Mulheres empilhadas | Patrícia Melo

Patricia Melo Imagem Agenda BH
Patrícia Melo | Imagem: Agenda BH

A imaginação como dinamismo criador é a rejeição da tirania da forma fixa que parece se oferecer à percepção. As imagens dinâmicas não só formam, mas, sobretudo, deformam, transformam, ampliam e aprofundam a chamada realidade. É a imaginação, poder maior da natureza humana, que não só inventa coisas, mas, principalmente, inventa caminhos novos.

(Norma Telles, 2010, p. 2) Há exatamente 15 anos, no mês de agosto de 2006, foi sancionada a lei responsável por prevenir, punir e erradicar a violência contra a mulher no Brasil. Fruto da luta contra as violências experienciadas por mulheres e com o apoio de órgãos internacionais, o gênero foi reconhecido como um marcador fundamental de opressões sistematizadas e invisibilizadas pelo Estado, que se ausentava diante da necessidade de medidas legais, ações efetivas e reconhecimento dos agressores.1 A resistência se deu através de vozes e atuações femininas que, organizadas em coletivos feministas, centros de advocacia e assessoria jurídica, possibilitaram a aprovação da lei e continuam zelando por ela. Inspirado nesse contexto real, o romance ficcional Mulheres Empilhadas da premiada autora brasileira Patrícia Melo, nasce em 2019 como um alerta da importância de estarmos atentas ao crime que continua nos tirando a vida. Leia Mais

A invenção das mulheres: construindo um sentido africano para os discursos ocidentais de gênero | Oyèrónke Oyëwümí

Oyeronke´ Oyewumi Imagem Facebook
Oyèrónkẹ´ Oyěwùmí | Imagem: Facebook

A obra “A invenção das mulheres – Construindo um sentido africano para os discursos ocidentais de gênero” foi publicada no Brasil pela Editora Bazar do Tempo no primeiro semestre de 2021. Tal publicação é derivada de seu original em inglês “The Invention of Women: Making an African Sense of Western Gender Discourse” (1997) sob autoria da professora e socióloga nigeriana de origem iorubá, Oyèrónkẹ´ Oyěwùmí. A autora busca compreender a maneira pela qual o gênero foi construído na sociedade iorubá, levando em consideração toda a interferência ocidental nas produções de conhecimento africanas sob histórico de dominação europeia naquele continente, investigando principalmente o contexto da pré-colonização na iorubalândia.

Um dos apontamentos da autora em relação aos Estudos Africanos foi a de que diversos esquemas, teorias e conhecimentos acadêmicos de origem ocidental foram apropriados e utilizados como maneira de compreender o continente africano. Tais compreensões foram comumente impostas pelo domínio estrangeiro (nos processos colonizatórios e tráficos escravagistas do atlântico, por exemplo) às sociedades africanas. Leia Mais

Histórias das violências de gênero contra as mulheres | Manduarisawa | 2021

Parece estranho que, em pleno ano de 2022, o tema das violências de gênero contra mulheres e meninas esteja apenas começando a ganhar um apelo geral entre a sociedade brasileira. Historicamente, a sociedade brasileira legitimou, por meio das instituições públicas, a desigualdade de gênero que, por sua vez, é fruto de heranças histórico-jurídicas que remontam ao período colonial. Exemplo disto é a utilização do termo mulher honesta no Código Penal de 1940, a fim de se fixar parâmetros para auferir um juízo de valor em casos de crimes sexuais cometidos contra mulheres (só foi retirado do ordenamento brasileiro nos anos 2000, por ser considerado um parâmetro comportamental estereotipado). Também o Código Civil brasileiro de 1916 – que trazia pesada carga semântica no tratamento direcionado às relações entre homens e mulheres – só foi alterado nos anos 2000, quando homens e mulheres passaram a receber tratamento normativo equiparado.

Reforçamos, portanto, que ainda que as mulheres tenham obtido grandes conquistas em âmbito internacional e nacional, a violência de gênero contra mulheres ainda é recorrente em nosso país e no restante do mundo. Só no Brasil, no primeiro semestre de 2020, ao menos 648 mulheres foram assassinadas por motivação relacionada ao gênero. O índice representa aumento de 1,9% em relação ao mesmo período, de janeiro a junho, no ano anterior, segundo dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública – FBSP e integram o 14º Anuário Brasileiro de Segurança Pública. Leia Mais

The Typewriter Century: A Cultural History of Writing Practices | Martyn Lyns

Martyn Lyons Imagem Thames Hudson
Martyn Lyons | Imagem: Thames & Hudson

Martyn Lyons claims that the role of the typewriter in modernization has been taken for granted by cultural historians, a state he aims to correct in The Typewriter Century. Subtitled A Cultural History of Writing Practices, Lyons notes how the introduction of typewriters changed everyday office procedures, but most of his attention is on celebrity writers and their often uneasy relationship with the machine.

Touching on writers from a wide range of genres, including philosophy, social commentary, canonical literature, pulp fiction, children’s stories, crime, and romance, the book provides an entertaining look at how authors made peace — or not — with the typewriter by examining writers’ correspondence, media interviews, advertisements, websites, and blogs. The Typewriter Century provides a feast of anecdotes and interesting facts about writers familiar to bibliophiles; Gustav Flaubert, Jacques Derrida, Jackie Collins, Jack Kerouac, J. K. Rowling, Ezra Pound, and many more names appear in these pages. Leia Mais

Toward the Health of a Nation: The Institute of Health Policy, Management and Evaluation — The First Seventy Years | Leslie A. Boehm

Leslie A. Boehm Imagem University of Toronto
Leslie A. Boehm | Imagem: University of Toronto

This book is a lengthy institutional history of the Institute of Health Policy, Management and Evaluation (IHPME) at the University of Toronto, published by the Institute itself. The Institute and its various precursors were the most important public health education programs in Canada for most of the twentieth century, providing essential training for individuals who would shape public health at the local, provincial, and federal levels. The genealogy of the IHPME goes back to the founding of the School of Hygiene at the University of Toronto in 1924, with Dr. J. G.

FitzGerald as its director. Funded by the Rockefeller Foundation, the School would establish an international reputation under FitzGerald’s leadership. The rapid expansion of hospitals after the Second World War drove demand for a new class of managers. The Department of Hospital Administration, nestled within the School of Hygiene, welcomed its first class in September 1947. Not surprisingly, graduates of the hospital administration program found employment in hospitals and in government. After 1967, the focus shifted from “hospital” to “health” administration as the school refined its programs, while concurrently solidifying its position as an important training centre for a cadre of administrators who would become influential throughout English-speaking Canada. Leia Mais

Marie-Esther Robichaud. Une éducatrice acadienne et son temps/ 1929– 1964 | Nicolas Landry

NIcolas Landry Imagem Acadie Nouvelle
NIcolas Landry | Imagem: Acadie Nouvelle

Parmi les richesses des archives du campus de l’Université de Moncton, campus de Shippagan, on retrouve un fonds très intéressant sur l’état du système scolaire francophone dans le monde acadien au Nouveau-Brunswick au milieu du siècle dernier, c’est-à-dire de 1929 à 1964 environ. En effet, ces documents, surtout des lettres et des rapports, recèlent des informations importantes sur la formation du corps enseignant au primaire et au secondaire. De plus, les documents témoignent de l’évolution du système scolaire, des heurs et des malheurs des maîtres tant dans les petites écoles que dans les écoles secondaires et les collèges. Ces précieux documents sont signés par Marie-Esther Robichaud, enseignante, puis directrice d’école et ultimement, assistante du surintendant des écoles dans le comté de Gloucester dans le nord-est du Nouveau-Brunswick. L’historien, Nicolas Landry, a exploré ce fonds d’archives. Il nous en livre une solide description.

Landry témoigne tout autant des grands progrès qu’il a fallu accomplir pour amener une certaine uniformité à la fois dans le contenu des matières enseignées et dans la formation du personnel enseignant que des succès qui viendront couronner les efforts de Marie-Esther Robichaud et des nombreux problèmes auxquels elle aura su apporter des solutions. Ces informations nous sont présentées en sept chapitres. Leia Mais

Genèse et legs des controverses liées aux programmes d’histoire du Québec (1961–2013) | Olivier Lemieux

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Detalhe de capa de Genèse et legs des controverses liées aux programmes d’histoire du Québec (1961–2013)

S’engager à narrer le récit de l’enseignement de l’histoire au Québec est un défi de taille, considérant les conflits et les controverses que le sujet soulève. Lemieux s’y est intéressé dès son parcours doctoral et le présent livre en est un des résultats. La parenté entre ce livre et la thèse de Lemieux est frappante dans le meilleur des sens : la plume de l’auteur est assurée, le texte est limpide, les éléments sont bien sélectionnés, expliqués et résumés. Le texte est organisé autour d’une question clé : pourquoi l’enseignement de l’histoire nationale, tel qu’il est présenté dans les programmes officiels québécois, est-il au centre de controverses? Avec une telle question, on peut comprendre que Lemieux, dans son développement, doit s’attarder aux grands débats, aux enjeux de société et aux controverses ayant agité le Québec autour de ce sujet sensible.

Nous devons commencer par souligner la présence d’une préface élogieuse de Claude Corbo qui donne le ton au livre. Ce dernier est organisé autour de cinq chapitres, un premier expliquant la démarche menée par Lemieux pour retracer le fil conducteur permettant de répondre à sa question de recherche et les quatre suivants organisant les différents éléments constitutifs du récit qu’il brossera de l’enseignement de l’histoire. Leia Mais

Utopian Universities: A Global History of the New Campuses of the 1960s | Jill Pellew e Miles Taylor

Detalhe de capa de Utopian Universities A Global History of the New Campuses of the 1960s
Detalhe de capa de Utopian Universities: A Global History of the New Campuses of the 1960s

The 1960s were a period of expansion in many higher education systems. In their introduction to Utopian Universities, Pellew and Taylor note that approximately 200 new university campuses were created during the decade, and these initiatives provided a unique space to redesign the university in physical, organizational, and curricular terms. Emerging from a two-year project, this edited volume focuses on the developments and aspirations associated with a selection of these new universities, contributing to our understanding of this important developmental phase within higher education in some jurisdictions.

The first section of the book, which focuses on the development of nine new universities in the United Kingdom (UK) (including seven in England) is the strongest and most integrated component of the volume, in large part because of the relatively common contextual elements underscoring these initiatives, but also because the section includes a number of quite masterful thematic analyses. These include an outstanding chapter by William Whyte describing the influence of the “Redbrick” civic universities on the new British universities that emerged in the 1960s, and the fascinating assumptions underscoring the design and architecture of these new campuses. Leia Mais

Intimate Integration: A History of the Sixties Scoop and the Colonization of Indigenous Kinship | Allyson Stevenson

Allyson Stevenson Imagem Eagle feather News
Allyson Stevenson | Imagem: Eagle feather News

Social workers, like teachers, played a significant if unintentional role in the colonization of First Nations and Métis peoples in Canada by engaging in approaches to providing services where “assimilation took the guise of benign and de-racialized technologies of helping” (109). Métis scholar and historian Allyson Stevenson reveals this truth in her detailed and critical account of Sixties Scoop when there was a sudden escalation in the apprehension and transracial adoption of Indigenous children.

While Stevenson, an adoptee herself, focuses her account on Métis experiences in Saskatchewan, she provides an examination of broader historical contexts and regional, national, and even international policies and laws that sustained the “colonial intrusion into the intimate realm of Indigenous families” (4). Leia Mais

Reunion, Remembrance, and Reclamation at an Urban Indian Residential School | Survivors of the Assiniboia Indian Residential School e Andrew Woolford

Theodore Fontaine Imagem CTV News
Theodore Fontaine, a survivor of the Assiniboia Indian Residential School and one of the authors of “Did you see us? Reunion, Remembrance and Reclamation at an Urban Indian Residential School.” | Imagem: CTV News

Did You See Us? asks readers to participate in a reunion amongst a sociologist, the Winnipeg community, and Survivors of the Assiniboia Indian Residential School. Operating between 1958 and 1973, this residential institution was different than the previous fifteen that existed in Manitoba, as it was both the first residential high school in the province and the first within an urban setting (Winnipeg). Administered by the Oblates of Mary Immaculate, the school existed as a place to offer high school education for students from remote communities. In this way, the school presented itself to be a typical urban high school, but the varied student perspectives acknowledged, “it was still a residential school” (16).

By the time survivors arrived at Assiniboia, they had experienced multiple residential schools under the direction of various religious denominations. Therefore, some students, including the late Theodore Fontaine, thought of the school as “a little oasis in a sea of turbulent seas” due to the higher quality of food and caring teachers who pushed them to do well both in academics and extracurriculars (29). The school day was still structured around prayers, a strict segregation of genders, and isolation from their home communities. However, in comparison to their former Indian day, residential, or public schooling experiences that happened before or after Assiniboia, the urban high school was remembered more fondly for many students. These recollections were in part due to the friendships that were made, additional extracurricular activities including dances, sports, community events, and the opportunity for many students to explore an urban area for the first time.

The physical book was created in conjunction with Survivors from The Assiniboia Residential School Legacy Group and Dr. Andrew Woolford, an experienced sociologist on this topic. As a settler scholar, Woolford’s name does not appear on the cover of the book and only appears after the Survivors’ stories in part 3. This act of centring the community’s history as an author demonstrates Woolford’s commitment to answering the title of the book, Did You See Us? We are forced to confront this story from the perspective of residential school survivors rather than an academic. Woolford’s chapter is followed by four additional parts, which recount stories from former staff, neighbours, the general Winnipeg community, and three separate reunions (2013, 2015, 2017).

Together, these distinct parts combine Indigenous community research, oral history, and archival analysis into an informative account of this understudied institution. The purpose of the book is to help survivors in “reclaiming our former school and its legacy” for healing and commemoration (xxiii). This was a twofold goal which included the creation of new spaces to share stories about the school while survivors were still alive, and at the same time educating the broader Winnipeg community about its legacy. In this manner, the story becomes a collection of multiple perspectives that reads more circular than linear. This works particularly well due to the incompleteness of the archival record and the varied experiences students remembered that was largely dependent on their previous schooling and in what decade they attended.

In the mid 1970s, when the school was being demolished, only a few students’ embroidery work was saved along with the 1958–59 class photograph. The book fills in those missing details when the physical building was reconstructed to fit the needs of a new RCMP forensic lab. Did You See Us? also included the perceptions of white students around the school, nearby neighbours, former staff, and the local Winnipeg community members who were actively engaged in the reunion. Woolford balances the varied perspectives of those both inside and outside the institution with the reality of the genocidal policies during this period. Did You See Us?, then, is not just a book, but a physical archive constructed through a particular context which included physical reunions, the sharing of historical posters, and the production of a peer-reviewed text. The book is larger than its physical presence as it represents a relational memory that was led by the local Indigenous community and translated into an academic text.

The book does present a historical conundrum when conducting research at a school reunion. As one survivor, Betty Ross, noted, “the residential school either made you or broke you” (9). As a result, we hear a lot from the students who were “made” in the school and nothing from the students who either passed away before the reunion or did not want to relive those memories with classmates (9). Woolford is blunt about these missing pieces: “They are an incomplete set of remembrances” in the sense that only some stories could have been possibly shared in 2017 (199).

However, these “incomplete” memories are better than no memories, and the book itself represents the most complete information. It also presents several troubling questions about the reality of educational integration efforts for Indigenous people in this period and the ongoing experience of Indigenous students who still attend high school far from their home communities.3 In a circular way, the former school building now houses the Canadian Centre for Child Protection, ensuring the memory and legacy of its former occupants are remembered. I would highly recommend this book for new settler scholars in Indigenous studies. Woolford is honest about his inexperience hosting survivor reunions and his reluctance to engage in work that only benefits academics rather than the Indigenous communities in their area. Woolford employs an “unsettling methodology” which supported the Assiniboia Survivors Legacy Group to own, control, access, and possess their histories, and is an excellent template for future Indigenous community-led research in education (198). The book will serve as an important archive of the Assiniboia Indian Residential School and represents an urban community’s reckoning with its colonial past.


Resenhista.

Jackson Pind – Queen’s University.


Referências desta resenha

Survivors of the Assiniboia Indian Residential School; WOOLFORD, Andrew (eds.). Did You See Us? Reunion, Remembrance, and Reclamation at an Urban Indian Residential School. Winnipeg: University of Manitoba Press, 2021. 272p. Resenha de: PIND, Jackson. Historical Studies in Education / Revue d’histoire De l’éducation. Vancouver, v.34, n.1, 2022. Acessar publicação original.

Hall-Dennis and The Road to Utopia: Education and Modernity in Ontario | Josh Cole

Detalhe de capa de Hall Dennis and The Road to Utopia Education and Modernity in Ontario
Detalhe de capa de Hall-Dennis and The Road to Utopia: Education and Modernity in Ontario

When you open Josh Cole’s book Hall-Dennis and The Road to Utopia you find a series of photos of children and teachers happily working in open concept classrooms, engaging with new postwar technology (TVs, headphones, tape machines), and running freely in fields. These photos are part of the 1968 Ontario education document Living and Learning: The Report of the Provincial Committee on Aims and Objectives of Education, also known as the Hall-Dennis Report. The images, along with the written report, suggest a new purpose for education, at the forefront of modernity, progress, and creativity. Cole argues these images were used to indicate schools were no longer “a place of confinement but instead a place of enjoyment,” now depicted as modern art galleries, highlighting “clean lines, bright lights and a modernistic sensibility” (185). However, Cole also suggests that the images, and much of the narrative in the report, were a veneer of openness and did not represent the real substance of the report, which was to maintain conservative libertarian positions on individualism and citizenship. Leia Mais

Colour Matters: Essays on the Experiences/ Education/ and Pursuits of Black Youth | Carl E. James

Carl E. James Imagem Tweeter
Carl E. James | Imagem: Tweeter

Dr. Carl E. James (FRSC) is currently the Jean Augustine Chair in Education, Community and Diaspora in the Faculty of Education at York University. Over the past three decades, his scholarship has focused on the intersections of race, ethnicity, culture, language, and identity in the Canadian context. Dr. James’ essay collection entitled Colour Matters: Essays on the Experiences, Education, and Pursuits of Black Youth is a culmination of his research about Black Canadian youth.

A key feature of this collection is that James structures the chapters with a “Call and Response” style, a linguistic form originating in sub-Saharan Africa. James describes this as a conversation that is meant to provoke larger critical dialogues. Each chapter begins with a “Call” that is, an essay drawn on primary and secondary research conducted by James over the past two decades. The second part of the chapter is a “Response” from one of ten internationally recognized scholars from the United Kingdom, Canada, and the United States. This structure allows the reader to integrate new perspectives about each topic. Leia Mais

Boom Kids: Growing Up in the Calgary Suburbs/ 1950–1970 | James A. Onusco

Detalhe de capa de Boom Kids Growing Up in the Calgary Suburbs 1950–1970
Detalhe de capa de Boom Kids: Growing Up in the Calgary Suburbs/ 1950–1970

Since their conception, scholars have treated suburbs as a sociological petri dish, a delineated space in which to examine an evolving landscape and the social dynamics within its borders. Almost every field of history has a stake in the suburban narra-tive, producing diverse work interrogating gender and sexuality, evolutions in tran-sit, housing, and consumerism, the politics of city planning and local governance, impacts on health and the environment, and the intertwined notions of conformity, gatekeepers, and outsiders. The history of childhood has often travelled to the sub-urbs. This is most apparent in studies of North America’s postwar suburbs, when parents were increasingly outnumbered by their baby boom offspring and a child-hood focused on academics, safety, and character building was championed. James Onusko’s Boom Kids: Growing Up in the Calgary Suburbs, 1950–1970 contributes to this discourse by shifting the oft dominant central Canada-focus of both childhood and suburban history to the prairies. Onusko recounts the history of Calgary’s Banff Trail suburb from the vantage point of its youngest residents to demonstrate “both consciously and unconsciously [how] children and adolescents influenced suburbia, just as it shaped them” (2). Leia Mais

Historical Studies in Education. Vancouver, v.31, n.1, 2022.

Historical Studies in Education UBC

Articles

Book Reviews

Published June 10, 2022

Isaac Newton and the Study of Chronology: Prophecy, History and Method | Schilt Cornelis J.

Cornelis J. Schilt Imagem Corpus Newtonicum
Cornelis J. Schilt | Imagem: Corpus Newtonicum

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Graduados en Medicina por la Universidad de Irache (1613-1769) | Fernando Serrano Larráyoz

Fernando Serrano Larrayoz Imagem Diario de Navarra
Fernando Serrano Larráyoz | Imagem: Diario de Navarra

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Tratado breve de medicina y de todas las enfermedades. Estudio, selección y notas de Marcos Cortés Guadarrama | Agustín Farfán Fray

Tratado breve de Medicina de Agustin Farfan 1610. Detalhe de capa.
Tratado breve de Medicina, de Agustín Farfán (1610). Detalhe de capa.

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Radical History em contextos globais | Esboços | 2022

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Detalhe de capa de Radical History Review (May 2020, 137)

A lthough radical history has been considered at times as mere political activism, the field is recently growing and empowering academically in multiple directions, including global history. One of radical history’s main demands is to recognize silenced historical practice and experience, as well as alignment with libertarian movements, organizations, and social groups. And while radical history usually focuses on marginalized peoples, ideas, and actions, it also demands clear political positionality from authors and audiences. In doing so, radical history is unsettling yet engaging, and its particular strength is offering a conflagrant critique of what German radical leftists have called the “herrschende Verhältnisse” (ruling conditions)—past and present.

Radical history perspectives, we argue, emerged most prominently from post-1960s British labor history, European history workshops, the American civil rights movement, radical feminism, and avant la lettre postcolonial criticism with a demand for undogmatic Marxist and other leftist historic analysis of capitalism, inequality, and injustice—in most cases as history from below. During the 1990s and 2000s, radical history perspectives increasingly integrated analyses of racism and sexism into the earlier, predominating analyses of class and class struggles. On the one hand, this broadened radical history’s scope, for instance by including cultural history and postcolonial perspectives. On the other hand, this opening demonstrates that radical history scholarship itself was not unaffected by global political and economic changes (end of the Cold War; late capitalism, etc.) that also brought about differing intellectual demands (DIRLIK, 1994; KWON, 2010). Nevertheless, radical history is a strong umbrella term for a very heterogeneous field of critical scholarship that pushes our understanding of key analytical categories, including gender, sexuality, race, class, disability, ethnicity, and class, and that also allows for intersectional and global approaches to explore discrimination, oppression, and exploitation. The main focus remains on radical politics and movements, and their histories and struggles, as publications that set the tone of the field, do not hide.1 Leia Mais

Sulla consolazione | Girolamo Cardano

Girolamo Cardano Desenho Autor desconhecido
Girolamo Cardano | Desenho: Autor desconhecido

Consolar: acto de paliar el infortunio, de mitigar la aflicción, de confortar en la desventura, de amortiguar la desgracia. En definitiva, aliviar el sufrimiento. Girolamo se llama nuestro misericordioso consolador. Nombre de santo. Aquel monje cristiano traductor de la Biblia en el tardo imperio romano. Imagen de escribano bíblico inmortalizada por Caravaggio en una delicada pintura al oleo. Por su parte, el apellido identifica al libertino progenitor. Fue hijo bastardo del abogado Fazio. Un descendiente de la noble casa de los Cardano. Conocido jurista y talentoso matemático, asistente del mismísimo Leonardo da Vinci en materia de números. Girolamo nació el otoño de 1501 en la localidad de Pavía. Cuentan sus memorias que las líneas de la mano le auguraban un porvenir aciago atribuyéndole el papel de ignorante mentecato. Sin embargo, poseyó las dotes del estudio y del entendimiento algebraico.

No fue casual que publicase la primera solución general para las ecuaciones de tercer y cuarto grado. Matemático, médico, filósofo, astrónomo, halló en la razón moral de las cosas el fundamento de la condición humana. Conocimientos que trasladó a sus contemporáneos en manuales perspicaces, ingeniosos, agudos. Sobre la sabiduríaSobre la variedad de las cosasSobre la inmortalidad de las almasSobre la sutileza de las cosasSobre el provecho que debe sacarse de la adversidadEl libro de los sueñosProxeneta, libro sobre la prudencia civilEl libro de los secretos; dan ejemplo de sus muchas obras. Textos que analizan en profundidad la existencia del hombre. Hubo también una autobiografía, Mi vida, conocida hoy en múltiples idiomas. Amén de otros textos sobre matemáticas, medicina, astronomía. Producción enciclopédica fruto de continuas cavilaciones. «Doy vueltas a muchos y graves asuntos y hasta de cosas que no pueden ser», confiesa este sabio renacentista. Un intelectual del cinquecento italiano. Pese a sus grandes méritos, personaje e ideario fueron olvidados. La contrarreforma católica pos-Renacimiento condenó su pensar heterodoxo. Prohibido leer libros subversivos. Giordano Bruno y Tommaso Campanella lo hicieron. Por ejemplo. Aquel acabó en la hoguera. Este dio con sus huesos en la cárcel. Cierto, no solo por leer a Cardano. Pero la lectura ayudó. Transcurrirán varios siglos hasta que la historiografía contemporánea rescate parcialmente su figura. En especial, la alemana. Hoy es un personaje recordado en Italia, menos lejos de dicha geografía.

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Asclepio. Madrid, v.74, n.1, 2022.

Asclepio3

Dossier

Estudios

Reseñas

PUBLICADO: 2022-06-30

Antrope. Tomar, n.14, julho, 2022.

Antrope

Editorial

[Artigos]
  • SANTUÁRIOS DE ARTE RUPESTRE AO AR LIVRE NO ALENTEJO: O CASO DO PENEDO DO FERRO (MONFORTE, PORTUGAL)
  • Leonor Rocha, Paula Morgado
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  • ¿CÓMO MEJORAR NUESTRAS ACTIVIDADES DIVULGATIVAS?: DISEÑO DE FORMULARIOS PARA CONOCER LA OPINIÓN DEL USUARIO
  • Nidia Aliseda, Juan F. Gibaja, Millán Mozota, menairo@hotmail.com
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  • LA INVESTIGACION ACTUALISTICA Y EXPERIMENTAL EN LOS ESTUDIOS LITICOS DE SUDAMERICA
  • Hugo G. Nami
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  • ANÁLISE ANTROPOLÓGICA DO MATERIAL OSTEOLÓGICO PROVENIENTE DO MONUMENTO MEGALÍTICO ANTA II DO REGO DA MURTA, ALVAIÁZERE (LEIRIA): CASO DE ESTUDO DE UM INDIVÍDUO ADULTO COM PATOLOGIA TRAUMÁTICA E SUA RELAÇÃO COM O CONTEXTO DEPOSITADO
  • Daniel Alves, Augusto Ferreira, alexfiga@ipt.pt
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  • CONTRIBUTOS PARA O ESTUDO DA PALEOFARINAÇÃO NO VALE DO SOUSA SUPERIOR: O CASO DO TERRITÓRIO DE LOUSADA ENTRE O IV MILÉNIO E O SÉCULO VI D.C.
  • Manuel Nunes, Paulo Lemos
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  • POSSÍVEL ITINERÁRIO ROMANO POR TAROUCA
  • José d’Encarnação, José Carlos Santos
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  • ESTATUETA DE BRONZE DE VALE DO JUNCO (ORTIGA, MAÇÃO)
  • José d’Encarnação, Fernando Coimbra
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  • INTERVENÇÃO ARQUEOLÓGICA NA RUA 25 DE ABRIL, N.º 56, SANTA CRUZ, GRACIOSA
  • José Luís Neto, Luís Borges, Tânia Manuel Casimiro
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  • INTERVENÇÃO ARQUEOLÓGICA NO CASTELO DA ROCHA NEGRA, CEDROS, FAIAL
  • José Luís Neto,Luís Borges, Tânia Manuel Casimiro
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  • QUINTAIS URBANOS: A MATERIALIDADE EVIDENCIADA PELA ARQUEOLOGIA NO CENTRO HISTÓRICO DE BELÉM-AMAZÔNIA-BRASIL
  • Ana Paula Claudino Gonçalves
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  • SEGNO E SIMBOLO
  • Anna Luana Tallarita
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Pater infamis. Genealogía del cura pederasta en España (1880-1912) | Francisco Vázquez García

Francisco Vazquez Garcia Imagem Loreto CamachoDiario de Cadiz
Francisco Vázquez García | Imagem: Loreto Camacho/Diario de Cadiz

La propuesta de Francisco Vázquez es una historia crítica cultural o, si se quiere, filosófica en el sentido que algunos entendemos una posible forma de hacer filosofía. A partir de un estudio de casos empíricos orientados por una epistemología y una ontología históricas, nos proporciona herramientas con las que hacer una ontología (y una epistemología) del presente. Pensar el presente, sin anacronismos y con un suficiente equipaje histórico, es precisamente lo que posibilitará la lectura de este estudio genealógico sobre una figura “tenebrosa” cuya relevancia es cuidadosamente desbridada en su contexto. Ello requiere acotar el campo de intervención, a saber, el abuso de menores por parte de eclesiásticos en la España de la Restauración. Es en ese periodo, en el paso del siglo XIX al XX, cuando podemos rastrear la problematización (y “construcción”) del problema de los clérigos perpetradores de abusos sobre menores.

La metodología que hemos tildado de “filosófica” de acometer una historia crítica cultural, como el propio autor reconoce, nos coloca en el brete de diseñar un espacio en el que sea posible la confluencia de ámbitos de los estudios históricos dispares para que tengan la oportunidad de, solapándose y entrelazándose, confluir para un análisis tan profundo como holístico. El anticlericalismo, el género, la medicina, la infancia, la criminología, la prensa y los avatares de las identidades nacionales son focos historiográficos que esta obra visita con estrategia genealógica. Dicha genealogía permite evaluar cómo las subjetividades del presente han ido pergeñándose en una relación tanto de recepción como de rupturas, continuidades y discontinuidades con perfiles anteriores con los que hay que enfrentar reediciones conceptuales, solapamientos y brechas no siempre evidentes.

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Jesús Yoldi Bereau: un universitario al servicio del bien común | Pedro Luis Mateo Alarcón, Carmen Muñoz Morente e Rogue Hidalgo Álvarez

a la derecha el profesor Jesus Yoldi
Fotografía tomada en el Jardín Botánico de la Universidad de Granada, muy probablemente en 1928. A la izquierda, el profesor Gonzalo Gallas y a la derecha, el profesor Jesús Yoldi. En el centro, Pieter Zeeman y su esposa. El segundo por la izquiera es el profesor Juan Antonio Tercedor Díaz, decano de la Facultad de Ciencias | Imagem: Blogsaverroes

El libro que reseñamos está estructurado en cinco partes fundamentales, además de una presentación, un prólogo y una introducción. Pero no se busque un capítulo de conclusiones; tal vez los autores han preferido que sea el lector quien las saque tras su lectura. En realidad, el libro es mucho más que la biografía del que fuera catedrático de Química General de la Universidad de Granada desde 1924 hasta 1936. Es un análisis de las condiciones históricas que llevaron a la ciencia española desde el centro, Universidad Central de Madrid, hacia la periferia; de las transformaciones sociales y económicas que vivió la sociedad española durante las tres primeras décadas del siglo XX, de su reflejo en una universidad periférica como era la Universidad de Granada; del cambio de mentalidad que se operó en la élite intelectual española desde la pérdida de las últimas posesiones coloniales en 1898, y de la toma de conciencia de la pobreza generalizada en que vivía la mayoría de la población.

Como en una sucesión infinita de elementos van apareciendo las diferentes “cuestiones”. La cuestión universitaria, que reivindicaba la autonomía frente al Gobierno de turno para distanciarse de sus cíclicas crisis políticas, la cuestión social, con la aparición de una nueva clase social, el proletariado; la cuestión militar y la situación en Marruecos, que ponía de manifiesto todas las corruptelas del régimen oligárquico; la cuestión religiosa, que en sus múltiples formas subordinaba al Estado Español ante el Estado Vaticano; y la cuestión regional, dado que las élites y el Estado, a los ojos de los autores, obviaban que dentro de España había gentes que pensaban en cuatro lenguas diferentes y que la castellanización, y, por tanto, lo que consideran la “nacionalización”, habrían sido incompletas. Este era el mundo en que se crió Jesús Yoldi Bereau después de nacer en Arizkun, una pequeña aldea del Valle del Baztán, donde además existía un barrio, Bozate, habitado por los agotes, una minoria social marginada por razones que todavía hoy se continuan investigando. Yoldi abandonó pronto su pueblo para estudiar el Bachillerato en el Instituto General y Técnico de Zaragoza y la licenciatura en Ciencias Químicas en la universidad de la ciudad aragonesa, obteniendo el premio extraordinario en 1915, doctorándose por la Universidad Central de Madrid dos años después.

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Paraísos en el infierno. Drogas y Guerra Civil española | Jorge Marco

Drogas en la Guerra Civil espanola Foto Albero SegoviaBiblioteca Nacional de EspanaThe Objective.
Drogas en la Guerra Civil española | Foto: Albero Segovia/Biblioteca Nacional de España/The Objective.

Tras los estudios pioneros llevados a cabo en España en el pasado siglo, la historia de las drogas no ha vuelto a despertar una atención historiográfica similar. Esta tendencia llama la atención si se echa un rápido vistazo a las manifestaciones culturales recientes. Hitos como la publicación y posterior censura de Fariña (2015), obra del periodista gallego Nacho Carretero, el éxito televisivo de series como The Wire y Narcos, o los constantes reportajes sobre el auge del cultivo y el tráfico de estupefacientes a lo largo y ancho del país, reflejan el interés que esta cuestión despierta. En cambio, las y los historiadores han pasado de puntillas por este problema, publicándose algunas investigaciones que no han tenido la suficiente continuidad. Y eso que trabajos como este de Jorge Marco son una excelente demostración de la importancia social de las “sustancias psicoactivas”, pero ante todo por la posición privilegiada que estas ofrecen para profundizar en periodos tan transitados como la Guerra Civil española.

Una pequeña muestra de esta investigación se publicó en 2019 y sirvió para presentar la inusual Salida de las tinieblas, memorias del valenciano Juan Alonso Pérez. Al igual que su Hijos de una guerra (2010; 2019) permitía introducirse de una forma más atractiva a Guerrilleros y Vecinos en Armas (2012), este libro enmarcó el contexto vital, emocional e intelectual que ha llevado a la escritura final de esta obra. El testimonio de este médico ex toxicómano no solo es insólito por el tipo de relato vital que despliega, su tono y su intencionalidad, sino por la cantidad de elementos que ilumina sobre las drogas de nuestro pasado reciente. Las vívidas notas de su diario y la narración introspectiva de algunas de las experiencias que le tocó lidiar a causa de sus adicciones al alcohol y la morfina sirven para abrir una realidad que había quedado velada desde su publicación en la Transición, con la epidemia de consumo de heroína en ciernes. El escaso éxito comercial e interés académico de la primera edición resulta hoy insólito, si se considera el impacto que tuvieron más adelante muchas de estas sustancias, pero también por el peso que, como puede observarse entre sus líneas, ya tenían en procesos en los que habían sido circunscritas a lo meramente anecdótico o trivial.

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A imprenta y tírese. 80 años de la editorial CSIC | José María López Sánchez e Aba Fernández Gallego

La Editorial CSIC celebra su 75o aniversario Imagens CSIC
La Editorial CSIC celebra su 75º aniversario | Imagens: CSIC

El segundo número de la flamante colección “Historia del CSIC” de la editorial del Consejo es un voluminoso libro editado en tapa dura que aborda, en esta ocasión, no tanto la historia administrativa e institucional del Consejo Superior de Investigaciones Científicas (CSIC) (que también), sino, más concretamente, la historia de su Oficina o Departamento de Publicaciones. En otras palabras, el lector o lectora que se acerque a este libro encontrará en él una exhaustiva historia -fundamentada, principalmente, en un intenso y riguroso trabajo de investigación en fondos archivísticos- de los orígenes y el desarrollo de lo que hoy es la Editorial CSIC.

Una historia, por tanto, que hunde sus raíces necesariamente en los albores de la dictadura del general Francisco Franco (1892-1975) y en las entrañas del arbor scientiae del CSIC, la “joya de la corona” -dirán los autores- del ministro José Ibáñez Martín (1896-1969), su fundador y primer presidente. Así, navegando entre órdenes ministeriales, informes y demás documentos oficiales, los lectores conocerán cómo al tiempo que se articulaba normativamente al Consejo se creaba también, en abril de 1940, el cargo de Vicesecretario General del CSIC que ocuparía Alfredo Sánchez Bella (1916-1999). Él será el principal encargado de dar forma al embrión de la Oficina de Publicaciones del CSIC gestada entonces, paradójicamente, a partir del depósito de publicaciones de la extinta Junta para Ampliación de Estudios (JAE) y de los contratos de edición recibidos del Instituto de España. No obstante, pronto se pondría en funcionamiento un verdadero servicio editorial propio que encontró en la figura de Rafael de Balbín Lucas (1910-1978) al hombre que orientaría su política de publicaciones durante más de treinta años.

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La transfusión de sangre en España: tecnologías médicas y retos sociales (1909-1943) | Asclepio. Revista de Historia de la Medicina y de la Ciencia | 2022

Los días 24 y 25 de octubre de 2019 tuvo lugar en la Residència d’Investigadors de Barcelona un simposio bajo el título de Cirurgia de guerra: Josep Trueta i la medicina experimental (1921-1945). Aquel encuentro estuvo coordinado por Àlvar Martínez-Vidal (Institut Interuniversitari López Piñero – UV) y Jon Arrizabalaga (CSIC, Institució Milà i Fontanals, Barcelona) y organizado por la Societat Catalana d’Història de la Ciència i la Tècnica (SCHCT-IEC) y se financió, en parte, a través del Proyecto MINECO/FEDER HAR2015-67723-P “Acciones de socorro y tecnologías médicas en emergencias humanitarias”. Si bien en aquella ocasión la transfusión de sangre no se trató de manera monográfica, se hizo muy evidente la importancia de su abordaje en profundidad debido a las lagunas historiográficas existentes. En consecuencia, en noviembre de 2020, con el mundo confinado por la amenaza de la Covid-19, Linda Palfreeman y Xavier García Ferrandis coordinaron una mesa temática en el transcurso de la XVI Trobada d’Història de la Ciència i de la Tècnica, titulada La transfusió de sang en la història: tecnologies mèdiques i reptes socials. Al mes siguiente, tuvo lugar una reunión de trabajo telemática entre los participantes en aquella mesa redonda, cuyo objetivo fue proseguir con el debate iniciado en la Trobada. Estos son los antecedentes inmediatos de este dosier monográfico, que se ha financiado en parte gracias al proyecto “Acción médica humanitaria transnacional e innovación tecnológica en espacios de confinamiento (1870-1950)” (PID2019-104581GB-I00), del Ministerio de Ciencia, Innovación y Universidades del Gobierno de España. Leia Mais

Esboços – Histórias em Contextos Globais. Florianópolis, v. 29, n.50, 2022.

Esbocos3 2

Expediente

Editorial

Dossiê “Radical History em contextos globais”

Publicado: 2022-06-09

História da Enfermagem: Revista Eletrônica. Brasília, v.13, n.1, 2022.

HISTORIA DA ENFERMAGEM3

EDITORIAL

ARTIGOS ORIGINAIS

FONTES / DOCUMENTOS HISTÓRICOS

IN MEMORIAM

POSTED BY: HERE 8 DE JUNHO DE 2022

Em busca do Submarino U-513. Uma incrível aventura nos mares do sul | Vilfredo Schürmann

Vilfredo Schurmann Foto Maria MuinaVeja
Vilfredo Schurmann | Foto: Maria Muina/Veja

A localização do Submarino alemão U-513 está entre os maiores feitos da Arqueologia Subaquática no Brasil, considerando a complexidade para encontrar um casco soçobrado a 130 metros de profundidade, a 83 km da costa, no través da Ilha do Arvoredo, litoral de Santa Catarina. Também é uma importante contribuição à História Naval, pois encontrar barcos da Segunda Guerra Mundial que causaram tantas perdas humanas e materiais pode ter muitos significados e abrir novas linhas de investigação. A localização foi em tempo recorde, cerca de dois anos desde o início efetivo do projeto, considerando a imprecisão da coordenada registrada pelo avião da Marinha norte-americana que afundou o submarino alemão, em julho de 1943. Ou seja, não era conhecido o local exato do afundamento, daí a importância teórica e metodológica do projeto e seus caminhos para descobrir uma posição oceânica! Para dar a compreender a complexidade desta expedição científica, o livro destaca as palavras do oceanógrafo Thomáz Tessler, um dos membros da equipe: “para entendermos o quanto a área de busca é importante no planejamento”, ele fez a seguinte analogia: “é como encontrar metade de uma ervilha em um campo de futebol… você só pode enxergá-la um centímetro à sua frente, isso porque a distância entre o sensor do magnetômetro e o objeto que estamos procurando não pode ser grande”. Leia Mais

Navigator. Rio de Janeiro, v.18, n.35, 2022.

Navigator1

Dossiê O mar e as lutas pela independência na América luso-espanhola

Apresentação

Dossiê

Artigos

Resenha

Documento

Publicado: 2022-06-08

História de la Educación – Anuario. Buenos Aires, Vol. 21 Núm. 1, 2020

Número completo

Editorial

Dossier Historia de la Educación Inicial

Reseñas

Publicado: 2022-06-07

História de la Educación – Anuario. Buenos Aires, Vol. 23 Núm. 1, 2022

Número completo

Editorial

Publicado: 2022-06-07

Fênix – Revista de História e Estudos Culturais. Uberlândia, v.19, n.1, 2022.

Publicado: 2022-06-06

Antonio Fagundes no palco da História: um ator | Rosangela Patriota

Antonio Fagundes Cassia Kiss e Rosangela Patriota Imagens A G News 1
Antonio Fagundes, Cássia Kiss e Rosangela Patriota | Imagens: A G News

A definição de um bom trabalho historiográfico depende de variáveis que convergem para o trato acadêmico sistematizado e com fundamentação teórica. Diante disso, o acesso ao conhecimento é possível, entre outras coisas, pela capacidade do historiador em se disponibilizar a apreciar um determinado tema e, a partir daí, realizar recortes, recuperar fontes, organizar ideias, confrontar versões e tomar decisões diretamente relacionadas à composição da narrativa e da análise. Enfim, construir interpretações na área de História é um processo denso, que demanda tempo e envolvimento com a pesquisa. Certamente por isso, livros publicados por pesquisadores experientes chamam a atenção e auxiliam as novas gerações de pesquisadores.

Lançado em 2018, pela Editora Perspectiva, o livro Antonio Fagundes no palco da história: um ator, da historiadora Rosangela Patriota, é um desses casos. Dedicada ao estudo da relação entre História e Teatro, a pesquisadora possui vasto currículo, que abrange, por exemplo, a publicação de inúmeros artigos e livros, o desenvolvimento de projetos de pesquisas financiados por órgãos de fomento e orientações de mestrado e doutorado que versam sobre o tema.

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Construindo instrumentos de avaliação para o Ensino Fundamental

 

Um instrumento de avaliação, como descrito etimologicamente, é um “meio” (Houaiss, 2021) interposto entre a expressão do seu desejo (formalizado em objetivo, meta) e a imagem do seu desejo supostamente satisfeito.

O instrumento não tem fim em si mesmo. Não é bom nem mau por si próprio. Sobre o instrumento, dizemos que ele é adequado ou que ele não é adequado para realizar determinado propósito de certo profissional.

No mesmo caminho, se você deseja que o seu aluno interiorize o valor do respeito ao tempo de fala e à natureza da opinião do colega, o observar os seus gestos e o analisar as suas falas em meio à um trabalho que ele realiza em equipe são os instrumentos de ensino-aprendizagem.

Se você deseja que o seu aluno retenha uma definição de fato e lança mão da comunicação oral ou da sugestão de leitura para que o seu aluno retenha a definição de fato, o comunicar oralmente ou o fornecer texto e solicitar que o aluno o leia são os instrumentos de ensino-aprendizagem.

Em outra situação, se você deseja aferir se o seu aluno retém uma definição de fato e lança mão da comunicação oral ou da sugestão de leitura para que o seu aluno conheça uma definição de fato e ele retém, o comunicar oralmente ou o fornecer texto e solicitar que o aluno o leia e expresse noção de fato são os instrumentos de avaliação da aprendizagem.

Você pode estar pensando que o último parágrafo lido repete o anterior. Mas não repetimos os parágrafos. Ao empregar os mesmos exemplos, quisemos demonstrar que um instrumento de ensino-aprendizagem pode ganhar a forma de um instrumento de avaliação e é isso que acontece, em geral, quando as ações – ensinar/aprender/ avaliar – são coerentes e alinhadas entre si. A distinção, por exemplo, entre o enunciado de ensino-aprendizagem e o de avaliação é apenas de função. A natureza é idêntica.

Se você conseguiu elaborar expectativas de aprendizagem e traduzi-las em atos de ensino-aprendizagem constitutivos de sequências didáticas, você já sabe construir instrumentos de avaliação. O que fazemos agora é, apenas, rememorar declarações anteriores, definindo, tipificando e exemplificando cada um dos constituintes dos instrumentos de avaliação: habilidades, conhecimentos declarativos, conhecimentos funcionais, capacidades, itens de resposta selecionada e itens de resposta construída.

O Item de prova é um “instrumento de avaliação” ou simples “unidade de medida” (Luckesi (2014, pos. 865, 612-625; Osterlind; 2002, p.19, p.37; Haladyna; Rodrigues, 2013, p.44; Pasquali, 1980, p.63). Essa unidade de medida tem a função de aferir o cumprimento de expectativas de aprendizagem. O item, por sua vez, informa ao aluno quais os conhecimentos, habilidades ou conjunto de tarefas relacionadas a uma competência científica ou profissional que você espera que ele atinja.

O “item” de prova é referido cotidianamente como “questão” ou “tarefa”. Estes dois termos são imprecisos porque somente expressam uma parte do enunciado: o comando do item (Osterlind, 2002, p.22, p.30). Aqui, o item de prova – proveniente da palavra “item”, unidade individual de um conjunto definido por características gerais (Houaiss, 2020) – está constituído por quatro partes: enunciado, estímulo, comando e alternativas de resposta (gabarito e distratores e justificativas das alternativas de resposta). Observe exemplos clássicos de item de prova nas ilustrações 2 e 3.

 

Ilustração 2. Exemplo de estrutura de um item de prova para o Ensino superior
Leia o texto abaixo [Enunciado]
Segundo Katrin Weller, investigadora do GESIS Leibniz Institute for the Social Sciences, na Alemanha, as redes sociais deixaram de ser apenas um meio para comunicar com os amigos e familiares. Tornaram-se uma forma de registar os mais importantes acontecimentos sociais do nosso século. É por isso natural que, com o passar das décadas, plataformas como o Twitter ou o Facebook acabem por servir como fonte histórica. (Cipriano, 2015) [Estímulo]
Com base nesta proposição e nas informações colhidas na entrevista original (disponível aqui), selecione a frase que, de modo mais completo possível, responde à questão que se segue: “Que dificuldade as fontes digitais, como as mensagens do Facebook e do Twiter, podem apresentar aos que querem utilizá-las como fontes históricas sobre o tempo presente?” [Comando]
(   ) a fragilidade da conservação dos dados digitais.
(   ) a futilidade do teor das mensagens.
(   ) a extensão dos acervos.
(   ) [Não sei]. [Opções de resposta]

 

O item da ilustração 2 é destinado à avaliação de alunos do ensino superior, mas a estrutura retórica do item de prova é igual à do item de prova planejado para o ensino básico, já que possui estímulo, comando e opções de resposta.

No que diz respeito ao comando, o que planejador deseja que o aluno faça é responder (verbo indicador da ação) a uma questão sobre dificuldades de uso de fontes digitais (complemento do verbo indicador da ação), de modo mais completo (circunstância).

Já na ilustração 3, direcionada aos anos iniciais, o que o planejador deseja que o aluno faça é identificar (verbo indicador da ação) uma opinião (complemento  do verbo indicador da ação), expressa em um texto do gênero notícia (circunstância).

 

Ilustração 3. Exemplo de estrutura de um item de prova para o 5º ano do Ensino Fundamental
Leia a notícia a seguir. [Enunciado]
Honestidade: criança devolve dinheiro que achou em livro
[...] “Apesar do senso comum dizer que é preciso levar vantagem em tudo, a honestidade ainda vale a pena”. Com esse desabafo, o professor de História de
uma escola municipal, F. Duarte, contou a história de uma criança que mostrou a essência da palavra honestidade em ações.
Emoções à parte, o professor informou que durante a aula de História do 6º ano Manhã, nessa terça-feira (26), a aluna Ana K. de L. M., de apenas 10 anos, pegou um livro da sala de leitura, quando se surpreendeu com a quantia de R$300 ao folheá-lo.
Ao ver o dinheiro, a menina logo anunciou ao professor sobre o que tinha achado. Segundo Duarte, um colega de classe perguntou o porquê de ela ter falado e não ter colocado dentro do bolso. A resposta de Ana K. foi dura: “Eu não quero ficar com nada de ninguém”.
A criança, então, foi levada de sala em sala, sendo apontada como um exemplo de honestidade a ser seguido pelos demais. [...] (NARLLA, H. Tribuna do Ceará, 27 mar. 2013. Disponível em: <http://tribunadoceara.uol.com.br/noticias/fortaleza/honestidade-crianca-devolve-dinheiro-que-achou-em-livro>. Acesso em: 14 dez. 2017. Fragmento) [Estímulo]

Nessa notícia, há uma opinião que está expressa em: [Comando]

( A ) “‘Apesar do senso comum dizer que é preciso levar vantagem em tudo, a honestidade ainda vale a pena’.”

( B ) “[...] a aluna Ana K. de L. M., de apenas 10 anos, pegou um livro da sala de leitura.” [Opções de resposta]

( C ) “Ao ver o dinheiro, a menina logo anunciou ao professor sobre o que tinha achado.” [Gabarito ou opção de resposta correta]

( D ) “[...] um colega de classe perguntou o porquê de ela ter falado e não ter colocado dentro do bolso. [Distrator ou opção de resposta incorreta]

Justificativa

A O aluno que seleciona esta alternativa entende que a fala do professor expressa a opinião dele em relação à ação da aluna.

B O aluno que seleciona esta alternativa não compreende que ela apresenta uma descrição objetiva da aluna e de suas respectivas ações.

C O aluno que seleciona esta alternativa não compreende que, no trecho, há apenas fatos. [Justificativas do Gabarito]

D O aluno que seleciona esta alternativa não compreende que o trecho apresenta apenas um relato de um acontecimento, sem se emitir nenhuma opinião. [Justificativas do Detrator]

Fonte: Edocente.com, sd.

 

Em geral, os itens são constituídos por uma quantidade de elementos que varia entre três e oito. A nomenclatura desses elementos, entretanto, pouco muda.

Nesta aula, separamos “enunciado”, “estímulo” e “comando”, designamos as opções de respostas por “gabarito” e “distratores” e incluímos as “justificativas do gabarito e dos distratores” e a escala de pontuação ou rubrica como elemento estruturante do item (Osterlind, 2002, p.19; Haladyna; Rodrigues, 2013, p.3; Rodriguez; Albano, 2017, p.35; CAED, sd. p.17).

O enunciado é o primeiro elemento do item de prova. Ele é constituído por um comando preliminar que orienta o que fazer, inicialmente, um texto escrito, uma imagem ou um infográfico para responder ao comando principal (vulgarmente chamado de questão de prova).

Estímulo é o nome desse texto que o aluno é convocado a ler: um fragmento de poema, uma história, fotografia, gráfico de linhas etc. Ele corresponde à aprendizagem esperada, pois contempla, de modo indireto, informações que podem aumentar a convicção do(a) aluno(a) de que a alternativa selecionada está correta.

O estímulo também chama a atenção do aluno para o tema que está em avaliação. Ele evoca a lembrança do aluno para o centro do programa de curso. Ele faz o papel de um professor ao dizer, implicitamente: Caro aluno, esta questão se refere à primeira unidade, que trata de assunto tal.

O estímulo, por fim, pode fornecer informações sobre tempo, espaço e circunstâncias, situando o aluno, evocando seus conhecimentos prévios. Por essa razão, o estímulo é muitas vezes chamado de “contexto”.

O comando, como a palavra sugere, informa ao aluno o que ele deve fazer, em acordo com a expectativa de aprendizagem. Por essa razão, comandos devem ser breves e claros. Podem ser interrogações, declarações afirmativas completas ou incompletas.

Um comando pode traduzir exatamente uma expectativa de aprendizagem e/ou uma atividade de ensino-aprendizagem, mas pode também dar conta de apenas uma ação dentre as prescritas por uma expectativa ou uma atividade de aprendizagem. Dizendo de outro modo, um comando pode dar conta de parte de uma expectativa, de uma ou de várias expectativas, de parte de uma atividade ou de várias ou atividades de ensino-aprendizagem.

As alternativas de resposta também correspondem à aprendizagem esperada. São enunciados que oferecem possibilidades de o(a) aluno(a) demonstrar que conhece o suficiente os elementos de composição de itens de prova para identificá-los entre outras expressões que não correspondem a elementos de composição de itens de prova “conforme” prescrito pelo autor citado no estímulo.

A estrutura sintática das alternativas depende da estrutura sintática de um comando. Se ele afirma algo, certamente requererá do aluno confirmação ou negação como resposta. Se ele deixa incompleta a declaração, provavelmente, solicitará que o aluno complete a frase.

Quanto ao número ideal de alternativas de resposta, não há consenso entre especialistas. Aqui, sugerimos que empreguem três alternativas com uma quarta alternativa (se for adequado) valiosa para a avaliação diagnóstica e a autoavaliação: a alternativa “não sei”.

As alternativas de resposta não devem ser produzidas aleatoriamente. Se a função da avaliação é auxiliar o aluno, nenhuma alternativa de induzi-lo à erro (ao menos a um novo erro). Alternativas de respostas são o que são: alternativas. Não podem ser armadilhas. Devem ajudar a medir o que o aluno sabe ou sabe fazer.

Assim (para consumo interno), cada alternativa de resposta deve ser acompanhada de uma justificativa. Para a alternativa correta, escrevemos gabarito. Para as incorretas, escrevemos distratores. Essas são as expressões técnicas para as explicações sobre as prováveis causas de erro e as causas das respostas corretas.

Além das alternativas de resposta, com seus respectivos distratores e gabarito, o item de prova pode conter uma escala de pontuação ou rubrica.

A rubrica tem a função de orientar a conversão dos resultados em conceitos ou notas. Elas hierarquizam o desempenho no contexto individual de aprendizagem e permitem comparações. Elas nos auxiliam também a construir perfis do desempenho coletivo.

Essa situação vale, principalmente, para os itens de formado aberto ou de resposta construída pelo(a) aluno(a), como nas ilustrações 4 e 5.

 

Ilustração 4. Exemplo de rubrica de um item de prova para o 3º ano do Ensino Fundamental
Marque as palavras do quadro que estão na música do cravo e da rosa.
Manhã
O CRAVO BRIGOU COM A ROSA
DEBAIXO DE UMA SACADA
O CRAVO SAIU FERIDO
E A ROSA DESPEDAÇADA
Questão 4
LEITURA DE UM TRECHO DE UMA CANTIGA
Esta questão pretende avaliar se, sabendo o texto de cor e informado do que está escrito em cada linha, o aluno consegue localizar algumas das palavras do texto (sempre textos conhecidos ou que possam ser facilmente memorizados na própria situação de avaliação).

As palavras cuja localização foi solicitada na avaliação do 3º Ano do Ensino Fundamental no SARESP 2018 estão destacadas nas cantigas apresentadas a seguir.

Categorias de resposta:
(A) Marcou pelo menos 05 (cinco) das palavras ditadas.
(B) Marcou pelo menos 03 (três) das palavras ditadas.
(C) Marcou aleatoriamente ou marcou todas as palavras.
(D) Não marcou nada.
Fonte: Elaborado por São Paulo/SARESP (2019. Adaptado).
 

 

Ilustração 5. Mais um exemplo de rubrica de um item de prova para o 3º ano do Ensino Fundamental (II)
Escreva o seu nome. [Comando]
________________________________________________________ [Resposta a ser construída]
Questão 1
ESCRITA DO NOME PRÓPRIO
Esta questão pretende avaliar o conhecimento do aluno sobre a forma escrita de seu próprio nome.

Categorias de resposta [Rubrica]
(A) Escreveu o nome e pelo menos um sobrenome.
(B) Escreveu somente o nome.
(C) Escreveu de forma não reconhecível.
(D) Ausência de resposta.

Fonte: Elaborado por São Paulo/SARESP (2019. Adaptado).

 

Na ilustração 4, temos um item de prova do tipo resposta selecionada, ou seja, para o item que apresenta possibilidades de resposta e limita a ação do aluno à tais possibilidades. A rubrica para este item é construída com elementos contáveis. O desempenho do aluno é tipificado a partir da quantidade de palavras que ele consegue relacionar entre o que lembra e o que identifica visualmente.

Já Na ilustração 5, temos um item de prova do tipo resposta construída, ou seja, pra o item que solicita do aluno a criação da resposta. Mais que no caso anterior, o item de resposta construída mede qualitativamente o desempenho do aluno, analisando integralidade da escrita do nome e pela clareza da grafia, por exemplo.

 

5.4. Especificando o objeto da mensuração

Já vimos as semelhanças sintáticas entre os enunciados de expectativas de aprendizagem, atividades e itens de prova. Vimos, inclusive, que todos eles são estruturados em verbos e complementos aos quais designamos, em geral, por habilidades e conhecimentos e (em alguns casos de coligação desses termos) capacidades. Aqui, vamos definir e detalhar esses três elementos constituintes do que se chama, cotidiana e equivocamente de “conteúdo.

Considerem o exemplo expresso na ilustração 6. Designando os objetos pela terminologia acima, percebemos implicitamente o “identificar” como uma habilidade e a “opinião sobre a princesa” como conhecimento.

 

Ilustração 6. Exemplo de item de prova que contempla habilidade e conhecimento

 

Leia o texto abaixo e responda à questão. [Enunciado]
PRINCESA NENÚFAR ELFO-ELFA
Nasceu já bem pálida, de olhos claros e cabelos loiros, quase brancos. Foi se tornando invisível já na infância e viveu o resto da vida num castelo mal-assombrado, com fantasmas amigos da família. Dizem que é muito bonita, mas é bem difícil de se saber se é verdade.
(SOUZA, Flávio de. Príncipes e princesas, sapos e lagartos. Histórias modernas de tempos antigos. Editora FTD, sdt., p.16. Fragmento).
A opinião das pessoas sobre a princesa é de que ela [Enunciado/Comando]
(A) É muito bonita. [Gabarito]
(B) é pálida, de olhos claros.
(C) tem cabelos quase brancos.
(D) vive num castelo. [Alternativa de resposta]
Caracterize uma carta de sesmaria expedida no século XVI a partir da análise dos seus elementos físicos.
Fonte: Elaborado por JUIZ DE FORA, 2008. p.27. Adaptado).

 

Quando anunciamos o que o aluno deve aprender (ilustração 5.4), estamos tratando do convencional “conteúdo”. Se o que o aluno deve aprender é caracterizar identificar a opinião de pessoas sobre determinado personagem, podemos concluir que o conteúdo ou o objeto da aprendizagem é constituído por esses dois elementos: a habilidade (identificar) e o conhecimento (uma opinião).

Por isso, desse ponto em diante, solicitamos que substituam, momentaneamente, a palavra conteúdo pela expressão objeto de aprendizagem (o que o aluno deve aprender), ou seja, conteúdo, nesta nossa atividade de aprendizagem, significa “habilidade”, “conhecimento” e “valor”.

Habilidade é a qualidade de poder fazer e é o próprio poder de fazer algo. Ser ou estar habilitado e ser ou estar apto ou demonstrar destreza ou disposição (Houaiss, 2020).

Ser habilidoso ou hábil a distinguir fato de opinião, por exemplo, é demonstrar poder de distinguir fato de opinião, é demonstrar domínio ou maestria na distinção entre fato e opinião. É demonstrar o poder de selecionar, criticar e sintetizar informações de fonte confiável, transformá-las em argumentos e convencer o outro sobre a plausibilidade, a coerência ou a superioridade da sua opinião.

Não há nada de estranho em uma prova que solicita ao aluno recuperar de memória e descrever a sua lembrança de como ele mesmo (ou alguém) executou determinado procedimento ou criou um produto. A habilidade de rememorar não é inerente ao comportamentalismo, assim como a habilidade de aplicar não é inerente ao construtivismo.

Numa tipificação singela e funcional, identificamos (em todas as expectativas de aprendizagem, de atividades e itens de prova): habilidades de baixa complexidade, como os processos mentais de lembrar, compreender, e habilidades mentais de alta complexidade, como os processos de aplicar, criar e criticar.

A seleção da complexidade (alta ou de baixa) e a hierarquização (a habilidade que vem antes, durante ou depois) no planejamento e a fundamentação das hierarquias entre as habilidades segue padrões ditados por várias das taxonomias (de objetivos educacionais, de habilidades e conhecimentos etc.) que circulam entre os teóricos do currículo, do desenvolvimento humano e da aprendizagem.

No início de uma unidade, você pode considerar fundamental a retenção de alguns conceitos e, por isso, planejar atividades que mobilizem habilidades de baixa complexidade como o “lembrar” e o “identificar”. Na última unidade, da mesma forma, quando você julgar que o aluno já domina determinadas categorias, pode programar atividades que envolvam o domínio de processos ou de criação de produtos. A esses atos de planejamento, nós chamamos de progressão das aprendizagens.

Esses níveis de complexidade ou estratégias de planejamento da progressão das aprendizagens, evidentemente, estão aqui dispostos de modo didático e teórico. Na prática, a complexidade de uma atividade ou de um item de prova pode ser estabelecida por outras variáveis, como quantidade de ações requeridas em uma tarefa, a faixa etária à qual pertence o aluno, a experiência prévia (ou a ausência dela) e o conhecimento exigido para o desempenho do aluno.

Isso é importante reter: nem toda estratégia de ensino-aprendizagem se inicia com atividades que requerem baixas habilidades (mentais, psicomotoras etc.). A complexidade de uma atividade depende da combinação que fazemos, principalmente, entre a habilidade, o conhecimento e o valor. Vamos tratar de cada um desses elementos, iniciando com o menos comum.

Valor é uma qualidade que conferimos aos a um pensamento, um sentimento, uma ação e, sobretudo, aos produtos de uma ação. Dizemos, então, que um objeto vale ou não vale, e que vale mais ou vale menos em comparação a outro objeto.

Da mesma forma, dizemos que a ação de votar vale, não vale, vale mais ou vale menos que a ação de eleger-se; dizemos que o direito não se vacinar é inferior (vale menos) ao direito à saúde coletiva (vale mais); que o direito à liberdade individual pode ser cassado (vale menos) pelo Estado; que o Estado tem o direito de prender (vale mais) alguém provoca uma comprovada morte dolosa, cerceando o direito à vida (vale mais) do outro.

Valores não são genéticos. Valores são aprendidos. Valores são, portanto, objetos de ensino-aprendizagem. Por isso, valores estão prescritos na Constituição. Já no preâmbulo da Carta, nos deparamos com a expressão “valores supremos”. Eles são: os direitos à “liberdade”, “segurança”, “bem-estar”, “desenvolvimento”, “igualdade” e “justiça”. Valores também estão prescritos nos “fundamentos do Estado de Direito”, como os “valores sociais do trabalho e da livre iniciativa”. Estão no capítulo relativo aos direitos políticos a exemplo da “igualdade de direito de voto”.

Esses valores são desmembrados em outros valores e traduzidos em princípios, expectativas de aprendizagens e em descritores de avaliação na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, na BNCC e na Matriz do SAEB.

Contudo, valores por si sós não constituem expectativas de aprendizagem. Da mesma forma que, na vida prática, os pensamentos, os sentimentos e as ações estão imersas em valores (pensamos, sentimos e agimos fundamentados em valores), no planejamento do ensino-aprendizagem e da avaliação, os valores podem ou não estar explícitos nas expectativas de aprendizagem e nos descritores. Em geral, eles podem ser visualizados no conjunto da expectativa e, principalmente, nos conhecimentos veiculados por essa mesma expectativa.

Conhecimento é uma percepção mental. É um objeto de aprendizagem passível de lembrança, compreensão ou aplicação. Conhecimentos, em geral, são tipificados como: fato, conceito, princípio ou processo (Bloom, 1977).

Essa divisão quadripartite facilita o nosso trabalho de ensinar a construir expectativas de aprendizagem e comandos de item. No dia a dia, contudo, encontramos mais de duas centenas de palavras indicadoras de conhecimento.

Não bastasse tal variação, conhecimentos são classificados de diferentes maneiras, em acordo com a noção de desenvolvimento humano e de cognição que fundamentam as já referidas taxonomias.

Além da sequência anunciada acima – fato/conceito/princípio/processo –, vocês vão encontrar conhecimento tipificado como: processual/metacognitivo (Anderson e Krathwohl, 2001), informacional/mental/psicomotor (Marzano; Kendall, 2007), verbal/quantitativo/analítico (Haladyna; Rodrigues, 2013), conhecimento funcional/declarativo (Biggs; Tang, 2011).

Mas não vamos discutir a complexidade dessas alternativas. Nesta aula, tomamos o caminho mais conhecido e didático que é separar, de modo típico-ideal, o verbo e o seu complemento.

 

Ilustração 7.
 
Identificar e elaborar diferentes formas de representação (desenhos, mapas
mentais, maquetes) para representar componentes da paisagem dos lugares de vivência. (EF02GE08-BNCC)

 

Na Ilustração 7, por exemplo, é fácil separar, de modo típico-ideal, o verbo e o seu complemento. O “identifique” e o “elabore” e o implícito “represente” são habilidades, enquanto a expressão “formas de representação” é um conhecimento a ser demonstrado.

Por outro lado, quando solicitamos que o aluno leia um texto ficcional e elabore uma maquete de um engenho colonial para representar as distinções sociais e econômicas dos senhores de engenho, dos trabalhadores livres e dos trabalhadores escravizados anunciadas no referido texto, a separação clara entre habilidade e conhecimento com vistas à avaliação é praticamente impossível.

Essa dificuldade também encontramos ao solicitar do aluno que demonstre o que deve fazer uma pessoa que quer proteger animais abandonados nas ruas, engajando-se em atividades de uma Organização Não Governamental.

Em ambas as situações, traduzir as tarefas em uma frase, deixando nítidos os conhecimentos e as habilidades a serem mobilizadas é uma tarefa inglória.

Assim, para designar esse complexo de habilidades e conhecimentos com o objetivo de cumprir tarefas complexas, demandadas por certa situação de estudo, trabalho ou na resolução de um problema na vida prática, empregaremos outra palavra: capacidade.

Capacidade é o poder mental e/ou físico de fazer algo com alguma coisa. As capacidades reúnem habilidades e conhecimentos para resolver tarefas complexas no contexto de determinada demanda formativa de sociabilidade, científica ou profissional.

Para a primeira tarefa acima, a expressão que sintetiza esses conhecimentos e habilidades é a “capacidade de representar o passado mediante a elaboração de artefatos associados a narrativas orais”. No caso do segundo exemplo, a expressão síntese é a “capacidade de engajar-se em projetos solidários de proteção aos animais”.

 

5.5. Selecionando tipos de itens de prova

Essa natureza do objeto de aprendizagem – uma habilidade, um conhecimento, uma capacidade que mobiliza habilidade, conhecimento e valor, por exemplo – é um determinante da escolha do tipo de item que constituirá a sua prova.

Aqui, é importante repetir o que afirmamos sobre o comando: não há item bom ou ruim. Há item adequado ou inadequado ao que você quer mensurar e à situação (diagnosticar, atribuir notas etc.).

Suponhamos que você queira medir o grau de compreensão que o aluno retem de fato; suponhamos, ainda que queira fazê-lo de modo rápido e diagnóstico e, ainda, que deseje comparar os resultados dos alunos para construir um perfil da turma. Neste caso, você pode lançar mão do item de resposta construída, ou seja, do item que apresenta alternativas de respostas para a livre escolha do aluno.

Na ilustração 8, temos um exemplo de aferição da compreensão de fato, mediante a leitura de notícia de jornal, o grifo de palavras e a seleção de uma entre as alternativas fornecidas pelo professor.

 

Ilustração 8. Exemplo de item de prova do tipo resposta selecionada

 

Leia a imagem e o texto e responda o que se pede [Enunciado]
Igreja 'flutua' a 31 m para ser preservada em obra na região da Avenida Paulista
Complexo Matarazzo, que terá hotel e shopping, mantém estrutura suspensa
A operação, que surpreendeu quem mora e trabalha ao lado do terreno, foi projetada para proteger a estrutura da igreja de Santa Luzia durante as obras do futuro complexo Cidade Matarazzo. Inaugurada em 1922, ela é tombada como patrimônio histórico. Ao redor da igreja, será construído um conjunto com hotel, shopping e uma torre de 22 andares assinada pelo arquiteto francês Jean Nouvel.
De acordo com o engenheiro Maurício Bianchi, responsável pela obra no complexo Matarazzo, foi necessário manter a capela suspensa para aproveitar ao máximo o terreno. Ele explica que várias partes do antigo hospital são protegidas pelo patrimônio histórico, o que obriga o aproveitamento máximo de cada centímetro. Um sistema de oito profundas colunas - com 31 metros de altura, além de outros 23 metros sob o solo - conectadas por uma laje foi construído no entorno e abaixo da capela, que originalmente possuía só 1,5 metro de fundação.
Para evitar qualquer rachadura, a escavação das colunas não foi feita com bateestacas, mas sim com uma perfuratriz de baixa percussão, da maneira mais lenta possível. "Eu deixava até um copo de água sobre o altar para ter certeza de que as vibrações eram mínimas", conta Bianchi. 9
Somente então foi iniciada a etapa mais delicada do procedimento. Através de processos como o hidrojateamento, espécie de bombeamento de água sob alta pressão, a terra acomodada sob o prédio foi lentamente removida. Questionado sobre os eventuais prejuízos que a operação causou ao prédio, ele é categórico: "O resultado é impecável”.
Apenas o piso da capela Santa Luzia sofreu modificações. Para mantê-lo intacto e sem quebras, foi necessário desmontá-lo em peças, que foram catalogadas uma a uma, como em um quebra-cabeças. O altar também seria removido, mas os engenheiros temeram danos ao mármore e preferiram instalar sob ele uma laje adicional de sustentação. (Adaptado de acesso em 05.jul.2018) [Estímulo]
QUESTÃO 1
Quando questionado sobre o resultado da operação, Maurício Bianchi afirma que foi [Enunciado/Comando]
(A) surpreendente.
(B) impecável.
(C) satisfatório.
(D) vibrante. [Alternativas de resposta]

 

Grade de Correção
Alternativas
Observações
(A) surpreendente.
Incorreta – em se tratando da observação / apreciação do engenheiro responsável ele afirma que o trabalho realizado foi de maneira impecável, como explicitado no texto. [Distrator]
(B) impecável.
Correta - Os alunos que optaram por essa alternativa não apresentam dificuldades em distinguir fato de declaração de sujeitos ou opinião em uma notícia de jornal. [Gabarito]
(C) satisfatório.
Incorreta – a declaração do engenheiro chefe da operação não relata que a operação tenha sido satisfatória, mas sim impecável.
(D) vibrante.
Incorreta – a declaração do engenheiro chefe da operação relata que a mesma tenha sido impecável e não vibrante como aponta a alternativa. Os alunos que optaram por essa alternativa demonstraram incompreensão no que diz respeito à distinguir a declaração de sujeito em uma notícia.
Fonte: Elaborado por São Paulo (2018, p.8-9).

 

Se, por outro lado, você não quer aferir apenas o grau de compreensão do aluno sobre os traços distintivos de opinião, desejando perceber o seu poder de apresentar opinião pessoal baseada em fatos e quer conhecer individualmente as dificuldades e facilidades dos alunos, você pode lançar mão do item de resposta construída, ou seja, do item que exige a construção de textos como parte principal do cumprimento da tarefa.

Neste segundo caso (ilustração 9), você terá que construir uma escala de pontuação ou uma rubrica para avaliar o desempenho a partir de parâmetros justos e quantificáveis.

 

Ilustração 9. Exemplo de item de prova do tipo resposta selecionada

 

Leia a imagem e o texto e responda o que se pede [Enunciado]
Igreja 'flutua' a 31 m para ser preservada em obra na região da Avenida Paulista
Complexo Matarazzo, que terá hotel e shopping, mantém estrutura suspensa
A operação, que surpreendeu quem mora e trabalha ao lado do terreno, foi projetada para proteger a estrutura da igreja de Santa Luzia durante as obras do futuro complexo Cidade Matarazzo. Inaugurada em 1922, ela é tombada como patrimônio histórico. Ao redor da igreja, será construído um conjunto com hotel, shopping e uma torre de 22 andares assinada pelo arquiteto francês Jean Nouvel.
De acordo com o engenheiro Maurício Bianchi, responsável pela obra no complexo Matarazzo, foi necessário manter a capela suspensa para aproveitar ao máximo o terreno. Ele explica que várias partes do antigo hospital são protegidas pelo patrimônio histórico, o que obriga o aproveitamento máximo de cada centímetro. Um sistema de oito profundas colunas - com 31 metros de altura, além de outros 23 metros sob o solo - conectadas por uma laje foi construído no entorno e abaixo da capela, que originalmente possuía só 1,5 metro de fundação. [...] (Adaptado de acesso em 05.jul.2018) [Estímulo]
QUESTÃO 1
O complexo Cidade Matarazzo deveria ou não deveria ser construído em torno da igreja de Santa Luzia? Apresente a sua opinião sobre essa questão por escrito, considerando informações fornecidas no texto acima e respeitando as normas da língua culta.

 

Escala de Pontuação [Rubrica]
Conceitos
Desempenho esperado
Excelente
Apresenta opinião, considerando informações fornecidas no texto e fora dele.
Bom
Apresenta opinião, considerando informações fornecidas no texto
Satisfatório
Apresenta opinião
Insuficiente
Não apresenta opinião
Fonte: Adaptado de São Paulo (2018, p.8-9).

 


Atividade

Na literatura especializada, nos manuais de formação continuada, nos livros didáticos, no sites de suporte ao professor vocês encontrarão centenas de formatos de itens de prova que se enquadram em um desses dois tipos básicos que tratamos aqui. Agora, revisem os conhecimentos apreendidos neste texto e construam vocês mesmos os seus próprios inventários de modelos.

Aqui, em sala, contudo, vamos elaborar três itens de prova adequados a conteúdo distinto: conhecimento declarativo (um saber) e conhecimento funcional (um saber-fazer).

Elaborem um item de prova (diagnóstica, formativa ou somativa) construído com o auxílio do texto que acabamos de interpretar, entre os três tipos listados abaixo.

  1. Um item de prova para conhecimentos declarativos com alternativa de resposta selecionada;
  2. Um item de prova para conhecimentos declarativos com alternativa de resposta construída, acompanhado de rubrica ou escala de pontuação.
  3. Um item de prova para conhecimentos funcionais, acompanhado da respectiva rubrica ou escala de pontuação.

 

Bom trabalho!

 


Referências

ARREDONDO, Santiago Castillo e DIAGO, Jesús Cabrerizo. Introdução. In: Avaliação educacional e promoção escolar. Curitiba: Ibpex; São Paulo: Unesp, 2009. pp. 27-87. [Primeira edição em espanhol – 2003].

AUSUBEL, David P., NOVAK, Joseph D., HANESIAN, Helen. Psicologia educacional. 2 ed. Rio de Janeiro: Interamericana, 1980. [Primeira edição em inglês – 1978.

BLOOM, B. Taxonomy of educational objectives. An Arbor: Edwards Bros., 1956.

KANT, Immanuel. Prefácio à segunda edição. In: Crítica da razão pura. São Paulo: Nova Cultural, 2000. pp. 35-51.

PERRENOUD, Philippe. Avaliação: da excelência à regulação das aprendizagens – entre duas lógicas. Porto Alegre: Artes Médicas, 1999.

PERRENOUD, Philippe. Dez novas competências para ensinar: convite à viagem. Porto Alegre: Artmed, 2000.  pp. 49-51. [Primeira edição em francês – 1999].

SKINNER, Burrhus Frederich. Tecnologia do ensino. São Paulo: Herder/Editora da USP, 1972.

TYLER, Ralph W. Princípios básicos de currículo e ensino. 4 ed. Porto Alegre: Globo, 1977. [Primeira edição em inglês – 1948]. 


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Avaliação Educacional

Carminha

Bem-vindos

Colegas, bom dia!

Sejam bem-vindos ao curso de “Avaliação Educacional”. Espero que todos estejam com saúde e assim permaneçam durante o curso.

Para evitar quebra de expectativas com o nosso curso, antecipo essa minuta do programa, informando o que a Universidade (o professor) vai oferecer a vocês e o que a Universidade (o professor) está esperando de vocês.

Para os que já foram meus alunos nos últimos dois anos, o texto que se segue não apresenta novidades. Para os mais recentes, pode resultar em algum estranhamento e/ou desconforto. Por isso, peço que leiam com atenção e se certifiquem de querem mesmo seguir este curso e com o atual professor.

Essa mensagem também cumpre outra função. Gostaria de transformar o primeiro dia de encontro em lugar de aprendizagem efetiva, ao contrário de uma situação de explicitação de programas. A vida universitária é muito cara, para vocês e para os contribuintes. Vamos usar o tempo da melhor forma possível.

Até breve

Itamar Freitas.

A natureza metodológica do curso

O curso é estruturado em 60 horas de encontros 20 horas de atividades em equipe. Trata-se de um empreendimento estruturado em métodos ativos de ensino-aprendizagem. Isso significa que, praticamente, NÃO HÁ aulas expositivas do professor. NÃO HÁ coisas a serem ouvidas ou vistas em exposição oral. NÃO HÁ aulas/textos/atividades de recuperação para os que faltam às atividades. Todo o trabalho de aluno é feito em equipe e todos os materiais necessários ao desenvolvimento do curso estarão disponíveis no primeiro dia semestre letivo. Os encontros são momentos para a discussão e a experimentação, abertos a erros e acertos e à comunicação do não saber, por parte dos alunos, inclusive. O curso, portanto, é mediado por estratégias comuns à “Sala de aula invertida” à “Aprendizagem por projetos” e à “aprendizagem por pares e/ou trios”.

Pré-requisitos para a permanência no curso

Da parte de vocês, espero que estejam predispostos a trabalhar em equipe, já no primeiro encontro (trios), fazer pesquisa bibliográfica, leituras e produção de textos, discutir tais produções com o professor e com a turma e, por fim, submeterem-se à avaliação (inclusive com nota válida para a obtenção dos créditos) pelos colegas.

Comprometimentos do professor do curso

Da minha parte, garanto a oferta de literatura especializada e atualizada sobre a matéria do curso (contida no programa e nos anexos), base de dados especializada para as buscas (blog Resenha Crítica organizado pelo professor), espaço virtual de interação, quando necessário (meet, conta pessoal do professor), modelos de gêneros textuais (modelo de resenha, modelo de resumo, modelo de pré-projeto de avaliação, modelo de revisão da literatura produzidos pelo professor), modelo de itens de prova e modelos de prova produzidos pelo professor), formulários de avaliação da atividade dos trios (produzidos pelo professor) e equacionamento de dúvidas sobre o cumprimento das tarefas (sob a mediação do professor).

Produtos desenvolvidos pelos alunos durante o curso

De modo objetivo, o curso prescreve a construção de dois produtos em trio: uma avaliação da aprendizagem originada de um problema real, apresentado pelo professor, relacionado às competências profissionais dos licenciados em Pedagogia requeridas ao trabalho com a Educação Infantil (O Eu, o outro e nós", "Corpo, gestos e movimentos", "Traços, sons cores e formas", "Fala, pensamento e imaginação", "Quantidades, relações e transformações"), construída e disponibilizada aos colegas em cinco semanas;  uma avaliação da aprendizagem originada de um problema real, apresentado pelo professor, relacionado às competências profissionais dos licenciados em Pedagogia requeridas ao trabalho com o ensino dos Anos Iniciais (aprendizagem de leitura e escrita, letramento histórico, letramento geográfico, letramento matemático e letramento em ciências), construída e disponibilizada aos colegas em cinco semanas.

Avaliação e notas

Os dois produtos serão submetidos à avaliação do professor e da turma. A avaliação do professor é formativa e continuada e a avaliação dos alunos será somativa. As notas totais atribuídas a cada produto variam de 0 a 10 e seguem para o sistema acadêmico.

As avaliações dos produtos são do tipo colaborativo (coavaliação), ou seja, cada trio vai avaliar o trabalho de todos os outros trios, mediante formulário fornecido pelo professor, preenchido em datas previamente acordadas e a nota parcial (relativa ao produto) do trio resultará da média simples de todas as notas emitidas pela turma.


 

UNIDADE 1 - AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM

Objetivo desta unidade é revisar conceitos e procedimentos básicos sobre avaliação da aprendizagem na Educação Infantil e no Ensino Fundamental.

Espero que, ao final da unidade, vocês sejam capazes identificar definições e formulações corretas avaliação, avaliação educacional, avaliação da aprendizagem, expectativas de aprendizagem, item de prova do tipo resposta selecionada e item de prova de resposta construída coerentes com a literatura especializada, disponível nesta seção.

Encontro 1 (04/julho/2022) Planejamento

  • Programa, atividades e planejamento.

Encontro 2 (11/julho/2022) Avaliação da aprendizagem - conceitos básicos.

  • Texto básico: "Avaliação e Avaliação educacional" - Itamar Freitas e Margarida Oliveira
  • Atividade do professor: exposição e discussão sobre conceitos básicos da avaliação da aprendizagem
  • Atividade dos alunos: leitura e fichamento por resumo / produção de três expectativas de aprendizagem

Encontro 3 (08/agosto/2022) Instrumentos de avaliação.

  • Texto básico: "Construindo instrumentos de avaliação" - Itamar Freitas e Margarida Oliveira
  • Atividade do professor: exposição e discussão sobre conceitos básicos da avaliação da aprendizagem
  • Atividade dos alunos: leitura e fichamento por resumo / produção de três expectativas de aprendizagem

Encontro 4 (15/agosto/2022) Experiência docente com a avaliação educacional.

    • Entrevistas com alunos-professores e registro fílmico.

Encontro 5 (22/agosto/2022) Expectativas de aprendizagem, atividades e itens de prova.

  • Texto básico: Construindo enunciados de expectativa de aprendizagem, atividades e itens de prova.
  • Atividade dos alunos: leitura e fichamento do texto

Encontro 6 (29/agosto/2022) Avaliação (com consulta), mediante prova objetiva de 20 questões, versando sobre os textos lidos e discutidos nos encontros 02, 03 e 05.

Encontro 7 (12/setembro/2022) Correção colaborativa da avaliação da Unidade I.



UNIDADE II - Temas planejados sob demanda dos alunos

Encontro 8 (19/setembro/2022) A BNCC sob o ponto de vista da Avaliação

  • Texto básico: Estrutura da BNCC.
  • Atividade do professor: exposição e discussão sobre fins, natureza e estrutura da BNCC.

Encontro 9 (26/setembro/2022) A BNCC sob o ponto de vista da Avaliação

Encontro 10 (03/outubro/2022) BNCC e avaliação de portadores de necessidades especiais

  • Texto básico:
  • Atividade do professor: exposição e discussão sobre possibilidades de relacionamento entre a BNCC e as atividades da educação infantil para portadores de necessidades especiais.

Encontro 11 (10/outubro/2022) BNCC e avaliação de portadores de necessidades especiais

  • Texto básico:
  • Atividade do professor: exposição e discussão sobre possibilidades de relacionamento entre a BNCC e as atividades da educação infantil para portadores de necessidades especiais.

Encontro 12 (17/outubro/2022) BNCC e produção de sequências didáticas.

  • Texto básico:
  • Atividade do professor: exposição e discussão sobre possibilidades de relacionamento entre a BNCC e as atividades da educação infantil para portadores de necessidades especiais.

Carga horária dos dias 24 e 31 de outubro estão reservadas a estudos dirigidos sobre a Unidade II, com preparação aos encontros 13 e 14.

Encontro 13 (07/novembro/2022) Avaliação da Unidade II.

Encontro 14 (14/novembro/2022) Correção colaborativa da avaliação da Unidade II.

REFERÊNCIAS PARA CONSULTA

ALMEIDA, Geraldo Peçanha de. Neurociência e sequência didática para educação infantil. Rio de Janeiro: Walk Editora, 2015.

ALVES, Deise Luci Santana. Observação e registro: possibilidades e reflexões para professores de creches. Bauru: UNESP, 2017.

ARREDONDO, Santiago Castillo e DIAGO, Jesús Cabrerizo. Introdução. In: Avaliação educacional e promoção escolar. Curitiba: Ibpex; São Paulo: Unesp, 2009. pp. 27-87. [Primeira edição em espanhol – 2003].

AUSUBEL, David P., NOVAK, Joseph D., HANESIAN, Helen. Psicologia educacional. 2 ed. Rio de Janeiro: Interamericana, 1980. [Primeira edição em inglês – 1978.

BLOOM, Benjamin S., ENGELHART, D. Marx e FURST, J. Edward et. al. Taxionomia de objetivos educacionais: domínio cognitivo. 6 ed. Porto Alegre: Globo, 1977. [Primeira edição em inglês – 1956].

BLOOM, Benjamin S., HASTINGS, J. Thomas, MADAUS, George F. Evaliación del aprendizaje. 2 ed. Buenos Aires: Troquel, 1975. [Primeira edição em inglês – 1971]. v. 1.

BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Brasília: MEC, 2020.

BRASIL. Ministério da Educação. Escalas de Proficiência do SAEB. Brasília: MEC/INEP/DAEB, 2018.

BRASIL. Ministério da Educação. Matriz de Referência de Ciências Humanas – Anos Iniciais. Brasília: MEC/INEP/DAEB, 2018.

KANT, Immanuel. Prefácio à segunda edição. In: Crítica da razão pura. São Paulo: Nova Cultural, 2000. pp. 35-51.

MASSON, Steve Pour que s’activent les neurones. Les Cahiers Pédagogiques, [Paris], n. 527, p.17-18, Février, 2016.

OLIVEIRA-FORMOSINHO, Júlia. Documentação pedagógica e avaliação na educação infantil: um caminho para a transformação. Porto Alegre: Penso, 2019.

OSTETTO, Luciana Esmeralda (Org.). Registros na Educação Infantil: pesquisa e prática pedagógica. São Paulo: Papirus, sd.

PERRENOUD, Philippe. Avaliação: da excelência à regulação das aprendizagens – entre duas lógicas. Porto Alegre: Artes Médicas, 1999.

PERRENOUD, Philippe. Dez novas competências para ensinar: convite à viagem. Porto Alegre: Artmed, 2000.  pp. 49-51. [Primeira edição em francês – 1999].

SKINNER, Burrhus Frederich. Tecnologia do ensino. São Paulo: Herder/Editora da USP, 1972.

TYLER, Ralph W. Princípios básicos de currículo e ensino. 4 ed. Porto Alegre: Globo, 1977. [Primeira edição em inglês – 1948].


REFERÊNCIAS PARA AMPLIAR O CONHECIMENTO SOBRE A MATÉRIA

Vídeos

  1. Avaliação da aprendizagem - Cipriano Luckesi (19 min)
  2. Avaliação na Educação Infantil - Jussara Hoffmann
  3. Avaliação da aprendizagem nos anos iniciais - Claudineide Lima Irmã

Teses e dissertações

  1. Avaliação da aprendizagem na Educação Básica – o estado do conhecimento (2008-2017) - Marli Ribeiro Rodrigues Ginoza

Livros

  1. A avaliação desmistificada-Artmed - Charles Hadji
  2. Avaliação da aprendizagem escolar - Cipriano Luckesi

Capítulos de livro

  1. Avaliação - Da excelência à regulação das aprendizagens - Philippe Perrenoud
  2. Avaliação educacional e promoção escolar - Santiago Castillo
  3. Avaliar para aprender - Fundamentos práticas e políticas - Domingos Fernandes
  4. Resenhas - Désirée Motta-Roth e Graciela H. Hendges

Artigo de revista

  1. A qualidade da educação - Bernard Charlot

Outros modos de abordar a avaliação da aprendizagem nos anos iniciais do Ensino Fundamental

Historia de América Latina Contemporánea. Córdoba, núm. 16, 2022

Artículos

Reseñas Bibliográficas

Publicado: 2022-06-04

Ágora. Vitória, v.33, n.1, 2022.

Agora3

A Independência e a diversidade de projetos provinciais

Artigos

Publicado: 03-06-2022

200 años después. Los escolares preguntan/los historiadores responden | Proyecto ESpecial Bicentenario de la Independencia del Perú

En las últimas décadas en el Perú, la relación entre la enseñanza de la historia a nivel escolar y la investigación académica de temas históricos ha funcionado como si de compartimientos estancos se trataran. La poca interacción entre historiadores y docentes ha hecho que interpretaciones tradicionales y caducas sobre procesos y eventos históricos se mantengan y reproduzcan, sin que haya un cambio en el discurso histórico nacional, más allá de algunos usos políticos (y demagógicos) de determinados sucesos, como el reciente Conflicto Armado Interno (1980-2000), el gobierno militar de Juan Velasco Alvarado (1968-1975), o la Guerra del Pacífico (1879-1883). En ese mismo sentido, el proceso de independencia peruano ha logrado, en los últimos años, encontrar un consenso en la población, superando polémicas sobre, por ejemplo, la naturaleza misma del proceso independentista; a la vez que ampliando la narrativa histórica para incluir a actores sociales que, tanto en el discurso académico como en el educativo, estuvieron silenciados: indígenas, afroperuanos, mujeres, etc. Además, gracias al contexto de la conmemoración del bicentenario de la independencia peruana, se creó un ambiente propicio para fomentar encuentros entre el mundo académico y los escolares.

Así, el Proyecto Especial Bicentenario de la Independencia del Perú propició la creación de un espacio en el cual los escolares pudieran realizar cuestionamientos sobre el proceso de independencia a un grupo de historiadores especialistas en el tema. Así, el texto[1] recoge las preguntas de un total de 100 estudiantes entre los 10 y los 16 años (pp. 160-163), provenientes de 90 centros educativos públicos, de los cuales 25 correspondieron a los Colegios de Alto Rendimiento (COAR), ubicados en cada departamento del país; mientras que únicamente 5 colegios pertenecen al área metropolitana de la capital del país (pp. 156-159). No ocurre lo mismo respecto a los historiadores que fueron consultados: de un total de 37 profesionales, únicamente 2 trabajan fuera de la capital; y del resto, 12 laboran en instituciones extranjeras. Del grupo restante, resalta que la mayoría pertenezca a dos universidades: la Universidad Nacional Mayor de San Marcos (9) y la Pontificia Universidad Católica del Perú (6), ambas con una larga tradición de investigación histórica. El hecho que la mayoría de preguntas provenga de escolares de las provincias del país puede servir como base para futuras reflexiones sobre las dinámicas de intercambio y de construcción de saberes, especialmente los relacionados a las narrativas históricas nacionales y los mecanismos por los cuales estas se reproducen a distintos niveles. Asimismo, que la abrumadora mayoría de académicos provenga de la capital muestra las desigualdades de incorporación de los intelectuales de provincia en los debates académicos y políticos a nivel nacional. Leia Mais

Historia del despojo. El origen de la propiedad particular en el territorio mapuche | Martín Correa Cabrera

Martin Correa Cabrera Imagem El Ciudadano
Martín Correa Cabrera | Imagem: El Ciudadano

“Tras la historia del despojo –escribe Rodrigo Curipán Levipan, werken del lof Rankilko, en el prólogo del libro de Martín Correa Cabrera, Historia del despojo. El origen de la propiedad particular en el territorio mapuche– duerme escondida una verdad que pocos se atreven a mirar de frente y profundizar en los hechos para entender el mal llamado ‘Conflicto Mapuche’”.

Es esta verdad la que una vez más Martín Correa comparte con sus lectores con nuevos antecedentes que demuestran como el pueblo mapuche ha sido violentado y despojado de sus tierras, causándole altos niveles de pobreza y, en general, un atraso a toda la región de la Araucanía. La negación del Estado de reconocerlo como pueblo-nación –señala el autor– es uno de los principales obstáculos del cual se derivan otros, como la imposibilidad de recuperar las tierras usurpadas, la falta de autonomía y la demanda de control territorial, que impiden iniciar un diálogo que conduzca a la paz. Leia Mais

A vida sportiva de Nichteroy (séc. XIX-1919) | Victor Andrade Melo

Victor Andrade Melo Foto Sergio Settani GiglioLudopedio
Victor Andrade Melo | Foto: Sérgio Settani Giglio/Ludopédio

O presente livro resenhado trata-se de uma contribuição para as discussões acadêmicas sobre a história do esporte nacional. A obra intitulada “A vida sportiva de Nictheroy”, publicada pela Editora Niterói Livros em parceria com a Fundação de Arte de Niterói, foi escrita por Victor Andrade de Melo3, professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro. O livro é organizado em cinco capítulos e tem por objetivo investigar as experiências esportivas estruturadas na antiga capital do estado do Rio de Janeiro – Niterói. Essa localidade é carinhosamente apelidada de “Cidade Sorriso”, por seu acolhimento e hospitalidade, e “Cidade Invicta” por sua atuação na Revolta da Armada (1891-1894).

Há que se destacar que o recorte temporal abordado pelo autor, em especial o século XIX, foi um período emblemático na história do Brasil. Representa uma época singular no que tange a sua formação enquanto estado-nação em um território que passou de colônia para império e, posteriormente, à república. Foi um momento de intensas mudanças no que diz respeito ao desenvolvimento das ideias de modernidade e progresso. Aliás, elementos de ordem progressista são aspectos percorridos pelo autor durante toda obra, ao sinalizar que nesse contexto, o esporte, objeto central de sua investigação, emergia como uma importante prática moderna e modernizadora. Destaca-se, ainda, que para a escrita da presente obra, Victor Andrade de Melo usufruiu de uma estrutura descritiva e materialista da história social, pautada em fontes coletadas de jornais4 referentes ao local e período investigado. Essas empirias foram rotineiramente apresentadas com o suporte de ilustrações e mapas da cidade de Niterói, características que se figuraram na obra como elementos chave, pois facilitam a localização geográfica das dinâmicas e aproximam com riqueza o leitor da vida social, cultural e econômica explorada. Leia Mais

Cadernos de Clio. Curitiba, v.13, n.2, 2022.

Recorde – Revista de História do Esporte. Rio de Janeiro, v.15, n.1, 2022.

RECORDE

Artigos

Resenhas

El cadáver de Balmaceda. Locura, suicidio y muerte en Chile (1890-1921) | Mario Fabregat Peredo

Balmaceda muerto Imagem wikipedia
Balmaceda muerto | Imagem: wikipedia

En el contexto de la continua renovación temática en la historiografía chilena tenemos el privilegio de presenciar durante los últimos años la emergencia de un campo de estudios historiográficos sobre el suicidio, que recoge elementos de la historia cultural, historia de las ideas, de las ciencias y de las emociones, entre otros aportes, para el tratamiento de las fuentes y del tema. Al trabajo de Daniela Belmar, A nadie se culpe de mi muerte. Suicidios entre 1920-1940. Santiago y San Felipe de 20181 y al texto Más Allá De La Muerte, Recopilación De Cartas y Notas Suicidas (Chile, 1870-1937) de Mario Fabregat Peredo y la misma Daniela Belmar, de 20202, se sumó a fines del año 2020 el presente trabajo de Mario Fabregat.

Este trabajo de Mario Fabregat, desde el aspecto académico, se asienta sobre investigaciones monográficas previas, una tesis doctoral sobre el tema e investigaciones en archivos sobre Balmaceda con persistencia de años, lo que encamina el libro hacia la vereda firme de la investigación historiográfica, tomando como punto material y simbólico el cadáver del presidente suicida de 1891, José Manuel Balmaceda, el texto aspira a indagar en una época, en una cultura y en una sociedad, la santiaguina de fines del siglo XIX y principios del XX. Es un intento que recuerda al bello libro de Carl E. Schorske sobre la Viena de fin de siglo3, en su aspiración por conocer la sensibilidad de una ciudad, de una cultura y de una época a través de un acceso del espacio cultural como las ideas, la música, el arte y, en el caso del libro de Fabregat a través de las ideas sobre la locura, el suicidio y la muerte. Leia Mais

Passés singuliers. Le “je” dans l’écriture de l’histoire | Enzo Traverso

Enzo Traverso Imagem Quatro Cinco Um
Enzo Traverso | Imagem: Quatro Cinco Um

Enzo Traverso es un intelectual que no requiere de mayores presentaciones. Sus investigaciones cruzan temáticas como la memoria, el antisemitismo, los totalitarismos, el pensamiento marxista y el sentido de la historia en la sociedad contemporánea. En Passés singuliers, aborda la problemática concreta relacionada con el énfasis individual asumido en su narrativa sobre el pasado, hasta ahora, tradicionalmente elaborada en tercera persona.

Al respecto, el autor plantea en este libro un conjunto de ejemplos que muestran el giro presente en los escritos de un conjunto de autores en donde, la voz propia aparece para otorgar elocuencia a su experiencia del pasado, reconstruido a partir de su testimonio de los hechos, introduciéndonos en un debate de carácter epistemológico acerca del rol de las subjetividades en el relato histórico. Leia Mais

Historia conceptual en el Atlántico ibérico: lenguaje, tiempos, revoluciones | Javier Fernández Sebastián

Javier Fernandez Sebastian Imagem Web UNSAM
Javier Fernández Sebastián | Imagem: Web UNSAM

En las últimas dos décadas, el campo de la historia intelectual en el mundo iberoamericano ha sufrido una renovación disciplinar impresionante. La recepción de una serie de novedosas metodologías para el estudio del pensamiento, conceptos y lenguajes políticos, como la escuela alemana de historia conceptual (Begriffsgeschichte), el enfoque contextualista de la llamada “Escuela de Cambridge” y la vertiente francesa de historia conceptual de lo político han sido claves en este sentido. En el ambiente académico iberoamericano, el historiador español Javier Fernández Sebastián ha desempeñado un rol decisivo en dicho proceso, especialmente a través del liderazgo de la red Iberconceptos (Proyecto Iberoamericano de Historia Conceptual), que aglutina a más de un centenar de investigadores e investigadoras y que ha sido el responsable de una obra de referencia clave en la disciplina: el monumental Diccionario político y social del mundo iberoamericano, publicado entre 2009 y 2014, donde se abordan en distintos ámbitos nacionales y comparados una veintena de conceptos políticos claves de la modernidad, tales como democracia, pueblo, nación, constitución, libertad, civilización, soberanía, etc. Dicha actividad, sumada a su diálogo permanente con proyectos y asociaciones europeas, le ha permitido construir una visión amplia de los problemas político-intelectuales del mundo iberoamericano en el tránsito del siglo XVIII al XIX, abordando patrones comunes y diferencias con el resto de Europa. Leia Mais

Cuadernos de Historia. Santiago, n.56, Junio, 2022.

Cuadernos de Historia

ESTUDIOS

RESEÑAS

Alberto Flores Galindo. Utopía, historia y revolución | Carlos Aguirre e Charles Walker

Alberto Flores Galindo Foto Silvia Beatriz Suarez Moncada

Alberto Flores Galindo | Foto: Silvia Beatriz Suárez Moncada

Las últimas décadas del siglo XX fueron testigos del ocaso de los «intelectuales públicos», los cuales fueron desplazados paulatinamente por los «técnicos». Estos últimos tienden a proclamar que sus propuestas están basadas en las evidencias, aunque en la mayoría de ocasiones ocultan sus posturas políticas e ideológicas detrás de una «estadística» basada en sesgos de selección. Al mismo tiempo, las direcciones de las universidades han seleccionados cuáles son los géneros o el tipo de publicación válida para la carrera de los investigadores al priorizar los artículos de revistas académicas especializadas, que no suelen ser consultadas fuera de un campo específico del conocimiento. Esta situación ha traído como consecuencia una paradoja: a pesar que la información en la actualidad puede difundirse a una mayor velocidad y llegar a un espectro más amplio de la población, los nuevos conocimientos y los debates en las ciencias sociales y las humanidades demoran más en estar al alcance de un público amplio y toman aún más tiempo en llegar a los textos escolares. Una de las posibles consecuencias de este doble proceso, el reemplazo del «intelectual» por el «técnico» y la separación entre el investigador y una audiencia amplia, es el deterioro del debate sobre los asuntos públicos. Por ello, resulta interesante leer la compilación de ensayos que hacen Carlos Aguirre y Charles Walker sobre uno de los intelectuales públicos peruanos más importantes: Alberto Flores Galindo. Leia Mais

Negociación, lágrimas y maldiciones. La fiscalidad extraordinaria en la monarquía hispánica, 1620- 1814 | Guillermina del Valle Pavón

Detalhe de capa de Negociacion lagrimas y maldiciones. La fiscalidad extraordinaria en la monarquia hispanica 1620 1814.
Detalhe de capa de Negociación, lágrimas y maldiciones. La fiscalidad extraordinaria en la monarquía hispánica, 1620- 1814.

Este último libro coordinado por Guillermina del Valle nos invita a replantear muchas ideas preconcebidas sobre la naturaleza de la fiscalidad extraordinaria y en especial sobre la dinámica política y social que existió detrás de las solicitudes de donativos que realizaba la Corona española. Los diversos estudios presentados en esta publicación demuestran que la categoría de donativo, ampliamente usada por la historiografía desde hace décadas para referirse al dinero enviado de parte de los súbditos al rey por fuera de sus obligaciones tributarias «formales», podría inducir a nociones equívocas si se asumen algunos presupuestos de su acepción moderna como la voluntariedad o la falta de interés por alguna recompensa. Por el contrario, al ser estudiados desde su contexto específico, su proceso de petición, recolección y entrega nos revelan otras características sobre el marco en el cual se sostiene la relación del monarca con sus súbditos americanos. Precisamente, una de las características que resalta de esta publicación es la variedad de aristas desde la cual es posible aproximarse al estudio de las donaciones: desde los fundamentos de la noción de donativo hasta las tramas políticas detrás de sus negociaciones. Leia Mais

Territorialidad indígena, mercado de tierras y política interétnica en la Frontera Sur (Pampas, Nor-Patagonia y Araucanía, siglo XIX)/Diálogo Andino/2022

Durante la segunda mitad del siglo XIX, al menos tres factores caracterizaron e incidieron en los procesos sociales y políticos de las Pampas, Norpatagonia y Araucanía: la organización y consolidación de los Estados nacionales de Argentina y Chile; la desarticulación de la Frontera Sur -cuyo acontecimiento crucial fueron las campañas de ocupación llamadas “Conquista del Desierto” (1879-1885) y “Pacificación de la Araucanía” (1861-1883)- y la formación y el despliegue de un mercado de tierras mediante la enajenación, parcelación y apropiación pública y privada de los territorios hasta entonces de dominio indígena. Estos factores, a su vez, fueron los que generaron las condiciones para la producción agrícola y ganadera que, desde entonces, dinamizó una parte significativa de los modelos económicos de ambos países. Leia Mais

Transfeminismo | Letícia Carolina Pereira do Nascimento

Leticia Carolina Pereira do Nascimento Foto Raissa Morais
Letícia Carolina Pereira do Nascimento | Foto: Raissa Morais

“Eu travesti, assumi que sou divina. E criei a mim mesma. Somos criadoras, crias de dores. A vida se faz frente à morte voraz” (Letícia NASCIMENTO, 2021). É por meio dessas articulações que Letícia Nascimento dá pistas, na epígrafe da obra, do que podemos esperar de Transfeminismo. O livro, publicado pela editora Jandaíra em 2021, compõe a coleção “Feminismos Plurais”, a qual é organizada pela feminista negra e filósofa Djamila Ribeiro. A autora, ademais, é a responsável pela apresentação da publicação, na qual destaca a importância da coletânea enquanto produção intelectual didática empreendida por mulheres negras, mulheres indígenas e homens negros, além de poderosa ferramenta para revelar outras narrativas. No caso de Transfeminismo, isso se dá mediante os escritos de uma mulher travesti, negra, gorda, pedagoga, doutoranda e que atua como professora na Universidade Federal do Piauí (UFPI).

Com a pergunta “E não posso ser eu uma mulher?” (NASCIMENTO, 2021, p. 20), Letícia Nascimento abre seu caminho à empreitada de debater o transfeminismo a partir do seu olhar e do olhar de outras mulheres transexuais e travestis. A famosa frase de Sojourner Truth – “E eu não sou uma mulher?” (NASCIMENTO, 2021, p. 17) -, pronunciada durante uma conferência em Ohio, Estados Unidos, em 1851, é renovada pela perspectiva da autora por duas vias: a primeira alinhada ao pensamento de Truth, na qualidade de mulher negra, na desconstrução da visão de uma mulher universal, mas dando um passo além ao pensar nas travestis e transexuais e em suas vivências das feminilidades; e a segunda ao trazer o verbo poder como oposição às pessoas, e muitas vezes às feministas, que insistem em delimitar “quem pode e quem não pode ser uma mulher” (NASCIMENTO, 2021, p. 20). Leia Mais

Do Glamour à Política: Janaína Dutra em meandros heteronormativos | Juciana Oliveira Sampaio

Detalhe de capa de Do Glamour a Politica Janaina Dutra em meandros heteronormativos
Detalhe de capa de Do Glamour à Política: Janaína Dutra em meandros heteronormativos

Do Glamour à Política: Janaína Dutra em meandros heteronormativos é uma edição conjunta da Editora da Universidade Federal do Maranhão com a Paco Editorial. Publicado em 2020, o livro, escrito por Juciana Oliveira Sampaio, professora do Instituto Federal do Maranhão, apresenta os resultados da pesquisa realizada durante o curso de doutorado, pelo Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais da Universidade Federal do Maranhão, concluído em 2015, sob a orientação da professora Sandra Maria Nascimento Sousa. A pesquisa foi premiada na categoria Melhor Tese de Doutorado pela Fundação de Amparo à Pesquisa e ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico do Maranhão, em 2016.

No livro, temos acesso a um registro detalhado sobre a trajetória da travesti Janaína Dutra, reconhecida como a primeira travesti advogada do Brasil. Abrangendo um período histórico que se concentra entre a década de 1980 e a primeira década deste século, a pesquisadora aborda um amplo espectro das relações sociais nas quais Janaína estava envolvida, seu processo de transição e produção de um corpo que refletia como ela desejava ser identificada, sua atividade como advogada, a atuação como militante de movimentos sociais pró-direitos de travestis, lésbicas e homossexuais, além de suas relações familiares e afetivas. Este registro fundamenta uma análise minuciosa sobre os processos de construção de si, e sobre a mobilização de identidades como instrumento político. Ao lermos a trajetória de Janaína Dutra, evidenciamos que,

por mais que o foco da pesquisa seja um sujeito específico, o olhar está voltado para a cultura, para as normas impostas, para as convenções a que o sujeito está assujeitado, entendendo que as identidades são socialmente construídas, disciplinando, normatizando e controlando os sujeitos (Juciana SAMPAIO, 2020, p. 113).

A densa revisão teórica e a atenção metodológica colaboram para a elaboração de uma análise que se estrutura a partir de identificação de categorias como memória, sexualidade, identidade e travestilidade em um cenário de emergência dos Estudos Queer no Brasil. Sob a forte influência das discussões promovidas por Michel Foucault e Judith Butler, o trabalho dedica importante atenção às relações de poder que perpassam os processos de construção dos sujeitos, bem como sobre o uso político e os limites da identidade como um elemento que sugere uma homogeneização de um grupo e que tende a apagar as especificidades dos sujeitos.

O grande número de depoimentos coletados com parentes, amigos, antigos namorados e colegas de militância, além das próprias impressões de Juciana, que conheceu Janaína, junto a diversas fontes documentais, às quais a pesquisadora teve acesso, são utilizados para reconstruir a trajetória de Janaína dando atenção às tensões que envolvem a produção de um ícone político, ação que se acentua após a morte da militante, em 2004. Ao apresentar todos esses elementos, em vez de reconhecer a excepcionalidade com que o título de primeira travesti advogada do Brasil envolvia Janaína, a pesquisa busca compreender os elementos que foram mobilizados para a produção de um ícone do movimento LGBTQIA+.

Ao descrever seu processo de transição de um homem gay para uma travesti, no contexto heteronormativo brasileiro e, especificamente, nordestino, que se inicia próximo aos trinta anos, após a conclusão do Curso de Direito em uma reconhecida universidade do estado do Ceará, é possível perceber que o fato de não ter vivenciado o processo de graduação como travesti, permitiu que Janaína não experimentasse as violências que costumam ser vividas por travestis que acessam ambientes de ensino durante a transição ou após transicionarem, cujo exemplo mais direto é a luta pelo direito ao uso do nome social e pelo acesso a banheiros públicos.

Durante a atuação em entidades como o Grupo de Resistência Asa Branca, a fundação da Associação de Travestis do Ceará, e a indicação para a atuação na Articulação Nacional de Travestis e Transexuais e na Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais, Janaína lutava por temas que ainda estão longe de serem atendidos em sua totalidade, como o acesso à alteração do registro civil; acesso a técnicas de intervenção corporal pelo Sistema Único de Saúde; despatologização da transexualidade; combate à violência e à transfobia; inserção da temática da diversidade sexual nas escolas; políticas públicas de capacitação profissional e inserção de travestis no mercado de trabalho; cotas específicas para travestis em concursos e universidades; e linhas de crédito para empresários que empregassem travestis.

A conclusão de Juciana Sampaio remete à simbologia que envolve a produção de imagens positivadas, pois a participação de Janaína em eventos e diversas atividades em que ela representava a militante, politicamente envolvida com atividades que buscavam a profissionalização de travestis e o acesso destas a programas de saúde pública, juntamente com o trabalho em projetos, associações e órgãos públicos, quebrava a expectativa de que travestis só tinham espaço dentro da prostituição. Além disso, é destacada a relevância do contexto em que Janaína aparece, o final dos anos de 1990 e início dos anos 2000, período de consolidação de uma rede de organismos envolvidos na luta por direitos das travestis e transexuais.

Embora questione o discurso mobilizado por Janaína que identificava a atuação de travestis na prostituição como um problema, Sampaio reconhece que a contribuição que ela buscava, com a divulgação destes discursos, era a separação entre o termo prostituição e travestis. Nesse sentido, a intensa reprodução do título de primeira travesti advogada do Brasil colabora com a produção da travesti como sujeito que rompe com a designação de abjeto que a sociedade brasileira costuma atribuir a elas. Embora, recentemente, consigamos identificar travestis aprovadas em cursos de graduação e pós-graduação, no final dos anos 1990, encontrar uma travesti inserida no campo do Direito, com registro na Ordem dos Advogados do Brasil era algo inesperado. Nesse cenário, Janaína Dutra foi envolvida pelo sentido de representatividade que é associado a pioneiras como Jovanna Baby, pioneira no movimento social de travestis e transexuais; Katia Tapety, primeira vereadora travesti do Brasil; e Luma Andrade, reconhecida como a primeira travesti a obter um título de doutorado no Brasil, entre muitas outras.

Janaína foi um sujeito atravessado pela sua época, pelo contexto em que esteve inserida. Ela teve sua experiência marcada pelo afastamento da noção de inteligibilidade do gênero, nomeando sua subjetividade pela categoria de travesti, não porque entendia que aquela era sua essência, mas porque entendia como uma experiência que dizia algo sobre si. Longe de encarar a identidade travesti como um dado, Janaína a acionava, chegando a assumi-la estrategicamente. Isso a levou a estabelecer uma constante negociação com os outros, consigo mesma, com as instituições que a cercaram (SAMPAIO, 2020, p. 487).

Ao registrar os elementos que intermediam a negociação estabelecida por Janaína Dutra, Sampaio nos fornece um rico documento para pensarmos os processos de negociação/construção do gênero na produção de sujeitos e de identidades como instrumento político, acionadas para a conquista de direitos e consequente melhoria das condições de vida, sobretudo, para um segmento da população que segundo a Associação Nacional de Travestis e Transexuais, no Brasil, tem uma expectativa de vida média de 35 anos, o que significa menos da metade da expectativa média da população brasileira (Bruna BENEVIDES; Sayonara NOGUEIRA, 2021).

Referências

SAMPAIO, Juciana Oliveira. Do Glamour à Política: Janaína Dutra em meandros heteronormativos Jundiaí: EDUFMA; Paco Editorial, 2020.

BENEVIDES, Bruna G.; NOGUEIRA, Sayonara Naider Bonfim (Orgs.). Assassinatos e violência contra travestis e transexuais brasileiras em 2020 São Paulo: Expressão Popular, ANTRA, IBTE, 2021. Disponível em Disponível em https://antrabrasil.files.wordpress.com/2021/01/dossie-trans-2021-29jan2021.pdf Acesso em 01/06/2021.

» https://antrabrasil.files.wordpress.com/2021/01/dossie-trans-2021-29jan2021.pdf


Resenhista

Renato Kerly Marques Silva – Universidade Federal de Santa Catarina. Programa de Pós-Graduação em Literatura, Florianópolis, SC, E-mail: ppglitufsc@gmail.com http://orcid.org/0000-0003-2250-929X


Referências desta Resenha

SAMPAIO, Juciana Oliveira. Do Glamour à Política: Janaína Dutra em meandros heteronormativos. Jundiaí: EDUFMA; Paco Editorial, 2020. Resenha de: SILVA, Renato Kerly Marques. Janaína Dutra, primeira travesti advogada do Brasil. Revista Estudos Feministas. Florianópolis, v. 30, n. 2, e84160, 2022. Acessar publicação original [DR]

Mujer saber, feminismo | Teresa Díaz Canals

Teresa Diaz Canals terceira mulher da esquerda para a direita com alunas do curso ‘Feminismos Historia politica y eticidad 2018 Imagens Las Tres Juanas
Teresa Díaz Canals (terceira mulher, da esquerda para a direita) com alunas do curso “‘Feminismos: Historia, política y eticidad” (2018) | Imagens: Las Tres Juanas

Escrever pode ser um ato de resistência. Como afirmou Gloria Anzaldúa (2000, p. 232) “escrevo para registrar o que os outros apagam quando falo, para reescrever as histórias mal escritas sobre mim, sobre você” (ANZALDÚA, 2000). A escrita do livro Mujer, Saber, Feminismo de Teresa Díaz Canals (2018) é também uma forma de contestar as tentativas de silenciamento que, emergentes numa sociedade sexista, advertiram à autora “não mexer com estes assuntos” (Teresa DÍAZ CANALS, 2018, p. 3). O volume assume o compromisso de historicizar a trajetória de mulheres cubanas submetidas ao epistemicídio (Ramón GROSFOGUEL, 2013). Ao fazê-lo, o livro não só enuncia uma ausência epistêmica, mas produz reflexões sobre os estudos de gênero e feministas, enquanto uma matriz de pensamento e de luta política fundamental na sociedade cubana.

Para resenhar este livro adotei uma política de localização (Adrienne RICH, 2002 [1984]), frisando minhas posições sociais enquanto feminista, pesquisadora do campo dos estudos de gênero em Cuba, mulher negra e cisgênero que pertence a uma geração de cubanas/os que nasceu no seio de importantes conquistas sociais revolucionárias, as que criaram várias agendas políticas não isentas de paradoxos. Uma política de localização implica considerar que os conhecimentos que produzimos são afetados pelos lugares que habitamos, começando pelo nosso próprio corpo enquanto território mais próximo. Atenta a essas questões optei por aderir ao conceito de epistemicídio enunciado pelo porto-riquenho Ramón Grosfoguel (2013), considerando quem subscreve que “o conhecimento produzido pelas mulheres (ocidentais e não ocidentais) também é inferiorizado e marginalizado pelo cânone do pensamento” (GROSFOGUEL, 2013, p. 35, tradução minha)1. Assim nomeia-se um tipo específico de apagamento de saberes, o sexismo epistêmico. Foi a partir desta formulação que mergulhei na obra Mujer, saber, feminismo. Leia Mais

O patriarcado do salário | Silvia Federici

Silvia Federici Imagem Outros Quinhentos
Silvia Federici | Imagem: Outros Quinhentos

Nascida em Parma, Itália, em 1942, Silvia Federici mudou-se para os Estados Unidos em 1967 onde estudou filosofia na Universidade de Buffalo, Nova York. No ano de 1972 a filósofa participou da fundação do Coletivo Feminista Internacional (International Feminist Colletctive), uma organização que impulsionou a campanha que pauta o salário para o trabalho doméstico. Juntamente com outras ativistas e intelectuais como Mariarosa Dalla Costa, Selma James, Maria Mies e Vandana Shiva, Federici tem se debruçado a pensar teoricamente a reprodução sexual, o trabalho reprodutivo e de cuidado, como fio condutor das relações de classe e as dominações.

Publicado em 2021 no Brasil, o livro O patriarcado do salário, escrito por Silvia Federici, nos dá subsídios para pensarmos a relação entre feminismo e marxismo a partir da discussão da reprodução social. O volume é composto por sete ensaios escritos entre os anos de 1975 a 2008, nos quais a autora retoma importantes discussões feitas por Karl Marx e Friedrich Engels sobre a questão do trabalho, articulando-a à luz da teoria feminista. Leia Mais

La infancia del torno. Orfandad, adopciones y algunas prácticas olvidadas en el Montevideo del siglo XIX | Laura Costa

Maria Laura Osta Imagem Universidad de Montevideo
María Laura Osta | Imagem: Universidad de Montevideo

La infancia del torno, expresión que utiliza María Laura Osta (2020) para caracterizar a la población huérfana, abandonada o expósita que transitó por el Asilo de Expósitos y Huérfanos de Montevideo durante buena parte de los siglos XIX y XX, es el centro de atención del libro. Esta infancia es “de frontera” (María Laura OSTA, 2020, p. 23), puesto que su consideración histórica demanda una mirada que cuestiona las relaciones de poder establecidas en la sociedad. El objetivo de la obra es visibilizar las experiencias referidas al torno y explicar las dinámicas sociales que se estructuran en función de los discursos, los saberes y las políticas sobre la infancia, así como también atender su capacidad de agencia. Toma postura en favor de las corrientes historiográficas que apuntan a respetar la individualidad de la niña, niño y del y la joven y a entender esta categoría de acuerdo con su capacidad para generar modificaciones a nivel institucional (Susana SOSENSKI; Elena JACKSON, 2012; Silvia Maria FÁVERO AREND et al., 2018; Bárbara POTTHAST; Sandra CARRERAS, 2005; Isabella COSSE et al, 2011; Claudia FREIDENRAIJ, 2020).

La infancia del torno. Orfandad, adopciones y algunas prácticas olvidadas en el Montevideo del siglo XIX es la segunda parte – o una puesta en diálogo – de una primera obra editada en el año anterior. Imágenes resistentes. El lenguaje de las “señales” en las prácticas de abandono en Montevideo (1895-1934) es un catálogo, pero más que eso, es un análisis iconográfico de las “huellas” con las que la mayoría de los niños y las niñas eran depositados en el torno (OSTA, 2019). Leia Mais

Uma história feita por mãos negras: relações raciais, quilombos e movimentos | Beatriz Nascimento

Beatriz Nascimento Imagem Carta Capital
Beatriz Nascimento | Imagem: Carta Capital

Uma história feita por mãos negras: relações raciais, quilombos e movimentos, coletânea lançada pela editora Zahar em 2021, reúne um conjunto muito especial de escritos da intelectual sergipana Beatriz Nascimento (1942-1995), entrelaçando os sentidos de sua atuação enquanto militante antirracista e feminista, à efervescência do período em que a temática da desigualdade racial adentra o universo acadêmico e disputa uma representação na mídia impressa nacional. Sua trajetória de vida, assim como sua aguçada sensibilidade, foi significativa para a construção deste seu papel de pioneirismo e de “afirmação da mulher negra como sujeito do conhecimento sobre seu povo” (Sueli CARNEIRO, 2006, p. 11)1. Organizada pelo antropólogo Alex Ratts, o conjunto de vinte e quatro escritos produzidos entre 1974 e 1994, primorosamente selecionados e devidamente contextualizados, não apenas fazem justiça ao legado de um pensamento de alto teor crítico-revolucionário, que fora, ainda, pouco reverberado no espaço acadêmico, mas também reitera a atualidade de suas formulações. Leia Mais

Histórica. Lima, v. 45, n.2, 2021.

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Reseñas

Flechas invisibles. La agresión mágica entre las sociedades indígenas de la Araucanía/ Pampas y Norpatagonia (siglos XVI-XIX) | Joaquín T. García Insausti

Este trabajo de García Insausti, doctor en Historia por la Universidad Nacional del Sur (Bahía Blanca, Buenos Aires, Argentina) propone, a lo largo de nueve capítulos, introducirnos en el estudio de una temática que aborda parte de la cosmovisión de las antiguas sociedades indígenas de la región de Araucanía, Pampas y Norpatagonia y ha sido poco estudiada hasta el momento. El autor centra su investigación en torno a las creencias sobre la agresión mágica, o kalkatun, que existía entre estas poblaciones. A partir de un diverso conjunto de fuentes registradas entre los siglos XVI y XIX analiza en profundidad tanto las creencias como las dinámicas sociales relacionadas con esta práctica mágica.

Los dos primeros capítulos presentan el estado de la cuestión del tema central de obra y los antecedentes teóricos, respectivamente. En el primer capítulo, “Brujería y sistema de creencias indígena”, el autor transita por los diferentes aportes sobre las investigaciones previas en torno al concepto de brujería y este recorrido culmina con los análisis realizados en el área de estudio. El segundo, “Kalkutun, brujería y hechicería”, se centra fundamentalmente en reflexionar sobre la aplicabilidad de estos términos en el estudio de las prácticas y dinámicas de la agresión mágica. Leia Mais

El país indiviso. Poblamiento, conflictos por la tierra y mestizajes en Los Llanos de La Rioja durante la Colonia | Roxana Oixadós e Judith Farberman

El país indiviso de Roxana Boixadós y Judith Farberman tiene como objetivo estudiar la configuración de la región de Los Llanos -actual Argentina- durante el largo siglo XVIII, analizando sus dinámicas geográficas y sociales y los conflictos en torno a las tierras. Dentro del corpus documental utilizado se destacan censos e informes así como los protagonistas de los mismos, entre ellos el cura Sebastián Cándido Sotomayor y el juez Josep Antonio Baigorri de la Fuente.1

El libro se compone de cinco capítulos. El capítulo I se centra en la descripción del paisaje de Los Llanos y sus transformaciones históricas. Las autoras destacan la importancia de las aguadas naturales, los oasis, las represas y los pozos como ordenadores de la economía local -siendo la ganadería la principal ocupación de la zona- y debido a las consecuencias que producían las sequias. Se menciona por primera vez la formación de propiedades indivisas gestionadas por los grupos de parentesco, por medio de las tierras que se entregaron en merced. Leia Mais

Investigar colecciones, museos y prácticas de la museística. Reflexiones e instrumentos para la discusión colectiva | Claves – Revista de Historia | 2022

Museo Nacional de Artes Visuales Montevideo Imagem Tripadvisor
Museo Nacional de Artes Visuales, Montevideo | Imagem: Tripadvisor

Algunos indicios revelan que la formación y puesta en valor de colecciones públicas y privadas, como también las experiencias culturales vinculadas a su exposición museográfica, continúan generando interés y no dejan de incrementarse promovidas por múltiples actores. Señalemos por ejemplo las diversas iniciativas para registrar la vida cotidiana durante la pandemia de COVID19 y crear colecciones de mascarillas, jeringas, frascos de desinfectantes y producciones artísticas para la posteridad.1 O la multiplicación de espacios de formación académica en ámbitos públicos y privados orientados a la museología, a la gestión del patrimonio y las políticas patrimoniales, a la curaduría, al diseño de exposiciones y al estudio, conservación y restauración de una amplia heterogeneidad de colecciones, lo que a su vez promueve el desarrollo profesional en archivos, bibliotecas y museos. Sin embargo – y aunque es indudable que los itinerarios que modelaron la ciencia museológica son todavía muy recientes- el campo de investigación que sitúa su objeto de estudio en la reconstrucción de las trayectorias de las colecciones y la historia de los museos sigue siendo poroso, fragmentado en torno a núcleos disciplinares que tienden a desarrollarse con escaso diálogo, produciendo conocimientos cualitativa y cuantitativamente dispares que dificultan análisis integrales. Leia Mais

Estudos Feministas. Florianópolis. v.20, n.2, 2022.

Estudos Feministas

 

A linguagem fascista | Carlos Piovezani e Emilio Gentile

Carlos Piovezani e Emilio Gentile Imagens UFSCAR e Igoriziano 2
Carlos Piovezani e Emilio Gentile | Imagens: UFSCAR e Igoriziano

A ascensão da extrema direita nos últimos anos aconteceu em sequência ao fim de governos que adotaram posturas progressistas no que condiz à concessão de direitos. Assim, após o governo de Barack Obama (2009-2017), o primeiro presidente negro dos Estados Unidos, tivemos a eleição do republicano Donald Trump; no Brasil, por sua vez, os doze anos de governos petistas foram encerrados com o impedimento da presidente Dilma Rousseff, em 2016. Dois anos mais tarde, Jair Messias Bolsonaro, então filiado ao Partido Social Liberal (PSL), foi eleito presidente. Frente a esse quadro, interrogamo-nos: como lideranças extremistas, associadas a discursos fascistas, conseguiram conquistar legiões de seguidores? Essa questão foi o cerne do livro A linguagem fascista, escrita por Carlos Piovezani e Emilio Gentile, lançado pela editora Hedra, em 2020.

A linguagem fascistaOs autores possuem amplo conhecimento nos estudos acerca de linguagem e dos fascismos; Piovezani é linguista e professor associado do Departamento de Letras e do Programa de Pós-Graduação em Linguística da Universidade Federal de São Carlos. Além disso, atuou como professor convidado na École de Hautes Études en Sciences Sociales e foi autor de obras como A voz do povo: uma longa história de discriminações (2020). Já Emilio Gentile é historiador e professor emérito da Università La Sapienza de Roma, sendo considerado um dos principais especialistas mundiais em fascismo. Entre os livros publicados por ele estão Le origini dell’ ideologia fascista (1975) e Quien és fascista (2019). Leia Mais

Revista Eletrônica História em Reflexão. Dourados, v. 16, n. 31, 2022.

Historia em Reflexao2 2

DOSSIÊ: Ensino de História e Cultura Indígena nas escolas

EQUIPE EDITORIAL

Organizadores do Dossiê:

  • Éder da Silva Novak (UFGD)
    Isabel Cristina Rodrigues (UEM)
    Luisa Tombini Wittmann (UDESC).

APRESENTAÇÃO

ARTIGOS DO DOSSIÊ

EXPEDIENTE

PUBLICADO: 01-06-2022

Memoria y disciplinas: aproximaciones a la historia de las ciencias | Rafael Guevara Fefer e Miguel García Murcia

Detalhe de capa de Memoria y disciplinas aproximaciones a la historia de las ciencias 2021.
Detalhe de capa de Memoria y disciplinas: aproximaciones a la historia de las ciencias (2021).

Los estudios en historia de la ciencia se encuentran cada vez más consolidados mundialmente, aunque son escasas las reflexiones en torno a los problemas insertos en el binomio ciencia-historia, tanto en las disciplinas que estudiamos como en las narrativas que construimos al abordar el análisis del devenir científico. Ello, a pesar de que las memorias e historias de las comunidades científicas se encuentran entrelazadas con la construcción de sus saberes, plasmadas tanto en los órganos de publicación como en los nombres de las calles y los monumentos que embellecen los edificios públicos, así como en las salas de los museos y los libros especializados de toda índole. Los seis capítulos que integran el libro Memoria y disciplinas: aproximaciones a la historia de las ciencias (Guevara Fefer, García Murcia, 2021) develan y analizan estos procesos de construcción, su expresión en piedra, exhibición o papel, y sus variopintos usos y destinatarios.

Son procesos de larga data, porque la historiografía de las ciencias surge entre los siglos XVIII y XIX, y acompaña los procesos de institucionalización de estos nuevos saberes en ambos lados del océano, expresando la axiología e identidad epistémica que construyen y sostienen los científicos para erigir disciplinas universales que, al mismo tiempo, se encuentran arraigadas en la localidad. Bajo estos planteamientos iniciales, los coordinadores de este libro, Rafael Guevara Fefer y Miguel García Murcia, plantean en el estudio introductorio los principales ejes de análisis que guían los trabajos expuestos en la obra colectiva para mostrar cómo los científicos mexicanos, al tiempo que construían sus disciplinas y espacios de saber especializado, imaginaron e impusieron “un pasado al servicio de sus agendas políticas y epistémicas” (p.12), en un proceso constante de reiteración que se alimentó del olvido y la memoria (la personal y la colectiva) y, con ello, construyeron un patrimonio e identidad colectivos que dio sentido a su práctica presente y futura. Porque el control sobre la memoria – proponen – es un acto político, una herramienta de poder y un instrumento de legitimización de las ciencias. Leia Mais

Ensino de História e Cultura Indígena nas escolas: transformações e permanências, conquistas e desafios no pós Lei 11.645/2008 | Revista Eletrônica História em Reflexão | 2022

Projeto cria condicoes para uma formacao escolar propria aos indigenas Foto Gustavo DiehlUFRGS
Projeto cria condições para uma formação escolar própria aos indígenas | Foto: Gustavo Diehl/UFRGS

É com satisfação e alegria que apresentamos o Dossiê Ensino de História e Cultura Indígena nas escolas: transformações e permanências, conquistas e desafios no pós Lei 11.645/2008. Neste número da Revista História em Reflexão, reunimos estudos de pesquisadores(as) doutores(as), doutorandos(as), mestres(as) e intelectuais indígenas que analisam o ensino de História e Cultura Indígena desde a promulgação da Lei 11.645/2008.

As autoras e autores nos brindam com análises de suas experiências de ensino e pesquisa das Histórias e Culturas Indígenas, que apontam transformações e permanências a partir da Lei, nos marcos legais da legislação da política educacional brasileira, como nas diretrizes curriculares nacionais para formação inicial e continuada de docentes para a Educação Básica (DCNs), nos projetos pedagógicos de cursos de graduação/licenciatura em História (PPCs), nas diretrizes estaduais para a educação básica para a área de história (DCEs), na Base Nacional Comum Curricular (BNCC), e nos materiais didáticos. Por diferentes abordagens teórico-metodológicas, problematizando e evidenciando as conquistas e os desafios na trajetória do ensino de Histórias e Culturas Indígenas, os artigos são consensuais no destaque dos povos indígenas como protagonistas de suas próprias histórias, bem como da história do Brasil, e, fundamentalmente, como partícipes e produtores de conhecimento histórico. Leia Mais

Memoria Americana – Cuadernos de Etnohistoria. Buenos Aires, v.30, n.1, 2022.

Convocatoria abierta: 6 artículos y 2 reseñas.

Presentación

Convocatoria abierta

Reseñas

Publicado: 2022-06-01

El Perú y su Independencia. Reflexiones ante el Bicentenario | José Agustín de la Puente Candamo

Jose Agustin de la Puente Candamo Foto Hugo PerezArchivo El Comercio
José Agustín de la Puente Candamo | Foto: Hugo Pérez/Archivo El Comercio

El Perú y su Independencia. Reflexiones ante el Bicentenario, el reciente libro póstumo de José Agustín de la Puente Candamo y editado por José de la Puente Brunke, nos presenta la reedición de una selección de textos sobre la independencia del Perú escritos a lo largo de setenta años. En estos, se aprecia claramente su visión del proceso independentista peruano e hispanoamericano. El primero influenciado por la idea de peruanidad y la vinculación con el mestizaje propuestas por José de la Riva-Agüero y Víctor Andrés Belaunde, así como la idea del Perú «como sujeto histórico que se va formando a lo largo de siglos» (XV), y el segundo como la «maduración» del sentimiento americano frente a la metrópoli desde —para él— mediados del siglo XVIII hasta las guerras napoleónicas de inicios del siglo XIX.

El libro cuenta con doce capítulos agrupados en dos partes, una introducción, un colofón y bibliografía general. En la introducción, se reproduce el discurso de agradecimiento al Doctorado Honoris Causa otorgado por la Universidad Ricardo Palma (2007), donde se da cuenta su acercamiento a la Historia, los motivos que lo llevaron a seguir la docencia y el estudio de la independencia, así como la importancia de los cursos de historia del Perú en el ámbito escolar y universitario, muchas veces dejados de lado. Leia Mais

Fotografía/ Estado y sentimiento patriótico en el Uruguay de Terra | Ana María Rodríguez Ayçaguer

Detalhe de capa de Fotografia Estado y sentimiento patriotico en el Uruguay de Terra 2
Detalhe de capa de Fotografía, Estado y sentimiento patriótico en el Uruguay de Terra

Este libro es un ejemplo de cómo el trabajo de archivo y sus experiencias «erráticas» al decir de Lila Caimari (La vida en el archivo, 2017), producen frutos mucho más allá de los planes iniciales de quien investiga, abriendo puertas a agendas tan imprevistas como fructíferas.

En él se ofrece una descripción con relativo detalle de un proyecto cultural estratégico en un momento clave de la historia política uruguaya, el régimen terrista. En un trabajo organizado de acuerdo a varios ejes: el contexto político y las figuras de las que surge el proyecto, sus posibles antecedentes, su implementación en etapas y el análisis de lo que se conoce de su registro fotográfico, la autora nos acerca a las discusiones y prácticas políticas de la época en lo relacionado al lugar de la cultura y en particular al que la idea de «patria» tuvo en un modelo que se presentaba como alternativa al batllismo. Leia Mais

Las pacifistas en un mundo de catástrofes (1914-1945) | Ivette Trochon

Ivette Trochon Foto Fernando PenaBrecha
Ivette Trochon | Foto: Fernando Pena/Brecha

Esta obra de Yvette Trochon ofrece la posibilidad de incursionar en un tema escasamente tratado por la historiografía regional y menos aún por la uruguaya: el pacifismo femenino. La autora nos introduce en el mundo de la guerra y la paz, rescatando el rol de las «pacifistas», aquellas mujeres «que hicieron públicas sus inclinaciones por la paz a través de la literatura, el periodismo, el arte o la militancia en organizaciones creadas específicamente para tales fines» (16). El hilo conductor de la obra es el análisis de las reflexiones femeninas sobre la paz y las prácticas concretas que llevaron a cabo para alcanzarla o defenderla. Sin dejar de lado, a las voces masculinas que también abogaron por la paz, desde diversas perspectivas: filosóficas, jurídicas, historiográficas, socialistas. Si bien el pacifismo no surge en este período, fue en estas décadas que adquirió un carácter masivo, por la emergencia de asociaciones con marcados discursos antimilitaristas, opuestas al servicio militar obligatorio y promotoras de la objeción de consciencia. Leia Mais

Ni muertes ni palizas/ las mujeres se organizan. La construcción de la violencia doméstica como problema político-público (1984-1995) | Lucía Verónica Martínez

Detalhe de capa de Ni muertes ni palizas las mujeres se organizan. La construccion de la violencia domestica como problema politico publico 1984 1995
Detalhe de capa de Ni muertes ni palizas, las mujeres se organizan. La construcción de la violencia doméstica como problema político-público (1984-1995)

Este libro es la primera obra de Lucía Verónica Martínez Hernández. Se trata de una adaptación de su tesis de maestría en Historia Política (FCS, FHCE y AGU), realizada bajo la dirección del Dr. Diego Sempol y defendida en 2020, convirtiéndola en la primera mujer egresada de dicho programa de posgrado.

Conjugando aportes de la historia de género, la teoría feminista y los estudios de los movimientos sociales la autora se sumerge en el análisis y descripción del proceso sociopolítico que derivó en la configuración de la violencia doméstica como un problema político-público en el Uruguay de 1984- 1995. Lo hace a partir de una mirada de la transición democrática en clave de género, que pone el énfasis en el papel que desempeñó el movimiento de mujeres y feministas del Uruguay (MMFU) en la democratización del país, a través de una serie de reivindicaciones y acciones tendientes a la desnaturalización y politización de las múltiples formas de violencia hacia las mujeres, hasta entonces circunscriptas al universo privado. Explora las interacciones (y tensiones) entre el MMFU y el Estado uruguayo, así como la incidencia de los organismos internacionales en la consecución parcial de una serie de demandas relacionadas con la violencia doméstica y, finalmente, con su tipificación como delito en el Código Penal. Leia Mais

Una historia de la emancipación negra. Esclavitud y abolición en la Argentina | Magdalena Candioti

Magdalena Candioti Imagem Litus
Magdalena Candioti | Imagem: Litus

El libro Una historia de la emancipación negra. Esclavitud y abolición en la Argentina de Magdalena Candioti representa un importante avance en la historiografía argentina y da cuenta de una línea de investigación que la autora viene desarrollando desde hace ya varios años. Como señala Candioti en las primeras páginas del libro, su motivación surge de la escasez de estudios sobre la abolición en Argentina, escasez que no resulta casual ni aislada, sino que puede explicarse por «los silencios en torno al arribo forzado de miles de africanos y africanas a la región y sus luchas por liberarse».

La autora parte de dos preguntas centrales: cómo se terminó la esclavitud en el Río de la Plata y qué hicieron las personas esclavizadas para emanciparse. Se concentra en el período 1813-1860, en lo que denomina «el tiempo de los libertos» o sea desde la ley de libertad de vientres hasta la Constitución que prohibió la existencia de esclavos en el país. Si bien los antecedentes argentinos son escasos, hay una especial preocupación de la autora por dialogar con una amplia historiografía regional e internacional que se ha producido recientemente sobre esta misma temática. Leia Mais

Entre la vida y la muerte. Salud y enfermedad en el Uruguay de entresiglos | Andrés Azpiroz, Ana Cuesta, Gabriel Fernández e Laura Irigoyen

Entre a vida e a morte. Exposicao Imagem Museo Historico Nacional de Uruguay
Entre a vida e a morte. Exposição | Imagem: Museo Histórico Nacional de Uruguay

Entre la vida y la muerte. Salud y enfermedad en el Uruguay de entresiglos es el catálogo de una muestra del mismo nombre organizada por el Museo Histórico Nacional en el marco de la celebración del Día del Patrimonio, que en el año 2020 el Ministerio de Educación y Cultura a través de la Comisión del Patrimonio Cultural de la Nación, tuvo como lema «Medicina y salud: bienestar a preservar» y homenajeó a la figura del Dr. Manuel Quintela (1865- 1928), el prestigioso médico que hacia 1910 tomó la iniciativa de crear el Hospital de Clínicas en el ámbito de la Facultad de Medicina de la Universidad de la República. El contexto excepcional de pandemia de COVID/19 que vivía el mundo en ese momento, envistió al Día del Patrimonio y a la exposición del Museo de un carácter singular.

La exposición Entre la vida y la muerte. Salud y enfermedad en el Uruguay de entresiglos fue inaugurada al público en la Casa Rivera del Museo Histórico Nacional el 3 de octubre de 2020, cuando comenzaron a reabrir los espacios culturales luego de la pandemia. Aunque estuvo disponible al público hasta el 29 de abril de 2022, durante 2020 permaneció cerrada en algunas ocasiones en función de la situación de la pandemia en el país. La muestra fue el resultado de un trabajo colaborativo entre el Museo Histórico Nacional, el Departamento de Historia de la Medicina de la Facultad de Medicina de la Universidad de la República, el Laboratorio de Microbiología de la Intendencia de Montevideo y el Espacio de Recuperación Patrimonial del Hospital Vilardebó. Contó además con las gestiones del historiador de la medicina Juan Gil Pérez y el aporte de coleccionistas privados como Andrés Linardi, Carlos Hernández y Fernando Lorenzo. Leia Mais

CLAVES – Revista de Historia. Montevideo, v.8, n.14, 2022.

Claves

Investigar colecciones, museos y prácticas de la museística. Reflexiones e instrumentos para la discusión colectiva

Imagen de portada:  Sala del Gaucho del Museo Colonial e Histórico de la Provincia de Buenos Aires. Década de 1940. Imagen publicada por el Complejo Museográfico Provincial Enrique Udaondo (Luján) en su página de Facebook el 9 de junio de 2020.

Tema Central

Temática Libre

Bibliográficas

Participantes en la edición

 

Dimensiones del conflicto: resistencia, violencia y policía en el mundo urbano | Tomás A. Mantecón Movellán, Marina Torres Arce e Susana Truchuelo García

Detalhe de capa de Dimensiones del conflicto resistencia violencia y policia en el mundo urbano
Detalhe de capa de Dimensiones del conflicto: resistencia, violencia y policía en el mundo urbano

1Hace ya unas décadas la renovación de la historia del conflicto urbano fue contemporánea a la de la integración de personas y grupos, a la del desarrollo de mecanismos disciplinarios o la de la reacción de las sociedades y de quienes integraban las instituciones contra las fuerzas políticas dominantes. La perspectiva desde la que se podían enfocar en el final del siglo XX estos procesos era diversa y también lo fueron sus raíces historiográficas e intelectuales (más allá de la cita, más o menos rutinaria y cansina, a Foucault o Bourdieu), pero lo cierto es que sí había un intento de ligar dichas dinámicas a una comprensión global de un mundo social y político moderno que se empezaba a percibir como menos mecánico de lo que se había pensado. Un celebrado texto de 2006 de Xavier Gil Pujol1 mostraba cómo precisamente el estudio de la indisciplina había abandonado el recurso de ser la panacea para identificar movimientos sociales y se había convertido en un eficaz instrumento para evaluar dinámicas sociopolíticas muy complejas en la que los actores se adaptaban y negociaban su posición recurriendo en parte, pero sólo en parte, a una violencia explícita que en general se combinaba con otras formas de una negociación que no tenía que conllevar un consenso estable, ni fundarse en una simetría entre las partes; pero que, no por esos límites, dejaba de aunar voluntades y de generar o regenerar las bases sociales sobre las que se asentaba la dominación. Así pues, si el conflicto era muchas cosas, tiene múltiples representaciones y era apropiado por vías diversas, era bueno ubicarlo en la etiología misma de la práctica social y política, pero hacerlo de forma no unitaria, sino plural, lo que llamaba a la necesidad de diversificar las aproximaciones y comprender mejor sus ámbitos, sus implicaciones culturales y a sus protagonistas. Y este libro responde a todo ello. Leia Mais

Political Thought in Portugal and Its Empire/ c. 1500-1800 | Pedro Cardim e Nuno Gonçalo Monteiro

Pedro Cardim e Nuno Goncalo Monteiro Imagens Goodreads Goodreads
Pedro Cardim e Nuno Gonçalo Monteiro | Imagens: Goodreads Goodreads

1A publicação deste livro é, sem dúvida, um acontecimento editorial que merece ser assinalado. Trata-se de uma seleção criteriosa de textos fundadores do pensamento político em Portugal na era moderna (c. 1500-1800), precedida de uma cuidada e esclarecedora introdução de enquadramento interpretativo que também serve para justificar a razão e a oportunidade da sua tradução e publicação em língua inglesa. A introdução e organização editorial do livro são de autoria de Pedro Cardim e Nuno Gonçalo Monteiro que, deste modo, acrescentam às suas importantes contribuições de análise histórica do período em apreço um relevante serviço de divulgação de fontes primárias que apenas têm estado acessíveis, na sua quase generalidade, a leitores de língua portuguesa. A tradução e edição crítica de tais textos fundadores possibilita, a um público internacional alargado, o conhecimento de alguns dos principais protagonistas do debate político em Portugal nos séculos XVI a XVIII, da sua articulação ou diálogo (implícito ou explícito) com autores de referência no quadro europeu e da especificidade dos problemas de ordem institucional, social e política que emergem no contexto da monarquia portuguesa e do seu espaço imperial.
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El vuelo corto. Mujeres y migraciones en la Edad Moderna | Ofelia Rey Castelão

Ofelia Rey Castelao Imagem Unidade de Mulher e Ciencia Xunta de Galicia
Ofelia Rey Castelão | Imagem: Unidade de Mulher e Ciencia – Xunta de Galicia
1Women’s mobility and migration and their role as migrant workers in host societies is a topic that only recently has been acknowledged by the scholarship on migration history and started to receive some attention. However, it still remains a rather understudied matter not only in this sub-field of history, but also in labour history. El vuelo corto. Mujeres y migraciones en la Edad Moderna (or The Short Flight. Women and Migrations in the Early Modern Age, in English) by Ofelia Rey Castelao is an important contribution to enrich the knowledge of the international academic community.

2Firstly, this study examines the relation of women with mobility as well as migration and work, beyond the classical approaches to the study of the topic that either portray women solely as dependent migrants in the context of family mobility and migration, or as victims of male migration and seasonal mobility. Rey Castelao does that in two different ways. On the one hand, the author looks at women as active historical agents in these processes of displacement, namely as migrant workers engaging in short- and long-distance migration with either a seasonal, temporary or permanent character. On the other hand, Rey Castelao reconstructs the trajectories and experiences of women as historical actors that not merely endured the consequences of male migration and temporary mobility but that had agency and actively looked for solutions and tried to take advantage of the new circumstances in which they found themselves in. Leia Mais

The First World Empire: Portugal/ War and Military Revolution | Heler Carvalhal, André Murteira e Roger Lee de Jesus

Croquis do sitio e ordem de batalha de Alcantara diante de Lisboa por mar e terra. Detalhe de capa de The First World Empire Portugal War and Military Revolution Imagem Wikipedia
Croquis do sítio e ordem de batalha de Alcântara diante de Lisboa, por mar e terra. Detalhe de capa de “The First World Empire: Portugal, War and Military Revolution” | Imagem: Wikipedia
1The theory that Early Modern Europe underwent a sort of “military revolution”1 has sparked debate amongst historians of the period ever since it was proposed.2 The military revolution has been proposed as an explanation both for changes in state-formation processes within Europe itself, and subsequently as an explanation for why European states controlled roughly one-third of the land surface of the world even before the onset of industrialization. Yet it is exactly in the role of the military revolution in the process of European expansion – and indeed the debate whether European states and non-state actors did indeed enjoy a military advantage over non-Europeans – that we encounter some strange lacunae in the (Anglophone) scholarship.3 The case of Portugal must perhaps be the most striking of these. Portugal was not only the first European state to engage in colonial expansion and trade, it was the last state to decolonize. Portuguese ships, soldiers and forts were present in Africa, the Americas and throughout littoral Asia, giving it a global footprint. In the case of Asia especially, the presence of Portuguese fleets and fortifications in India and beyond from the very start of the sixteenth century onwards, as the bastion-trace fortification was spreading through Europe, should give historians ample material to work with to test the thesis that European fortifications and siegecraft were superior and enabled European states to maintain a presence throughout the area.

Ler História. Lisboa, n.80, 2022.

Ler Historia3 2

A autodeterminação de Timor-Leste

Outros artigos

Recensões

Debates sobre História Moderna e as Américas Coloniais: os 20 anos do Antigo Regime dos Trópicos em Perspectiva | Ars Historica | 2022

… difícil sustentar, a partir do quadro descrito, a tradicional imagem de um Império centrado, dirigido e drenado unilateralmente pela metrópole.”1

Foi com grande satisfação que aceitei o convite para redigir a apresentação do dossiê “Debates sobre História Moderna e Américas coloniais” que se insere no conjunto de celebrações do 20º aniversário da publicação do livro “O Antigo Regime nos Trópicos. A dinâmica imperial portuguesa” 2 . Essa obra teve uma forte influência na minha formação acadêmica desde graduação e marcou gerações. Logo após a primeira leitura, percebi que os estudos desenvolvidos pelos autores da coletânea iriam contribuir para o desenvolvimento da minha pesquisa sobre o governo da justiça, que começava a ganhar os primeiros apontamentos pouco tempo depois do lançamento da primeira edição. Além disso, tive o privilégio de ser orientada por uma das organizadoras, a Professora Maria Fernanda Bicalho (Universidade Federal Fluminense), ao longo da minha trajetória acadêmica na pós-graduação.

O livro, muito inovador na ocasião, suscitou intensos debates nos anos seguintes e até hoje é revisitado em debates historiográficos sobre o período colonial. A obra coletiva revelou novas abordagens possíveis para as dinâmicas econômicas, políticas, culturais e religiosas no âmbito da América lusa, propôs alternativas para superar a dualidade metrópole e colônia presente em modelos explicativos até então dominantes e forjados a partir de análises macroestruturais. Entre os muitos méritos da obra, os ensaios foram elaborados com fontes depositadas em arquivos nacionais e internacionais e destacaram as conexões entre diferentes partes espalhadas pelo globo. Como destacou A. J. R. Russell-Wood, autor do prefácio, fazia parte do livro uma geração de brasileiros que concluíram seus doutorados desde 1989, que juntos reavaliam o Antigo Regime e como o Brasil e outras partes do império encontravam-se perpassados por suas práticas e mentalidades. Essas novas formas de entender o universo colonial deram particular atenção as negociações que marcaram as relações no âmbito do império português. Leia Mais

Memórias da Plantação: episódios de racismo cotidiano | Grada Kilomba

A obra “Memórias da Plantação: episódios de racismo cotidiano”, fruto da tese de doutoramento da escritora Grada Kilomba, foi publicada inicialmente na versão em inglês no Festival Internacional de Literatura, em Berlim, no final de 2008. A sua versão em português ocorre apenas 10 anos depois, sendo necessária, segundo a autora, a inclusão de uma introdução para abarcar, problematizar e explicar como seriam traduzidas algumas terminologias para a língua portuguesa, marcada por um histórico de herança colonial e patriarcal.

Grada Kilomba inicia sua obra explicando que a adaptação em algumas palavras, ocorre justamente para deixar evidente a tentativa de desmontar uma linguagem tradicionalmente reduzida ao gênero masculino, com origens coloniais dotada de relações de poder, abusos e inferiorização de pessoas afrodescendentes, comumente objetificadas e animalizadas através de uma linguagem racista. Para sinalizar o seu posicionamento, a autora adapta para o português, algumas terminologias recorrendo ao uso do itálico e abreviação em algumas palavras. Na obra, temos, portanto, adaptações de termos como sujeito, objeto, “outra/o”, negra/o, p. (preta/o), mestiça/o, mulata/o, cabrita/o, escravizada/o(escrava/o) e subalterna. (p.15) Leia Mais

Ars Histórica. Rio de Janeiro, v.23, 2022.

Debates sobre História Moderna e as América Coloniais: os 20 anos do Antigo Regime dos Trópicos em Perspectiva

Elementos Pré-Textuais

Editorial

Apresentação

Entrevista

Artigos de Dossiê

Artigos Livres

Resenhas

Ler História. Lisboa, n.73, 2018.

Revisitar a Pneumónica de 1918-1919

  • Frédéric Vidal
  • Editorial[Texto integral]

Dossier: Revisitar a Pneumónica de 1918-1919

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Em debate

Recensões

Morir en las grandes pestes: las epidemias de cólera y fiebre amarilla en la Buenos Aires del siglo XIX | Maximiliano Fiquepron

Juan Manuel Blanes Un episodio de la fiebre amarilla en Buenos Aires 1871 oleo sobre tela 230 x 180 cm Imagem Contraeditorial
Un episodio de la fiebre amarilla en Buenos Aires  (1871), óleo sobre tela de Juan Manuel Blanes | Imagem: Contraeditorial

Nuestros saberes sobre las epidemias se han modificado en el curso de muy poco tiempo gracias a la reciente pandemia, ya que las experiencias históricas individuales y sociales sobre los terrores, reales o ficticios, volvieron a la palestra con más rapidez que lo esperado. Morir en las grandes pestes (Fiquepron, 2020) es un relato hacia atrás, en un Buenos Aires que no era ya una aldea, pero aún sin el aire cosmopolita del fin de siècle . Su crecimiento se debía a la llegada en pocos años de miles y miles, supuestos heraldos del progreso y la modernidad. Esos esperados inmigrantes, a quien el país abría sus brazos, arribaban en buques ciertamente infectos, luego de viajar y sufrir privaciones, y se arracimaban en conventillos y otros espacios insalubres. La pobreza, suciedad, malnutrición, escasez de agua potable y proximidad expandieron las epidemias, como en otras ciudades de entonces.

El temor a la muerte y a la enfermedad fulminante a través de virus, bacterias y parásitos, en tiempos en que despuntaba la bacteriología y reinaba entre los médicos las teorías miasmáticas, permite afirmar – como lo hacía Charles Rosenberg (1992), y se recupera en el texto – la configuración de una obra dramática para el desarrollo de una epidemia. En su primer acto, la negación ante la masividad de los decesos; en segundo, ante la visualización de los óbitos, la huida del lugar, es decir, una resolución privada o familiar, con explicaciones de las catástrofes enmarcadas entre lo divino y lo profano. El tercer acto incluye las medidas para acabar con la epidemia; y el cuarto, antes del cierre del telón, las reflexiones y enseñanzas que llevarán (o no) a futuros quehaceres para evitar próximos eventos traumáticos.

Este giro de la narrativa, que va desde la indiferencia a la desesperación y la acción-meditación, es en parte la que el autor nos propone para, con gran habilidad, tejer la trama de Morir en las grandes pestes . La elección de ambas enfermedades y la ciudad portuaria se entremezclan en la narración histórica a través de diversas fuentes (censales, iconográficas, periodísticas, médicas). Se anuda así un relato sólido sobre las representaciones frente a la crisis, los héroes y las reacciones institucionales, así como sobre los gestos mortuorios, el desprendimiento de los cuerpos infectados, y, finalmente, las memorias de ese proceso en pos de una “modelización de la epidemia” hacia el siglo XX, cuando se suponían desaparecidos para siempre las escenas de luto y estupor por las enfermedades contagiosas. Y a partir del control de esas epidemias se organizaron, de acuerdo a la hipótesis del libro, una particular gestión de la muerte a nivel público que persiste hasta la actualidad.

El examen de obras significativas donde se representó la enfermedad ha sido un recurso clásico para observar la relación entre iconografía y nociones sobre las epidemias; en este caso, se retoma la célebre Un episodio de la fiebre amarilla en Buenos Aires , óleo de Juan Manuel Blanes, dado que incluye los dos elementos claves del texto: la enfermedad y su desarrollo fatal, en la mirada de un médico, impotente frente a su tardío accionar. Se trata, como argumenta también Malosetti Costa (2001) convincentemente, de una estrategia moderna que alude a las nuevas formas de la muerte; y tanto fue así que la reproducción de esta imagen, que abre el texto, es también en la actualidad una referencia obligada sobre las epidemias en general y para toda Argentina. En esa obra pictórica también se alude a la organización primigenia de la comunidad porteña, a través de sus organismos municipales, para atender a los enfermos en las diversas parroquias.

A través de su accionar se percibe a la generación de jóvenes higienistas, posteriormente muy activos en las reformas urbanas y, en general, en el impulso de la salubridad pública en distintos órdenes institucionales. El camino iniciado en Buenos Aires, cuyo foco fue el control epidémico, se amplió luego a los territorios nacionales, a través de las medidas estatales para fomentar espacios higiénicos, a salvo de las peligrosas miasmas. Y, aquí, los médicos, con los resortes estatales, confiaron en los afanes de educadores, criminólogos, psiquiatras, intelectuales y publicistas, todos ellos supuestamente comprometidos en pos de una nación construida sobre la noción de civilidad e higiene. Las enfermedades contagiosas y su cúmulo de muertos infecciosos y a la vez, evitables, también horadaban, como demuestra Morir en las grandes pestes, la imagen de una ciudad pujante que no hacía honor a su denominación. “Buenos Aires” llevaba implícita la benéfica influencia de los vientos, a cuya naturaleza y potestad los profesionales y otros especialistas médicos confiaban la salud de la población antes de la era científica.

El control del cólera y la fiebre amarilla han sido, junto a la viruela y la peste bubónica, quienes acumularon mayor preocupación médica en tiempos pre-bacteriológicos en virtud de varios factores: desconocimiento científico de la forma de contagio, nosología y presentación de síntomas, así como una terapéutica eficaz. En virtud de esas carencias y ante el avance de las epidemias, la población desplegó una variabilidad de recursos para hacerles frente, valiéndose de las opiniones de médicos reconocidos, de remedios publicados como de acción efectiva y, por supuesto, de curadores y terapias populares como indica con maestría el autor. Ciertamente, al examinar las prácticas para culminar con el ciclo de contagios y decesos, se demuestran además de las muy diversas formas de resolución, una intensa hibridez que hace difícil separar y dirimir entre conjuntos médicos “oficiales” o bien “populares”, indígenas, domésticos y tantos más (Armus, Gómez, 2021). Y lo que se percibe es la intensidad con que todas las sociedades a lo largo y ancho de América Latina, buscaron explicaciones dentro de sus marcos culturales para las crisis que provocaban las epidemias, con su cuota letal en comunidades aisladas y con baja inmunidad.

En tal sentido, la historia social de la salud y la enfermedad, con su cuota de estudios culturales y una clara visión antropológica, está bien presente en Morir en las grandes pestes con una narrativa consistente y un cuidado repertorio sobre los avances posibles de temáticas que no son nuevas, pero que sí renuevan los múltiples aspectos de interpretar el pasado de las epidemias.

Referências

ARMUS, Diego; GÓMEZ, Pablo (ed.). The gray zones of medicine: healers and history in Latin America. Pittsburgh: University of Pittsburgh Press, 2021.

FIQUEPRON, Maximiliano. Morir en las grandes pestes: las epidemias de cólera y fiebre amarilla en la Buenos Aires del siglo XIX. Buenos Aires: Siglo Veintiuno, 2020.

MALOSETTI COSTA, Laura. Los primeros modernos: arte y sociedad en Buenos Aires a fines del siglo XIX. Buenos Aires: Fondo de Cultura Económica, 2001.

ROSENBERG, Charles. Explaining epidemics and other studies in the history of medicine. Cambridge: Cambridge University Press, 1992.


Resenhista

María Silvia Di Liscia – Instituto de Estudios Históricos y Sociales de La Pampa / Universidad Nacional de La Pampa -CONICET. Santa Rosa – La Pampa – Argentina silviadiliscia@gmail.com


Referências desta resenha

FIQUEPRON, Maximiliano. Morir en las grandes pestes: las epidemias de cólera y fiebre amarilla en la Buenos Aires del siglo XIX . Buenos Aires: Siglo Veintiuno, 2020. 190. Resenha de: DI LISCIA, María Silvia. Contagio, muerte y enfermedad en la Argentina decimonónica. História, Ciências, Saúde – Manguinhos. Rio de Janeiro, v.29, n.2,  Apr-Jun 2022. Acessar publicação original.

 

Desastres: velhos e novos desafios para a saúde coletiva | Vânia Rocha e Luciana de Resende Londe

Risco de desastre natural para a saude Imagem Fiocruz
Risco de desastre natural para a saúde | Imagem: Fiocruz

A obra Desastres: velhos e novos desafios para a saúde coletiva , publicada em 2021 pela Editora Fiocruz na coleção Temas em Saúde, foi escrita pelas biólogas Vânia Rocha, doutora em Saúde Pública pela Fiocruz, e Luciana de Resende Londe, doutora em Sensoriamento Remoto pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais. Para apresentar uma imagem geral, insta apontar que o livro conta com 138 páginas, divididas em cinco capítulos: “Desastres, modelo de desenvolvimento e saúde”; “Ameaças naturais”; “Ameaças tecnológicas”; “Desastres, saúde e produção de conhecimento”; e “Desafios da saúde coletiva diante dos desastres”. Logo na apresentação Rocha e Londe (2021) abordam a questão da pandemia de covid-19, deixando explícita a especificidade do momento de produção do texto e a acentuada pertinência dos temas levantados no âmbito da saúde coletiva.

O mérito inicial da escrita é apresentar os traumas, os desastres ambientais e os seus reflexos na qualidade de vida dos seres, colocando em questão o desequilíbrio ecológico e os decorrentes riscos à vida. Em um esforço ímpar de análise do meio ambiente em sua conexão com a saúde coletiva, no primeiro capítulo, “Desastres, modelo de desenvolvimento e saúde”, as autoras estreitam laços com uma abordagem histórica, ao buscar interpretar as ocupações urbanas irregulares, que se intensificaram nas décadas de 1950 e 1960. A abordagem reflete também sobre a ocupação urbana nos morros ou/e margens de rios, feita por grupos socialmente marginalizados, que acabam vulnerabilizados ao se instalar em áreas de risco. Leia Mais

Peripheral nerve: health and medicine in Cold War Latin America | Anne-Emanuelle Birn e Raúl Necochea López

Anne Emanuelle Birn Imagem University of Toronto
Anne-Emanuelle Birn | Imagem: University of Toronto

Scholars of Latin America are familiar with the narrative of the Cold War in the region. The stories we tell about the second half of the twentieth century often rely on narrative scaffolding provided by the Cold War; after all, the global influence of the ideological, political, economic, and military battles between the United States and Soviet Union permeated all aspects of people’s lives to various degrees. In these stories, the Latin American Third World is presented as influenced, persuaded, and pressured by the two global superpowers while politicians and policymakers made decisions about the path nations would take towards development and globalization (see, e.g., Smith, 2007). In Peripheral nerve: health and medicine in Cold War Latin America , Anne-Emanuelle Birn and Raúl Necochea López present a different way to look at the Cold War era in Latin America, with a more nuanced view of how different people in different places experienced, reacted to, and acted during the Cold War. This is not an alternative approach meant to decenter the Cold War: on the contrary, the authors and editors illustrate the complexity of the Cold War on the ground, on the so-called peripheries of development. This book demonstrates that people in Latin America had the “nerve” to face international pressures and make choices that, while under the veil of the Cold War dichotomy, had more to do with the individual local realities than the larger battle between First and Second Worlds. To learn how Latin Americans dealt with the Cold War on a local and international level this book is essential. Leia Mais

História, Ciências, Saúde-Manguinhos. Rio de Janeiro, v.29, n.2, 2022.

Historia Ciencia Saude1

História, Ciências, Saúde – Manguinhos em 2021 Carta Do Editor

Clio. Recife, v.40, n.2, jul./dez., 2022.

Clio Revista de Pesquisa Historica

Dossiê: Visões do tempo no medievo e a escrita da História

Apresentação

  • Apresentação
  • Elton Oliveira Souza de Medeiros, Isabela de Albuquerque R. do Nascimento
  • PDF

Dossiê

Artigos Livres

Sobre a Revista

La imagen femenina em el mundo antiguo: saber y poder/Mythos – Revista de História Antiga e Medieval/2022

El propósito del presente dossier consiste en pensar el espacio del pensamiento como un topos de construcción igualitaria y de configuración de un modelo antropológico que supone, precisamente, revisar la inequidad de género como núcleo problemático. Leia Mais

Domínios da Imagem. Londrina, v.16, n.30, 2022.

 

América y la Guerra Fría Transnacional | Patricio Herrera

Esta obra recoge un interesante conjunto de trabajos presentados al seminario internacional “América en la Guerra Fría. Perspectivas sociales y políticas desde la investigación (1945-1973)” celebrado en septiembre de 2017 en la Universidad de Valparaíso, que convocó a especialistas que abordaron aristas de este período, fundamentalmente a través de la perspectiva regional del conflicto mediante el análisis de diversos sujetos en distintos ámbitos de influencia. Se trata de historias conectadas en perspectiva dialógica entre lo nacional y lo global, presentadas mediante una sugerente articulación temática que contribuye a entregar a los lectores una vista panorámica profunda y amplia a la vez. Leia Mais

Signum. Londrina, v.23, n.2, 2022.

Signum

Dossiê: Medievos e medievalidades a partir de uma História da Arte Global

Artigos

Resenhas

Revista Brasileira de Política Internacional. Brasília, v. 65, n.2, 2022.

The Return of Cultural Heritage to Latin America: Nationalism, policy, and politics in Colombia, Mexico and Peru | Pierre Losson

Pierre Losson Imagem Twitter
Pierre Losson | Imagem: Twitter

El estudio que nos presenta Pierre Losson sobre la lucha por la devolución de patrimonio cultural de las naciones mexicana, colombiana y peruana y su intersección con el nacionalismo es más que estimulante. Esta obra de más de 200 páginas tiene como principal objetivo analizar tres casos de estudio correspondientes a las tres naciones y analizar su intersección con el discurso nacionalista, y cómo este se crea y transforma, la creación y expansión de la política cultural estatal e investigar quienes son los actores que reclaman y bajo que coordenadas lo hacen. Igualmente, cuenta con distintos apartados en los que se analiza las tensiones entre los reclamadores y el actor que tiene que ceder el patrimonio, así como las tensiones legales que se dan y las discusiones sobre si es mejor que el artefacto se quede en el lugar en el que estaba, en una tercera nación que, bajo distintas formas, lo expolió, para asegurar su conservación, o la devuelta al país o estado en el que tuvo su origen, a pesar de la peligrosidad que pueda suponer para su conservación. Leia Mais

Diplomacia. Historia y presente | Juan Luis Manfredi

Juan Luis Manfredi Imagem NIUS
Juan Luis Manfredi | Imagem: NIUS

En un dossier cuyo objetivo era reflexionar sobre la elitización de la historia de la política exterior latinoamericana, el análisis de la diplomacia —tanto la desplegada desde el aparato estatal de los países como la realizada por actores subestatales de los mismos— no podía faltar. Se presentan a continuación dos reseñas que justamente desarrollan los conceptos de diplomacia y paradiplomacia; dos trabajos que coadyuvan a los esfuerzos por clarificar estas actividades propias de la acción exterior de los Estados y de otras unidades de nivel inferior al estatal, que requieren la especial atención por parte de los investigadores e investigadoras de la historia de las relaciones internacionales.

En las siguientes páginas son reseñadas, primero, la monografía sobre diplomacia autoría de Juan Luis Manfredi titulada Diplomacia. Historia y presente (2021), y en segundo lugar, la obra colectiva sobre paradiplomacia compilada por Mariano Alvarez, Mariana Luna Pont y Nahuel Oddone, titulada América Latina Global. Estudios regionales sobre paradiplomacia (2019). Confío en que la lectura de estas reseñas ayude a los interesados en estos estudios a decidirse por considerar y atender estas obras en sus investigaciones; ambos libros, además, constituyen materiales didácticos muy adecuados para la enseñanza y la reflexión teórica en torno a las relaciones internacionales en el nivel universitario. Leia Mais

The Mexican Heartland: How Communities Shaped Capitalism, a Nation, and World History, 1500-2000 | John Tutino

John Tutino Imagem Duke University Press
John Tutino | Imagem: Duke University Press

John Tutino’s The Mexican Heartland: How Communities Shaped Capitalism, a Nation, and World History, 1500-2000 (2018) examines Mexico’s long modern and contemporary histories, spanning from the sixteenth century, with the emergence of a silver economy, to the consolidation of Mexico City as a major world city in the twentieth century. Dr. Tutino is a professor of history based in Washington D.C. While focusing on Mexico, his work encompasses the transnational history of Latin America, and its centrality in the development of capitalism. Tutino’s book centers Latin America in global processes, namely those attached to the development and expansion of capitalism. While commodity-focused works are not particularly new, Tutino’s (2018) piece is not a work on silver or other Mexican commodities. It focuses on the agency and on the deep level of negotiation that had to exist, through centuries, for powerful actors – either Spain or postindependence elites – to exercise their dominance. While not particularly tied to Atlantic history, but rather to global movement and the convergence of Pacific and Atlantic economies and societies, Tutino’s book serves as a good example of a work that moves away from particular nation-state centric perspectives, also focusing on diverging communities within the nation-state, and their relationship to processes that go beyond the national borders. Leia Mais

História recente da política externa da América Latina uma questão de elites? | Locus: Revista de História | 2022

Carlos Enrique Paz Soldan Imagem Wikiwand
Carlos Enrique Paz Soldán | Imagem: Wikiwand

El estudio de la historia reciente de las relaciones internacionales latinoamericanas resulta fundamental para explicar una etapa histórica en la cual la convergencia y la integración globales se aceleraron en muchos aspectos, a pesar de los síntomas actuales de ruptura de la tendencia regionalista y desafección por el multilateralismo. La importancia de estos estudios reside, así, en el análisis de la multiplicidad de consecuencias que estos procesos suponen, tanto para los fenómenos domésticos, como para las transformaciones acaecidas en el escenario regional y global.

El título de este dossier proponía una aproximación a los estudios sobre la historia de la política exterior latinoamericana que cuestionara su carácter o naturaleza elitista. Nuestra impresión es que resulta perentorio detener la mirada en los procesos y dinámicas históricas que han cimentado en las décadas pasadas el substrato que configuró los principales rasgos de las relaciones exteriores latinoamericanas. Consideramos que uno de esos rasgos principales se trató de un sistema de gestión del poder político y económico controlado y dirigido por las élites nacionales, con un significativo hermetismo. Esta situación devino en una patrimonialización —por parte de estas élites— de los espacios de decisión exteriores a las realidades nacionales. Frente a esta situación, el papel del conjunto de la sociedad civil ha quedado marginado, invisibilizado u olvidado, tanto por el control efectivo del fenómeno por parte de los grupos tradicionales de poder, como por una narrativa excesivamente proclive a concebir y representar la construcción de la política exterior y de la integración regional como un proceso jerárquico y vertical de un único sentido: de arriba hacia abajo. Leia Mais

Locus – Revista de História. Juiz de Fora, v. 28, n.1, 2022.

Locus Revista de Historia

Dossiê: História recente da política externa da América Latina: uma questão de elites?

  • Dossiê: História recente da política externa da América Latina uma
    questão de elites? (Vol. 28, n. 1, 2022);
  • Capa: “América Latina”, 2022. Dalila Varela Singulane;
    Capa e Concepção gráfica: Dalila Varela Singulane.

Editorial

EDITORIAL

  • Por uma política de valorização das Revistas acadêmicas na área de História
  • APRESENTAÇÃO
  • História recente da política externa da América Latina : uma questão de elites?
  • pdf (Español (España))
  • Mariana S. Leone,
  • Diego Sebastián Crescentino,
  • Eduardo Tamayo Belda
  • DOSSIÊ
  • Eugenia em países irmãos: Projetos e contratempos
  • pdf
  • Joao Italo Silva
  • A Política Externa do Regime Militar: da Ideologia ao Pragmatismo
  • pdf
  • Paulo G. Fagundes Visentini
  • A imprensa nas relações internacionais: o golpe de 1964 no Brasil como construção midiática na Argentina
  • pdf
  • Helder Gordim da Silveira
  • Todo o mundo é um palco: viagens de campanha nas eleições presidenciais brasileiras de 1989
  • pdf
  • Guilherme Casarões
  • Seção livre
  • O Levante de Varsóvia entre a historiografia soviética e ocidental
  • pdf
  • Moisés Wagner Franciscon,
  • Dennison de Oliveira
  • A ideologia integralista no Paraná: o periódico “A Razão”, 1935
  • pdf
  • Rafael Athaides
  • Sobre zebras na América do Sul: a noção de entrelugar e a escrita do espaço em história ambiental
  • pdf
  • Jo Klanovicz
  • Estela no silêncio da dúvida: um estudo sobre as relações afetivas no romance “O Perdão”, de Andradina de Oliveira
  • pdf
  • Carlos Eduardo Millen Grosso
  • A obra de Oliveira de Cadornega na Biblioteca Nacional de Portugal: a história da Angola seiscentista encomendada pelos Marqueses de Alegrete
  • pdf
  • Priscila Weber
  • Primo Levi e a literatura de testemunho: uma (in)definição
  • pdf
  • Cleber Vinicius do Amaral Felipe
  • Liberdade para o capital: intelectuais do IBRE-FGV e as legislações sobre capital estrangeiro no Brasil (1951-1967)
  • pdf
  • Rafael Brasil
  • Historiografia do sistema político-partidário no Rio Grande do Sul da Primeira República Brasileira: notas e questionamentos
  • pdf
  • Rodrigo Lavalhos Dal Forno

SEÇÃO LIVRE

RESENHA

  • Uma Longa História do México no Contexto Global na obra The Mexican Heartland (2018), de John Tutino
  • pdf (English)
  • João Gabriel Rabello Sodré
  • Discursos nacionais construídos sobre o patrimônio cultural e histórico
  • pdf (Español (España))
  • Jaime Morente
  • RESENHA
  • Diplomacia e paradiplomacia: atores, abordagens e desafios de um campo de estudo em expansão
  • pdf (Español (España))
  • Eduardo TAMAYO BELDA

ENTREVISTA

  • Mulheres refugiadas e migrantes na Espanha construindo políticas de direitos: Entrevista con Adilia de las Mercedes, Asociación de Mujeres de Guatemala AMG
  • pdf (Español (España))
  • Mariana Stella Leone

Publicado May 31, 2022

Impressões Rebeldes. Niterói, v.10, n.1, jan./jun., 2022

Impressoes Rebeldes