AMABA: O esquecido círculo de cultura da Aracaju dos anos de 1980 | Zezito Oliveira

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Zezito Oliveira | Imagem: Blog da Ação Cultural

O livro “AMABA: O esquecido círculo de cultura da Aracaju dos anos de 1980”, de Zezito Oliveira, foi lançado em 2021, contando com o apoio financeiro da Fundação de Cultura e Arte Aperipê de Sergipe – FUNCAP, por meio  da Lei Aldir Blanc. Dividido em quinze capítulos, seu conteúdo registra as iniciativas artístico-culturais da Associação de Moradores e Amigos do Bairro América, no período de 1983 a 1990, a partir de fontes documentais (relatórios, ofícios, cartazes e fotos produzidos pela entidade), fontes orais (entrevistas a personagens que vivenciaram a trajetória da entidade) e bibliografia afim (artigos e livros na forma física e digital).

CH Resenhistas 7Antes de adentrar na temática, o autor reserva os capítulos I e II a um breve histórico da formação do bairro  utilizando-se de um livro autoral (Rocha e Corrêa, 2009) e de uma monografia de conclusão do curso de Arquitetura e Urbanismo (Ramalho, 2016). O capítulo III trata do nascimento da Associação (1983) motivada, principalmente, pela luta contra a poluição da Fábrica de Cimento Portland, situada nas proximidades. Cita nomes da primeira diretoria e as sucessivas mudanças na sua composição, a luta e a conquista da sede própria, as mobilizações em torno do transporte coletivo, infraestrutura urbana, creche, escola, alfabetização de crianças e adultos, e a participação em encontros e congressos nacionais. Chama a atenção o registro do trabalho de conscientização comunitária a respeito da importância da Constituinte de 1986-87 e o engajamento em movimentos populares, como o dos Sem-Teto e dos Meninos e Meninas de Rua. Conclui listando as iniciativas artístico-culturais da entidade, grande parte em parceria com órgãos públicos. Leia Mais

Organizing Matters. Two Logics of Trade Union Representation | Guy Mundlak

En el libro Organizing Matters. Two Logics of Trade Union Representation (La organización importa. Dos lógicas de representación sindical) publicado por la Organización Internacional del Trabajo, Guy Mundlak1, investigador de la Universidad de Tel Aviv, indaga en las estrategias de revitalización sindical de cuatro sindicatos de distintos países, en el marco del debilitamiento de los sistemas corporativos de representación laboral. Leia Mais

Um feminismo decolonial | Françoise Vergès

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Françoise Vergès (2020) | Imagem: Anthony Francin/Divulgação

Un féminisme décolonial, [Um Feminismo Decolonial], de Françoise Vergés, reivindica uma teoria multidimensional do movimento feminista: antirracista, antipatriarcal, anticolonial e anticapitalista. O livro também tece críticas ao movimento feminista civilizatório. Apresentado inicialmente por Flávia Rios, no texto ‘Por um feminismo radical’, traduzido por Jamille Pinheiro Dias e Raquel Camargo. A obra é construída por um prefácio à edição brasileira, da própria autora, uma introdução – “Invisíveis, elas “abrem a cidade” – e dois capítulos: “Definir um campo: o Feminismo Decolonial” e “A evolução para um feminismo civilizatório do século XXI”. O livro resulta dos estudos da autora sobre o pensamento feminista e a decolonialidade, publicado originariamente na França, em 2019, e lançado em português, no Brasil, pela Ubu Editora, em 2020.

Um Feminismo DecolonialFrançoise Vergés é cientista política, historiadora, ativista e especialista em estudos pós-coloniais. Graduou-se em Ciências Políticas e Estudos Feministas na San Diego State University (1989) e tornou-se PhD em Teoria Política pela Berkeley University of California (1995) com a tese “Monsters and Revolutionaries: Colonial Family Romance and Métissage” [Monstros e revolucionários: o romance e a mestiçagem da família colonial] (Duke University Press, 1999). Vergés lecionou na Sussex University e na Goldsmiths College (Inglaterra). De 2009 a 2012, presidiu o comitê nacional francês de preservação da memória e da história da escravidão. Entre 2014 e 2018, foi titular do programa Global South(s) no Collège d’études mondiales da Fondation Maison des Sciences de l’Homme e publicou diversos artigos sobre Frantz Fanon, Aimé Césaire, abolicionismo, psiquiatria colonial e pós-colonial, memória da escravidão, processos de creolização no Oceano Índico e novas formas de colonização e racialização. Trabalha regularmente com artistas, tendo sido coautora dos documentários “Aimé Césaire face aux révoltes du monde” [Aimé Césaire em face das revoltas do mundo] e “Maryse Condé: une voix singulière” [Maryse Condé: uma voz singular] (Jérôme-Cécile Auffret, 2002; Paris Triennale, 2012). Vergé também organizou as exposições “L’Esclave au Louvre: une humanité invisible” [O escravo no Louvre: uma humanidade invisível] (Museu do Louvre, 2013), “Dix femmes puissantes” [Dez mulheres poderosas], (2013), e “Haiti, medo dos opressores, esperança dos oprimidos” (2014), ambas para o Mémorial de l’abolition de l’esclavage, de Nantes. (p.139-140) Leia Mais

A Campanha Abolicionista (1879-1888) | Evaristo de Moraes

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Antônio Evaristo de Moraes | Imagem: Blog do Pedro Eloi

A abolição da escravidão, no Brasil, é uma questão de extrema relevância não só para os estudantes da História, mas para a sociedade como um todo. Este, foi o maior movimento negro e popular da história do país. Por isso, “A Campanha abolicionista (1879-1888), escrito há quase cem anos, por Antônio Evaristo de Moraes é leitura obrigatória porque o seu objetivo principal é apresentar, aos seus leitores contemporâneos e aos futuros leitores, os vários aspectos da campanha abolicionista, de maneira técnica, ou seja, como Moraes mesmo mencionou, não é um livro apenas para os “campeões da abolição”, “nem aos sustentadores da necessidade temporária da Escravidão” (p. 22).  Assim, olhar do historiador Evaristo de Moraes é técnico e busca interpretar a história da abolição da escravidão no Brasil de tal forma.

A Campanha Abolicionista Evaristo de MoraesÀ época da escrita desse livro, Evaristo de Morais era um jovem abolicionista, jornalista, advogado e professor que, aos dezesseis anos de idade, esteve presente nas comemorações alusivas à assinatura da Lei Aurea, pela princesa regente, Isabel de Bragança. Nascido na cidade do Rio de Janeiro, em 26 de outubro de 1871, o mulato era (para os padrões da época) pertencente a uma família de classe média. Nos primeiros anos da vida escolar, Moraes estudou no Colégio de São Bento e foi aluno dos notáveis Clóvis Bevilaqua, Tobias Barreto, Sílvio Romero, Artur Orlando da Silva, dentre outros. Em 1888, já era professor de português, jornalista e abolicionista. Leia Mais

Manual didático do professor de História: História local e Aprendizagem significativa | Moisés Reis

Ilustracao de Mateus Oliveira Queiroz para o Manual didatico do professor de Historia Historia local e aprendizagem significativa.
Ilustração de Mateus Oliveira Queiroz para o Manual didático do professor de História História local e aprendizagem significativa.

Manual Didático do professor de História: História local e Aprendizagem significativa, de Moisés Santos Reis Amaral, propõe metodologias ativas para o ensino de História com o uso das modernas tecnologias na educação básica a fim de aproximar o estudante e a atualidade e de envolvê-lo no processo de ensino-aprendizagem. Essa tarefa, segundo o autor, exige formação continuada numa guinada para a criticidade e a interação.

Manual didatico MoisesO livro aborda a história local do município de Fátima-BA, lugar onde o autor trabalha como professor da rede municipal de ensino. Ele é graduado em História pelo Centro Universitário Ages, especializado em História e Cultura Afro-brasileira pelo Centro Universitário Leonardo da Vinci e Mestre em Ensino de História pela Universidade Federal de Sergipe (UFS). Amaral também passou temporada na rede particular de ensino e atua como tutor e palestrante nas áreas de Educação, Ensino de História e Geografia. Leia Mais

Os militares e a crise brasileira | João Roberto Martins Filho

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João Roberto Martins Filho | Foto: Gabriela Di Bela/The Intercept

Os militares e a crise brasileira é uma obra escrita a muitas mãos como declara o seu apresentador e organizador, o cientista político, João Roberto Martins Filho. São pesquisadores das ciências sociais e humanas que destrincham, com análises e evidências consistentes, o emaranhado em que nos encontramos, desde a retomada, em alta intensidade, da ação política das Forças Armadas quando vislumbraram em Jair Bolsonaro, o capitão “dono de uma fé de ofício pobre, reprovável, brutal e curta”, o representante para liderar a agenda autoritária que estava em latência desde o fim da ditadura militar que oprimiu o Brasil, de 1964 até 1985.

Os militares e a crise brasileiraOs responsáveis pelos quinze textos da coletânea são parte significativa do conjunto de estudiosos sobre as Forças Armadas. Muitos estão conectados à Associação Brasileira de Estudos de Defesa (ABED) e a maioria têm larga produção acadêmica na área. O livro é composto por quinze capítulos e uma entrevista com Héctor Saint-Pierre, concedida à Ana Penido. Na fala, esse especialista discorre sobre papel desempenhado pelas Forças Armadas no contexto internacional a partir de três temas: a autonomia diante do Estado e sua relação com a democracia; as percepções de hegemonia regional; e os conceitos de inimigo na dinâmica de guerra e paz. Leia Mais

Eric Hobsbawm: uma vida na história | Richard J. Evans

Richard Evans Foto Philipp Ebellin

Richard Evans Foto Philipp Ebellin

Alguns sobrenomes possuem uma grafia difícil de ser executada corretamente, sendo esse o caso de “Hobsbaum”, geralmente escrito com “u”, que designa o historiador Eric John Ernest Hobsbawm, inglês nascido na cidade de Alexandria em 1917, filho de pai britânico e mãe austríaca, ambos judeus. Contudo, a versão de Eric Hobsbawm – que, durante seu registro, teve, erroneamente, o “w” colocado ao invés do “u” – dificilmente será esquecida graças às obras que ele assina e à biografia em que ele mesmo se apresenta como título. Referimo-nos à obra Eric Hobsbawm: uma vida na história, escrita por Richard Evans e lançada, no Brasil, em 2021.

Eric Hobsbawm uma vida na historiaEvans é especialista em história europeia dos séculos XIX e XX, com foco nos estudos sobre a Alemanha nazista. Foi professor da Universidade de Cambridge e autor de diversos livros, com destaque para a trilogia O Terceiro Reich. Em sua obra mais recente, Evans traz a trajetória de uma figura cosmopolita desde suas origens, alguém que conheceu e foi conhecido em todos os continentes. Não se trata de uma biografia produzida para responder um problema, tampouco de um texto que procura engrandecer ou detratar a imagem do biografado. O objetivo do livro é situar a vida de Hobsbawm e sua atuação como historiador no contexto do século XX; trata-se de apresentá-lo ao mundo do século XXI através de suas “próprias palavras” (p.10). Leia Mais

BNCC de História nos Estados: o futuro do presente | Ângela R. Ferreira, Antonio S. de Almeida Neto, Caio F. F. Adan, Carlos A. L. Ferreira, Paulo E. D. de Mello e Olavo P. Soares

BNCC de Historia nos Estados Detalhe de capa Arte da capa Carole Kummecke
BNCC de História nos Estados (Detalhe de capa) | Arte da capa: Carole Kümmecke

No final do ano passado (2021), a Editora Fi lançou BNCC de História nos Estados: o futuro do presente, reunindo estudos de 25 autores, a maioria dos quais atua em programas de pós-graduação em História, Ensino de História e Educação. Apenas dois são professores da educação básica e os demais são formadores de professores. O livro comunica os trabalhos apresentados no “Ciclo de Debates” (de mesmo título), organizado pelas Universidades Federais de Alfenas (UNIFAL), Espírito Santo (UFES), São Paulo (UNIFESP) e a Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), no segundo semestre de 2021, com grande aderência de público em mais de 300 cidades de 26 entes federados (p.12).

BNCC de Historia nos EstadosA publicação já nasce referência. É uma peça crítica à Base Nacional Curricular Comum (BNCC) e às bases curriculares de cada Estado. Além de dar publicidade desses dispositivos na rede mundial de computadores (prática que, há dez anos, seria uma via crucis para o pesquisador), põe a nu alguns “vieses de confirmação” dos nossos colegas da área. Por essas razões, o livro merece ser lido e criticado. Ele oportuniza a discussão e, com muita boa vontade, o avanço da qualidade das políticas públicas para o Ensino de História, seja em termos de formação docente, seja em termos de formação escolar. Leia Mais

Malinos, zuadentos, andejos e sibites: o Aribé nos anos 70 e 80 | Teresa Cristina Cerqueira da Graça

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Andrea Moura e Tereza Cristina Cerqueira da Graça | Imagem: Pra Você Saber

Alguns personagens malignos, barulhentos, errantes, atrevidos e habitantes do bairro Siqueira Campos, na cidade de Aracaju (SE) são o objeto do novo livro de Tereza Cristina Cerqueira da Graça. Essa é a mensagem, traduzida em português culto, que o pitoresco título quer transmitir. Trata-se de uma memória de pessoas para registro da memória de uma pessoa, que é Teresa Cristina Cerqueira da Graça, historiadora da cultura, “malina”, “zuadenta”, “andeja”, “sibite” e moradora do bairro Aribé (oficialmente, Siqueira Campos), durante dois terços de sua vida.

Malinos zuadentosÉ livro desafiador para os nossos tempos acelerados. Quinhentas e três páginas. Uma semana de leitura para quem dedica um turno diário. Lourival Santana foi feliz em seu prefácio. Escreveu pouco, usou convenções – “relato de memórias”, “acurada pesquisa histórica” sobre o “cotidiano de Aracaju”, baseado “em fontes primárias”, escrito em “estilo simples”, que incorporou o depoimento de “quase 120 pessoas”, “trouxe de volta objeto brincadeiras, lugares, cenários e pessoas”, vai “encher os olhos e a alma da geração da época” e despertar a “curiosidade dos jovens do presente”. Leia Mais

El tiempo domesticado/ Chile 1900-1950. Trabajo cultura y tiempo libre en la configuración de las identidades laborales. | Juan Carlos Yáñez Andrade

El tiempo domesticado, Chile 1900-1950. Trabajo, cultura y tiempo libre en la configuración de las identidades laborales posee como principal objetivo reconstruir aquellas experiencias ocurridas en la primera mitad del siglo XX chileno en torno al trabajo, sus formas, su organización y los diversos procesos del uso del tiempo de los trabajadores dentro y fuera de la fábrica. El libro advierte prontamente: “una nueva historia del trabajo no puede reducir lo social a lo popular o que conciba lo laboral restringido a las prácticas productivas y luchas sindicales. Los aspectos socioculturales, asociados a las luchas en torno al tiempo de trabajo y dimensiones afines, son un buen ejemplo de las opciones que se abren para una historia renovadora” (p. 23). Organizado en siete capítulos con propuestas diferentes pero en función de una lógica argumental, el texto tiene mérito desde el momento que enfoca el interés por retratar las identidades laborales desde un prisma y una perspectiva que no siempre han merecido consideración en la reconstrucción del pasado. Así, posa la mirada sobre las vivencias y subalternidades de un conjunto de sujetos entre quienes brota aquello que Geoff Eley ha llamado el espíritu insurgente. En simultáneo, la investigación cuenta con un eje transversal representado por el supuesto teórico que permite anteponer la indagación de la cultura como un escenario no prioritariamente de resistencias, sendero habilitado por la apropiación de ciertas premisas introducidas hace más de medio siglo por Denys Cuche en la etnología francesa. Leia Mais

Realistas contra insurgentes. La construcción de un consenso historiográfico en el México independiente (1810-1852) | Andrea Rodríguez Tapia

El origen de los hitos fundacionales de naciones durante la era de las revoluciones hispanoamericanas resultó un proceso de disputa constante, en especial por la imposición en el imaginario colectivo que se estaba gestando de unos u otros relatos en liza. Diferentes actores y colectivos sociales, con distintas posiciones políticas y comprensión de un universo mental en pleno resquebrajamiento, entre otros factores, entraron en conflicto por erigirse entre quienes competían por dotar de oficialidad a su propia forma de entender el pasado. Así es como las historiografías nacionales, germen de la disciplina que profesamos y que todavía trata de desvincularse de pretendidas imposiciones como único criterio de verdad sobre tiempos pretéritos, aparecieron y dieron sus primeros pasos. La obra que revisamos a continuación reconstruye algunas problemáticas interpretativas en torno a la primera historiografía mexicana, la conciencia de ciertos autores por entender al grueso de los mexicanos como una comunidad nacional y autoconsiderarse como un país maduro e independiente, mayor de edad, libre de las cadenas que supuso el yugo colonial español. Leia Mais

Old Thiess/a Livonian Werewolf. A Classic Case in Comparative Perspective | Carlo Ginzburg, Bruce Lincoln

El 28 de abril de 1691 el Viejo Thiess, diminutivo de Māttiss, habitante de Kaltenbrunn y vecino de Livonia (territorio actual de Estonia y Letonia), decidió hacer una declaración acerca de su capacidad licantrópica, es decir, su habilidad de transformarse en hombre lobo; lo anterior lo hizo ante un jurado en la Corte de Venden, que lo escuchó e interrogó profusamente con gran sorpresa y confusión. El juicio ganó gran notoriedad en su época, pues además el Viejo Thiess, quien gozaba de buena reputación entre sus vecinos, afirmaba haber luchado en contra de los seres del infierno y con el fin de recuperar los granos robados. Un año después de iniciado el juicio (1692), el Viejo Thiess fue condenado a veinte azotes públicos y al destierro; pero, debido a su avanzada edad, según los registros tenía más de ochenta años, fue perdonado de los golpes, aunque la expulsión de su terruño no pudo evitarse pues ésta también tendría que servir de escarmiento para otros pobladores quienes, de avivar dichas supersticiones, se harían acreedores a castigos y vejaciones similares.1 Leia Mais

Júlia: nos campos conflagrados do Senhor | Bernardo Kucinski

Bernardo Kucinski Foto Marcos SantosUSP ImagensCult
Bernardo Kucinski | Foto: Marcos Santos/USP Imagens/Cult

“[…] quem pretende se aproximar do próprio passado soterrado deve agir como um homem que escava” (BENJAMIN, 2000, p. 239).

Narrada em terceira pessoa, a novela Júlia: nos campos conflagrados do Senhor, de Bernardo Kucinski, publicada pela editora Alameda, em 2020, retrata a história de uma bióloga que, por um acaso, acaba se debruçando no passado de sua família, até então desconhecido pela jovem. Após o falecimento de seus pais, Júlia, assim como é denominada na narrativa, entra em conflito com seus irmãos Beto e Jair para não vender um luxuoso apartamento que ganhara de herança paterna, pois esse imóvel guardava as memórias afetivas da personagem.

Decidida a não vender seu aposento, essa bióloga compra a parte da herança de seus irmãos. No entanto, por conta de seu doutorado em Londres, ela resolve alugá-lo a Daniel, um pesquisador que conhecera no Instituto Biológico. Esse homem, além de sentir-se o dono do imóvel, acabou deteriorando toda a morada dela. Ao ver tal reação do inquilino, a personagem, depois de vários acordos, consegue despejá-lo de seus aposentos.

Como o apartamento estava bastante danificado, a protagonista decide fazer uma reforma naquele lugar. Durante esse período de reparação de seu imóvel, Júlia encontra uma caixa de fuzil, a qual desperta a sua curiosidade. Ao abrir tal objeto, ela encontra umas cartas que revelam não só a participação de seu pai, o engenheiro Durval, na luta contra o regime militar, mas também o envolvimento de religiosos da igreja católica: uns que colaboravam com o autoritarismo, encobriam mortes e colocavam crianças sequestradas para adoção; outros que tentavam impedir as barbaridades cometidas pelos militares. A descoberta dessas correspondências representa a história de um passado obscuro, que até então a personagem não conhecia, como podemos perceber no fragmento abaixo:

Júlia larga os papéis no meio da leitura. Então era isso que acontecia no Brasil? E o pai sabia de tudo isso? E a mãe será que sabia? E o Beto? Estarrecida, retoma a leitura. […] Ao terminar, noite alta, Júlia sente que descobriu um outro país- e um outro pai. Nunca imaginou atrocidades dessas no Brasil (KUCINSKI, 2020, p. 45).

Por meio dessas cartas, a bióloga descobre que fora adotada por sua família. Esse fato a deixa muito aflita. Isto porque ela percebe que vivera uma farsa durante toda a sua vida, no entanto, mesmo angustiada por saber que era filha adotiva, a personagem decide ir em busca de sua verdadeira história.

Nesse percurso pela busca de seu passado, Júlia encontra Magno, um delegado da Polícia de Santos, que ajudava o pai da bióloga tanto com o repasse de informações acerca de alguns presos políticos, quanto em atividades contra o governo. Através desse homem, ela conhece Paula Rocha, uma jornalista bastante conceituada na área do jornalismo, a qual havia sido perseguida durante o regime, devido a algumas reportagens sobre o tráfico de bebês praticados por membros religiosos, em parceria com militares.

Por meio do contato com a repórter, a jovem bióloga toma conhecimento de que é fruto de um relacionamento extraconjugal entre seu pai e Maria do Rosário, uma jovem enfermeira e ex-militante, criada pelas madres do Orfanato e Casa Maternal São Vicente de Paula.

Além disso, a personagem descobre não só que a sua mãe biológica havia sido presa, torturada e morta pelos agentes da repressão, mas também que a sua avó materna, de nome Maria das Dores, havia sido abusada sexualmente por Felipe Mesquita, um agente colaborador da ditadura.

Desse estupro, essa mulher engravida e, assim que tem a criança, é forçada pelo seu agressor a deixar o bebê em um orfanato. Vejamos: “– Foi o patrãozinho que me forçou, o mais taludo deles o Felipe, a depois nem não quis saber do bebê. […] era para entregar pras madres” (KUCINSKI, 2020, p. 95-96).

Essa criança, a qual a mulher havia entregue no orfanato, era Maria do Rosário. Inclusive, na página final da narrativa, há um trecho bastante significativo que serve de pista para o leitor compreender a violência traumática e autoritária sofrida tanto por Júlia, por Maria do Rosário, quanto por Maria das Dores. Vejamos: “Em vez de encontrar a mãe, encontrou uma tragédia, que também era sua, que passava a ser sua. Uma tragédia atravessando três gerações” (KUCINSKI, 2020, p.181). A narrativa termina com a bióloga indo atrás de sua avó para contar- lhe que a filha por quem chorava tanto, tornara-se uma moça linda, inteligente, boa e que teve uma vida curta.

Através de uma linguagem simples e bastante cativante ao leitor, Kucinski aborda um passado que permanece com suas feridas abertas, pois ao trazer para o centro da narrativa uma jovem, em busca de sua história, o autor mostra-nos a necessidade de olharmos para esse passado, a fim de não só conhecê-lo, mas também de analisar criticamente a densidade simbólica da violência autoritária vivida pelas vítimas da ditadura e seus familiares, pois como bem afirma Gagnebin (2006, p. 47):

A rememoração também significa uma atenção precisa ao presente, em particular a estas estranhas ressurgências do passado no presente, pois não se trata somente de não se esquecer do passado, mas também de agir sobre o presente. A fidelidade ao passado, não sendo um fim em si, visa à transformação do presente.

Ao dialogar com a pensadora acima, percebe-se que o autor, ao resgatar esse passado traumático na narrativa em estudo, busca tirar do esquecimento fatos que se pretendeu não só silenciar, mas também apagar da nossa história, a fim de levar o leitor a refletir sobre a violência autoritária praticada àqueles que lutaram pela utopia de um país mais democrático.

À medida que Kucinski configura o horror perpetrado durante a ditadura em sua obra, também mostra que “[…] enquanto a sociedade não assimilar e superar inteiramente a dor do que viveu, suas perplexidades e fragilidades serão estendidas” (GINZSBURG, 2004, p. 56). Na narrativa em estudo, as marcas desse passado dolorido e violento atingem não somente os pais de Júlia e a sua avó Maria das Dores, mas também a própria personagem, pois ela é vítima de um “trauma sequencial3 ”, ou seja, a personagem carrega as cicatrizes provocadas por esse passado violento.

Outro ponto perceptível, na obra de Kucinski, é a naturalização da violência como um grave sintoma social. Isto porque, quando olhamos a história de Maria das Dores e de sua filha Maria do Rosário, percebemos que a impunidade das agressões sofridas por essas duas mulheres provoca “[…] uma sinistra escalada de práticas abusivas por parte dos poderes públicos, que deveriam proteger os cidadãos e garantir a paz” (KEHL, 2010, p. 124).

Enfim, Júlia: nos campos conflagrados do Senhor insere-se num conjunto de narrativas ficcionais que busca “[…] contestar o discurso oficial nunca totalmente desmentido e de impedir o apagamento coletivo com o qual órgãos oficiais pretenderam e ainda pretendem camuflar a história” (PEREIRA, 2020, p.123). Ao apontar para o dever de memória, o autor convida o leitor a (re)pensar sobre essa grande ferida histórica que ainda permanece aberta e impede de termos uma sociedade mais justa, democrática e menos violenta.

Nota

3 Trauma sequencial é “[…] uma experiência histórica de violência que não atinge apenas os que estão imediatamente vinculados a ela. Na mediada em que essa experiência não é superada, por vários caminhos mediados, suas marcas se prolongam para as gerações seguintes” (GINZSBURG, 2004, p.56-57).

Referências

BENJAMNIN, Walter. Rua de mão única. Obras escolhidas II. São Paulo: Brasiliense, 2000.

GAGNEBIN, James Marie. Lembrar escrever esquecer. São Paulo: Ed. 34, 2006.

GINZBURG, Jaime. Ditadura e estética do trauma: exílio e fantasmagoria. In: CORREIA, Francisco José Gomes; VIANA, Chico (Orgs.). O rosto escuro de Narciso: ensaios sobre literatura e melancolia. João Pessoa: Ideia, 2004.

KEHL, Maria Rita. Tortura e sintoma social. In: TELES, Edson; SAFATLE, Vladimir (Orgs.). O que resta da ditadura: a execução brasileira. São Paulo: Boitempo, 2010.

KUCINSKI, Bernado. Júlia: nos campos conflagrados do Senhor. São Paulo: Alameda, 2020.

PEREIRA, Helena Bonito C. Exílio e deserção em Azul Corvo, de Adriana Lisboa. In: Narrativas brasileiras contemporâneas: memórias da repressão. GOMES, Gínia Maria (Org.). Porto Alegre: Polifonia, 2020.


Resenhistas

Francisca Luana Rolim Abrantes –  Doutoranda em Linguagem e Ensino pela Universidade Federal de Campina Grande (UFCG). Mestra em Linguagem e Ensino pela Universidade Federal de Campina Grande (UFCG). E-mail: luana_abrantes@hotmail.com Lattes: http://lattes.cnpq.br/2815636040264614

José Edilson de Amorim –  Professor Titular de Literatura Brasileira da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG). Doutor em Letras, área de Literatura, pela Universidade Federal da Paraíba (UFPB). Mestre em Letras na mesma área de concentração. Atua no PPGLE/UFCG e desenvolve pesquisa sobre literatura e ditadura no Brasil. E-mail: edilsondeamorim@gmail.com  Lattes: http://lattes.cnpq.br/6524195105007515


Referências desta Resenha

KUCINSKI, Bernardo. Júlia: nos campos conflagrados do Senhor. São Paulo: Alameda, 2020. Resenha de: ABRANTES, Francisca Luana Rolim; AMORIM, José Edilson de. Memória e ditadura em Júlia: nos campos conflagrados do senhor, de Bernardo Kucinski. Literatura, História e Memória. Cascavel , v. 18, n. 31, p. 415-418, 2022. Acessar publicação original [DR]

Soñando estrellas. Así nació y se consolidó la Astrofísica en España | Francisco Sánchez

Recién licenciado en astrofísica y especializado en óptica, Francisco Sánchez llegó en 1961 a Tenerife con la tarea encomendada por el Consejo Superior de Investigaciones Científicas (CSIC) de evaluar la calidad astronómica de los cielos adyacentes al Observatorio del Teide. Rechazando una jugosa oferta de trabajo en un laboratorio de control para un grupo de industrias del cobre, se instaló junto a «Mari», su mujer, en el Observatorio de Izaña, una vieja instalación militar en la que fundó una familia y empezó a desarrollar la simiente de lo que después sería el Instituto de Astrofísica de Canarias (IAC). Leia Mais

The Orce Man. Controversy/ Media and Politics in Human Origin Research | Miquel Carandell Baruzzi

El descubrimiento de huesos fósiles atribuidos a humanos y las polémicas sobre su interpretación siempre han tenido una amplia difusión en la prensa. Esta repercusión mediática es una singularidad de la paleontología humana, ya que el objeto de su investigación es algo muy relevante para nosotros los humanos, es el conocimiento de nuestro origen como género humano, es decir, de dónde venimos, quiénes fueron nuestros antepasados, quiénes los antecesores del Homo sapiens, qué géneros y especies formaron parte en el pasado de la familia humana, etc. De manera que esto puede explicar que las controversias y la falta de consenso de los especialistas sean mucho más visibles y trascienda al público más en esta que en otras disciplinas. Así que un libro que aborda una controversia paleontológica, muy propagada por la prensa, que se prolongó en el tiempo sobre un resto fósil de una gran antigüedad, identificado en un primer momento como humano y hallado dentro del territorio español, y no en África o Asia, resulta muy atractivo no solo para los biólogos o para alguien dedicado a investigar en historia de las ciencias naturales, sino para cualquier persona que tenga un cierto nivel cultural. La singularidad de este caso provocó muchos comentarios y ruido mediático. La prensa, de alguna manera, fue protagonista junto con el mundo académico. Un gran atractivo de la obra reside, aunque no solo, en que el problema se ha querido abordar con una orientación metodológico interesante, aunque ya, tras haber pasado tantos años desde que se sugirió en el campo de la sociología del conocimiento científico, este enfoque puede considerase tradicional en historia de la ciencia. Este es el caso de la presente obra, que recoge con un planteamiento profesional y sólido, el que fue, en mi opinión, uno de los capítulos más polémicos y dramáticos, especialmente esto último para uno de sus principales protagonistas, Josep Gibert, y que dio lugar a un debate que perduró durante varias décadas en los medios y en la comunidad científica. El debate es muy conocido. En 1982, en el yacimiento de Venta Micena, localizado en el municipio de Orce (Granada), un equipo de investigación del Instituto Catalán de Paleontología de Sabadell, descubrió un fragmento craneal que se determinó como perteneciente al género humano y cuya edad se estimó rondando el millón de años, lo que le convertía en el fósil humano más antiguo descubierto en el continente europeo. Para empezar, esto último era una falsa polémica, difundida incluso en revistas especializadas, ya que no cabía plantearse quiénes habían sido los europeos más antiguos, cuando no tenía, ni tiene, sentido hablar de Europa como tal en épocas tan remotas. El hallazgo del fósil, que se divulgó en la prensa, dio pie al episodio más controvertido de la historia de la paleontología humana en España, pero tuvo repercusiones internacionales debido a la nacionalidad de algunos especialistas que intervinieron en el debate. El problema se originó cuando expertos paleontólogos franceses declararon que dicho resto óseo fósil no era humano sino que pertenecía a un équido (para complicar el asunto, hace algunos años se atribuyó a un rumiante). Este anuncio fue ampliamente difundido por los medios de comunicación, quienes, ajenos al debate científico, crearon una situación muy incómoda para los paleontólogos y muy confusa para los lectores interesados en el conocimiento de los orígenes de la humanidad. Articulistas y corresponsales apreciaron el interés popular por la controversia e intentaron llamar la atención del público, manifestando en algunos casos escaso conocimiento científico de cómo había que exponer el tema. Un ejemplo es el del reportero que tituló un artículo: “Los hijos de Adán eran andaluces”. Aunque connotaciones bíblicas semejantes, como las de “Eva negra” o “Eva mitocondrial”, suelen ser utilizados en medios anglosajones, por muy ingenioso o chistoso que fuera el titular, supuestamente atrayente para el lector, la ofensiva desplegada por el fundamentalismo cristiano podía dar lugar a confusión entre los lectores, algunos quizás sin formación suficiente para establecer las diferencias entre evolución y creación. Leia Mais

Una historia del Museo Nacional de Ciencias Naturales | Carolina Martín Albaladejo, Andrés Galera Gómez, Soraya Peña de Camus Sáez

El 17 de octubre de 2021, el Museo Nacional de Ciencias Naturales (MNCN) cumplió 250 años. A lo largo de todo 2021 y hasta el presente, por medio de diferentes iniciativas -exposiciones históricas, artículos de divulgación, videos documentales, etc.-, este centro emblemático del Consejo Superior de Investigaciones Científicas (CSIC) ha venido conmemorando su pasado. El libro que nos ocupa, editado con exquisitez por 12 Calles dentro de su magnífica colección Theatrum Naturae y publicado en colaboración con el CSIC y con la Sociedad de Amigos del MNCN, supone el brillante colofón de ese gran esfuerzo colaborativo por rescatar la historia del Museo y celebrar sus dos siglos y medio de existencia. Broche de oro por el que merece felicitarse tanto al Museo como a sus autores, ya que el librito que nos ocupa constituye una pequeña joya de calidad coincidente con la excelencia científica de la institución cuya historia retrata. Leia Mais

A escola dos Annales (1929-1989): a revolução francesa da historiografia | Peter Burke

O escritor Peter Burke é um historiador inglês, que trabalha com história cultural na Universidade de Cambridge, na Inglaterra, é doutor pela Universidade de Oxford. Exerceu o cargo de docente na área de História das ideias na School of European Studies, na Universidade de Essex, lecionou ainda nas universidades Sussex (1962), Princeton (1967) e realizou trabalho como professor visitante no Instituto de Estudos Avançados da Universidade de São Paulo (IEA – USP) (1994- 1995). É autor de diversas obras, por exemplo, O que é história cultural? A escrita da história: novas perspectivas; Testemunha ocular: o uso de imagens como evidência histórica, entre outras produções. Leia Mais

Colorismo | Alessandra Devulsky

O livro Colorismo de Alessandra Devulsky teve lançamento de sua primeira edição em 2021 pela editora Jandaíra (sediada em São Paulo), integrando a coleção Feminismos Plurais coordenada por Djamila Ribeiro. Sua publicação é em formato de brochura, ou seja, livreto (de modo a caber no bolso) com capa e corpo “mole”, pesando cerca de 150 gramas, cujo valor oscila de R$ 5,99 para Kindle a R$ 26,29 em diferentes livrarias físicas e sites. Sendo tais características explicadas como pactuação norteador da coletânea, dentro da lógica de preço e escrita acessível a diferentes leitores, visto se compreender os códigos de escrita e fala enquanto “mecanismos de poder”, daí justificar o comprometimento a difusão da informação com padronagem impressa de baixo custo e a “linguagem didática” sem esvaziar a potência dos conteúdos. Leia Mais

Sobre América Latina ¡Viva la Revolución! | Eric Hobsbawm

Eric Hobsbawm Imagem EBC
Eric Hobsbawm | Imagem: EBC

El libro póstumo de Eric Hobsbawm (1917-2012) ¡Viva la revolución! es una brillante reunión de varios artículos escritos por él sobre la realidad latinoamericana, los cuales fueron compilados y presentados por el historiador Leslie Bethell1 . En el inicio de la obra, la introducción hecha por Bethell destaca la solidez intelectual del autor, pues presenta a Hobsbawm en su dimensión historiográfica en relación con América Latina2 pero también muestra al amigo en las relaciones personales que construyó a lo largo de su vida en Latinoamérica.

El libro contiene treinta y un artículos que habían sido publicados de forma dispersa en distintas revistas de habla inglesa, y que contienen reflexiones sobre sus visitas a distintos países de la región. La primera visita de Hobsbawm fue en 1960 a Cuba y desde entonces se interesó, particularmente, por los movimientos arcaicos de revuelta social que prevalecían en el continente De ahí que en su paso por él se dedicara a registrar a las clases subalternas movilizadas, inmersas en procesos revolucionarios o en momentos de preparación para tal ebullición. Fue por estas razones que el británico definió a Latinoamérica como “el laboratorio del cambio histórico”. Leia Mais

Historia cultural de la corrupción política. Prácticas, escenarios y representaciones contemporáneas | María Antonia Peña e Marta Bonaudo

Maria Antonia Pena Imagem Huelva Buenas Noticias
 María Antonia Peña |  Imagem: Huelva Buenas Noticias

Hace alrededor de una década se ha gestado una comunidad de historiadoras e historiadores que, a partir de publicaciones y encuentros académicos, le están dando forma a un nuevo campo de saber: la nueva historia de la corrupción política. Una serie de investigaciones han nutrido esa red, con nodos destacados en Francia, Alemania y España1 . El libro compilado por María Antonia Peña Guerrero y Marta Bonaudo viene a completar y enriquecer este enfoque, al profundizar en la perspectiva comparada entre España y América Latina.

Desde su presentación, la compilación se reconoce en esta tradición, al historizar la noción de corrupción y mostrar las variaciones en torno a su significado que van desde una concepción biologicista hacia una definición centrada en la sinonimia entre corrupción, cohecho y soborno. De este modo, la introducción y el capítulo de Bonaudo y Peña Guerrero, junto al texto de Jens Ivo Engels se erigen como un primer bloque teórico e historiográfico, con el que dialogan de manera fluida los restantes capítulos. En su aporte, Jens Ivo Engels señala la relevancia del estudio de los debates en torno a la corrupción como ventana para analizar los procesos de modernización. Las directoras del volumen refuerzan ese eje estructurante al indicar que, en última instancia, el objetivo final de esta línea de trabajo apunta a responder preguntas sobre el poder pero que no partan de “ciudadanos imaginarios” sino que rescaten y respondan desde los realmente existentes. Dos nociones clave de esta primera parte son retomadas a lo largo del libro: la corrupción como “delito de percepción” y los “umbrales de tolerancia” frente a lo corrupto. Conceptos que toman sentido a partir del cruce entre el estudio sobre las prácticas y la argumentación justificativa de los protagonistas sobre lo corrupto, en escenarios diversos. Leia Mais

Constelaciones visuales: la mirada del viajero durante el siglo XIX en Colombia | Alejandro Garay Caleita

Detalhe de capa de Constelaciones visuales la mirada del viajero durante el siglo XIX en Colombia

Detalhe de capa de Constelaciones visuales: la mirada del viajero durante el siglo XIX en Colombia

El historiador, literato e historiador del arte colombiano Alejandro Garay Celeita publicó en diciembre de 2021 Constelaciones visuales: la mirada del viajero durante el siglo XIX en Colombia. Este libro es un producto resultado de la tesis que el autor defendió en 2019 para obtener el título de doctor en Historia del Arte por la Universidad Estatal de Campinas en Brasil. Constelaciones visuales consta de un total de 249 páginas, está escrito en español y fue resultado, primero, de un largo proceso de investigación académica y después de su adaptación a partir de la tesis original. A lo largo de su trayectoria, este autor ha investigado y escrito múltiples artículos sobre historia del arte, historia cultural y cultura visual, especialmente, sobre arte colombiano del siglo XIX y principios del siglo XX.

El libro de Garay Celeita es una aproximación inédita y novedosa sobre la producción visual de los viajeros extranjeros que visitaron el territorio de la Nueva Granada, posteriormente República de Colombia, en el periodo entre 1820 y 1890. Este es un estudio con un marco temporal y geográfico amplio, ya que no se enfoca en un solo viaje, episodio o nacionalidad viajera. De hecho, la forma como el autor aborda el tema principal del libro propone nuevas temporalidades y cruces entre personajes, lugares y momentos que confluyen en territorio colombiano. La exploración de la imagen del viajero y de su producción estética es muy comprensiva, ya que incluye miradas que se cruzan desde la estética, la filosofía, la geografía, la política y los estudios sociales. Por medio de herramientas disciplinares de la historia y de la historia del arte, la imagen es estudiada como objeto, como acto y como proceso. Esto le permite al lector entender la selección de obras que hace el autor, quien ofrece así una contribución original hacia algunas obras que han sido estudiadas anteriormente por otros autores (el caso de las acuarelas de Edward Walhouse Mark) y a la vez, saca a la luz imágenes poco mencionadas en monografías o textos canónicos (como es el álbum de fotografías de Othon de Bourgoing). Leia Mais

O Projeto Várzea: uma história relacional da ciência na Amazônia brasileira (1945-2019) | Décio de Alencar Guzmán

Contar uma história que pudesse, ao mesmo tempo, dar conta da complexa realidade biofísica das Amazônias brasileiras e da profusão de relações humanas no desenvolvimento da pesquisa científica na região. Essa foi a tarefa que Décio de Alencar Guzmán propôs e desenvolveu em O Projeto Várzea: uma história relacional da ciência na Amazônia brasileira (1945- 2019). Pesquisador de longa data das histórias amazônicas, Guzmán expõe com clareza seu foco de pesquisa e sob qual perspectiva pretende analisar suas fontes históricas: o livro é a “história relacional de um grupo de pesquisa: o Projeto Várzea (PV)[…] grupo científico voltado ao estudo das várzeas, áreas inundáveis no vale amazônico” (p. 15). Apontando para a relativa escassez de pesquisas científicas sobre esse biótopo específico das regiões amazônicas, o autor indica a relevância do trabalho de pesquisa desenvolvido pelo PV como um dos principais fatores que o conduziram à pesquisa. Leia Mais

Alguma coisa aconteceu comigo: a experiência soropositiva nas obras de Caio Fernando Abreu e Hervé Guibert/1988-1996 | Eliza da Silva Vianna

A obra publicada pela historiadora Eliza da Silva Vianna, Alguma coisa aconteceu comigo: a experiência soropositiva nas obras de Caio Fernando Abreu e Hervé Guibert, 1988-1996, é um dos estudos mais sensíveis sobre a história da Aids em nosso país. Envolvendo o melhor da produção historiográfica e antropológica, sua aposta metodológica correta e certeira procurou se aproximar de um período ímpar da epidemia, quando desconhecimento e incerteza se misturavam a preconceitos e culpabilizações – da “peste gay” ao grupo de risco – colocando seus protagonistas, mesmo em lugares distantes como Brasil e França, diante de uma onda que parecia engolir toda uma geração. Para isso, Eliza recorre a determinadas obras de cada autor: de Guibert (1955-1991), os livros, Para o amigo que não me salvou a vida, de 1990, Protocolo da compaixão e O homem do chapéu vermelho, publicados postumamente. De Abreu (1948-1996), cartas, crônicas e o conto “Depois de agosto”, publicado em Ovelhas negras, de 1995. Leia Mais

Geografia da Fome | Josué de Castro

Josué de Castro não nasceu geógrafo nem o “profeta da fome” como alguns gostam de chamar. Assim como a maioria dos autores e autoras, ele foi se construindo a partir de sua formação como médico. Nascido em 1908, no Recife, ele e sua família desprenderam um grande esforço para que entrasse em medicina, aos 15 anos, com documentos falsificados. Aos 21, Josué de Castro estava formado pela Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro e voltou à sua terra natal para clinicar. A princípio estava interessado em psiquiatria e psicologia, escrevendo artigos nos jornais sobre Freud e assuntos diversos, como cinema e literatura. Mas acabou montando um consultório especializado em endocrinologia, como dirá ele, para engordar e emagrecer senhoras. Leia Mais

Escritos perdidos/vida e obra de um imigrante insurgente – Johann Georg Klein (1822-1915) | João Biehl, Miquéias Mügge

Um manuscrito torna-se o ponto de partida de uma pesquisa minuciosa feita pelos historiadores João Biehl e Miquéias Mügge, em livro intitulado “Escritos perdidos”, que narra a vida e a obra de um imigrante germânico chamado Johann Georg Klein (1822-1915). O livro é dividido em quatro capítulos, com um prólogo e um epílogo. No prólogo, os autores narram como chegaram até o manuscrito de Johann Georg Klein – intitulado Vom Katechismus, perdido por mais de um século e que estava de posse dos descendentes do historiador Leopoldo Petry. Nas páginas finais do livro, um conjunto de cartas escritas pelo personagem e por ele redigidas em nome da líder Mucker Jacobina Mentz Maurer e de sua irmã Carolina Mentz. A obra ainda é repleta de mapas, fotografias, litografias, reprodução de cartas, trazendo qualidade e informação ao texto muito bem construído. Leia Mais

Let’s Misbehave. La naciente cultura de clase media. Modernización y cultura de masas en Chile 1919-1931 | Alejandro Osorio Estay

Las masivas jornadas de protestas iniciadas en octubre de 2019 y la crisis económica de 2020, producto de los efectos de la pandemia del COVID-19, son acontecimientos recientes que al unísono han puesto en la palestra a la clase media chilena. La prensa escrita y televisada difundió notables reportajes sobre los grupos medios y las dificultades que atravesaban por la falta de trabajo, el endeudamiento y la desprotección social. Lo interesante fue que nuevamente, como cada vez que aludimos a la clase media, aparecía la pregunta: ¿Qué es ser de clase media? Variados estudios y estadísticas han identificado a la clase media como un grupo social con cierto ingreso económico, nivel educativo y acceso al consumo, pero la clase media comprende un importante componente cultural que la distingue de los demás sectores sociales según su capital simbólico. En esta línea, el trabajo de Alejandro Osorio es una contribución valiosa para la historiografía chilena, porque ofrece novedosas respuestas a esta pregunta a través de una investigación bien documentada, amena y elástica que se hace cargo de los aspectos culturales que han conformado la clase media chilena desde inicios del siglo XX. Let’s Misbehave ve la luz en un escenario nacional idóneo y propone un relato que revela la mayor riqueza de la disciplina histórica, invitando al lector a desplazarse desde la actualidad a los albores del siglo pasado, identificando características propias de los grupos medios y cómo ellos fueron construyendo su identidad en una trayectoria histórica que también integra elementos políticos y económicos, pero por sobre todo culturales. Leia Mais

Cartografia do pensamento Queer | Rafael Leopoldo

Por muito tempo o termo “cartografia” esteve restrito ao campo da geografia significando apenas a arte ou ciência de compor cartas geográficas e/ou mapas (FERREIRA, 1999). Atualmente, contudo, a partir de uma (re)apropriação conceitual feita pelos filósofos franceses Gilles Deleuze e Félix Guattari (1995), o termo passou a ser visto, também, pelo prisma do que se convencionou chamar de filosofia da multiplicidade que busca em diferentes territórios as especificidades necessárias para compor uma área dinâmica. Leia Mais

Direitos humanos e Relações Internacionais | Isabela Garbin

Um guia introdutório sobre direitos humanos para internacionalistas é como poderíamos, em poucas palavras, definir “Direitos Humanos e Relações Internacionais”, da professora Isabela Garbin, professora da Universidade Federal de Uberlândia. O livro compõe a coleção Relações Internacionais, coordenada por Antônio Carlos Lessa, é publicado pela Editora Contexto e chega em importante quadra da história brasileira e mundial. O sofrimento decorrente do quadro de desigualdades, deterioração ambiental, governos de arroubos autoritários e conflitos de diversas ordens exige uma reflexão que aproveite as construções político-jurídicas já elaboradas pela humanidade na esteira dos seus momentos mais dolorosos sem deixar de refletir sobre novos desafios que se apresentam e possíveis soluções a construir. O livro contribui nesse sentido. Leia Mais

Lecturas del historiador. Ciencias y humanidades | José Alfredo Uribe Salas

Una reseña es un texto conciso en el que se examina una obra reciente para que cobre conocimiento público. En el caso de los historiadores, reseñar libros es un ejercicio necesario que implica un acercamiento a los saberes y experiencias del autor de una obra, pero también una actividad que permite cuestionar y reflexionar sobre los propios desarrollos disciplinares. Leia Mais

Textos para a história do Riachão oitocentista | José Renilton Nascimento Santos

Um movimento ainda pouco destacado vai deslocando a exclusividade da produção intelectual da capital sergipana para algumas das nossas pequenas cidades do interior, com iniciativas surpreendentes. Não é fenômeno isolado, nem acontece por acaso, mas resulta do acesso à informação e, mais especificamente, do acesso à universidade por residentes nos diversos municípios, geralmente professores, que se dedicam à produção cultural e ao estudo da história, da geografia, dos falares, das tradições e a ações que reforçam o sentido de pertencimento. A enorme importância disso vai na contramão dos argumentos usados pelos que pretendem restringir o acesso à universidade, alardeando a pretensa racionalidade de uma universidade que seja para poucos, no Brasil. Leia Mais

The Gray Zones of Medicine: Healers & History in Latin America | Diego Armus, Pablo F. Gómez

Como parte de las últimas tendencias que caracterizan el desarrollo de la historia de la ciencia y la medicina, el giro global ha puesto de relieve el rol de personajes intermediarios en trascender las fronteras nacionales/locales de análisis, y criticar los aspectos político-culturales detrás de historias, muchas veces invisibilizadas, sobre saberes tradicionales en los procesos de modernización de los estados latinoamericanos (Cueto y Duarte, 2020). Sin lugar a dudas, este renovado interés puede brindar nuevas luces sobre la historia global de la curación (history of global healing), la cual evidencia un avance significativo en el último siglo de los sistemas de salud pública sobre las políticas de cuidado e higiene de las sociedades, y donde las prácticas de curación tradicionales, en lugar de mantenerse al margen de la supuesta hegemonía de la ciencia occidental, pueden entablar un diálogo de intercambio mutuo de conocimientos, o bien de disputas sobre la legitimidad médica y la validez de un conjunto de saberes (Hokkanen and Kananoja 2019). Leia Mais

Nerviosos y neuróticos en Buenos Aires (1880-1900). Entre médicos/ boticarios y mercaderes | Mauro Vallejo

La aparición de enfermedades parece ser, desde hace un tiempo, un asunto más allá de la ciencia y la biología. En Nerviosos y Neuróticos es también parte del clima epocal y crispado de una ciudad, donde emergen esta nueva especie de afectados: los neurasténicos. Buenos Aires, verdadera babel de credos y lenguajes de diferentes partes de Ultramar, a finales del Siglo XIX, es la elegida por Mauro Vallejo para observar cómo se entremezclaban, sin conflicto ni vergüenza, quienes se proponían solucionar la melancolía con los que, atentos a un nuevo vocabulario, ejercitaban las nociones de una original lectura psicológica. Entre las clases afectas a nuevas modas, que incluyen tanto trajes y costumbres como remedios, remontan en el cambio del siglo nuevas posibilidades curativas: cambios de régimen, curas climáticas e instrumentos eléctricos aparecen con la certeza y el aroma científicos. Leia Mais

Creer en la historia | François Hartog

Hartog es un académico francés cuyas inquietudes abarcan el tiempo y su vinculación entre las categorías de pasado, futuro y presente. Sus especialidades abarcan el mundo de la Antigüedad y tocan temas como la representación del Otro en Heródoto, o la memoria en el mito de Ulises. Fundamental en Creer en la Historia, notaremos las conexiones desde lo más antiguo con ideas de Grecia clásica, hasta las definiciones más contemporáneas, de mano del giro lingüístico y su propuesta para la historia presente y del presente. A partir de conceptos como patrimonio, memoria, identidad y tiempo, el autor nos introduce al panorama de la historia en el siglo XXI. El autor enuncia el cisma del paradigma historiográfico en el periodo de la Segunda Guerra Mundial, momento en que la disciplina pierde su sentido, deteriora el acto de pronunciarse sobre su contexto y cuestiona su rol en el tribunal del mundo, en los juicios de la Historia (esa con mayúsculas, con un sentido anterior y guiada por el Progreso). Uniendo la historia con la literatura, mayormente francesa, los cruces intentan demostrarnos que creer en la historia es algo que no sólo viene desde nuestro campo, sino también en la experiencia de época. Leia Mais

Georges Canguilhem and the Problem of Error | Samuel Talcott || Canguilhem | Stuart Elden || Infrangere le norme. Vita/scienza e tecnica nel pensiero di Georges Canguilhem | Fiorenza Lupi || Vital Norms: Canguilhem’s ‘The Normal and the Pathological’ in the Twenty-First Century | Pierre-Olivier Méthot

Continúa boyante la proliferación de estudios sobre el pensamiento de Georges Canguilhem. La edición de las obras completas sigue avanzando y ya se han completado cinco de los seis volúmenes previstos por el sello parisino de Vrin. Por otra parte, los Fonds Canguilhem, sitos en el Centre d’Archives en Philosophie, Histoire et Édition des Sciences (CAPHÉS), de la rue d’Ulm, siguen recibiendo a nuevas hornadas de investigadores interesados en rastrear en los inéditos del filósofo nuevos hallazgos que permitan recomponer una lectura más precisa de su trayectoria intelectual o nuevas pistas que hagan posible aportaciones valiosas en el terreno de la filosofía biológica. Leia Mais

El Liceo. Relato/memoria/política | Sol Serrano Pérez

Los movimientos sociales en Chile de las últimas dos décadas, liderados por agrupaciones estudiantiles de educación secundaria, han reflejado lo más palpable de las crisis políticas y económicas vividas en el país. Así, múltiples trabajos sociológicos han tratado de dar respuesta a los problemas contemporáneos. Los trabajos más importantes han sido realizados precisamente por Sol Serrano, junto con Macarena Ponce de León y Francisca Rengifo, que con su Historia de la Educación en Chile de tres volúmenes, buscaron dar respuesta a las incógnitas o “lagunas” de un ámbito poco estudiado en la historia nacional. De esta manera, el ensayo El Liceo. Relato, memoria, política se desprende de la magna empresa de Serrano, Ponce de León y Rengifo, en donde invitan a reflexionar sobre aspectos presentes en el establecimiento educacional de la primera mitad del siglo XX. Antes que todo, cabe señalar un aspecto esencial de la configuración social del Liceo, para la primera mitad del siglo pasado, casi la totalidad de los matriculados fueron hombres provenientes de la incipiente clase media y, en consecuencia, gran parte de aquellos luego de su egreso tendrían una gran importancia en el escenario político chileno. Leia Mais

Devociones marianas. Catolicismos locales y globales en la Argentina. Desde el siglo XIX a la actualidad | Diego Mauro

Este libro, coordinado por Diego Mauro, compila las historias de algunas de las devociones marianas más importantes de nuestro país y explora su promoción en los siglos XIX y XX. Leia Mais

Un argentino de ley. El Dr. Norberto Piñero (1857-1938) | Pablo Santiago Facundo Piñero

“Un argentino de ley. El Dr. Norberto Piñero (1857-1938)”, publicado por CBediciones (Rosario, 2022), podría ser considerado una biografía acerca del multifacético personaje del título. Su autor, Pablo Santiago Facundo Piñero, no denomina al texto de ese modo. Su contratapa lo presenta como un “ensayo”. Su prologuista, como un “trabajo de anamnesis”. Leia Mais

Droit et folie en situation coloniale. Perspectives impériales comparées (XIXe-XXe siècle)

¿Desde cuándo el derecho colonial se ocupó de las enfermedades mentales?; ¿en qué sentido lo hacía?; ¿qué era la locura para el legislador, para los juristas y para los administradores coloniales?; ¿tuvo el tratamiento jurídico de las enfermedades mentales de los indígenas alguna especificidad en relación con el de las poblaciones occidentales? Leia Mais

Negritude: usos e sentidos | Kabengele Munanga

Originalmente publicado em 1988, o livro Negritude: usos e sentidos ganhou nova edição, no ano de 2019, pela Autêntica Editora. Kabengele Munanga, autor da obra, é um antropólogo nascido na República Democrática do Congo (RDC) e naturalizado brasileiro. Tendo uma vasta carreira acadêmica, aposentou-se, em 2012, como Professor Titular pela Universidade de São Paulo (USP), onde atuou como docente e pesquisador, especialmente, nas áreas de Antropologia da África e da População Afro-Brasileira. Com trabalhos cujo enfoque recai sobre racismo, políticas e discursos antirracistas, identidade negra, multiculturalismo e educação das relações étnico-raciais, Munanga é uma grande referência nos estudos sobre a negritude no Brasil. Leia Mais

Migrant City: A New History of London | Panilos Panayi

Panilos Panayi Imagem Times Higher Education
Panilos Panayi | Imagem: Times Higher Education

According to a survey carried out by the National Federation of Fish Fryers in the 1960s, the first fish and chip shop was opened by Joseph Malins in 1860 on Old Ford Road in the East End of London (p. 234). The combination of the fried fish that had been sold and eaten in the Jewish East End since the early nineteenth century with chips created what became a quintessentially British meal. This is one of many examples included in Panikos Panayi’s Migrant City: A New History of London of how migrants have contributed to the culture and economy of London and in turn the United Kingdom.

Panayi makes clear the crucial role that migrants have played in the development of London as a global centre of trade, finance, culture, and politics. He ties this to London’s status as both the centre of a global empire and the largest city in the world for much of the nineteenth and twentieth centuries. More than half of migrants arriving in the United Kingdom from abroad moved to London, whose history of migration stretches back to its Roman founding. London, therefore, had long been cosmopolitan and by the late twentieth century had become ‘super-diverse’, with residents born in more than 179 countries, many beyond Europe or the former British Empire. Leia Mais

Morir de amor. Violencia conyugal en la Nueva Granada. Siglos XVI a XIX | Mabel Paola López Jerez

Mabel Paola Lopez Jerez Imagem Unal
Mabel Paola López Jerez | Imagem: Unal

En 1806, en el proceso iniciado por Josefa Callejas contra su esposo José Ignacio Ramil —quien era oficial de herrero y tenía cincuenta años—, con ocasión de los malos tratos de palabras, golpes y amenazas de muerte con un cuchillo que había sufrido constantemente por parte de él durante sus años de matrimonio, el abogado defensor alegó que: “El contrato matrimonial es contrato oneroso que nos impone la obligación de sufrir sus defectos con paciencia. Si vosotras sabéis callar, ahorrareis muchas pesadumbres y sinsabores” (p. 20). De esta manera, Mabel Paola López Jerez nos introduce en un tema doloroso y poco estudiado en la historiografía colombiana, vital para conocer nuestro pasado histórico: la violencia conyugal.

Siguiendo el camino historiográfico abierto en torno a la familia y al derecho en Colombia por Pablo Rodríguez, Jaime Humberto Borja, Beatriz Patiño Millán, Víctor Uribe-Urán y Gilma Alicia Betancourt, entre otros, la autora amplía los matices de la violencia conyugal al analizar otros aspectos distintos al homicidio, como las injurias —verbales y de hecho—, malos tratamientos, sevicias, amenazas de muerte, adulterio, amancebamiento, concubinato, abandono, separación y divorcio. Leia Mais

Entre osos y dragones. Miradas transdisciplinares sobre las realidades de Asia | Diana Andrea Gómez Díaz, Hernando Cepeda Sánchez

Diana Andrea Gomez Diaz Imagem Radio Unal
Diana Andrea Gómez Díaz | Imagem: Radio Unal 

Que Asia juega un rol central en el mundo actual es indiscutible, y que en este contexto el rol de China es fundamental, es algo que Entre osos y dragones. Miradas transdisciplinares sobre las realidades de Asia, editado por Diana Andrea Gómez Díaz y Hernando Cepeda Sánchez, evidencia claramente. Abordando distintas temáticas y distintos periodos, con una predominancia de capítulos sobre China, además de un capítulo dedicado al caso ruso, se presenta aquí una obra que enriquece las actuales y crecientes discusiones en América Latina sobre Asia, y específicamente sobre las maneras y perspectivas por medio de las cuales se aborda el estudio de Asia en la región. Leia Mais

Delirantes | Olga Acosta

Olga Acosta Imagem Universidad de los Andes
Olga Acosta | Imagem: Universidad de los Andes

La publicación de un cómic2 académico en el campo de las ciencias sociales y las humanidades debe ser motivo de celebración por su impacto sobre la apropiación social del conocimiento. Como resultado de investigación, Delirantes es una fructífera alianza interdisciplinar entre el mundo académico, la industria editorial y la creación artística: el producto fue ideado por la historiadora del arte Olga Acosta, profesora de la Universidad de los Andes, en compañía del editor John Naranjo, especializado en cómics, y del ilustrador Adalberto Camperos, Electrobudista.

Como formato de comunicación que consiste en una sucesión de viñetas, el cómic evidencia procesos que ocurren en el tiempo y en el espacio —transmite el paso del tiempo a la vez que ubica espacialmente—, habla del cuándo y dónde, no solo da a entender, sino que da a ver. Mediante imágenes estáticas y sucesivas constituye un medio propicio para contar historias del pasado y del presente. Aquí se trata de un trabajo de no ficción, de historia e historia del arte, en el que la verosimilitud y la rigurosidad tienen su lugar.3 Leia Mais

Historia de un crimen pasional: el caso Zawadzky | Pablo Rodríguez

Pablo Rodriguez Imagem Universidad de Rosario
Pablo Rodríguez | Imagem: Universidad de Rosario

El proceso Zawadzky, con todos sus detalles, con sus incidentes desagradables, con su crueldad refinada para el encausado y con su dolor latente, significa, más que otra cosa, un esfuerzo por acercarnos a la administración de una justicia menos injusta. Firmemente creo que él es la llamada agoniosa a nuestros legisladores en pro de la reforma penal.

EUSTORGIO SARRIA1

Durante la última década la bibliografía sobre el crimen, la policía, la justicia y los casos judiciales ha ganado fuerza en el mundo hispánico. Toda una corriente historiográfica ha virado su mirada hacia las gacetas criminológicas, el periodismo sobre el crimen, los archivos policiales, los debates criminológicos, etc., no tanto para resaltar los linderos del consabido control social, sino para entrever el sustrato sociocultural inherente a ese universo. A propósito, para el caso de la historiografía colombiana, el libro de Pablo Rodríguez se presenta como una apuesta muy bien lograda; toda una microhistoria en la cual Cali y el utillaje mental de una época quedan a nuestro alcance en cada uno de sus veintiún capítulos cortos, al final acompañados de unas conclusiones ante las cuales es difícil no estar de acuerdo. Leia Mais

Lo local en debate. Abordajes desde la historia social, política y los estudios de género (Argentina, 1900-1960) | Andrea Andújar e Leandro Lichtmajer

Puerto de Buenos Aires Imagem Histamar
Puerto de Buenos Aires | Imagem: Histamar

Durante los últimos años, la problematización sobre las escalas territoriales de análisis ha comprometido a historiadoras e historiadores en la tarea de discutir con aquellos discursos clásicos que han homogeneizado las particularidades regionales en una única “historia nacional”, y que han propuesto una mirada lineal sobre los procesos que ella comprende.

Nutriéndose de estas discusiones, este libro propone una serie de diálogos entre la microhistoria, la historia regional, historia local, historia a ras del suelo e historia desde abajo. Desde una perspectiva que se encuentra en las antípodas de la lógica posmoderna del “fin de los metarrelatos”, la articulación que aquí se propone entre tales corrientes historiográficas no postula una fragmentación de los problemas, sujetos y territorios de estudio, sino que plantea recuperar y reponer las realidades regionales en un nivel micro para articularlas en una totalidad histórica más compleja. Leia Mais

A invenção do profissionalismo no futebol: tensões e efeitos no Rio de Janeiro (1933-1941) | Eduardo de Souza Gomes

Luciano do Valle
Luciano do Valle| Imagem: Ludopedio/Band

Apesar da inserção recente nas pesquisas historiográficas,2 o esporte vem se tornando um objeto de estudo rotineiramente utilizado pelos historiadores que visualizam neste fenômeno uma rica veia de possibilidades para compreender diversas manifestações sociais, culturais e econômicas. Esta obra resenhada, escrita pelo historiador brasileiro Dr. Eduardo de Souza Gomes se inclui nesse contexto ao utilizar o futebol para problematizar aspectos históricos ligados à profissionalização da modalidade esportiva no Rio de Janeiro (Brasil) e na Colômbia.

O livro está organizado em três capítulos, amparados por pressupostos metodológicos da história comparada.3 Neles, o autor aborda o processo de profissionalização do futebol na Colômbia e na cidade do Rio de Janeiro que, na época investigada, era a capital federal do Brasil e tinha influência na movimentação política e social ao nível nacional. Além disso, o autor ressaltou a impossibilidade de tratar a profissionalização no Brasil como um todo, visto as disparidades desse processo entre os estados brasileiros. A Colômbia, por sua vez, conforme o Gomes, possuiu um processo de profissionalização que abrangeu o país como um todo, facilitando tratar esse processo em âmbito nacional. Leia Mais

Revolución/ democracia y paz. Trayectorias de los derechos humanos en Colombia (1973-1985) | Jorge González Jácome

Jorge Gonzalez Jacome Imagem Universidad de los Andes
Jorge González Jácome | Imagem: Universidad de los Andes

El libro de Jorge González Jácome es una bocanada de aire fresco para el estudio de los derechos humanos en Colombia. Recogiendo algunas de las hipótesis esbozadas en los trabajos de norteamericanos como Samuel Moyn1 y Patrick William Kelly2 —historiadores que recientemente han abierto nuevos caminos en la historia de los derechos humanos gracias a innovadores análisis sobre su surgimiento—, Jorge González se acerca a la especificidad del caso colombiano en medio de una plétora de trabajos dedicados a estudiar el Cono Sur y ante la ausencia de trabajos recientes que reflexionen directamente sobre la trayectoria de los derechos humanos como proyecto en nuestro país. A través de cuatro capítulos, uno introductorio y tres divididos por temporalidad y énfasis temático, González Jácome rastrea la manera en que el lenguaje y las ideas asociadas a los derechos humanos fueron apropiadas por el Estado y militantes de izquierda en un periodo que inicia en 1973 con la fundación del Comité de Solidaridad con los Presos Políticos (CSPP) y termina en 1985 con la toma al Palacio de Justicia. Leia Mais

Jesús. La historia alternativa | Carlos Uribe Celis

Carlos Uribe Celis Imagem Tweeter
Carlos Uribe Celis | Imagem: Tweeter

Al que tiene cuerpo,

le da hambre.

El que tiene cuerpo,

dice mentiras.

Oye, tú,

no te burles de mí

que tengo cuerpo;

encárnate por una vez

a ver cómo te va,

oh Ramanatha.

DEVARA DASIMAYYA1

Este libro hace una reconstrucción histórica y una interpretación sociológica de la vida, pasión y muerte de Jesús. Por un lado, está basado en fuentes históricas como los evangelios canónicos y apócrifos, las 21 epístolas, los Hechos de los Apóstoles, las narraciones de historiadores antiguos como Flavio Josefo, Filón de Alejandría y Eusebio de Cesarea. Y, por el otro, está basado en el análisis social hermenéutico propuesto por los sociólogos Max Weber, Alfred Schütz y Anthony Giddens. Esto último tiene las siguientes dos implicaciones. Leia Mais

Hombre/¡Aún vives! Un obrero chileno cuenta de los tiempos de Allende y de Pinochet | Orlando Mardones

Detalhe de capa de Hombre ¡Aun vives Un obrero chileno cuenta de los tiempos de Allende y de Pinochet
Detalhe de capa de Hombre, ¡Aún vives! Un obrero chileno cuenta de los tiempos de Allende y de Pinochet

Este libro es una de las pocas autobiografías políticas de obreros latinoamericanos y, al mismo tiempo, un documento sobre la historia social de Chile de mediados del siglo XX. Mardones habla de la flagrante pobreza de la población rural, de la brutalidad en muchas familias, que también vivió él mismo de niño, de las condiciones de trabajo y del ambiente político en una gran empresa, la Empresa Nacional de Electricidad S.A., Endesa, de su compromiso con la Unidad Popular, de la tortura y del encarcelamiento.

Orlando Mardones Badilla, nacido en 1946, creció en pueblos y asentamientos sin nombre en la región de Valdivia. Los hombres trabajaban en los latifundios y en los aserraderos, casi sin derechos, y reinaba un humor arcaico de “lucha de todos contra todos”. La escuela le enseñó la obediencia y el “mito de la nación”. A los 14 años, Mardones encontró empleo en una pequeña tienda, como cargador. La falta de perspectivas lo llevó a hacer el servicio militar, donde estuvo un año voluntariamente. Luego, más bien por casualidad, logró un notable ascenso social: encontró en Talca un trabajo en Endesa. Fue durante la construcción de la presa del río Rapel cuando conoció un entorno obrero seguro de sí mismo y solidario. Leia Mais

América Latina actual. Del populismo al giro de izquierdas | Pedro Martínez Lillo e Pablo Rubio Apiolaza

Pedro Martinez Lillo Imagem Fundacion Carolina
Pedro Martínez Lillo | Imagem: Fundación Carolina

Decía Faulkner, en una de sus reflexiones más celebradas, que el pasado no pasa nunca, ni siquiera es pasado. Esta percepción del pasado como elemento dimensional del presente es una de las prerrogativas esenciales de cualquier historiador que desee explicar los pormenores de la actualidad a través del análisis histórico y, con ello, aún a riesgo de entrar en el delicado laberinto de las hipótesis, ofrecernos claves para imaginar el futuro.

Contar la historia política, social, internacional y económica de América Latina, desde el fin de la Segunda Guerra Mundial hasta el momento en el que se escriben los últimos párrafos, no es una tarea sencilla. A la variedad de países que componen su espectro geográfico se unen las características intrínsecas de cada país y de cada región del continente, todo ello dentro de un contexto internacional que va desde la Guerra Fría hasta la globalización actual y la entrada de nuevos protagonistas internacionales. Una labor compleja, sin duda, que Pedro A. Martínez Lillo y Pablo Rubio Apiolaza solventan con brillantez mediante el recurso de agrupar los avatares históricos de la región bajo el paraguas de la coyuntura internacional del momento, siempre dando importancia a la presencia sempiterna de los EE.UU. y su sombra, directa o indirecta, en Latinoamérica, al tiempo que se atienden las particularidades de cada región y de cada país. Leia Mais

Práticas de pesquisa em história | Tania Regina de Luca

Sabe-se que os ofícios dedicados à pesquisa apresentam diversas dificuldades em suas execuções, e o processo de formação do conhecimento histórico e suas investigações não seriam divergentes. Devido a essa adversidade, o grupo PET- História (Programa de Educação Tutorial) da Faculdade de Ciências Humanas e Sociais da Unesp, Campus de Franca, teve contato com reflexões elucidadoras por meio da obra Práticas de pesquisa em história (2020) dá Prof.ª. Drª. Tânia Regina de Luca, que além de seus estudos em metodologia da pesquisa histórica, debruça-se também sobre a História do Brasil Republicano, área na qual é Livre Docente desde 2009, na Faculdade de Ciências e Letras de Assis. Esta referida produção, a qual está contemplada em uma coletânea de textos da editora Contexto que estampa diversos temas da História, tem em seu cerne a intenção de demonstrar os métodos e procedimentos que constituem – de maneira extremamente didática devido aos exemplos presentes na obra – a produção histórica, com a finalidade de impulsionar esta missão disposta aos historiadores.

Já de início pode-se perceber a preocupação da autora ao ressaltar aspectos consagrados para a atual Academia a respeito da História e do discurso historiográfico, como a proposição da reescrita da história, apoiada nas reflexões feitas pela primeira geração da escola francesa dos Annales, principalmente a partir do historiador Marc Bloch (1886-1944). De acordo com De Luca, a História está completamente afastada de ser estática, noção longe da perspectiva de ser o passado sujeito a alterações, e sim interligada à mudança do conhecimento acerca dele, devido às interpretações e sentidos serem variáveis e dependerem da demanda do tempo presente do historiador, que claramente mudam de acordo com as gerações, conferindo assim a mutabilidade do discurso histográfico, também denominada historicidade. Esta ponderação é imprescindível para a prática em pesquisa de história, primordialmente aos discentes no início de suas considerações a respeito de temas para a pesquisa, por demonstrar que, apesar de se ter um grande acervo sobre a suas possíveis reflexões ou próximas a elas, a pertinência de seus projetos é intacta devido o tempo de escrita ser diferente e logo, seus pareceres a respeito do objeto são distintos dos demais. Leia Mais

Em busca da liberdade: memória do movimento feminino pela anistia em Sergipe (1975-1979) | Maria Aline Matos de Oliveira

Maria Aline com os seus pais Foto Davi VillaSegrase
Maria Aline com os seus pais | Foto: Davi Villa/Segrase

O presente trabalho visa discutir sobre as atrocidades cometidas pelo estado, analisar a atuação do Movimento Feminino pela Anistia (MFPA) no estado de Sergipe, investigar o papel da mulher como protagonista na história. Como também, trazer memórias de repressão das vítimas para que eventos como os discutidos e narrados nunca mais aconteçam. Com isso, é primordial e de extrema importância a leitura da obra “Em busca da liberdade: memória do movimento feminino pela anistia em Sergipe (1975-1979)”.

A obra tem como principais objetivos analisar a atuação do movimento feminino pela anistia, procurando averiguar a trajetória das mulheres protagonistas que fundaram o MFPA-SE, assim como, pesquisar como ocorreu a relação e ligação entre o núcleo do movimento e outras instituições da sociedade, como por exemplo a Associação Brasileira de Imprensa (ABI), a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), sindicatos, movimentos estudantis, e dentre outras organizações que se mobilizaram em apoio a campanha e contra o regime ditatorial vigente na época. Busca também compreender de que forma a experiência das mulheres militantes contribuiu para formação e organização do movimento feminino pela anistia no Estado. Leia Mais

Colonial Loyalties. Celebrating the Spanish Monarchy in Eighteenth-Century Lima | María Soledad Barbón

Maria Soledad Barbon Imagem UMass Hamherst
María Soledad Barbón | Imagem: UMass Hamherst

Uno de los más aspectos más fascinantes de la historia en la América colonial fue el ejercicio del poder por parte de los agentes de la corona española. Así, cuando se estudia la organización administrativa colonial, la tendencia es, a veces, a sobrevalorar las acciones de virreyes, gobernadores, prelados corregidores y otras autoridades. Pareciera que el poder se sustentó básicamente en un régimen de leyes y acciones de carácter normativo; pero ha quedado demostrado que la realidad política fue mucho más compleja. Es claro que, junto con la aplicación de la norma legal, el ejercicio de la violencia, la intimidación y la coerción jugaron roles esenciales en el mantenimiento del orden colonial; pero este último tampoco habría sido posible sin la negociación. La sociedad local, tanto criolla como nativa, ha dejado de ser soslayada para cobrar un sustancial protagonismo en la política colonial. Es conocido que las autoridades civiles y eclesiásticas, una vez en tierras americanas, debían negociar las acciones de gobierno con las élites locales, ya que de ello dependía el éxito de sus respectivas administraciones. Uno de esos espacios de negociación fue la fiesta.

En este bello y bien documentado libro, Maria Soledad Barbón estudia la manera como las festividades cívicas fueron estratégicamente diseñadas con el fin de afirmar la hegemonía política y cultural del régimen español, y cómo los pobladores buscaron servirse de ellas en beneficio propio. Leia Mais

Cofradías y asociaciones de fieles en la mira de la Iglesia y de la Corona: arzobispado de México/ 1680-1750 | Rodolfo Aguirre Salvador

El trabajo que a continuación reseñamos, Cofradías y asociaciones de fieles en la mira de la Iglesia y de la Corona: arzobispado de México, 1680-1750, de Rodolfo Aguirre Salvador, se conforma de cinco capítulos y un anexo general. El trabajo sobresale desde un inicio por el análisis de dos tipos de documentación: los libros de visita pastoral, en particular los de las prelaturas de Francisco de Aguiar y Seijas y José Lanciego y Eguilaz, y los registros del subsidio eclesiástico de los años 1703-1746, realizados durante los gobiernos de los arzobispos Juan Antonio de Ortega y Montañés y Juan Antonio de Vizarrón y Eguianeta. Es a partir de estas dos vertientes documentales que se estructura el texto.

En el primer capítulo se plantea el escenario y la diversidad de asociaciones seglares entre los años 1680-1750. Destaca que no sólo había cofradías, sino también hermandades, terceras órdenes, congregaciones, devociones, etc., lo que ayuda a comprender la complejidad de la práctica religiosa seglar y su relación con las políticas arzobispales. Los capítulos II y III del libro se centran en las visitas pastorales realizadas por los arzobispos Francisco de Aguiar y Seijas (1683 y 1687) y José Lanciego y Eguilaz (1712-1728). La visita pastoral, establecida como obligatoria a partir del tercer concilio mexicano, fue empleada para reestablecer la disciplina eclesiástica. Durante estas visitas, realizadas a lo largo y ancho del arzobispado, fue notoria la necesidad de sujetar a la feligresía a la autoridad de la mitra. Tanto Aguiar como Lanciego se encontraron con varios problemas: muchas corporaciones en espacios franciscanos, pocas en los controlados por el clero secular; ausencia de licencias y permisos para fundar cofradías, cobro, registro y distribución poco clara de recursos, inventarios de bienes irregulares, elecciones de mayordomos poco ordenadas, gastos indebidos, intromisión de frailes en la administración de cofradías, entre otros. Leia Mais

Naturales de una ciudad multiétnica. Vidas y dinámicas sociales de los indígenas de Quito en el siglo XVII | Carlos D. Ciriza-Mendívil

Ocurre cada vez más a menudo y ya deberíamos ir acostumbrándonos: a un investigador se le ocurre buscar algo en algún sitio y lo encuentra. Pero el sitio ha sido estudiado repetidas veces, y se daba por hecho que ese algo no estaba. Pero no acabamos de aprender, seguimos dando por hecho lo que ya está hecho y no nos molestamos en practicar “algo de ciencia”, que en este caso quiere decir formular hipótesis y contrastarlas por la experimentación o por la documentación.

En el caso que nos ocupa el sitio es Quito en el siglo XVII principalmente, pues como es costumbre los acontecimientos no gustan de ceñirse a nuestros marcos temporales. Y el algo es la presencia de los indígenas en la ciudad y su papel en la misma, no como un mero relleno, sino como artífices de sus destinos, como protagonistas de sus vidas. Todo dentro de un orden claro, pues no podría ser de otra manera. Con una bibliografía muy completa y un trabajo de archivo de mérito, Carlos Ciriza-Mendívil construye un cuerpo de cinco capítulos, una introducción y unas conclusiones. En el capítulo 1, “En esta república”, se presenta el tema del libro y se hace un repaso historiográfico sobre el desarrollo del mismo, con especial atención a los trabajos que se han venido haciendo en otras regiones, preferentemente la Nueva España, sobre el papel de los indios urbanos en diferentes ciudades. El capítulo 2, “El movimiento de una sociedad”, presenta una nueva caracterización de la sociedad quiteña, en la que los indios son mayoría y actúan por sí mismos y en su beneficio propio. La lectura de los diferentes epígrafes en los que se divide el capítulo deja muy claro el contenido del mismo. No podemos dejar pasar aquí la sugerencia de que estos epígrafes se hubieran desglosado en el índice para mayor facilidad e información del lector, además de que los duendes editoriales han hecho desaparecer del mismo el capítulo 1. Cosas de la imprenta. Pero volvamos al capítulo: “Punto de partida. De las dos repúblicas, de la identidad a la identificación”, en el que vemos que algo aparentemente claro, como es quién es un indio, no lo es en absoluto. De especial relevancia es la diferenciación entre identidad e identificación y es que resulta que hay identidades múltiples e identidades cambiantes y eso nos lleva al siguiente epígrafe, “Estrategias de cambio y utilización”, en el que una pequeña muestra espero que sirva de ánimo para emprender la lectura. Se dice en la p. 99: Pronto los naturales advirtieron las posibilidades que la modificación de las calidades otorgaba a sus estrategias sociales, colectivas e individuales. Consecuentemente transformaron una sociedad de barreras étnicas inmutables en un espacio de fronteras étnicas porosas y cambiantes. Leia Mais

Reformar y resistir. La Real Hacienda en Santafé/ 1739-180 | José Joaquín Pinto Bernal

La obra de Gabriel Ardant sobre los impuestos ha influido mucho en el desarrollo de la historia fiscal desde hace décadas, y el reciente libro de Pinto no escapa a su prestigio académico. Elaborada siguiendo los lineamientos básicos del autor francés, la lograda investigación del historiador José Joaquín Pinto sobre la fiscalidad en el distrito de la Caja Real de Santa Fe durante el virreinato (1739-1808), es un parteaguas en la historiografía fiscal neogranadina, porque viene a sacudir la manera de plantear problemas y de formular preguntas a cuerpos documentales ya transitados por otros autores, al tiempo que cuestiona tesis socorridas sobre el reformismo borbónico o el “crecimiento económico” del siglo XVIII neogranadino, porque, sostiene Pinto, se basan en tratamientos inadecuados de las fuentes.

La historiografía de los impuestos en el Nuevo Reino de Granada ha concentrado su atención en la organización institucional del erario (Clímaco Calderón y Ots Capdequí), el comportamiento cuantitativo del recaudo y el gasto (Óscar Rodríguez, Hermes Tovar y Adolfo Meisel), y los efectos sociales y políticos de los mandatos impositivos (Gilma Mora, Juan Friede y Mario Aguilera), por citar algunos autores de una tradición secular. El esfuerzo investigativo de Pinto consiguió integrar cada una de estas facetas del fisco en su libro, que son tratadas en capítulos independientes, con lo que el historiador logró brindar una interpretación más compleja y elaborada de la fiscalidad neogranadina dieciochesca y, sin proponérselo, trazar un programa de investigación que sin duda será replicado durante los años siguientes, tanto por sus estudiantes como por sus colegas. El modelo ardantiano de Pinto tiene tres momentos: la política fiscal (imposición, gasto, administración y control), sus resultados cuantificables (ingresos y egresos) y los no cuantificables (transformaciones en la sociedad y el Estado jurisdiccional). Leia Mais

Esclavos e indígenas realistas en la Era de la Revolución. Reforma/ revolución y realismo en los Andes septentrionales/ 1780-1825 | Marcela Echeverri

Podría pensarse que ésta es una historia de la lealtad y que el libro relata la lucha que sostuvieron indios y esclavos por el rey, y no por la patria, en las revoluciones independentistas. En realidad, se trata de algo más complejo e interesante. El de Marcela Echeverri es un estudio de la acción política de comunidades de indígenas y de esclavizados y su participación concreta en los procesos de reforma, crisis y disolución de la monarquía española en América. Es el análisis del tránsito del orden virreinal de la Nueva Granada al estado nacional colombiano a partir de una muy particular provincia, Popayán; laboratorio idóneo para comprender y explicar la diversidad de experiencias que los conflictos y la guerra de ese tránsito acarrearon.

Nada en esa región peculiar del suroccidente neogranadino parece encajar con las narrativas nacionalistas tradicionales de las independencias: indios y negros dirigidos por indios y negros que persisten contra todo y contra todos, Bolívar incluido, en nombre del rey. Es el mundo al revés en el que los libertadores son conquistadores, la república es tiranía y la victoria se asume como derrota. Ahí las guerrillas son de realistas, son los patriotas quienes reintroducen tributos y exacciones y la independencia es tan indeseada como el rey parece ser anhelado. Leia Mais

De contribuyentes y contribuciones en la fiscalidad mexicana/ siglos XVIII-XX | Yovana Celaya Nández e Graciela Márquez Colín

La resistencia fiscal -entendida aquí como el ánimo y capacidad de oponerse a las decisiones tributarias del órgano político facultado para imponerlas, tanto por la vía institucional como fuera de ella- ha sido una constante en la historia de los impuestos a nivel mundial. ¿Tributar o no tributar? Esa no es la cuestión, debido a que la obligación fiscal es inherente a toda organización política. Lo verdaderamente importante en la historia de los impuestos es el desarrollo y puesta en práctica de una serie de estrategias que los contribuyentes tratan de hacer valer para eludir, evadir, exentar o deducir el monto de sus contribuciones. La obligación tributaria se compone entonces de diversos factores que van desde el diseño de la norma impositiva, que generalmente tiene su origen en un órgano político de creación del derecho fiscal, hasta el desempeño económico del territorio sobre el que se pretende ejercer la potestad tributaria, mismos que determinan el éxito o el fracaso en la recaudación.

La historia fiscal mexicana debe tener presente 2019 como el año en que, debido al fracaso en la aprobación de una reforma fiscal integral, se optó por una reforma procesal penal. A partir del 1o de enero de 2020 la defraudación fiscal -dentro de la que se encuentran actividades como la simulación de operaciones, la expedición de facturas falsas y, en general, toda acción cuyo fin sea reducir la carga fiscal- se equiparó a la delincuencia organizada. Dicha reforma dejó en evidencia dos aspectos otrora ignorados por el gobierno mexicano: la debilidad del fisco federal para cubrir el gasto público con ingresos tributarios, sin recurrir a fuentes de financiamiento como la deuda pública y los ingresos petroleros; y la habilidad de los contribuyentes para resistirse al pago de los impuestos a los que se encuentran obligados. Leia Mais

Tristes patrias. Más allá del patriotismo y el cosmopolitismo | Francisco Colom González

El papel político de las identidades colectivas ha atraído desde hace décadas el interés de investigadores provenientes de las más diversas áreas de conocimiento. Antropólogos, filósofos, politólogos, historiadores, se han ocupado de un tema que a su interés académico añade el de su ambición de intervención en la vida pública. Este libro comienza con el autor confesando un pecado de juventud. Hace ya más de 20 años, en Razones de identidad. Pluralismo cultural e integración política,1 celebraba la irrupción del pluralismo cultural en la agenda política de las sociedades contemporáneas. Sin embargo, dos décadas después, “la rigidez sectaria de las políticas de identidad”, -la expresión es del propio autor-, le plantea serias dudas sobre el potencial democrático de las filiaciones identitarias. Para intentar resolverlas se plantea una reflexión sobre la que puede ser considerada la identidad política hegemónica de los dos últimos siglos de historia de la humanidad, la nacional.

Un tipo de reflexión que interesa, o debiera interesar, de manera particular a los que nos dedicamos a la historia, disciplina académica cada vez más tentada por una especie de neopositivismo epistemológico y, como consecuencia, cada vez más reacia a la reflexión teórica. Más todavía, en el caso de los historiadores latinoamericanos, si como ocurre en este libro, esta reflexión se articula en torno a ejemplos extraídos del mundo iberoamericano, ausente casi por completo en las grandes obras teóricas sobre nación y nacionalismo de las últimas décadas. Ausencia sorprendente, si consideramos que los territorios que habían constituido la antigua Monarquía católica fueron escenario de uno de los más tempranos y exitosos procesos de construcción nacional de la historia y que el nacionalismo ha sido y sigue siendo la principal ideología política de este continente, lo que debería hacernos reflexionar sobre algunas de las carencias de nuestra historiografía. Leia Mais

Historia política de Chile/ 1810-2010/ tomo IV: Intelectuales y pensamiento político | Iván Jaksic e Susana Gazmuri

Los volúmenes colectivos se debaten siempre entre ser compendios de textos individuales y, por así decirlo, obras unitarias. Nunca son por entero una u otra, sino algo en el medio y, por supuesto, no hay soluciones óptimas. Este libro, que corresponde al último volumen de Historia política de Chile, 1810-2010, reúne ensayos de temáticas y perspectivas muy diversas, también de calidad desigual. Lo mismo hay textos de carácter general, que perfilan los principales debates intelectuales y políticos en el Chile decimonónico, que los que se abocan, más específicamente, al pensamiento católico y de derechas, o a las ideologías de izquierda y de masas. Hay ensayos que se dedican a los siglos XIX o XX, e incluso al periodo de la transición, y otros que abarcan casi todo el arco temporal del libro. Los hay también de tema más acotado, como las ideas sobre la educación, las revistas culturales, la academia y las ciencias sociales, el pensamiento político mapuche.

A lo largo de once capítulos, en esta obra se hace una revisión de las principales ideas, polémicas e intelectuales que, a juicio de sus respectivos autores, han configurado durante los dos siglos pasados el campo de lo político en Chile: sus instituciones y actores, sus conflictos, debates y estrategias, sus proyectos y las condiciones de su éxito o fracaso. Se trata, pues, más de una historia intelectual que de las ideas. Leia Mais

Las celebraciones de independencia en San Luis Potosí y Morelia durante 1826-1876. Organización/ finanzas y discursos | Flor de María Salazar Mendonza

Las celebraciones de independencia en San Luis Potosí y Morelia durante 1826-1876… se inserta en un campo de investigación con décadas de historiografía a cuestas que, a través de diversas perspectivas, ha estudiado el vínculo entre los muy diversos gestos conmemorativos y las coyunturas políticas que los hicieron posibles. Estos trabajos oscilan entre la reconstrucción puntual de eventos festivos y el estudio de su organización, hasta la ponderación de sus implicaciones ideológicas más profundas por medio del análisis de sus expresiones discursivas o visuales. El de Flor de María Salazar Mendoza, que ofrece un estudio de caso bien delimitado sobre las fiestas septembrinas en las ciudades de Morelia y San Luis Potosí desde los primeros años de vida independiente hasta los inicios del Porfiriato, se inclina claramente hacia el primer polo. Asumidas sus deudas con el trabajo pionero de Michael P. Costeloe,1 y apoyándose también en las aportaciones de autores como Verónica Zárate Toscano2 y Sergio Cañedo Gamboa,3 entre otros, Salazar establece la conformación de las juntas patrióticas de Morelia y San Luis Potosí como el hilo conductor de su obra, la cual tiene como principal objetivo explicar el funcionamiento interno de estos peculiares organismos así como el papel que desempeñaron en la organización de las fiestas septembrinas. Leia Mais

Alexander von Humboldt y la globalización. El saber en movimiento | Ottmar Ette

Aunque como el propio autor nos advierte en una de las primeras páginas de su libro, siempre muy imaginativo y sorprendente, que este texto puede leerse con itinerarios alternativos que él mismo propone, para esta reseña hemos decidido seguir el itinerario clásico para no complicar la comprensión del lector ante un libro complejo y fascinante. El Eje 1 gira en torno al saber en movimiento, uno de los temas queridos por el autor, como ya demostró en su libro sobre literatura en movimiento. Comienza con la idea humboldtiana de la desprovincianización y la conciencia universal, que llevó a Humboldt a convertirse en un teórico de la globalización y la modernidad hasta llegar a su obra culminante del Cosmos, con un gran impacto universal, y a dar una nueva idea del mundo americano tras las famosas discusiones iniciadas por el conde de Buffon, Cornelius de Pauw, William Robertson, Thomas Raynal, etc., en torno a la inferioridad del Nuevo Mundo, que estudió en su día Antonello Gerbi. Ette describe magistralmente la idea de Humboldt y su pensamiento pluridisciplinar en torno a las fuerzas interactivas en la naturaleza, su pensamiento sobre la creación y circulación del conocimiento, tan de moda en la actualidad desde la presentación de los trabajos de Kapil Raj, así como su vocación cosmopolita, muy apreciable hoy en día y a veces incomprendida desde las visiones nacionalistas más cerradas. En este sentido, hay que compartir la afirmación de Ottmar Ette de que Alexander von Humboldt y su ciencia (llamada humboldtiana) son en cierta medida precursores de los estudios en red, que nos parecen tan contemporáneos. Leia Mais

Francisco J. Múgica. El presidente que no tuvimos | AnnaRibera Carbó

En 1999 se publicó la primera edición de esta obra de Anna Ribera Carbó, con el título La patria ha podido ser flor: Francisco J. Múgica, una biografía política, edición realizada por el Instituto Nacional de Antropología e Historia. La nueva edición, de 2019, ha cambiado de denominación, que resulta muy sugerente por su subtítulo: El presidente que no tuvimos. Aunque para el eventual lector este subtítulo podría funcionar de manera ambivalente al toparse de entrada con el libro en los estantes de las librerías: generarle una dimensión limitada del propio personaje, pues se afirma contundentemente que fue un presidente que no tuvo la nación mexicana. O incentivar, de inicio, la lectura para comprender el proceso histórico, y conjuntamente su interpretación y análisis, acerca de los acontecimientos coyunturales y las razones de Estado que impidieron la entronización de Múgica en la presidencia de la República.

La estructura formal de la nueva publicación contiene, después de los agradecimientos y la introducción, diez partes o capítulos que pretenden seguir en orden cronológico, y a grandes rasgos, la historia vital del revolucionario michoacano. A saber: I. La cuna de la libertad. II. El viento rudo de la Revolución. III. La Revolución al Congreso. IV. La patria ha podido ser flor. V. Selva y petróleo. VI. El exilio en el mar. VII. El ejercicio del poder. VIII. La sucesión presidencial. IX. Otra vez el Pacífico. X. Las últimas batallas. Incluye epílogo y bibliografía. Leia Mais

Steinbeck y México. Una mirada cinematográfica en la era de la hegemonía estadounidense | Adela Pineda Franco

A pesar de que existe una amplia bibliografía sobre el escritor estadounidense John Steinbeck, todavía no había un estudio especialmente dedicado a su relación con México. Steinbeck y México. Una mirada cinematográfica en la era de la hegemonía estadounidense hace una indudable aportación, en la medida en que las obras del escritor es ta do uni den se representan uno de los aspectos más importantes de las relaciones culturales entre México y Estados Unidos durante la primera mitad del siglo XX. Con una formación solvente en lo que a estudios culturales se refiere,1 Adela Pineda Franco, profesora de Literatura y Cine Latinoamericano en la Boston University presenta aquí una versión ampliada de un ensayo sobre el mismo tema publicado en 2016.2 El libro establece una relación cercana entre el cine, la literatura y la política en aquellos años. Por una parte, la manera en que la literatura de Steinbeck ofrece una visión sentimental de la gran depresión en Estados Unidos. Y por otra, las relaciones entre México y Estados Unidos en materia política a través de la cinematografía en los años cuarenta, destacando el papel del escritor estadounidense en las relaciones culturales entre México y Estados Unidos.

Steinbeck y México traza un análisis de la obra y trayectoria de John Steinbeck, partiendo de los años treinta y proyectándolo hasta los años sesenta. Traza un arco complejo que abarca momentos muy diferentes en la posición del escritor estadounidense: desde que era un escritor progresista cercano al cardenismo y crítico de la crisis económica del capitalismo en los años treinta, hasta la figura del defensor de la política de su país en la contención del comunismo en los años sesenta. Y a lo largo de este periplo, también una valoración de las relaciones de Estados Unidos con el cine y la literatura sobre la visión de lo social en años cruciales, que van desde la depresión económica a la Guerra Fría. En ese sentido, Steinbeck construyó en la comunidad indígena mexicana (La perla, ¡Viva Zapata!) una suerte de alternativa idílica a la modernidad y la sociedad de consumo que le confirió un carácter de “intelectual trasnacional”, comprometido a la vez contra el fascismo y el comunismo (p. 24). Leia Mais

Las derechas iberoamericanas. Desde el final de la Primera Guerra hasta la Gran Depresión | Ernesto Bohoslavsky, David Jorge e Clara E. Lida

En 1999 se publicó Las Derechas. The extreme Right in Argentina, Brazil, and Chile, 1890-1939 de la historiadora estadounidense Sandra McGee,1 obra que sintetizó una larga etapa de investigación y cuya sólida propuesta funcionaría como referente para trabajos subsecuentes, en especial porque no se centró en las izquierdas, resistencias o perseguidos, sino en sus contrapartes, se inclinó por el uso de los términos “derecha” y “extrema derecha” en lugar del ambiguo “fascismo latinoamericano”, se alejó del esencialismo mediante el análisis de las coordenadas históricas que permitieran ubicar a los actores, sus ideas y prácticas en contextos específicos y, a contrapunto de las tendencias historiográficas del momento, comparó tres casos nacionales.

Esta interpretación fue obteniendo carta de naturalización entre algunos investigadores latinoamericanos,2 cuya curiosidad académica adquirió tonos de preocupación política en buena medida por la emergencia de opositores -cada vez más radicales- a la llamada “oleada rosa” de gobiernos izquierdistas. Con el tiempo, la emergencia académica ha derivado en la conformación de grupos, redes y espacios de análisis que han promovido interpretaciones históricas con una agenda original y creciente: nuevos actores, mayor heterogeneidad y conflictividad, intercambios y préstamos ideológicos, circulación de ideas y sujetos, espacios de acción otrora desatendidos y el uso de categorías como culturas políticas, memorias e identidades,3 así como una incipiente conciencia historiográfica sobre trabajos precedentes y los que conforman este nuevo “campo de estudio histórico por agregación”.4 Por supuesto, tanto el crecimiento del fenómeno como los análisis no han sido privativos de América Latina, multiplicándose en otras latitudes y fomentando mayores redes de estudiosos y otros tantos trabajos trasnacionales y comparativos. Leia Mais

Historia mínima de Filipinas | Paulina Machuca

Presentamos una nueva obra que nos ofrece la colección Historias Mínimas del Centro de Estudios Históricos de El Colegio de México. Se trata de la Historia mínima de Filipinas, de Paulina Machuca. Tres razones fundamentales dan sentido a su aparición: a) conocer la historia de Filipinas en su largo acontecer histórico; b) inscribir aquella historia en el renovado interés que adquiere hoy en día la región de la Cuenca del Pacífico y de las florecientes economías asiáticas; c) su importancia para México en tanto la relación histórica, una “hermandad de dos pueblos” generada por el galeón de Manila. Excelentes académicos de la especialidad enriquecieron la versión preliminar: Luis Alonso Álvarez de la Universidad de La Coruña y Fernando Zial cita del Ateneo de Manila University.

La Historia mínima de Filipinas es, con auténtico rigor, una historia multidisciplinaria abordada desde la economía, la política, la cultura, la geografía, etc. No es fácil compatibilizar todos estos niveles de análisis en un único hilo conductor. Apoyada en un denso aparato bibliográfico, Machuca decidió estructurar su investigación en diez capítulos: I. Filipinas: una geografía singular, II. Navegantes, comerciantes y guerreros. Las sociedades filipinas hasta el siglo XV, III. El interludio decisivo (1450-1565), IV. La hispanización de Filipinas (1565-1700), V. Las reformas borbónicas: entre luces y sombras (1700-1830), VI. La forja de una identidad a contracorriente (1830-1896), VII. La doble revolución filipina (1896-1902), VIII. Bajo el dominio estadunidense (1899-1946), IX. Los desafíos de una nación independiente (1946-2016), X. Los retos actuales de Filipinas. Leia Mais

Una historia de India moderna: I. India colonial/ II. India nacional | Ishita Banerjee-Dube

La obra que reseñamos es una verdadera novedad en el mundo editorial de lengua española que, desde ya, debiera ser un texto de referencia esencial para todo historiador o lector interesado en la historia global, o la historia mundial, como solía decirse. Esta historia de India moderna, que cubre el periodo 1750 a 2000, es un ejemplo notable de cómo enfrentar el tremendo desafío de hacer la historia política, social, económica y cultural de una gran y compleja sociedad que experimentó una enorme cantidad de retos y obstáculos que marcaron su entrada a la modernidad a lo largo de casi tres siglos. El texto comienza por explicarnos las características sobresalientes del auge y declive del gran Imperio mogol (Mughal), a principios del siglo XVIII, para luego relatar e interpretar las facetas fundamentales de la experiencia del colonialismo que convirtió a la India en la posesión más valiosa de Gran Bretaña durante más de siglo y medio, para penetrar finalmente en la historia de la India moderna como estado nacional. El primer volumen constituye sin duda una magnífica síntesis de la historia de la India entre los siglos XVIII y XIX, mientras que el segundo tiene como meta hacer comprensible el difícil proceso de construcción de la enorme nación que es la India contemporánea, con todos los hilos de una trama extraordinariamente compleja, la cual no deja nunca de estar coloreada por gran cantidad de notas sobre las personas, los movimientos políticos y la diversidad cultural que la han conformado.

El libro que reseñamos tiene la virtud de insertar preguntas abiertas a lo largo de todo el texto y plantea, como concepto central, la “pluralidad del pasado”. En palabras de la autora, lo que desea es presentar la diversidad de posibles interpretaciones de una nación, una historia que no se atiene simplemente a una interpretación canónica, sino que resulta, en realidad, mucho más rica, diversa, contradictoria y profunda. Al mismo tiempo, debemos resaltar que el texto combina una ágil y amena narración que atrapa al lector. Leia Mais

El archivo y el campo. Historia/ antropologia/ modernidade | Saraubh Dube

En una entrevista decía Perla Ramos, escritora argentina, que una antología (aunque en este caso se refería a las antologías literarias) podía dar lugar a dos movimientos. Uno, evidenciar los patrones de repetición (incluso de los errores) y los recurrentes “trucos” de escritura -y en ese caso dejar al autor en evidencia ante el paso del tiempo condensado en una mónada, la antología, o segundo, dar luz sobre un mecanismo, una gramática autoral: la que funciona como una genealogía (no como una sedimentación), la que recurre a preguntas elegidas pero con trucos nunca transparentes, la que, en definitiva, compone obras que en la misma mónada, se evidencian fundamentales.1 Intentaré argumentar por qué este texto pertenece a este segundo grupo.

El libro consta de seis partes, 13 capítulos y un epílogo. Desde las modulaciones diferentes del subalterno en la historiografía crítica, pasando por las conformaciones disciplinares de espacio y temporalidad; casta, poder y género -una parte fundamental para comprender cómo se tejen los estudios de diferenciación y política junto con las premisas que delinean las nociones de género en la historia y en la antropología-, colonialismo, conversión y traducción (un segmento medular en la trayectoria de Saurabh Dube que le permitió pensar de qué manera es en los procesos de “traducción”, de producción impura de equivalencias y sentidos, donde por un lado se conforma la subjetividad moderna en India pero también se evidencia la parroquialidad y la inestabilidad del proyecto colonial), ley y legalidades (donde la norma aparece siempre como un referente prístino pero interdicto por las prácticas de la historia cotidiana), “modernidad e identidad” que recupera parte de la reflexión central de Dube sobre la eficacia de los mundos encantados, sobre la plena convivencia de la modernidad racional con los encantamientos de la diferencia; y la última parte sobre antropología y arte, que puede sonar bastante díscola respecto a las reflexiones anteriores dicho así, pero no lo es en absoluto. Centrada en textos sobre la obra de Savi Sawarkar, un artista amigo del autor, este último “compás” de la antología permite, si no un cierre, sí una pausa (y por eso me parece un acierto de edición que esté al final). Más allá del erudito análisis de Saurabh sobre los dalit (intocables) y de un repaso de su propio trabajo, hay en esta parte de la antología una especie de reflexión sobre los límites de la escritura y del lenguaje (disciplinar y académico) para “significar” la diferencia: las historias de opresión, exclusión y jerarquización. El arte de Savi no es nunca una “coda” del razonamiento ni tampoco una “ilustración a modo de ejemplo” de los poderes de casta. Es en todo caso una advertencia. Quizá la advertencia sobre la que escribió Michel de Certeau cuando analizó la palabra de la posesa: sólo existe el relato de lo mismo. Pero hay algo que está fuera de ese texto y que, sin embargo, se nota en él, impide su cancelación.2 Interrumpir ese texto, trabajarlo como ruina en permanente desmonte, es justamente lo que el arte de Savi parece producir para la propia obra de Saurabh, y es por eso mismo imprescindible su inclusión en la antología. Leia Mais

Hablando de historia. Lo cotidiano/ las costumbres y la cultura | Pilar Gonzalbo Aizpuro

En esta ocasión, desde una postura didáctica, Pilar Gonzalbo Aizpuru decidió hablarnos sobre cómo estudiar la historia de la vida cotidiana y las muchas formas y caminos para hacerlo. Desde un inicio advierte claramente que no existe un solo método para llevar esta tarea a cabo. Lejos de dictar una cátedra o una serie de clases, la autora busca entablar un diálogo con el lector.

Es necesario destacar el origen de este volumen, que responde a su compromiso asumido en enero de 2018, como directora del seminario de Historia de la Vida Cotidiana, en un coloquio en el que se propuso mostrar las distintas formas en que se puede hacer historia de lo cotidiano. Como era previsible, estos espacios y tiempos fueron insuficientes ante la curiosidad de los asistentes y lectores, y, al concluir el encuentro, muchas preguntas quedaron sin responder. La respuesta a esas preguntas, clasificadas según su criterio, sirve para generar nuevas dudas e inquietudes que aviven la perspicacia y el interés por investigar, pues formulando preguntas es como se lleva a cabo una investigación en todos los ámbitos del conocimiento, y, en concreto, en la Historia. Leia Mais

Reflexiones sobre traducción | Susan Bassnett

Como parte de la colección “T de Traducción”, la editorial Bonilla Artigas Editores se ha dado a la tarea de abonar a la discusión y a la reflexión en torno a la labor del traductor desde tres diferentes vertientes (como se puede leer en la solapa de la edición): “el quehacer del traductor hoy en día, la historia de la traducción y de sus concepciones y textos traductológicos importantes escritos en otras lenguas”. Sí, en 2017, este sello editorial publicó Reflexiones sobre traducción, de Susan Bassnett, cuya traducción corrió a cargo de distintos traductores profesionales y fue coordinada por Martha Celis.

Susan Bassnett es uno de los nombres más reconocidos en el campo de los estudios de traducción, pues cuenta con una trayectoria amplia tanto en la práctica traductora como en la reflexión teórica y ha publicado títulos como Translation Studies (1980) y Constructing Cultures: Essays on Literary Translation (1998), que escribió en colaboración con André Lefevere y que marcaría el llamado “giro cultural” dentro de esta disciplina. Leia Mais

Cofradías de indios y negros: origen/ evolución y continuidades | Teresa Eleazar Serrano Espinosa

Resultado del proyecto “Las cofradías y organizaciones cívico-religiosas en México, siglos XVI-XIX”, y producto también del encuentro “Las cofradías, panorama histórico y antropológico en México”, realizado en 2014, la obra que reseñamos reúne diez estudios monográficos en torno a este tema ya bien conocido de nuestra historiografía. Como es común en los libros colectivos, su riqueza se encuentra en la diversidad de objetos de estudio y de metodologías de análisis, bien que en este caso encontramos tanto planteamientos muy clásicos como algunos realmente originales. Según se indica desde el título, en el amplio y casi inabarcable océano del universo cofrade, la coordinación de la obra eligió en concreto una categorización a partir de criterios étnicos. Esta delimitación se hace aún más específica a partir de un marco cronológico novohispano, según se aclara en la presentación, en la que además se explica la voluntad de reflexionar historiográficamente sobre su conformación “entre grupos marginales”. Se extraña un poco que no haya en esa introducción un balance historiográfico, pues sólo se remite al lector a una obra previa derivada del mismo proyecto. Dicho balance acaso hubiera propiciado una reflexión más profunda en torno a la noción misma de cofradía y las ambigüedades del vocabulario utilizado para definirla. Lo mismo se habla de ellas en términos de “asociación” que de “institución colonial”, y en los capítulos siguientes también se les reconoce como “corporación”, nociones todas que ameritarían una explicación particular. En cambio, la presentación anticipa las líneas generales que efectivamente se encuentran en el desarrollo del capitulado: la relación conflictiva con “diversas autoridades”; su “larga duración” a pesar de ello, y su “dinámica económica”, es decir, sus bienes y sus usos. Leia Mais

Una historia olvidada e inolvidable. Carranza/ Constitución e Iglesia Católica en México (1914-1919) | Camren-José Alejos Grau

Si bien el título Una historia olvidada e inolvidable no corresponde al contenido de este extenso estudio de Alejos Grau sobre la documentación que existe en los archivos vaticanos sobre las relaciones Estado-Iglesia católica de la época de Carranza, este extravío se corrige parcialmente con el subtítulo de la obra, que encuadra parcialmente el contenido a tratar: Constitución e Iglesia Católica en México (1914-1919); sin embargo, hubiera sido más adecuado mencionar en algún sitio del encabezamiento que se trata de una investigación de los fondos documentales situados en el Archivio Segreto Vaticano, en el Archivio dell’ex-Congregazione degli Affari Ecclesiastici Straordinari y en la Bibliotheca Apostolica Vaticana sobre la situación en México entre los años 1914 y 1919. Por ello, un título que pudiera haber dado una mejor pista de lo que se iba a tratar podría haber sido precisamente La situación de México a la luz de los informes llegados al Vaticano entre 1914 y 1920, o bien, La situación de México desde fuentes eclesiásticas vaticanas (1914-1920). Valga esta digresión para definir el campo estudiado en el libro que se va a presentar.

El trabajo de Alejos, no sabemos si pretendiéndolo o no, viene a completar un vacío histórico de fuentes eclesiásticas para el estudio de esta época, la del periodo preconstitucional y constitucional, esto es, todo el periodo carrancista. Ya anteriormente, utilizando principalmente fondos vaticanos, Riccardo Cannelli había hecho algo parecido para documentar todo el periodo porfirista1 y, un poco después, Paolo Valvo había hecho lo propio en relación con la época de la guerra cristera y los años inmediatamente anteriores2 y, por más que habían sido publicados algunos estudios sobre la etapa de Carranza,3 no se había intentado agotar el tema ni escribir una historia de lo acontecido en estos años desde la óptica de las fuentes eclesiásticas.4 Leia Mais

Amado Alonso en la Argentina. Una historia global del Instituto de Filología (1927-1946) | Miranda Lida

Después de una breve introducción, este libro se divide en cinco capítulos. En el primero Miranda Lida resume las circunstancias en que en 1922 se creó el Instituto de Filología en Buenos Aires, un ambicioso proyecto científico que supuso una colaboración estrecha entre Argentina y España. Así, por un lado, destaca los grandes contingentes de inmigrantes que desde mediados del siglo XIX llegaban al Río de la Plata, “ [llamando ] la atención de intelectuales, funcionarios y políticos acerca del problema de la lengua como elemento aglutinador para una población heterogénea” (p. 12). Mientras que, por otro, centra su atención en España, en el interés de la Junta para Ampliación de Estudios (JAE) por promover un nuevo hispanoamericanismo “progresista”, alejado del viejo imperialismo de los tradicionalistas. Esta política nueva, inspirada en el krausismo (nos explica la autora), contemplaba una relación de diálogo y de respeto mutuo destinado a forjar “una común argamasa de estudios hispánicos en diferentes lugares de Hispanoamérica, desde Estados Unidos y el Caribe hasta el Cono Sur” (p. 41). Y para conseguir esa finalidad la JAE contaba sobre todo con el Centro de Estudios Históricos (CEH), dirigido en Madrid por el filólogo Ramón Menéndez Pidal. Dado el prestigio internacional de que Menéndez Pidal gozaba entonces, fue lógico que el decano de la Universidad de Buenos Aires, Ricardo Rojas, ansioso por resolver el problema de la lengua, acudiera a él en busca de orientación y cooperación. Y fue así como en 1922 se creó el Instituto de Filología, una especie de filial del CEH en Buenos Aires. Curiosamente, pese al entusiasmo inicial expresada por ambas partes, el proyecto no arrancó con el éxito que todos querían. El primer director, Américo Castro, apenas duró unos meses en el puesto, y los otros miembros del CEH que lo sucedieron, Agustín Millares Carlo y Manuel de Montoliu, poco más. De hecho, no fue sino hasta 1927, con el nombramiento de un muy joven Amado Alonso (1896-1952) como director, cuando el Instituto por fin empezó a arraigarse. Leia Mais

Políticas Culturais dos Partidos Comunistas na América Latina | Adriana Petra

Adriana Pedra Imagem Infobae
Adriana Pedra | Imagem: Infobae

As políticas culturais dos Partidos Comunistas (PCs) da América Latina, especialmente as publicações impressas, constituem-se o centro das análises dos capítulos apresentados nesta obra. Destaca-se, no entanto, que as produções cinematográficas soviéticas e suas relações com o cinema hollywoodiano sobressaem-se como uma contribuição relevante do quinto capítulo para a historiografia chilena sobre o Partido Comunista do Chile (PCCh). Os capítulos demonstram que a militância política e a produção teórica caminharam juntas na região da América do Sul. Embora estivessem submetidas ao contexto da Guerra Fria (1947-1989) e aos laços com a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS) – e seu Partido Comunista (PC) –, a potência e originalidade dos projetos culturais dos comunistas latino-americanos superavam os limites do estalinismo1.

O primeiro capítulo Libros y folletos de la Internacional Comunista en América Latina. Algunos apuntes para su historia, do historiador chileno Manuel Loyola, trata das formas de difusão de publicações da Internacional Comunista (IC) para a América Latina. Apresenta e estabelece as bases de possíveis investigações futuras sobre a atividade publicística que caracterizou a proposta lectoral da IC para a região da América Latina. Leia Mais

Formação de professores: entre a pandemia e a esperança | Simone Albuquerque da Rocha

Professores homens na Educacao Infantil Imagem TV PUC Rio
Professores homens na Educação Infantil| Imagem: TV PUC-Rio

Em tempos pandêmicos, quando o TIC-TAC do relógio badala em um outro ritmo totalmente diferente e a perplexidade parece tomar conta de todos os segundos, impedindo-os de seguir sua trajetória sucessiva de uma maneira habitual, visto que, diante da insegurança e incerteza o tempo parece infligir uma sensação de tortura, enquanto segue seu caminho infindo de minutos, horas, dias, meses, anos, décadas, demonstrando que o tempo pode ser dividido para facilitar a contagem de sua passagem, mas ele nunca é o mesmo para cada um de nós.

A condição sanitária fez emergir uma série de sensações, colocando a raça humana diante de sua mortalidade e finitude, ao mesmo tempo em que aflorou a necessidade de discernimento, reflexão e empatia. A consciência chama a atenção para a urgência de toda a sociedade ponderar e estabelecer análises críticas sobre as atitudes pessoais e coletivas, de modo que seja possível pensar novas formas de agir, conviver e sobreviver, diante da impossibilidade de manter o mundo tal qual o conhecíamos até então. Leia Mais

Porto de Esperança: A emigração do Porto para o Brasil entre o final da Primeira Guerra Mundial e a Crise Capitalista de 1929 | Diogo Ferreira

Detalhe de capa de A Junta da Emigracao
Detalhe de capa de A Junta da Emigração: Os discursos sobre a emigração e os emigrantes no Estado Novo do Pós-Guerra (1947-1970), de Marina Simões Galvanese (2013)

Diogo Teixeira Guedes Ferreira possui licenciatura em Relações Internacionais pela Universidade Lusíada do Porto. Em 2011 concluiu o Doutorado em História Política Contemporânea pela Faculdade de Letras da Universidade do Porto, como tema “A Emigração a partir do Distrito do Porto para o Brasil: do final da Primeira Guerra Mundial à Grande Crise Capitalista (1918-1931)” sob orientação de Maria da Conceição Coelho de Meireles Pereira. Atualmente é investigador do Centro de Estudos da População, Economia e Sociedade (CEPESE). Em suas obras aborda as relações entre Brasil e Portugal, como em “As Relações Portugal-Brasil e a emigração portuguesa. O impacto da legislação nacionalista de Getúlio Vargas” (2017), Além de analisar aspectos do governo português, através das obras: “Os Presidentes do Parlamento Português – III República (1974-2015)”, “Há Cem Anos – A República, Vitorino Magalhães Godinho (2018)”; “A Associação de Futebol do Porto. Uma Instituição Centenária (2018)”; “O noticiário internacional no jornal oficial do Estado português (1715- 1716 e 1868) – uma fonte para a História das Relações Internacionais” (2019).

Analisando a estrutura do livro a ser resenhado, se trata de uma obra da CEPESE, que tem como objetivo publicar pesquisas acerca da presença dos portugueses na Europa. A obra é composta por Resumo, Introdução e mais Cinco Capítulos. Desta forma, o livro a ser analisado trata-se da tese de Doutorado de Diogo Ferreira defendida no ano de 2011. Leia Mais

Mulheres empilhadas | Patrícia Melo

Patricia Melo Imagem Agenda BH
Patrícia Melo | Imagem: Agenda BH

A imaginação como dinamismo criador é a rejeição da tirania da forma fixa que parece se oferecer à percepção. As imagens dinâmicas não só formam, mas, sobretudo, deformam, transformam, ampliam e aprofundam a chamada realidade. É a imaginação, poder maior da natureza humana, que não só inventa coisas, mas, principalmente, inventa caminhos novos.

(Norma Telles, 2010, p. 2) Há exatamente 15 anos, no mês de agosto de 2006, foi sancionada a lei responsável por prevenir, punir e erradicar a violência contra a mulher no Brasil. Fruto da luta contra as violências experienciadas por mulheres e com o apoio de órgãos internacionais, o gênero foi reconhecido como um marcador fundamental de opressões sistematizadas e invisibilizadas pelo Estado, que se ausentava diante da necessidade de medidas legais, ações efetivas e reconhecimento dos agressores.1 A resistência se deu através de vozes e atuações femininas que, organizadas em coletivos feministas, centros de advocacia e assessoria jurídica, possibilitaram a aprovação da lei e continuam zelando por ela. Inspirado nesse contexto real, o romance ficcional Mulheres Empilhadas da premiada autora brasileira Patrícia Melo, nasce em 2019 como um alerta da importância de estarmos atentas ao crime que continua nos tirando a vida. Leia Mais

A invenção das mulheres: construindo um sentido africano para os discursos ocidentais de gênero | Oyèrónke Oyëwümí

Oyeronke´ Oyewumi Imagem Facebook
Oyèrónkẹ´ Oyěwùmí | Imagem: Facebook

A obra “A invenção das mulheres – Construindo um sentido africano para os discursos ocidentais de gênero” foi publicada no Brasil pela Editora Bazar do Tempo no primeiro semestre de 2021. Tal publicação é derivada de seu original em inglês “The Invention of Women: Making an African Sense of Western Gender Discourse” (1997) sob autoria da professora e socióloga nigeriana de origem iorubá, Oyèrónkẹ´ Oyěwùmí. A autora busca compreender a maneira pela qual o gênero foi construído na sociedade iorubá, levando em consideração toda a interferência ocidental nas produções de conhecimento africanas sob histórico de dominação europeia naquele continente, investigando principalmente o contexto da pré-colonização na iorubalândia.

Um dos apontamentos da autora em relação aos Estudos Africanos foi a de que diversos esquemas, teorias e conhecimentos acadêmicos de origem ocidental foram apropriados e utilizados como maneira de compreender o continente africano. Tais compreensões foram comumente impostas pelo domínio estrangeiro (nos processos colonizatórios e tráficos escravagistas do atlântico, por exemplo) às sociedades africanas. Leia Mais

The Typewriter Century: A Cultural History of Writing Practices | Martyn Lyns

Martyn Lyons Imagem Thames Hudson
Martyn Lyons | Imagem: Thames & Hudson

Martyn Lyons claims that the role of the typewriter in modernization has been taken for granted by cultural historians, a state he aims to correct in The Typewriter Century. Subtitled A Cultural History of Writing Practices, Lyons notes how the introduction of typewriters changed everyday office procedures, but most of his attention is on celebrity writers and their often uneasy relationship with the machine.

Touching on writers from a wide range of genres, including philosophy, social commentary, canonical literature, pulp fiction, children’s stories, crime, and romance, the book provides an entertaining look at how authors made peace — or not — with the typewriter by examining writers’ correspondence, media interviews, advertisements, websites, and blogs. The Typewriter Century provides a feast of anecdotes and interesting facts about writers familiar to bibliophiles; Gustav Flaubert, Jacques Derrida, Jackie Collins, Jack Kerouac, J. K. Rowling, Ezra Pound, and many more names appear in these pages. Leia Mais

Toward the Health of a Nation: The Institute of Health Policy, Management and Evaluation — The First Seventy Years | Leslie A. Boehm

Leslie A. Boehm Imagem University of Toronto
Leslie A. Boehm | Imagem: University of Toronto

This book is a lengthy institutional history of the Institute of Health Policy, Management and Evaluation (IHPME) at the University of Toronto, published by the Institute itself. The Institute and its various precursors were the most important public health education programs in Canada for most of the twentieth century, providing essential training for individuals who would shape public health at the local, provincial, and federal levels. The genealogy of the IHPME goes back to the founding of the School of Hygiene at the University of Toronto in 1924, with Dr. J. G.

FitzGerald as its director. Funded by the Rockefeller Foundation, the School would establish an international reputation under FitzGerald’s leadership. The rapid expansion of hospitals after the Second World War drove demand for a new class of managers. The Department of Hospital Administration, nestled within the School of Hygiene, welcomed its first class in September 1947. Not surprisingly, graduates of the hospital administration program found employment in hospitals and in government. After 1967, the focus shifted from “hospital” to “health” administration as the school refined its programs, while concurrently solidifying its position as an important training centre for a cadre of administrators who would become influential throughout English-speaking Canada. Leia Mais

Marie-Esther Robichaud. Une éducatrice acadienne et son temps/ 1929– 1964 | Nicolas Landry

NIcolas Landry Imagem Acadie Nouvelle
NIcolas Landry | Imagem: Acadie Nouvelle

Parmi les richesses des archives du campus de l’Université de Moncton, campus de Shippagan, on retrouve un fonds très intéressant sur l’état du système scolaire francophone dans le monde acadien au Nouveau-Brunswick au milieu du siècle dernier, c’est-à-dire de 1929 à 1964 environ. En effet, ces documents, surtout des lettres et des rapports, recèlent des informations importantes sur la formation du corps enseignant au primaire et au secondaire. De plus, les documents témoignent de l’évolution du système scolaire, des heurs et des malheurs des maîtres tant dans les petites écoles que dans les écoles secondaires et les collèges. Ces précieux documents sont signés par Marie-Esther Robichaud, enseignante, puis directrice d’école et ultimement, assistante du surintendant des écoles dans le comté de Gloucester dans le nord-est du Nouveau-Brunswick. L’historien, Nicolas Landry, a exploré ce fonds d’archives. Il nous en livre une solide description.

Landry témoigne tout autant des grands progrès qu’il a fallu accomplir pour amener une certaine uniformité à la fois dans le contenu des matières enseignées et dans la formation du personnel enseignant que des succès qui viendront couronner les efforts de Marie-Esther Robichaud et des nombreux problèmes auxquels elle aura su apporter des solutions. Ces informations nous sont présentées en sept chapitres. Leia Mais

Genèse et legs des controverses liées aux programmes d’histoire du Québec (1961–2013) | Olivier Lemieux

Detalhe de capa de Genese et legs des controverses liees aux programmes dhistoire du Quebec 1961–2013
Detalhe de capa de Genèse et legs des controverses liées aux programmes d’histoire du Québec (1961–2013)

S’engager à narrer le récit de l’enseignement de l’histoire au Québec est un défi de taille, considérant les conflits et les controverses que le sujet soulève. Lemieux s’y est intéressé dès son parcours doctoral et le présent livre en est un des résultats. La parenté entre ce livre et la thèse de Lemieux est frappante dans le meilleur des sens : la plume de l’auteur est assurée, le texte est limpide, les éléments sont bien sélectionnés, expliqués et résumés. Le texte est organisé autour d’une question clé : pourquoi l’enseignement de l’histoire nationale, tel qu’il est présenté dans les programmes officiels québécois, est-il au centre de controverses? Avec une telle question, on peut comprendre que Lemieux, dans son développement, doit s’attarder aux grands débats, aux enjeux de société et aux controverses ayant agité le Québec autour de ce sujet sensible.

Nous devons commencer par souligner la présence d’une préface élogieuse de Claude Corbo qui donne le ton au livre. Ce dernier est organisé autour de cinq chapitres, un premier expliquant la démarche menée par Lemieux pour retracer le fil conducteur permettant de répondre à sa question de recherche et les quatre suivants organisant les différents éléments constitutifs du récit qu’il brossera de l’enseignement de l’histoire. Leia Mais

Utopian Universities: A Global History of the New Campuses of the 1960s | Jill Pellew e Miles Taylor

Detalhe de capa de Utopian Universities A Global History of the New Campuses of the 1960s
Detalhe de capa de Utopian Universities: A Global History of the New Campuses of the 1960s

The 1960s were a period of expansion in many higher education systems. In their introduction to Utopian Universities, Pellew and Taylor note that approximately 200 new university campuses were created during the decade, and these initiatives provided a unique space to redesign the university in physical, organizational, and curricular terms. Emerging from a two-year project, this edited volume focuses on the developments and aspirations associated with a selection of these new universities, contributing to our understanding of this important developmental phase within higher education in some jurisdictions.

The first section of the book, which focuses on the development of nine new universities in the United Kingdom (UK) (including seven in England) is the strongest and most integrated component of the volume, in large part because of the relatively common contextual elements underscoring these initiatives, but also because the section includes a number of quite masterful thematic analyses. These include an outstanding chapter by William Whyte describing the influence of the “Redbrick” civic universities on the new British universities that emerged in the 1960s, and the fascinating assumptions underscoring the design and architecture of these new campuses. Leia Mais

Intimate Integration: A History of the Sixties Scoop and the Colonization of Indigenous Kinship | Allyson Stevenson

Allyson Stevenson Imagem Eagle feather News
Allyson Stevenson | Imagem: Eagle feather News

Social workers, like teachers, played a significant if unintentional role in the colonization of First Nations and Métis peoples in Canada by engaging in approaches to providing services where “assimilation took the guise of benign and de-racialized technologies of helping” (109). Métis scholar and historian Allyson Stevenson reveals this truth in her detailed and critical account of Sixties Scoop when there was a sudden escalation in the apprehension and transracial adoption of Indigenous children.

While Stevenson, an adoptee herself, focuses her account on Métis experiences in Saskatchewan, she provides an examination of broader historical contexts and regional, national, and even international policies and laws that sustained the “colonial intrusion into the intimate realm of Indigenous families” (4). Leia Mais

Reunion, Remembrance, and Reclamation at an Urban Indian Residential School | Survivors of the Assiniboia Indian Residential School e Andrew Woolford

Theodore Fontaine Imagem CTV News
Theodore Fontaine, a survivor of the Assiniboia Indian Residential School and one of the authors of “Did you see us? Reunion, Remembrance and Reclamation at an Urban Indian Residential School.” | Imagem: CTV News

Did You See Us? asks readers to participate in a reunion amongst a sociologist, the Winnipeg community, and Survivors of the Assiniboia Indian Residential School. Operating between 1958 and 1973, this residential institution was different than the previous fifteen that existed in Manitoba, as it was both the first residential high school in the province and the first within an urban setting (Winnipeg). Administered by the Oblates of Mary Immaculate, the school existed as a place to offer high school education for students from remote communities. In this way, the school presented itself to be a typical urban high school, but the varied student perspectives acknowledged, “it was still a residential school” (16).

By the time survivors arrived at Assiniboia, they had experienced multiple residential schools under the direction of various religious denominations. Therefore, some students, including the late Theodore Fontaine, thought of the school as “a little oasis in a sea of turbulent seas” due to the higher quality of food and caring teachers who pushed them to do well both in academics and extracurriculars (29). The school day was still structured around prayers, a strict segregation of genders, and isolation from their home communities. However, in comparison to their former Indian day, residential, or public schooling experiences that happened before or after Assiniboia, the urban high school was remembered more fondly for many students. These recollections were in part due to the friendships that were made, additional extracurricular activities including dances, sports, community events, and the opportunity for many students to explore an urban area for the first time.

The physical book was created in conjunction with Survivors from The Assiniboia Residential School Legacy Group and Dr. Andrew Woolford, an experienced sociologist on this topic. As a settler scholar, Woolford’s name does not appear on the cover of the book and only appears after the Survivors’ stories in part 3. This act of centring the community’s history as an author demonstrates Woolford’s commitment to answering the title of the book, Did You See Us? We are forced to confront this story from the perspective of residential school survivors rather than an academic. Woolford’s chapter is followed by four additional parts, which recount stories from former staff, neighbours, the general Winnipeg community, and three separate reunions (2013, 2015, 2017).

Together, these distinct parts combine Indigenous community research, oral history, and archival analysis into an informative account of this understudied institution. The purpose of the book is to help survivors in “reclaiming our former school and its legacy” for healing and commemoration (xxiii). This was a twofold goal which included the creation of new spaces to share stories about the school while survivors were still alive, and at the same time educating the broader Winnipeg community about its legacy. In this manner, the story becomes a collection of multiple perspectives that reads more circular than linear. This works particularly well due to the incompleteness of the archival record and the varied experiences students remembered that was largely dependent on their previous schooling and in what decade they attended.

In the mid 1970s, when the school was being demolished, only a few students’ embroidery work was saved along with the 1958–59 class photograph. The book fills in those missing details when the physical building was reconstructed to fit the needs of a new RCMP forensic lab. Did You See Us? also included the perceptions of white students around the school, nearby neighbours, former staff, and the local Winnipeg community members who were actively engaged in the reunion. Woolford balances the varied perspectives of those both inside and outside the institution with the reality of the genocidal policies during this period. Did You See Us?, then, is not just a book, but a physical archive constructed through a particular context which included physical reunions, the sharing of historical posters, and the production of a peer-reviewed text. The book is larger than its physical presence as it represents a relational memory that was led by the local Indigenous community and translated into an academic text.

The book does present a historical conundrum when conducting research at a school reunion. As one survivor, Betty Ross, noted, “the residential school either made you or broke you” (9). As a result, we hear a lot from the students who were “made” in the school and nothing from the students who either passed away before the reunion or did not want to relive those memories with classmates (9). Woolford is blunt about these missing pieces: “They are an incomplete set of remembrances” in the sense that only some stories could have been possibly shared in 2017 (199).

However, these “incomplete” memories are better than no memories, and the book itself represents the most complete information. It also presents several troubling questions about the reality of educational integration efforts for Indigenous people in this period and the ongoing experience of Indigenous students who still attend high school far from their home communities.3 In a circular way, the former school building now houses the Canadian Centre for Child Protection, ensuring the memory and legacy of its former occupants are remembered. I would highly recommend this book for new settler scholars in Indigenous studies. Woolford is honest about his inexperience hosting survivor reunions and his reluctance to engage in work that only benefits academics rather than the Indigenous communities in their area. Woolford employs an “unsettling methodology” which supported the Assiniboia Survivors Legacy Group to own, control, access, and possess their histories, and is an excellent template for future Indigenous community-led research in education (198). The book will serve as an important archive of the Assiniboia Indian Residential School and represents an urban community’s reckoning with its colonial past.


Resenhista.

Jackson Pind – Queen’s University.


Referências desta resenha

Survivors of the Assiniboia Indian Residential School; WOOLFORD, Andrew (eds.). Did You See Us? Reunion, Remembrance, and Reclamation at an Urban Indian Residential School. Winnipeg: University of Manitoba Press, 2021. 272p. Resenha de: PIND, Jackson. Historical Studies in Education / Revue d’histoire De l’éducation. Vancouver, v.34, n.1, 2022. Acessar publicação original.

Hall-Dennis and The Road to Utopia: Education and Modernity in Ontario | Josh Cole

Detalhe de capa de Hall Dennis and The Road to Utopia Education and Modernity in Ontario
Detalhe de capa de Hall-Dennis and The Road to Utopia: Education and Modernity in Ontario

When you open Josh Cole’s book Hall-Dennis and The Road to Utopia you find a series of photos of children and teachers happily working in open concept classrooms, engaging with new postwar technology (TVs, headphones, tape machines), and running freely in fields. These photos are part of the 1968 Ontario education document Living and Learning: The Report of the Provincial Committee on Aims and Objectives of Education, also known as the Hall-Dennis Report. The images, along with the written report, suggest a new purpose for education, at the forefront of modernity, progress, and creativity. Cole argues these images were used to indicate schools were no longer “a place of confinement but instead a place of enjoyment,” now depicted as modern art galleries, highlighting “clean lines, bright lights and a modernistic sensibility” (185). However, Cole also suggests that the images, and much of the narrative in the report, were a veneer of openness and did not represent the real substance of the report, which was to maintain conservative libertarian positions on individualism and citizenship. Leia Mais

Colour Matters: Essays on the Experiences/ Education/ and Pursuits of Black Youth | Carl E. James

Carl E. James Imagem Tweeter
Carl E. James | Imagem: Tweeter

Dr. Carl E. James (FRSC) is currently the Jean Augustine Chair in Education, Community and Diaspora in the Faculty of Education at York University. Over the past three decades, his scholarship has focused on the intersections of race, ethnicity, culture, language, and identity in the Canadian context. Dr. James’ essay collection entitled Colour Matters: Essays on the Experiences, Education, and Pursuits of Black Youth is a culmination of his research about Black Canadian youth.

A key feature of this collection is that James structures the chapters with a “Call and Response” style, a linguistic form originating in sub-Saharan Africa. James describes this as a conversation that is meant to provoke larger critical dialogues. Each chapter begins with a “Call” that is, an essay drawn on primary and secondary research conducted by James over the past two decades. The second part of the chapter is a “Response” from one of ten internationally recognized scholars from the United Kingdom, Canada, and the United States. This structure allows the reader to integrate new perspectives about each topic. Leia Mais

Boom Kids: Growing Up in the Calgary Suburbs/ 1950–1970 | James A. Onusco

Detalhe de capa de Boom Kids Growing Up in the Calgary Suburbs 1950–1970
Detalhe de capa de Boom Kids: Growing Up in the Calgary Suburbs/ 1950–1970

Since their conception, scholars have treated suburbs as a sociological petri dish, a delineated space in which to examine an evolving landscape and the social dynamics within its borders. Almost every field of history has a stake in the suburban narra-tive, producing diverse work interrogating gender and sexuality, evolutions in tran-sit, housing, and consumerism, the politics of city planning and local governance, impacts on health and the environment, and the intertwined notions of conformity, gatekeepers, and outsiders. The history of childhood has often travelled to the sub-urbs. This is most apparent in studies of North America’s postwar suburbs, when parents were increasingly outnumbered by their baby boom offspring and a child-hood focused on academics, safety, and character building was championed. James Onusko’s Boom Kids: Growing Up in the Calgary Suburbs, 1950–1970 contributes to this discourse by shifting the oft dominant central Canada-focus of both childhood and suburban history to the prairies. Onusko recounts the history of Calgary’s Banff Trail suburb from the vantage point of its youngest residents to demonstrate “both consciously and unconsciously [how] children and adolescents influenced suburbia, just as it shaped them” (2). Leia Mais

Isaac Newton and the Study of Chronology: Prophecy, History and Method | Schilt Cornelis J.

Cornelis J. Schilt Imagem Corpus Newtonicum
Cornelis J. Schilt | Imagem: Corpus Newtonicum

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Graduados en Medicina por la Universidad de Irache (1613-1769) | Fernando Serrano Larráyoz

Fernando Serrano Larrayoz Imagem Diario de Navarra
Fernando Serrano Larráyoz | Imagem: Diario de Navarra

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Tratado breve de medicina y de todas las enfermedades. Estudio, selección y notas de Marcos Cortés Guadarrama | Agustín Farfán Fray

Tratado breve de Medicina de Agustin Farfan 1610. Detalhe de capa.
Tratado breve de Medicina, de Agustín Farfán (1610). Detalhe de capa.

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Sulla consolazione | Girolamo Cardano

Girolamo Cardano Desenho Autor desconhecido
Girolamo Cardano | Desenho: Autor desconhecido

Consolar: acto de paliar el infortunio, de mitigar la aflicción, de confortar en la desventura, de amortiguar la desgracia. En definitiva, aliviar el sufrimiento. Girolamo se llama nuestro misericordioso consolador. Nombre de santo. Aquel monje cristiano traductor de la Biblia en el tardo imperio romano. Imagen de escribano bíblico inmortalizada por Caravaggio en una delicada pintura al oleo. Por su parte, el apellido identifica al libertino progenitor. Fue hijo bastardo del abogado Fazio. Un descendiente de la noble casa de los Cardano. Conocido jurista y talentoso matemático, asistente del mismísimo Leonardo da Vinci en materia de números. Girolamo nació el otoño de 1501 en la localidad de Pavía. Cuentan sus memorias que las líneas de la mano le auguraban un porvenir aciago atribuyéndole el papel de ignorante mentecato. Sin embargo, poseyó las dotes del estudio y del entendimiento algebraico.

No fue casual que publicase la primera solución general para las ecuaciones de tercer y cuarto grado. Matemático, médico, filósofo, astrónomo, halló en la razón moral de las cosas el fundamento de la condición humana. Conocimientos que trasladó a sus contemporáneos en manuales perspicaces, ingeniosos, agudos. Sobre la sabiduríaSobre la variedad de las cosasSobre la inmortalidad de las almasSobre la sutileza de las cosasSobre el provecho que debe sacarse de la adversidadEl libro de los sueñosProxeneta, libro sobre la prudencia civilEl libro de los secretos; dan ejemplo de sus muchas obras. Textos que analizan en profundidad la existencia del hombre. Hubo también una autobiografía, Mi vida, conocida hoy en múltiples idiomas. Amén de otros textos sobre matemáticas, medicina, astronomía. Producción enciclopédica fruto de continuas cavilaciones. «Doy vueltas a muchos y graves asuntos y hasta de cosas que no pueden ser», confiesa este sabio renacentista. Un intelectual del cinquecento italiano. Pese a sus grandes méritos, personaje e ideario fueron olvidados. La contrarreforma católica pos-Renacimiento condenó su pensar heterodoxo. Prohibido leer libros subversivos. Giordano Bruno y Tommaso Campanella lo hicieron. Por ejemplo. Aquel acabó en la hoguera. Este dio con sus huesos en la cárcel. Cierto, no solo por leer a Cardano. Pero la lectura ayudó. Transcurrirán varios siglos hasta que la historiografía contemporánea rescate parcialmente su figura. En especial, la alemana. Hoy es un personaje recordado en Italia, menos lejos de dicha geografía.

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Pater infamis. Genealogía del cura pederasta en España (1880-1912) | Francisco Vázquez García

Francisco Vazquez Garcia Imagem Loreto CamachoDiario de Cadiz
Francisco Vázquez García | Imagem: Loreto Camacho/Diario de Cadiz

La propuesta de Francisco Vázquez es una historia crítica cultural o, si se quiere, filosófica en el sentido que algunos entendemos una posible forma de hacer filosofía. A partir de un estudio de casos empíricos orientados por una epistemología y una ontología históricas, nos proporciona herramientas con las que hacer una ontología (y una epistemología) del presente. Pensar el presente, sin anacronismos y con un suficiente equipaje histórico, es precisamente lo que posibilitará la lectura de este estudio genealógico sobre una figura “tenebrosa” cuya relevancia es cuidadosamente desbridada en su contexto. Ello requiere acotar el campo de intervención, a saber, el abuso de menores por parte de eclesiásticos en la España de la Restauración. Es en ese periodo, en el paso del siglo XIX al XX, cuando podemos rastrear la problematización (y “construcción”) del problema de los clérigos perpetradores de abusos sobre menores.

La metodología que hemos tildado de “filosófica” de acometer una historia crítica cultural, como el propio autor reconoce, nos coloca en el brete de diseñar un espacio en el que sea posible la confluencia de ámbitos de los estudios históricos dispares para que tengan la oportunidad de, solapándose y entrelazándose, confluir para un análisis tan profundo como holístico. El anticlericalismo, el género, la medicina, la infancia, la criminología, la prensa y los avatares de las identidades nacionales son focos historiográficos que esta obra visita con estrategia genealógica. Dicha genealogía permite evaluar cómo las subjetividades del presente han ido pergeñándose en una relación tanto de recepción como de rupturas, continuidades y discontinuidades con perfiles anteriores con los que hay que enfrentar reediciones conceptuales, solapamientos y brechas no siempre evidentes.

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Jesús Yoldi Bereau: un universitario al servicio del bien común | Pedro Luis Mateo Alarcón, Carmen Muñoz Morente e Rogue Hidalgo Álvarez

a la derecha el profesor Jesus Yoldi
Fotografía tomada en el Jardín Botánico de la Universidad de Granada, muy probablemente en 1928. A la izquierda, el profesor Gonzalo Gallas y a la derecha, el profesor Jesús Yoldi. En el centro, Pieter Zeeman y su esposa. El segundo por la izquiera es el profesor Juan Antonio Tercedor Díaz, decano de la Facultad de Ciencias | Imagem: Blogsaverroes

El libro que reseñamos está estructurado en cinco partes fundamentales, además de una presentación, un prólogo y una introducción. Pero no se busque un capítulo de conclusiones; tal vez los autores han preferido que sea el lector quien las saque tras su lectura. En realidad, el libro es mucho más que la biografía del que fuera catedrático de Química General de la Universidad de Granada desde 1924 hasta 1936. Es un análisis de las condiciones históricas que llevaron a la ciencia española desde el centro, Universidad Central de Madrid, hacia la periferia; de las transformaciones sociales y económicas que vivió la sociedad española durante las tres primeras décadas del siglo XX, de su reflejo en una universidad periférica como era la Universidad de Granada; del cambio de mentalidad que se operó en la élite intelectual española desde la pérdida de las últimas posesiones coloniales en 1898, y de la toma de conciencia de la pobreza generalizada en que vivía la mayoría de la población.

Como en una sucesión infinita de elementos van apareciendo las diferentes “cuestiones”. La cuestión universitaria, que reivindicaba la autonomía frente al Gobierno de turno para distanciarse de sus cíclicas crisis políticas, la cuestión social, con la aparición de una nueva clase social, el proletariado; la cuestión militar y la situación en Marruecos, que ponía de manifiesto todas las corruptelas del régimen oligárquico; la cuestión religiosa, que en sus múltiples formas subordinaba al Estado Español ante el Estado Vaticano; y la cuestión regional, dado que las élites y el Estado, a los ojos de los autores, obviaban que dentro de España había gentes que pensaban en cuatro lenguas diferentes y que la castellanización, y, por tanto, lo que consideran la “nacionalización”, habrían sido incompletas. Este era el mundo en que se crió Jesús Yoldi Bereau después de nacer en Arizkun, una pequeña aldea del Valle del Baztán, donde además existía un barrio, Bozate, habitado por los agotes, una minoria social marginada por razones que todavía hoy se continuan investigando. Yoldi abandonó pronto su pueblo para estudiar el Bachillerato en el Instituto General y Técnico de Zaragoza y la licenciatura en Ciencias Químicas en la universidad de la ciudad aragonesa, obteniendo el premio extraordinario en 1915, doctorándose por la Universidad Central de Madrid dos años después.

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Paraísos en el infierno. Drogas y Guerra Civil española | Jorge Marco

Drogas en la Guerra Civil espanola Foto Albero SegoviaBiblioteca Nacional de EspanaThe Objective.
Drogas en la Guerra Civil española | Foto: Albero Segovia/Biblioteca Nacional de España/The Objective.

Tras los estudios pioneros llevados a cabo en España en el pasado siglo, la historia de las drogas no ha vuelto a despertar una atención historiográfica similar. Esta tendencia llama la atención si se echa un rápido vistazo a las manifestaciones culturales recientes. Hitos como la publicación y posterior censura de Fariña (2015), obra del periodista gallego Nacho Carretero, el éxito televisivo de series como The Wire y Narcos, o los constantes reportajes sobre el auge del cultivo y el tráfico de estupefacientes a lo largo y ancho del país, reflejan el interés que esta cuestión despierta. En cambio, las y los historiadores han pasado de puntillas por este problema, publicándose algunas investigaciones que no han tenido la suficiente continuidad. Y eso que trabajos como este de Jorge Marco son una excelente demostración de la importancia social de las “sustancias psicoactivas”, pero ante todo por la posición privilegiada que estas ofrecen para profundizar en periodos tan transitados como la Guerra Civil española.

Una pequeña muestra de esta investigación se publicó en 2019 y sirvió para presentar la inusual Salida de las tinieblas, memorias del valenciano Juan Alonso Pérez. Al igual que su Hijos de una guerra (2010; 2019) permitía introducirse de una forma más atractiva a Guerrilleros y Vecinos en Armas (2012), este libro enmarcó el contexto vital, emocional e intelectual que ha llevado a la escritura final de esta obra. El testimonio de este médico ex toxicómano no solo es insólito por el tipo de relato vital que despliega, su tono y su intencionalidad, sino por la cantidad de elementos que ilumina sobre las drogas de nuestro pasado reciente. Las vívidas notas de su diario y la narración introspectiva de algunas de las experiencias que le tocó lidiar a causa de sus adicciones al alcohol y la morfina sirven para abrir una realidad que había quedado velada desde su publicación en la Transición, con la epidemia de consumo de heroína en ciernes. El escaso éxito comercial e interés académico de la primera edición resulta hoy insólito, si se considera el impacto que tuvieron más adelante muchas de estas sustancias, pero también por el peso que, como puede observarse entre sus líneas, ya tenían en procesos en los que habían sido circunscritas a lo meramente anecdótico o trivial.

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A imprenta y tírese. 80 años de la editorial CSIC | José María López Sánchez e Aba Fernández Gallego

La Editorial CSIC celebra su 75o aniversario Imagens CSIC
La Editorial CSIC celebra su 75º aniversario | Imagens: CSIC

El segundo número de la flamante colección “Historia del CSIC” de la editorial del Consejo es un voluminoso libro editado en tapa dura que aborda, en esta ocasión, no tanto la historia administrativa e institucional del Consejo Superior de Investigaciones Científicas (CSIC) (que también), sino, más concretamente, la historia de su Oficina o Departamento de Publicaciones. En otras palabras, el lector o lectora que se acerque a este libro encontrará en él una exhaustiva historia -fundamentada, principalmente, en un intenso y riguroso trabajo de investigación en fondos archivísticos- de los orígenes y el desarrollo de lo que hoy es la Editorial CSIC.

Una historia, por tanto, que hunde sus raíces necesariamente en los albores de la dictadura del general Francisco Franco (1892-1975) y en las entrañas del arbor scientiae del CSIC, la “joya de la corona” -dirán los autores- del ministro José Ibáñez Martín (1896-1969), su fundador y primer presidente. Así, navegando entre órdenes ministeriales, informes y demás documentos oficiales, los lectores conocerán cómo al tiempo que se articulaba normativamente al Consejo se creaba también, en abril de 1940, el cargo de Vicesecretario General del CSIC que ocuparía Alfredo Sánchez Bella (1916-1999). Él será el principal encargado de dar forma al embrión de la Oficina de Publicaciones del CSIC gestada entonces, paradójicamente, a partir del depósito de publicaciones de la extinta Junta para Ampliación de Estudios (JAE) y de los contratos de edición recibidos del Instituto de España. No obstante, pronto se pondría en funcionamiento un verdadero servicio editorial propio que encontró en la figura de Rafael de Balbín Lucas (1910-1978) al hombre que orientaría su política de publicaciones durante más de treinta años.

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Em busca do Submarino U-513. Uma incrível aventura nos mares do sul | Vilfredo Schürmann

Vilfredo Schurmann Foto Maria MuinaVeja
Vilfredo Schurmann | Foto: Maria Muina/Veja

A localização do Submarino alemão U-513 está entre os maiores feitos da Arqueologia Subaquática no Brasil, considerando a complexidade para encontrar um casco soçobrado a 130 metros de profundidade, a 83 km da costa, no través da Ilha do Arvoredo, litoral de Santa Catarina. Também é uma importante contribuição à História Naval, pois encontrar barcos da Segunda Guerra Mundial que causaram tantas perdas humanas e materiais pode ter muitos significados e abrir novas linhas de investigação. A localização foi em tempo recorde, cerca de dois anos desde o início efetivo do projeto, considerando a imprecisão da coordenada registrada pelo avião da Marinha norte-americana que afundou o submarino alemão, em julho de 1943. Ou seja, não era conhecido o local exato do afundamento, daí a importância teórica e metodológica do projeto e seus caminhos para descobrir uma posição oceânica! Para dar a compreender a complexidade desta expedição científica, o livro destaca as palavras do oceanógrafo Thomáz Tessler, um dos membros da equipe: “para entendermos o quanto a área de busca é importante no planejamento”, ele fez a seguinte analogia: “é como encontrar metade de uma ervilha em um campo de futebol… você só pode enxergá-la um centímetro à sua frente, isso porque a distância entre o sensor do magnetômetro e o objeto que estamos procurando não pode ser grande”. Leia Mais

Antonio Fagundes no palco da História: um ator | Rosangela Patriota

Antonio Fagundes Cassia Kiss e Rosangela Patriota Imagens A G News 1
Antonio Fagundes, Cássia Kiss e Rosangela Patriota | Imagens: A G News

A definição de um bom trabalho historiográfico depende de variáveis que convergem para o trato acadêmico sistematizado e com fundamentação teórica. Diante disso, o acesso ao conhecimento é possível, entre outras coisas, pela capacidade do historiador em se disponibilizar a apreciar um determinado tema e, a partir daí, realizar recortes, recuperar fontes, organizar ideias, confrontar versões e tomar decisões diretamente relacionadas à composição da narrativa e da análise. Enfim, construir interpretações na área de História é um processo denso, que demanda tempo e envolvimento com a pesquisa. Certamente por isso, livros publicados por pesquisadores experientes chamam a atenção e auxiliam as novas gerações de pesquisadores.

Lançado em 2018, pela Editora Perspectiva, o livro Antonio Fagundes no palco da história: um ator, da historiadora Rosangela Patriota, é um desses casos. Dedicada ao estudo da relação entre História e Teatro, a pesquisadora possui vasto currículo, que abrange, por exemplo, a publicação de inúmeros artigos e livros, o desenvolvimento de projetos de pesquisas financiados por órgãos de fomento e orientações de mestrado e doutorado que versam sobre o tema.

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200 años después. Los escolares preguntan/los historiadores responden | Proyecto ESpecial Bicentenario de la Independencia del Perú

En las últimas décadas en el Perú, la relación entre la enseñanza de la historia a nivel escolar y la investigación académica de temas históricos ha funcionado como si de compartimientos estancos se trataran. La poca interacción entre historiadores y docentes ha hecho que interpretaciones tradicionales y caducas sobre procesos y eventos históricos se mantengan y reproduzcan, sin que haya un cambio en el discurso histórico nacional, más allá de algunos usos políticos (y demagógicos) de determinados sucesos, como el reciente Conflicto Armado Interno (1980-2000), el gobierno militar de Juan Velasco Alvarado (1968-1975), o la Guerra del Pacífico (1879-1883). En ese mismo sentido, el proceso de independencia peruano ha logrado, en los últimos años, encontrar un consenso en la población, superando polémicas sobre, por ejemplo, la naturaleza misma del proceso independentista; a la vez que ampliando la narrativa histórica para incluir a actores sociales que, tanto en el discurso académico como en el educativo, estuvieron silenciados: indígenas, afroperuanos, mujeres, etc. Además, gracias al contexto de la conmemoración del bicentenario de la independencia peruana, se creó un ambiente propicio para fomentar encuentros entre el mundo académico y los escolares.

Así, el Proyecto Especial Bicentenario de la Independencia del Perú propició la creación de un espacio en el cual los escolares pudieran realizar cuestionamientos sobre el proceso de independencia a un grupo de historiadores especialistas en el tema. Así, el texto[1] recoge las preguntas de un total de 100 estudiantes entre los 10 y los 16 años (pp. 160-163), provenientes de 90 centros educativos públicos, de los cuales 25 correspondieron a los Colegios de Alto Rendimiento (COAR), ubicados en cada departamento del país; mientras que únicamente 5 colegios pertenecen al área metropolitana de la capital del país (pp. 156-159). No ocurre lo mismo respecto a los historiadores que fueron consultados: de un total de 37 profesionales, únicamente 2 trabajan fuera de la capital; y del resto, 12 laboran en instituciones extranjeras. Del grupo restante, resalta que la mayoría pertenezca a dos universidades: la Universidad Nacional Mayor de San Marcos (9) y la Pontificia Universidad Católica del Perú (6), ambas con una larga tradición de investigación histórica. El hecho que la mayoría de preguntas provenga de escolares de las provincias del país puede servir como base para futuras reflexiones sobre las dinámicas de intercambio y de construcción de saberes, especialmente los relacionados a las narrativas históricas nacionales y los mecanismos por los cuales estas se reproducen a distintos niveles. Asimismo, que la abrumadora mayoría de académicos provenga de la capital muestra las desigualdades de incorporación de los intelectuales de provincia en los debates académicos y políticos a nivel nacional. Leia Mais

Historia del despojo. El origen de la propiedad particular en el territorio mapuche | Martín Correa Cabrera

Martin Correa Cabrera Imagem El Ciudadano
Martín Correa Cabrera | Imagem: El Ciudadano

“Tras la historia del despojo –escribe Rodrigo Curipán Levipan, werken del lof Rankilko, en el prólogo del libro de Martín Correa Cabrera, Historia del despojo. El origen de la propiedad particular en el territorio mapuche– duerme escondida una verdad que pocos se atreven a mirar de frente y profundizar en los hechos para entender el mal llamado ‘Conflicto Mapuche’”.

Es esta verdad la que una vez más Martín Correa comparte con sus lectores con nuevos antecedentes que demuestran como el pueblo mapuche ha sido violentado y despojado de sus tierras, causándole altos niveles de pobreza y, en general, un atraso a toda la región de la Araucanía. La negación del Estado de reconocerlo como pueblo-nación –señala el autor– es uno de los principales obstáculos del cual se derivan otros, como la imposibilidad de recuperar las tierras usurpadas, la falta de autonomía y la demanda de control territorial, que impiden iniciar un diálogo que conduzca a la paz. Leia Mais