Pugilismo e identidade nacional na imprensa italiana em São Paulo: quatro boxeadores nas páginas do Il Pasquino Coloniale (1920-1935)  | Igor Cavalcante Doi e Edivaldo Gois

Pugilismo e identidade nacional na imprensa italiana em São Paulo: quatro boxeadores nas páginas do Il Pasquino Coloniale (1920-1935)  | Doi, Igor CavalcanteGois, Edivaldo | Topoi. Rio de Janeiro, v.22, n.46, jan. / jun. 2021.

 

A Revista do Homem (Playboy) e a censura prévia na ditadura militar (1975-1976): entre a moral, os bons costumes e o homem contemporâneo  | Raphael Diego Greenhalgh e Carlos Henrique Juvêncio da Silva

A Revista do Homem (Playboy) e a censura prévia na ditadura militar (1975-1976): entre a moral, os bons costumes e o homem contemporâneo  | Greenhalgh, Raphael DiegoSilva, Carlos Henrique Juvêncio da | Topoi. Rio de Janeiro, v.22, n.46, jan. / jun. 2021.

 

Gênero Neoconservadorismo e Democracia: Disputas e Retrocessos na América Latina | Flavia Biroli, Juan M. Vaggione e Maria das Dores C. Machado

O livro Gênero, Neoconservadorismo e Democracia: Disputas e Retrocessos na América Latina, organizado e escrito por Flávia Biroli, Juan Marco Vaggione e Maria das Dores Campos de Machado, publicado no ano de 2020 pela Editora Boitempo, analisa o crescimento do neoconservadorismo no que tange aos direitos sexuais e reprodutivos, à educação voltada ao gênero e sexualidade, aos estudos de gênero e aos direitos humanos. Sobretudo, o objetivo do livro, como identificado nas primeiras páginas, é de entender o avanço neoconservador em relação ao gênero a partir de uma perspectiva interdisciplinar, transnacional e comparativa ao relacioná-lo com os debates que envolvem religião, direitos e democracia (BIROLI; VAGGIONE; MACHADO, 2020). O livro traz um debate significativo ao mobilizar as disputas e discussões políticas atreladas à “ideologia de gênero”, à “cultura da morte” e à igualdade de gênero que tomou corpo nas últimas duas décadas do século XXI na América Latina.

Já faz algumas décadas que as autoras e o autor do livro têm se dedicado às pesquisas que envolvem gênero, política e religião. Como poder ser visto, Flávia Biroli é professora e pesquisadora no Instituto de Ciência Política da Universidade de Brasília (UnB), onde tem realizado inúmeras publicações, e tem se dedicado às temáticas da democracia, política, estudos de gênero e teoria feminista no Brasil contemporâneo. Já, Juan Marco Vaggione é doutor em direito pela Universidade Nacional de Córdoba (UNC), na Argentina, e em sociologia pela New School for Social Research, nos Estados Unidos. Atualmente, é professor titular de sociologia da Faculdade de Direito da UNC e pesquisador do Consejo Nacional de Investigaciones Científicas y Tecnicas (Conicet) da Argentina; também dirige o Programa de Direitos Sexuais e Reprodutivos da Faculdade de Direito da UNC. Por sua vez, Maria das Dores Campos de Machado é doutora em Sociologia pelo Instituto Universitário de Pesquisas do Rio de Janeiro e tem se dedicado aos estudos das religiões, neoconservadorismo e à política brasileira. Atualmente, é professora aposentada e voluntária na Universidade Federal do Rio de Janeiro.

A soma das diferentes trajetórias de pesquisas e análises acaba dando destaque à obra resenhada aqui. A análise está centrada na emergência do neoconservadorismo e no avanço sobre a democracia ao inter-relacionar os ataques ao gênero no contexto atual; aspecto, este, considerado muitas vezes menor nas principais produções que hoje se voltam a pensar a democracia na América Latina. Para analisar o fenômeno, Flávia Biroli, Juan Marco Vaggione e Maria das Dores Campos de Machado (2020) propõem cinco dimensões, a fim de identificar as características contemporâneas do neoconservadorismo: 1º) “o conceito de neoconservadorismos permite jogar luz sobre as alianças e afinidades entre diferentes setores” (BIROLI; VAGGIONE; MACHADO, 2020, p. 28); 2º) a expressiva utilização da juridificação da moralidade; 3°) o fato de que o neoconservadorismo opera em contexto democrático, ao mesmo tempo em que o fere; 4°) o caráter global e transnacional (adicionado aqui por mim) do neoconservadorismo do século XXI; 5°) a relação entre neoconservadorismo e a agenda neoliberal no que tange aos direitos das mulheres e dos sujeitos LGBTQI.

O livro foi dividido em três capítulos, em que foram abordadas as seguintes temáticas: as reações dos atores religiosos (católicos ou evangélicos), as tentativas de restrição das agendas ligadas à igualdade de gênero, as disputas entre os movimentos feministas e LGBTQI e os movimentos conservadores; o transnacionalismo dos avanços das agendas conservadoras na América Latina, os ataques políticos em diferentes esferas institucionais (jurídicos, parlamentar, etc.) aos poucos avanços nas últimas décadas que envolveram a igualdade de gênero; a interconexão entre o avanço conservador com as políticas neoliberais, a mobilização dos direitos humanos como argumento para participação e defesa dos projetos conservadores, a centralidade da família como uma tendência transnacional no projeto político neoconservador, os padrões do neoconservadorismo religioso, o caráter novo do conservadorismo que emerge no século XXI e a aliança entre distintos setores nas agendas antigênero (BIROLI; VAGGIONE; MACHADO, 2020).

No primeiro capítulo, intitulado A restauração legal: o neoconservadorismo e o direito na América Latina, escrito por Juan Marco Vaggione, o objetivo foi compreender como “o neoconservadorismo se instalou como um problema complexo para a reflexão analítica e normativa” (BIROLI; VAGGIONE; MACHADO, 2020, p. 42). Mais precisamente, por meio do conceito de “juridificação reativa” [1], o autor se dedicou a entender como se deu (por meio de quais sujeitos e de que maneira) o crescente “movimento de restauração moral por meio do direito” (BIROLI; VAGGIONE; MACHADO, 2020, p. 42). Em outras palavras, foi pensado como o direito vem sendo instrumentalizado para a defesa dos princípios morais neoconservadores na ofensiva contra o gênero. O capítulo é denso, cheio de exemplos e discussões que envolvem os direitos sexuais e reprodutivos das últimas décadas na América Latina e esteve pautado na ideia de que a juridificação reativa seria tanto uma arena quando uma estratégia para o avanço neoconservador (BIROLI; VAGGIONE; MACHADO, 2020).

Já, no capítulo de Maria das Dores Campos Machado, com o título O neoconservadorismo cristão no Brasil e na Colômbia, o aspecto central foi a comparação entre os dois países que compõem o título no que diz respeito à emergência neoconservadora dos grupos cristãos. O capítulo traça um panorama ao abordar questões ligadas ao ensino, religião, projetos de leis, crescimento de percentuais religiosos, avanço do conservadorismo entre os anos de 2014 até 2018, o papel das ONG’s religiosas para a interversão no debate público, entre outros aspectos. Também sublinhou, graças à circulação dos líderes religiosos, sobre a propagação dos valores e da agenda antigênero, a construção de redes e eventos transnacionais e como as novas tecnologias facilitaram na promoção de agendas que desafiam a democracia (BIROLI; VAGGIONE; MACHADO, 2020). O grande destaque do capítulo refere-se à autora ter chamado a atenção para a atuação das mulheres conservadoras (seja como deputadas, pastoras ou ministras) na agenda antigênero, contra os debates sobre os direitos sexuais e reprodutivos, na desqualificação do feminismo e em defesa da moral cristã.

Na tentativa de entender a relação entre gênero e democracia, Flávia Biroli, no capítulo Gênero, “valores familiares” e democracia, analisou “os processos de transformação das democracias no mesmo contexto em que as disputas em torno do gênero ganham novos padrões” (BIROLI; VAGGIONE; MACHADO, 2020, p. 136). A autora foca na discussão dos estudos que vêm se indagando sobre a desdemocratização e como o gênero vem sendo considerado nas análises; a relação entre as evidências empíricas no combate ao gênero, principalmente, os valores democráticos e a maneira como se dá a contestação dos estudos de gênero na qualidade de área científica e acadêmica (BIROLI; VAGGIONE; MACHADO, 2020).

Os aspectos mais interessantes do capítulo tratam de demarcar as ideias que constituem os argumentos dos grupos neoconservadores, de que os lobbies feministas e LGBTQI ameaçam as crianças e a família, que as organizações internacionais têm como objetivo subjugar a nação por meio do enfraquecimento da família, que as crianças precisam ser protegidas dentro das autoridades reconhecidas, a família, e que os movimentos de minorias ameaçam as maiorias agindo contra a democracia (BIROLI; VAGGIONE; MACHADO, 2020). Por isso, o sentido de democracia está em disputa no tempo presente e precisa ser debatido.

As discussões propostas no livro tiveram como base dois grandes marcos conceituais (apresentados na introdução): o neoconservadorismo e a temporalidade. Foi com o segundo eixo que tive certo incômodo, uma vez que sua construção se deu ao tentar verificar as políticas antigênero. As autoras e o autor falam em “uma nova temporalidade” a partir das ameaças ao gênero, pautadas em termos como “ideologia de gênero”. No entanto, o tempo parece compacto em um grande bloco único, o que me faz questionar: não seriam múltiplas (no plural) temporalidades na América Latina? Em todos os países da América Latina, as ameaças se deram da mesma maneira e nos mesmos marcos temporais? Conforme foi sendo demostrado ao longo dos capítulos, ocorreram trânsitos, projetos, avanços e derrotas que não foram lineares e homogêneos em todos os países. Sem falar que o avanço neoconservador não tomou corpo em todos os países e já vendo sofrendo limitações. Em outras palavras, as temporalidades foram muito diversas e ainda precisam ser mais bem exploradas. Por último aqui, os avanços neoconservadores estão alinhados ao negacionismo enfrentado, de uma maneira geral, em diferentes âmbitos, como, aqueles ligados às ciências e às universidades; pouco citado em suas multiplicidades no livro.

O livro Gênero, Neoconservadorismo e Democracia é uma leitura precisa ao dar historicidade aos embates políticos presentes na América Latina do século XXI. Mobiliza diferentes disciplinas para a análise dos segmentos sociais, culturais e econômicos, que fizeram com que disputas e conservadorismo tomassem corpo e significado durante o período. O tema é extremamente atual, pertinente e importante, tanto para pesquisadores quanto para quem busca entender como se manifestou o avanço neoconservador nas últimas duas décadas. Por isso, o livro é importante a fim de entendermos mais sobre a história do tempo presente no que tange ao neoconservadorismo, às ameaças à igualdade de gênero e às democracias na América Latina. Também significa uma análise do quão complexo e novo são esses movimentos e os desafios que têm sido enfrentados pelos diferentes movimentos sociais, ativistas e pesquisadores, com os avanços das agendas antigênero. Como sinalizou Flávia Biroli, “há mais em jogo do que visões de mundo conflituosas” (BIROLI; VAGGIONE; MACHADO, 2020, p. 185); entender, historicizar e analisar o que acontece (como foi feito neste livro) é valoroso para quem se interessa pela história do tempo presente.

Nota

1. Juridificaçãoreativa é o termo utilizado para designar o uso do direito por parte dos atores neoconservadores para a defesa dos seus princípios morais e para avançar na disputa contra o gênero (BIROLI; VAGGIONE; MACHADO, 2020).

Eloisa Rosalen – Doutoranda em História na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Florianópolis, SC – BRASIL. lattes.cnpq.br/3857428948780807 . E-mail: rosaleneloisa@gmail.com.


BIROLI, Flavia; VAGGIONE, Juan Marco; MACHADO, Maria das Dores Campos Machado. Gênero, Neoconservadorismo e Democracia: Disputas e Retrocessos na América Latina. São Paulo: Boitempo, 2020. Resenha de: ROSALEN, Eloisa. O avanço neoconservador antigênero na América Latina durante o século XXI. Revista Tempo e Argumento. Florianópolis, v.13, n.32, p.1-6, 2021. Acessar publicação original [IF].

La niñez desviada: La tutela estatal de niños pobres huérfanos y delincuentes. Buenos Aires 1890-1919 | Claudia Freidenraij

La niñez desviada: La tutela estatal de niños pobres, huérfanos y delincuentes. Buenos Aires 1890-1919 es una investigación minuciosa y profunda realizada por la historiadora argentina Claudia Freidenraij sobre una época en la que “las calles [de tierra] de Buenos Aires estaban salpicadas de niños” (p.13). Enmarcado en el periodo que va desde 1890 a 1919 este libro analiza los intersticios de las intervenciones públicas que recayeron en la capital argentina sobre los niños pobres, huérfanos, infractores, delincuentes pero especialmente de los sectores trabajadores, en un momento clave de transformaciones urbanas.

Aquí no sólo reconstruye y analiza el complejo articulado de politicas de castigo y represión de actividades y hábitos de los niños de las clases trabajadoras urbanas previo a lo que se consideraría una “justicia para menores,” sino también las formas en que se estereotiparon esas prácticas construyendo categorías jerarquizadoras y segregacionistas sobre estos sectores etarios y poblacionales. Bajo la etiqueta criminalizante y clasista de “minoridad”, las élites morales, constituidas en parte por una constelación de especialistas, colocaron sobre los niños de las clases trabajadoras un conjunto de etiquetas que no sólo inventarían categorías infantiles sino que asociarían prácticas de la infancia pobre con la desviación, la inmoralidad, el abandono y la delincuencia.

A partir de un enfoque que se nutre y forma parte de la historia social, de la historia del delito y la justicia, así como de la historia de las infancias, la autora consigue el relevamiento y análisis de un amplio corpus documental, fotografías, diarios y revistas, memorias de justicia, legislación, fuentes policiales, autobiografías, crónicas urbanas, cuentos, informes médico-legales. Con estas fuentes Freidenraij va desagregando cada uno de los adjetivos, cada una de las prácticas, para estudiarlos separadamente y mostrar cómo la construcción discursiva de la minoridad, el abandono o la delincuencia, vista en espejo, devuelve una imagen que permite ver las ideologías clasistas y los prejuicios de las “elites morales” hacia las infancias pobres urbanas.

La presencia de niños de los sectores populares en el espacio urbano, como muestra con detalle Freidenraj, causó alarma e incomodidad en quienes pretendían un ilusorio orden urbano. Para contener y minimizar las imágenes de niños efectuando todo tipo de labores o transgrediendo constantemente las múltiples normativas, se construyó, para usar las palabras de la autora, un archipiélago penal y asistencial de establecimientos, agencias estatales e instituciones particulares, cuyos engranajes operaron en conjunto, en un concierto de voces e intervenciones que oscilaron más en discordancia que en armonía, más hacia la represión que hacia el amparo.

El libro se concentra en niños mayoritariamente varones, porque hacia ellos se orientaron las políticas criminológicas del periodo de estudio y porque constituían el 82 por ciento de los aprehendidos (p. 108). A través de una lúcida escritura y análisis, la autora acompaña a esos centenares de niños en sus trayectos y circulaciones. Su intención es no dejarlos solos en algún momento. De tal forma, frente al histórico emplazamiento como “niños abandonados” que han sufrido, ella se decide por tomar una postura vinculante de cuidado, de atención, de conexión con sus situaciones y de búsqueda de entendimiento sobre cómo ha sido que han llegado a las puertas de las instituciones de control social. Así, advierte su vida en los conventillos, sus intermitencias escolares, los sigue a sus andanzas en calles, veredas y plazas, presencia sus juegos, escucha sus malas palabras y sus risas, los ve subirse colgados a los tranvías. En las líneas de este texto es posible escuchar la sonoridad que producían los niños en la calle. Pero el libro muestra, cómo al terminar el día no todos aquellos niños y muchachitos podían volver a sus casas o a sus andanzas. En tanto caía sobre ellos un amplio abanico de disposiciones de corte jurídico y se consideraban parte de un “problema social” que había que combatir, sus actividades estuvieron siempre al borde de ser delictivas, irregulares o “predelictivas” en tanto pertenecían a un sector social sobre el cual el Estado buscaba intervenir (p. 285). La institucionalización, por lo tanto, aparece siempre acechante al otro lado de la esquina; esto no hace que la autora los pierda de vista: los sigue a sus comparecencias ante la justicia, hasta los interiores de las instituciones, como si de un estudio etnográfico se tratara, escucha lo que los agentes del estado piensan sobre ellos, lo que escriben los jueces de menores, advierte el tratamiento que se les da a los cuerpos infantiles y luego articula todas estas observaciones en un estudio puntilloso de las estructuras de control y de construcción del “peligro infantil”.

El libro disecciona la anatomía de las prácticas de los agentes encargados o interesados en la “corrección” de esa infancia: jueces, intelectuales, defensores de menores, médicos, abogados. La policía aparece especialmente protagónica, preocupada por lo que considera una ocupación anárquica de la ciudad por los niños: no le gusta como juegan, cómo se relacionan, cómo se comportan (p.115), considera sus actividades siempre sospechosas, elabora catálogos de cada vez más crecientes normativas, porque los niños en el espacio público, si lo ocupan autónomamente, incomodan, en cualquier sitio, en Argentina, en México, en Brasil, en América Latina.

Los vaivenes que sufre la justicia para menores en los primeros años de su implementación en Buenos Aires son una respuesta, explica la autora, a la alarma social frente a las condiciones antihigiénicas y de hacinamiento que sufrían los niños en las cárceles con adultos delincuentes o detenidos. Consideraciones de orden moral e higiénico fueron las que impulsaron a las autoridades a construir instituciones de castigo infantil diferenciadas del mundo adulto, que en un inicio serían de corte religioso y luego laboral. El texto subraya cómo las violencias físicas contra los niños y adolescentes se implementaron también como terapéuticas correccionales por los encargados del orden carcelario. Pero, como la sociología, la antropología y la historia de la infancia ya han apuntado, los niños son actores sociales y siempre tienen respuestas imprevistas a los intentos de control que caen sobre ellos. Por eso, en este libro, aparecen también las resistencias infantiles a ese sistema lacerante de cuerpos y emociones. Aparecen entonces los niños como sujetos capaces de burlarse de las autoridades carcelarias, de ejercer su sexualidad dentro de los límites marcados por la prisión, por el encierro, por el género, organizando sociabilidades estructuradas a partir del lenguaje, de la risa, del juego.

El periodo que se trabaja en este libro se inscribe en un momento de despunte de la transnacionalización de las ideas de infancia. En 1916 se reúnen los “especialistas”, esas élites morales, especialmente de los saberes médico-pedagógicos, en la ciudad de Buenos Aires, en lo que sería el I Congreso Panamericano del Niño, para discutir las acciones necesarias para higienizar, moralizar y escolarizar a la población infantil del continente. Los discursos estigmatizantes, las políticas sancionadoras y la persecución de las prácticas de los hijos de las clases trabajadoras se posicionan como uno de los nodos en las iniciativas en favor de la infancia de los países de la región.

Por todo lo anterior, este libro, si bien se dedica al caso argentino, también puede leerse en clave latinoamericana para vislumbrar los puntos en común con experiencias acaecidas en otras latitudes: las sociabilidades infantiles en conventillos, vecindades o inquilinatos y sus porosas fronteras con la calle, fabricada como espacio peligroso, la construcción de la figura del incorregible, las colocaciones de los niños en hogares y talleres, la criminalización constante de las prácticas cotidianas, la construcción de un andamiaje de leyes y normas para el control de la infancia en sus tránsitos por los rumbos de la ciudad, o la laborterapia como método de regeneración de los llamados menores delincuentes. Los niños argentinos no son los niños indígenas del México del porfiriato y de la revolución, tampoco los que venden diarios en Bogotá al iniciar el siglo, o los niños negros que trabajan en las calles de Sao Paulo. Sin embargo, coinciden con ellos temporalmente y sufren políticas que han cruzado las fronteras nacionales en forma de ponencias en congresos, de publicaciones en revistas médicas o criminológicas, en editoriales y noticias en la prensa. Así, terminan siendo depositarios de formas hegemónicas de concebir a las infancias populares acusadas de peligrosas, inmorales y antihigiénicas, discursos que justifican la obligatoriedad de que el Estado controle sus prácticas.

Los seis capítulos de este libro recuperan largos años de avances en la historia de las infancias en América Latina y proponen caminos novedosos para interpretar la minoridad, la categoría etaria, la historia de la criminalidad y el delito, y su vínculo con la historia social de la infancia. Es un libro propositivo e inteligente que da cuenta de la madurez y la plenitud en la que se encuentra este campo historiográfico en Latinoamérica.

Susana Sosenski – Doctora en Historia, Investigadora del Instituto de Investigaciones Históricas de la Universidad Nacional Autónoma de México (UNAM). Ciudad de México – MÉXICO. investigadores/sosenski.html. E-mail: sosenski@gmail.com.


FREIDENRAIJ, Claudia. La niñez desviada: La tutela estatal de niños pobres, huérfanos y delincuentes. Buenos Aires 1890-1919. Buenos Aires: Editorial Biblos, 2020, 302p. Resenha de: SOSENSKI, Susana. Un archipiélago estatal para las infancias populares argentinas (1890-1919). Revista Tempo e Argumento. Florianópolis, v.13, n.32, p.1-6, 2021. Acessar publicação original [IF].

Resenhando. Alfenas, v.3, n.1, 2021.

TEORIA E CRÍTICA LITERÁRIA

LITERATURAS

LINGUÍSTICA

TRADUÇÃO

PUBLICADO: 22-03-2021

Guerras e conflitos em escala global no Tempo Presente | Tempo e Argumento | 2021 (D)

Muitos historiadores que se dedicam a estudos e pesquisas no campo da história militar e da história das guerras e conflitos, concordam que existe após 1945, uma ausência de grandes guerras no mundo ocidental, o que fez com que a relação guerra-Estado se transformasse, mas não que os conflitos deixassem de acontecer; em essência, a sua existência é garantida pela manutenção de forças armadas, de uma indústria bélica consolidada, de grupos armados de feição ideológica, religiosa ou simplesmente de estrutura privada (sem qualquer relação com os mercenários da década de 60 que percorreram as savanas da África subsaariana), e por disputas territoriais de pequena e média escala, mas nenhum conflito global ainda que limitado.

Entende-se que, atualmente, a natureza, a vontade de fazer a guerra e suas razões sofreram considerável modificação, muito embora a existência de ódios ligados a nacionalismos antigos ainda se façam presentes.

Grande parte dos conflitos anteriores a 1975 foram guerras de libertação coloniais contra antigas metrópoles europeias, bem como estavam também ligadas ao período conhecido como Guerra Fria; as mais sangrentas delas aconteceram no Sudeste Asiático, no Oriente Médio e na África, esta última com países recém-emancipados que vivenciaram os primeiros anos de sua independência divididos pelo sectarismo que se desdobrou em guerra civil, e guerras assimétricas, e projetou-se para além do período com uma forte disputa ideológica. Questões ideológicas também nos remetem à América Latina, cuja tensão da Guerra Fria, gerou conflitos silenciosos imersos em um obscurantismo que ainda é perturbador nos dias atuais

A distinção clássica entre guerras internacionais e guerras civis também se tornou ineficaz. Os conflitos que anteriormente eram qualificados como civis existiram ocultamente como uma força em potencial por anos, até décadas, antes de se tornarem internacionais, como o caso da Síria e Ucrânia, que são bem atuais, todos caracterizados pela presença de combatentes não estatais e pelo não cumprimento de regras supostamente vigentes nos conflitos entre Estados. Tais guerras afetam principalmente países cujas estruturas institucionais perderam sua legitimidade por não conseguirem mais garantir o controle de seus espaços, ou pela ação limitada e ineficaz de suas forças coercitivas.

Outros são resultados diretos de construções coevas à Segunda Guerra e pelos desdobramentos subsequentes ao conflito mundial como a questão entre palestinos e israelenses, cuja dificuldade tem levado o Estado israelense à condução da segurança do território através da força para exercer o monopólio da violência legitimamente pautada em um discurso etnocrático.

Nesse cenário, o Estado também levou ao limite o processo de inovação tecnológica em termos de segurança e defesa, no esforço de demonstrar sua superioridade militar. Esse enorme investimento em tecnologia de defesa em tempos de paz exerceu um enorme impacto sobre o caráter da guerra, o que levou a novas formas de lutar, caracterizadas por conflitos de baixa intensidade, com diferentes projeções, com envolvimento de diferentes forças que compõem o Estado, unidades de elite, forças especiais e suas oponentes, incluindo forças guerrilheiras e organizações paramilitares, grupos com evocações político ideológicas ou religiosas e, mais recentemente, instituições empresariais de segurança militar.

As doutrinas militares também sofreram mutação, adaptaram-se com o passar dos anos, superaram as questões ideológicas da Guerra Fria mas, em essência, continuam a servir aos interesses do Estado, e ao nacionalismo vivo que as compõe.

Nos dias atuais, um conflito raramente começa com uma declaração formal de guerra e raramente termina com um tratado que põe fim à violência da noite para o dia, mas no apagar das luzes da década de 80, esse último fenômeno foi vislumbrado na África austral e seus desdobramentos se fazem sentir até hoje.

Fazer a paz é um esforço de longo prazo, porque significa redesenhar os laços sociais e reconstruir o Estado, ou seja, refundar as instituições públicas e reinventar a capacidade de convivência.  A compressão desses desdobramentos nos remete também a uma outra guerra, que embora não se relacione diretamente ao mundo bélico, representa um esforço pela manutenção da vida humana e do meio ambiente.

Talvez a nossa maior indagação seja como essas forças que compõem paradoxalmente a vida humana têm atuado ao longo dos anos, e como parte da sociedade não tem consciência suficiente para entender a gravidade da guerra, parafraseando um notório historiador militar1, ao afirmar que, se os homens, realmente, soubessem mais sobre sentido das lições do passado militar, eles não se engalfinhariam com tanta frequência em guerras que, mesmo quando não são catastróficas, não trazem qualquer resultado positivo para os adversários; portanto, eles invariavelmente não se destruiriam tanto. O que aconteceu com as sociedades, com o Estado e com as instituições que as compõem, as forças armadas, e sua relação com a guerra são o objeto dos estudos aqui apresentados. Eles propõem uma compreensão razoavelmente abrangente sobre esse difícil percurso da história do homem na segunda metade do século XX.

Este dossiê procura entender a evolução dos conflitos ocorridos no mundo, particularmente os que se desdobraram pós Segunda Guerra, os que passaram pela Guerra Fria e os que se tornaram efetivos pós Guerra Fria.

O dossiê inicia os seus trabalhos com o fechar das cortinas da Segunda Guerra mundial, com um tema ainda em expansão no campo da história social e se relaciona com a construção simbólica de um esporte popular no Brasil, e no mundo, e que tem uma forte representação durante o conflito. Assim, Vágner Camilo Alves e Adriano de Freixo nos apresentam O Futebol em Tempos de Conflito: os grandes clubes do Rio de Janeiro e a Segunda Guerra Mundial (1942-1945).

No texto seguinte, nos deslocamos para a Argentina, onde temos o trabalho de Maria Valeria Galvan, que em seu artigo Diplomacia cultural socialista en la Argentina y el problema de la identidad nacional desde una perspectiva estatal. Repercusiones de la propaganda de los países socialistas en las políticas represivas locales de los años 50 (1953-1961), discute sobre a questão da identidade nacional na Argentina a partir da ação do Estado, frente à expansão da propaganda de ideias socialistas, e a consequente repreensão do governo argentino nos anos 50 do século XX.

Paulo Fagundes Visentini traça um amplo balanço historiográfico dos conflitos na Ásia e na África, em um processo de transição da independência para a Guerra Fria no texto intitulado Conflitos afro-asiáticos “quentes” da guerra fria: da revolução à guerra (anos 1970 e 1980). No artigo, o autor observa que processualmente tais conflitos estiveram intimamente associados e marcaram profundamente a História Mundial Contemporânea.

Timothy Stapleton, em seu artigo The Creation and Early Development of the Zimbabwe Defense Forces (ZDF) 1980-93 (A Criação e o Desenvolvimento Inicial das Forças de Defesa do Zimbábue (ZDF) 1980-93), apresenta-nos o processo da organização das Forças de Defesa do Zimbabué (ZDF) após a sua independência na década de 1980. O texto mostra como conselheiros britânicos tentaram manter um padrão ligado às tradições inglesas e como foram suplantados por assessores norte-coreanos que ajudaram a criar um exército fortemente politizado.

Os embates decisivos entre Angola, Cuba contra Unita e África do Sul, e a dimensão simbólica da batalha de Cuito Cuanavale, representado pela construção e interpretação de sua narrativa pela historiografia militar, são objetos discutidos por Johny Santana de Araújo em A batalha de Cuito Cuanavale 1987-1988: a guerra pela sua memória.

Domício Proença Júnior, Eugenio Diniz e Marcus Lessa, apresentam um percurso histórico sobre as unidades de tanques de combate da ex-URSS e dos EUA, através do texto A trajetória das divisões pesadas da URSS e Rússia e dos EUA ao início e ao final da Guerra Fria. O estudo tem uma perspectiva comparativa, tendo como enquadramento o momento da Guerra Fria na Europa.
A difícil relação entre palestinos e israelenses é a tônica de Conflito, discriminação e segregação na Palestina ocupada: etnocracia como síntese teórica possível, de Fábio Bacila Sahd, que por meio de uma revisão bibliográfica, analisa as práticas de segregação na Palestina ocupada por Israel, a partir de ideias como o nacionalismo, o colonialismo e o capitalismo, tomando o conceito de etnocracia, para mostrar como pragmaticamente Israel exerce sua política de ocupação na região.

Ainda no Oriente Médio, Marcos Alan S. V. Ferreira apresenta-nos Refugiados e a Guerra Civil Síria: análise e perspectivas sobre o acolhimento na Turquia, um panorama da guerra civil na Síria e a difícil problemática do amparo às vítimas civis do conflito na Síria, junto aos países vizinhos, especificamente a Turquia.

Dentro de uma perspectiva ultra contemporânea, Rupturas conceituais de segurança e meio ambiente no antropoceno: os nexos securitários em formação desde o pós-guerra fria, de Hermes Andrade Júnior e Ana Paula Brandão, mostra como a dinâmica do meio ambiente é vista com uma dimensão estratégica, observando o risco ecológico, a partir do pressuposto de “novas” ameaças em um cenário de hostilidades latentes herdadas de guerras do século XX.

Fernando da Silva Rodrigues e Augusto W. M. Teixeira Júnior, no artigo Entre a guerra, a doutrina e a tecnologia: um histórico da evolução doutrinária do Exército dos Estados Unidos (1959-2017), nos mostram como, evolutivamente, a doutrina militar do Exército dos Estados Unidos foi continuamente sofrendo modificações desde a época da Guerra Fria até os dias atuais, e como adaptou-se em diferentes momentos ao longo de 59 anos para atender as diferentes demandas, que se apresentaram àquela força. Em A guerra de Nagorno-Karabakh: as disputas em torno dos conceitos de ‘vítima’ e ‘genocídio’ no tempo presente, os autores Heitor Loureiro e Pedro Bogossian trabalharam a ideia de memória e sua relação com os conceitos de vítima e genocídio dentro da disputa histórica entre Armênia e Azerbaijão pela região de Nagorno-Karabakh.

Tomaz Paoliello, apresenta artigo intitulado Uma genealogia das empresas militares e de segurança privada: a trajetória da empresa DynCorp frente à formação do “mercado da força” nos Estados Unidos No qual apresenta o surgimento e fortalecimento das forças militares privadas como um fenômeno paralelo ao moderno Estado-nação; o estudo dedica sua atenção à trajetória de uma dessas organizações, mostrando toda a dimensão de sua atuação. São 12 artigos escritos por autoridades que nos ajudam a compreender como esse difícil processo que compõe as guerras e conflitos, se processaram e se processam atualmente, com rupturas e permanências ao longo de 70 anos, e com desdobramentos incrivelmente atuais. Os organizadores acreditam que os trabalhos aqui apresentados possam trazer à comunidade de estudiosos desses temas e à sociedade, de um modo geral, um entendimento ainda que limitado da evolução da guerra como um fenômeno da sociedade da qual fazemos parte.

Organizadores

Johny Santana de Araújo. Doutor em História Social pela Universidade Federal Fluminense (UFF). Professor do Departamento de História, do Programa de Pós-Graduação em História e do Programa de Pós-graduação em Ciência Política da Universidade Federal do Piauí (UFPI). Teresina, PI – BRASIL lattes.cnpq.br/6182725298799980. johnysant@gmail.com

Nuno Severiano Teixeira – Doutor em História pelo European University Institute (EUI). Professor da Universidade NOVA (Lisboa). Investigador do Instituto Português de Relações Internacionais (IPRI). Lisboa – PORTUGAL. fcsh.unl.pt/faculdade/docentes/nst/nst@fcsh.unl.pt.


ARAÚJO, Johny Santana de; TEIXEIRA, Nuno Severiano. Dossiê – Guerras e conflitos em escala global no Tempo Presente. Tempo e Argumento. Florianópolis, v.13, n.32, p.1-7, [jan. / abr.] 2021.  Acessar publicação original.

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Trabalho escravo contemporâneo: tempo presente e usos do passado | Angela de Castro Gomes e Regina Beatriz Guimaraes Neto

El trabajo, al igual que muchos, si no es que la mayoría, de los temas que tienen que ver con la actividad humana, no es un “hecho de la naturaleza” sino que se trata de un fenómeno que se ha visto modificado, tanto en su forma como en su contenido, a lo largo de las civilizaciones. En La condición humana (España, Paidós, 1993) dice la filósofa Hannah Arendt: “La Edad Moderna trajo consigo la glorificación teórica del trabajo, cuya consecuencia ha sido la transformación de toda la sociedad en una sociedad de trabajo” y, desde este mirador es que el libro Trabalho eslavo contemporaneo: tempo presente e usos do passados de Angela Castro Gomes y Regina Guimaraes Neto, nos ayuda a mirar mejor cómo una de las características del trabajo en la era moderna sigue siendo la superexplotación, concepto acuñado por Ruy Mauro Marini que refiere a una forma particular de operaración del sistema productivo.

El texto es un recorrido útil, bien documentado, de la historia de las actividades agrarias en la región norte de Brasil, entre cuyas características resalta precisamente el esclavismo, fenómeno que por cierto, al amparo de las formas de producción globalizadas, ha vuelto a ocupar “puestos” importantes bajo las firmas – y formas – de capital maquilador. Leia Mais

História Oral, trabalho, trabalhadoras (es) | História Oral  | 2020

As formas de relações de trabalho e a subjetivação da ideia de trabalhadora e trabalhador têm sido pontos de intensas disputas entre diversos setores sociais nos últimos anos. A massificação da internet, das redes sociais, dos aparelhos celulares e seus aplicativos produziram novas ferramentas e uma nova linguagem para definir e significar o mundo do trabalho.

Nesse cenário, gostaríamos de destacar dois elementos: o discurso de liberdade e os significados da legislação trabalhista. Ao controle e opressão patronais sofridos pelos trabalhadores e pelas trabalhadoras nas fábricas, nos canaviais e outros espaços, foi contraposto um forte discurso de liberdade. Sem patrão, com livre-iniciativa, com a possibilidade de escolher o horário de trabalho, bem como o tempo dedicado, assim se apresentam as novas formas laborais para as pessoas que se identificam e são identificadas como empreendedoras. Desde os entregadores dos aplicativos de comida em todo Brasil até as costureiras em Toritama, no Agreste de Pernambuco, a promessa da ausência de patrões e dos mecanismos de controle direto empregados pelos mesmos, significaria uma nova fase de mais liberdade e possibilidade de novos ganhos, dependendo apenas do esforço de cada trabalhador ou trabalhadora. Leia Mais

História Oral. Rio de Janeiro, v.23, n.2, 2020.

História Oral, trabalho, trabalhadoras(es)

· Expediente

APRESENTAÇÃO

DOSSIÊ

ARTIGOS VARIADOS

NOTAS

PUBLICADO: 2021-03-21

Ensaios de História. Franca, v.20, n.1-2 2019.

Artigos

Publicado: 2021-03-21

Ensaios de História. Franca, v.19, n.1-2, 2018.

Artigos

Publicado: 2021-03-21

Ícone. Porto Alegre, v.4, n.5, 2019.

Expediente

  • ÍCONE: Revista Brasileira de História da Arte
  • PDF
  • Editorial
  • ÍCONE: Revista Brasileira de História da Arte
  • PDF
  • A Capa
  • Carolina Ceccatto Luchese
  • PDF

Artigos

Ensaios

Publicado: 2021-03-19

Histórias e conversas de mulher | Mary Del Priore

A historiografia contemporânea tem focado cada vez mais nos estudos acerca da história das mulheres, principalmente pondo-as como sujeito histórico, consciente ou não de sua condição de submissão e passividade ao longo da história, e que hoje já se percebe transitando espaços antes ocupados pelos homens. Nesta seara, a historiadora Mary Del Priore tem se debruçado em arquivos diversos, traçando assim a história do Brasil desde o período colonial aos nossos dias, com foco em questões tidas como tabu, como é a questão da sexualidade e do erotismo; as mulheres na sociedade; enfatizando os acontecimentos com riqueza de detalhes, prendendo assim seu leitor até o final.

A autora é referência em história das mulheres, tendo publicado os clássicos: História das Mulheres no Brasil, Ao Sul do Corpo, Corpo a Corpo com a Mulher, Histórias Íntimas, Histórias e Conversas de Mulher e contribuiu na organização de outras obras sobre a História do Brasil. Leia Mais

Horizontes Históricos. São Cristóvão, v.2, n.1, 2020.

Publicado: 2021-03-18

Apresentação

Artigos

Resenhas

Paideia – Revista de Educación. Concepción, n. 66, 2020.

El número 66 de la Revista Paideia comienza con un artículo muy interesante sobre evaluación en Educación Superior. El artículo titulado: “Prácticas Evaluativas en Educación Superior” de los autores
Ana María Vásquez, Walter Mondaca, Domingo Vega, César Rivera, Pamela Labra y Laura Vega de la Universidad de La Serena (Chile) trata sobre la evaluación como un elemento crucial para el aseguramiento continuo de la calidad de la formación, no solo para obtener una calificación, sino para disponer de información que permita recabar acerca de los objetivos logrados en clases. Todo ello a partir de una amplia variedad de estrategias e instrumentos que le permitan al docente recoger información y favorecer el análisis reflexivo.

Editorial

Artículos

Publicado: 2021-03-17

Quirón. Medelin. v.6, n.13/14, 2021.

Tema libre

Editorial

Artículo

Reseña

Transcripciones

Publicado: 2021-03-14

Mare Nostrum – Estudos sobre o Mediterrâneo Antigo. São Paulo, v.12, n.1, 2021.

Dossiê “Religião, Religiosidade e Cultura Material no Mundo Antigo”

EDITORIAL

DOSSIÊ

ARTIGOS

RESENHAS

PUBLICADO: 2021-03-12

Ensino de História na Amazônia: práticas pedagógicas como reflexão para a pesquisa | Mandurarisawa | 2020

O desafio de exercer a carreira de magistério no Brasil não tem sido das mais fáceis, principalmente depois da ascensão da extrema direita no país e no mundo. Este cenário político possibilitou o fortalecimento de ideias de cunho neofascista que trouxe no seu bojo o fortalecimento de racismo, xenofobia, machismo, assim como o negacionismo científico. Este último com intensa repercussão entre os professores de História do ensino básico à pós-graduação. No ensino básico, a disputa de narrativas tende a ser mais prejudicial devido a interferências mais direta no mercado editorial e subtração de temáticas importantes. Os representantes políticos adeptos deste ideário chegaram ao poder em 2018 pelo voto popular.

Com a sociedade convulsionada, temas consensuais nas pesquisas históricas como escravidão negra, golpe militar no Brasil, gênero, entre outros, passaram a ser contestados não a luz de novas pesquisas e sim por atos de vontade de adeptos do novo grupo de poder numa conjuntura política específica cujos acontecimentos e explicações ainda estão se desenrolando. Respostas simplistas a questões complexas fazem parte do rol de explicações por parte dos ideólogos: “a escravidão no Brasil era melhor, pois os negros já eram escravizados em seus antigos territórios”; “em 1964, no Brasil, assumiu o poder os militares através de um regime militar constitucional” e assim por diante. Leia Mais

Manduarisawa. Manaus, v.4, n.2, 2020.

ENSINO DE HISTÓRIA NA AMAZÔNIA: PRÁTICAS PEDAGÓGICAS COMO REFLEXÃO PARA A PESQUISA

Edição completa

APRESENTAÇÃO

  • APRESENTAÇÃO
  • Prof. Dr. Hideraldo Lima da Costa, Prof. Me. Julio Santos Silva..
  • PDF

DOSSIÊ TEMÁTICO

ARTIGO LIVRE

RESENHAS

Publicado: 2021-03-11

Revista Brasileira de História. São Paulo, v.41, n.86, 2021

  • O papel dos periódicos na publicação de dados de pesquisa Editorial
  • Araujo, Valdei
  • Texto: PT
  • PDF: PT
  • Raça e antiescravismo no Caribe espanhol: o ativismo de Antonio Maceo e Ramón Emeterio Betances Artigos
  • Mata, Iacy Maia
  • Resumo: EN PT
  • Texto: PT
  • PDF: PT
  • A droga da subversão: anticomunismo e juventude no tempo da ditadura Artigos
  • Brito, Antonio Mauricio Freitas
  • Resumo: EN PT
  • Texto: PT
  • PDF: PT
  • Operações do pensamento histórico de jovens estudantes: um estudo sobre a concepção de evidência Artigos
  • Reis, Aaron Sena Cerqueira
  • Resumo: EN PT
  • Texto: PT
  • PDF: PT
  • Tráfico interprovincial e alforria em grandes propriedades do termo de Monte Alto, Século XIX Artigos
  • Miranda, Rosângela Figueiredo
  • Resumo: EN PT
  • Texto: PT
  • PDF: PT
  • Séculos de silêncio: contribuições de um antropólogo para uma história da “homossexualidade” no sul de Moçambique (Séc. XVI-XX) Artigos
  • Miguel, Francisco Paolo Vieira
  • Resumo: EN PT
  • Texto: PT
  • PDF: PT
  • A “biblioteca do impossível”: levantamento da produção editorial do DPDC/DNP Artigos
  • Fraga, André Barbosa
  • Resumo: EN PT
  • Texto: PT
  • PDF: PT
  • A construção do poder em Angola nos romances de Pepetela: os novos ricos e a apropriação do Estado no pós-independência Artigos
  • Machado, Carolina Bezerra
  • Resumo: EN PT
  • Texto: PT
  • PDF: PT
  • Percursos de pesquisa, caminhos de mediação* Entrevista com Mônica Raisa Schpun Entrevista
  • Natal, Caion MeneguelloMarchetti, Fabiana
  • Texto: PT
  • PDF: PT
  • Por uma história (in)disciplinada: historiografia, teoria da história e politização do saber Resenhas
  • Dalfré, Liz Andréa
  • Texto: PT
  • PDF: PT
  • Anistia chega ao Brasil, ou como uma organização britânica ultrapassou fronteiras, amparou presos políticos e escancarou crimes da ditadura militar Resenhas
  • Mesquita, Gustavo
  • Texto: PT
  • PDF: PT
  • Sobre Ensino e Pesquisa Resenhas
  • Benthien, Rafael Faraco
  • Texto: PT
  • PDF: PT
  • ERRATA: A Questão das Ilhas Åland: Irredentismo e Autonomismo no ‘Arquipélago Da Paz Errata
  • Texto: PT
  • PDF: PT

I Simpósio de História Antiga e Medieval da UNIPAMPA- Segunda Parte | Alétheia – Revista de Estudos sobre Antiguidade e Medievo | 2020

Referências

[I Simpósio de História Antiga e Medieval da UNIPAMPA- Segunda Parte]. Alétheia – Revista de Estudos sobre Antiguidade e Medievo. Jaguarão, v.1, n.1, 2020. Acessar dossiê [DR]

Arqueologia Pública. Campinas, v.15, n.2, 2020.

Arqueologia marítima e subáquatica

  • No conto “Los restos del naufragio”, o escritor francês Guy de Maupassant narra uma memória sentimental a partir de uma visita aos escombros de um barco. Durante essa visita, os personagens tornam-se os próprios náufragos e se deparam com a angústia e o medo diante da elevação do mar. Esses sentimentos têm permeado nossas dúvidas em relação ao futuro dos oceanos e suas relações devido às mudanças climáticas. Em vista das inquietações e visando fazer emergir as ciências do mar, esse número traz constribuições que revelam segredos, aventuras e maravilhas das profundezas e superfícies das pesquisas marítimas.
  • Editorial
  • Joana Schossler , Aline Vieira Carvalho
  • PDF

ARTIGOS

PUBLICADO: 2021-03-06

 

Revista História & Luta de Classes. [?]. v.16, n.31, mar. 2021.

História do Marxismo no Brasil

Apresentação

Resumo

DOSSIÊ HISTÓRIA DO MARXISMO NO BRASIL

ARTIGOS

RESENHAS

 

Celso Furtado, 1920- 2020: diálogos e interdisciplinaridade | História Econômica & História de Empresas | 2021

Próximo de completar seu jubileu de prata, a presente edição da revista História Econômica & História de Empresas deve ser um motivo de dupla celebração para os sócios da Associação Brasileira de Pesquisadores em História Econômica – ABPHE.

Em primeiro lugar, em 2021 a revista publica seu primeiro dossiê. Com a permanência das outras duas edições anuais no formato original, a História Econômica & História de Empresas passará a contar com três edições, ampliando o número de artigos publicados anualmente, atendendo assim novos parâmetros de indexação. Mas, ainda mais importante, com o novo número, a ABPHE também poderá oferecer números temáticos para a nossa comunidade de historiadores econômicos, voltados para a discussão de tradicionais debates historiográficos, para a disseminação de pesquisas na fronteira de nosso campo ou para a reflexão de temas e problemas que estão na ordem do dia. Acreditamos que essa iniciativa deve ampliar o alcance e visibilidade da revista da ABPHE, que já é o principal periódico de nossa área no país. Agradecemos, assim, aos membros da equipe editorial por essa iniciativa e, especialmente, ao editor Ivan Colangelo Salomão, principal entusiasta deste importante projeto para a nossa revista. Leia Mais

Celso Furtado e os 60 anos de “Formação Econômica do Brasil” | Alexandre Macchione

A pandemia que assolou o mundo em 2020 suscitou reflexões acerca dos rumos tomados pela humanidade no último século e das perspectivas de futuro. O ano também foi marcado pelo centenário do nascimento de Celso Furtado, efeméride que flamejou debates sobre desenvolvimento, desigualdade e outras problemáticas socioeconômicas. Foi nesse contexto que Alexandre Macchione Saes e Alexandre de Freitas Barbosa organizaram o livro Celso Furtado e os 60 anos de “Formação Econômica do Brasil”, com relevantes revisitações à magnum opus publicada em 1959, “uma obra que ainda produz preciosas sugestões sobre um projeto social e econômico de Brasil”, segundo os organizadores.

A bem da verdade, o livro em destaque é fruto do evento realizado em 2019 por ocasião dos 60 anos de Formação Econômica do Brasil – organizado pela Biblioteca Brasiliana Guita e José Mindlin (BBM) e pelo Instituto de Estudos Brasileiros (IEB), ambos da Universidade de São Paulo (USP) –, que foi sediado pelo Centro de Pesquisa e Formação do Serviço Social do Comércio (SESC). Seus capítulos reúnem parte significativa daquilo que se discutiu com 22 especialistas em nove mesas temáticas, cujos eixos orbitaram na importância histórica da obra consagrada e na persistência de sua proposta inovadora e única para a análise dos problemas brasileiros. Leia Mais

História Econômica & História de Empresas. [?], v.24, n.1, 2021.

Dossiê: Celso Furtado, 100 anos

Apresentação

Dossiê

Publicado: 2021-03-05

A casaca do Arlequim | Heliana Angotti-Salgueiro

É uma honra e um prazer ter sido convidado para falar hoje por ocasião da publicação da edição brasileira do grande livro de Heliana Angotti-Salgueiro, A casaca do Arlequim. É difícil acreditar que já se passaram quase vinte e quatro anos desde que o livro de Heliana foi publicado na sua versão francesa (1). Vinte e quatro anos é o tempo de uma geração. É obviamente um desafio formidável para uma obra histórica, que tem necessariamente a marca das teorias, obras e debates da época em que foi escrita, reaparecer em um contexto completamente diferente. No longo prefácio que escreveu para a edição brasileira do seu livro, Heliana Angotti-Salgueiro recorda com maestria e profundidade o contexto em que o livro A casaca do Arlequim foi elaborado. Este contexto é antes de tudo o de uma instituição, a École des Hautes Études en Sciences Sociales, onde brilhantes e diversas personalidades – de Hubert Damisch a Louis Marin e de Marcel Roncayolo a Bernard Lepetit – se cruzavam. Leia Mais

Metropolis: A History of the City. Humankind’s Greatest Invention | Bem Wilson

Como contar a história das cidades? Por que contar a história das cidades? O fato de ser considerada por muitos a “maior invenção do homem” parece ser razão suficiente para que se torne objeto de análises. O fato de morarmos majoritariamente em cidades também. Mas há mais que isso, a história das cidades é um ponto de vista para entender a história do mundo e o nosso lugar nesse mundo. Se for contada de uma maneira agradável e interessante por quem as ama, mais ainda. É o caso de Metropolis.

O novo livro do historiador inglês Ben Wilson, Metropolis – A history of the city, humankind´s greatest invention, lançado em 2020, (ainda sem data de lançamento no Brasil) é um desafio para qualquer autor, pelo longo arco temporal que começa com a primeira grande cidade do mundo, Uruk, na Mesopotâmia de 4 mil a. C e chega até a megacidade de Lagos, na Nigéria contemporânea. Leia Mais

Portugueses no Rio de Janeiro: negócios/trajetórias e cenografias urbanas | Lená Medeiros de Menezes

É certo que a história da imigração no Brasil passa pelo porto do Rio de Janeiro. Tanto na época da Grande Imigração quanto do Pós-Segunda Guerra Mundial. Assim, o Rio de Janeiro foi o palco da chegada de milhares de imigrantes de várias partes do mundo a partir da segunda metade do século XIX e ao longo do século XX. Esse processo mudou o cotidiano carioca e definiu uma época da cidade, em que o Rio de Janeiro se caracterizou como território de convivência de múltiplas identidades nacionais e étnicas. Em grande medida, pode-se dizer, que essa presença dos imigrantes reforçou a vocação cosmopolita da cidade. Para os habitantes mais velhos do Rio de Janeiro, certamente, a lembrança a presença dos imigrantes na vida urbana deve ser bem viva.

A história do Rio de Janeiro dos imigrantes encontrou agora uma obra de referência obrigatória no livro Portugueses no Rio de Janeiro: negócios, trajetórias e cenografias urbanas, de Lená Medeiros de Menezes. Professora emérita da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) e atual presidente do Instituto Histórico do Rio de Janeiro (IHGRJ), a autora é conhecida especialista no campo da história da imigração e dos imigrantes no Brasil com vários trabalhos publicados. Seu livro Os indesejáveis: desclassificados da modernidade há muito marca os estudos da história da imigração no Brasil, contornando de modo original e provocativo o mito de que a sociedade brasileira foi sempre receptiva aos estrangeiros. O novo livro oferece um panorama abrangente da presença da comunidade de origem portuguesa na cidade do Rio de Janeiro. A relevância da pesquisa empreendida reside no fato de abordar a mais importante das comunidades de imigrantes do Rio de Janeiro e com influência decisiva na história da cidade. A pesquisa tem como marca a dedicação à pesquisa documental para valorizar a descrição de trajetórias de indivíduos, explorando vivências pessoais. Ao acompanhar os itinerários de vida de vários imigrantes, que passam a ser tratados pelo nome, o argumento geral aproxima muito de perto o conhecimento do processo social da experiência histórica, oferecendo ao leitor um quadro vivo e sensível da história. Leia Mais

Atrapados por la Imagen. Arte y política en la cultura impresa argentina | Laura Malosetti Costa

Los siglos XIX y XX han presenciado, como nunca antes en nuestra historia, coyunturas y continuidades, cambios tecnológicos, científicos y políticos. Nuestro país no fue la excepción. Laura Malosetti Costa y Marcela Gené, a través de la compilación de numerosos artículos de divulgación científica sobre arte, comunicación, diseño y política, nos invitan a un diálogo histórico a través de la cultura visual impresa en Argentina.

En palabras de las autoras “hay una línea de reflexión en común que reúne a estos textos, articulando arte, tecnología y política en relación con los artefactos impresos. Qué lugares ocuparon las imágenes en la vida política a partir de su presencia en publicaciones partidarias tanto como humorísticas o de formato magazine, cómo operaron en las transformaciones sociales, de qué modos las manifestaciones artísticas se vieron transformadas, impulsadas y multiplicadas por las revistas para llegar a un público cada vez más amplio”. Leia Mais

Aportes a las perspectivas de género en historia del arte | Cuadernos de Historia del Arte | 2021

En 1995, en Cuadernos de Historia del Arte N° 15, José Emilio Burucúa y Laura Malosetti Costa publicaban “Iconografía de la mujer y lo femenino en la obra de Raquel Forner”. No buscaban los autores centrarse en la “visión femenina” de la artista, sino más bien observar la manera en que Forner había desarrollado el “tema de lo femenino” en sus series de obras. Pasó el tiempo hasta que volvieron a publicarse trabajos en los que se abordaba la temática de género en relación a las formas de representación, hasta que Gabriela Vázquez publicara en 2015 (CHA 25) “Mujeres y vitivinicultura. Representaciones de mujeres en la actividad vitivinícola de Mendoza hacia 1910”. Estas han sido las escasas intervenciones de nuestra revista en los asuntos relativos a la relación entre producción artística y género. Es por tanto con la intención de comenzar a salvar esta situación que proponemos el presente dossier, que lejos de ser una casualidad responde a los desafíos lanzados desde las perspectivas feministas a la disciplina de la historia del arte, desafío que ha cobrado protagonismo al calor de los movimientos de mujeres que se extienden por el mundo.

Entre las virtudes del llamado de atención de la historia del arte feminista, la exigencia de desandar el camino de la construcción del canon del arte moderno y contemporáneo es central en lo que respecta a encontrar claves para comprender visiones y representaciones alternativas de la modernidad occidental, en la que nos encontramos sumidos y culturalmente constituidos. Este es, entre otras cosas, un trabajo de visibilización y recuperación de artistas, obras, perspectivas estéticas y tendencias poéticas y políticas. Ese camino ha sido emprendido por historiadoras del arte, cuyo proyecto intelectual consiste no solamente en un proceso aditivo por el cual un número de artistas mujeres desplazadas y olvidadas es sumado a la narrativa de la historia del arte, si no más bien, y en primer lugar, en cuestionar las bases epistemológicas mismas de una disciplina que a partir de sus categorías, conceptos y teorías ha construido el canon del arte moderno y contemporáneo desde una perspectiva androcéntrica. Esto ha significado que el proceso de conformación de dicha narrativa dominante sobre el arte moderno y contemporáneo ha omitido la mirada de las mujeres. No una mirada pensada como producto de ciertas determinaciones naturales (concepción cara al pensamiento patriarcal y aristocrático sobre las artes), sino una mirada signada por la organización cultural y social de nuestro mundo histórico y por las diferentes posiciones que se han asignado a las personas según su definición en la organización sexual de la sociedad. Leia Mais

Alegoria do património | Françoise Choay

As argumentações desenvolvidas por Françoise Choay em Alegoria do património se ancoram, reiteradamente, em demonstrações etimológicas cujo pressuposto fundamental é assinalar as transfigurações das relações estabelecidas entre os seres humanos e as suas edificações ocorridas nos últimos séculos no Ocidente e em países como o Japão e a China. Deste modo, à designação “patrimônio”, cujo abarcamento restringia-se originalmente às propriedades hereditárias, foram acrescentadas categorias mais abrangentes, tal como o complemento “histórico” (CHOAY, 2014, p. 11). Enquanto o monumento é uma obra espontânea, seja auxiliar da rememoração ou da magnificência das localidades, o monumento histórico é produto de uma distinção artificial (CHOAY, 2014, p. 17-25). A destruição de um monumento pode se dar por diversos fatores, humanos ou naturais, mas ao monumento histórico é pressuposta uma irrestrita proteção (CHOAY, 2014, p. 25-26).

O acondicionamento destas construções como projeto nacional provém de um lugar específico e de um tempo também específico: o Ocidente oitocentista (CHOAY, 2014, p. 25-26). Pontualmente, o delineamento de um tal empreendimento é evidente em França ainda no século XVIII, marcado pela circunstância revolucionária, mesmo que propalado somente no XIX (CHOAY, 2014, p. 26-27). Por detrás destas constatações está a introdução do monumento histórico ao repertório linguístico francês, cuja autoria poderia ser atribuída precipitadamente a Guizot, porém trata-se de uma realização de Millin (CHOAY, 2014, p. 26-27). Neste sentido, é notória a relevância das ações de Françoise Choay pertinentes ao exame pormenorizado do referido léxico, visto que conduzem a oportunas reflexões acerca do delineamento da conservação patrimonial e de seus princípios. Leia Mais

História, Ciências, Saúde-Manguinhos. Rio de Janeiro, v.28, n.1, 2021.

Memórias e narrativas: história oral aplicada | José Carlos S. B. Meihy e Leandro Seawright

O livro “Memórias e narrativas” dos historiadores José Carlos Meihy e Leandro Seawright é por um lado uma introdução ao campo da história oral, escrito para pesquisadores iniciantes – acadêmicos ou não – que se veem envolvidos nos desafios de estudar e trabalhar com a memória de expressão oral; mas por outro lado, ele é também uma sistematização dos conceitos, reflexões e teorias desenvolvidos pelos autores ao longo de suas trajetórias acadêmicas e de atuação, sobretudo como integrantes do Núcleo de Estudos em História Oral da Universidade de São Paulo (NEHOUSP). A generosidade do livro está justamente aí: ao apresentar a complexidade do campo da história oral, os autores explicitam seus posicionamentos frente a esse cipoal, desembaraçando os caminhos a serem percorridos pelos neófitos pesquisadores que se debruçam sobre a memória e a história.

O perfil didático do livro – reafirmado pelos boxes que destacam partes do texto ao longo de todos os capítulos – incorre por diversas vezes em um esquematismo que, embora evite simplificações, no mínimo atalha os debates e as contradições das abordagens sobre história oral. Considerando que não são objetivos dos autores desenvolver essas reflexões nem se aprofundar no estado da questão da história oral, eles apresentam os contrapontos apenas à medida que chamam atenção para riscos e erros a que o historiador oral está sujeito. É o que se verifica, por exemplo, na Leitura Complementar do primeiro capítulo, denominada “Memória de expressão oral: em busca de um estatuto”, sobre a famigerada querela entre os que “professam a manutenção da história oral como complemento e outros [que] propugnam a sua independência e autonomia” (MEIHY; SEAWRIGHT, 2020, p. 52). Os autores demarcam sua defesa por esta última definição como característica do campo da história oral e a caracterizam, para além disso, como uma metodologia que possui “procedimento procedente organizado de investigação, de comprometimento doutrinário e filosófico, orientado para a obtenção de resultados a partir de um núcleo documental específico” (MEIHY; SEAWRIGHT, 2020, p.56). Leia Mais

Revista Iberoamericana do Patrimônio Histórico-Educativo. Campinas, v.7, 2021. Publicação contínua

DOSSIÊ TEMÁTICO I

ARTIGO

DOCUMENTO

RESENHA

PUBLICADO: 2021-03-01

Giambattista Vico and the new Psychological Science | Luca Tateo

Filosofia e Historia da Biologia Giambattista Vico
Luca Tateo | Foto: TPGC |

SCOTT The common wind 2 Giambattista VicoAlthough scholarship on Giambattista Vico’s New Science includes a wide range of approaches, it has never experienced a paradigm shift so radical that it cannot be understood within the epistemic assumptions of the Western intellectual tradition. The publication of Giambattista Vico and the New Psychological Science, edited by Luca Tateo, promises to do just that. The volume is a collection of seven essays, and it belongs to the History and Theory of Psychology series, which is edited by Jaan Valsiner. The ambitious aims of this book are elaborated in Valsiner’s fore- word, Waldomiro Silva Filho’s introduction, and Tateo’s preface and conclusion. For Valsiner, the series responds to the question, “how is psychology a science?” (vii). According to Silva Filho, this question is problematized by contemporary conflicts between “radical physicalist reductionism and the most liberal cultural relativism”—the former is the “tendency to reduce psychological processes to . . . the biochemistry of the brain” and the latter is postmodern criticism (xviii). The book’s contributors look to Vico to counter these dangers.

Tateo became interested in Vico as an ancestor of cultural psychology and as the first to challenge the dominant Cartesian epistemology. According to Tateo, Vico provided an “alternate epistemology,” one that was “anthropocentric in the sense that we know human nature as we share it and through the historical genesis of its products” (xii). Indeed, Vico replaced the “myth of the given” in “psychological epistemology” with poiesis, an imaginative activity that creates human meaning (211). Tateo says that Vico’s emphasis on the imagination pro- vided “a way to intersubjectively access the mental and emotional processes that are behind the products of human activity,” representing a shift in focus, episte- mology, and methodology in psychological science (xiii). Imaginative universals gave Vico a qualitative methodology through which to understand the sensuous construction of meaning; indeed, they “embody” meaning and start with the “uni- versality of human body” and the “universality of imaginative construction[s]” of cultural forms (viii). But do imaginative universals allow us to “intersubjectively access mental and emotional processes” (xiii) or, as Valsinor says in the fore- word, is “the sensuality of the body—relating with environment—the guarantee of generalization” (viii)? Does the “‘hermetically constructed unity’ (as John Shotter points out in this book) transcend our usual classificatory tendencies of contrasting ‘verbal’ and ‘nonverbal’ meaning-making means” (viii-ix)?

The contributors to this volume are correct about Vico’s emphasis on imagina- tion, poiesis, and the “sensuality of the body.” However, the incongruities inher- ent in their contributions are troubling, particularly insofar as they concern these authors’ understandings of the radical nature of what Vico meant by imagination, imaginative universals, poiesis, and embodiment. These incongruities ultimately undermine this book’s potentially transformative reinterpretation of Vico’s writings and psychology. Although Tateo says that “adopting the ‘principle of poesis’ in the study of the psyche leads to a shift in the focus, epistemology, and methodology of psychological sciences,” this volume has not yet completed that shift (214). To do so, it must ask more fundamental questions that go beyond humanism’s idealist conception of knowledge—indeed, beyond modernity’s epistemological perspective. Any reinterpretation of Vico’s New Science that retains the subjectivism that grounds all humanist epistemologies brings with it metaphysical assumptions that, since Plato, have been used to justify belief in an epistemic knowledge of reality—that is, the beliefs that reality is inherently intel- ligible, yielding universal and eternally true knowledge, the paradigm of which is mathematics, and that humans can know reality only insofar as they possess a rational subjectivity that is ontologically like reality, which is the claim of dualis- tic anthropology. Though Descartes’s critique undermined belief in the inherent rationality of reality and the ontological identity of subject and object, dualism was retained and science provided the methodological grounds for belief in the likeness of subject and object, which is the assumption that Vico’s master key and verum factum principle implicitly reject.

Since Vico called his work a “new science,” scholars engaging with that claim must consider what kind of new science a psychological science is when it is called “poetic.” Are imaginative universals that have been made with a poetic language “subjective” at all, or are they the result of a different meaning-making process, one that is embedded in the social and physical world? What is the dif- ference between an anthropology that supports traditional subjectivist assump- tions and one that supports the knowing of products of an imaginative linguistic social activity? Failure to raise such meta-level questions as these risks repeating the same misinterpretations that have kept the radical nature of Vico’s work from being appreciated.

Tateo suggests a new direction in saying that Vico provided a way of thinking that was anthropocentric and that identified our ability to know human nature because we share it and because it is the genesis of human making. Indeed, Vico raised an anthropological question that philosophy had never asked. Those who believe that the quest for knowledge is essential to humans accept the dualistic metaphysical assumptions of philosophical humanism that were formalized by Plato. Since Vico first published New Science, readers have displayed an inability to comprehend the embodied anthropology he developed against that dualism.[1] Such readers are the moderns whom Vico characterized as fixated on Descartes’s subjectivist justification of certain knowledge of natural science.

When Vico rejected Descartes’s turn to subjectivist anthropology, he rejected the possibility of epistemology at all as understood by humanism and raised a more significant anthropological question: what if what we call “knowledge” is limited to what humans make as wholly embodied beings—that is, the languages, gods, religions, customs, laws, institutions, sciences, artifactual things (cosi) of our ontologically real, meaningful historical world? What if making was due to the power of embodied poetic language, which was the very language that phi- losophers, in their conflict with rhetoricians and poets, devalued as opinion and fantasy? [2]

Vico posed these questions with his insight into what he called his “master key”: the “fathers” of the human world were embodied prehuman beings who, “by a demonstrated necessity of nature, were poets”; they were creators who spoke the poetic language of preconscious peoples.[3] That such primitive beings created human existence was an idea so strange that Vico claimed it “cost us the persistent research of almost all our literary life, because with our civilized natures we [moderns] cannot at all imagine and can understand only by great toil the poetic nature of these first men.” [4] The radical nature of Vico’s verum factum principle cannot be appreciated unless we understand that the giganti were not human. Scholars traditionally consider Vico’s poets primitives or sinners, but this does not do justice to the strangeness of Vico’s master key or the twenty years it took him to understand it. The giganti were not only devoid of minds or the abil- ity to form abstractions; they were not even social beings in any existential sense. They existed solely as solitary beasts who possessed no relation to one another except instinctually. Without the capacity to feel a need for relations with other beings, they were incapable of human existence. Only with an originary potency that was ontologically creative of that existence could they be so.

That poets made meaning not with consciousness but with poetic language was a strange enough claim. Even stranger was Vico’s genetic principle that “the nature of institutions is nothing but their coming into being (nascimento) at cer- tain times and in certain guises,” and “things do not settle or endure out of their natural state.” [5] That principle condemns knowers, even of the third age, to remain embodied poets throughout human history, constructing what humans know with a language that is forever figural. Such knowers must give up the “conceit of scholars, who will have it that whatever they know is as old as the world,” or the notion that abstract ideas correspond to reality.[6] Given Vico’s embodied anthropology, the verum factum principle can no longer be considered epistemic. Elsewhere I have interpreted the unity of making and knowing as an ontological assertion that humans are makers of what they know, an alternative appropriate to Vico’s humanistic concern with knowing not the objective world of modern science but the historical world made by languages, literatures, religions, institu- tions, customs, and artifacts. These are the very cosi (things) that Descartes’s delimitation of knowing to the natural world made knowledge about obsolete.[7] Given that latter radical alternative, poetic knowing becomes the self-reflexive hermeneutic understanding that humans are the creators of what they know.

If the key to the anthropology of Vico’s embodied humanism lies in his claim that poetic beings create human existence ontologically, then we must go beyond the limits of Hellenism’s metaphysical frame to understand it. Other than the biblical world, which similarly identified creativity with originary language, the ancient world offered no way to conceive of a radical creative process that brought what did not exist into the world. In Ancient Wisdom, Vico raised ques- tions about divine causal agency that suggested a way to attribute creativity to humans.[8] Those questions culminated in the myth of origins that Vico developed in The New Science to support his insights about his master key.

Making his myth compatible with scripture, Vico distinguished between the offspring of Noah’s chosen and accursed sons. He identified the latter as the progenitors of the gentiles: fleeing into the forests, copulating with and living as animals, they lost language, their social world, the ability to think—their very human existence.[9] Those grossi bestioni created the human world, and they did so with imagination. In traditional humanism, the imagination is subjective, whereas those impoverished beings literally had no conceptual space. The ability to imagine occurred only when terror of the unknown forced them to make sense of what terrified them, and they could do so only with the physical skills of their bodies, the most rudimentary of which was perception.

According to Vico, the terror that animated these early humans’ creative imag- ination was first roused by the thunder that occurred when the earth dried after the flood. The sensations bombarding these beastly bodies—sounds of thunder, sight of stormy skies, terror shaking their bodies—were meaningless until they were brought together and forcibly projected onto the sky, leading these poets to see the image of “a great animated body.” [10] The guttural sound Pa forced from their lips named that image. As a metaphor, Pa had no literal meaning, but it called into existence a being in the sky who was angry with their behavior. With that poetic word, which named a metaphoric image, the poets created the human meaning that in turn transformed their animal behavior. Running to caves for protection, they created social practices—marriage, burial, language, their very social existence—and thus established the beginnings of humanity’s ontologi- cally real historical world.

Pa was the first certum made: imagination was not subjective but was instead comprised of solely contingent perceptions that were bought together into images of what did not exist before being reified with a name.[11] “Jove,” Vico claimed, “was born naturally in poetry as a divine character or imaginative universal.” [12] The linguistic creation of Jove was the first experience that was common to soli- tary beasts and elicited common responses, including flights to caves, abandon- ment of a solitary existence for a social one, and shared understandings of the need to do so in order to avoid that fearsome being. Pa had no epistemological significance, but daily experience now had meaning: behavior was governed by social practices that established bonds, in turn creating a sensus communis. Jove was a topos, a place of memory, not as a subjective fantasia but as an immanent part of the lived historical experience of social beings.

When the need to form linguistic generalizations that established laws arose, abstract language was created from the poetic, and with it emerged the silent dialogue that we call thinking.[13] Vico even related the emergence of “subjectiv- ity” to the ontological potency of bodily skills; indeed, after describing the events that elicited Pa, he argued that “Jove” was “the first human thought in the gentile world.” [14] Made by metaphors and images that were generated by bodily skills, language was not only imaginative but also immanent and temporal, a lived pro- cess of concrete making.

Vico was quite explicit about his analogy between divine and human ontologi- cal creativity. “Our Science,” he said, “create[s] for itself the world of nations” but does so “with a reality greater by just so much as the institutions having to do with human affairs are more real than points, lines, surfaces, and figures. And this very fact is an argument, O reader, that these proofs are of a kind divine and should give thee a divine pleasure, since in God knowledge and creation are one and the same thing.” [15] Vico was equally explicit about the differences between them, adding that philosophers and philologists should have gone back to the “senses and imaginations” of first fathers in order to study the origins of poetic wisdom.[16] He claimed that

the first men of gentile nations . . . created things according to their own ideas. But this cre- ation was infinitely different from that of God. For God, in his purest intelligence, knows things, and, by knowing them, creates them; but they, in their robust ignorance, did it by virtue of wholly corporeal imagination. And because it was quite corporeal, they did it with a marvelous sublimity; a sublimity such and so great that it excessively perturbed the very persons for who by imagining did the creating, for which they were called “poets,” which is Greek for “creators.” [17]

The poets created an artifactual reality that, like the natural world created with divine poiesis, was no less real for being so. Just as the embodied anthropology presupposed by verum factum deprives philosophy of epistemology’s subjective grounding, it also provides a conception of humans that is more appropriate for the humanist psychology that Tateo’s authors hope to achieve. The topos made from a sound generated by fear was inseparable from real social practices and physical labor producing the certa, and eventually the vera, of the concrete his- torical world.[18] Knowing can only be the self-referential truth identifying humans as ontological makers of their true things. That would seem to run counter to Vico’s insistence on the role of providence, but Vico’s providence was never a transcendent force but only a functional one, ensuring that choices made for private interests achieved social goals.

Philo Judaeus had given philosophic expression to the unity of the Hebraic god’s knowing and creating with the principle verum et factum convertuntur— that is, the notion that only the creator could know what he created, though he could grant knowledge to those acknowledging him as creator. Fortuitously, the verum factum principle had become commonplace by Vico’s writings. First for- mulated as an epistemological principle in Ancient Wisdom, it was only Vico’s insight into his master key that brought out the ontological significance of his claim that humans are genetically poets—that is, creators rather than subjective knowers.[19]

That knowledge of objects is limited to their makers reveals the skeptical aspect of Vico’s verum factum. [20] The made is known only by its maker because it is not inherently intelligible, and knowing is only the makers’ reflexive under- standing that they are makers. Vico’s delimitation of human knowing to what humans make strengthened his claim that humans could not know God’s creation; that humans can know their own creations is what, with Vico’s help, the authors of Giambattista Vico and the New Psychological Science claim for their new poetic humanistic psychology.

Although all of the essays in this volume are valuable additions to scholar- ship on Vico, few contribute specifically to an embodied poetic interpretation of Vico’s new science. The volume does not contain a discussion of language that adequately captures Vico’s claim of originary creativity, for example, and few of the contributions stress human agency. Moreover, most of the authors inter- pret Vico within modernity’s dualistic frame, as revealed by their pervasive use of subjectivist language. They have not yet realized how radical the shift from Cartesian humanism to Vico’s embodied anthropology is. Perhaps the starkest question they need to answer is, in what way is psychology possible without the metaphysical belief in a psyche?

Sven Hroar Klempe’s and Gordana Jovanovic’s contributions to this volume are responsible for placing Vico in particular histotheoretical contexts. Klempe situates Vico’s work in the history of psychology that emerged from metaphysics; meanwhile, Jovanovic traces Vico’s reception beginning in the eighteenth cen- tury. Both authors question whether Vico is an Enlightenment figure or a critic of the Enlightenment. Klempe distinguishes psychology from metaphysics by emphasizing its increasing concern with perception and sensation. He claims that the relation of sensation to intellect distinguishes divine language, a unity of mak- ing and knowing, from the ideality/generality of human language deriving from abstractions. Thus, there is a “mismatch and a tension . . . between our thinking of the world and the world as it appears to us” (54). “In our efforts to mitigate the tension and the gap between our abstract conceptions and the world,” he notes, “we try to unite those two extremes by means of thinking” (55): man “creates abstractions . . . and abstractions are given through language, and this is the real- ity man is able to grasp. This is the core of the verum factum principle” (60). He explains: “For human beings, truth is provided by language” (68).

Whereas Klempe discusses themes that are relevant to Vico’s turn to the role of sensation in language and thinking in creating knowledge and truth, he distin- guishes thinking, abstract language, and “inner life” from sensation and the body. It is “the spirit that represents the connection between the mind and the body,” Klempe says, though for Vico it is embodied poetic language, not thinking, that creates abstract language (56). For Klempe, Vico is a modernist not only because “we recognize the contours of a psychology by the role he gives the aspects of sensation and subjectivity, which form the basis for how language and meaning making are to be understood” (62), but also because he “is definitely . . . pointing forward by emphasizing the role of the human mind in the verum factum prin- ciple” (50). Vico, Klempe claims, “did not belong to the protestant church, but he adopted the focus on subjectivity” (67).

Jovanovic’s essay examines diverse interpretations of Vico from the eigh- teenth century. On the basis of Vico’s critique of reason and his emphasis on verum factum as epistemological, she explains, his readers consider him to be a modernist rather than an Enlightenment figure. Quoting Benedetto Croce, she explains: “with the new form of his theory of knowledge Vico himself joined the ranks of modern subjectivism, initiated by Descartes” (93). Yet Croce “left out many important aspects of Vico’s thought,” Jovanovic notes: “Thus, it was necessary to overcome Croce’s idealist perspectivism in order to open new vistas for reading Vico” (82).

Jovanovic elaborates on the possibility of “open[ing] new vistas for reading Vico” by proposing that the “perspectives of doing and knowing are hermeneuti- cally united” and that “it is within this conceptual framework that Vico’s human- istic agenda is formulated” (79). She does not specify the nature of those herme- neutic relations but stresses the importance of language in shaping communities. She also emphasizes Vico’s privileging of topics over critique, so it is striking, given the volume’s emphasis on poiesis, that she does not mention the creativity of language, especially since poetic metaphors create a social world before they create the semiological views that emerge in the third age.

Despite her limited discussion of language, Jovanovic clearly understands the significance of its embodied nature and relation to human activity. For instance, she notes that “Vico’s anthropology is naturalistically founded, as it starts with capabilities of corporeal individuals, but it is not reductionist as it includes trans- formation and cultivation of corporeal capabilities and existing physical condi- tions, as well as symbolic products and social practice and institutions” (105).

Her strong emphasis on agency is also promising. Because of the importance of rhetoric, “Vico was a reflective theorist of human activity, but an activity of humans as social beings” rather than “of mechanical, subjectless, and communi- cationless processes” (95). She continues:

Given . . . the importance of . . . verum idem factum, and that not only as an epistemo- logical principle but as a principle constitutive of human history, . . . [it] is justified to see Vico as a modern thinker. . . . I would claim . . . this principle supersedes Vico’s critique of rationality on which most interpretations of Vico as an antimodern or counter- Enlightenment thinker rely. (97)

Jovanovic asserts strongly that Vico “should have been protected from pitfalls of subjectivism and idealism of the raising new epoch” (98, emphasis added). Though stressing the importance of the verum factum principle as “constitutive of human history,” Jovanovic does not appreciate the nature of that constitutive power and instead associates it with modernism’s Homo Faber (97). The activ- ity of the latter is, however, the technological application of knowledge that has been derived from science’s mastery of nature, the very knowledge that the verum factum principle prevents humans from possessing. Vico’s conception of human activity is empowered by the originary nature of poiesis that creates the human world.

Despite the richness of Jovanovic’s and Klempe’s contributions to this volume, and though they move away from identifying humans with the primacy of mental activity, it is striking that neither steps enough outside of the Cartesian frame to recognize the incompatibility between their insights and Cartesian modernism. Despite Klempe’s emphasis on the roles of sensation and language and Jovanovic’s verum factum as epistemological, she explains, his readers consider him to be a modernist rather than an Enlightenment figure. Quoting Benedetto Croce, she explains: “with the new form of his theory of knowledge Vico himself joined the ranks of modern subjectivism, initiated by Descartes” (93). Yet Croce “left out many important aspects of Vico’s thought,” Jovanovic notes: “Thus, it was necessary to overcome Croce’s idealist perspectivism in order to open new vistas for reading Vico” (82).

The contributions to this volume that are most focused on the role of poetic language and sense-making in Vico’s anthropology are by Marcel Danesi, Augusto Ponzio, and John Shotter. Danesi’s contribution offers the most in-depth discussion of Vico’s philosophy out of all the pieces in the volume, yet Shotter, by stepping outside the tradition’s metaphysical frame, does the best job of transcending subjectivism and grasping Vico’s embodied creative humanism. Still, Danesi displays a strong understanding of Vico’s philosophy, saying: “The idea that cognition is an extension of bodily experience, a kind of abstracted sensoriality . . . is, as a matter of fact, the unifying principle that Vico utilized to tie together all the thematic strands that he interlaced throughout the NS [New Science]” (27). “For Vico,” Danesi explains,

the appearance of the metaphorical capacity on the evolutionary timetable of humanity made possible the passage from instinctual responses to the flux of events, where images literally floated around randomly in mental space, to a more abstract and organized form of thinking that helped to guide the mind’s primordial efforts to transform the world of sensorial inputs into cognitively usable models of experience. (44)According to Danesi, “the nature of the connections between things, universal and particular, is not available to discursive cognition. But they are neither merely fanciful nor principally subjective. They are real connections made in imaginative form” (34).

Despite this, Danesi ultimately encloses Vico’s poetic insights within modernity’s dualism and obscures Vico’s master key. Though emphasizing fantasia’s relation to sense and perception, Danesi accepts Edward Sapir and Benjamin Lee Whorf’s claim that “language classifies, not ‘creates,’ experience” (15) and reduces language to “mind-space” (18). Danesi notes: “language and thought are interdependent features of human consciousness—that is, we use language to carry the main load of our everyday thinking. It is only when we need to create new thoughts that we must resort to our fantasia to help us out and start the concept-formation process anew” (15). Fantasia is a “mental faculty that generated consciousness, language, and, ultimately, culture.” “The most important feature of the poetic mind is that it seeks expression into models of the world in terms of metaphor and myth,” as Danesi explains: “From this ‘poetic’ state of mind the first human cultures took shape, developing the first institutions.” According to Danesi, “the fantasia can thus ‘create’ new realities totally within confines of mental space—hence the meaning of imagination as a creative faculty” (16).

Danesi identifies the ingegno as “the faculty that organizes poetic forms produced by the fantasia into stable structures.” Accordingly, “‘making sense’ is a product of ingegno as it imposes pattern onto the images that the fantasia creates in mind-space,” which explains how the first myths were made. Arguing that “agency is governed by ingenuity, not by some biological schema or imprint,” Danesi protects Vico from being reduced to neuroscience but keeps him in metaphysic’s “mind-space” (18). He associates Vico’s conception of language with Thomas Sebeok’s semiotics: “Language, for Sebeok, is an effective cognitive means for modeling the world. . . . ‘Speech,’ or articulated language, is a deriva- tive of this modeling capacity” (33). He argues that Vico can be studied in the context of semiotics since “his concept of metaphor as imprinting human experi- ence in the form of language… is the basis of modern cognitive linguistics” (24). Danesi explains: “The crucial lesson that cognitive science has come to learn is that the imagination and metaphor are the essence of mind” (29).

Even though he identifies the fantasia as “the fundamental feature of mind that allows us to transform and make bodily experience meaningful” (46), Danesi obscures that centrality by saying that “rhetorical figures, which abound in ancient fables, did not emerge to increase the imaginative enjoyment of myths” (44); they “make it possible for humans not only to represent immediate reality, but also to frame an indefinite number of possible worlds” (43). Yet Vico’s poetic language does not represent human reality; rather, it creates an artifactual one. Mind, though an artifact of the fantasia and the ingegno, is continually referred to by Danesi as a subjective agent of making that “operat[es] totally within mental space as it configures and creates models of world events” (18). Most strikingly, Danesi argues that metaphor is the “product of the fantasia—. . . a feature of the mind, not just of language” (19). “Metaphor is a ‘tool’ that the mind con- stantly enlists,” Danesi explains (35): “it expresses the reality in the mind of the speaker” (19). “The human mind is ‘programmed’ to think metaphorically most of the time,” which Danesi claims thus makes metaphor an object of conceptual thought (34).

Ultimately, Danesi’s appeal to cognitive science cannot explain the poetic capacity of the fantasia. Imaginative universals are not cognitive: Vico’s master key emphasizes randomness, the contingency of perceptions, and the insight that perceptions do not represent reality but are brought together to alleviate terror filling beastly bodies. And when brought together, it is language that fixes that image with a name. As noted above, Danesi draws on Sapir and Whorf’s claim that “language classifies, not ‘creates,’ experience.” Yet language produced by cognitive processes cannot explain the fantasia’s poetic ability since cognition does not include emotional interactions between bodily processes and the experi- ences in which they are embedded.

Ponzio similarly discusses Vico in the context of the emergence of semiotics and cognitive linguistics. Much in his explication of semiotics is relevant only to the rational minds of Vico’s third age. However, Ponzio concludes his contribu- tion by articulating a valuable reservation: when discussing Vico’s contribution “to the theoretical framework of current research in cognitive linguistics,” Ponzio asks whether or not “we may speak of a ‘Vichian linguistics,’ as Danesi would seem to be suggesting” (169). Acknowledging that there may be Vichian influ- ences on semiotics and other sign sciences, Ponzio expresses doubts: “Vico’s critique of Descartes is formulated in a context entirely different from Pierce’s” (170). Ponzio notes “that there is a great historical-contextual and motivational gap between Vichian inquiry . . . and current philosophical-linguistic research . . . to the extent that it cannot be classified as ‘Vichian linguistics’” (171). Ponzio’s doubts represent an effective critique of semiotic interpretations of Vico’s conception of language. Indeed, what is clear from Danesi’s and Ponzio’s essays is that focusing on semiotics and cognitive linguistics in an attempt to account for Vico’s poetic conception of language obscures more meaningful explorations of the embodied poetic understandings of language that are suggested by Vico’s anthropology.

Vico was writing before developments in biological science, but even if he had understood how necessary biological processes were to human existence, he would not have considered them adequate for creating human meaning. Identifying the body with neuroscientific activities has obscured a more funda-mental kind of embodied experience, one focused on the necessary interaction of bodily skills with the physical/social world and in turn emphasizing conditions that philosophers would consider sufficient—that is, experiences in the external world to which bodily skills respond not only to satisfy needs and utilities but also to produce imagistic language and social practices that create meaning, thus accounting for human agency. Those experiences in the external world, rather than either neuroscientific or cognitive activity, add sensory and emotional interaction between bodily and experiential processes, thus allowing for the poetic ability that Vico refers to as fantasia.

Shotter’s essay best captures the immediacy of that relation: the embodied, embedded, and emotional nature of making and knowing and its appropriateness for a poetic science of psychology. Shotter begins by discussing the issue that is central to Vico’s writing and cultural psychology: the meaning of human meaning. Meanings made in temporal developmental processes begin in mute times, bodily feelings, fearful responses to unknowns, bodily shaking, guttural sounds, and gestures before becoming images projected onto the sky, metaphoric language, and more complex linguistic and social activities that satisfy needs and utilities necessary for survival. Shotter characterizes those processes as “shared expressions, spontaneously occurring in shared circumstances, to which people spontaneously attribute a shared significance” (121). In elaborating on beginnings, Shotter provides what has been missing in existing Vichian scholarship: an experiential account of the transformative processes that lead from bodily feelings to creative linguistic and social activities. He omits purely necessary biological processes, since by themselves they do not capture interactions with the phenomena that stimulate them or the social activities to which they lead. He similarly omits linguistic theories that do not acknowledge bodily feelings, which are the immediate sources of metaphoric relations. For Shotter, only bodily feelings, external phenomena, and social responses to them—what he calls “shared significance[s]” in the external world—create poetic language and human existence.

Shotter elaborates on Vico’s account of the transition from bodily feelings to imagistic language that makes meaning from sensations like thunder: “the development of social processes is based, he claims, not upon anything preestablished either in people or in their surroundings, but in socially shared identities of feeling [they] themselves create in the flow of activity between them,” or what Shotter says Vico “calls ‘sensory topics,’ . . . because they give rise to ‘commonplaces,’ that is, to shared moments of common reference in a continuous flow of social activity” (124). A sensory topic leads to “an ‘imaginative universal,’ the image of a particular something, a real presence . . . , that is first expressed by everyone acting, bodily, in the same way in the same circumstance, but which is expressed later, metaphorically, in the fable of Jove” (133). Thus, according to Shotter, meanings are created “before the emergence of consciousness or awareness . . . occurs” (122). One implication of this is the fact that “language begins, not with people speaking, but with them listening, not with a performative speech act, but with a hermeneutical invention” (132). Shotter explains: “This suggests a quite different account of consciousness—of con-scientia, of witnessable knowing along with others—than that bequeathed to us currently from within our Cartesian heritage” (121-22). This is because “their meaning [that is, the meanings that emerge from socially shared identities of feeling] is in how bodily we are ‘moved’ to respond to them, in how precisely we are going to incorporate them into our yet-to-be-achieved activities” (122). Shotter makes clearer than others in this volume that what Vico means by “mind” is not only prior to rational content but other than subjective or cognitive processes.

Shotter, in explaining his indifference to biological conditions, says that Vico turned him from a “search for ideal realities (forms or shapes) ‘hidden behind appearance’” (120) that was bequeathed to social science by philosophy and psychology’s concern with “inner workings of . . . subjectivities.” Like Vico, Shotter desires a “direct focus on the unique concrete details of our living, bodily . . . participations . . . in the world around us” (142). He explains:

we have become concerned both with what goes on within the different “inner worlds of meaning” we create in our different meetings with the others and othernesses around us, along with paying more and more attention to our embedding within the ever present, larger background flow of spontaneously unfolding, reciprocally responsive inter-activity between us and our surroundings. It is as “participant parts” within this flow, considered as a dynamically developing complex whole, that we all have our being as members of a common culture, as members of a social group with a shared history of development between us. (142)

In focusing on “inter-activit[ies]” between bodily skills, external stimuli, and the linguistic and social activities to which they lead, Shotter reveals sensory and emotional responses to experiences and links biological conditions that neuro- scientists consider determinate to external physical linguistic and social activities that biologists ignore, enabling us to avoid the reductionisms that are inherent in focusing on biological, mental, or external sociolinguistic activities alone. With Vico’s understanding of wholly corporeal imagination, Shotter argues,

meanings are already present in people’s bodily activities long before awareness or con- sciousness of meaning emergences. For, although such bodily thought lacks an abstract or intellectual content, it does not lack a meaning. If nothing more its function is merely a figurative or metaphorical one: that of linking, or “carrying across” a shared feeling to a shared circumstance, thus to create a sense of “we,” of us all being in this together, a sense of solidarity. (134)

This “flow of social activity” similarly touches on what Vico means when he talks about providence. Rather than being “something external,” Shotter explains, providence is the “natural provision of the resources required for their own fur- ther evolution or transformation (or dissolution). . . . [P]eople construct in their own past activities an organized setting that makes provision for their current activities” (136). “What the ‘inner mechanisms’ might be which make such a realization possible are not Vico’s concern here,” Shotter says: “his concern is a poetic concern with what the ‘outer’ social conditions giving rise to a shared bodily experience in a shared circumstance might be like” (122).

Shotter enables us to move outside of traditional cultural frames. He credits his move to developments in psychology that turned the field away from tradi- tional scientific perspectives; he then found in Vico the emergent embodiment of humans, of which, he says, Vico himself may not have been aware. He claims that Vico must have acquired the ability to be “responsive at every moment to one’s changing circumstances . . . to a distinctive, imaginative sense of what it is like to experience and to make sense of events occurring” bodily (130). Thus, he claims, “the agent of inquiry” becomes prominent (119); or as Shotter says when he describes agency, humans develop a skill of “coming to feel ‘at home’ within a particular sphere of activity” (145). Shotter calls that skill “ontological,” for in knowing “how to be, say, a musician, painter, mathematician, company director, or regional developer, one must acquire certain sensibilities and attunements” and “come to know one’s ‘way about’ . . . inside the requisite, conversationally sustained ‘reality’ or ‘inner world’” (146).

This volume’s sharpest response to challenges from biology, and particularly what Tateo calls its “tendency to reduce psychological processes to the most basic events that can be explained through the biochemistry of the brain,” come in the form of Shotter’s focus on concrete details of embodied participation in the world (xviii). Biochemical events and evolutionary processes are necessary for human existence, but they cannot account for it without also addressing social, historical, and cultural activities. Those conditions, which are similarly necessary and, more importantly, sufficient, are the very activities that Vico highlighted and that have not been given sufficient weight by neuroscientists. Failure to appreci- ate the linguistic, social, and physical activities that do the actual creative labor of bodies leads to reductionism.

Whereas Shotter’s account of the way meaning inheres in bodily feelings and allows for “a sense of ‘we’” accounts for sensus communis, Ivana Markova’s essay provides context for that notion before and after Vico (134). The basis of Vico’s sensus communis is ingenium and imagination. “Diverse things,” accord- ing to Markova, “are brought together on the basis of immediate and momentary vision, that is, on the basis of the logic that enables creating images,” particularly imaginative universals that are rooted in common sense (179). Markova empha- sizes the relation of common sense to sensation and, because of the role of “needs or utilities,” to action (178). She stresses metaphoric language’s primary role in this creative process.

The final essay, which is by Carlos Cornejo, compares Vico and Nicholas of Cusa, whom Cornejo claims both adopted a “knowing by not-knowing” approach that Cusa calls “docta ignorantia” (197). Cornjeo claims that Vico’s fantasia continues that tendency of nonrational certainty, though he notes that Vico’s rejection of Cartesian rationalism and the constraints of the body “lies on a dif- fering anthropology.” According to Cornejo, “Vico’s proposal for ascribing more epistemic power to the human sciences than to natural sciences is based on a deep reconsideration of the nonrational capacities in the knowing process” (192). Vico’s relation to the medieval tradition “embodies both novelty and continuity” (196).

If the field of psychology hopes to use Vico’s new science to move from sci- entism toward a more embodied and culturally embedded psychology, it must accept his belief in a closer relationship between rhetoric’s conception of linguis- tic agency and philosophy, thus producing not epistemic knowledge but poetic meaning. Giambattista Vico and the New Psychological Science does not con- tain a conception of language that captures its connectedness to the body rather than to cognitive processes and to the hermeneutic ways it makes sense of and establishes relations with the experiential physical and social worlds. This is an originary power that creates meanings that are not given in nature. The volume’s authors also have not transcended the traditional belief in a dualism between body and some version of intentional cognitive agency. These inadequacies make it difficult to grasp a conception of human agency that interacts with and transforms the physical world, creating a concrete, real, and meaningful human world. Only Shotter appreciates the ontological importance of embodied skills, or the agency that he describes as shared happenings in the external world, “socially shared identities of feeling [beings] themselves create in the flow of activity between them,” “shared moments of common reference in a continuous flow of social activity” (124). This is the way human meanings emerge providentially before consciousness of meaning emerges. Shotter makes clear that what Vico referred to when he talked about the “mind” was something that not only existed prior to cognition but also contained dimensions that were not subjective processes. The developmental processes derived from the common social processes that Vico traced in the historical world do not constitute modernity’s progressive course. Rather, they constitute a cyclical course that produces a regularity that is more supportive of a humanistic (rather than a scientific) new poetic psychology.

It is my hope that the authors of this volume are open to nontraditional readings of Vico that are as strange to contemporary audiences as Vico’s poetic insights were to his original readers, who were embedded in Cartesianism. Only such a reading can free the imaginative and poetic nature of the New Science from mis- understandings that have plagued modern readers since the book’s publication.

Notes

  1. Giambattista Vico, The Autobiography of Giambattista Vico, transl. Max Harold Fisch and Thomas Goddard Bergin (Ithaca, NY: Cornell University Press, 1944), 128-32.
  2. Bergin and Fisch translate cose as “institution.” Elsewhere I translate cose as “thing” to cap- ture the concreteness of the world humans create, and I adopt that usage here. For more on this, see Sandra Rudnick Luft, Vico’s Uncanny Humanism: Reading the New Science between Modern and Postmodern (Ithaca, NY: Cornell University Press, 2003), 130n37.
  3. Giambattista Vico, The New Science, transl. Thomas Goddard Bergin and Max Harold Fisch (Ithaca, NY: Cornell University Press, 1948), para. 34.
  4. Ibid. 5. Ibid., para. 147, 134.
  5. Ibid., para. 59.
  6. Luft, Vico’s Uncanny Humanism, 24-26.
  7. Giambattista Vico, On the Most Ancient Wisdom of the Italians: Unearthed from the Origins of the Latin Language, transl. L. M. Palmer (Ithaca, NY: Cornell University Press, 1988), 105-7.
  8. Vico, The New Science, para. 172, 192-95, 369, 377.
  9. Ibid., para. 377.
  10. The word certum (certain) refers to the first things created. 12. Ibid., para. 381.
  11. Ibid., para. 1040.
  12. Ibid., para. 447.
  13. Ibid., para. 349.
  14. Ibid., para. 375.
  15. Ibid., para. 376.
  16. Certa become vera (the true) for the knowers. 19. Vico, On the Most Ancient Wisdom, 45-47.
  17. When secularized, the principle’s status as epistemological or ontological depends on the divinity whose creativity humans appropriate. It either reproduces ideal rational truths or the volun- tarist power of an omnipotent deity. In the context of Cartesianism, the principle understood by the moderns has remained resolutely epistemological.

Sandra Rudnick Luft – San Francisco State University, Emerita.


TATEO, Luca (ed.). Giambattista Vico and the new Psychological Science. New Brunswick and London: Transaction Publishers, 2017. 242.p. Resenha de: LUFT, Sandra Rudnick. Vico’s new science and new poetic Psychological Science. History and Theory, v.60, n.1, p.163-176, mar. 2021. Acessar publicação original [IF].

 

 

 

History and collective memory in South Asia, 1200-2000 | Sumit Guha

Filosofia e Historia da Biologia 1 Giambattista Vico
Sumit Guha | Foto: UW |

SCOTT The common wind 1 Giambattista VicoHistorians always work in evolving political contexts that influence their knowl- edge and narratives. This cultural reality provides a framework for Sumit Guha’s imaginative analysis of how the collective memories that shape human societies are contingent and fragile because they are embedded within the changing insti- tutional systems of social and political life. In History and Collective Memory in South Asia, 1200–2000, Guha analyzes the processes of remembering and forget- ting in South Asian cultures, but similar sociocultural patterns have also appeared in almost every other human society. Historical knowledge serves numerous public needs, including the need for governments and social elites to justify their power and the need for cultural communities to sustain shared collective identi- ties. Historians therefore have an essential public role for which they have often been supported in schools, religious orders, government libraries, and universi- ties, which Guha describes as the “cloistered” institutions that produce and teach historical knowledge (4). This link to institutions, however, makes historical knowledge vulnerable to changing political regimes and to popular upheavals in the social world that always surrounds the cloisters in which experts construct their historical narratives.

I. CONTEMPORARY CHALLENGES TO SCHOLARLY HISTORICAL KNOWLEDGE

Although modern professional historians continue a long tradition of working in privileged cloisters, Guha argues that such experts have created only one of the cultural streams that carry historical knowledge across the generations of social life. The expertise of historical specialists has long been challenged or displaced by oral and popular histories that circulate informally in the public and private spheres of all human communities, creating alternative stories that have wide cultural influences and also affect the ideas of those who write history within even the best-supported institutional cloisters. Historical knowledge is thus inex- tricably connected to public life because it grows out of the collective identities and cultural memories that historical narratives both reflect and help to shape. The public interactions with cloistered historical knowledge, as Guha emphasizes with specific references to both India and the United States, have grown all the more visible in recent decades as diverse social groups have claimed their own historical knowledge and publicly derided the experts for writing false history. Professional historians are thus increasingly marginalized by the “knowledge” that emerges in the popular media or flows among the contemporary religious and political activists who wage transnational culture wars on websites and social media apps. Militant crowds in South Asia, Europe, and the US have been destroying monuments that represent discredited historical figures, but activists with radically diverging ideologies are also constructing new historical narra- tives that assert collective identities and political goals. These politically charged narratives have become part of wider cultural struggles to control historical memories, and they often challenge evidence-based historical accounts that were written in scholarly institutions. Guha wrote his book from a position within one of the cloistered institutions (the University of Texas) where professional experts have traditionally developed and evaluated valid historical knowledge. He therefore notes the context for his own historical project by explaining that recent public claims for the validity of nonexpert historical narratives “made me more keenly aware of how the academy exists only as part of a society” and how “public knowledge of the past” has long “been enfolded in political and economic systems” (x). Guha launches his narrative of South Asian historical knowledge with an explicit recognition that neither the political leaders nor social protest movements in our “post-truth” era are inclined to respect the carefully compiled, evidence- based research of professional historians (ix). Late twentieth-century academic historians such as Peter Novick described a declining faith in historical objectivity among scholars who worked in academic history departments, but the debates of that time were viewed mainly as internal philosophical arguments about the opposing epistemological perspectives of relativism and positivism.[1]

The cultural stakes of these arguments have now become part of a much broader political cul- ture because the cultural-political context has changed. Scientific experts have lost public influence as people outside of the traditional, knowledge-producing clois- ters have gained access to new media and communication networks. Professional historians, like other experts in both the natural sciences and the social sciences, now have to defend the value of evidence-based knowledge in a public sphere that often disdains the whole enterprise of careful documentary research. Guha’s account of collective memories and historical narratives in South Asia over the last eight centuries thus suggests that our (noncloistered) public culture may be returning to conceptions of historical knowledge that long shaped the use and abuse of history in earlier social eras. As Guha explains with persuasive examples, historical knowledge in premodern South Asia and Europe was viewed mainly as a tool to support the political claims of governing elites or to defend the sociocultural status of social groups whose identities were affirmed through semimythical narratives about past struggles and heroism. Human beings have always defined themselves, in part, by describing their historical antecedents, so historians inside and outside of institutional cloisters have provided the requisite collective memories in their written texts and oral histories. Yet Guha repeatedly notes the fragility of collective memories, which can quickly dissipate when social, political, and cultural regimes change or collapse. Most of the once-known information about past people and events has completely disappeared because the cloisters that produced or protected this knowledge were destroyed (for example, the religious communities that protected historical memories in ancient Egypt and Mesopotamia), or because later governing powers had no use for historical nar- ratives that had justified the power of previous rulers, or simply because nobody believed that the activities of common people needed to be recorded in historical narratives.

Guha thus provides humbling reminders that historical knowledge is for- ever changing or vanishing amid the constant public upheavals that transform and demolish the work of historians as well as the past achievements of every other sociocultural community. Guha’s reflections on the contingencies of now- vanished historical knowledge may remind readers of the melancholy themes in Percy Bysshe Shelley’s poem “Ozymandias” (1818), which famously described a traveler’s encounter with the ruins of an ancient king’s shattered statue on a lonely sandscape: “My name is OZYMANDIAS, King of Kings; Look on my works, ye Mighty, and despair!” No thing beside remains. Round the deca Of that Colossal Wreck, boundless and bare, The lone and level sands stretch far away.[2]

One of Guha’s themes in this book conveys a similar story about the fragility of historical knowledge and memories, which means that “the preservation of a frac- tion of the immense world of human experience in the historical record depends on choices and resources, or else it perishes irretrievably” (116). Every genera- tion, in short, must reconstruct historical memories to prevent their otherwise inevitable decay and disappearance in later human cultures.

II. EUROPE ON THE PROVINCIAL FRONTIER OF GLOBAL INTELLECTUAL HISTORY

The fragility of historical knowledge is one example of how Guha views the entanglement of collective memory, political power, and public struggles for social status. History and Collective Memory in South Asia focuses mainly on the development and loss of historical memory in India, but there are also descriptions of similar memory-producing practices in premodern Europe. These comparative perspectives contribute to a historical decentering of European cultural and political institutions that draws on Dipesh Chakrabarty’s influential proposals for “provincializing Europe.” 3 Guha challenges Western narratives that portray a unique European historiographical pathway from the classical Greek works of Herodotus and Thucydides to the nineteenth-century, evidence-based archival methods of Leopold von Ranke. The uniqueness of early European historical writing mostly disappears in Guha’s comparative framework as he shows how medieval European memories and identities were constructed through genealogical research and chronological summaries that South Asian historians also developed during these same centuries. In both of these premodern cultural spheres, most historical narratives focused on local events or people; and the useful knowledge came from genealogists and court heralds who confirmed the esteemed lineage of people who held privileged social status and political power (or wanted to claim new power for themselves). Religious writers in both Europe and South Asia also offered popular narra- tives to explain why particular churches and religious shrines should be visited and why they should be supported with generous gifts. European historical writ- ing thus evolved as an unexceptional local example of the historical research that was also developing widely across Persia and India during this same era. Placed within this wider framework, European genealogists were (like their Indian coun- terparts) “bearers of socially vital histories . . . who kept records and sent out pursuivants across their jurisdictions to record and verify” (35).

Guha thus provides carefully researched examples of how historians can “pro- vincialize Europe” when they move beyond traditional Western assumptions abou European exceptionalism. At the same time, however, he adds to the expanding work in “global intellectual history” by using two important methods for analyzing the history of ideas in different cultures and for tracing transnational intellectual exchanges.[4]

Guha first describes cross-cultural similarities in the labor of heralds and genealogists who served sociopolitical elites in England, France, and Spain, but he also shows how historical workers provided the same services for social elites in India. The social contexts differed, but historians served similar premodern public needs in both cultures. The genealogical arguments for social status, political power, and property ownership were developed with an assiduous attention to past generations and with often-needed adjustments to complex social histories; this careful work everywhere provided essential historical justifications for noble and royal claims to power. After summarizing similar cultural practices that developed independently within Europe and South Asia, Guha uses a second methodology of global intel- lectual history to analyze how ideas about historical knowledge later moved across cultural boundaries and influenced people on both sides of the colonizer/ colonized social hierarchy. The themes in Guha’s narrative thus shift from a description of cultural similarities to a description of cross-cultural exchanges and the mediation of cultural differences. During the nineteenth century, British colonial officials and educators arrived in India with new ideas about how his- torical knowledge should be based on documentary evidence, so the institutions they developed for cross-cultural instruction (including schools and universities) became sites for new cultural translations of materials they encountered in India. British educators developed a tripartite narrative that portrayed Indian history as an evolution from eras of Hindu and Muslim rule into the era of Britain’s Christian Imperial rule, which British officials portrayed as superior to the earlier Mughal Empire. Equally important, a new English-educated, South Asian intelli- gentsia gradually adopted some of the new European methods and ideas for their own anticolonial purposes. Ideas and research methods traveled across cultural boundaries, but they also changed as Indian historians used them to pursue goals that differed from the purposes and expectations of British officials. The Indian scholar Vishwanath Kashinath Rajwade (1864–1926), for example, worked in this hybrid sphere of cross-cultural exchanges during the colonial era, when he joined with other intellectuals in western India to develop a Marathi perspective on British imperialism. Rajwade believed that the “latest methods of source criticism would enable India to recapture its own history” (142), so his work made creative use of some European cultural practices that helped to advance the goals of an emerging Indian nationalism. According to Guha’s account of this hybrid cultural process, “Leopold von Ranke’s doctrines may have reached him [Rajwade] by indirect routes, but he was certain that their application would vindicate both Maratha and Indian nationalism. This was the atmosphere in which the early venture for a public and documented history was launched in the Marathi-speaking world” (143). These two methodological European exceptionalism. At the same time, however, he adds to the expanding work in “global intellectual history” by using two important methods for analyzing the history of ideas in different cultures and for tracing transnational intellectual exchanges.[5]

Guha first describes cross-cultural similarities in the labor of heralds and genealogists who served sociopolitical elites in England, France, and Spain, but he also shows how historical workers provided the same services for social elites in India. The social contexts differed, but historians served similar premodern public needs in both cultures. The genealogical arguments for social status, political power, and property ownership were developed with an assiduous attention to past generations and with often-needed adjustments to complex social histories; this careful work everywhere provided essential historical justifications for noble and royal claims to power. After summarizing similar cultural practices that developed independently within Europe and South Asia, Guha uses a second methodology of global intel- lectual history to analyze how ideas about historical knowledge later moved across cultural boundaries and influenced people on both sides of the colonizer/ colonized social hierarchy. The themes in Guha’s narrative thus shift from a description of cultural similarities to a description of cross-cultural exchanges and the mediation of cultural differences. During the nineteenth century, British colonial officials and educators arrived in India with new ideas about how his- torical knowledge should be based on documentary evidence, so the institutions they developed for cross-cultural instruction (including schools and universities) became sites for new cultural translations of materials they encountered in India. British educators developed a tripartite narrative that portrayed Indian history as an evolution from eras of Hindu and Muslim rule into the era of Britain’s Christian Imperial rule, which British officials portrayed as superior to the earlier Mughal Empire. Equally important, a new English-educated, South Asian intelli- gentsia gradually adopted some of the new European methods and ideas for their own anticolonial purposes. Ideas and research methods traveled across cultural boundaries, but they also changed as Indian historians used them to pursue goals that differed from the purposes and expectations of British officials. The Indian scholar Vishwanath Kashinath Rajwade (1864–1926), for example, worked in this hybrid sphere of cross-cultural exchanges during the colonial era, when he joined with other intellectuals in western India to develop a Marathi perspective on British imperialism. Rajwade believed that the “latest methods of source criticism would enable India to recapture its own history” (142), so his work made creative use of some European cultural practices that helped to advance the goals of an emerging Indian nationalism. According to Guha’s account of this hybrid cultural process, “Leopold von Ranke’s doctrines may have reached him [Rajwade] by indirect routes, but he was certain that their application would vindicate both Maratha and Indian nationalism. This was the atmosphere in which the early venture for a public and documented history was launched in the Marathi-speaking world” (143). These two methodological realms. Oral traditions shaped the identities of local communities, asserted the significance of local religious shrines, or justified the social positions of local elites who continued to challenge the centralizing power of imperial states. All of these narratives could coexist with the historical narratives of large empires because “outside the early temple-cities and imperial capitals, . . . local and folk traditions propagated mutually contradictory but noncompetitive narratives of the past” (27). There was never just one historical narrative, and the local folk nar- ratives sometimes became more powerful and widely accepted than the official narratives that historical experts produced in the cloistered institutions of imperial capitals. In every historical period, diverging narratives claimed to provide the best accounts of recent or remote historical events.

Guha introduces early Indian historical writing by focusing on Muslim histo- rians whose Persian monotheism asserted the existence of a “universal history” that transcended the fragmented local histories of earlier South Asian states (45). Muslim historians believed that a single God oversaw every human activity because all actions took place in a “universal time” (51). This temporal perspec- tive suggested that every great or small event contributed to an overarching historical process, yet the conflicts over political power inevitably occurred in specific places and local settings that required historical attention. Genealogists and court historians thus wrote historical accounts to show the ancient lineage of newly arrived Persian rulers in the era of the Delhi Sultanate (which spanned the thirteenth through the sixteenth centuries), and Persian-language narratives told official stories about heroic past achievements to justify the recent, regional expansion of Muslim power. Politicized historical narratives continued to appear during the later Mughal Empire, whose famous Emperor Akbar (r. 1556–1605) bolstered his centralizing aspirations by supporting new historical narratives (in Persian) and building new monuments that stressed the importance of imperial unity. Other strands of social memory nevertheless flourished outside of the official court-centered narratives that Mughal emperors promoted. Both before and during Akbar’s reign, Guha notes, “many forms of collective memory coex- isted, with the new Persian political and military histories as simply an additional branch of memory” (61). Local memories were often associated with local reli- gious shrines, and long after the Mughal conquests extended into eastern India there were still Bengali legends, lineage stories, and Hindu religious centers that defied or ignored the court-supported Mughal histories. These unofficial narra- tives sustained Bengali cultural memories, though local Buddhist memories were often lost in the competing Muslim and Hindu histories of the era.

As Mughal power declined in the late seventeenth century, the rising Marathi state in western India became a new center of historical knowledge and collective memory. Guha explains that the “Marathi-speaking gentry had long written or dictated narrative histories” for the region, but their expanding political aspirations soon generated new “macronarratives” that helped to justify the political claims and collective identity of the ambitious Marathi (Hindu) regime (107). Historical writing therefore celebrated the achievements of a Marathi elite that governed a mostly Hindu population and eventually displaced the Mughal empire in north- central India, but the Marathi historians ignored the historical achievements of their Hindu predecessors in southern India (the Vijayanagara Empire). The eighteenth-century Marathi elite thus used a narrowly defined collective memory to create an “enmeshing of history and identity [that] was unique in South Asia at the time” (109). Other social groups continued to shape collective historical memories, however, through narratives that circulated outside the Marathi literati. Workers and servants, for example, spoke in court cases that Guha cites to show how nonelite people could provide important historical information about family events and property holdings. Challenging Gayatri Spivak’s famous claim that the voices of subaltern people could never be heard or recovered, Guha refers to late seventeenth-century court testimonies in Maharashtra to argue that lower class women and men in western India “could speak and were sometimes unique sourc- es of evidence” (99).[6]

Craftsmen, barbers, and even gardeners offered their per- spectives on past events or conflicts. Most were illiterate, yet “ordinary villagers . . . passed on key elements of local history from generation to generation” (100). Both the elite Marathi writers and subaltern speakers narrated local history in texts and court testimonies that Guha describes as more factual than the histori- cal narratives that appeared in other parts of India. The west Indian Hindu literati nevertheless resembled historians throughout South Asia in supporting their own government’s political interests and in mostly ignoring the history of previous rulers. Like other elite writers, they also faced the challenge of unofficial historical narratives that conveyed the perspectives of other social groups, including the obscure subalterns who testified (historically) in legal proceedings and family disputes. The struggle to consolidate political power was always linked to cul- tural struggles over the control of stories about the past.

III. HISTORICAL KNOWLEDGE IN THE ERA OF IMPERIALISM AND POSTCOLONIAL TRANSITIONS

Historical writing in both the Marathi-speaking west and the Bengali-speaking east gradually changed after British colonial institutions became new centers of education and historical memory during the nineteenth century. Extending the cultural practices of their political predecessors, British imperialists introduced new historical narratives to increase their own prestige and stature. Guha shows that the power-enhancing uses of historical knowledge remained as prominent in the British colonial era as in the earlier periods of Indian history, but the British brought new European methods for source citations and historical writing. Their sources and narratives conveyed unexamined cultural assumptions about the superiority of Christian traditions, and they often portrayed British rule as a more enlightened imperial successor to the earlier Mughal Empire.

Although Guha explains how the British ascendancy decisively altered the political and cultural context for historical writing, he also argues that the Indian literati always found new ways to narrate their own history—in part by drawing on unofficial, popular histories that still circulated outside of British institutions.Indian writers increasingly accepted new standards of historical evidence, how- ever, which “tended to converge on demanding authentic contemporary sources” (118). The prestige of document-based historical narratives forced Indian histo- rians to recognize that “the power of Western narrative could not be denied, but chinks in it could be sought so as to turn it against the colonizer” (119). Counter- narratives thus challenged the official historical voice, which now spread a European, Christian message within and beyond the cloisters of British schools and universities. Guha gives particular attention to the hybrid historical work of western Indian writers such as the previously noted Vishwanath Kashinath Rajwade and the documentary specialist Ganesh Hari Khare (1901–1985), both of whom wrote texts that differed from the colonial historical narratives and used more factual evidence than could be found in the genealogical stories and “historical romance” of Bengali historians such as Bankim Chandra Chatterjee (1838–1894) (134). Despite Guha’s recognition of the cultural value in all kinds of historical narratives—popular oral histories, genealogies, religious stories, and even fictional works—he repeatedly affirms the superiority of historical research that uses verifiable documentary sources. Adhering to the modern research meth- ods of cloistered professional historians, Guha argues that the most reliable his- torical truths appeared in evidence-based narratives that explained what actually happened rather than what later generations wanted to believe could or should have happened.

The historical resistance to British colonialism did not end when South Asians established independent nations after 1947. As Guha notes in his discussion of postcolonial cultural transitions, historians in both Pakistan and India set to work on nation-building tasks that required coherent national histories and emphasized the kind of long-term continuities that nationalists typically find or invent in their own national cultures. The enduring influence of certain colonial-era British nar- ratives helped to shape new “ethno-nationalist” accounts of Hindu history that condemned Mughal rule and the oppressive power of Muslim outsiders (132). Colonial legacies also influenced some later postcolonial historians who sup- ported an “indigenist” rejection of the evidence-based historical knowledge that British historians had advocated in English-language universities (160). To be sure, British educators had often violated their academic standards for evidence- based historical writing as they promoted their own faith-based assertions about Christian miracles, the superiority of European cultures, and the flaws of Indian religious traditions. Guha notes with dismay, however, that the postcolonial rejection of imperial institutions and ideas evolved into a growing nationalist suspicion or rejection of carefully compiled, evidence-based historical narratives. Historians who searched for indigenous alternatives to British culture drifted away from rigorous research and celebrated ancient Vedic learning in mythic narratives that no longer cited historical evidence or documentary sources.

Guha’s concluding critique of postcolonial changes in South Asian cultures therefore returns to his introductory arguments as he condemns the dangers in “post-truth” societies that reject the foundational research of reliable historical knowledge. The cloisters of professional historical work, where evidence-based research methods established the criteria for accurate (though culturally inflected) knowledge, have been threatened or displaced by the political-cultural influence of a surging Hindu nationalism that resembles similar nationalist critiques of “fake history” and “false” academic work in the US. Political groups and their affiliated media systems in India and America have launched a similar “external assault on the community of professional historians” (x), thereby forcing historical experts to defend the truth of their knowledge in a transformed public sphere. Guha sees familiar historical patterns in these recent challenges to historical knowledge because carefully constructed historical narratives were often overwhelmed and rejected in the sociopolitical upheavals of past transitional eras. Each historical era is different, of course, but Guha suggests that cloistered historians may not recognize how the scapegoating of inconvenient or unpopular knowledge never disappears. “History departments in the few but comparatively well-funded Indian universities controlled by the central government,” Guha writes in a discussion of South Asian historians who lost influence after the 1970s, “were confident, indeed complacent, in their authority. . . . The narrow circle of specialists could still, in principle, resolve disputes by reference to sources and documents, as in the standard model. This gave its members an undue sense of their own grip on the past” (173).

This cultural moment has now passed, however, and the once-cloistered historians find themselves under attack from radical Hindu nationalists, Bollywood historical movies, and so-called identity histories that dismiss or misrepresent the complexities of historical evidence. This situation is by no means unprecedented, as Guha demonstrates in his careful analysis of how collective memories changed under the influence of different governing systems over the last eight centuries. Yet the recurring political struggle for control of historical knowledge seems to be gaining renewed force in a twenty-first-century context of far-reaching social media, website communications, and highly politicized group identities.

IV. HISTORICAL KNOWLEDGE AND THE PUBLIC SPHERE IN A “POST-TRUTH” WORLD

Guha’s careful examination of South Asian historical knowledge contributes valuable perspectives for wider discussions of how collective memories help to shape political cultures and the public sphere. He explains the significance of historical narratives and monuments that sustain collective identities, but he also stresses that popular memories and oral histories have always expanded or challenged the historical perspectives of cloistered experts and state-supported narratives. Guha therefore provides a broad overview to help his readers understand how contemporary critiques of evidence-based academic scholarship may resemble disruptions that have occurred whenever political regimes have been overthrown or new social-cultural-religious groups have come to power. Historical knowledge, as Guha demonstrates throughout his book, has always been fragile and vulnerable to public upheavals.

There are nevertheless limitations in Guha’s work that raise questions for further critical analysis. His insistence on the value of evidence-based research is relevant for historical studies in every society, even though the specific modern arguments for such research emerged in European universities and then gained global influence through other institutions that governments, imperial regimes, and private groups established in other places around the world. Guha notes this complex process of cross-cultural exchange, yet he does not discuss how technological transitions are creating new challenges for document-based historical research and also transforming how historians might study cross- cultural interactions. The new technological challenges began to emerge with the computer revolution of the 1990s, and they became even more pervasive as mobile telephones replaced printed texts and older computers for many twenty- first-century communications. Documents stored on obsolete floppy disks may already be almost as inaccessible as illegible stone tablets in an ancient cave. What happens to evidence-based historical memory when most communications take place in easily deleted telephone text messages or on social media apps that are constantly evolving with the technological innovations of companies that sell mobile telephones?

Guha concludes his book with a commendable insistence on the value of carefully researched historical work and a plea “that we continue to strive for an evidence-based mode of writing it” (178). The instant communications of social media meanwhile pose a double challenge to evidence-based historical writing because sources are disappearing almost instantly, and highly motivated political or religious groups are quickly spreading false historical narratives via internet technologies that previous cloistered historical experts never had to confront. Addressing the implications of these cultural changes would take History and Collective Memory beyond its chronological limits, but historians need to address such issues as they confront the growing public influence of false history, which Guha rightly condemns in his preface, introduction, and conclusion.

Contemporary technological challenges could be explored in future studies of new social media, but a different historical problem appears in Guha’s complaint that cloistered historians have helped to undermine their own evidence-based expertise by embracing postmodern critiques of objectivity. Ironically, as Guha points out in his preface, the influential Foucauldian argument that power cre- ates knowledge seems to have been embraced by powerful governing elites who generally reject the ideas and writing styles of postmodern theorists. One of the American architects of the Iraq invasion in 2003, for example, assured a journalist that American policymakers were powerful enough to define and thereby create political realities in a distant Middle Eastern society. “Postmodern thought,” Guha notes, “had thus been captured by its inveterate critics in the power elite” (ix). This concern about public actors who now adapt theoretical critiques of empirical knowledge to justify their own claims for reality-shaping narratives leads to one of Guha’s specific warnings about the current threats to historical knowledge. Although he provincializes European claims for unique historiographical traditions and methods, he also defends the Rankean belief in the documentary foundation of fact-based historical knowledge. Guha thus views the commitment to evidence-based knowledge as an essential cultural value that should never be dismissed as simply a Eurocentric ideology. Documentary evi- dence, as he correctly insists, provides valid criteria for historical truth in South Asia and in every other society that seeks to establish reliable knowledge about its own past. This commitment to evidence-based historical knowledge, however, leads Guha to an unexpected critique of historians who draw radical relativist implications from the argument that narrative choices shape the construction of all historical knowledge.

Guha’s work carefully examines the words and narrative structures that shape human uses of the past, yet he seems to pull back from his own analytical themes at the end of his book. “We have entered a post-truth world through many paths,” he notes: “One of those brought us here by arguing that all narratives were constructed, and consequently all are equally valid” (176). This is a puz- zling statement because Guha’s book actually shows why the second clause in this sentence is not correct. It is certainly true that all narratives are constructed, but Guha skillfully shows (and almost all historians would agree) that some nar- ratives are far more truthful than others because the best historical accounts are based on documentary evidence and other verifiable sources. Guha’s analysis of South Asian historians thus uses evidence-based criteria to explain why some constructed narratives are more valid than others. His concluding lament about a misguided academic acceptance of the postmodern emphasis on the shaping power of narratives seems to be refuted by the critical assessments of different textual constructions in his own impressive book.

My questions about the impact of changing technologies and the ongoing evaluation of truth claims in historical narratives suggest some of the key issues that Guha’s book encourages readers to continue exploring in our “post-truth” historical era. Although he develops an insightful account of the ways in which historical knowledge evolved in specific South Asian cultures, Guha also shows how this long-developing cultural history challenges traditional narratives about European exceptionalism, confirms the influence of cross-cultural exchanges, demonstrates the complex hybridity of colonial and postcolonial ideologies, and exemplifies the continual intersection of historical knowledge and public conflicts. Guha’s emphasis on the contingency of historical knowledge and the vulnerability of experts also reminds professional historians that sociopolitical forces affect the narratives they write as well as the economic resources that support their privileged positions. Historians thus remain vulnerable to the revo- lutionary upheavals they like to study from the safety of their cloistered positions.

Perhaps the current vulnerability of professional historians results partly from a gradual twentieth-century scholarly withdrawal from intellectual engagements with public life and public history. Given the pressing need for historical narra- tives in public life and in the cultural defense of collective identities, there will always be (nonexpert) groups who want to fill the public historical vacuum that exists when historians argue only among themselves. The historians’ long-term retreat to university cloisters has become increasingly problematic amid the recent populist upheavals around the world, but these unsettling events may now be forcing historians to become more aware of their connections to the public sphere. This awareness could grow in all national cultures as university-based historians struggle to maintain student enrollments and financial resources—and as activist groups constantly develop self-supporting historical narratives in the popular media that flourish outside academic cloisters.

Sumit Guha’s well-argued, well-researched account of collective memory in the longue durée of South Asian history thus helps historians understand the enduring connections between historical knowledge and the struggle for power in public cultures. Cloistered historical experts who find themselves increasingly besieged by twenty-first-century culture wars and polarizing political conflicts might turn to Guha’s narrative for transcultural perspectives on their current chal- lenges. They may also draw on his perceptive analysis of South Asian historical narratives to understand more clearly why they must engage with public cultures beyond their cloisters and defend the evidence-based historical knowledge that others will denounce, distort, or ignore.

Notes

  1. Guha refers to key themes in Peter Novick, That Noble Dream: The “Objectivity Question” and the American Historical Profession (Cambridge, UK: Cambridge University Press, 1988).
  2. Percy Bysshe Shelley, “Ozymandias,” in The Complete Poetry of Percy Bysshe Shelley, vol. 3, ed. Donald H. Reiman, Neil Fraistat, and Nora Crook (Baltimore: Johns Hopkins University Press, 2012), 326. This reference reflects my own response to Guha’s themes; he does not mention Shelley or this poem in his book.
  3. Dipesh Chakrabarty, Provincializing Europe: Postcolonial Thought and Historical Difference (Princeton: Princeton University Press, 2000). Guha draws on Chakrabarty for his useful distinctions between “cloistered” and “public” history as well as his broader interest in displacing Europe from its “central, normative role in world history” (Guha 5).
  4. For a summary of notable research methods in this field, see Samuel Moyn and Andrew Sartori, “Approaches to Global Intellectual History,” in Global Intellectual History, ed. Samuel Moyn and Andrew Sartori (New York: Columbia University Press, 2014), 3-30.
  5. The key work for Guha is Maurice Halbwachs, On Collective Memory, ed. and transl. Lewis Coser (Chicago: University of Chicago Press, 1992).
  6. Guha challenges the influential argument that appears, among other places, in Gayatri C. Spivak, “Can the Subaltern Speak?” in Marxism and the Interpretation of Culture, ed. Cary Nelson and Lawrence Grossberg (Urbana: University of Illinois Press, 1998), 271-314.

Lloyd Kramer – University of North Carolina, Chapel Hill.


GUHA, Sumit. History and collective memory in South Asia, 1200-2000. Seattle: University of Washington Press, 2019. Pp. xiii, 240. Resenha de: KRAMER, Lloyd.The enduring public struggle to constructo, control, and challenge historical memories. History and Theory, v.60, n.1 p.150-162, mar. 2021. Acessar publicação original [IF].

This life: secular faith and spiritual freedom | Martin Hägglund

Filosofia e Historia da Biologia 3 Giambattista Vico
Martin Hägglung | Foto: SSE |

“You realize the sun doesn’t go down It’s just an illusion caused by the world spinning ‘round” — The Flaming Lips, “Do You Realize??” [1]

 SCOTT The common wind 4 Giambattista Vico Why aren’t there life expectancy protests? I asked myself this question often while reading Martin Hägglund’s This Life: Secular Faith and Spiritual Freedom, which begins with an atheistic confrontation with our mortality and builds toward a philosophical argument on behalf of democratic socialism. In some countries, and conspicuously in the United States, where I live, there are powerful correla- tions between wealth inequality and inequality of life expectancy. In some cases, the disparity in life expectancy stretches beyond a decade, equaling thousands of days of life. Writing in the New York Times in April 2020, David Leonhardt and Yaryna Serkez observed, “Rich and poor Americans used to have fairly similar lifespans. Now, however, Americans in the bottom fourth of the income distribu- tion die about 13 years younger on average than those in the top fourth.” [2] Why don’t we see organized political movements that target the link between wealth and longevity and protest the fact that without a strong system of socialized medicine, a healthy bank balance and secure employment are the only means to ensure not longevity—long life is never certain—but treatment for the injuries and diseases that cut life short? Why don’t we protest the fact that the wealthy tend, as a group, to live longer than the rest of us?

One plausible answer is that life expectancy simply lags after food and shelter, not to mention other basic necessities, in most people’s hierarchies of needs. But even when we are fed and housed, length of life might be too abstract a matter to motivate protests. We need a specific threat to our collective health if we are going to rise up. Exemplary threats might include a government failure to clean up environmental contaminants, the closure of a much-needed hospital, or the state cutting aid programs. Longevity itself often seems too inchoate a thing, and perhaps too personal a matter, to rally people around. I suspect that the idea of life expectancy protests just sounds silly. Still, I ask my questions: if this mortal life is so important, why do we not get more collectively animated about the measure of our years and advocate so that each of us can live as long as is healthfully possible? And why isn’t inequality of life expectancy across class differences an issue to march over? To be clear, these are my questions, not Hägglund’s. His interest in mortality is not exactly about lifespan; it is instead about the way our mortality gives us (in his view) a powerful reason to commit ourselves to worldly projects while abandoning religion’s promise of salvation. According to the reli- gious imagination, he argues, mortal life derives its dignity from its relationship with immortal life. Hägglund wants us to instead see the end of life as the only horizon against which our lives can mean anything at all—not despite the vulner- ability, interdependence, and finitude of our lives but because of them. Through a series of engagements with literary, philosophical, and political readings (among them Søren Kierkegaard and Karl Ove Knausgaard, Karl Marx and Martin Luther King Jr.), Hägglund argues that the value of mortality lies in its power to make us choose the specific commitments that will define our temporal lives. In par- ticular, we should commit ourselves to overcoming capitalism, which forces us to sell our time piecemeal and keeps us from achieving the truer democracy we might have if we could make decisions about our own time. Where Hägglund’s insistence on commitment seems strongly influenced by Martin Heidegger, his arguments that mortality ought to lead us to democratic socialism are strongly influenced by Hegel and Marx. This Life is a passionately argued skein woven out of two strands of originally European thought: Existenzphilosophie and Marxism. Hägglund does not detain himself with the matter of those strands’ past conflicts but charges ahead to demonstrate how they might cooperate in the liberation of our personal and collective time.

In this review essay, I want to simultaneously express empathy for Hägglund’s account of mortality, sympathy for his argument on behalf of democratic social- ism, and deep doubts about his presentation of religion as an effort to transcend this world, which I think is historically underinformed, perhaps on purpose. But first I want to note something curious about his idea of “secular faith.” In asking us to treat our mortality itself as the source of revelatory experiences that compel us to reorganize our lives, Hägglund may ask for too much. Certainly, reminders of one’s mortality are a constant feature of life. I write this review essay during the COVID-19 pandemic, which has killed about half a million people worldwide as of late June 2020. The news recalls to us each day our mortal fragility and our literal ability to kill one another by transmitting a lethal virus. Because so many COVID-19 carriers are nonsymptomatic, we may not even know we’re doing it. But the news is still full of reports of people taking stupid risks by socializing in public without wearing masks. Even during less fraught times, it seems surprising that human mortality doesn’t motivate us more than it does. Many people have difficulty getting much Du mußt dein Leben ändern out of everyday reminders of aging, like grey hairs, wrinkles, and the chorus of “Mother’s Little Helper” by The Rolling Stones (“What a drag it is getting old”).[3] This is why I became so intrigued by the idea of life expectancy protests, an entirely counterfactual notion that would involve people organizing collectively in hopes of living a little (or a lot) longer, thus making our mortality into a feature of our politics. Hägglund hopes that entirely secular accounts of mortality, such as the one he offers, can motivate us to make radical change. As Knox Peden points out in a review of This Life, in Hägglund’s view, the question underlying any normative determina- tion we make is, “what should I do with my time?” [4] Hägglund describes himself gazing out at the landscape of his ancestral home in northern Sweden, seagulls flapping against the horizon. “The horizon” is one of Hägglund’s terms for our mortality, too, and the visible horizon is readily recruited as a figure for a limit to life, encompassed by the human gaze in a way that the totality of an individual’s experiences cannot be (200). But horizons are tricky. I borrowed this essay’s epigraph from the song “Do You Realize??” by the band The Flaming Lips; the song is about mortality and the ineluctable passing of life. But as the song sug- gests, human perspectives have their limits. The horizon isn’t really the edge of the world. The sun doesn’t actually go down—“It’s just an illusion caused by the world spinning ‘round.” The fact that life ends may occasionally fill us with a sense of urgency, but mortality can’t tell us what to do. The book opens with an image of the Hägglund family’s house on the Baltic sea: “The dramatic landscape—with its sweeping forests, ragged mountains, and tall cliff formations looming over the sea—is carved out by the descent of the ice from the last glacial period, twelve thousand years ago.” “The rocks under my feet are a reminder of the geological time in which we are but a speck,” Hägglund explains (3). Anyone who is familiar with Heidegger’s interest in landscape and place may feel a certain resonance. From there, Hägglund introduces his book’s core argument on behalf of “secular faith”: “To have secular faith,” he writes, “is to be devoted to a life that will end, to be dedicated to projects that can fail or break down” (5-6). Secular faith is juxtaposed against religious faith because, according to all religions, our finitude is a lack or imperfection that heaven or nirvana will eventually fix. The proper objects of secular faith are the kinds of things that would disappear without our effort: “the object of devotion does not exist independently of those who believe in its importance and who keep it alive through their fidelity” (7). To put this a bit differently, the essence of secular faith is personal commitment to norms and activities that we define and embrace consciously because they serve our needs and purposes. One obvious example is a marriage bond, which is supported by the secular faith of those wedded; another is the current wave of support for democratic socialism in the US, which is mani- fest in the rise of the Democratic Socialists of America after the 2016 presiden- tial election. To our freedom to choose what we embrace through secular faith, Hägglund gives the label “spiritual freedom,” as opposed to the merely natural freedom of animals like seagulls. All we have is secular faith, spiritual freedom, and the time of our lives itself.

“Secular faith” may seem plausible enough as a model for personal commit- ment and a principle on which to lead a life of worldly purpose, but there is a twist: much depends on how much freedom we retain to do anything besides committing ourselves. If Hägglund’s secular faith means that we have a kind of obligation, in the face of our mortality, to the particular style of valuation and commitment that his secular faith implies, then we aren’t fully free at all. And here the tone of Hägglund’s book is worth mentioning. If given only one word to describe it, I would choose “insistent.” He seems to enjoin the reader to embrace his mode of valuation, but I couldn’t help but experience the constant injunctions to involvement, attachment, and engagement as limiting rather than enhancing my spiritual freedom. Drawing energy and interest from worldly pleasures and human connections, as I do, does not make me think that they can be the sum of my freedom. I can, for example, find value in the very ascetic and world-tran- scending projects Hägglund seems to abhor. Or I can find value in things without naming them as substantial commitments worthy of a lofty term like “secular faith.” If I enjoy listening to pop music or baking bread, the way that I enjoy them matters; I like to do them without thinking to myself, “life is too short for this, I ought to be reading Kant.” Not all of our preferences and desires have much to do with the motif of authentic commitment implied by “secular faith,” and it isn’t obvious that activities are better for us when authenticity motivates and organizes them. “In the prison of his days / Teach the free man how to praise,” W. H. Auden wrote in “In Memory of W. B. Yeats,” but we prisoners do more than praise.[5] This is not our failure to commit but rather a sign of our greater emotional range. In a response to This Life, Robert Pippin noted that Hägglund seems to be asking for “a massive transformation of the emotional economy of the human soul.” [6] This is exactly right.

The book is in two parts. The first, which is titled “Secular Faith,” meditates on the implications of the idea of secular faith, in part through close studies of Augustine and Kierkegaard. The second, titled “Spiritual Freedom,” is more primarily concerned with our freedom in the world we share, and it contains an extended reading of Marx, focusing on the idea of human time as the source of all value, and the claim that this idea can set us free. The book concludes with a Hegelian reading of Martin Luther King Jr.’s activism as a form of “secular faith,” surprisingly (and for some, I imagine, offensively) against the grain of King’s self-presentation as a man of God whose activism—indeed, whose social- ism—was an extension of his ministry rather than in conflict with it. It is not so much religion itself that seems to trouble Hägglund as religion as the promise of otherworldly salvation, which he thinks distracts us from worldly engage- ment. In the midst of all this, he seems to argue that even religious faith must, in essence, be secular faith, essentially because we are temporal beings who are incapable of caring for anything (including redemption) that unfolds outside of time.[7] Hägglund’s readings of texts are nuanced and scholarly, and they include stirring meditations on the experience of time, a topic Hägglund has treated in previous works.[8] Especially notable is his examination of Knausgaard’s My Struggle, which he establishes as a response both to Augustine’s Confessions and to Marcel Proust’s In Search of Lost Time. Hägglund’s meditations on the way the fragility of our lives seems to demand care are often quite moving; reading him, I was sometimes reminded of Emmanuel Levinas, a student of Heidegger who constructed an ethics out of the vulnerability of other people.

In the second half of the book, Hägglund—through a prolonged reading of Marx—argues that capitalism is the form of life in which we fail to understand what really matters, which is our time itself. A crisis of value results from this, and the idea of freedom “demands that we overcome the social form of wage labor” (237). However, socialism alone does not resolve the problem because merely changing the way the fruits of our labor are distributed among us cannot resolve that crisis of value; it is democratic socialism that allows us to state our values and work together to understand what norms we should collectively share. That’s the utopian hope beneath This Life. Socialism, for Hägglund, is the eman- cipation of our time, which capitalism forces us to sell off and which religion, as the opiate of the masses, once encouraged us to simply give away. Indeed, Hägglund’s argument could be understood as a logical extension of Marx’s view that all criticism begins with the criticism of religion. Fredric Jameson called Marxism “the collective struggle to wrest a realm of Freedom from a realm of Necessity.”[9] Hägglund seems to hope that we can accomplish something similar, understanding mortality as the ultimate substrate of “Necessity.” Democratic socialism, Hägglund thinks, is the kindest and wisest answer to the brevity of life.

It is over the problem of secular versus religious faith that Hägglund often sacrifices nuance. Hägglund reduces all religious thought and experience to the devaluation of this world in preference of the next one. “To have religious faith,” he writes, “is to disown our secular faith in a fragile form of life” (52). As Peter E. Gordon has pointed out in his own review of This Life, even traditions that seem fixated on overcoming death through the salvation of the soul, such as Christianity, have more complicated histories than this suggests.[10] Christianity incorporates not only God’s incarnation in a mortal body but also the Divine experiencing finitude through the suffering of Christ, Jesus. “Even the eternal,” Gordon writes, “cannot remain unscathed.” The resulting attunement to mortal suffering has inspired many Christians to aid the poor and even to conceive of Christianity as having a special option for the poor. The Vatican contains many treasures, but Latin American liberation theologians like Gustavo Guittiérez have led a movement that speaks of wealth inequality as a systematic sin and calls for the faithful to push against that sin—and all this without rejecting the notion of salvation. Other examples abound in other traditions Buddhism, Islam, and Judaism all have their engaged, worldly activists. That Hägglund ignores this fea- ture of religion cannot be a sign that he is ignorant of it—liberation theology, for example, is quite well known—but perhaps it is simply inconvenient for his argu- ment. Or maybe Hägglund wants something that the history of religion seldom provides: a consistency between philosophical intention and worldly practice, a kind of total authenticity—something Heidegger also praised. For Hägglund, the deeds of religious charities are actions taken in bad faith, especially in light of do-gooders’ failure to abjure the world to come. Did I call Hägglund’s book “insistent”? Another word to describe it would be “devout.”

As Gordon also argues, Hägglund often appears to have elevated death to the status of an ens realissimum in the place of God. This, in turn, suggests that he still operates within the metaphysical structures (if not the content) established by Christianity, just as his tone and his key term “secular faith” suggest. This sheds light on the way the idea of “secular faith” seems to secularize an originally religious style of value-claim. I think this is a line of thought worth developing. Gordon seems to imply that Hägglund, for all his avowed atheism and material- ism, still has a tacit metaphysics, one in which there is still something transcen- dental (death, rather than God) that we grant dominion over our lives. This yields a rather flat picture of our moral universe and of our moral options. Since Hägglund writes as though his truth-claims simply outflank those of the religious, this sim- ply makes his truth-claims the inverse of the claims that religious orthodoxies use against unbelievers. This is secularism as dogmatism, so we are entitled to ask questions. I understand that, in Hägglund’s terms, it is because of death that our time seems to have value. But why should our eventual death be the measure of our actions in this life? Does this mean that those actions are not praiseworthy in and of themselves but are so only because they allow us to pursue our desired ends? I don’t think that Hägglund wants to open the door for a consequentialist morality, in which the value of our actions registers in their effects (he is too attached to the idea of the value of our will for this to be the case), but I found myself alert to the possibility. It’s odd when a tacit metaphysical argument opens the way to a form of consequentialism, but the history of philosophy has contained stranger things.

Hägglund seems to turn an is (our mortality) into something with the force of an ought. Or to reason through it more slowly, our mortality gives us a power- ful incentive to turn our various worldly desires, and especially what Hägglund suggests is our spiritual freedom to pursue them, into oughts. All normative determination, he tells us, should stem from our mortality, from our sense that life is too short. But again, mortality doesn’t tell us what’s right any more than it tells that to the seagulls. Perhaps more importantly, it isn’t clear that we’re at our best when dealing with the vertiginous prospect of our mortality; some clas- sic midlife recommitments are the equivalent of a flashy motorcycle or a poorly chosen affair. And sometimes invocations of mortality are a rhetorical cudgel. Life may be too short for bad coffee, but “life is too short for bad coffee” is still an advertising slogan.

What would life look like under Hägglund’s version of democratic social- ism? Although This Life doesn’t spell this out, it is clear that we would reorga- nize our means of production, and social reproduction, in ways that yield more freedom. It’s thus appropriate that late in the book Hägglund engages in a criti- cal reading of Theodor W. Adorno’s essay “Free Time.” [11] In this essay, Adorno observes that in the developed West, our free time has increased and seems likely to continue increasing; industrialization and technological change are the unnamed but implied lever of change. But Adorno finds free time on its own quite inadequate. He calls it “vacuous.” [12] For Adorno, real freedom isn’t just free time; it’s free time plus the material and social resources to pursue activi- ties that are ends in and of themselves rather than forms of consumer behavior. Real freedom isn’t defined by hobbies, however much I enjoy my bread baking or pop music listening (the former may, in fact, be what Adorno calls a “pseu- do-activity,” a parody of productive behavior).[13] Instead, it involves activities in which we have something personally at stake because in their fulfillment we recognize something of ourselves. At the end of his essay, Adorno claims to detect, in people’s pleasure at free-time entertainments, an element of disbelief or reservation. He hopes that this might be a sign of maturity (Mündigkeit) and the ability to eventually move from free time to freedom. As Pippin puts it, “What we need is not mere free time. In Hegelese that would be mere negative freedom within an insufficiently determinate institutional structure. Rather, we need socially significant and productive (and respected) work, loving rela- tionships and genuine mutuality.” [14] We need time, yes, but it takes more than time and free will to learn to recognize ourselves in our activities and through reciprocal relationships with our activity partners. Indeed, our finitude isn’t jus our mortality but our other personal limitations, and out of those limitations comes our need for other people. Taken to its fullest extension, an account of our interdependence might produce a picture of the human as simply not fully human outside of the polis, a current in philosophy that runs from Aristotle to Hegel and beyond.

Was I right, earlier in this essay, to say that there’s no such thing as a life expectancy protest? Yes and no. As I write this review, one particular political slogan is very much in circulation: “Black Lives Matter.” Although it’s true that people don’t organize politically in order to live longer or make equality of life expectancy their central issue, a concern for life and its fragility have stood behind the protests that have swept the US following the police killing of a Black man named George Floyd on 25 May 2020. The slogan “Black Lives Matter” is explicitly particularist rather than universalist (the universalist version is “All Lives Matter”) for good reason. Black Americans suffer disproportionately from violence, including at the hands of the police; because of the correlations between race and income distribution, they often have shorter life expectancies too. All this demands recognition. Solidarity in support of the struggles of Black Americans isn’t about the length of life, of course; Black Lives Matter isn’t a life expectancy protest. But it certainly involves protesting the unequal degree to which many Black Americans are exposed to violence, and violence is one way to make life itself an unevenly distributed good. This is one of the most remarkable waves of political protest this country has seen in support of Black lives, even as the COVID-19 pandemic rages. One must imagine Hägglund happy.

Notes

  1. The Flaming Lips, “Do You Realize??” by Wayne Coyne, Steven Drozd, Michael Ivins, and Dave Fridmann, track 9 on Yoshimi Battles the Pink Robots, Warner Brothers, 2002.
  2. David Leonhardt and Yaryna Serkez, “America Will Struggle After Coronavirus,” New York Times, 10 April 2020.
  3. The Rolling Stones, “Mother’s Little Helper,” by Mick Jagger and Keith Richards, track 1 on Aftermath, Decca, 1966.
  4. Knox Peden, “Philosophy in Troublous Times,” Sydney Review of Books, 26 May 2020.
  5. W. H. Auden, “In Memory of W. B. Yeats,” in The Norton Anthology of English Literature, ed. M. H. Abrams, 6th ed. (New York: W. W. Norton and Company, 1993), 2:2269.
  6. Robert Pippin and Martin Hägglund, “Limited Time: Robert Pippin and Martin Hägglund on This Life,” The Point, 22 May 2019.
  7. See Peden, “Philosophy in Troublous Times,”
  8. See, for instance, Martin Hägglund, Dying for Time: Proust, Woolf, Nabokov (Cambridge, MA: Harvard University Press, 2012).
  9. Fredric Jameson, The Political Unconscious: Narrative as a Socially Symbolic Act (Ithaca, NY: Cornell University Press, 1981), 19.
  10. Peter E. Gordon, “Either This World or the Next,” The Nation, 23 September 2019.
  11. Theodor W. Adorno, “Free Time,” in The Culture Industry: Selected Essays on Mass Culture, ed. J. M. Bernstein (London: Routledge, 2001), 187-97.
  12. Ibid., 191.
  13. Ibid., 194.
  14. Pippin and Hägglund, “Limited Time.”

Benjamin Aldes Wurgaft – Cambridge, Massachusetts.


HÄGGLUND, Martin. This life: secular faith and spiritual freedom. New York: Pantheon, 2019. 464.p. Resenhado por: WURGAFT, Benjamin Aldes. Seagulls! On MartinHägglund’s This life: secular faith and spiritual freedom. History and Theory, v.60, n. 1, p.177-184, mar. 2021. Acessar publicação original [IF].

Boletim de História e Filosofia da Biologia. [?] v.15, n.1, 2021.

VOLUME 15, NÚMERO 1
MARÇO DE 2021

A intergeracionalidade nas graphic novels autobiográficas “Persépolis” e “bordados” de Marjane Satrapi | Caroline A. M. Nunes

A INTERGERACIONALIDADE NAS GRAPHIC NOVELS AUTOBIOGRÁFICAS “PERSÉPOLIS” E “BORDADOS” DE MARJANE SATRAPI. | Caroline Atencio Medeiros Nunes | PDF | 614-640 | Aedos. Porto Alegre, v.12, n.27, 2021.

Corpo, poder e resistência no mundo antigo e medieval/Mythos – Revista de História Antiga e Medieval/2021

El proyecto de la presente reflexión consiste en relevar el concepto de epimeleia heautou en el marco general del pensamiento foucaultiano en su retorno al mundo antiguo, a fin de establecer un arco de lectura con la problemática del alma y del cuerpo como campos de batalla donde se libra el combate entre la hybris, desmesura, y la sophrosyne, mesura como par antagónico. Leia Mais

Varia História. Belo Horizonte, v.37 no.73 Belo Horizonte jan./abr. 2021

 Editorial

 Artigos

 Resenhas

Ensaios de História. Franca, v.18, n.1-2, 2013-2017.

Artigos

Publicado: 2021-03-21

 

Heródoto. Guarulhos, v.5, n.1, 2020.

Tradição e inovação no Estudo da Antiguidade

Expediente/Expedient

Editorial / EDITORS NOTE

Entrevistas / Interviews

Artigos / Articles

Resenhas / Reviews

Publicado: 2021-02-19

Boletim Cearense de Educação e História da Matemática. Fortaleza, v.8, n.22, 2021.

Boletim Cearense de Educação e História da Matemática

EDITORIAL

ARTIGOS

INICIAÇÃO À PESQUISA

PUBLICADO: 2021-02-12

Outros Tempos. São Luís, v.18, n. 31, 2021.

Dossiê: História Social dos Sertões

Artigos

Dossiê

Estudo de caso

Entrevista

Resenhas

 

I Simpósio de História Antiga e Medieval da UNIPAMPA | Alétheia – Revista de Estudos sobre Antiguidade e Medievo | 2020

Referências

[I Simpósio de História Antiga e Medieval da UNIPAMPA]. Alétheia – Revista de Estudos sobre Antiguidade e Medievo. Jaguarão, v.1, n.1, 2020. Acessar dossiê [DR]

Michael Young, Social Science & The British Left, 1945-1970 / Lise Butler

BUTLER Lise 1 Giambattista Vico

Design sem nome 1 Giambattista VicoAll historical actors ultimately defy our neat labels. Practically speaking however, some are more defiant than others. One such figure is the dynamo ‘social entrepreneur’, Michael Young. (1) It has become a cliché to rattle off the dizzying array of institutions, projects and ideas with which Young was involved in his long and energetic career. But then, it is difficult to resist a list as eye-catching as: the Labour Party’s 1945 manifesto; the foundational sociology text Family and Kinship in East London (1957); the concept of ‘meritocracy’; the Consumer Association and Which? Magazine; and the Open University. While Young’s professional life is tricky to pin down, its diversity–and his archive at Churchill College, Cambridge–offers a promising avenue through which to approach post-war Britain. In this rich, textured, and revelatory book, the historian Lise Butler has seized this opportunity with both hands. Leia Mais

2666 – Roberto Bolaño / Rodrigo Perez / 04 fev 2021

BOLANO Roberto 1 Giambattista Vico

Hoje, trato do romance de formação “2666“, do escritor chileno Roberto Bolanõ, publicado pela Companhia das Letras, em 2010. Eu estudo fenômenos políticos, mas sou apaixonado pela prosa ficcional. E temos aqui um bom texto literário, que me faz lembrar a Poética de Aristóteles, um tratado filosófico dedicado à Arte. O que quero lembrar aqui é que a palavra “ficção” não é sinônimo de mentira.

Acessar publicação original

EaD em Foco. Rio de Janeiro, v.11, n.1, 2021.

Artigos Originais

Estudos de Caso

Revisões

Publicado: 2021-02-03

Passe Livre. As possibilidades da tarifa zero contra a distopia da uberização | Daniel Santini

Há algum tempo, ouvir o termo passe livre despertava, apesar do ceticismo inicial, certa inquietação, curiosidade e abertura para uma discussão com enorme potencial de abarcar questões fundamentais à vida nas cidades. Para as pessoas da nossa geração, que estiveram nas ruas em 2013 contra o aumento da tarifa de transporte, o passe livre surgia como ferramenta de democratização da sociedade. Na contramão dessa percepção otimista, após a aparente sedimentação das manifestações de 2013, tal debate passou a ser encarado com desconfiança, como questão encerrada e pauta esgotada. O que acontecia neste meio tempo para que algo potencialmente tão transformador fosse deixado de lado? Principalmente pelo campo progressista?

Não é sequer necessário recorrer aos liberais ou aos grupos conservadores que emergiram na esteira – ou no vácuo – dos protestos daquele ano para encontrarmos posições contrárias. Para estes o passe livre desde o início representava um modelo “estatista” e antiliberal de transportes. Antiliberal evidentemente que sim. A própria esquerda, que já se dividia sobre o tema antes de 2013, parece hoje relembrar o assunto como um episódio traumático, com enorme desconfiança, algo irreparável e um erro estratégico de grupos autonomistas que conduziram os protestos em torno do Movimento Passe Livre. Leia Mais

Aedos. Porto Alegre, v. 12, n. 27, 2021.

Migrações: identidades, culturas e trajetórias

  • Expediente | Bruno Grigoletti Laitano, Juliana Carolina da Silva |
  • Editorial | Lúcio Geller Jr. |

Dossiê Temático

Artigos

Traduções

Comunicações

Publicado em março de 2021

Setenta / Henrique Schneider

SCHEIDER Henrique Giambattista Vico
Henrique Schneider | Foto: Literatura RS |

SCHNEIDER H Setenta 1 1 Giambattista VicoPerverso e desumano foi aquele ano de 1970, e o que o antecedeu e os que o seguiram. É o que conta Henrique Schneider no seu livro Setenta. A ditadura militar tomou o poder em 31 de março de 1964, e, como se não lhe bastasse o clima de repressão que se instalara no país desde essa data, a partir de 13 de dezembro de 1968, intensificou seus métodos ditatoriais de detenção e tortura com a promulgação do Ato Institucional nº 5, o chamado AI 5, que marcou o início do período mais sombrio e obscuro da moderna política brasileira. A liberdade de imprensa e o direito de reunião e manifestação, dois itens incluídos na Declaração Universal dos Direitos Humanos (1948), que deveriam ser reconhecidos e estar assegurados pelo próprio Estado, foram abolidos da vida civil através da censura, da repressão e da tortura, que se fez prática policial diária em qualquer delegacia do país e nos centros preparados e equipados especialmente para esse fim. O Congresso Nacional foi fechado, funcionários foram demitidos e políticos, cassados, como já vinha ocorrendo desde 1964. O autoritarismo do regime militar impregnou o dia a dia dos brasileiros. Direito civil, justiça e liberdade passaram a ser palavras proibidas do vocabulário nacional. Todo cidadão brasileiro podia ser suspeito de subversão, de pretender “terminar com a família, com o respeito, a religião, com tudo o que é bom” (73), como diz o carcereiro, uma personagem de Setenta. E é a partir desse “ser suspeito” que se põe em movimento o texto de H. Schneider. Um brasileiro qualquer que anda pela rua pode ser considerado um “comunista de merda” (30/31), que é preciso deter e torturar. Quem é? O que faz na vida? Isso pouco importa. Que dê nomes. Que fale dos seus propósitos revolucionários.

Schneider utiliza como eixo narrativo do seu livro um fato real: a tentativa frustrada de sequestro do cônsul americano, Curtis Carly Cutter, em Porto Alegre, a 4 de abril de 1970. E a partir daí constrói seu texto ficcional, de cerca de cento e cinquenta páginas, distribuindo-o em vinte e dois curtos capítulos. Ao início de cada um deles, em destaque, o narrador esclarece o tempo em que transcorre a ação ꟷdia do mês, da semana, horaꟷ e, quando crê necessário, o espaço ꟷora na delegacia de polícia, ora na redação do jornal, etc.ꟷ, o que lhe permitirá maior liberdade na organização alternada das sequências narrativas. O dinamismo que o narrador impõe ao seu relato o exige. Ao mesmo tempo, essa preocupação por situar a ação no tempo e no espaço, em destaque, e a cuidada diagramação do livro concordariam com a estética própria do roteiro de um filme, no caso, policial, ou de um roman noir.

O encadeamento dos vinte e dois capítulos, não cronologicamente, senão alternativamente, como já foi dito, sujeita-se ao potencial criativo do escritor, ao seu propósito literário de criar a necessária tensão dramática que, com certeza, despertará o interesse do leitor e o estimulará a que siga e siga a leitura do livro. A este caberá compor, na sua imaginação, a ordem sequencial dos acontecimentos. Provavelmente esse seja o primeiro e grande acerto de Schneider: saber dosar e administrar a informação, a narração, os diálogos e as descrições com o intuito de compor um texto literário de qualidade. E o faz com distinção.

Uma sexta-feira à noite Raul, bancário de profissão, sai de casa para ir ao cinema. Sem pressa, tranquilo, vai sozinho. Abandonado pela namorada havia três meses, tentava esquecer a desventura amorosa, naquele dia que deveria ser especial, segundo ele. Depois, “tomaria umas cervejas e encheria a cara em qualquer boteco” (18). Sai de casa, repito, tranquilo, com sua melhor camisa, “vermelho berrante” (19), a preferida da ex-namorada, que contrasta com o terno e gravata do “cotidiano sisudo” (19) no banco. Infeliz coincidência. Um rapaz, também de camisa vermelha, correndo da perseguição policial passa a seu lado. Uns policiais se cruzam no caminho de Raul, detêm-no, metem-no num carro e, encapuzado, levam-no para uma prisão, em algum lugar da cidade.

O que sabe sobre o sequestro do cônsul? Qual foi sua participação? Nomes dos implicados? É o que interessa à polícia. E para arrancar-lhe qualquer informação, aí estão os golpes, a humilhação, a vexação, a tortura. Levá-lo ao sofrimento absoluto através da dor mais violenta, do suplício, do padecimento mais brutal. O detido não tem nada a dizer, não sabe por que o detiveram, por que o fazem passar por tudo isso. Repete e repete inúmeras vezes: “eu não sei nada” (60/61), mas à tendenciosa ou simplesmente inexistente investigação policial isso não importa. É preciso mostrar serviço, prender alguém, algum bode expiatório que justifique seus atos policiais.

A partir daí Raul entra em desespero. O que é isso? O que estão fazendo comigo? Por que eu? Ele, bom cidadão, trabalhador honrado, que achava que com a ditadura tudo ia bem. “Que havia prisões, torturas, desaparecimentos, mortes, ꟷ mas por que se preocupar com esse assunto, se nada daquilo lhe dizia respeito?” (64) “Até uns dias atrás, Raul nem sabia que existiam razões para alguém querer derrubar o governo” (148). Pouco ou quase nada sabia do que estava acontecendo no país. E, inexplicavelmente, se vê metido numa situação que lhe causa medo, verdadeiro pavor. E esse medo e esse pavor vão acompanhá-lo durante a semana em que está privado de liberdade, impregnando seu corpo, provavelmente, para o resto da sua vida. Tudo é absurdo, ele não pode entender, e nem sabia que existia algo parecido, pensa Raul.

O romance começa pela sua libertação, depois de uma semana de detenção, ao encontrar a polícia o rapaz que buscavam, ou será outro “bode expiatório”? Com o corpo machucado, “paralisado pelo medo e pela impotência” (8), Raul se vê solto numa rua escura, com um capuz preto que lhe tapa a cara, numa cidade que de início ele nem identifica como a sua Porto Alegre. Domingo, 21 de junho de 1970, dia da final da Copa do Mundo: Brasil x Itália. Seis capítulos estão dedicados ao dia da libertação. Fechando o texto com a vitória do Brasil, a conquista do tricampeonato.

Ao mesmo tempo, vão se alternando, em um capítulo e outro, dados sobre a vida cotidiana de Raul e a detenção. Gritos, insultos, pistolas, um safanão, um empurrão, em plena rua, à caída da tarde. À sua volta, ninguém percebe o que se passa, e se o faz olha para outro lado. Logo, assim que o metem na cela, minúscula, suja, imunda, sem ventilação, Raul começa a perceber que não se trata de um sequestro. “Quem o prendera não eram os ferozes subversivos, os guerrilheiros, os inimigos da pátria e da família a quem a mãe tanto temia. Eram os homens da polícia” (28). Raul vivia com a mãe viúva.

Paralelamente a isso, sua mãe visita a delegacia, a redação de um jornal, a igreja e conversa com a vizinha sobre o desaparecimento do filho. Através de monólogos chorosos, assustados, angustiantes, ela pede ajuda, chegando inclusive a duvidar da inocência do filho. “Então eu tenho o medo de que o meu filho possa estar envolvido com algum desses grupos de comunistas, esses guerrilheiros, como chama?” (143)

Interrogatório, reflexões de Raul, diálogos com o carcereiro, uma aula magistral com demonstrações de técnicas contundentes de tortura (golpes com uma soqueira, espancamento, “porrada pura e simples” (99), pau-de-arara, choque elétrico, afogamento, gotejamento…) a cargo de um afamado torturador carioca, que utiliza Raul como “colaborador”, para um grupo de jovens policiais, aprendizes de torturadores.

E com uma habilidade narrativa surpreendente, Schneider “irradia” o jogo da final da Copa do Mundo, que Raul, a contragosto, assiste na televisão ao lado de quem foi seu carcereiro. Na lanchonete à qual ele se dirige para comer alguma coisa (a fome era grande) e passar o tempo (por imposição dos policiais, só poderia voltar para casa às nove da noite), com música de fundo ꟷEu te amo, meu Brasil, de Dom e Ravelꟷ, chega também o carcereiro ꟷ“… a gente vai estar te cuidando. De olho em ti, sempre.” (12)ꟷ, que se senta ao seu lado e o provoca, o espezinha, chegando a duvidar do seu patriotismo como brasileiro. Impossível vibrar, impossível se emocionar com a vitória do Brasil. De qual Brasil? “Não vibrou nenhuma vez, pensou ele [o carcereiro], então é comunista mesmo” (139/140).

Alfredo Buzaid, Ministro da Justiça de 1969 a 1974, disse em certa ocasião: “Não há tortura no Brasil”. H. Schneider nos recorda essa afirmação numa epígrafe que, graficamente, em letras grandes, ocupa uma página inteira antes do início do seu texto. Deparar-me com esta citação e ao mesmo tempo recordar o horror que a ditadura espalhou por toda a sociedade brasileira naqueles anos setentas, levou-me ao conjunto de gravuras de Goya sobre o horror e as crueldades cometidas durante a Guerra da Espanha contra a dominação francesa (1808-1814), Desastres de la guerra. Lembro-me, especialmente, da gravura número 44, intitulada “Yo lo vi”. Parafraseando o pintor espanhol, e desmentindo o Ministro da Justiça da Ditadura Brasileira, após a leitura de Setenta, afirmo: Eu vi, eu estava lá.

Mirian Lopes Moura – Graduada em Filologia Românica pela Universidade de Lisboa. Professora de português e literatura brasileira. Tradutora (espanhol/português/espanhol), tendo traduzido para o espanhol obras de Moacir Scliar, Rubem Fonseca, Lygia Bojunga Nunes e Ana Maria Machado, entre outros. Revisora de textos em português para a Revista Ibero-Americana de Educação da Organização dos Estados Ibero-americanos (OEI). Coordenou o Curso de Português da Casa do Brasil em Madri, de 2000 a 2016. E-mail: mirianlmoura43@hotmail.com.


SCHNEIDER, Henrique. Setenta. Porto Alegre: Não Editora, 2019. 150p. Resenha de: MOURA, Mirian Lopes. Da ficção para recordar a ditadura Brasileira: Setenta, de H. Schneider. Passagens – Revista Internacional de História Política e Cultura Jurídica. Rio de Janeiro, v.13, n.1, p.168-173, jan. / abr., 2021. Acessar publicação original [IF].

Sur y Tiempo. Valparaíso, v.2, n.3, 2021, enero/junio, 2021.

Editorial

Artículos

Sur y Tiempo. Valparaíso, v.2, n.4, julio/diciembre, 2021

Editorial

Dosier Conflictividad Social y Violencia Política en América Latina.

Artículos

Reseñas

Publicado: 2021-01-31

Passagens – Revista Internacional de História Política e Cultura Jurídica. Niterói, v.13, n.1, jan./abr., 2021.

Editorial

Artigos

Resenha

Colaboradores deste Número

Publicado: 2021-01-31

Temporalidades. Belo Horizonte, v.12, n.3, 2020.

Edição 34 – Temporalidades, Belo Horizonte (set./dez. 2020)

Expediente

  • Pré-textuais
  • Carla Drielly dos Santos Teixeira; Anna Karolina Vilela Siqueira, Barbara De La Rosa Elia, Luiza Lima Dias, Felipe Augusto Souza, Samuel Antunes de Souza
  • PDF

Editorial

  • Editorial
  • Carla Drielly dos Santos Teixeira; Barbara De La Rosa Elia, Samuel Antunes de Souza
  • PDF

Apresentação

Artigos Livres

Dossiê Temático

Resenhas

Entrevistas

Publicado: 2021-01-31

Revueltas. Revista Chilena de Historia Social Popular. Santiago, n.3, 2021.

Artículos

Reflexiones

Reseñas

Publicado: 2021-01-31

Revista de Arqueologia Pública. Campinas, v.17, 2022.

Publicação Contínua

ARTIGOS

PUBLICADO: 2022-01-31

Revista de Arqueologia. Pelotas, v.34, n.1, 2021.

Editorial

  • Fernanda Codevilla Soares, Luis Cláudio Pereira Symanski, Rafael Guedes Milheira
  •  PDF

Artigo

Resenha

Publicado: 2021-01-31

Artificios – Revista Colombiana de Estudiantes de Historia. Bogotá, v.18, n.2, 2021.

Tema libre

Editorial

Artículos

Reseñas

Publicado: 2021-01-30

Artificios – Revista Colombiana de Estudiantes de Historia. Bogotá, v.18, n.1, 2021.

Dossier: Germán Colmenares 2021-01-30

Preentación

Publicado: 2021-01-30

Modos. Campinas, v.5, n.1, 2021.

EDITORIAL

ARTIGOS – COLABORAÇÕES

DOSSIÊ – ARTE ABSTRATA NO BRASIL: NOVAS PERSPECTIVAS

MONTAGEM: A CONDIÇÃO EXPOSITIVA

PUBLICADO: 2021-01-29

Utopias e distopias na contemporaneidade | PerCursos | 2020

Na abertura do filme “Arquitetura da destruição”, lançado em 1989, vê-se a sequência de imagens aéreas de uma pequena povoação, em meio à paisagem predominantemente natural. No desdobrar das imagens idílicas, o narrador anuncia uma característica fundamental do projeto nacional-socialista: a de ser um sonho de harmonia, pureza, força e beleza, em reação à ordem percebida como existente, na qual esses valores supostamente se degradavam e estariam às portas da aniquilação. Era preciso combater aqueles que ameaçavam esses valores e impediam a realização do sonho. Como se sabe, o que daí derivou concretizou-se como terrível pesadelo, vivido em vigília.

Visões acerca de um estado de coisas ideal, sonhado e desejado, que proporcionaria o bem viver, estão associadas às utopias. São traduzidas, às vezes, por projeções de um mundo de liberdade, igualdade, justiça, felicidade; outras vezes, associadas à prosperidade, segurança, ordem, harmonia. Já as distopias – etimologicamente, lugares ruins, hostis, doentios, imperfeitos, como destacou o historiador britânico Gregory Claeys (2017, p. 4) – configuram a negação da felicidade, ao inverter os termos valorizados nas utopias ou ao lê-los em outra clave. Assim, as projeções distópicas costumam ser caracterizadas por desigualdade, injustiça, ausência de liberdade; aquilo que, na perspectiva utópica, poderia ser considerado ordenado e harmonioso, nas distopias mostra dimensões controladoras, autoritárias, opressivas. Leia Mais

Percursos. Florianópolis, v.21, n.47, 2020.

Utopias e distopias na contemporaneidade

Editorial

Artigos Dossiê

Entrevista

Publicado: 2021-01-28

Tormenta. O governo Bolsonaro: crises, intrigas e segredos / Thaís Oyama

OYAMA Thais Giambattista Vico
Thaís Oyama / Foto: João Henrique Moreira /

OYAMA T Tormenta O governo Bolsonaro Giambattista VicoNo início de 2020 foi lançado o livro Tormenta: o governo Bolsonaro: crises, intrigas e segredos, no qual a jornalista Thaís Oyama analisa o primeiro ano do governo Bolsonaro. Dada a velocidade com que a política se movimenta no atual contexto e, principalmente, o impactante acontecimento da pandemia de Covid-19 que se alastrou pelo Brasil e no mundo ao longo de 2020 – e que continua a afetar drasticamente nosso cotidiano −, o livro de Oyama pode parecer, a princípio, um apanhado de notícias velhas, um acúmulo de fatos registrados que parecem perder seu sentido no tempo, ainda mais quando o protagonista da trama é um presidente que, sem competência suficiente para tratar dos assuntos de Estado, faz de sua boca uma metralhadora verborrágica, cuja munição são afirmações negacionistas em meio à maior crise da saúde desde o advento da Gripe Espanhola, no início do século passado.

Mas esse não é o caso do livro de Oyama. Após quase um ano de sua publicação, ele parece um importante registro das ações, dos bastidores e da personalidade do atual presidente, Jair Bolsonaro. Na verdade, o poder de um livro encontra-se mais nas suas possibilidades de leitura que nos eventos que ele relata. Sendo assim, proponho um ensaio a partir de Tormenta, pensando o texto como um ponto chave entre o passado que leva Bolsonaro ao poder e seu primeiro ano de governo, o nosso presente, marcado pela pandemia, e nossas possibilidades de futuro, que não parecem ser as melhores. Leia Mais

Revista TEL. Irati, v 11, n.1, 2020.

Expediente | Editorial Board | Cuerpo Editorial

Editorial | Editor’s Note | Presentación

Artigos | Articles | Artículos

Ensaios | Essays | Ensayos

Entrevista | Interview | Entrevista

Resenhas | Book Reviews | Reseñas

Publicado: 2021-01-27

Ponta de Lança. São Cristóvão, v.14, n.27, 2020.

Ponta de Lança: Revista Eletrônica de História, Memória & Cultura.

Artigos – Fluxo Contínuo

Resenhas

Revista História e Culturas. Fortaleza, v.8, n.16, 2020.

Burning the Books / Richard Ovenden, The lost library / Dan Rabinowitz

OVENDEN Richard Giambattista Vico
Richard Ovenden – Foto: Library of Congress /

OVENDEN R Burning books Giambattista VicoThe burning of books is a highly emotive subject. The Nazis’ bonfires of Jewish books and other ‘degenerate’ literature in 1933 horrify, and not only because they presaged the incinerators of the Holocaust. From the paradigmatic (and, we learn, probably apocryphal) conflagration of the ancient library of Alexandria, which consumed most of the corpus of Classical literature, to the torching of the Baghdad National Library following the invasion of Iraq in 2003, the destruction of books (and archives) seems to shock more than the loss of any other form of material culture. Why should this be? Although Richard Ovenden does not directly address the question in his excellent Burning the Books, the answer may lie both in the unparalleled capacity of books and archives to preserve the past—they constitute our collective memory—and in their limitless potential to generate new knowledge, Milton’s ‘potencie of life’. Perhaps, as Sappho’s enigmatic ‘you burn me’ fragment intimates, something of ourselves perishes in the destruction of books.

Burning the Books, which has justly garnered considerable critical and popular attention, eloquently and powerfully describes numerous attacks upon knowledge across four millennia, from the destruction of Ashurbanipal’s cuneiform library in 621 BCE to the ‘Windrush’ scandal of 2010 when Home Office officials were revealed to have destroyed records that would have proved migrants’ entitlement to British citizenship. While Burning the Books may not break new ground in the scholarship on libraries and book history—it largely draws upon existing literature—it is meticulously researched and referenced, compellingly argued, and likely to prove a landmark in the history of libraries and the preservation of knowledge.

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Revista Fontes Documentais. Aracaju, v. 3, n.3, 2020.

Publicado: 2021-01-22

Expediente

Editorial

Artigos

Sophia Austral. Punta Arenas, n.26, 2020.

Sophia Austral. Punta Arenas, n.do Semestre (julio-diciembre)

Editores Sophia Austral

Publicado: 2021-01-21

 

 

 

 

Revista de História. São Paulo, n.180, jan./dez. 2021.

Historia USP Giambattista Vico

DOSSIÊ: DIREITAS NOS ESTADOS UNIDOS E BRASIL DURANTE A GUERRA FRIA

ARTIGOS

RESENHAS

PUBLICADO: 2021-01-19

Madness in Cold War America | Alexaner Dunst

Alexander Dunst é professor assistente de Estudos Americanos na Universidade de Paderborn, na Alemanha, atuando no Departamento de Inglês da referida instituição. Intitula-se “historiador cultural da América do século XX” com foco de pesquisa sobre o período da Guerra Fria, utilizando como fontes os discursos e as narrativas culturais presentes na literatura e cinema. Em 2010, Alexander Dunst concluiu seu doutorado em Teoria Crítica na Universidade de Nottingham, com a tese intitulada Politics of madness: Crisis as Psychosis in the United States 1950 – 2010, publicada em 2017, por meio da editora Routledge, com o título Madness in Cold War America. Essa obra, composta por 6 capítulos e 173 páginas, está resenhada no presente texto com criticidade a partir da minha leitura. Leia Mais

Diásporas imaginadas: Atlântico Negro e histórias afro-brasileiras | Kim D. Butler e Petrônio Domingues

Os temas relacionados ao período pós-abolição abarcam um campo de pesquisa que tem se consolidado vigorosamente na historiografia brasileira nas últimas décadas. Em trabalho publicado recentemente, o historiador Petrônio Domingues – um dos principais especialistas – apresentou um importante balanço acerca das novas abordagens, problemas, perspectivas teóricas e metodológicas abrangendo esse ascendente ramo da historiografia. Domingues evidenciou que – nesse amplo e diversificado campo temático – uma das principais tendências é composta pelos estudos das experiências da comunidade negra dentro de uma configuração transnacional. (DOMINGUES, 2019, p.119).

Desse modo, na esteira dessas pesquisas em desenvolvimento, a obra Diásporas imaginadas: Atlântico Negro e histórias afro-brasileiras oferece um valioso panorama das novas perspectivas analíticas. Petrônio Domingues e Kim D. Butler começaram a idealizar essa obra em conjunto, por volta de 2012, quando o historiador brasileiro realizou estágios de pós-doutoramento na Universidade de Rutgers, em Nova Jersey (Estados Unidos). A partir dos contatos no Departamento de Estudos Africanos, Domingues e a prestigiada historiadora estadunidense iniciaram uma fecunda interlocução intelectual, ensejando uma colaboração acadêmica que resultaria nessa obra recentemente publicada. Leia Mais

Uma história das leishmanioses no novo mundo: fins do século XIX aos anos 1960 | Jaime Larry Benchimol e Denis Guedes Jogas Junior

O livro Uma história das leishmanioses no novo mundo: fins do século XIX aos anos 1960, de Jayme Larry Benchimol e Denis Guedes Jogas Júnior, publicado em 2020 pelas editoras Fino Traço, de Minas Gerais, e Fiocruz, do Rio de Janeiro, não é bem um livro, mas uma enciclopédia especializada. Desde a apresentação, Jayme Benchimol nos informa que haverá um próximo volume sobre a história de uma doença que tem características desafiadoras, seja por sua amplitude e singularidades geográficas, seja pela sua epidemiologia ou pela epistemologia dos fatores que interferiram nas explicações sobre sua classificação nosológica.

A dimensão épica do presente livro não é surpresa, dada a tradição de grandes empreitadas a que Jayme Benchimol se dedica, sempre na seara da história da saúde pública e da biomedicina no Brasil, especialmente a partir do Rio de Janeiro. Em publicações anteriores já vimos pesquisas de grande fôlego, tais como a divulgação da obra de Adolpho Lutz – este em parceria com Magali Romero Sá, em vários volumes, publicados entre 2004 e 2006 – ou a coordenação de publicação sobre a história da febre amarela, de 2001. Leia Mais

Melancolia de esquerda: marxismo, história e memória | Enzo Traverso

Na história oficial do marxismo, tornou-se comum a celebração dos triunfos conquistados das revoluções socialistas. Ressaltar a dimensão redentora dos seus êxitos, seja de personagens “heroicos” e ou de movimentos “gloriosos”, parecia assegurar a concretização de uma “etapa” previsível, objetiva e petrificada na locomotiva linear do “progresso”.

Uma contrapartida dessa odisseia de vitórias repousa justamente no outro lado da moeda: o prisma das derrotas e seus efeitos políticos e epistemológicos na história do socialismo e do marxismo. Eis aqui a proposta da coletânea de ensaios Melancolia de esquerda: marxismo, história e memória, de Enzo Traverso (2018), originalmente publicado em francês, em 2016, com edições em inglês, alemão, espanhol e, finalmente, uma cuidadosa edição em português, organizada pela editora ítalo-brasileira Âyiné. Embora seja seu primeiro livro traduzido no Brasil, o autor construiu uma sólida agenda de pesquisa nas últimas três décadas e é considerado um dos maiores especialistas em história política e intelectual contemporânea. Leia Mais

From Revolution to Power in Brazil: How Radical Leftists Embraced Capitalism and Struggled with Leadership. Notre Dame: University of Notre Dame Press, 2019. Resenha de: SOARES, Dayane. Percursos e reflexões da esquerda armada de outrora. Revista de História. São Paulo, n. 180, 2021. Aces | Kenneth P. Serbin

Intensificadas as investidas repressivas do Estado, centenas de brasileiros, cuja maioria ainda na flor da juventude, optou pelas armas na luta contra a ditadura vigente no país (1964-1985). Como não nos é estranho, essa aposta, iniciada com uma série de ações guerrilheiras espaçadas, se seguiria de um punhado de sucessos, mas de uma subsequente onda repressiva e do inevitável desmantelamento dos agrupamentos de esquerda armada poucos anos após o pontapé inicial. Entre as resultantes negativas desse processo, sabe-se que a maior parte de seus quadros vivenciaria a experiência de prisão e o horror das torturas, e uma parcela seria posteriormente listada entre os nomes dos milhares de mortos e “desaparecidos” políticos sob a responsabilidade do Estado brasileiro. Os sobreviventes, porém, reconstituiriam suas vidas tomando cursos distintos. Passadas cinco décadas do massacre lançado à oposição de esquerda2 e mais de trinta anos desde o final do regime, mesmo com uma extensa literatura desenvolvida sobre o campo temático3, é certo que algumas questões ainda pairam no ar, inclusive a que indaga sobre o futuro daquela geração de revolucionários. É nesse sentido que se insere From Revolution to Power in Brazil, o mais recente livro de autoria do historiador Kenneth P. Serbin. Leia Mais

Latin America and the Global Cold War. The New Cold War history

Latin America and the Global Cold War foi publicado na coleção The new cold war history, dirigida por Odd Arne Westad, autor também do curto posfácio do texto. O objetivo dessa coletânea é publicar livros que proponham novas interpretações do período da Guerra Fria a partir de pesquisas em arquivos da China ou dos países da antiga URSS, entre outros. De forma mais geral, a new cold war history, é uma tentativa, formulada no final dos anos 90 do século passado, de repensar o paradigma que estava na base da maioria das pesquisas sobre o período que começa no pós-guerra e que o considera como caraterizado exclusivamente pelas principais tensões em termos militares e econômicos entre o bloco ocidental e soviético. Entre as várias implicações dessa perspectiva tem o fato de considerar tudo que aconteceu fora desses dois blocos, na “periferia” da Guerra Fria, como sendo sem importância para a compreensão histórica do período. Com relação a esse ponto, a perspectiva da Global Cold War mostra como, ao contrário, os países do Terceiro Mundo, ou mais recentemente, do Sul Global, foram os palcos de alguns dos principais conflitos do pós guerra, e como, ao mesmo tempo, é impossível entender as transformações políticas, econômicas, sociais e culturais nesses países sem levar em conta as intervenções internacionais das duas superpotências. Isso não significa, no entanto, considerar esses países como meras peças no tabuleiro da Guerra Fria. As políticas e iniciativas desses países eram, ao invés disso, fruto da articulação entre interesses nacionais, estratégias políticas dos governos locais e o contexto de tensão internacional. Nessa linha de pesquisa, o trabalho de Westad e seu livro, de 2005, The Global Cold War foram sem dúvida seminais (WESTAD, 2005). Leia Mais

A Campanha Abolicionista na Revista Ilustrada (1876-1888): Ângelo Agostini e a educação do povo | Mônica Vasconcelo

A obra é resultado da dissertação de mestrado defendida em 2017 no Programa de Pós-graduação em Educação da Universidade Estadual de Maringá. No livro, Mônica Vasconcelo analisa as caricaturas de Ângelo Agostini (1843-1910) publicadas na Revista Illustrada (1876-1888), na província do Rio de Janeiro, com a temática da defesa do fim da escravidão. O objetivo dessa obra é compreender a totalidade social e histórica bem como as contradições presentes no discurso da escravidão. A ação política e educativa inerente ao próprio discurso e aos interesses da classe dominante sombreava a participação de Ângelo Agostini nos embates sobre a abolição do regime escravocrata.

Ângelo Agostini nasceu na província de Alessandria, na Itália, em 1843. Viveu sua infância e adolescência em Paris, onde aprendeu a arte do desenho litográfico. Em 1859, Agostini chega ao Brasil e, anos mais tarde, insere-se no debate político abolicionista. Fundou a Revista Illustrada em 1876 com o ideal de que o periódico servisse como uma publicação política, abolicionista e republicana, temas tratados de forma satírica e irônica. Leia Mais

Patricio Cariola Barroilhet: Jesuíta Innovador en Educación y Creador de Consensos | Josefina Rossetti, Francisco Álvarez e Cecilia Cardemil

El texto en comento es una obra que ha surgido por la unión de dos esfuerzos académicos: (i) La investigación sobre la vida y obra del sacerdote jesuita -Premio Nacional de Educación 1999-, iniciada hace algunos años por el Dr. Jaime Caiceo Escudero quien “ha escrito sobre todos los Premios Nacionales de Educación y recibió del propio padre Patricio, poco antes de su muerte, el encargo de escribir su biografía; ya en 2005 había plasmado una investigación científica sobre la vida y la obra del jesuita” (ROSSETTI ET AL., 2019, contratapa). (ii) Un grupo de académicos que trabajaron con el fundador del Centro de Investigación y Desarrollo de la Educación -CIDE- en la misma institución en diversas labores de investigación y publicación; ellos son Francisco Álvarez Martín, Cecilia Cardemil Oliva, Leonor Cariola Huerta, Josefina Rossetti Gallardo, Rosa Saavedra Díaz, quienes deseaban dejar por escrito el significado y la importancia en favor de la educación por el sacerdote de la Compañía de Jesús, “un innovador en la educación chilena” (IBIDEM). Ellos, a su vez, invitaron al académico de la Universidad Alberto Hurtado, Pablo Andrés Toro Blanco, a fin de que escribiera el “marco sociocultural y político de la época en que vivió el padre Patricio” (IBIDEM).

Esta obra consta tres capítulos. El primero, denominado “El Chile que le tocó vivir”, escrito por el Dr. Toro, quien describe y analiza con bastante propiedad histórico-cultural-educacional el período que abarca 73 años del acontecer chileno (1928-2001) en 22 páginas; una síntesis de sus reflexiones apuntan a que “Cariola acompañó con su trayecto vital el tránsito desde un Estado que buscó garantizar la educación como un derecho y como un insumo central para la transformación de la sociedad, de acuerdo a proyectos colectivos de profundas raíces históricas y utópicos propósitos (el desarrollo, el socialismo), hacia una revolución capitalista que frustró esos proyectos para depositar la soberanía de las decisiones educacionales en el mercado” (IBID, pp. 33-34). Leia Mais

Sujeitos e Artefatos: territórios de uma história transnacional da educação | Diana Gonçalves Vidal

Nos últimos anos, é crescente o interesse por abordagens transnacionais no campo historiográfico. Diante da frequência com que o termo tem aparecido em títulos de livros, artigos e palavras-chave, Struck, Ferris e Revel (2011) levantam a possibilidade de a história transnacional representar uma mudança metodológica significativa na historiografia, tal como aconteceu com a história social, a partir dos anos de 1950, e com a micro-história, nos anos de 1970 e 1980. Não surpreende, portanto, que venha recebendo atenção de pesquisadoras e pesquisadores do campo da História da Educação, que, pelo menos desde os anos oitenta, têm buscado o alinhamento e o diálogo com a historiografia.

Demonstrando o potencial das abordagens transnacionais para investigações que tomam como tema a educação e a escola, em suas múltiplas perspectivas e interfaces, foi recentemente publicado, em formato E-book, pela Fino Traço Editora, o livro Sujeitos e Artefatos: territórios de uma história transnacional da educação, organizado por Diana Vidal. A obra é parte da Coleção Estudos Brasileiros, do Instituto de Estudos Brasileiros, e resultado de um conjunto de pesquisas que, desenvolvidas no âmbito do projeto temático Saberes e práticas em fronteiras: por uma história transnacional da educação (1810-…), privilegiam os movimentos, a circulação, os intercâmbios de sujeitos e objetos elucidativos de experiências e processos educacionais, ao longo dos séculos XIX e XX [1]. Leia Mais

Cadernos de História da Educação. Uberlândia, v.20, 2021.

 

Tecnopolíticas de gênero | Cadernos Pagu | 2020

As relações entre tecnologias, gênero e ativismos contemporâneos constituem o tema central que guiou a organização do dossiê Tecnopolíticas de Gênero. Os artigos propõem desdobrar as associações entre técnicas, artefatos, tecnologias, informação, corpos e gênero. Inspiradas por uma noção aberta de técnica e de tecnologia, que incorpora e expande sua acepção restrita às tecnologias de informação e comunicação (TICs), propomos discussões que levam em conta as ações técnicas e agenciamentos de corpos, linguagens, coisas e artefatos em conexão com as diversas redes que os constituem, e as questões de gênero que emergem com esses processos.

Interessa-nos pensar e explicitar esses processos em sua dimensão tecnopolítica, seguindo a intuição de Donna Haraway (1991) ao propor o ciborgue como um mito-ficção política possível para um feminismo “de esquerda” no contexto da “informática da dominação”. Nesse sentido, importam as formas como máquinas e organismos se articulam na constituição das redes de poder, informação e comunicação. Leia Mais

Inky Fingers: The Making of Books in Early Modern Europe – Antony Grafton

GRAFTON Anthony 1 Giambattista Vico

Anthony Grafton / Foto: Princeton University /

GRAFTON A The making books Giambattista VicoIf it is hard to write a book review, then it is much harder to make a book. Anthony Grafton’s latest monograph, Inky Fingers, puts the difficulties of labour at the centre of this engaging study of book production in early modern Europe and North America (the latter included despite the expected limitations of the subtitle). He directs our attention to a cast of players more usually relegated to the wings of humanistic scholarship: printers, copyeditors, translators, compilers and other ‘native-born son[s] of the new city of books that printing created’ (p. 38).(1) In so doing, he reminds us that the life of scholarship ‘could cramp the hands and buckle the back’ (p. 4), to say nothing of the strain of texts and handwriting on the eyes. Building on the work of scholars including Anne Goldgar and William Sherman, and on Grafton’s own extensive contributions to the intellectual and textual history of humanistic scholarship, Inky Fingers provides a stimulating account of the back-and-forth of making books, and how this process shapes texts’ meanings and reception. Leia Mais

História, Sujeitos Marginalizados e Alteridades | História Revista | 2020

O dossiê História, Sujeitos Marginalizados e Alteridades que apresentamos na História Revista da Faculdade de História e do Programa de Pós‐Graduação em História da Universidade Federal de Goiás traz para a reflexão, no campo das ciências humanas e sociais, a partir da relação dialógica entre a exclusão e a indiferença, a problemática da alteridade e da marginalização na história e na historiografia. Partindo da crítica às epistemologias das narrativas hegemônicas que privilegiaram a manutenção do status quo e a interpretação factual e determinista do contexto sócio‐histórico, os autores apoiam‐se nas contribuições críticas que remontam às contribuições dos Annales, dos estudos culturais e da decolonialidade.

A teoria da enunciação de Bakhtin nos ensinou que é a partir do dialogismo e da alteridade que nos relacionamos com o outro, nos constituindo e transformando, constantemente, nessa interação. Portanto, somente através das relações dialógicas com outros sujeitos, discursos, saberes, que podemos nos constituir. Existimos a partir do diálogo com o outro, como afirma o autor: “Eu só pode se realizar no discurso, apoiando‐se em nós” (BAKHTIN, 1926, p.192). Partindo dessas reflexões, reunimos nesse dossiê produções narrativas das ciências humanas que rompem com as perspectivas hegemônicas acadêmicas que obliteram as vozes e/ou narrativas dos interlocutores, quase sempre marginalizados, e os reconhecem como coautores da pesquisa numa relação dialógica entre os sujeitos pesquisador/interlocutor, possibilitando assim a produção de vozes polifônicas em suas escritas. Os textos trazem para o centro as visibilidades dos sujeitos e seus saberes em relação a suas regiões, espaços, lugares e não‐lugares, e trânsitos imersos nas práticas socioculturais das diferenças. Refletindo sobre os processos de marginalização dos sujeitos, dos marcadores da diferença que operam exclusões, das resistências, da produção/diluição de identidades, aspectos necessários para compreensão da sociedade local‐global contemporânea. Leia Mais

História Revista. Goiânia, v.25, n.3, 2020.

História, sujeitos marginalizados e alteridades

  • Apresentação
  • Aguinaldo Rodrigues Gomes , Magdalena López , Murilo Borges Silva
  • PDF

Dossiê

Artigos

Publicado: 15-01-2021

Mundos do Trabalho. Florianópolis, v.13, 2021.

Editorial

Artigos

Resenhas

Dossiê

Avaliadores ad hoc, 2019-2021).

Equipe Editorial..

Equipe Editorial..

Publicado: 2021-01-13

Revista Brasileira de Filosofia e História. Pombal, v.10, n.1, 2021.

Artigos

Publicado: 2021-01-13

 

Le travail en Europe occidentale 1830-1939 / Marion Fontaine, François Jarrige e Nicolas Patin

FONTAINE Marion1 Giambattista Vico
Marion Fontaine /

FONTAINE M Le travail en Europe occidentale Giambattista VicoLa nouvelle question d’histoire contemporaine au CAPES et aux agrégations porte pour 2021 sur « Le travail en Europe occidentale des années 1830 aux années 1930. Mains-d’œuvre artisanales et industrielles, pratiques et questions sociales ». Les éditions Atlande, indispensables compagnons des candidats depuis plus de vingt ans, consacrent deux volumes au sujet, l’un faisant office de manuel et l’autre proposant de multiples documents. Sous la direction de Marion Fontaine, François Jarrige et Nicolas Patin, ce ne sont pas moins de vingt plumes différentes qui participent au premier ouvrage. Après une présentation sémantique, l’introduction revient rapidement sur une « histoire du travail [qui] est fondamentalement une histoire située » et explique les contours thématiques et chronologiques du sujet.

Son architecture complexe de ce livre en fait aisément le recueil de trois ouvrages différents et complémentaires. Comme les directeurs l’expliquent en introduction, la première partie vise à mettre en place les principaux éléments « dessinant les trajectoires globales de l’évolution du travail des années 1830 aux années 1930 ». En une quarantaine de pages, François Jarrige dresse d’abord un tableau des « mondes du travail et de l’industrie dans l’Europe des années 1830 ». Alors que l’industrialisation se fait à des rythmes décalés, précoce en Grande-Bretagne, plus tardif en Europe du Sud, les contours du monde ouvrier restent flous en 1830 et les statistiques incertaines tant « domine le foisonnement des formes intermédiaires entre l’atelier artisanal et l’entreprise industrielle » (p.37). Le travail à domicile et les « nombreuses nébuleuses proto-industrielles » (p.43) jouent un rôle majeur dans le tissu productif des années 1830, y compris en Angleterre, et, si de nouveaux bâtiments industriels apparaissent, il s’agit surtout de lieux permettant « l’empilement de métiers regroupés sous un même toit, sans division profonde du travail ni mécanisation » (p.49). Le statut et la rémunération des ouvriers sont alors envisagés dans un monde du travail qui voit les corporations remises en cause sans disparaître partout immédiatement. Dans ce moment 1830, la question sociale tend de plus en plus à rencontrer « les enjeux politiques » (p.69), participant à « la prise de conscience des intérêts collectifs des travailleurs » (p.73).

Toujours sous la plume de François Jarrige, un deuxième chapitre s’intéresse à un long milieu du XIXe siècle, période d’accélération de l’industrialisation autant que de l’« irruption dans l’arène publique » (p.79) des travailleurs. Si on excepte l’Europe du Sud, 1848, que l’auteur qualifie de « révolution européenne du travail », s’apparente à l’épicentre de cette « politisation des mondes ouvriers » (p.83). La mécanisation et la concentration des activités de production s’affirment davantage à partir du milieu du siècle, à des rythmes variés selon les pays, l’Angleterre et la Belgique faisant figure d’« ateliers du monde » (p.89), quand l’Italie et l’Espagne sont à classer parmi les « pays « retardataires » et « archaïques » » (p.91). La période est caractérisée par l’ « émergence très lente de la grande industrie » (p.95), à l’origine d’un tissu ouvrier complexe, dont ne sauraient être exclus les femmes et les enfants, comme de paysages d’autant plus marqués par des pollutions atmosphériques majeures que l’utilisation du charbon y est souvent massive. Enfin, à la suite de Charles Tilly, l’auteur souligne que les années 1850 sont celles du « basculement d’un régime d’action ancien, essentiellement local et patronné, consistant en destructions et soulèvements populaires, vers un répertoire « moderne » de plus en plus national et autonome, composé de grèves, de réunions politiques et de meetings, encadré par des organisations et associations en cours d’institutionnalisation. » (p.101)

En s’intéressant aux années 1880 à 1914, Marion Fontaine dessine la perspective d’un « nouveau monde ouvrier » (p.109), que les mineurs et surtout les « métallos » symbolisent désormais davantage que les ouvrier.e.s du textile. La période voit « une véritable recomposition du système technique, autour de l’électricité et du moteur à explosion à base de pétrole » (p.112), qui étend considérablement l’industrialisation et modifie sensiblement l’organisation du travail. Désormais, et malgré le maintien de formes de production plus traditionnelles, le modèle de la grande usine se développe, surtout dans certains types d’industrie, et a, pour de nombreux ouvriers, « l’allure d’un carcan, voire d’un bagne » (p.118). Dès lors se met en place un nouveau prolétariat qui, derrière l’apparente homogénéisation que permettrait la concentration de l’usine moderne, n’est pas sans hiérarchie. C’est dans ce cadre que s’organise le mouvement ouvrier, dont le rôle croissant, dans un contexte de « relative dynamique de démocratisation » (p.135) poussent les gouvernements des différents États à prendre davantage en compte les conditions de vie des travailleurs.

La Première Guerre mondiale constitue « un tournant pour la main d’œuvre et les relations de travail » et « change le monde du travail en profondeur » (p.139). L’État tient une place essentielle dans les économies de guerre qui se mettent en place à partir de l’été 1914, autant dans le financement industriel que dans l’organisation de la production. Les États se montrent aussi, selon les cas et selon les périodes, tantôt « arbitres et négociateurs », tantôt « régulateurs » dans les relations de travail (p.147). Le conflit est aussi l’occasion d’un emploi massif des femmes dans l’industrie, mais « leur place demeure subordonnée » (p.149), comme l’est celle de la main d’œuvre coloniale utilisée par la France et le Royaume-Uni. Dans un contexte industriel de développement de « nouvelles formes d’organisation du travail », la recherche d’une production croissante s’appuie « sur la dérégulation et la contrainte » (p.160), ce qui n’est pas sans expliquer, en partie, le « retour des conflits » du travail en 1917.

Le dernier chapitre de cette première partie s’intéresse à l’entre-deux-guerres, « période frappée du sceau de l’ambiguïté, entre avancées sociales massives […] et répression du mouvement ouvrier » (p.165). Dans un climat révolutionnaire qui voit naître un État communiste, les années de sortie de guerre sont l’occasion de conquêtes sociales importantes, telle la journée de huit heures (sauf au Royaume-Uni). La « grande vague de rationalisation » (p.171) déferle alors sur le monde du travail, au risque de « l’aliénation des ouvriers face à la machine » (p.175). La crise de 1929 voit émerger un chômage de masse inédit, mais aussi de grands conflits sociaux. La question du monde du travail dans l’Italie fasciste et dans l’Allemagne nazie est évidemment posée.

Le sujet est ensuite envisagé sous des angles thématiques. Dans « les mécanismes de l’industrialisation européenne », François Jarrige revient sur l’expression « révolution industrielle » pour lui préférer « industrialisation », qui dit mieux « sa lenteur, son caractère inégal et progressif » (p.196). Marco Saraceno et François Vatin abordent « les savoirs du travail » et montrent le passage de la machinerie du début du XIXe siècle à la quête de « rationalisation psychologique, technique et économique ». Alain Chatriot pose rapidement la question du commandement et s’intéresse aux patrons et aux ingénieurs, avant que Thomas Le Roux n’envisage « les corps ouvriers », entre soumission d’une part, et reconnaissance des risques et des maladies professionnelles d’autre part. Michelle Zancarini-Fournel conclut sa stimulante partie consacrée au « genre au travail » par trois éclairages successifs, sur la proto-industrialisation, sur la Première Guerre mondiale et sur la question de la protection sociale et des organisations syndicales. « Les migrations de travail », présentées par Fabrice Bensimon, sont l’occasion de multiplier les échelles, de temps (des migrations saisonnières aux déracinements définitifs) comme d’espace (des bassins démographiques régionaux aux mouvements transnationaux, voire transcontinentaux). Marion Fontaine étudie les cultures ouvrières, tant celle des métiers et de l’usine, que celles qui voient le jour « hors-travail » et qui ne sont nullement « des entités isolées » (p.338). Dominique Pinsolle s’intéresse aux conflictualités ouvrières et propose une indispensable mise au point sur des militantismes multiples. Ceux-ci sont indissociables de la mobilisation politique du travail, abordée par Emmanuel Jousse, qui donne naissance aux partis ouvriers. Laure Machu précise le rôle de l’État comme protecteur et régulateur des rapports de travail, soumis finalement, avec la dépression des années 1930, à une forte déstabilisation. Enfin, du Champathieu des Misérables de Victor Hugo à Tonine Gaucher de La ville noire de George Sand, de La Forge d’Adolph von Menzel au Débardeur de Constantin Meunier, de La Belle équipe de Julien Duvivier au lambeth walk, Gilles Candar évoque la représentation du « travail et travailleurs en littérature et dans les arts ».

La troisième partie entend mettre à disposition des outils, qu’il s’agisse de cartes, d’une chronologie ou d’une série de monographies collectives. Les notices biographiques, pourtant fréquentes dans les manuels de cet éditeur, sont écartées, les auteurs invitant à juste titre à se référer au richissime Maitron. Ils leur préfèrent de courts portraits de groupes consacrés aux métiers, les couturières, les tisserands, les dockers ou les ouvriers du livre ou de la chaussure. Chaque métier s’inscrit dans des temporalités et des problématiques qui traversent l’ensemble du thème du travail. Les cinq pages consacrées aux mineurs permettent ainsi de comprendre comment les « gueules noires », deviennent des « icônes du prolétariat », alors que le travail au fond de la mine s’industrialise très lentement et que l’extraction du charbon « se fait longtemps par la seule force physique, le mineur arrachant avec son pic le charbon de la veine » (p.450).

Un recueil de documents, introduits et présentés par Florent Le Bot et Audrey Millet, constitue le deuxième volume de l’ensemble. L’ouvrage ne vise évidemment pas l’exhaustivité mais ambitionne « la variété de documents (de textes et d’iconographie […]), inscrits dans la pluralité des séquences chronologiques et des espaces considérés » (p.19). Si certains documents appartiennent à « la sphère des représentations » (p.20), d’autres, tels les témoignages et les enquêtes, permettent en revanche d’entrer davantage « dans le cœur de l’espace du travail, dans l’atelier, dans le domicile, dans l’usine même » (p.21).

Ce sont au total plus de cent-quatre-vingt documents ou ensembles de documents qui sont proposés, répartis en cinq parties : « paysages du travail », « travailler pour vivre, travailler à en mourir ? », « encadrer des main d’œuvre », « sociabilités, engagements et conflits » et « représentations du travail ». Chacune est divisée en chapitres qui répondent, pour certains, aux chapitres du premier volume. Ainsi, les six documents de « mobilités et immigrations » répondent au point sur « les migrations de travail » ou les dix-sept documents et ensembles documentaires sur « les corps ouvriers au risque du travail » permettent de nourrir la lecture du court chapitre sur le même sujet.
Chaque document ou ensemble documentaire est présenté de façon plus ou moins complète par un texte permettant de le replacer dans un contexte plus large et complété non seulement des indications précises de la source mais aussi d’une utile (et courte) orientation bibliographique permettant d’approfondir le sujet. Ainsi, en croisant le manuel et des documents, ce sont de véritables dossiers que peut se constituer la lectrice ou le lecteur.
Dans le premier volume, on regrettera néanmoins la pauvreté du cahier cartographique, dont plusieurs cartes reproduisent celles publiées dans le volume Industrialisation et sociétés. Europe occidentale 1880-1970, paru en 1998, faisant fi de l’apport des représentations territoriales dans le processus d’explication et de mémorisation d’un phénomène, comme d’une « histoire du travail [qui] s’est donc réinventée dans les dernières décennies » (p.28).
Malgré la grande variété du deuxième volume, il est dommage que les reproductions photographiques du document ne soient pas toujours d’une qualité permettant leur exploitation (par exemple, le complexe du Grand-Hornu, p.259, ou les grévistes des Aciéries de Sambre et Meuse, p. 534). On pourra également regretter que, lorsque le document et son introduction n’occupent que deux pages, ils ne soient pas systématiquement placés face à face, même si on comprendra les nécessités techniques qui poussent à les mettre dos à dos. Enfin, de très rares choix sont peu compréhensibles : la photographie de l’équipe de football du Havre Athletic Club (p.271) dit assez peu du travail ou de la place de ce sport dans les cultures ouvrières. D’autres documents auraient été à cet égard bien plus parlants et auraient éventuellement permis de sortir des exemples français, qui dominent légitimement dans ce recueil.

Ce ne sont évidemment là que des réserves minimes tant les deux ouvrages sont riches. Bien sûr très utiles aux candidat.e.s des concours d’enseignement devant travailler des questions pour lesquelles ces volumes sont spécialement conçus, ils le seront également aux professeur.e.s pour renouveler leurs connaissances et leurs approches d’un sujet malheureusement trop peu présent dans les programmes actuels du secondaire. De fait, ce « Travail » en deux volets en est un très beau !

François da Rocha Carneiro – Professeur d’histoire-géographie à Roubaix, Docteur en histoire contemporaine et chargé de cours à l’Université d’Artois, Vice-Président de l’APHG.


FONTAINE, Marion; JARRIGE, François; PATIN, Nicolas (dir.). Le travail en Europe occidentale 1830-1939. Paris: Atlande, 2020. LE BOT, Florent; MILLET, Audrey (dir.). Le travail en Europe occidentale 1830-1939 – documents. Paris: Atlande, 2020. Resenha de: CARNEIRO, François da Rocha. Association des Professeurs d’Histoire et de Géographie (APHG). 10 jan. 2021. Consultar publicação original

Utopian Universities / Jill Pellew e Miles Taylor

TAYLOR Miles Telegraph India Giambattista Vico
Milles Taylor. Foto: Telegraph India /

PELLEW e TAYLOR Utopian Universities A Global History of the New Campuses of the 1960s Giambattista VicoThe most remarkable feature of the mould-breaking expansion of higher education that took place across the world in the 1960s was the foundation of some 200 entirely new universities. In most countries, growth had previously been confined largely to existing institutions or to lesser colleges of various kinds which were required to undergo a long period of tutelage and development before they could be considered for university status. But, in the 1960s, campuses were started from scratch, nearly always funded by the state, usually promising new institutional structures and innovative curriculum design, often boasting eye-catching new buildings by star architects. Examples of this phenomenon can be found across the world, especially in the countries of the former British empire, but, both at the time and since, developments in the UK attracted most attention, providing the models for what was to follow elsewhere. In the space of four years, seven new universities were opened in England: Sussex (1961), East Anglia [UEA], York (both 1963), Lancaster (1964), Essex, Kent, and Warwick (all 1965). Belatedly, and without either the brio or the funding of ‘the magnificent seven’, they were joined by the University of Stirling (1967) and the New University of Ulster (1968); the latter remains the last entirely new publicly-funded university to be established in the UK. Utopian Universities brings together twenty contributions on aspects of the new universities of the 1960s; two thirds of them concentrate on developments in the UK, with the rest addressing selected examples elsewhere, both in the former British dominions and in Europe. Leia Mais

Le Connessioni Mondiali e l’Atlantico 1450-1850 | Marcello Carmagnani

As conexões mundiais e o Atlântico: título sugestivo para um livro que se propõe a tratar de tema tão amplo. Como fazê-lo, contudo, é questão proeminente. O percurso escolhido nos é explicitado na introdução:

Será necessária uma profunda revisão dos instrumentos analíticos, elaborando os dados históricos até então utilizados apenas descritivamente, para traçar os modelos, os esquemas e as constantes do processo histórico. Fernand Braudel dizia que a história é a representante de todas as ciências sociais no passado: a ampliação da visão de história atlântica aqui proposta depende também da capacidade de elaborar conceitos analíticos que considerem os processos históricos em âmbito econômico, sociológico, político e cultural, sem os quais a história não pode ser nada além de uma mera coleção de conhecimentos [3].

Portanto, como ambicionado, a abordagem das esferas de existência histórica do mundo atlântico depende de uma elaboração conceitual e de uma revisão dos instrumentos analíticos que dê conta das constantes de seu processo formativo. O que, dentro da produção italiana sobre o tema, é de grande significado. Como em países europeus e americanos, os estudos atlânticos ganharam relevo nos últimos anos dentro dos cursos de graduação e pós-graduação. A publicação deste livro, por exemplo, vem cinco anos depois do ótimo Il Mondo Atlantico: una storia senza confini (secoli XV-XIX), de Federica Morelli. Porém, em muitos casos, o Atlântico acaba sendo fortemente concebido como um prolongamento temporal da ordem geopolítica norte-atlântica pós-1945, sendo representado pelos países membros da OTAN (deixando pouco ou nenhum espaço para o Leste Europeu e a Península Ibérica), e excluindo em grande medida o Atlântico Sul, concebendo o ocidente a partir de um interesse que projeta uma interpretação de escopo reduzido.

Portanto, a tarefa assumida requer não apenas amplo conhecimento bibliográfico e documental, como também uma perspectiva metodológica que seja totalizante, por adição ou por relação. Neste campo historiográfico, Bernard Bailyn afirmara que fazer uma história atlântica implica a agregação do conhecimento de histórias locais e suas extensões ultramarinas, bem como as relações desse agregado, operando no campo da descrição de suas dinâmicas e elementos fundamentais e processuais [4]. Apresentando estes aspectos, o presente livro, além de vir em boa hora, é também fruto de uma carreira construída a partir de pesquisas de fôlego sobre a Europa e as Américas. Nos últimos anos, os estudos de Marcello Carmagnani vão da relação intrínseca entre o consumo de produtos extra-europeus e as transformações materiais e imateriais em suas sociedades [5] à formação e plena inserção da América Latina nas sendas do mundo ocidental [6]. E neste livro, como bem descrito, o enquadramento atlântico dos processos históricos e suas relações são delineados plenamente.

Dividindo a obra em cinco capítulos, Carmagnani inicia explorando seus pontos de partida. Pontos que não necessariamente levaram desde o princípio à sua formação, mas que foram determinantes para a estruturação de suas dinâmicas. Neste quesito, as técnicas de navegação e o delineamento das primeiras ocupações atlânticas merecem destaque. Encontramo-nos diante de um processo definido pela experiência e apresentado do seguinte modo: a adoção de técnicas originárias de contatos anteriores, em especial com a Ásia, são, junto com as técnicas locais, adaptadas para a uma realidade que posteriormente se transforma a partir da experiência prática adquirida. No que se refere à busca e ocupação de pontos intermédios no oceano Atlântico, verdadeiras pontes oceânicas, seus papéis são salientados pelas potencialidades como locais de troca e abastecimento/restauração de embarcações, e como primeira experiência de povoamento no além-mar. Com a instalação de estruturas produtivas baseadas no uso do trabalho escravo africano que engendrariam posteriormente o comércio e produção das colônias europeias na América, é ressaltado o desenvolvimento de uma rede mercantil europeia em torno do comércio açucareiro. Juntando estes dois fatores ressaltados, o desafio representado pelo Atlântico vê um número reduzido de agentes envolvidos e possui como seus mecanismos de propulsão a busca de ouro africano e o início do tráfico negreiro em direção às ilhas produtoras de açúcar, que acenavam à conexão entre comércio, técnica e experiência que simbolizam um círculo vicioso.

No segundo capítulo, os efeitos da conquista e o processo de territorialização de espaços americanos são centrais. A catástrofe demográfica americana, o consequente repovoamento e a transposição integral do tráfico negreiro ao mundo atlântico são ressaltadas por duas razões. A primeira diz respeito ao nascimento da articulação entre a costa, o interior e a fronteira aberta, ligando o comércio, as estruturas produtivas e político-jurídicas instaladas na América, tendo a prata e o açúcar como eixos indissociáveis. A segunda é a formação de sociedades específicas, que apesar das divergências locais, eram marcadas por conflitos e violências que visavam a dominação e subordinação da mão de obra. Deste modo, o repovoamento e a instalação produtiva nas Américas representa o nascimento de conflitualidades que levam os poderes coloniais a criarem mecanismos de limitação de contestações e perda de controle sobre o tecido social e produtivos cujas estruturas ainda reverberam.

O terceiro e quarto capítulos devem ser abordados em conjunto, pois enquanto dedica o primeiro à consolidação deste mundo, no outro descreve minuciosamente as plantações, a “originalidade atlântica”. Taxativamente, Carmagnani nos diz que o período entre 1650-1850 é o da afirmação atlântica como principal ator das conexões mundiais. O que era delineado anteriormente passa à concretude: não mais momentos fundamentais e de processos socioeconômicos formativos, mas de ação e projeção dos agentes históricos dentro e a partir deste mundo. Assim ocorre a mudança nos padrões de consumo dentro da Europa, com a oferta maciça de produtos extra-europeus, como café, tabaco, cacau e açúcar. Igualmente, a renda e acumulação de capital dos países europeus norte-atlânticos neste período atingiu índices de crescimento inimagináveis, levando-o, em referência à Eric Williams, a afirmar que o fluxo de capitais ingleses derivantes do comércio mundial, gerado no mundo atlântico e posteriormente na Ásia, permitiu em boa medida os investimentos à Revolução Industrial. Na África, o vínculo entre os mercadores locais e a ampla rede atlântica impulsiona a monetização das regiões costeiras. No Daomé, o equilíbrio entre sociedade, mercados locais e a administração monárquica nos ajuda a compreender por que o comércio atlântico em determinadas localidades africanas podia coexistir com as vicissitudes locais sem criar um mercado único, mas sim uma forte vinculação. No caso da Senegâmbia, o poder local foi ainda mais fortalecido por meio do comércio negreiro.

Tema que merece maior atenção, pois Carmagnani afirma que a expansão do trato transatlântico de escravos é conectada com as mudanças ocorridas não apenas na Europa, mas também na África, e com as estruturas produtivas americanas. Com isso, em um período de queda na oferta europeia de mão de obra, concomitante com a expansão produtiva nas Américas, o comércio de escravos, responsável por uma catástrofe demográfica na África, adquire amplas proporções e desencadeia um fenômeno de grandes dimensões. Diversas redes de comércio se aderiam aos portos de trato que leva ao incremento na demanda africana de tecidos, tabaco, e cachaça, ligando as economias ao ponto de, em determinados períodos do século XVIII, 40% dos produtos ingleses desembarcados na África serem usado para este comércio, enquanto no mundo português foi a sua quase totalidade, inclusive mudando profundamente seu circuito atlântico responsável por 41,8% do escravos desembarcados na América, quando o controle passa de mercadores não mais estabelecidos na Europa, mas sim no Rio de Janeiro e Bahia. Concomitante a essas redes de comércio, o incremento da produção de açúcar após a entrada em cena dos impérios do noroeste europeu aumenta a concorrência produtiva, levando áreas até então açucareiras a diversificarem suas produções.

Por fim, no que se refere ao trabalho e à produção, à parte as importantes considerações sobre as técnicas que favorecem o incremento produtivo, como o sistema de irrigação adotado em meados do século XVIII em Saint-Domingue e investimentos em vias de comunicação e meios de produção que permitiram o aumento da produtividade na Baía de Chesapeake, há um aspecto contraditório originado por uma questão semântica. Em uma passagem, o autor nos diz que escravos africanos, uma vez nas plantações, tinham um duro período de adaptação ao trabalho e de ambientação, aliado às parcas condições materiais, em sociedades que se formavam a partir de pressupostos raciais, dando vida a um sistema produtivo dividido entre um horizonte hierárquico e outro orientado ao lucro. Essa organização do trabalho apresentava tensões latentes, devido ao ritmo e ao controle produtivo. A formação de quilombos e comunidades maroons são exemplos de que esta adaptação não ocorria de fato. A busca de regulamentações e de controle por parte das sociedades coloniais nos leva a pontuar um fator que, em um leitor desatento, pode induzir a um erro de compreensão.

No último capítulo, dedicado às revoluções, a abordagem se baseia principalmente na recente produção historiográfica, dividindo-a em fases ascendente e descendente: a primeira compreende o período entre 1763 e 1815, e a segunda, até 1848. Analisemos as linhas gerais. Sobre a Revolução Americana, Carmagnani reitera que, diferentemente do que afirmam outros autores no cotejo dos eventos revolucionários nos Estados Unidos e na França, sugerindo certo disciplinamento e moderação na história norte-americana, ocorreram sim conflitos civis de monta e também se intensificou o massacre indígena. Ao mesmo tempo, parte significativa dos escravos participou diretamente no conflito, fato que influenciou aspirações de liberdade alhures, formando parte do processo que desembocou na grande rebelião escrava de 1791 na colônia francesa de Saint-Domingue (atual Haiti).

Na Revolução Francesa, se ressaltam suas idas e vindas bem como a leitura da situação política norte-americana. As relações com Saint-Domingue e o papel dos representantes caribenhos na abolição da escravidão em 1794 são cruciais pois sua inserção dentro da política revolucionária demonstra que, diferentemente da Jamaica, a contestação alcançou outra dimensão: não houve apenas uma influência advinda do processo francês, mas esta foi uma experiência que contribuiu ativamente na liberdade dos escravos e na superação, com a declaração de independência de 1804, do restabelecimento escravista decidido pelo governo imperial.

O êxito haitiano, contudo, é em parte responsável pelo caráter mais contido de diversas revoluções liberais posteriores. A moderação se deveu aos temores da classe proprietária e às revoltas eclodidas nas áreas escravistas atlânticas, sem abrir mão, contudo, dos ideais de cidadania e de governo representativo, como se vê na América ibérica, onde as classes dirigentes eram favoráveis à ampliação das reformas que ampliassem a participação política da elite colonial. Como exemplo, a independência brasileira deu luz à uma constituição liberal que centrou mais na organização do Estado que nos direitos dos cidadãos, reiterando o máximo possível a dinâmica da organização social advinda da ordem colonial. Portanto, Carmagnani é cético em afirmar que dessas revoluções nasce a democracia moderna: a representação não dependia da vontade direta da maioria dos cidadãos, e o peso dos interesses das elites foi preservado.

À guisa de conclusão, a obra faz um apanhado bibliográfico geral suficiente e amplo, apresentando os leitores a produção dos últimos 40 anos e instigando um campo de pesquisa promissor em âmbito italiano – os minúsculos erros de digitação na bibliografia não impedem a compreensão da citação, como A Costruçao do Orden. Em Connessioni Mondiali, Marcello Carmagnani, estudioso de projeção internacional, dá um passo importante em direção à “atlantização” da historiografia europeia em geral e italiana em particular.

Notas

1. Università degli studi di Torino. Turim – Itália.

2. Mestrando em Scienze Storiche na Università degli studi di Torino, Torino (TO), Italia. E-mail para contato: joao.covolansilva@edu.unito.it.

3. CARMAGNANI, Marcello. Le Connessioni Mondiali e l’Atlantico, 1450-1850. Torino: Einaudi, 2018, p.5.

4. BAILYN, Bernard. Atlantic History: concepts and contours. Cambridge: Harvard University Press, 2005, pp.60-61.

5. CARMAGNANI, Marcello. Le Isole del Lusso: prodotti esotici, nuovi consumi e cultura economica europea, 1650-1800. Torino: Utet, 2010.

6. CARMAGNANI, Marcello. L’Altro Occidente: l’America Latina dall’invasione europea al nuovo millennio. Torino: Einaudi, 2003.

Referências

BAILYN, Bernard. Atlantic History: concepts and contours. Cambridge: Harvard University Press, 2005.

CARMAGNANI, Marcello. L’Altro Occidente: l’America Latina dall’invasione europea al nuovo millennio. Torino: Einaudi, 2003.

_____. Le Isole del Lusso: prodotti esotici, nuovi consumi e cultura economica europea, 1650-1800. Torino: Utet, 2010.

_____. Le Connessioni Mondiali e l’Atlantico, 1450-1850. Torino: Einaudi, 2018.

MORELLI, Federica. Il Mondo Atlantico: una storia senza confini (secoli XV- -XIX). Roma: Carocci, 2013.

João Gabriel Covolan Silva1;2 – Università degli studi di Torino. Turim – Itália. Mestrando em Scienze Storiche na Università degli studi di Torino, Torino (TO), Italia. E-mail para contato: joao.covolansilva@edu.unito.it


CARMAGNANI, Marcello. Le Connessioni Mondiali e l’Atlantico, 1450-1850. Torino: Einaudi, 2018. Resenha de: SILVA, João Gabriel Covolan. A afirmação do Atlântico na historiografia italiana. Almanack, Guarulhos, n.26, 2020. Acessar publicação original [DR]

História de Roma | Mikhail Ivanovich Rostovtzeff

História de Roma – cujo título original é Rome – foi publicado pela primeira em 1927 e, desde então, passou por cinco revisões. A obra foi escrita pelo historiador russo Mikhail Ivanovich Rostovtzeff, o qual, em 1918 – à luz da Revolução de Outubro de 1917 -, fugiu da Rússia a fim de evitar ser perseguido pelos bolcheviques. Essa informação é de extrema valia para a possível compreensão do livro, uma vez que, indubitavelmente, o autor foi influenciado pela Revolução Russa, de modo a transportar os efeitos dela para sua análise sobre as causas da queda de Roma.

Contudo, antes de partir para as razões da queda, o escritor busca trabalhar os motivos da ascensão. Ele estabelece isso logo na página 11: “como foi possível em solo italiano […] criar um poder único […] enquanto Atenas e Esparta não conseguiram?”. Em outras palavras, por que Roma, uma cidade-Estado assim como outras, tornou-se uma potência tão formidável, e as poleis gregas não? Diante desse questionamento, ele utiliza o primeiro capítulo para fazer uma história comparativa entre Roma e Grécia. Disso, pode-se destacar o fato de Rostovtzeff expor o problema das fontes usadas para se estudar Roma. Isso porque boa parte das informações sobre o passado romano ou é escassa ou sofreu influências políticas. Portanto, a forma mais adequada de se alcançar o conhecimento a respeito da sociedade que floresceu no Lácio seria por meio da arqueologia, a qual o autor faz amplo uso. Leia Mais

A mulher na sociedade de classes: mito e realidade | Heleieth Saffioti

Na segunda metade do século passado, as mulheres passam a reivindicar seu lugar na História, no sentido de questionar as produções intelectuais que até então privilegiavam um homem universal e abstrato, que era sujeito e objeto de sua história. Esse homem representaria a noção de humanidade, o que muito foi questionado, visto que existem dentro das relações sociais diferenças entre os grupos de pessoas, ou seja, estratos sociais, camadas que identificam, separam e excluem as pessoas. Portanto, hoje é impensável falarmos em um homem que represente todas as diferenças de raça, classe e gênero.

Assim, nos anos sessenta do século XX, a mulher passou a ser percebida pela historiografia como um sujeito necessário na elaboração de sua própria história. Segundo Michelle Perrot (2007), uma das referências no campo de estudo da história das mulheres nos dias atuais, até a referida década as narrativas estavam centradas nos personagens participantes do espaço público e como a mulher tinha como seu ambiente “natural” apenas o lar, sua vida não importava para os historiadores tradicionais. Leia Mais

Tendências Historiográficas na Revista Brasileira de História: 1981-2000 | Ricardo Marques de Mello

Os anos 1980 e 1990 são usualmente considerados momento de inflexão da historiografia em nosso país, com a falência das metanarrativas iluminista e marxista e das teses de longa duração. Ao promover diálogo interdisciplinar com a antropologia e a teoria literária, os historiadores brasileiros teriam propiciado a ascensão da micro história e da história cultural. Muitos se valeriam de novas fontes para meditar sobre representações, e privilegiariam recortes temporais recentes e recortes espaciais em território nacional, regionais ou locais. A mudança de bases teóricas, com inspiração na Nova História e em autores como Michel Foucault, Edward Thompson, Walter Benjamin e Clifford Geertz, alavancaria o enfoque de temas, objetos e sujeitos históricos até então apagados. Todavia, a apropriação superficial desses pensadores, somada à presença tímida, no Brasil, da produção e do conhecimento de obras de teoria, teria favorecido uma prática empirista da escrita da história.

À vista disso, seria possível determinar a validade destes pressupostos nas fontes da história da historiografia do período referido? Se sim, como? Se não, por quê? Poderiam os historiadores empregar estas formulações para definir tendências historiográficas estaticamente? Leia Mais

Revista de História da UEG. Morrinhos, v.10, n.01, 2021.

Dossiê “Teoria da História e História da Historiografia”

Imagem de Capa:
Busto de Tiradentes. Autoria: Décio Villares, s.d. 
Fonte: Acervo Alerj. Fotografia: Adriano Lückmann, 2019.

Editorial

Dossiê “Teoria da História e História da Historiografia”

Conselho Editorial

Dossiê Temático

Notas de Pesquisa

Resenhas

Publicado: 2021-01-08

Revoluções no Atlântico: Brasil e Portugal na década de 20 do Oitocentos | Revista Ágora | 2020

No ano do bicentenário da Revolução de 1820, organizamos junto à Revista Ágora o dossiê “Revoluções no Atlântico: Brasil e Portugal na década de 20 do Oitocentos”. O decênio de 1820 foi marcado por diversos movimentos revolucionários em Portugal e no Brasil. A Revolução do Porto inaugurou a agenda de sublevações no mundo português, configurando-se acontecimento que influenciaria nos rumos políticos nos dois lados do Atlântico.

Inspirada em princípios liberais, o movimento iniciado na cidade de Porto, em poucas semanas alcançaria Lisboa e não tardaria a ser notícia também no Brasil. Verdadeira guerra literária fora travada na imprensa no Brasil e em Portugal. Periódicos e folhetos difundiam nova pauta política, ressignificando conceitos e divulgando novo vocabulário constitucional. Leia Mais

Ágora. Vitória, v.31, n.3, 2020.

Revoluções no Atlântico: Brasil e Portugal na década de 20 do Oitocentos

Ágora de debates

Artigos

Resenha

Pareceristas

Publicado: 07-01-2021

História, Natureza e Espaço. Rio de Janeiro, v.8, n.1, 2019.

Artigos Científicos

Entrevista

História Unisinos. São Leopoldo, v.25, n.1, jan./abr., 2021

Artigos

Notas de Pesquisa

Resenhas Críticas

Acervos e Fontes

Publicado: 2021-01-04

Estado, sociedade e educação profissional no Brasil: desafios e perspectivas para o século XXI | Eraldo L. Batista, Isaura M. Zanardinie e João C. da Silva

O livro tem por objetivo, segundo seus organizadores, apresentar “resultados de pesquisa focalizando questões teóricas e metodológicas e empíricas, trazendo ainda aspectos histórico-conceituais da Educação Básica, particularmente do ensino profissional” de nível médio (Batista, Zanardini e Silva, 2018, p. 13). Trata-se de coletânea de 13 capítulos, escritos por 19 pesquisadores.

Maria Ciavatta, no Prefácio, já nos indica que “o conjunto de textos, sobre vários aspectos do Estado, sociedade e educação no Brasil, é exemplar sobre a questão educacional da população nos cinco séculos de existência conhecida pelo mundo europeu, a terra brasilis, e na atualidade desta segunda década do século XXI” (p. 9). Leia Mais