhes novo status. Se há bem pouco tempo o indivíduo era apreendido como um elemento frágil e incerto de um “todo” que o sobrepujava, com a readaptação das lentes de análise, a historiografia se dispôs a um arrojado projeto: inquirir-se sobre a concepção de verdade histórica, aproximando-se das perspectivas criadoras e inventivas, emergentes do mundo privado, íntimo e particular. Essas últimas três palavras desvelam o encontro com as práticas cotidianas em escala micro. Igualmente, desvelam a invisibilidade e o anonimato impingidos àqueles que não integravam o rol de lideranças e/ou heróis porque não eram identificados como portadores da capacidade de significar sua experiência no tempo. Seguindo essa argumentação, o sentido de cada uma das palavras mencionadas se amplia, instaurando-se a diferença entre elas. O íntimo e o particular integram o ambiente privado. Entretanto, não se reduzem a ele nem exprimem a convergência de práticas nesse espaço. Por um lado, o particular é íntimo, a depender da interlocução que se produz entre os sujeitos na cena histórica; por outro, o particular pode ser mobilizado por mitos e rituais públicos, sem prejuízo ao segredo íntimo, que permanece resguardado no privado. Por esses cruzamentos, as dicotomias e dissensões entre indivíduo e sociedade desaparecem, dando lugar a uma investigação que privilegia a troca de experiências – no micro, reconhece-se o macro; no indivíduo, exprimem-se as práticas socioculturais. Leia Mais

As esquerdas latino-americanas e a Revolução Russa de 1917: Abordagens e reflexões no contexto do centenário | Revista Eletrônica da ANPHLAC | 2018

A proposta deste dossiê surgiu em 2017, ano marcado por inúmeras iniciativas de reflexões sobre o centenário de um dos acontecimentos mais marcantes do século passado: A Revolução Russa de 1917. No Brasil, assim como em outros países latino-americanos, programaram-se eventos acadêmicos preocupados em realizar um balanço do impacto e das heranças da Revolução Russa no continente. Os resultados observados indicaram um interesse crescente pelo estudo dos desdobramentos dessa experiência de superação do capitalismo no campo teórico e na prática política e cultural de partidos políticos, movimentos sociais e indivíduos nas distintas regiões da América Latina. O processo abrangente, heterogêneo e marcado por profundos desacordos e rupturas tornou o desenvolvimento da esquerda e da sua relação com a repercussão da Revolução Russa objeto de estudos variados.

Parafraseando Barry Carr (2017), as pesquisas atuais contrariam os prognósticos de 30 anos atrás em que a história operária, a história do trabalho e a história das esquerdas (vistas de todas as óticas incluindo a história cultural e social) sairiam de moda e que as novas gerações não se interessariam por esses temas. Redes de pesquisa, arquivos e revistas dedicadas ao tema do comunismo na América Latina atestam a relevância das diferentes correntes comunistas e da esquerda radical nos movimentos operários e camponeses, bem como em importantes setores da intelectualidade do continente. Retomou-se assim o campo a partir de um conjunto diversificado de propostas em um ambiente acadêmico mais aberto ao exame e debate com espírito interdisciplinar e plural inconcebível em períodos anteriores. Leia Mais

O México no século XX e o centenário da Constituição de 1917 | Revista Eletrônica da ANPHLAC | 2017

No final de janeiro de 1917, às vésperas da Revolução Russa, era aprovada a nova Constituição mexicana, resultado de uma luta revolucionária de quase uma década. Pode-se afirmar que essa legislação foi uma das mais avançadas da sua época, afiançando direitos trabalhistas e sociais que faziam frente às demandas de trabalhadores rurais e urbanos que participaram amplamente do enorme movimento de massas que entrou para a história como Revolução Mexicana. A Constituição de 1917 marcou profundamente a história do país e lançou as bases do que foi o México no século XX. Esse foi o eixo que norteou a chamada do presente dossiê da Revista Eletrônica da ANPHLAC, composto por seis artigos e uma entrevista com o historiador argentino radicado no México, Pablo Yankelevich.

Nosso objetivo foi abrir um espaço para os estudiosos das questões do México contemporâneo exporem as investigações realizadas no Brasil e no exterior. Contamos com a participação de autores brasileiros e dois artigos de autores mexicanos. Em termos de periodização, os artigos se aglutinam tanto em torno da Constituição Mexicana promulgada em 1917 e do período do México revolucionário quanto em relação aos anos imediatamente pós-revolucionários, entre as décadas de 1920 e 1940. Os temas abordados refletem as múltiplas dimensões sociais impactadas pelo processo desencadeado no México em 1910 e seus inúmeros desdobramentos, incluindo temáticas relativas à Convenção Revolucionária e à própria Constituição de 1917; os Romances da Revolução Mexicana; a atuação político-intelectual de José Vasconcelos nos anos 20; o discurso visual da revista sindical Lux nos anos 30 e o cinema mexicano nas décadas de 1930 e 1940. A organização do dossiê dispôs os artigos em ordem cronológica. Esse número conta ainda com outros 6 artigos na seção Livre e também uma resenha. Leia Mais

Américas: guerra e paz | Revista Eletrônica da ANPHLAC | 2017

A guerra e a paz no continente americano, em seu amplo espectro, guiaram a chamada para artigos do presente dossiê publicado pela Revista da ANPHLAC. Esta publicação, com dez artigos originais e uma resenha, expressa a disseminação dos estudos sobre os conflitos, as negociações e as pazes, tanto nos impérios coloniais quanto após as independências.

A distribuição espacial dos temas abarcados nos artigos demonstra as preocupações centrais da historiografia brasileira e, de certo modo, também de sua chancelaria, assim como a ampliação das contribuições internacionais da revista. A maioria desenvolve assuntos relativos ao mais importante vizinho brasileiro – a Argentina – tanto no período colonial, quanto na república. Esta presença avassaladora desse vizinho platino não surpreende. Leia Mais

História do Caribe – Parte II | Revista Eletrônica da ANPHLAC | 2016

Pouco mais de 57 anos se passaram desde que o exército rebelde cubano liderado por Fidel Castro e Ernesto “Che” Guevara conquistou o poder político na mais importante ilha do Caribe. Um tempo que já poderíamos considerar de média duração, nem tão perto dos acontecimentos, o que nos limitaria a visão em perspectiva, mas ainda nem tão longe dos mesmos, o que nos situaria fora de sua abrangência. Em outras palavras, somos privilegiados do ponto de vista heurístico, de sorte a analisar um processo que já se desdobrou no tempo e que segue relevante para a vida contemporânea.

Com o fim da União Soviética, em 1991, poder-se-ia imaginar que a mais importante revolução ocorrida na região caribenha no século XX sairia do radar da produção de ponta no campo da História da América, o que esse volume vem mostrar tratar-se de uma falsa conjectura. Existem uma ampla escala de ângulos, temas, objetos, problemas e abordagens sobre a Revolução Cubana para ser destrinchado pelo historiador arguto. Donde vemos a presença hegemônica desse país numa chamada de trabalhados versados sobre toda a região do Caribe. Leia Mais

Ditaduras na América Latina do século XX: debates e balanços historiográficos | Revista Eletrônica da ANPHLAC | 2015

O ciclo de ditaduras da América Latina dos anos 1960 a 1990 vem sendo rememorado em “datas convocantes”, como os 50 anos do golpe no Brasil, em 2014, os 40 anos do golpe no Uruguai e no Chile, em 2013, e, no ano que vem, 2016, também na Argentina, suscitando-se reflexões, novas abordagens e balanços historiográficos. O dossiê “Ditaduras na América Latina do século XX: debates e balanços historiográficos” propôs abrir um espaço para discussões acerca dos regimes autoritários e recebeu contribuições de variadas origens – Brasil, Chile, Argentina e Uruguai. Embora a variedade temática esteja longe de cobrir o conjunto da profícua e extensa produção recente sobre os regimes autoritários da América Latina, esse dossiê oferece uma multiplicidade considerável de objetos e perspectivas, como historiografia, história das ideias, gênero, cotidiano, memória, imprensa, literatura, cinema e movimentos sociais, assim como devemos destacar a presença de jovens pesquisadores dentre os autores.

Abrindo o dossiê, o texto de Javiera Libertad Robles, intitulado “’Las Rodriguistas’. La mujer militantes en la prensa del Frente Patriótico Manuel Roríguez (1983-1988)”, discute a presença de mulheres militantes no braço armado do Partido Comunista do Chile. O estudo é feito por meio da revista El Rodriguista, principal veículo de comunicação do grupo, a partir do qual Robles analisa a visibilidade da participação feminina na organização. Leia Mais

Amazônia: fronteiras, espaços e imaginários | Revista Eletrônica da ANPHLAC | 2014

A Revista Eletrônica da ANPHLAC, com o Dossiê intitulado Amazônia: fronteiras, espaços e imaginários, brinda seus leitores e demais pesquisadores em História da América com uma coletânea de textos sobre a vasta região amazônica, propondo uma discussão sobre temas específicos sobre esta rica, polêmica e cobiçada região.

Eis aqui uma oportunidade ímpar de os historiadores que fazem de seu ofício um pesquisar constante sobre as temáticas americanas, aprofundarem seus horizontes de pesquisa e, ao mesmo tempo, refletirem sobre as especificidades regionais da hiléia, tão vasta e desafiadora, não só dos aventureiros, mas, também, dos cientistas que nela se embrenham na tão almejada busca do conhecimento, sempre com o olhar voltado às possibilidades de entendimento dos fenômenos históricos que estão à espera de um olhar inquieto. Leia Mais

História, ensaio e literatura nas Américas no século XX | Revista Eletrônica da ANPHLAC | 2014

A 17ª edição da Revista Eletrônica da ANPHLAC traz o dossiê “História, ensaio e literatura nas Américas no século XX”, com a finalidade de contribuir para o sistemático e profícuo debate sobre as interfaces entre a história, o ensaio e a literatura. O objetivo do dossiê é apresentar um espaço plural de debate, com enfoques e perspectivas diferenciadas acerca do tema, e colocar em destaque propostas metodológicas e reflexões críticas que se traduzem em paisagens e cenários instigantes para as Ciências Humanas.

O conjunto de artigos que compõem o dossiê aborda temas como as capacidades imagéticas e representativas dos textos literários e do ensaio em suas relações com a história; as conexões texto-contexto; a interação entre discurso e prática; os vínculos com a cultura e a política; as dinâmicas criativas dos textos e os posicionamentos públicos de intelectuais nas Américas. O resultado é a constituição de um dossiê formado por doze artigos que abarcam temáticas variadas, apoiadas em fontes poéticas, ensaísticas, literárias e políticas produzidas no século XX por intelectuais, em sua maioria, latino-americanos. A 17ª edição da Revista Eletrônica da ANPHLAC recebe ainda, com grande satisfação, uma conferência, um artigo livre e três resenhas. Leia Mais

Conceitos, debates e tendências historiográficas nas Américas | Revista Eletrônica da ANPHLAC | 2013

A nossa associação, a grande casa dos americanistas chamada ANPHLAC, estava próxima a comemorar seu vigésimo aniversário quanto pensamos na organização deste dossiê, momento propício para fazer diversos balanços, neste caso dos reflexos que as amplas dimensões das Américas tiveram na sua produção historiográfica. Continente de contrastes, igualmente o foi também de grandes eventos que produziram viradas importantes nos últimos quinhentos anos assim como de transformações que depois seriam acompanhadas em outras latitudes e que despertaram, e ainda despertam, inúmeras reflexões.

Por tal motivo, daqui surgiram problemáticas, categorias e tendências que embasariam muitos debates na historiografia local e, porque não, mundial. Os choques de culturas, as relações coloniais, os grandes espaços, as organizações dos Estados nacionais, as peculiaridades políticas, a instabilidade, seja ela econômica ou política, entre outros temas, fizeram surgir os conceitos de mestiçagem, dependência, fronteira e populismo, para mencionar alguns, que nos ajudaram a pensar e compreender a sua história. Leia Mais

20 anos da ANPHLAC | Revista Eletrônica da ANPHLAC | 2013

Temos a grata satisfação de apresentar este Dossiê Especial da Revista Eletrônica da ANPHLAC, comemorativo dos 20 anos de existência da Associação. O Dossiê destina-se ao público em geral e especialmente a dois grupos de leitores, não excludentes entre si: de um lado, os professores que atuam nos diversos níveis de ensino e trabalham com História das Américas, e de outro, os interessados no desenvolvimento da História da América Latina no âmbito acadêmico, brasileiro e internacional.

A ideia de realização de um número que visasse refletir sobre as duas décadas de vida da instituição foi sugerida cerca de um ano atrás pelo Prof. Cleverson Rodrigues da Silva (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul – Campo Grande/MS). Ela foi recebida pelo Conselho Editorial ao mesmo tempo com euforia e receio. A origem da ANPHLAC está ligada a um esforço coletivo, de professores e historiadores que, vivenciando em suas práticas profissionais uma série de circunstâncias difíceis (como falta de bibliografia especializada e o pouco reconhecimento da área, para ficar só em algumas), associaram-se e promoveram estratégias de colaboração, diálogo e ajuda mútua. Daí o entusiasmo com que acolhemos esta tarefa que guarda, sim, ainda que não exclusivamente, a dimensão comemorativa. Na outra ponta, a preocupação derivava diretamente de um compromisso ético assumido com nosso ofício, qual seja, o de mantermos o pensamento crítico, o que, sabemos, é elemento raramente usual nos eventos celebrativos. Queríamos evitar o simples enaltecimento da efeméride e a mera reiteração dos acontecimentos positivos. Leia Mais

História das Relações Internacionais nas Américas | Revista Eletrônica da ANPHLAC | 2013

A história das relações internacionais nas Américas referencia os artigos publicados neste dossiê da Revista Eletrônica da ANPHLAC. A publicação demonstra como a área vem ampliando seu foco e fontes, problematizando saberes estabelecidos e os limites anteriormente impostos por um entendimento restrito sobre o internacional, seus atores e forças.

As pesquisas aqui publicadas expressam as múltiplas aberturas à pesquisa em História das Relações Internacionais, apresentando as ações e reflexões não apenas de diplomatas, militares e políticos, mas também de que maneira intelectuais, turistas, escravos e indígenas perceberam, compreenderam e se apropriaram dos embates internacionais. As fontes são diversificadas: de relatos de viagens e documentos oficiais de chancelarias a guias turísticos e o cinema, os pesquisadores reunidos neste dossiê apresentam uma ampla gama de análises possíveis para as relações internacionais. Leia Mais

Intelectuais, identidades e discursos na América Latina no século XX | Revista Eletrônica da ANPHLAC | 2012

É com muita satisfação que informamos que o grande número e a qualidade dos artigos recebidos e aprovados pela Revista Eletrônica da Associação Nacional de Pesquisadores e Professores de História das Américas – ANPHLAC – por ocasião da chamada de trabalhos dedicada ao dossiê “Intelectuais, nações e identidades nas Américas nos séculos XIX e XX”, resultou na organização de dois dossiês em 2012: a 12ª edição “Intelectuais, identidades e discursos na América Latina no século XX”, que aqui apresentamos aos leitores, contendo onze artigos, todos relacionados ao tema no século XX; e o de número 13 “Intelectuais, nações e identidades nas Américas – séculos XIX e início do XX”, contendo onze artigos e uma resenha, que compõem a 13ª edição da Revista. Ao fazer esta proposição o periódico buscou abarcar uma temática que nos últimos anos tem apresentado um significativo crescimento com o desenvolvimento de pesquisas centradas na relação entre intelectuais, construção de nações e identidades nacionais ao longo dos séculos XIX e XX.

Como sabemos a intelectualidade latino-americana não ficou imune às várias transformações ocorridas nos dois últimos séculos. O período em questão foi extremamente fecundo no debate intelectual na América Latina, tendo sido marcado por profundas mudanças nos campos político e cultural, o que faz com que esse recorte temporal seja um dos mais privilegiados pela historiografia nas análises acerca dos inúmeros projetos desenvolvidos pelos intelectuais do continente. Leia Mais

Intelectuais, nações e identidades nas Américas – séculos XIX e início do XX | Revista Eletrônica da ANPHLAC | 2012

A 13ª edição da Revista da ANPHLAC traz o dossiê “Intelectuais, nações e identidades nas Américas – séculos XIX e início do XX” com um rico e variado conjunto de 10 artigos e uma resenha de pesquisadores brasileiros e estrangeiros.

As relações entre intelectuais, nações e identidades na América Ibérica nos séculos XIX e XX vêm sendo sistematicamente revisitadas, nos últimos anos, a partir de novas “leituras do passado” e de abordagens comparadas sobre as diversas experiências históricas de construção dos Estados e nações no continente americano. Neste sentido o Dossiê nº 13 apresenta-se como um espaço plural de debate e troca entre pesquisadores que trabalham com diferentes enfoques e experiências nacionais acerca do tema. Leia Mais

História e violência: discursos e identidades | Revista Eletrônica da ANPHLAC | 2011

Este número 11 da Revista da ANPHLAC traz o dossiê História e violência; discursos e identidades. O grande número de artigos recebidos e aprovados pela Revista por ocasião da chamada de trabalhos para o número 10 (no qual se publicou o dossiê Cultura e autoritarismo nas Américas) resultou na organização de um segundo dossiê, contendo seis artigos e uma resenha, todos relacionados a temas e fenômenos históricos do século XX, que aqui temos a satisfação de apresentar aos leitores.

Os dois artigos que abrem esse número tratam de temas nos quais a violência política figura como um dos principais componentes dos objetos analisados. Maria Valéria Galvan, em Cambios y continuidades en las representaciones actuales sobre Tacuara, explora as transformações ocorridas na memória social e na opinião pública acerca da organização nacionalista argentina Tacuara, abordando o período que se estende do início da década de 1960 ao começo do século XXI. A autora analisa as mudanças operadas também no discurso dos ex integrantes desse grupo de extrema direita, tomando como fontes depoimentos, produções audiovisuais e artigos da grande imprensa. A pesquisadora destaca a nova visão que emergiu sobre o grupo, no final dos anos 1990, considerando-o uma espécie de “escola de formação” da luta armada e até mesmo da militância de esquerda dos anos 1970. Leia Mais

Cultura e Autoritarismo nas Américas | Revista Eletrônica da ANPHLAC | 2011

O número 10 da Revista Eletrônica ANPHLAC apresenta o dossiê Cultura e Autoritarismo nas Américas e inaugura uma oportuna mudança da publicação, que passa a ter periodicidade semestral.

Em contextos marcados pelo autoritarismo político, tão recorrente na história do continente americano, as complexas – e por vezes inesperadas – relações entre o poder e a cultura, em suas mais variadas expressões, perfazem um campo extremamente fértil de investigação que tem atraído pesquisadores de distintas especialidades no meio acadêmico. Compreender as diversas formas de autoritarismo, seus mecanismos e instituições; analisar as lutas políticas travadas no campo da cultura; entender as dinâmicas dos projetos e movimentos artísticos, bem como a natureza das negociações e dos impasses vigentes no meio artístico-intelectual são apenas algumas das preocupações que transparecem em pesquisas voltadas a esse tipo de abordagem. Leia Mais

Nas Américas, sobre as Américas: redes de conhecimento e circulação de ideias | Revista Eletrônica da ANPHLAC | 2010

Este número publica o dossiê “Nas Américas, sobre as Américas: redes de conhecimento e circulação de ideias”, composto por estudos de casos que analisam a conformação de processos de circulação do conhecimento entre diferentes espaços geográficos e sociais.

Ao abordar o tema da circulação em História, é fundamental abrir mão das discussões acirradas sobre a noção de “centro” e “periferia” – que, muitas vezes, de forma artificial, dividem o mundo – para dar maior ênfase aos mecanismos de comunicação mútua entre contextos nacionais diferentes, numa intricada rede internacional, desde os primeiros contatos entre os chamados Velho e Novo Mundo. Leia Mais

Memória e comemorações: história e historiografia nas Américas | Revista Eletrônica da ANPHLAC | 2009

A 8ª edição da Revista Eletrônica da ANPHLAC apresenta o dossiê Memória e comemorações: história e historiografia nas Américas. Debruçar-se sobre tais questões no atual momento tem um significado especial, tendo em vista a sequência de efemérides relacionadas à História da América nos anos de 2009 e 2010. São exemplos o bicentenário das Independências, o centenário da Revolução Mexicana e o cinquentenário da Revolução Cubana.

Intelectuais, historiadores e demais profissionais da área das Ciências Humanas são convidados a participar de eventos acadêmicos, a colaborar com publicações em revistas especializadas e na imprensa, e a tomar parte de celebrações oficiais. Trata-se de uma oportunidade de se repensar, à luz das questões contemporâneas, esses momentos do passado, que guardam em comum, entre tantos aspectos, o profundo anseio por transformações, nem sempre fáceis de serem efetivadas. Leia Mais

Estados Unidos | Revista Eletrônica da ANPHLAC | 2008

A Revista Eletrônica da ANPHLAC, ao lançar o seu sétimo número, com o dossiê: Estados Unidos, consolida as mudanças que ocorrem desde 2002, ano do Encontro em Belo Horizonte, quando a Associação passou a congregar não apenas pesquisadores e professores de História da América Latina, mas também os de História dos Estados Unidos e do Canadá.

Tal inclusão é de capital importância para os interessados na História daquela parte do globo e para os que buscam a compreensão das Américas em geral. O dossiê demonstra que surge, no âmbito da História das Américas, trabalhos de qualidade sobre a História dos Estados Unidos, realizados por brasileiros; em sua maioria pesquisadores que se defrontam com o predominante desconhecimento da academia brasileira com relação à historiografia clássica norte-americana e com as dificuldades de acesso à documentação pertinente. Leia Mais

História e Arte nas Américas | Revista Eletrônica da ANPHLAC | 2007

O número 6 da Revista Eletrônica ANPHLAC apresenta o dossiê História e Arte nas Américas. A escolha do tema visa enfatizar a arte como constituida e constituinte do real, integrada às sociedades e a seus conflitos, e, nestes termos, como fonte impreterível para escrita da história. Os artigos que compõem este dossiê contemplam particularmente o cinema e a música. O primeiro, Desenvolvimentismo e cinema: convergências e contradições entre o ideário cinematográfico de Nelson Pereira dos Santos e Fernando Birri e o pensamento desenvolvimentista latino-americano, analisa as propostas teóricas dos cineastas Nelson Pereira dos Santos (1928-Brasil) e Fernando Birri (1925-Argentina) e suas respectivas relações com o pensamento nacional-desenvolvimentista latino-americano dos anos 50 e 60. Mônica Cristina Araújo trabalha, inicialmente, com a conceituação da ideologia desenvolvimentista, a partir do momento histórico de seu surgimento para, em seguida, abordar como a área cinematográfica refletiu este ideário reforçando ou rejeitando conceitos e preocupações.

Também elegendo o cinema como objeto da pesquisa histórica, Mariana Martins Villaça aborda a trajetória do cineasta Nicolás Guillén Landrián (1938 – 2003), frente às mudanças ocorridas em Cuba após a Revolução, enfocando o engajamento político no meio cinematográfico, nos anos sessenta e setenta. Limites da contestação no cinema documental cubano: a trajetória de Nicolás Guillén Landrián se debruça principalmente sobre os aspectos estéticos e políticos de seu polêmico documentário Coffea Arábiga (1968), produzido pelo Instituto Cubano del Arte e Indústria Cinematográficos, no qual este cineasta trabalhou entre 1961 e 1971, até ser expulso. Durante esse período, Guillén Landrian aprendeu técnicas de cinema com o renomado documentarista holandês Joris Ivens, contribuiu com o projeto de educação massiva denominado Enciclopédia Popular e destacou-se por seus curtas-metragens ousados, experimentais e politicamente contestatórios. Leia Mais

Representações e imaginário político nas Américas | Revista Eletrônica da ANPHLAC | 2006

Este quinto número da Revista Eletrônica da Associação Nacional de Pesquisadores de História Latino-Americana e Caribenha (ANPHLAC) é mais um passo no cumprimento de nossas metas: divulgar as pesquisas em História da América Latina e do Caribe que se realizam no Brasil, e estimular o intercâmbio entre pesquisadores, professores e outros estudiosos da área.

Apresentamos aqui o Dossiê: “Representações e imaginário político nas Américas”. Luiz Estevam de Oliveira Fernandes e Anderson Roberti dos Reis, estudantes de pós-graduação da Unicamp, abrem nosso dossiê com “Os conflitos e as possibilidades de paz: as concepções políticas de Motolinía e Mendieta no México do século XVI”. Os autores examinam os relatos de dois missionários franciscanos, Toribio de Benavente Motolinía e Jerônimo de Mendieta, buscando identificar como ambos retrataram os conflitos em curso na Nova Espanha do século XVI. O propósito do ensaio é mostrar quais foram os conflitos percebidos, e quais foram as soluções propostas, buscando identificar as concepções políticas e morais de Motolinía e Mendieta, expostas respectivamente no início e no fim do “século de ouro” da evangelização da Nova Espanha. Sugerimos tomar desde aqui a problemática da construção de memórias (franciscana, neste caso), como um fio de quipu andino, ferramenta imaginária muito adequada para os leitores ativos de nossa revista. Leia Mais

Ensino de História das Américas no Brasil e na América Hispânica | Revista Eletrônica da ANPHLAC | 2005

A Associação Nacional de Pesquisadores de História Latino-Americana e Caribenha (ANPHLAC), ao disponibilizar na mídia eletrônica o quarto número de sua revista, dá continuidade ao seu propósito de divulgar as pesquisas em História da América Latina e do Caribe que se realizam no Brasil e estimular o intercâmbio entre pesquisadores, professores e outros estudiosos da área.

Este número apresenta um dossiê sobre o Ensino de História das Américas no Brasil e na América Hispânica, no âmbito das escolas e universidades. A escolha do tema visa contribuir para a reflexão sobre as concepções que vêm norteando políticas educacionais, recortes curriculares, manuais didáticos e práticas docentes relativos a esse domínio da história. Espera, ao mesmo tempo, sugerir caminhos acadêmicos e educacionais que assegurem maior centralidade a um campo do conhecimento que, cultural e politicamente, repercute nas formas de inserção brasileira no continente. Leia Mais

ANPHLAC | ANPHLAC | 2001

ANPHLAC Aps

A Revista Eletrônica da ANPHLAC (São Paulo, 2001), é uma publicação on-line semestral de acesso aberto e gratuito da Associação Nacional de Pesquisadores e Professores de História das Américas. Tem como público-alvo pesquisadores acadêmicos, professores e  estudantes de história, principalmente de história das Américas.

A revista publica manuscritos originais na área de investigação e do ensino de história da América nos seguintes idiomas: português, espanhol e inglês, por meio da modalidade de fluxo contínuo, artigos em dossiês temáticos, resenhas e entrevistas. Os textos recebidos são submetidos à avaliação de pares externos ao Conselho Editorial da revista, considerando pelo menos dois especialistas ad hoc e, caso haja controvérsia, a um terceiro assessor.

Periodicidade Semestral.

Acesso livre.

ISSN 1679-1061

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