A vertigem das artes no Sul global | PerCursos | 2021
Capa da coletânea ‘100 Anos de Gonzagão’ Bento Andreato/Divulgação | Imagem: Veja São Paulo, 2019
Viajando pela Vertigem das Artes no Tempo Presente do Sul Global
Nas últimas décadas, as artes têm sido tradutoras de muitos dos dilemas sociais no Sul Global (GUERRA, 2021a). Através delas, inúmeros artistas têm expressado suas opiniões e tecido críticas e/ou elogios aos poderes instituídos. Múltiplas formas de arte têm sido dedicadas às vivências quotidianas insurgentes. Essas expressões artísticas são também atos de cidadania ativa, na medida em que envolvem uma afirmação ou luta por direitos ou espaço: daí, ser “urgente analisarmos os sons e os espaços como formas de agenciamento das vidas e das cidades”, daí destacarmos a importância das “sociabilidades urbanas” (GUERRA, 2021b: 173). O simples ato de criação questiona o instituído, produz inovação e propõe transformação social. É através de processos criativos e de produção e consumo estéticos que os jovens (GUERRA, 2020), em particular, se dedicam a causas sociais, a movimentos alternativos de resistência aos poderes dominantes, à constituição de políticas de identidade em torno do gênero, da etnia, etc.; nesse sentido, aponta-se o importante papel político das culturas do-ityourself (DIY) (GUERRA, 2018) ou do ativismo cultural (GUERRA, 2019). O conceito de artivismo surge, entre outros, na literatura acadêmica, para dar conta de toda esta dinâmica entre criatividade simbólica e agência política. O artivismo pode ser descrito como uma nova linguagem baseada numa relação orgânica entre arte e ativismo, que apela à antiga ligação entre arte e política. Sublinha-se a sua relação profunda com as práticas de ocupação do espaço público e os emergentes movimentos sociais, apontando necessariamente para a decolonização da ciência e da arte. Leia Mais
Percursos. Florianópolis, v.22, n.50, 2021.
A vertigem das artes no Sul global
Editorial
Apresentação do Dossiê
- Apresentação do Dossiê
- Paula Guerra, Fábio Leonardo Castelo Branco Brito, Daniel Lopes Saraiva
Artigos Dossiê
- Uma Lisboa só dele(s). Processos artivistas de recriação de paisagens sonoras contemporâneas
- Paula Guerra
- De(s)colonial artístico como potencialidade de recriação de mundos: lugares de re-existir e re-pensar a si
- Gisele Cristina Voss, Franciele Clara Peloso
- A identidade do performer musical: marcas e possibilidades de desclassificação
- Bibiana Bragagnolo
- Imagens do Brasil: precursores e redescobertas do mito da brasilidade
- Fábio Leonardo Castelo Branco Brito
- “Metendo dança”: saberes estético-corpóreos nas músicas do rapper Rincon Sapiência
- Vitor da Silva Costa
- A margem da margem: o lugar do feminino na literatura periférica paulista
- Diego dos Santos Reis, Elisângela Araújo
- Discursividade: da obscura poética solar de Éder Rafael de Araújo
- Nefatalin Gonçalves Neto
- Pode a mulher artista falar? A experiência de Helena Almeida a partir da série Ouve-me (1978-80)
- Vera Rozane A. F. Araújo
- Pontos de intersecção nas escritas de mulheres na Argentina e na Palestina: autoficção, trauma e pós-memória
- Carolina Ferreira de Figueiredo, Marina Lis Wassmansdorf
- Teatralidade, Artaud e subjetividade: uma proposta de análise para a teatralidade na vida tal como ela é
- Talita Baldin, Paulo Eduardo Viana Vidal, Simone Ravizzini
- Inventar el cine: sobre técnicas e estéticas de documentários latino-americanos
- Daniel Velasco Leão
- Dentro, fora, antes ou depois? – A política espaço-temporal de Notícias da América, de Paulo Nazareth
- Natalie Souza de Araujo Lima
- Música, branquitude e experimentalismo: perspectivas críticas
- Felipe Merker Castellani, Manoel Pêssoa de Lima
- Resenha
- Resenha do Livro “Pistas Falsas: uma ficção antropológica”
- Giovanni de Sousa Vellozo, Márcia Ramos de Oliveira
Entrevista
- História, Literatura e a escrita de mulheres africanas e afro-diaspóricas: uma entrevista com Ana Rita Santiago
- Tathiana Cristina da Silva Anizio Cassiano
Artigos Demanda Contínua
- Estruturas de governança, desenvolvimento sustentável territorial e desigualdade regional ente 2002 e 2014
- Wilson Bento Figueiredo Filho
- Etnoconhecimento das plantas indicadoras na paisagem do subsistema faxinalense ‘terras de plantar’, Rio Azul – PR
- Juliano Strachulski , Nicolas Floriani
- Modo de endereçamento e Jornal Nacional: o papel dos mediadores na edição do telejornal do dia da demissão de Sergio Moro
- Michele Negrini , Thuanny Cappelari, Daniel Batista de Jesus da Silva
- O espaço vivenciado e a paisagem de emoções na obra “A Arlesiana” de Vincent Van Gogh
- Jean Carlos Rodrigues
Publicado: 2021-12-22
Pistas falsas: uma ficção antropológica | Néstor García Cancline
Nestor Garcia Canclini | Imagem: Jornal da USP, 2020
Todo o planeta, uma década no futuro – este é o ambiente do novo livro do antropólogo argentino Néstor García Canclini. “Pistas Falsas: Uma Ficção Antropológica” (Itaú Cultural/Iluminuras, 2020, 106 páginas na versão digital) é um trabalho ficcional do autor empossado em 2020 na Cátedra Olavo Setúbal de Arte, Cultura e Ciência do Instituto de Estudos Avançados da Universidade de São Paulo. Está dividido ao todo em 20 capítulos, sendo estes divisíveis em dois grupos. No primeiro grupo, de quinze capítulos, a narrativa é apresentada em terceira pessoa onisciente, cujo enfoque é na descrição de mundo, e os diálogos, centrados nas relações acadêmicas e pessoais dos principais personagens. O segundo grupo reúne cinco diários de campo em primeira pessoa, “escritos” pelo protagonista: um arqueólogo chinês não-nomeado, cujo conflito inicial se dá quando, intrigado pelas condições sociais e culturais da América Latina, começa uma pesquisa antropológica urbana ao se mudar para Buenos Aires. Leia Mais
Percursos. Florianópolis, v.22 n. 49, 2021.
Patrimônio e resiliência: perspectivas frente às mudanças climáticas
Editorial
Apresentação do Dossiê
- Apresentação do Dossiê
- Luana Cristina da Silva Campos, Aline Vieira de Carvalho
Artigos Dossiê
- Uma ponte entre valores: políticas municipais de patrimônio, pluralidade de significados e alternativas ao Antropoceno no Sul de Minas Gerais
- Walter Francisco Figueiredo Lowande, Jaíne Diniz Corrêa
- Impacto das mudanças climáticas no contexto do patrimônio cultural de cidades europeias e brasileiras: breve panorama de estudos sobre o tema entre 2000 e 2020
- Natália Biscaglia Pereira , Pâmela Pasini, Eduardo Müller Bittencourt
- Comunicação visual acessível das mudanças climáticas e seus impactos sobre o patrimônio cultural arqueológico
- Michelle Mayumi Tizuka, Aline dos Santos Ribeiro
- O patrimônio mundial em território brasileiro: vulnerabilidades à conservação em um cenário de mudanças climáticas
- Sílvia Helena Zanirato
- Urbanismo regenerativo e patrimônio: caminhos para uma abordagem da resiliência urbana sensível ao lugar
- Carina Folena Cardoso Paes
- La necesidad de resiliencia en las ciudades frente el reto del cambio climático
- Isabela Beatriz Rufato Machado
- As representações faunísticas na arte rupestre do Parque Nacional da Serra da Capivara, como indicadores de mudanças climáticas e resiliência
- Luana Campos, Cristiane de Andrade Buco
- Mudanças climáticas e patrimônio agroalimentar: aprendizados para resiliência
- Cristina Fachini , Rafael Moreno Rojas, Aline Vieira de Carvalho
- Cultura, natureza, materialidade e imaterialidade: inter-relações nas políticas patrimoniais
- Monica Marlise Wiggers
Resenha
- Resenha do livro “História ambiental: configurações do humano e tessituras teórico-metodológicas”
- Elton Rigotto Genari
- Artigos Demanda Contínua
- Covid-19: memórias e acervos em construção
- Hilário Figueiredo Pereira Filho, Luana Xavier Ottoline
- Por uma ética da alteridade em tempos de pandemia
- Jackson Luís Santos de Vargas, José Luís Schifino Ferraro
- Corpo, cidade e lugar: mapeamentos e espaços híbridos
- Angela Gomes de Souza, Gisele Girardi
- A solidão na contemporaneidade: uma reflexão sobre as relações sociais
- Joyce Duailibe Laignier Barbosa Santos, Stéfanie Rhoden Gregório, Carlos Mendes Rosa
- Paralelos e paradoxos entre serviços públicos europeu e brasileiro: transição neoliberal e exclusão
- Regerson Franklin dos Santos, Adauto de Oliveira Souza
Publicado: 2021-09-10
Os estudos decoloniais centrados nas filosofias indígenas ameríndias | PerCursos | 2021
Este dossiê foi organizado por docentes que atuam com a temática indígena; o historiador Clovis Antonio Brighenti (UNILA), a advogada Rosane Freire Lacerda (UFPE) e o bioeticista Saulo Ferreira Feitosa (UFPE). A escolha do título, Os estudos decoloniais centrados nas filosofias indígenas ameríndias, tem como propósito promover diálogos inter epistêmicos que possibilitem uma interação entre os sistemas tradicionais de conhecimentos indígenas e os conhecimentos acadêmicos produzidos a partir de pesquisas científicas. Nesse sentido, espera-se que ele contribua com os processos de contestação e insubmissão à colonialidade do saber, na medida em que possibilite a visibilização de outros modos de existência construídos com base em filosofias próprias dos povos originários da América Latina e do Caribe.
Os artigos aqui reunidos têm em comum as novas abordagens possibilitadas pelas teorias decoloniais, a partir das perspectivas dos povos indígenas expressas em seus sistemas de vida: seus saberes, suas práticas, relações socioeconômicas, relações socioambientais e espirituais − enfim, um conjunto de conhecimentos específicos e diferenciados. Leia Mais
Whose land Is It anyway? a manual for decolonization | Peter McFarlane e Nicole Schabus
Como seria a vida se os colonizadores tivessem respeitado os povos indígenas desde o primeiro contato? Como as coisas poderiam ter sido diferentes se tivéssemos sido capazes de aprender uns com os outros desde o começo? Quando os primeiros colonizadores chegaram em Turtle Island1 , os povos indígenas partilharam generosamente seus conhecimentos sobre a terra para ajudar os recém-chegados a se adaptarem à nova vida. Imaginem se tivessem aprendido com os indígenas a respeitar a Mãe Terra. Imaginem se os lugares onde viviam os povos indígenas tivessem sido repartidos com base na igualdade que sempre sonhamos. Imaginem se os erros do passado pudessem ser reparados. Hoje, mesmo diante de todas as dificuldades, precisamos ousar acreditar que a mudança ainda é possível. Com essas indagações, Bev Sellars, a grande Chefe da Primeira Nação Xat’sull, prefacia o livro De quem é a terra, afinal? Manual para a descolonização, convidando a todos para nos armarmos de conhecimento e buscarmos o poder de transformá-lo em realidade. Esse é o propósito do livro: munir as pessoas indígenas e não indígenas de conhecimento a fim de que possam compreender os impactos da colonização e trilhar os caminhos para a descolonização, de modo a reparar os erros do passado e vislumbrar, no futuro, uma verdadeira reconciliação. Leia Mais
Percursos. Florianópolis, v.22, n.48, 2021.
Os estudos decoloniais centrados nas filosofias indígenas ameríndias
Editorial
Apresentação do Dossiê
- Apresentação do Dossiê
- Clovis Antonio Brighenti, Rosane Freire Lacerda, Saulo Ferreira Feitosa
Artigos Dossiê
- Do encobrimento da memória e do outro: uma analítica acerca dos relatos da colonização
- Tascieli Feltrin, Natália Lampert Batista, Guilherme Carlos Corrêa
- Un pueblo y una clave para filosofar
- Nancy Lamenza Sholl da Silva, José Luis Victorio Cervantes
- Espelho, espelho meu… a ferida narcísica de um colonialismo falocêntrico
- Aline de Oliveira Rosa
- Filosofia de uma pessoa coletiva
- Paulo Alexandre Marcelino Malafaia
- Interculturalidade, colonialidade e povo Guarani – a busca da Terra sem Males
- Sandra Maders, Valdo Barcelos
- Narrativas savantes construindo os territórios dos povos tradicionais no semiárido alagoano
- Maria Ester Ferreira da Silva Viegas
- Pensamento indígena e conhecimento histórico: reflexões acerca das funções do ensino de história
- Kerollainy Rosa Schütz
- Filosofias indígenas: fractalidade como ferramenta de conhecimentos tradicionais
- Orivaldo Nunes Junior
- Comunidade indígena Fuduwaadunha: vida e convivência na região de Auaris – Terra Indígena Yanomami – Roraima
- Castro Costa da Silva, Maria Bárbara de Magalhães Bethonico
- Entre mundos: a colonialidade no rompimento da barragem de fundão em Mariana/MG. Sentidos e percepções dos Krenak
- Roberta Brangioni Fontes, Andréa Maria Narciso Rocha de Paula
- Entre as (re)existências da cura xamânica na região amazônica e o cientificismo colonial: Um olhar discursivo sobre o silenciamento vivenciado pelos povos originários
- Carolina Pinheiro Barros, Vanessa Silva Sagica
- Pesquisa ação e possibilidades de interculturalidade crítica e decolonização da prática acadêmica: comunidade Kanhgág (Kaingang) Por Fi Ga /RS/Brasil
- Maira Damasceno
- Corpo político e crítica decolonial: a 1ª Marcha das Mulheres Indígenas
- Mariana Wiecko Volkmer de Castilho, Sílvia Guimarães
- Resurgence*: caminhos para descolonização no pensamento de Taiaiake Alfred
- Ana Catarina Zema, Clarisse Drummond, Keyla Pataxó
Resenha
- Resenha do Livro “Whose Land is it anyway: a manual for decolonization
- Ana Catarina Zema
Entrevista
- Mulheres indígenas demarcam as eleições: Entrevista com Márcia Kambeba
- Kena Azevedo Chaves
Artigos Demanda Contínua
- Marco temporal, Supremo Tribunal Federal e direitos dos povos indígenas: um retrocesso anunciado
- Rachel Dantas Libois, Robson José da Silva
- Utopia balneária no Rio Grande do Sul: o mar como refúgio na modernidade
- Joana Carolina Schossler
- O corpo-sujeito, interconexões entre paisagem, assemblage e a rua — um exercício metodológico propositivo
- Bruna da Silva Sassi, Almir Nabozny, Bruna Iara Lorian Chagas
- Urbanismo crianceiro: uma experiência cartográfica que reivindica a dimensão estética das cidades
- Carolina Clasen, Eduardo Rocha
Publicado: 2021-05-21
Utopias e distopias na contemporaneidade | PerCursos | 2020
Na abertura do filme “Arquitetura da destruição”, lançado em 1989, vê-se a sequência de imagens aéreas de uma pequena povoação, em meio à paisagem predominantemente natural. No desdobrar das imagens idílicas, o narrador anuncia uma característica fundamental do projeto nacional-socialista: a de ser um sonho de harmonia, pureza, força e beleza, em reação à ordem percebida como existente, na qual esses valores supostamente se degradavam e estariam às portas da aniquilação. Era preciso combater aqueles que ameaçavam esses valores e impediam a realização do sonho. Como se sabe, o que daí derivou concretizou-se como terrível pesadelo, vivido em vigília.
Visões acerca de um estado de coisas ideal, sonhado e desejado, que proporcionaria o bem viver, estão associadas às utopias. São traduzidas, às vezes, por projeções de um mundo de liberdade, igualdade, justiça, felicidade; outras vezes, associadas à prosperidade, segurança, ordem, harmonia. Já as distopias – etimologicamente, lugares ruins, hostis, doentios, imperfeitos, como destacou o historiador britânico Gregory Claeys (2017, p. 4) – configuram a negação da felicidade, ao inverter os termos valorizados nas utopias ou ao lê-los em outra clave. Assim, as projeções distópicas costumam ser caracterizadas por desigualdade, injustiça, ausência de liberdade; aquilo que, na perspectiva utópica, poderia ser considerado ordenado e harmonioso, nas distopias mostra dimensões controladoras, autoritárias, opressivas. Leia Mais
Percursos. Florianópolis, v.21, n.47, 2020.
Utopias e distopias na contemporaneidade
Editorial
- Editorial
- Janice Gonçalves
Artigos Dossiê
- Enfrentando distopias contemporâneas: por uma disputa contra-hegemônica
- Danielle do Nascimento Rezera, Agenor Bevilacqua Sobrinho
- Democracia colapsada e alternativas às utopias do capitalismo pandêmico
- Raquel Requena Rachid
- Entre sussurros e silêncios: o jogo da linguagem em The Handmaid’s Tale
- Juliene Kely Zanardi
- Disco Animals do Pink Floyd: uma distopia sobre animalização do sistema capitalista e a democracia liberal burguesa
- Franco Santos Alves da Silva
- A propósito de Judge Dredd: uma distopia contemporânea
- José Duarte
- A utopia decolonial: o projeto transmoderno, pluriversal e o direito à diferença de igualdade
- Rayann Kettuly Massahud de Carvalho
- Artigos Demanda Contínua
- Identidade feminina e espaço no conto A Velha, de Marília Arnaud
- Risonelha Sousa Lins
- Meu filho é autista, e agora? Estratégias de enfrentamento familiar perante o diagnóstico do autismo
- Ana Suelem Lima Freitas, Karina Santos de Jesus, Verônica Gomes Nascimento
- O imaginário político-ambiental brasileiro na dobra do regime colonial capitalístico
- Adalberto Ferdnando Inocêncio
- Submissão da agricultura à indústria, colapso ambiental e multifuncionalidade da agricultura no contexto brasileiro
- Gabriela Maria Leme Trivellato, Luciana Maria de Lima Leme, Ademir de Lucas
- A prática docente efetivada na perspectiva da experimentação e da interdisciplinaridade através da temática água e sua biodiversidade em aulas para o Ensino Fundamental
- Naira de Fátima Lopes de Freitas, Denise Rosa Medeiros, Mara Elisângela Jappe Goi
- O conceito de Pré-história nos livros didáticos de História no Brasil
- Ana Lúcia do Nascimento Oliveira, Juliana Alves de Andrade, Luiz Adriano Lucena Aragão
Entrevista
- Conversando com Sara Beatriz Guardia
- Carmen Susana Tornquist
Publicado: 2021-01-28
Mudanças climáticas e problemas ambientais | PerCursos | 2020
No livro The Uninhabitable Earth: A History of the Future − publicado em 2019 e no mesmo ano traduzido para o português e editado no Brasil −, o jornalista estadunidense David Wallace-Wells, com base em projeções científicas de um aquecimento global de 4º a 4,5ºC até o ano 2100, discorreu sobre os problemas necessariamente gerados por essa provável alteração. Com variações conforme distintos pontos do globo, podem ser vislumbradas diversas catástrofes: derretimento de calotas polares; ondas de calor com grande poder letal; secas; incêndios florestais; enchentes; crises alimentares e sanitárias; intensas imigrações provocadas pela impossibilidade de sobrevivência nas novas condições do ambiente. O jornalista não se furtou a arrolar decisões urgentes a tomar: “um imposto de carbono e o aparelhamento político para eliminar agressivamente a energia suja; uma nova abordagem de práticas agrícolas e uma guinada na dieta mundial de carne e laticínios; e investimento público em energia verde e captura de carbono.” (WALLACE-WELLS, 2019, p. 276). Contudo, na atual ordem econômico-política mundial, qual a probabilidade de que essas decisões sejam tomadas e efetivadas, em larga escala? Leia Mais
A descolonizar las metodologías: investigación y pueblos indígena | Linda Tuhiwai Smith
Professora de educação da Universidade de Waikato (Nova Zelândia), Linda Tuhiwai Smith dedica-se especialmente ao estudo das comunidades indígenas, em particular dos maoris, povos nativos da Nova Zelândia. Seu estudo sobre o papel da pesquisa ocidental voltada às comunidades indígenas no contexto da colonização e da neocolonização, aqui resenhado, foi traduzido para diversas línguas, tendo recebido o prêmio New Year Honours (2013), em seu país de origem. Publicado pela primeira vez, em inglês, em 1999, foi traduzido para o espanhol, nesta edição chilena, por Kathryn Lehman.
Sem se preocupar exatamente com o método, mas com o contexto em que os problemas de investigação são pensados e projetados, bem como com as implicações da pesquisa para o investigador e o investigado (em especial os indígenas), a autora propõe tratar das relações entre um conhecimento colonizador e povos colonizados. Daí entender, de início, a investigação como “um conjunto de ideias, práticas e privilégios que está embutido no expansionismo imperial e na colonização, e institucionalizado nas disciplinas acadêmicas, escolas, currículos, universidades e poder” (SMITH, 2016, p. 13). Desse modo, não se trata de ir contra a investigação ou o conhecimento, mas de propor novas maneiras de conhecer e descobrir, novas maneiras de pensar a investigação com povos indígenas. Leia Mais
Percursos. Florianópolis, v.21, n.46, 2020.
Mudanças climáticas e problemas ambientais
Editorial
- Janice Gonçalves
Artigos Dossiê
- Adaptação climática no contexto das cidades brasileiras: reflexões à luz da Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável
- Rylanneive Leonardo Pontes Teixeira , Zoraide Souza Pessoa , Ana Célia Baía Araújo, Eric Mateus Soares Dias
- Mudanças climáticas e planejamento urbano: cenários futuros de aumento do nível do oceano no município de Itapema/SC
- Samantha Jandrey, Juarês José Aumond
- Eventos extremos e mudança climática no discurso dos jornais Folha de São Paulo e O Globo em 2016
- Mathias Lengert, Rosiane Zanovello, Cláudia Herte de Moraes
- Metodologia para detecção de áreas socioambientalmente vulneráveis: o caso do distrito do Campeche, no município de Florianópolis – SC, Brasil
- Eduardo Schmidt Longo, David Valença Dantas
- População em perigo: rios urbanos e áreas vulneráveis a inundações – o caso do município de União dos Palmares, Alagoas, Brasil
- José Lidemberg de Sousa Lopes, Leandra Lourenço Domingos
- Colapso do capital e a pandemia como desastre ambiental
- Luana Fernandes dos Santos de Azeredo, Tatiana Dahmer Pereira
Artigos Demanda Contínua
- O coração vulnerável: a masculinidade negra do sujeito periférico brasileiro cantada pelos Racionais MC’s, em Jesus Chorou
- Ronan da Silva Parreira Gaia, Alice da Silva Vitória, Cristina Aparecida Silva, Fabio Scorsolini-Comin
- -189
- Geografia eleitoral no norte central do estado do Paraná: poder local e coronelismo
- Pedro Henrique Carnevalli Fernandes , Guilherme Ferrari Oliveira
- A polícia política em tempos de Ditadura Militar (1964-1985): a atuação da Delegacia de Ordem Política e Social no Espírito Santo
- Leonardo Baptista
- Preservação sistêmica de documentos arquivísticos digitais: uma perspectiva holística
- Henrique Machado dos Santos , Fabiana Ciocheta Mazuco , Daniel Flores
- Contribuições de Caio Prado Júnior, Celso Furtado e Florestan Fernandes para pensarmos o desenvolvimento capitalista no século XXI
- Leônidas de Santana Marques
- Formação do professor de geografia na produção do material didático sobre o território goiano
- Lana de Souza Cavalcanti , Marquiana de Freitas Vilas Boas Gomes , Vanilton Camilo de Souza
Resenha
- Resenha do livro “A descolonizar las metodologías: investigación y pueblos indígenas”
- Maurício Silva
Publicado: 2020-10-19
Big Data, pós-verdade e democracia | PerCursos | 2020
As tecnologias de informação e comunicação têm permitido capturar, armazenar e disseminar quantidades massivas de dados, sejam eles de indivíduos, governos ou corporações. Por seu volume e complexidade, tais dados exigem um tratamento cada vez mais sofisticado, o que traz novos desafios para diferentes profissionais, com destaque para cientistas da informação, programadores, estatísticos e matemáticos. Simultaneamente, o uso massivo desses dados no ambiente de negócios acende a luz de alerta para ameaças a direitos fundamentais dos cidadãos-consumidores. Dados pessoais são registrados de múltiplas formas e com frequência cedidos inadvertidamente, nas numerosas interações dos usuários da Internet. Com isso, os sistemas de monitoramento e vigilância se tornam uma constante, num fluxo quase indiscriminado entre as dimensões do público e do privado. Construir, analisar e controlar esses gigantescos repositórios de dados torna-se vital para conquistar ou assegurar hegemonias (econômicas, políticas, culturais) e exercer poder. Em paralelo, conjuntos expressivos de registros escritos, visuais e audiovisuais têm sido propositadamente disseminados, em larga escala, de forma errônea e distorcida, com grande peso na formação de opinião e, de forma bastante visível, enorme influência nos processos eleitorais recentes, em vários países, pondo em xeque os mecanismos tradicionais de garantias democráticas. Leia Mais
Big tech: a ascensão dos dados e a morte da política | Evgeny Morozov
Inicialmente vistas como instrumentos de armazenamento de dados e facilitadores de comunicação, as plataformas midiáticas e digitais tornaram-se um “emaranhado confuso de geopolítica, finança global, consumismo desenfreado e acelerada apropriação corporativa dos nossos relacionamentos mais íntimos”, conforme aponta Evgeny Morozov (2018, p. 7), autor do livro aqui resenhado. Nascido em Soligorsk, na Bielorrússia, em 1984, estudou Economia e Administração de empresas na American University in Bulgaria, atuando como colaborador em jornais como The New York Times, The Economist, The Guardian.
Primeiro livro do autor publicado no Brasil, pela Editora Ubu, Big tech: a ascensão dos dados e a morte da política, reúne textos produzidos por Morozov entre 2013 e 2018 (ano da publicação original do livro, em inglês), apresentando um prefácio inédito na edição brasileira. Os nove capítulos do livro conversam entre si, mostrando o impacto no nosso cotidiano causado pela cultura dos dados e a questão do digital. Já no prefácio, Morozov cita como exemplo o caso das eleições brasileiras de 2018, no qual se deu maior peso para a viralização de mensagens propagadas no ambiente virtual acerca dos candidatos à presidência, do que para sua devida compreensão, demonstrando o poder político e o papel determinante das redes. Leia Mais
Ser mãe é… A maternidade normalizada pelo discurso jornalístico | Ariane Carla Pereira
Qual a melhor temperatura para a água do banho? O que fazer se ele engasgar? Se eu comer abobrinha ele vai ter cólica? Essas, entre outras perguntas e respostas, a autora Ariane Pereira buscava em leituras de revistas especializadas, desde o momento em que descobriu sua gravidez, em 2006. Dos vários periódicos com que teve contato, destacou-se a revista Pais & Filhos, publicada pela editora Bloch, a qual dedicava-se mensalmente em publicações para quem espera e/ou tem um bebê.
Quatro anos mais tarde, os discursos da revista, que soavam como um manual da maternidade, foram dando espaço para o olhar analítico de uma jornalista e pesquisadora da área de comunicação. Assim, as inquietações da autora a levaram a examinar quatro décadas de publicações de Pais & Filhos (1968-2008), resultando em sua tese de doutorado em Comunicação e Cultura, defendida na UFRJ, em 2014. As mais de 450 edições do periódico foram foco de uma investigação que teve como principal objetivo analisar como os discursos jornalísticos são capazes de moldar a sociedade de uma determinada época, construindo práticas discursivas identitárias. Com efeito, a obra de Ariane Pereira pôs em debate os modos de objetivação/subjetivação da mulher, procurando pensar acerca de como o jornalismo intervém em práticas sociais e discursivas que condicionam a constituição da mulher-mãe na contemporaneidade. Identidades maternas que ora remetem à mãe capaz de resolver todos os problemas, movida pelo amor materno, incondicional; ora a uma mãe que busca a superação a todo instante, mas caso venha a fracassar, sua identidade é marcada pela culpa. Leia Mais
Percursos. Florianópolis, v.21, n.45, 2020.
Big Data, Pós-Verdade e Democracia
Editorial
Artigos Dossiê
- Nuvem : Plataforma : Extração
- Moysés Pinto Neto
- Democratização e Tecnocapitalismo: O Brasil na Era Neoliberal
- Giovanni Alves, Luís Henrique do Nascimento Gonçalves, Ana Celeste Casulo
- Big Data, Psicopolítica e Infoética: repercussões na cultura e na educação
- Valdeci Reis, Roberta Fantin Schnell, Ademilde Silveira Sartori
Tradução
- Big Data e ciência de dados: uma revisão crítica de questões para a pesquisa educacional
- Ben Kei Daniel, Tradução: Mirtes Dâmares Santos de Almeida Maia, Danilo Garcia da Silva
- Resenha
- Resenha do livro “Big tech: a ascensão dos dados e a morte da política”
- Lucas Kammer Orsi
- Resenha do livro “Ser mãe é… A maternidade normalizada pelo discurso jornalístico”
- André Luís Andrade Silva
Artigos Demanda Contínua
- A articulação da nova direita no Brasil e seus impactos na educação pública
- Jéferson Silveira Dantas
- Presunção da culpa: racismo institucional no cotidiano da justiça criminal em Niterói (RJ)
- Ana Clara Davila Borges, Juliana Vinuto
- O campesinato em Limoeiro de Anadia/AL: estratégias de (re)criação pelo modo de vida
- Cirlene Jeane Santos e Santos, Roselma Lopes Ribeiro, Ricardo Santos de Almeida
- O eixo conurbado entre Maringá e Sarandi (PR): um estudo geoeconômico
- Jaqueline Longen Rossatto, Lisandro Pezzi Schmidt, Pierre Alves Costa
- A formação escolar secundária de agentes intelectuais no sul do Mato Grosso (1931-1961)
- Heloise Vargas de Andrade, Jacira Helena do Valle Pereira Assis
Publicado: 2020-07-02
Artes e instituições culturais: reflexões sobre branquitude e racismo | PerCursos | 2019
É com satisfação que apresentamos o dossiê temático do presente número da REVISTA PERCURSOS, que versa sobre Artes e instituições culturais: reflexões sobre branquitude e racismo. O dossiê integra a última edição do ano de 2019 e foi organizado pelas professoras Carolina Ruoso (Universidade Federal de Minas Gerais), Joana D’Arc de Sousa Lima (Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira) e Marcele Regina Nogueira Pereira (Universidade Federal de Rondônia). A escolha da temática decorreu, em grande parte, inicialmente por sermos mulheres que nos profissionalizamos no chamado mundo do trabalho dos museus e instituições culturais1, daí nossa constatação que as instituições culturais, especialmente os museus, marcados na sua organização pela razão patrimonial, atuam a serviço do processo colonizador. Instrumentalizam, na modernidade, critérios e valores culturais que inventam os Outros: selvagens, exóticos, sem história, sem capacidade de produzir memórias, primitivos, entre outros adjetivos etnocêntricos. Desse modo, entendemos que este dossiê reúne um conjunto de análises e reflexões a respeito das instituições culturais, tanto no que diz respeito à montagem dos seus acervos e programas quanto à construção da relação com seus públicos, a partir de uma perspectiva decolonial. Leia Mais
Necropolítica
Achille Mbembe, ou Joseph-Achille Mbembe, é um pensador, professor e filósofo contemporâneo nascido no ano de 1957 em Centre, Camarões, que tem trazido grandes contribuições para o estudo do pós-colonialismo e, ao longo da produção aqui apresentada, tem a habilidade de relacionar diferentes realidades em uma mesma linha de raciocínio, com interpretações significativas e coerentes.
Necropolítica, em sua proposta inicial, foi publicado no Brasil pela primeira vez no ano de 2016, em forma de artigo, na revista Arte & Ensaio, vinculada ao Programa de PósGraduação em Artes Visuais da Escola de Belas Artes da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Quanto ao livro, teve publicação em 2018 e, ao longo de poucas páginas, dividese em cinco tópicos que contam com discussões muito precisas, capazes de fazer conexões entre a contemporaneidade e as heranças históricas construídas a partir de práticas de dominação do Estado – que, através de discursos racistas e excludentes, fez emergir as mais variadas formas de violência e genocídio. Leia Mais
La biblia del proletariado: traductores y edictores de El capital en el mundo hispanohablante | Horacio Tarcus
“O Capital” segue sendo uma das grandes obras da Modernidade, porém, tão referenciada quanto pouco lida e pouco estudada. A magnitude e a complexidade de seu conteúdo certamente contribuem para isso: trata-se de vários tomos, alcançando, a depender da edição, até 700 páginas. O que faz da obra um clássico é o fato de, apesar de mais de 150 anos da sua primeira “aparição” e das evidentes mudanças que nos separam do século XIX, expressa um pensamento incontornável, do qual partem os que insistem em decifrar o mundo contemporâneo. Partindo da hipótese de que as diferentes expressões do capitalismo requeriam uma análise profunda, rigorosa e científica – como pretendeu seu autor–, Marx buscou, com esse empreendimento intelectual de notório fôlego, explicar as leis e dinâmicas próprias do âmago do capitalismo. Longe de ser uma obra acadêmica, o trabalho destinava-se a contribuir com o movimento socialista do qual Marx era um militante, a partir da ideia de que não seria possível vencer o verdadeiro inimigo dos trabalhadores (e da humanidade) sem que estes conhecessem profundamente os mecanismos essenciais de seu funcionamento. Como esse trabalho chegou às mãos de seus leitores e leitoras, como foi interpretado, quem o publicou, quais os formatos das primeiras edições, como circulou entre os meios socialistas e entre operários e operárias? As edições acessíveis, hoje, no mercado editorial, correspondem aos originais escritos a punho por Marx? Qual a contribuição de Engels nesse processo? Como e quando foram vertidos os diferentes livros para as línguas dos países da periferia do capitalismo? Leia Mais
Percursos. Florianópolis, v.20, n.44, 2019.
Artes e instituições culturais: reflexões sobre branquitude e racismo
Editorial
- Editorial
- Janice Gonçalves
- Artigos Dossiê
- Apresentação do Dossiê
- Carolina Ruoso, Joana D’Arc de Sousa Lima, Marcele Regina Nogueira Pereira
- Arte e descolonização como um mecanismo de defesa na obra de Grada Kilomba
- Raisa Inocencio Ferreira Lima
- Artistas, curadores e valores de musealidade: diversidades e branquitude na exposição da 7a Edição do Bolsa Pampulha
- Carolina Ruoso, Rita Lages Rodrigues
- Escravidão: tema tabu para os museus de arte decorativa
- Joseania Miranda Freitas
- Les collections extra-européennes et leurs expositions : etude de cas des collections ethnographiques de la croisière noire au musée des Cordeliers de Saint-Jean d’angély
- Armand Kpoumie Nchare
- Negritude a varejo ou quando uma etiqueta é assimétrica: estratégias necropolíticas no campo das artes
- Rodrigo Pedro Casteleira, Jefferson Campos
- Racialização, subjetividades, arte e estética: um estudo de caso a partir da formação em psicologia
- Karla Galvao Adriao, Mariana Borelli Rodrigues
- Educação e branquitude: uma discussão com professores da educação básica
- Maria Angélica Zubaran, Joice Mari Ferreira da Cruz
- Entre a cruz e o terreiro: uma análise em torno da integração entre a religiosidade afro-brasileira e o Ensino de História no Museu do Negro do Rio de Janeiro
- Jessika Rezende Souza da Silva
- Entrevista
- Entrevista “ Lia Letícia: Não me sinto líder e isso é ótimo”
- Joana D’Arc de Sousa Lima
- Tradução
- Tradução “Museus memoriais: a emergência de um novo modelo de museu”
- Amy Sodaro, Tradução: Cristina Meneguello
- Artigos Demanda Contínua
- As relações entre a genialidade e a loucura: um enfoque humanista existencial
- Clarissa de Moraes Guth, Carlos Alberto Veit
- Jovens infratores em Araguaína/TO e sociedade de consumo
- Miguel Pacifico Filho, Thelma Pontes Borges, Laísa Lopes Ribeiro
- O desejo como sintoma na economia solidária: uma perspectiva psicossociológica
- Sanyo Drummond Pires, Aline Pereira Silva
- Resenha
- Resenha do Livro “Necropolítica”
- Merylin Ricieli dos Santos
- Resenha do Livro “La biblia del proletariado: traductores y edictores de El capital”
- Carmen Susana Tornquist
Publicado: 2020-03-13
Dinâmicas no mundo rural | PerCursos | 2019
Frente a uma cíclica e recorrente crise na produção bibliográfica sobre o mundo rural, aceitamos no início de 2019 o desafio de organizar um dossiê que reunisse diferentes visões e abordagens decorrentes de pesquisa sobre aspectos da vida e da existência nos espaços fora do mundo urbano. “Dinâmicas do mundo rural” traz aqui um apanhado de oito artigos oriundos de diferentes regiões do país enfocando aspectos do pensamento sobre a vida no mundo rural abordados a partir de diferentes e muito distintas disciplinas. Complementam o dossiê uma longa entrevista com Maria Ignez da Silveira Paulilo, socióloga que dedicou sua vida ao feminismo e ao mundo rural, e uma resenha acerca de uma recente obra oferecida como subsídio à organização dos jovens do campo.
O dossiê inicia com o artigo “Decadência dos sistemas agrícolas tradicionais e a urbanização da cidade de São Paulo”, escrito por Cristina de Marco Santiago, que aborda as transformações do espaço rural da lavoura caipira no estado de São Paulo mostrando como as transformações no sistema de abastecimento da capital paulista levaram à decadência da lavoura caipira do seu entorno. Leia Mais
Percursos. Florianópolis, v.20, n.43, 2019.
Dinâmicas no mundo rural
Editorial
Artigos Dossiê
- Apresentação do Dossiê
- Pedro Martins, Clécio Azevedo da Silva, Geraldo Augusto Locks, Marlon Javier Méndez Sastoque
- Decadência dos sistemas agrícolas tradicionais e a urbanização da cidade de São Paulo
- Cristina de Marco Santiago
- Entre as margens dos rios e as marchas da história: espaço e sociedade ribeirinha na Amazônia
- João Santos Nahum, Denison da Silva Ferreira
- Cartografia de queimadas e incêndios aplicados a mitigação de desastres e conservação de paisagens
- André Luiz Nascentes Coelho, Antonio Celso de Oliveira Goulart
- Política Territorial e Pobreza: o microcrédito orientado no Território Oeste Catarinense
- Carlos Eduardo Arns, Juliano Vitória Domingues
- Seridó Potiguar: apontamentos históricos e socioeconômicos para o estudo da atual dinâmica urbano-regional
- Diego Salomão Candido de Oliveira Salvador, Marluce Silvino, Eulália Jéssica Medeiros Silva
- Jovens homens que ‘saíram pelo meio do mundo’: sentidos do trabalho para cortadores de cana
- Catarina Malheiros da Silva
- A requalificação da paisagem e os espaços multifuncionais no entorno da usina mourão I, Campo Mourão/PR
- Dienifer Fernanda dos Santos, Ana Paula Colavite, Cláudia Chies, Adriano Ferreira Guimarães
- A educação rural em Portugal – entre a aldeia e a escola
- Alcione Nawroski
Entrevista
- Entrevista “Do peso do trabalho leve à persistência da alma campesinista: entrevista com Maria Ignez Silveira Paulilo”
- Pedro Martins, Tânia Welter, Ivón Natalia Cuervo-Fernández, Suzana Morelo Vergara Martins Costa
Resenha
- Resenha do Livro “Formar Novos Rurais”
- Kelli Cristina Dacol
Artigos Demanda Contínua
- Educação do Campo no ensino superior: o caso da Universidade Federal da Fronteira Sul – Campus Laranjeiras do Sul
- Maria Eloá Gehlen, Roberto Antônio Finatto
- “Quem possui a terra, possui o homem”: abolicionismo e democracia rural nas ideias agrárias de André Rebouças
- Angela Bernadete Lima
- Espaço e tempo em Xaxim (SC): evolução urbana e desigualdades socioespaciais
- Ederson Nascimento, Mirian Pegoraro
- O Brasil na geografia da TV pública: uma revisão crítica-comparativa
- Lauro Almeida de Moraes, Fernanda Vasques Ferreira, Rafiza Varão
Publicado: 2019-11-21
Formar novos rurais | Valério Alécio Turnes, Wilson Schmidt e Thaíse Costa Guzatti
“Formar Novos Rurais”, escrito em parceria por Valério Alécio Turnes, Wilson Schmidt e Thaíse Costa Guzzatti, constitui-se num livro de ensino-aprendizagem destinado a orientar a formação empreendedora de jovens no campo como parte do Programa Novos Rurais. Constituído por 189 páginas, inclui imagens, mapas, gráficos, quadros e notas que contribuem para uma apresentação textual muito didática. O prefácio, escrito pelo oficial de Programas da FAO, Carlos Antônio Ferraro Biasi, assinala a importância da agricultura familiar e do estímulo aos jovens rurais e pontua o conteúdo que está estruturado didaticamente em quatro módulos: as recentes mudanças no meio rural; os novos horizontes para os jovens; as fontes de financiamento para o empreendimento; as possibilidades e o planejamento de um empreendimento agrícola ou não agrícola. Leia Mais
O Brasil Republicano (vol.5). O tempo da Nova República: da transição democrática à crise política de 2016: Quinta República (1985-2016) | Jorge Ferreira e Lucilia de Almeida Neves
É inegável que a História do Tempo Presente desponta como um dos campos que mais cresce na historiografia brasileira desde a última década. Ao contar com objetos de pesquisa até então poucos explorados e ao propor instigantes debates em torno da função social do historiador, esse campo vive um momento de intensa produção intelectual. Na sua busca por encontrar um espaço particular dentro de um campo historiográfico nacional já demarcado por correntes consolidadas, como a História Política, a História Cultural e a História Social, a História do Tempo Presente aparenta estar conquistando grande receptividade, tanto entre historiadores e historiadoras de gerações mais recentes, como entre nomes já consagrados da área que buscam tecer diálogos com essa vertente. Leia Mais
Percursos. Florianópolis, v.20, n.42, 2019.
Memória, Ética e Reparação
Editorial
Artigos Dossiê
- Apresentação do Dossiê
- Antonio Gilberto Ramos Nogueira, Janice Gonçalves
- O desastre da talidomida na Espanha: usos da memória em busca por reparação
- Dones Claudio Janz Júnior
- Patrimônio urbano, memória e resistência: os casos de Pilar, Crixás e Porangatu (GO)
- Luana Nunes Martins de Lima
- “Da praça pública ao palácio”: a atuação da imprensa cearense na cultura da memória do cangaço (1982-1995)
- Vagner Silva Ramos Filho
- Uma história de mulheres: Svetlana Aleksiévitch e a disputa pela memória
- Larissa Júlia Paludo, Gerson Wasen Fraga
- O Museu como ferramenta de reparação: apontamentos sobre as memórias do trauma, museus e direitos humanos
- Felipe Eleutério Hoffman
- Lugares de memória e resistência da América Latina: levantamento, organização e difusão de informações em um website
- Nair Yumiko Kobashi, Caio Vargas Jatene, Mariana Ramos Crivelente
- Ensaio Fotográfico
- Ensaio Fotográfico “Imagens, histórias e memórias do Patu (Ceará)”
- Raimundo Aterlane Pereira Martins
Artigos Demanda Contínua
- As políticas culturais e as culturas políticas em Santa Catarina
- Luciana Mendes dos Santos
- A reiteração do assalto ao paraíso: pesca, pescadores e marisqueiras de Arembepe, Bahia
- Fernanda Vera Cruz Silva-Meneses, Patricia Carla Barbosa Pimentel, Marcelo Cesar Lima Peres
- Jovens na cena metropolitana de Florianópolis: encantos e desencantos na ‘ilha da magia’
- Valdeci Reis, Meimilany Gelsleichter
- Linguagem e experiências cotidianas: estratégias de interação e transformação
- Naida Menezes
Resenha
- Resenha do Livro “O Brasil Republicano (vol.5). O tempo da Nova República: da transição democrática à crise política de 2016: Quinta República (1985-2016)
- Ricardo Duwe
Tradução
- A sustentabilidade encontra a teoria situacionista na cidade: um relato de détournement e a retomada de uma ecotopia justa e rebelde
- Kelvin Mason
Publicado: 2019-08-21
História ambiental: configurações do humano e tessituras teórico-metodológicas | Ilsyane do Rocio Kmitta, Suzana Arakaki e Tânia Regina Zimmermann
A história ambiental fornece lentes teóricas com as quais podemos observar a constituição dos saberes sob um novo olhar. Compreender a natureza como uma categoria humana e desnaturalizar certas posturas em relação ao que é associado ao “Natural” ou “Ambiental” traz luz para as ambivalências dessas categorizações. Envolve criticar desde os jogos de força em torno de recursos naturais, aos problemas epistemológicos que dificultam o enfrentamento da atual trajetória de colapso ambiental.
História Ambiental: configurações do humano e tessituras teórico-metodológicas é fruto e símbolo de esforços para construir tal paradigma. O livro foi publicado em outubro de 2020 pela Coordenação do Grupo de Trabalho Nacional de História Ambiental da Associação Nacional de História (ANPUH) e organizado por Ilsyane do Rocio Kmitta, Tânia Zimmermann e Suzana Arakaki – docentes do curso de Licenciatura em História da Universidade Estadual do Mato Grosso do Sul ∕ UEMS, unidade de Amambai. Trata-se de uma coletânea de reflexões teórico-metodológicas e resultados de pesquisas no campo. Pensado para um público amplo, sobretudo de estudantes de graduação e professores, ele apresenta modos de fazer pesquisa na História Ambiental e suas contribuições em diferentes frentes. O livro é também vocativo: desde as primeiras páginas, ficam evidentes a urgência dos debates e o sentido da História Ambiental. Leia Mais
Percursos | UDESC | 2000
A Revista PerCursos (Florianópolis, 2000) é um periódico interdisciplinar aberto a diferentes campos de conhecimento, mas fortemente referenciado nas Ciências Humanas e nas Ciências Sociais Aplicadas.
Neste sentido, privilegia temas transversais aos debates e reflexões presentes contemporaneamente entre antropólogos, educadores, geógrafos, historiadores, sociólogos, profissionais da informação e planejamento. Os Percursos são diversos e a revista se propõe a discutir os caminhos da reflexão teórica e das práticas disciplinares, a partir de contribuições originais de pesquisadores/as sensíveis ao papel da produção do conhecimento na compreensão das inquietações da sociedade contemporânea.
A revista foi criada em 2000, e está vinculada ao Centro de Ciências Humanas e da Educação (FAED) da Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC).
Periodicidade quadrimestral
Acesso livre
ISSN 1984-7246
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