Ensino de história e história da educação: caminhos de pesquisa (Parte I) / História e Diversidade / 2014
O objetivo do dossiê temático “Ensino de história e história da educação: caminhos de pesquisa” (1) é compor um painel de diferentes experiências de investigação em torno das preocupações do ensino de história e da história da educação. A diversidade nos estudos evidencia intensa produção, indicando múltiplos caminhos, tendo como foco a educação, numa perspectiva histórica e o ensino de história. O presente dossiê apresenta textos de pesquisadores de diferentes regiões do país, em momentos distintos da formação acadêmica: são professores doutores, pós-graduandos, professores da educação básica e estudantes de graduação.
O artigo “Diretrizes para o ensino de história e a prática voltada à diversidade: um olhar multicultural”, de autoria de Aldieris Braz Amorim Caprini, propõe explorar como as “Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações ÉtnicoRaciais e para o Ensino da História Afro-Brasileira e Africana” podem ser pensadas no ensino de História, no sentido de promover a diversidade.
Em “Da resistência docente e discente para com projetos como o PIBID: um estudo do caso através de atividade com maquetes”, os autores André Haiske, André Luís Ramos Soares, Letícia Genron Schio e Luciano Nunes Viçosa de Souza, partem de um ano de experiência do PIBID Historia 2011 UFSM, e a resistência de alguns professores em trabalhar certos temas e questões em sala de aula.
Por seu turno, Astrogildo Fernandes da Silva Júnior e José Josberto Montenegro Sousa, no artigo intitulado “Didática da História: mediadora entre teoria e ensino de História”, refletem sobre a teoria, o ensino e a didática da história enquanto subsídios teórico-metodológicos de um projeto de pesquisa desenvolvido em colaboração com professores e jovens estudantes do ensino médio de uma escola pública estadual localizada na cidade de Ituiutaba, MG, Brasil.
Apresentar algumas reflexões realizadas na pesquisa de mestrado Currículo e Exame Nacional do Ensino Médio: rupturas e permanências na conformação dos saberes históricos escolares, é o horizonte do artigo “Saberes históricos escolares entre o currículo e o Exame Nacional do Ensino Médio (1998-2011)”, de Fabíola Matte Bergamin.
Igor Antonio Marques de Paiva, no artigo intitulado “Sobre provas objetivas e a interpretação da História”, discute o paradoxo posto pela critica epistemológica que afirma a legitimidade da pluralidade de leituras e interpretações nos processos históricos, e o fato das Ciências Humanas lidarem – por opção ou força do mercado educacional – com provas de questões de tipo objetiva em concursos e vestibulares.
Já o artigo “Ensino de História e currículo nos anos iniciais: reflexões sobre as concepções do ensino de História no curso de Pedagogia”, de autoria de Jaqueline Zarbato, aborda as discussões realizadas no curso de pedagogia do Centro Universitário Municipal de São José-USJ, sobre o ensino de História e sua representação, repercussão e importância no percurso do currículo de pedagogia.
Em “Histórias conectadas: apontamentos sobre teorias e metodologias de estudos comparados em educação”, Juliana Pirola da Conceição propõe uma reflexão sobre as opções teóricas e metodológicas que se colocam à investigação comparada de temas educacionais na América Latina, visando esclarecer as distinções entre Educação Comparada, História Comparada e História Comparada da Educação.
Por sua vez, Kênia Hilda Moreira,Eglem de Oliveira Passone e Samara Grativol Neves, apresentam um balanço da produção acadêmica em história da educação no Centro-Oeste, a partir dos trabalhos que utilizaram o livro didático como fonte de pesquisa, em “O livro didático como fonte de pesquisas em História da Educação no Centro-Oeste: entre temas, períodos e métodos”.
“Joaquim Manuel de Macedo e suas Lições de História Geral para o Brasil Império” é o título do artigo de Luís César Castrillon Mendes, que analisa as Lições de História do Brasil de Macedo, manual escrito a partir de anotações de sala de aula e serviram para formar inúmeras gerações de jovens da “boa sociedade”.
Em “A colônia indígena Teresa Cristina e suas fronteiras: uma possibilidade de aplicabilidade da Lei 11.645 / 08”, Marli Auxiliadora de Almeida apresenta fontes de pesquisa sobre a História Indígena de Mato Grosso aos profissionais de História e de áreas afins, que atuam na educação básica, para utilizarem como ferramenta de trabalho, e colocar em prática a Lei 11.645 / 08, de 10 / 03 / 2008.
Já Osvaldo Rodrigues Junior apresenta o estado da arte das pesquisas em manuais de Didática da História destinados a professores no Brasil, em seu artigo intitulado “O estado da arte das pesquisas em manuais de didática da História destinados aos professores no Brasil”.
“Pancrácio no Rio das Cobras: um uso da Literatura no ensino de História” é o título do artigo de Ronyere Ferreira, Francisco Oliveira e Vilmar Aires dos Santos. Os autores realizam uma análise reflexiva sobre o uso da literatura no ensino de História da Educação Básica, a partir de experiências propiciadas pelo Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência – PIBID / UFPI com estudantes da rede pública de ensino, na realização de projeto de intervenção pedagógica com texto literário (crônicas) em sala de aula.
As autoras Stefânia Rosa Santos e Ronaldo Cardoso Alves, em “História oral, memória e representações sociais: diálogos com a educação de pessoas adultas”, indicam os possíveis diálogos sobre educação e diversidade, por meio da articulação entre memória, história oral e representações sociais e os desdobramentos no processo de alfabetização e letramento de pessoas adultas.
Por fim, o artigo “Protonarrativas e possibilidades de intervenção: práxis e educação histórica em um estudo no IFPR (Campus Curitiba)”, de Thiago Augusto Divardim de Oliveira Maria Auxiliadora Moreira dos Santos Schmidt, procura desenvolver algumas reflexões sobre uma forma específica de se pensar a relação ensino e aprendizagem na didática da História, a educação histórica na perspectiva da práxis. Proponho a partir desse estudo algumas considerações referentes ao campo da epistemologia da práxis do ensinar e aprender História.
Boa Leitura!
Alexandra Lima da Silva– Professora doutora (UFMT.)
Marcelo Fronza – Professor doutor (UFMT).
Renilson Rosa Ribeiro – Professor doutor (UFMT).
Os organizadores
SILVA, Alexandra Lima da; FRONZA, Marcelo; RIBEIRO, Renilson Rosa. Apresentação. História e Diversidade. Cáceres, v.4, n.1, 2014. Acessar publicação original [DR]