Os Governos do Império: Vice-reis, governadores e capitães-mores no mundo português (séculos XVI-XIX) – Trajetórias | Revista Ágora | 2021

Referências desta apresentação

[Os Governos do Império: Vice-reis, governadores e capitães-mores no mundo português (séculos XVI-XIX) – Trajetórias]. Revista Ágora. Vitória, v. 32, n. 2, 2021. Acessar dossiê [DR]

Compondo resenhas para educadores

Joacquim3 Compondo resenhas para educadores
Jacquin se surpreende com comida japonesa feita no Pará: “Amei” | Imagem: Programa Minha Receita

Já vimos que as resenhas são construídas a partir de um padrão retórico estabelecido no cotidiano de cada domínio acadêmico. Qual seria, então, o padrão retórico da área da Educação?

Genericamente falando, não haveria um padrão para a área da Educação porque a própria expressão já sugere o encontro de diferentes domínios acadêmicos, tais como: Psicologia, Sociologia, História, Medicina e várias das Neurociências. Podemos, entretanto, adquirir alguma noção de como os profissionais com formação inicial e pós-graduada em Educação operam quando querem atribuir valor a uma obra.

Vejamos o exemplo o caso da Revista Brasileira de Educação. Em resenhas publicadas nesse periódico, as unidades de informação mais frequentes são coincidentes com outros modelos retóricos: nome do autor, título da obra, objeto do conhecimento, questões centrais, objetivo do autor, trajetória acadêmica do autor, contexto de produção, plano da obra, resumo de parte, resumo do todo, teses, virtudes, vícios e eventuais benificiários da leitura da obra resenhada.

Observe que essa sequência de unidades de informação já é um modelo triádico:

Tipo ideal de estrutrua retorica de resenha Compondo resenhas para educadores

É necessário advertir, contudo, que os modos de distribuir tais unidades variam de autor para autor. Em 100 resenhas publicadas, é possível identificar aproximadamente 80 modos de disposição dessas mesmas unidades de informação.

Em muitos casos, a criatividade e a intrusão do resenhista motivam a criação de uma nova forma de composição. Por ora, reiteramos apenas que uma boa forma de garantir essa qualidade é cumprir três movimentos, respondendo: o que disse o autor, o que ele quis dizer com aquelas ideias e qual o valor dessas ideias.

Para além dos modos de organizar essas unidades de informação, somos impelidos a observar as regras da língua portuguesa: a ordem das palavras na construção da frase (sujeito, verbo e complemento), o emprego de palavras e expressões que relacionam ideias (indicadores de coordenação e de subordinação), a necessidade de iniciar o parágrafo com uma declaração principal (o tópico frasal), de construir significados coesos e coerentes (indicadores de ordenação por tempo e espaço, indicadores de causa e consequência, diferença e semelhança, início e fim) (Garcia, 2011). Por isso, não tenham pudor em reabrir os livros do ensino médio.

Revisadas estas regras da norma culta e de posse das unidades de informação e de uma estrutura retórica ideal para gênero, vocês podem começar refletindo sobre os dois primeiros parágrafos. O que devem conter?

Os parágrafos 1 e 2 de uma resenha são fundamentais para o engajamento do leitor. Resenhista que não informa imediatamente do que trata a obra está fadado a não ser lido ou ser lido com má vontade e às pressas.

Por isso, fujam das intrusões que declarem obviedades e/ou que não contribuam diretamente para a compreensão do texto e do valor da obra resenhada. Evitem iniciar a resenha com citação direta à obra resenhada, com epígrafes do seu filósofo favorito, com generalizações do senso comum (“Em um mundo globalizado, todo cidadão deve...”) e, principalmente, as intrusões autobiográficas: “O que me levou a ler esta obra foi...”; “Evidentemente, não é possível comentar toda a obra nesta resenha...”; “Após a leitura desta obra, me senti completamente...”; “Quando entrei em sala de aula, pela primeira vez...”. Para efeito de exercício, neste curso, habituem-se a distribuir de quatro a oito unidades informações (referidas acima) entre o primeiro e o segundo parágrafo.

Observem essas três maneiras de combiná-las. Se quiserem, criem uma quarta combinação e escrevam os seus primeiros parágrafos.

Possibilidades de estrutura retorica dos paragrafos iniciais de uma resenha Compondo resenhas para educadores

Se o livro já está lido (evidentemente), vocês já têm uma noção da sua qualidade, ou seja, podem estimar a sua utilidade para a formação de determinado aluno, a empregabilidade para determinado profissional, o seu grau de inovação para determinado domínio acadêmico.

Mesmo que desconheçam em grande parte as teses do assunto lido, é muito provável que consigam julgar se o autor cumpriu os objetivos anunciados (se foi eficiente), se os cumpriu com os melhores meios, isto é, se facilitou a vida do leitor em termos retóricos, oferecendo exemplos, glossário, notas (se foi eficaz) e se procedeu com ética (indicando as fontes e a bibliografia e citando princípios e autores representativos no assunto ou domínio).

Se esse valor geral que povoa a mente de vocês já lhes possibilitam sugerir a apropriação das ideias do livro por um leitor potencial, por que não esboçar, agora, o final da resenha?

Sugerimos, então, que construam, provisoriamente, os dois parágrafos finais, lembrando-se de evitar as intrusões. Mas elas podem confundir mais que ajudar. O que deve ficar em suas mentes (segundo a meta inicial perseguida pelo resenhista), repetimos, são as informações sobre o que disse o autor, o que quis dizer com aquelas proposições e qual o valor das coisas que disse para certo leitor potencial.

Observem essas três maneiras de combinar as unidades de informação mais frequentes nas resenhas da RBE. Como já anunciamos, vocês também podem criar uma quarta ou quinta combinação com os mesmos elementos.

Possibilidades de estrutura retorica dos paragrafos iniciais de uma resenha Compondo resenhas para educadores

Com início e fim esboçados, seus fragmentos de resenha já podem ganhar a forma de uma narrativa. Leiam os quatro parágrafos sem interrupção e façam, autoavaliações: “Os parágrafos fazem sentido? Eles são coerentes e coesos?”

Se a resposta pessoal for sim, provavelmente, o seu texto inicial conterá o seguinte enunciado: “Fulano escreveu tal livro, que trata de tal assunto, de tal maneira e possui tais e tais vícios e virtudes, podendo ser lido, principalmente, por tal ou tal interessado neste objeto.”

Reconhecemos que escrever o fim, antes do chamado desenvolvimento, não é um procedimento usual. Se vocês não se adaptarem à proposta, poderão escolher entre outras orientações disponíveis na bibliografia sobre resenhas acadêmicas. Mais importante que cumprir a tarefa é fazê-lo, descobrindo a forma como melhor cumpre o objetivo do curso.

Em qualquer estratégia, contudo, o texto intermediário (entre os parágrafos iniciais e finais), como descrito na estrutura retórica acima, poderá progredir de maneira vária e ganhar extensão também variável. Na experiência que colhemos da RBE, as combinações mais frequentes estão dispostas no quadro 3.

Atentem para a idealidade das estruturas. Entendam que o número de quatro parágrafos não é regra. A extensão das resenhas é determinada pelos projetos editoriais de cada periódico. Para no nosso curso, aceitamos resenhas que possuam entre 800 e 1200 palavras (inclusos o título da resenha, informações sobre o resenhista e referências da obra resenhada). Isso significa que o número de parágrafos intermediários pode chegar a dez.

Possibilidades de estrutura retorica dos paragrafos intermediarios de uma resenha Compondo resenhas para educadores

Agora que vocês conhecem minimamente as unidades de informação e a estrutura retórica de resenha extraídas de um periódico educacional, sugiro que apliquem tais conhecimentos na elaboração da resenha do livro escolhido sobre Avaliação da Aprendizagem.

Com a replicação de três ou quatro exercícios deste tipo, a combinação aplicada ficará tediosa. Para evitar o enfado e o desprazer, experimentem novas estruturas retóricas. Em anexo, apresentamos três possibilidades de cruzamentos, mas elas podem chegar a nove, apenas com o emprego das unidades de informação apresentadas neste texto.

Bom trabalho!

Possibilidades de estrutura retorica de uma resenha Compondo resenhas para educadores

Referências

GARCIA, Othon M. Comunicação em prosa moderna: aprendendo a escrever. 27ed. Rio de Janeiro: FGV, 2020.


Para citar este texto:

FREITAS, Itamar. Compondo resenhas para educadores. Resenha Crítica. São Cristóvão, 23 ago. 2021. Disponível em <https://www.resenhacritica.com.br/todas-as-categorias/compondo-resenhas-para-educadores/>

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Medindo as palavras

Leandro Compondo resenhas para educadores
Leonardo | Imagem: Facebook

Vocês esboçaram a primeira versão resenha. Suponho que tenham sentido alguma dificuldade na escolha das palavras ou que tenham se arrependido de empregar algumas delas. Há termos repetidos em excesso? Há termos imprecisos, inadequados e até palavras que podem gerar algum constrangimento por parte do leitor?

Se vocês não encontraram problemas do gênero, ofereçam o seu texto ou “segmento de texto” para o colega do grupo. Considerem a sua apreciação. É provável que ele encontre uma mudança abrupta de assunto ou a ausência de uma progressão lógica de um parágrafo ao outro.

Essas imperfeições podem ser minoradas com a criação e o manuseio de um glossário de verbos, substantivos, adjetivos e expressões empregáveis para nos referirmos ao autor, à obra, às coisas que o autor faz ou diz e ao valor da obra resenhada.

Para anunciar o autor, vocês podem usar, quando conveniente e adequado, as seguintes expressões: “o autor”, “o organizador”, “o coordenador”, “o editor”, “o compendiador”, “o diretor”, “ele”, “o pesquisador”, “o acadêmico”, “o professor”, “o especialista”.

Evitem o excesso de intimidade como chamá-lo pelo prenome (“Itamar”), ao invés do nome autoral (“Freitas”). Evitem a monotonia causada pela referência o nome completo todo o tempo (“Segundo Itamar Freitas…”, “Itamar Freitas afirma…” etc. ). Evitem, ainda, o estranhamento ou o distanciamento em excesso ao chamá-lo, apenas pelo nome autoral, desde o primeiro parágrafo da resenha (“Freitas é autor de…”).

Quando mencionarem a obra pela primeira vez, usem o título completo. Na sequência, podem referi-la por meio de expressões do tipo: “o livro”, “o texto”, “o trabalho”, “o resultado da pesquisa”, “o título” e, quando adequado, “a coletânea”, “a coleção”, “o e-book”, “a brochura”, “a parte”, “a seção”, “o capítulo”, “o tópico” e “grupo de parágrafos”.

Quando se referirem à obra para anunciar o plano geral ou resumir partes, fiquem livres para empregar a voz ativa, a voz passiva ou explorar a impessoalidade: “O livro reúne nove textos…”; “Neste livro, foram reunidos nove textos…”; “Neste livro, o autor reuniu nove textos”; “Trata-se da reunião de nove textos…”.

Nas referências às coisas que o autor faz ou diz, as palavras, em geral, estão relacionadas aos principais atos do autor ao produzir um livro. Vocês podem iniciar a frase, empregando a metonímia, substituindo, por exemplo, o “Freitas afirma” por “A obra afirma…”.

Um procedimento que auxilia bastante a descrição sobre os ditos e feitos do autor na obra é a empatia. Imaginem-se autores em produção. Vocês provavelmente, iriam declarar objetivos, problematizar, delimitar o tempo e o espaço da pesquisa, inventariar, analisar e interpretar fontes e bibliografia, selecionar e operar categorias e métodos, elaborar hipóteses, contestar, apoiar, demonstrar ou confirmar teses anunciadas na bibliografia da área, sintetizar, deduzir em forma de proposições, princípios ou novas hipóteses e selecionar os melhores exemplos e argumentos retóricos para convencer e persuadir o leitor.

Esses procedimentos clássicos da pesquisa e escrita acadêmica já oferecem o glossário básico que vocês empregarão na resenha. Os verbos possíveis de emprego na resenha, reiteramos, já estão previamente delimitados pelo domínio acadêmico no qual se situa a obra a ser resenhada. O máximo que vocês podem fazer, em termos de criação, é variar nos sinônimos de cada ação intelectual, como exemplificamos no quadro 1.

Palavras para anunciar o que o autor faz Compondo resenhas para educadores

Se vocês têm dúvidas sobre a limitação desse glossário, tentem expor os objetivos, o plano ou as principais proposições da obra que acabaram de ler. Para declarar os objetivos da obra, servem, por exemplo, as orações 9 e 11: “O objetivo do autor é refutar a tese de que…” (9); “A meta da obra é demonstrar que…” (11)

Idêntica operação ocorre durante o anúncio do plano geral da obra, das suas proposições centrais ou do conteúdo de cada uma das suas partes: “A obra está dividida em…” (6); “No capítulo primeiro, o autor narra a…”; “No capítulo segundo, o autor analisa…”; “Nas conclusões, o autor reitera que…” (12)

Para anunciar o valor da obra, as palavras mais empregadas, obviamente, são os adjetivos. No entanto, neste exercício, preocupam-nos muito mais as regras de convivência que a objetividade da qualificação da natureza e dos usos que o autor faz dos seus problemas, hipóteses, teses, fontes, categorias, métodos e teses. Como afirmam D. Motta-Roth e e G. Rabuske Hendges (2020, p.116), “Deve-se tentar ser ‘polido’, evitando agredir o autor da obra resenhada”.

Para evitar esse constrangimento, as autoras sugerem duas saídas: o emprego de expressões parcimoniosas, o uso do verbo no futuro do preterido:

Parece-me que falta ao texto de Fontes um tratamento mais detalhado da estrutura sindical oficial…;

O enfrentamento dessas indagações permitiria…  (Motta-Roth; Hendges, 2020, p.116).

Na primeira situação exemplificada, o resenhista detectou uma lacuna grave, mas atenuou com um “parece-me” (o que ele efetivamente sabia que estava ausente na obra). Na segunda, o resenhista efetivamente reprova a conduta do autor, mas prefere dizer que ele “poderia” proceder da maneira que o seu crítico considera como correta.

Aos procedimentos sugeridos por Motta-Roth e Hendges, acrescentemos três outros caminhos que podem atenuar os efeitos do anúncio de pontos negativos da obra. Observe este exemplo:

Evidentemente, é louvável o propósito de melhorar a qualidade dos cursos de doutorado, e mais ainda, de que isso possa ser alcançado por diferentes países. Também o é a promoção do intercâmbio, seja de pesquisadores, de programas de doutorado, e o fortalecimento das relações entre vida social, política, econômica e cultural e a produção do conhecimento por parte das universidades. Todavia, o modelo esbarra em problemas […]. Isso não invalida a perspectiva de que pesquisadores no campo das ciências humanas trabalhem com grupos de doutorandos em torno de um ou mais projetos de pesquisa que permitam trabalho articulado de natureza interdisciplinar e/ou interinstitucional. Mas tal proposição não pode constituir uma camisa de força, como a concepção do modelo indica.” (Ferretti, 2011).

Nesta terceira situação, o resenhista apresenta um ponto positivo para demonstrar o equilíbrio da sua apreciação. O que realiza, efetivamente, porém, é uma crítica contundente às posições dos autores. Agindo assim, ele não pode ser acusado de parcialidade por causa das duas ponderações iniciais, mas não deixa de demonstrar sua visão (contrária à professada pela obra) e, ainda, de exibir erudição, apontando fragilidades na obra.

Os dois exemplos que se seguem apresentam uma quarta situação. Nela, os resenhistas moderam o tom da crítica com a apresentação de um ponto positivo imediatamente antes ou após o anúncio do ponto negativo. Eles sugerem que as “faltas e silêncios” e os comprometimentos à “uma conclusão mais objetiva” são vícios inerentes ao gênero “introdução” e vícios circunstanciais, decorrentes da ausência de fontes e não dos autores que escreveram um exemplar do gênero “introdução”.

O livro percorre praticamente dois séculos da história do Brasil focado nas transformações ocorridas no campo educacional […] sem contudo estabelecer correções diretas entre esses eventos e os demais processos em curso no Brasil […] Em suma, quem não souber um pouco de história do Brasil terá séries dificuldades para articular o narrado do texto com as diversas conjunturas experimentadas pela sociedade brasileira. E quem souber terá de deduzir os modos como se articulam […]. Trata-se basicamente de um livro de introdução, conciso, e como tal incorre em faltas e silêncios. Pode ser indicado como parte de uma bibliografia sobre a história da profissão docente, mas não necessariamente.” (Silva, 2011).

Por fim, se há uma crítica, ela deve-se à inexistência de dados sobre o destino profissional dos ex-alunos, o que não compromete uma conclusão mais objetiva sobre a redução das desigualdades sociais que poderiam ser atribuídas à passagem pelo ensino superior. (Perosa, 2016).

O último exemplo representa um quinto modo de suavizar crítica. Observe que o resenhista encerra o seu texto com uma série de questões para as quais o autor não oferece soluções. A crítica, contudo, é atenuada com uma adversativa, seguida de um elogio protocolar (já que quase toda obra “alimenta o debate”).

A respeito da pauta educacional, resta-nos ainda inquirir se esta possui de fato capacidade aglutinadora diante da diversificação dos inúmeros movimentos sociais. E seria ela sustentável temporal e politicamente? Processaria uma reconfiguração do papel do Estado e da gestão da educação nesse novo contexto? Além disso, no quadro geral, como podemos analisar a participação no interior da gestão educacional? A obra não responde a essas questões, mas alimenta o de até e convida a novas contribuições. (Assis, 2020).

Já tratamos das palavras adequadas e mais frequentes para anunciar a obra, o autor, as metas, plano e proposições da obra resenhada. Vamos encerrar este texto com as palavras empregadas na “crítica” à obra.

Para este procedimento, os termos são muito mais numerosos que os verbos indicadores da ação do autor. Em geral, são empregados para atribuir valor à natureza do objeto criticado e/ou das funções que esse objeto pode preencher no domínio acadêmico: eles declaram um juízo: a coisa “é” e/ou a coisa “serve para”. O “serve para” é a identificação dos fatos que a leitura da obra pode desencadear na vida do leitor que a consome, seja ele um iniciante, seja ele um profissional.

Há várias formas de manifestar um juízo. Vejamos três. Quando dizemos que “Fazer resenhas é uma tarefa simples” ou “Fazer resenhas não é um procedimento prazeroso”, estamos expressando juízos qualitativos. Estamos anunciando, em síntese, a existência (a chatice) ou a inexistência (o prazer) de alguma coisa (a tarefa de escrever resenhas).

Quando anunciamos que “todos os professores de resenhas são incompetentes” ou que “somente a mínima parte dos professores de resenhas oferecem modelos” para escrever resenhas, estamos expressando juízos quantitativos.

Quando, por fim, anunciamos que “essa disciplina vai nos auxiliar a escrever resenhas”, que “essa disciplina, provavelmente, vai nos auxiliar a fazer resenhas” ou que “essa disciplina, necessariamente, vai nos auxiliar a fazer resenhas”, estamos expressando juízos modais (Cf. Mora, sd).

Resumindo, em quaisquer das situações comunicativas onde somos convidados a manifestar nossa posição, mesmo quando pensamos não fazer crítica, como no oferecimento da obra à leitura e na indicação dos seus leitores potenciais, estamos anunciando juízos: “o livro é um guia em termos de…”; “o livro é referência para…”; “O livro contribui com…”; “O livro será útil para…”; “O livro é um grande aporte para…”; “O livro é provocativo…”;  “Professores podem se beneficiar com a leitura…”. Dizendo de outro modo, em qualquer declaração, empregamos afirmações e negações, acompanhadas de grandezas (extenso/curto, raso/profundo, largo/estreito, cheio/vazio, alto/baixo etc.) e de graus de certeza (possível, provável, necessário etc.).

Essas três categorias de juízo são muito empregadas pelos resenhistas da Revista Brasileira de História (RBE). São juízos deste tipo que solicitamos o emprego nas resenhas, mesmo que eles ganhem outra estrutura sintática na redação final, como neste exemplo onde a resenhista traduz a declaração mental “a análise é aprofundada” de modo mais alongado: “Rui Trindade […] brinda-nos com uma aprofundada análise dos principais desafios pedagógicos postos hoje às instituições de ensino superior” (Pachane, 2011).

Anuncios de critica Compondo resenhas para educadores

Os anúncios do quadro 1 são somente exemplos. Vocês podem criar à vontade. Podem, inclusive, combinar orações e estabelecer paralelismos entre coisas “boas” e coisas “ruins” que caracterizam o livro.

Acima, vimos que um procedimento para atenuar o anúncio de “pontos negativos” da obra é informar simultaneamente, um vício acompanhado de uma virtude. Aqui, podemos empregar idêntica estratégia para reforçar a positividade da obra. O conjunto curinga de palavras é: “não somente, mas também…”

Observe o seguinte exemplo:

Ao longo de todo o livro, a biografia dos intelectuais envolvidos na gestão da universidade é empregada não para reforçar o imaginário das figuras míticas de uma história, mas para restituir a lógica dos investimentos individuais na instituição. (Perosa, 2016).

Em apenas um trecho de parágrafo, percebemos a aplicação de dois procedimentos que devemos replicar. O resenhista informa ao leitor sobre parâmetros e razões da crítica e, consequentemente, amplia o efeito que o comentário positivo pode provocar na sua mente.

Para encerrar, sugerimos que retenham este princípio: toda vez que afirmarem ou negarem algo, deverão apresentar as bases desse julgamento. Ao dizer, por exemplo, que um livro é “excelente”, vocês terão que declarar as razões e os parâmetros que os levaram a anunciar esse juízo (excelente – superior aos do gênero), ou seja, deverão mencionar a regra e/ou o autor da regra que considerou a presença de atributo em uma obra como traço de excelência.

Agora que encerraram a leitura, sugiro que revisem a primeira versão da resenha, façam as devidas substituições e publiquem a resenha no formulário respectivo.

Bom trabalho.


Referências

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VICENTINI, Paula Perin; LUGLI, Rosário Genta. História da profissão docente no Brasil: representações em disputa. São Paulo: Cortez, 2009, 234p. Resenha de: SILVA, Maria de Lourdes da. Revista Brasileira de Educação. Rio de Janeiro, v.16, n.47, maio/ago. 2011.


Para citar este texto:

FREITAS, Itamar; OLIVEIRA, Maria Margarida Dias de. Medindo as palavras. Resenha Crítica. São Cristóvão, 23 ago. 2021.  Disponível em <https://www.resenhacritica.com.br/todas-as-categorias/medindo-as-palavras/>

Correio Para Mulheres | Clarice Lispector

O histórico meramente tradicionalista em vista das mulheres da elite brasileira entre as décadas de 1950 e 1960 era descrito por Clarice Lispector em colunas de aconselhamento feminino para os jornais Comício, Correio da Manhã e Diário da Noite. Desta maneira, a autora produziu colunas que eram direcionadas exclusivamente para as mulheres sob a perspectiva de três pseudônimos diferentes: Tereza Quadros, na coluna “Entre Mulheres”, pelo jornal Comício, em 1952; Helen Palmer, na coluna “Feira de Utilidades”, pelo jornal Correio da Manhã, em 1959; e Ilka Soares, na coluna “Nossa Conversa”, pelo jornal Diário da Noite, em 1960. No decorrer destas colunas, Lispector apresentava dicas, diálogos, inquietações e questionamentos antes muito proveitosos para as mulheres e que representavam perfeitamente as experiências femininas pertencentes à classe média alta da sociedade burguesa daquela época, nunca deixando para trás o seu estilo literário inconfundível e o senso de humor ácido clariciano. Leia Mais

Linguística Aplicada na modernidade recente | Luiz Paulo da Moita Lopes || Transdisciplinaridade na linguística aplicada: um processo de desterritorialização – um movimento do terceiro espaço | SCHEIFER, Camila Lawson Sheifer

Coisa Negoco Celular Compondo resenhas para educadores

CELANI Linguistica aplicada Compondo resenhas para educadoresAdemais de suas crenças de aquisição de línguas e daquilo que compreende como língua(gem), o professor deve, constantemente, (re) pensar seu fazer laboral de forma que a sua prática não se limite ao campo conteudal. É com este olhar que chegamos à era contemporânea/digital, em que tanto o ensino de línguas adicionais, como a formação docente precisam ser (res)significadas, tudo para que discentes construam seu conhecimento de forma integrada e contextualizada nas diversas áreas do seu entorno.

Neste cenário, a Linguística Aplicada (LA), por ser uma ciência que atua diretamente nos diversos campos em que a língua se situa, necessita dialogar em diferentes espaços, discutindo questões que envolvem práticas translíngues [2] e transdisciplinares, contribuindo, dentre estas esferas, para com o ensino de línguas. Pensando nisto, significativas contribuições estão sendo produzidas para que se compreenda a necessidade de mudança e a valorização das minorias linguísticas, dentre elas destacamos os estudos de Marilda Cavalcanti (2013) e Camila Lawson Scheifer (2013). Leia Mais

Telecolaboração, ensino de línguas e formação de professores: demandas do século XXI | Fábio M. de Souza, Lelly C. H. P. Carvalho e Rozana A. L. Messias

Teletandem Compondo resenhas para educadores
Colagem sobre Imagem “Teletandem – aprendizado colaborativo de línguas”.

SOUZA Colaborativo Compondo resenhas para educadoresO que é e o que caracteriza uma prática telecolaborativa de Teletandem? Quais suas contribuições para o ensino/aprendizagem de línguas? E para a formação de professores? O livro “Telecolaboração, ensino de línguas e formação de professores: demandas do século XXI” se debruça nestas questões, a partir de trabalhos de professores com experiência nas áreas de Linguística Aplicada e de Educação. O livro foi organizado por Kelly Cristiane Henschel Pobbe de Carvalho, doutora em Letras pela UNESP (2004), Rozana Aparecida Lopes Messias, doutora em Educação pela UNESP (2009), e Fábio Marques de Souza, doutor em Educação, pela USP (2014).

Todos os autores possuem outros artigos publicados, orientações de pesquisas de mestrado e doutorado sobre Teletandem, que fogem ao escopo desta resenha. Ademais, atuam em suas respectivas instituições de ensino superior (UNESP/Assis e UEPB) como colaboradores/coordenadores de práticas de Teletandem. A obra em questão está dividida em seis capítulos e é indicada principalmente para aqueles interessados em conhecer um pouco mais sobre práticas de telecolaboração, intercâmbio virtual e Teletandem. Leia Mais

Gêneros Textuais: Mediadores no ensino e aprendizagem de línguas | Ana Silvia Moço Aparicio e Silvio Ribeiro da Silva

Mapa de generos Compondo resenhas para educadores
Recorte sobre “Mapa de gêneros textuais” | Imagem: Bia Mapas

APARICIO Generos Compondo resenhas para educadoresO artigo Texto não é pretexto: gêneros, habilidades, competência e ensino de leitura, publicado no livro Gêneros Textuais: mediadores no ensino e aprendizagem de línguas, de Robson Santos de Carvalho (2018), desenvolve o tópico de ensino de leitura. Ao discutir o uso dos textos como um mero pretexto, o doutor em Linguística aponta que os textos, geralmente, são usados para se ensinar outro tema do português e, raramente, focam no ensino da leitura em si, prejudicando o desenvolvimento do pensamento crítico do aluno e o conhecimento de novos conceitos.

Sendo assim, o principal objetivo deste texto é resenhar o capítulo de Carvalho (2018), mencionado anteriormente. Desse modo, serão realizados, de forma sucinta, comentários críticos relacionados ao modo como a leitura é ensinada atualmente. O texto é destinado, principalmente, ao público acadêmico de Letras que possui interesse pela área de leitura, e professores de Educação Básica, nos níveis Fundamental e Médio, com o intuito de aprofundar seus conhecimentos no ensino da prática leitora. Leia Mais

Análise de Discurso Crítica e Comunicação: percursos teórico e pragmático de discurso, mídia e política | Laerte Magalhães

MAGALHAES Laerte Compondo resenhas para educadores
Laerte Magalhães | Imagem: MeioNorte.com

MAGALHAES Analise de discurso Compondo resenhas para educadoresO livro Análise de discurso crítica e comunicação: percursos teórico e pragmático de discurso, mídia e política, organizado por Laerte Magalhães, é fruto das experiências desenvolvidas e discutidas no I Encontro Nacional – Discurso, Identidade e Subjetividade (I ENDIS), realizado de 27 a 29 de abril de 2016 na Universidade Federal do Piauí. O evento foi promovido pelo Núcleo de Pesquisa em Estratégias de Comunicação (NEPEC) através do Programa de Pós-Graduação em Comunicação (PPGCOM) / UFPI com o intuito debater sobre os conceitos de Língua, linguagem, discurso.

A obra publicada em 2019 possui 246 páginas e traz textos produzidos por conferencistas que participaram do evento com diversas temáticas do âmbito da comunicação midiática e embasadas na Análise do Discurso Crítica (ADC). Cada texto corresponde a um capítulo, sendo assim, o livro é composto de 5 capítulos escritos pelos seguintes pesquisadores: Izabel Magalhães (UFC/UnB/CNPq), Viviane Vieira (UnB), Expedito Wellington Chaves Costa (IFCE), Michelly Santos de Carvalho (UESPI/FAR), Francisco Laerte Juvêncio Magalhães (UFPI), Viviane de Melo Resende (UnB/CNPq) e Rosimeire Barboza da Silva (UnC-PT). A coletânea objetiva estimular o debate acadêmico científico entre pesquisadores, alunos e profissionais da comunicação, letras e áreas afins. Leia Mais

Preconceito Linguístico | Marcos Bagno

O mineiro Marcos Bagno, nascido em Cataguases em 21 de agosto de 1961, é professor do Departamento de Línguas Estrangeiras e Tradução da Universidade de Brasília (UnB), doutor em Filologia e Língua Portuguesa pela Universidade de São Paulo (USP), tradutor de clássicos como Sartre, Balzac e Voltaire, dentre outros, e escritor com diversos prêmios e dezenas de livros publicados no campo da sociolinguística e do ensino de português. No campo Linguística, Bagno ganhou notoriedade com a novela sociolinguística A Língua de Eulália, publicada em 1997, apenas dois anos antes da primeira edição do Preconceito Linguístico (1999), que viria a ser um marco para a reformulação de noções de letramento e (re)educação linguística, sobre o qual centra-se este texto. Leia Mais

Multimodalidade, textos e tecnologias: provocações para a sala de aula | Ana Elisa Ribeiro

RIBEIRO Ana Elisa Compondo resenhas para educadores
Ana Elisa Ribeiro | Foto: Adamo Alighieri

RIBEIRO Multimodalidade Compondo resenhas para educadoresAna Elisa Ribeiro2 é professora titular do Departamento de Linguagem e Tecnologia do Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais (CEFETMG), onde atua no Programa de Pós-Graduação em Estudos de Linguagens, no Bacharelado em Letras (Tecnologias da Edição) e no ensino médio.

O livro é composto por 181 páginas distribuídas em 8 capítulos: 1) “Faces da Leitura no Século XXI: Questões de Multimodalidade e “Poder Semiótico”; 2) “A Importância do Design na Leitura”; 3) “Ler com os Dedos: Expectativas de Pessoas Analfabetas sobre a Leitura do Jornal Impresso”; 4) “Questões de Multimodalidade e Produção de Sentidos em Charges sobre o Programa Mais Médicos”; 5) “Leitura e Escrita em Ambientes Digitais (Principalmente WhatsApp)”; 6) “Textos Multimodais: Camadas, Dimensões e Níveis”; 7) “Textos Multimodais na Palma da Mão: Exercícios como Memes”; 8) “Novas Topografias – Apenas Ensaiadas – para o Texto, o Livro e a Leitura”. Leia Mais

Refugiados | Joaquim Branco

BRANCO Joaquim Compondo resenhas para educadores
Joaquim Branco | Foto: Divulgação

RIBEIRO Multimodalidade Compondo resenhas para educadoresHá no sistema capitalista um uso constante, ideológico, da palavra, que procura convencer o usuário a transformar em mercadoria e a consumir toda mercadoria como bem supremo. Ora, nesse contexto particular, que nós estamos vivendo, que é uma sociedade de consumo, em que tudo passa a ter valor venal, a palavra lírica soa como uma mensagem estranha porque ela se subtrai a esse império da ideologia, nos remete a certos traços humanos, universais, a certos sentimentos comuns, à humanidade, como a angústia em face da morte, a indicação em face da opressão enfim, a palavra lírica está em tensão com a ideologia dominante (BOSI, 2003, s/p.). Leia Mais

Changó, el Gran Putas | Manuel Zapata Olivella

OLIVELLA MAanuel Zapata Compondo resenhas para educadores
Manuel Zapata Olivella | Foto: Nereo López

OLIVELA Chango Compondo resenhas para educadoresA literatura afro-latino-americana conta com um de seus grandes expoentes provindo da Colômbia, a saber: Manuel Zapata Olivella. Primeiro autor colombiano a resgatar, exaltar e rememorar a identidade do negro a partir de sua procedência e de sua origem. Além disso, podemos observar a resistência e o firmamento dos negros a partir dos Orixás e dos Ancestrais em seus ensaios e em suas narrativas. Sua obra, Changó, el Gran Putas, publicada em 1983 e republicada em 2010, a qual iremos discutir aqui, é considerada pela crítica como a saga da negritude nas terras colombianas, apresentando como tema central a diáspora africana nas Américas e a formação cultural afro-latino-americana. Leia Mais

Ruptura dos gêneros na literatura latino-americana | Haroldo de Campos

CAMPOS Haroldo de Compondo resenhas para educadores
Haroldo de Campos | Foto: German Lorca

CAMPOS Ruptura dos generos Compondo resenhas para educadoresEm Ruptura dos gêneros na literatura latino-americana, ensaio que integra o volume América latina em sua literatura, de 1979, Haroldo de Campos se vale de dois acontecimentos na história da literatura que culminaram no processo de destruição dos gêneros literários tanto aqui no Brasil como em outros países. O volume, resultado da iniciativa de um projeto da Unesco de estudar a cultura universal na especificidade de seus conjuntos culturais, definição conforme contracapa, conta, ainda, com contribuições de alguns dos principais nomes da crítica literária, como Antônio Candido, Antonio Houaiss, Lezama Lima, Emir Rodríguez Monegal, entre outros.

Sem mais delongas, na sequência de Haroldo de Campos, o primeiro acontecimento diz respeito a uma “crise da normatividade” que teria explodido no século XX, suscitada por vários estudiosos da problemática dos gêneros literários. Entre eles, Mukarovsky, um dos fundadores do Círculo Linguístico de Praga. Para Mukarovsky, a nossa tendência à delimitação literária dos gêneros se deve a uma forte influência do Classicismo. Leia Mais

Resenhando. Alfenas, v. 3, n.3, 2021.

Resenhando Compondo resenhas para educadores

TEORIA E CRÍTICA LITERÁRIA

LITERATURAS

LINGUÍSTICA

ENSINO DE LÍNGUAS E LITERATURA

ESTUDOS DE GÊNERO

Palavras Abhertas. Ponta Grossa, n.2, ago. 2021.

Esse é o número dois da revista Palavras Abehrtas.

Desafios e dilemas da profissão docente

Vice-versa

Rizoma de ações

Publicado: 2021-08-20

Mark Leone | Vestígios – Revista Latino-Americana de Arqueologia Histórica | 2021

Mark Leone 2 Compondo resenhas para educadores
Mark Leone | Foto: University of Maryland

Si bien Mark Leone siempre estuvo presente en lecturas y referencias teóricas a lo largo de nuestras carreras académicas, en 2019, y por una casualidad, pudimos tener contacto personal con él. Este acercamiento permitió conocer, además de un gran académico, una persona extremadamente simpática, bien humorada y humilde. Surgió así la idea de organizar un número especial de Vestígios. Revista Latino-Americana de Arqueologia Histórica con las traducciones, al español y/o portugués, de sus trabajos clásicos, para que pudiesen ser de más fácil acceso a toda la comunidad arqueológica latinoamericana. El propio Leone se ocupó de conseguir los permisos para estas traducciones y nos auxilió a lo largo del proceso.

Sin duda, muchos podrán preguntarse cuál es la relación entre Mark Leone y la arqueología latinoamericana. La respuesta está dada en la segunda parte del volumen, compuesta por diversos artículos de colegas que tratan de forma directa o indirecta los ecos que tienen las propuestas de Leone en sus propias investigaciones. De cualquier forma, no podemos dejar de mencionar el hecho de que Leone ha sido uno de los primeros arqueólogos históricos norteamericanos en traer a la agenda de la disciplina principios que podemos pensar como “disidentes” junto con visiones “críticas” del pasado. A partir de las mismas es que podemos pensar en una arqueología del capitalismo, donde lo global y lo local son abordados en equilibrio, al mismo tiempo en que se busca desenmascarar las ideologías. Sin duda, este tipo de posiciones que hoy pueden ser consideradas “comunes”, y las encontramos en la mayoría de los trabajos de la región, no surgieron por azar, y por lo tanto consideramos que debemos reconocer a uno de sus máximos impulsores. Leia Mais

Vestígios – Revista Latino-americana de Arqueologia Histórica. Belo Horizonte. v.15, n.2, 2021.

VESTIGIOS UFMG Compondo resenhas para educadores

Especial Mark Leone

Expediente

  • Equipe Editorial |  PDF

Prólogo

BIOGRAFIA

TRABALHOS CLÁSSICOS DE MARK LEONE (TRADUZIDOS)

ECOS DE MARK LEONE NA ARQUEOLOGIA HISTÓRICA LATINOAMERICANA

PUBLICADO: 2021-08-19

História.com – Revista Eletrônica Discente. Cachoeira, v. 7, n. 14, 2020.

 História.com

Editorial

Apresentação

Dossiê Temático: Arquivo Brasil Moçambique

Dossiê Temático: Experiências de pesquisa e produção de materiais didático

Publicado: 2021-08-18

História.Com. Cachoeira, v.7, n.13, 2020.

Revista Eletrônica Discente História.com

Artigo Livre

História na Sala de Aula

Resenha

Publicado: 2021-08-18

Estrutura retórica da resenha

Vida de adolescente Compondo resenhas para educadores
Provando minhas roupas de quando eu era criança | Imagem: Vida de uma adolescente

Resenhas bibliográficas são gêneros textuais que possuem a função genérica de apresentar e atribuir valor ao conteúdo de um ou de vários livros.

Essas funções variam com a situação comunicativa demandada pelo texto. Se vocês as empregam exclusivamente como exercício de produção textual, elas ganham uma estrutura. Se vocês querem divulgar posição sobre a obra em um periódico científico, elas podem ganhar outra estrutura e outras unidades de informação.

O nome do autor é uma unidade de informação, a utilidade da obra e as teses defendidas pelo autor são outras unidades de informação. Todas elas podem ser apresentadas de modo argumentativo, narrativo ou descritivo.

Organizadas em um texto, as unidades de informação compõem uma “estrutura retórica”. A mais conhecida estrutura retórica do gênero resenha é a tríade: introdução, desenvolvimento e conclusão. Em alguns manuais de metodologia científica, essas expressões designam funções de: apresentação da obra e autor, resumo e crítica da obra e destinação da obra a leitores potenciais.

Essas tríades, com respectivas unidades de informação, servem à iniciação do aprendizado, mas são limitadas quando queremos escrever para um público especializado. Examinando padrões retóricos mantidos por membros de diferentes domínios acadêmicos, constatamos que o número de estruturas pode chegar a uma centena (dentro de um mesmo domínio, até).

Isso ocorre porque a natureza das unidades de informação e a sua quantidade são reduzidas, mas os modos de combiná-las variam bastante. O nome do autor, por exemplo, pode ser anunciado junto ao título ou anteceder o título. Pode, inclusive, nem aparecer no primeiro e no segundo parágrafo. A crítica, da mesma forma, pode aparecer já no início da resenha ou ser anunciada apenas no último parágrafo da resenha e assim por diante.

Os que escrevem resenhas de crítica literária obedecem e consolidam um padrão. Os que criticam obras da Medicina também obedecem e consolidam uma estrutura retórica. Esse padrão, contudo, somente ganha visibilidade após examinarmos centenas de resenhas de uma mesma área, produzidas ao longo de décadas.

É importante conhecer essas estruturas retóricas porque, em geral, nos comunicamos por meio de textos padronizados. Postar no Instagram, por exemplo, exige parágrafos curtos e número máximo de 10 slides por mensagem. Manifestar descontentamento com a ação genocida do atual Presidente da República no Twitter exige apenas uma frase e o uso de exclamações repetidas.

A coluna 1, do quadro 1, apresenta o padrão retórico de resenhas acadêmicas nas áreas de Teoria da Literatura e História. Observe a natureza das unidades de informação: "definição do tema/assunto", "explicitação da abordagem utilizada", "registro dos objetivos", "delimitação dos leitores potenciais", "identificação da autoria", "avaliação inicial da obra" etc.

Já a coluna 2, do quadro 1, informa sobre um padrão retórico de resenhas acadêmicas na área de História. Observe a introdução de outras unidades de informação: "contextualização da obra na trajetória do domínio acadêmico", "contextualização da obra no ato do lançamento", "contextualização da obra na trajetória do autor" etc.

Estrutura retorica da resenha Compondo resenhas para educadores

Observe, também, que os três movimentos da resenha de História estão renomeados como: “início”, “progressão” e “finalização”. Além disso, várias unidades de informação ("registro dos objetivos" e "explicitação da abordagem utilizada", por exemplo) estão presentes nas estruturas retóricas da resenha de História e de Teoria Literária, mas foram situadas em partes diferentes.

Até aqui, vimos que as resenhas são construídas dentro de determinados padrões retóricos que possuem especificidades em cada domínio acadêmico.

Vimos, ainda, que esses padrões retóricos são constituídos por unidades de informação comuns e unidades de informação variáveis, também dependentes de cada domínio acadêmico.

Agora é o momento de vocês consolidarem essa informação, a partir da investigação direta. Proponho, então, que leiam resenhas sobre o tema/problema/categoria que orienta o livro selecionado para a leitura e crítica, identificando, em cada uma delas, as variadas unidades de informação, a exemplo do que sugere A. R. Machado (2020).

Referências

CARVALHO, Gisele. Resenhas acadêmicas. um guia rápido para escritores de primeira viagem. Disponível em<https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/4548899/mod_resource/content/1/slidex.tips_resenhas-academicas-um-guia-rapido-para-escritores-de-primeira-viagem-gisele-de-carvalho.pdf> Capturado em 4 jul. 2020. [Com adaptações estilísticas].

FREITAS, Itamar; OLIVEIRA, Maria Margarida de. Resenhando como historiadores. Aracaju: Criação, 2021 (No Prelo).

MACHADO, Anna RAchel; LOUSADA, Eliane; ABREU-TARDELLI, Lilia Santos. Resenha. São Paulo: Parábola, 2020.


Para citar este texto:

FREITAS, Itamar; OLIVEIRA, Maria Margarida Dias de. Estrutura retórica da resenha. In: Resenhando como historiadores. Aracaju: Criação, 2021. [No Prelo].

 

Avaliação educacional e avaliação da aprendizagem

Carminha Compondo resenhas para educadores
"Ser mãe". | Imagem: Facebook

Neste texto, nossa primeira meta é estimular a sua lembrança e/ou ampliar o seu conhecimento sobre alguns significados básicos de avaliação, avaliação educacional, aprendizagem e avaliação da aprendizagem.

A avaliação educacional é uma das expressões da nossa habilidade de criticar. No dia a dia, no interior da escola ou nos corredores do campus, todos nós avaliamos pessoas e coisas, ainda que informalmente: a conservação das carteiras, as condições do transporte escolar, a comida do restaurante, a vigilância no estacionamento, a iluminação das salas de aula, o preço da cópia xérox, a velocidade do sinal de internet, a altura da grama dos jardins etc.

A avaliação educacional, contudo, é uma atitude metódica. Nós a empregamos para conhecer e tomar posições não dogmáticas, para atribuir valor ao conhecimento por meio de um exame sistemático dos seus fundamentos e dos procedimentos empregados para produzi-lo (Kant, 2000). Assim, a avaliação educacional é a ação e o resultado da ação de examinar algo com o fim de produzir um juízo.

A esses dois elementos – o exame e o juízo –, educadores contemporâneos associaram um terceiro – implícito na ideia de crítica: a tomada de decisões. Avaliação educacional, portanto, consiste em obter informação, formular juízos e tomar decisões. (Arredondo; Diago, 2009).

Sob o ponto de vista dos seus fins, a avaliação educacional pode ser classificada em procedimento para a seleção e certificação e procedimento a serviço da aprendizagem.

Embora bastante semelhantes nos formatos dos itens e de provas, o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), o Exame Nacional para a Certificação de Competências de Jovens e Adultos (Enseja) e a Prova Brasil não são avaliações da aprendizagem. São procedimentos de escala.

O primeiro exame avalia e seleciona indivíduos a partir de padrões de corte; o segundo, promove o aluno; e, o terceiro, avalia e diagnostica virtudes e vícios de sistemas de ensino.

A avaliação praticada em sala de aula – no contexto das disciplinas escolares e das disciplinas do ensino superior –, ao contrário, é um processo que viabiliza a aprendizagem do aluno e autoriza a integralização de um ano letivo, em forma de graus ou de créditos correspondentes à disciplina cursada.

Já sabemos que, entre os especialistas, a avaliação pode ser concebida sem grandes discrepâncias, como a ação e/ou resultado do exame sistemático, do julgamento e da tomada de decisões. Com a categoria “aprendizagem”, a situação é bem diferente. Não há consenso sobre a matéria. Especialistas referem-se dominantemente a aprendizagens gerais, experimentáveis pelos seres humanos em quaisquer culturas.

Para definir esse tipo (geral) de aprendizagem, os estudiosos costumam imaginar um ser humano, caracterizá-los por seus poderes, frente a outros animais, e empregar pares topológicos antitéticos, a exemplo de pensamento vs. vontade, interior da mente vs. exterior do corpo e sistema neural vs. ambiente.

Essas antinomias caracterizam seres humanos. E a imagem que os especialistas, sobretudo filósofos da educação, constroem desses seres fundamentam a classificação das faculdades de aprender entre dois dominantes polos: o aprender do comportamentalismo e o aprender do cognitivismo ou construtivismo.

Entre os comportamentalistas, “aprendizagem” pode ganhar o significado de mudança de comportamento – entendido o comportamento como um pensamento ou uma ação (Skinner, Tyler, 1975). Essa mudança ocorre com base em uma progressão, que pode ser do simples ao complexo  (Bloom, 1956; (Bloom; Hastings; Madaus, 1975) ou do unidimensional ao multidimensional. As coisas que são alvo dessa progressão são velhas conhecidas nossas: os conhecimentos, as habilidades, as atitudes e os valores.

Entre os cognitivistas, a aprendizagem é significada como a conexão estabelecida entre os conceitos e fatos comunicados pelas disciplinas de ensino e os conceitos e fatos já estabelecidas na estrutura cognitiva do aluno –conhecimentos prévios (Ausubel; Novak; Hanesian, 1968).

O aprender também é definido como a capacidade de mobilizar conhecimentos, habilidades e valores para resolver uma situação-problema na vida prática Perrenoud, 1999; 2001).

Nos últimos 20 anos, as concepções dos cognitivistas e, predominantemente, as atividades sugeridas pelos comportamentalistas foram aproximadas no interior dos estudos das neurociências educacionais que acrescentaram mais uma visão sobre a matéria.

Dentro desses saberes de fronteira, aprender foi traduzido aos níveis molecular e celular. Hoje pesquisadores examinam as interações de várias funções neuronais (dentro e fora do cérebro). Eles identificam os neurotransmissores ativados no processo de produção, retenção e recuperação de sentido em demandas específicas, como a aprendizagem do cálculo matemático, da língua estrangeira, da crítica e da inovação e da articulação passado-presente-futuro.

Com o avanço da pesquisa no âmbito das neurociências educacionais, portanto, não é aconselhável que empreguemos o termo “aprendizagem” unilateralmente como mudança “do comportamento de uma pessoa para responder a uma pergunta ou realizar uma tarefa”. Considerada a plasticidade e a dinâmica do cérebro humano, a aprendizagem pode ser definida como os processos formação e de posterior fortalecimento de conexões neurais, mediante repetição de determinadas tarefas (Masson, 2016, p.17).

Referências

ARREDONDO, Santiago Castillo e DIAGO, Jesús Cabrerizo. Introdução. In: Avaliação educacional e promoção escolar. Curitiba: Ibpex; São Paulo: Unesp, 2009. pp. 27-87. [Primeira edição em espanhol – 2003].

AUSUBEL, David P., NOVAK, Joseph D., HANESIAN, Helen. Psicologia educacional. 2 ed. Rio de Janeiro: Interamericana, 1980. [Primeira edição em inglês – 1978.

BLOOM, Benjamin S., ENGELHART, D. Marx e FURST, J. Edward et. al. Taxionomia de objetivos educacionais: domínio cognitivo. 6 ed. Porto Alegre: Globo, 1977. [Primeira edição em inglês – 1956].

BLOOM, Benjamin S., HASTINGS, J. Thomas, MADAUS, George F. Evaliación del aprendizaje. 2 ed. Buenos Aires: Troquel, 1975. [Primeira edição em inglês – 1971]. v. 1.

FREITAS, Itamar; OLIVEIRA Maria Margarida Dias de. Avaliação no Ensino de História. Aracaju: Criação, 2021. (No Prelo).

KANT, Immanuel. Prefácio à segunda edição. In: Crítica da razão pura. São Paulo: Nova Cultural, 2000. pp. 35-51.

MASSON, Steve Pour que s’activent les neurones. Les Cahiers Pédagogiques, [Paris], n. 527, p.17-18, Février, 2016.

PERRENOUD, Philippe. Avaliação: da excelência à regulação das aprendizagens – entre duas lógicas. Porto Alegre: Artes Médicas, 1999.

PERRENOUD, Philippe. Dez novas competências para ensinar: convite à viagem. Porto Alegre: Artmed, 2000.  pp. 49-51. [Primeira edição em francês – 1999].

SKINNER, Burrhus Frederich. Tecnologia do ensino. São Paulo: Herder/Editora da USP, 1972.

TYLER, Ralph W. Princípios básicos de currículo e ensino. 4 ed. Porto Alegre: Globo, 1977. [Primeira edição em inglês – 1948].


Referências deste texto

FREITAS, Itamar; OLIVEIRA, Maria Margarida Dias de. Avaliando como historiadores. Aracaju: Criação, 2021. [No Prelo].

 


Acompanhar a leitura que o professor faz deste texto.

1. Princípios de avaliação mediante a leitura e crítica de livros especializados

Página atualizada em 24/09/2021, às 08h57.

BEM-VINDOS!

Colegas, esta é a página que armazena e distribui o material a ser lido, produzido e avaliado relativo à primeira unidade do nosso curso de Avaliação Educacional, que culminará com a produção de uma resenha sobre um manual, construída em grupo de quatro pessoas.

Relembro que os textos de leitura básica estão disponíveis aqui nesta página. As dúvidas sobre as leituras e os exercícios devem ser dirimidas no início das aulas síncronas correspondentes.

Sigam as orientações abaixo e prestem atenção ao calendário.

 


EXPECTATIVAS

Objetivo desta unidade é viabilizar a ampliação das habilidades de leitura, compreensão e produção textual, mediadas pela construção de uma resenha sobre livro que problematiza teoria e prática da avaliação da aprendizagem escolar.

Espero que, ao final da unidade, vocês estejam capacitados a atribuir valor a um manual de Avaliação da Aprendizagem, empregando a resenha como gênero textual.

 


ATIVIDADE I - Leiam o programa, formem grupos de trabalho, conheçam o Ambiente Virtual de Aprendizagem e selecionem livro a ser resenhado (Síncrona - 2h min). 

QUARTA-FEIRA 25/08/2021

SEXTA-FEIRA 27/08/2021

  1. Didática e Avaliação da aprendizagem no Ensino de História - Claudia Regina Baukat Silveira Moreira e José Antônio Vasconcelos. Cópia disponível no grupo de whatsapp da turma.
  2. Didática e Avaliação da aprendizagem em Língua Portuguesa - Anna Beatriz Paula e Rita do Carmo Polli da Silva. Cópia disponível no grupo de whatsapp da turma.
  3. Prova: um momento privilegiado de estudo, não um acerto de contas. Vasco Pedro Moretto. Cópia disponível no grupo de whatsapp da turma. 
  4. Por que avaliar? Como avaliar? Critérios e instrumentos - Ilza Martins Sant'Anna
  5. Sobre notas escolares: distorções e possibilidades - Cipriano CArlos Luckesi
  6. A avaliação desmistificada-Artmed - Charles Hadji
  7. Avaliação da aprendizagem escolar- Cipriano Luckesi

 


ATIVIDADE II - Leiam o texto que define aprendizagem (Assíncrona - 30 min).

 


ATIVIDADE III - Leiam "Estrutura retórica da resenha" e identifiquem a estrutura retórica de uma resenha de livro sobre "avaliação" entre as incorporadas no acervo do Resenha Crítica (Síncrona - 1h30). 

QUARTA-FEIRA 01/09/2021 e SEXTA-FEIRA 03/09/2021


ATIVIDADE IV - Leiam o livro selecionado, fazendo anotações sobre as unidades de informação que comporão a resenha coletiva  (Assíncrona - 6h). 

 


ATIVIDADE V - Leiam "Compondo resenhas" e "A escolha das palavras e escrevam os parágrafos iniciais e finais da resenha coletiva (Síncrona - 2h). Simulem avaliação final das resenhas de cada grupo a partir da troca entre dois grupos voluntários. (Síncrona - 2h).

QUARTA-FEIRA 08/09/2021 (Aula suspensa - Feriado municipal)

QUARTA-FEIRA 15/09/2021 (Substituindo a aula do dia 08)

SEXTA-FEIRA 10/09/2021 (Aula com problemas de sinal de Internet)

SEXTA-FEIRA 17/09/2021 (Repetindo a aula do dia 10) Para participar da videochamada, clique neste link: https://meet.google.com/atq-hvdm-wyr
Para participar por telefone, disque +55 51 4560-7337 e digite este PIN: 699 425 921#
 


ATIVIDADE VI - Construam os parágrafos intermediários da resenha, finalizem o texto o insiram no formulário para a publicação de resenhas (Assíncrona - 4h).


ATIVIDADE VII - Avaliem por escrito as resenhas produzidas por cada grupo (Assíncrona - 4h).

SEXTA-FEIRA 24/09/2021

QUARTA-FEIRA 06/10/2021

 

 

 


Acesse aqui os RESULTADOS DA AVALIAÇÃO COLABORATIVA DAS RESENHAS

Luz, Câmera e História: práticas de ensino com o cinema | Rodrigo de Almeida Ferreira

Ao completar 125 anos, o cinema pode ser considerado como um bem consolidado campo do conhecimento humano. Reunindo ao mesmo tempo magia, técnica, crítica e deleite estético, os bens culturais constituídos mediante a arte cinematográfica, tornaram-se indústria a mobilizar profissionais e variados públicos, em suma, a ‘Sétima Arte’ consolidou-se como uma autêntica oficina de sonhos, a mobilizar gigantescas cifras orçamentárias e assistências contabilizadas aos milhões, no caso dos blockbusters, cenário ainda mais ampliado pelos modismos e produtos a estes vinculados.

Em todo caso, seja em uma portentosa produção hollywoodiana, ou mesmo, em um curta-metragem rodado com baixo orçamento, o cinema vem sendo considerado, há cerca de um século, como um excepcional subsídio a ser utilizado nos processos educativos. No caso específico da História, a obra assinada por Rodrigo de Almeida Ferreira tem como proposta pensar o ensino dessa disciplina, utilizando os filmes para estimular a educação do olhar a partir dos registros fílmicos proporcionados pelo cinema. Leia Mais

Politeia. Vitória da Conquista, v.20, n.1 2021.

Dossiê Temático Tribunal do Santo Ofício Português, 200 anos após extinção: História e Historiografia

  • Organização do Dossiê: Grayce Mayre Bonfim Souza e Luiz Mott
  • Imagem da capa: Palácio da Inquisição de Lisboa (Estaus) – Biblioteca Nacional de Portugal.
  • LEGRAND, C., fl. 1839-1847. Antigo palacio da Inquisição de Lisboa / Legrand lith.. – [S.l. : s.n., 1844] (Lx.ª R. N. dos M.tes, n.º 12 : Lith. de M. L. da Ctª). – 1 gravura: litografia, p&b ; 12,3×20,2 cm (imagem sem letra).  Disponível em https://purl.pt/13142/3/
  • DOI: https://doi.org/10.22481/politeia
  • Páginas Iniciais
  • Expediente
  • Editorial
  • Ana Paula Sampaio Caldeira
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Dossiê Temático

Ensaios

Artigos

Resenhas

Publicado: 2021-08-16

Politeia. Vitória da Conquista, v.20, n.2 2021.

Dossiê temático História social, história local/regional

  • Organização do Dossiê: Humberto José Fonseca
  • Imagem da capa: “Monumentos aos mortos e desaparecidos políticos da Bahia”. Arte de Romeu Ferreira Filho. Instalado em 9 de julho de 1998, na Praça Tancredo Neves, em Vitória da Conquista, Ba, por iniciativa do Grupo Labor: Assessoria, Documentação e Pesquisa. Concepção artística e ideológica de Romeu Ferreira Filho e Ana Palmira Bittencourt Santos Casimiro, sob a supervisão de Ruy Hermann Araújo Medeiros.
  • Fotografia de Belarmino de Jesus Souza
  • DOI: https://doi.org/10.22481/politeia
  • Páginas Iniciais
  • Expediente

Editorial

Dossiê Temático

Ensaios

Artigos

Publicado: 2021-08-16

Resistência cultural, identidades e interações | Dimensões | 2021

Rendicao de Granada Rendicao de Granada Francisco Pradilla Ortiz Compondo resenhas para educadores
La Rendición de Granada (1882) – Surrender of Granada by Francisco Pradilla Ortiz

Apresentação

O presente dossiê é resultado de um trabalho de interação internacional de mais de uma década. Tendo como líder e mentora a Profa. Dra. Adeline Rucquoi (CNRS – Paris/França), atingimos nosso quarto dossiê, além de outras interações em temáticas medievais, geralmente no âmbito da Península Ibérica medieval. À Dra. Rucquoi, nossa gratidão e amizade.

O primeiro artigo é de autoria dela. Seu título é muito explícito: El “otro” en la España medieval: ¿convertirlo o temerlo? Reflete sobre a percepção do outro, das interações do poder estabelecido com as minorias. Numa análise sutil e focada dirige-se ao tema da conversão das outras religiões, através de séculos de “convivência”. A historiografia dos quinhentos anos da expulsão, tentou ‘dourar’ a realidade, mas Rucquoi reflete sobre esta escrita da história. Leia Mais

Histórias do vestir masculino: narrativas de moda, beleza e elegância | Guilherme Ivana Simili e Maria Cláudia Bonadio

BONADIO Maria Claudia Compondo resenhas para educadores
Maria Claudia Bonadio é uma das organizadoras do livro “Histórias do vestir masculino – narrativas de moda, beleza, elegância”, lançado nesta terça no IAD/UFJF | Foto: Divulgação

BONADIO Historias do vestir Compondo resenhas para educadoresAs construções de sentidos para as virilidades e as masculinidades, em diferentes tempos e espaços, norteiam as discussões do livro História do vestir masculino: narrativas de moda, beleza e elegância. O livro, sob organização das historiadoras Ivana Guilherme Simili e Maria Claúdia Bonadio, objetiva trazer reflexões acerca das concepções de homem, de masculinidade, de virilidade e de outros adjetivos, e suas relações com as indumentárias. Para tanto a obra, composta por onze capítulos, um prefácio e uma apresentação, conta com a contribuição das seguintes pesquisadoras e pesquisadores: Maria Cristina Volpi, Ivana Guilherme Simili e Alessandra Vaccari, Fernanda Theodoro Roveri, Jefferson Queler, Marko Monteiro, Maria Claudia Bonadio, Taisa Vieira Sena, Wagner Xavier de Camargo, Elisabeth Murilho, Maria Eduarda Araujo Guimarães e Wladimir Silva Machado. Leia Mais

Dimensões. Vitória, n. 46, 2021.

Dimensoes Revista de Historia Compondo resenhas para educadores

Dossiê: Resistência cultural, identidades e interações

Abertura

Artigos

Resenha

Publicado: 2021-08-16

História & Ensino. Londrina, v. 27, n. 1, 2021.

Historia e Ensino 2 Compondo resenhas para educadores

Apresentação

  • Apresentação
  • Eder Cristiano de Souza | PDF

Artigos

História da Educação

Expediente

  • Expediente | PDF

Resistência cultural, identidades e interações: as religiões monoteístas entre o diálogo e o conflito (período tardo antigo-medieval)  | Dimensões | 2021

O presente dossiê é resultado de um trabalho de interação internacional de mais de uma década. Tendo como líder e mentora a Profa. Dra. Adeline Rucquoi (CNRS – Paris/França), atingimos nosso quarto dossiê, além de outras interações em temáticas medievais, geralmente no âmbito da Península Ibérica medieval. À Dra. Rucquoi, nossa gratidão e amizade.

O primeiro artigo é de autoria dela. Seu título é muito explícito: El “otro” en la España medieval: ¿convertirlo o temerlo? Reflete sobre a percepção do outro, das interações do poder estabelecido com as minorias. Numa análise sutil e focada dirige-se ao tema da conversão das outras religiões, através de séculos de “convivência”. A historiografia dos quinhentos anos da expulsão, tentou ‘dourar’ a realidade, mas Rucquoi reflete sobre esta escrita da história. Leia Mais

Lexico de termos technicos e scientificos ainda não apontados nos diccionarios da língua portuguesa | A Terminologia Zoologica e Scientifica em geral e a deficiencia dos grandes Diccionarios Portuguezes | Inopia scientifica e vocabular dos grandes diccionarios portugueses | Afonso d’Escragnolle Taunay

Introdução: Afonso d’Escragnolle Taunay

O professor, historiador, tradutor e lexicógrafo Afonso d’Escragnolle Taunay (Florianópolis, 11-06-1876 – São Paulo, 20-03-1958) era filho de Alfredo d’Escragnolle Taunay, Visconde de Taunay, e Cristina Teixeira Leite Taunay. Cursou a Escola Politécnica do Rio de Janeiro, onde se formou em Engenharia Civil em 1900. Tornou-se professor auxiliar de física e química da Escola Politécnica de São Paulo em 1904 e professor catedrático na mesma Escola a partir de 1910, onde lecionou Física Experimental, acumulando a docência acadêmica com aulas de ciências no Colégio São Bento. Exerceu vários cargos públicos, tais como diretor do Museu Paulista de 1917 a 1946, gestão na qual foi feita a transição do que incluía a seção de História Natural para o Museu de Zoologia da Universidade de São Paulo, permanecendo o Museu Paulista como o atual museu histórico com esse nome.1 Organizou ainda o Museu Republicano de Itu, também pertencente à USP.

Foi também diretor dos Museus do Estado de São Paulo desde 1923, encarregado do Governo Federal para reorganizar a Biblioteca e o Arquivo do Ministério das Relações Exteriores em 1930, professor na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras, da Universidade de São Paulo entre 1934 e 1937. Foi membro do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, do Instituto Histórico de São Paulo, da Academia Paulista de Letras, da Academia Brasileira de Letras (1929) e da Academia Portuguesa de História. Leia Mais

Khronos. São Paulo, n.11, 2021.

EXPEDIENTE

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  • Equipe editorial
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EDITORIAL

  • ·                  Editorial
  • Gildo Magalhães
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ARTIGOS

RESENHAS

NECROLÓGIO

PUBLICADO: 2021-08-14

Intelligere. São Paulo, n. 11, 2021.

Intelligere2 Compondo resenhas para educadores

APRESENTAÇÃO E SUMÁRIO

ARTIGOS

TRADUÇÕES

PESQUISA

EXPEDIENTE

PUBLICADO: 2021-08-14

Revista Brasileira de História da Ciência. Rio de Janeiro, v.14, n.1, 2021.

Museu de Arqueologia e Etnologia. São Paulo, n.36, 2021.

ARTIGOS LIVRES

PUBLICADO: 2021-08-12

Esboços – Histórias em Contextos Globais. Florianópolis, v.28, n.48, 2021.

Expediente

Dossiê “Internacionalismo e história global”

Artigo

Entrevista

Publicado: 2021-08-12

Imprensa no Maranhão: Trajetória Bicentenária | Outros Tempos | 2021

Tipos moveis de chumbo Compondo resenhas para educadores
Tipos móveis de chumbo | Imagem: Medium.com

Não obstante casos inexpressivos e de curta duração, foi apenas com a chegada da família real à sua colônia na América que se deu a instalação e o efetivo funcionamento de atividade tipográfica no Brasil, em 1808. No rol das transformações advindas da transferência da corte portuguesa para o Rio de Janeiro, ocorreu a instalação da Imprensa Régia, sob as ordens de D. João. Ainda que não restrita à publicação de documentos oficiais, a Gazeta do Rio de Janeiro, primeiro jornal impresso na colônia, passou a circular, em 10 de setembro de 1808, com finalidade de servir aos interesses da Coroa, publicizando atos do governo. Leia Mais

História da Imprensa em Imperatriz – MA: 1930-2010 | Thays Assunção

Gabriela Almeida Compondo resenhas para educadores
Thays Assunção | Foto: O Estado

ASUNCAO Historia da Imprensa Compondo resenhas para educadoresLogo nas primeiras páginas, Thays Assunção faz o seguinte comentário: “Conhecer a história da imprensa é, assim, caminhar em direção ao nosso próprio passado” (REIS, 2018, p.11) A afirmação é o fio que guia a narrativa do livro, a autora constrói um caminho com o leitor até o mapeamento da história da imprensa na cidade de Imperatriz do Maranhão, atrelando os acontecimentos que marcaram as produções jornalísticas aos acontecimentos sociais da época. Parafraseando, entender a história da imprensa está submetido a conhecer a história da cidade, também, concordando com Marialva Carlos Barbosa (2016), os processos comunicacionais estão arraigados às questões de tempo e espaço, não é possível olhar para as páginas dos jornais sem antes verificar qual história eles têm a contar. Leia Mais

Outros Tempos. São Luíz, v.18, n.32, 2021

Outros Tempos UFMA Compondo resenhas para educadores

Artigos

Dossiê

Estudo de caso

Entrevista

Resenhas

  1. CONHECENDO A HISTÓRIA DA CIDADE: os jornais que marcaram Imperatriz
  2. GABRIELA ALMEIDA SILVA |  PDF

Informações Editoriais

  1. Anissa Ayala Cavalcante |  PDF

Publicado: 2021-08-11

La Escuela en tiempos de migración: la voz de los actores educativos | D. Castillo, E. Thayer, R. Santa Cruz e C. Gajardo

Luis Eduardo Thayer Compondo resenhas para educadores
Luis Eduardo Thayer | Imagem: Diario UChile

CASTILLO La Escuela en tiempo Compondo resenhas para educadoresLa Escuela en tiempos de migración: la voz de los actores educativos (2019) es una publicación que se enmarca en el proyecto Fondecyt Regular 1161606: “Inclusión y procesos de escolarización en niños, niñas y adolescentes migrantes que asisten a establecimientos de educación básica”. El propósito de esta publicación es analizar el proceso de escolarización de estudiantes migrantes para determinar cuáles son las dinámicas pedagógicas que favorecen su inclusión en el sistema escolar chileno.

La afirmación que abre esta investigación es la siguiente: “Chile es un país de inmigración” (Castillo et al., p. 7). Esta aseveración es corroborada mediante referencias estadísticas que reflejan el incremento de los ciclos migratorios que han afectado a nuestro país, a partir de la década del noventa. Desde entonces, la tasa de extranjeros residentes en Chile evidencia un crecimiento permanente, por ejemplo, en el periodo comprendido entre el censo de 1992 y 2002, la población migrante aumentó un 75%; mientras que en el recuento poblacional de 2012, estos índices se alzaron sobre un 160% (Castillo et al., p. 10). Según los datos que entregó el Instituto Nacional de Estadística en diciembre de 2018, en Chile habitan 1.200.000 extranjeros, es decir, la tasa migrante corresponde al 6,6% de toda la población (Castillo et al., p. 10). Leia Mais

Paideia – Revista de Educación. Santiago, n. 67, jul./dic. 2020.

Paideia Revista de Educacion Compondo resenhas para educadores

El número 67 de la revista Paideia contiene 5 artículos de investigación de carácter cualitativo y mixto y un artículo de revisión, además de una reseña sobre inmigración en Chile. Los temas de los artículos se vinculan a las temáticas abordadas en otros números de nuestra revista en el ámbito de la Educación Superior y la Formación Inicial Docente. En esta oportunidad, se abordaron problemáticas nuevas relacionadas con la internacionalización de la educación superior, así como las prácticas docentes y su necesaria interdependencia con las teorías de aprendizaje. Por último, se abordaron temas relacionados con la didáctica y el uso de herramientas TIC en contexto de pandemia, así como el estereotipo de género en los textos escolares, tópicos bastante contingentes a la realidad educativa actual.

Editorial

Trabajos de investigación

Revisión

Reseña

Publicado: 2021-08-10

Revista Outrora. Rio de Janeiro, v.4, n.1, jan./jun. 2021.

Capa: Anna Clara L. Ferreira

Apresentação

Editorial

Desalinho

Entrevista

Artigos Livres

Resenhas

Sankofa

Publicada em: 09/08/2021

Anais do Museu Histórico Nacional. Rio de Janeiro, v.54, 2021.

Anais do Museu Historico Nacional Compondo resenhas para educadores

Editorial

Editores | pdf

Artigos

Publicado: 2021-08-09

Miradas sobre os Centenários Portugueses (1940-2020) | Anais do Museu Histórico Nacional | 2021

Bandeira de Portugal 1248 Compondo resenhas para educadores
Colagem. Bandeira do Estado Português de 1248 | Imagem: Wikipédia

No ano de 1940, em plena Segunda Guerra Mundial, Portugal promoveu a Exposição do Mundo Português, em comemoração do que ficou conhecido como Duplo Centenário: os 800 anos da fundação do Estado (1140) e os 300 anos da Restauração do trono com o fim da União Ibérica (1640). O evento celebrou o passado e, principalmente, o usou em favor da construção de uma imagem positiva e grandiosa para o Estado Novo Português (1933-1974). O Brasil foi o único país convidado, sendo apresentado como um exemplo de nação independente, mas que teria mantido seus laços com a antiga metrópole ao dar continuidade ao “processo civilizador” iniciado com a colonização. Esta mensagem deveria justificar e dar sentido ao imperialismo português para além-mar, garantido pela manutenção de suas colônias na África e na Ásia. Leia Mais

Conversas curriculares Brasil – Moçambique: (Re)aproximações diaspóricas | Abatirá | 2021

Bandeira de Mocambique Compondo resenhas para educadores
Bandeira de Moçambique símbolo ícones de computador, bandeira, miscelânea, bandeira png | Imagem: GratisPGN

A vida é como a água, nunca esquece o seu caminho. A água vai para o céu, mas volta a cair na terra. Vai para o subterrâneo, mas volta à superfície. A vida é um eterno ir e voltar.

Paulina Chiziane (2002)

Estamos cansados de saber que nem na escola, nem nos livros onde mandam a gente estudar, não se fala da efetiva contribuição das classes populares, da mulher, do negro do índio na nossa formação histórica e cultural. Na verdade, o que se faz é folclorizar todos eles.

Lélia Gonzalez (1982, p. 3)

Iniciamos esse texto, num encontro afrodiaspórico entre duas mulheres negras, Paulina Chiziane, escritora moçambicana, e Lélia Gonzalez, intelectual brasileira, marcando que nossa ancestralidade diaspórica é uma mulher negra. Neste sentido, o dossiê Conversas curriculares Brasil – Moçambique: (Re)aproximações diaspóricas tem como objetivo apresentar textos que enunciam práticas discursivas em políticas curriculares no Brasil e Moçambique, bem como, experiências educativas que nos possibilitem (re)aproximações diaspóricas exercitadas “nas culturas e movimentos de resistência e de transformação e outros processos políticos que não são visíveis em escala maior” (GILROY, 2012, p. 20). Leia Mais

Educação para as Relações Etnicorraciais: O ensino de ciências e suas tecnologias | Abatirá | 2021

Detalhe da Capa da Abatirá (v.2, n.3, 2021) |Imagem: Pedro Arão

A revista Abatirá nesta edição traz um dossiê duplo intitulado “Educação para a diferença”, que reuniu textos de grande valor intelectual e que carregam uma significativa simbologia de reversão do alterocídio e da destituição do homem branco em perspectiva cisheteropatriarcal deste lugar de sujeito universal.

No dossiê “Educação para as relações étnico-raciais: o ensino de ciências e suas tecnologias”, as professoras Afro-brasileiras Dra. Bárbara Carine Soares Pinheiro e Dra. Marta Regina dos Santos Nunes, juntamente com o professor Senegalês Dr. Mamour Sop Ndiaye apresentam um compilado de textos que desafiam o genocídio e a pilhagem epistêmicos nas ciências tidas socialmente como “exatas”. Foram selecionadas produções textuais que dialogam diretamente com o intuito desta edição da revista que ao divulgar a ciência africana, seja por meio do complexo educacional ou por outras vias, visando ressignificar a constituição subjetiva de pessoas negras marcada fortemente por uma memória de ausências: ausência de intelectualidade, de pioneirismo, de cientistas, de positivisação histórica, de produções científico-tecnológicas, de memórias afetivas acerca de si e dos seus. Leia Mais

Abatirá. Eunápolis, v.2, n.3, 2021.

Abatira Compondo resenhas para educadores

Educação para a Diferença

Abatirá traz em seu terceiro número um dossiê duplo intitulado “Educação para a Diferença”.

Conversas curriculares Brasil – Moçambique: (Re)aproximações diaspóricas”, organizado pelo Prof. Dr. António Fernando Zucula (ACIPOL/Moçambique), Profª. Dra. Luzi Miranda Borges (UESC) e Prof. Dr. Paulo de Tássio Borges da Silva (UFSB), contempla práticas discursivas em políticas curriculares, (re)aproximações diaspóricas e fluxos culturais entre Brasil e Moçambique.

“Educação para as Relações Étnico-raciais: O ensino de ciências e suas tecnologias”, organizado pelas Profas. Afro-brasileiras Dra. Bárbara Carine (UFBA) e  Dra. Marta Regina dos Santos Nunes (UERGS) e pelo Prof. Dr. Mamour Sop Ndiaye (CEFET-RJ), apresenta práticas pedagógicas e estudos teóricos inovadores, pesquisas na área de ensino de ciências e suas tecnologias, diálogos com a Lei 10.639/2003.

Expediente

Dossiê: Conversas curriculares Brasil – Moçambique: (re) aproximações diaspórica

Dossiê: Educação para as Relações Étnico-raciais: O ensino de ciências e suas te

Artigos

Ensaios

Entrevista

Publicado: 2021-08-06

Anales de Historia Antigua Medival y Moderna. Buenos Aires, v.55, n.1, 2021.

Artículos

Publicado: 2021-08-06

Revista Fontes Documentais. Aracaju, v.4, n.1, 2021.

Fontes Documentais1 Compondo resenhas para educadores

Está é a oitava edição da Revista Fontes Documentais, que compreende os meses de janeiro a abril de 2021, trazendo excelentes pesquisas voltadas a diversas vertentes da Ciência da Informação. Desejamos uma ótima leitura e  estimule mais discurções sobre os temas abordados. Compartilhe essas valiosas informações e não deixe de visitar nossa página no instagram @revistafontesdocumentais. ISSN: 2595-9778.

Expediente

Editorial

Artigos

Publicado: 2021-08-06

No rendilhado do cotidiano: a família dos libertos e seus descendentes em Minas Gerais (C. 1770 – C. 1850) | Sirleia Maria Arantes

No rendilhado do cotidiano Compondo resenhas para educadores
No rendilhado do cotidiano: a família dos libertos e seus descendentes em Minas Gerais (C. 1770 – C. 1850) – Detalhe de capa

A perspectiva da micro-história e das redes sociais vem colaborando de forma categórica na historiografia brasileira sobre a família e ampliando o escopo de conceitos, interpretações e metodologias. Publicado em 2020, o livro No rendilhado do cotidiano: a família dos libertos e seus descendentes em Minas Gerais (C. 1770 – C. 1850), de Sirleia Maria Arantes, representa mais um esforço nessa direção. Em diálogo com a historiografia da família negra no período escravista, Arantes desenvolveu uma complexa análise que conjuga microanálise à demografia histórica, contribuindo para a literatura que discute a experiência de vida familiar de libertos e escravizados em Minas Gerais na virada do século XVIII para o XIX.

A preocupação em ampliar o estudo sobre a experiência familiar negra no contexto escravista, não é recente. Desde a década de 1970, estudiosos caminharam no sentido de repensar a forma que a família escrava aparecia na historiografia brasileira, se atentando a problematizar a visão de relações sociais instáveis dentro e fora do cativeiro e o conceito de patriarcalismo. Nesse sentido, os trabalhos do historiador Robert W. Slenes – especialmente o célebre Na senzala uma flor: esperanças e recordações na formação da família escrava – teve um papel relevante na renovação das interpretações sobre a família escrava no Brasil, na perspectiva de tomar a família como uma importante estratégia de sobrevivência e preservação das heranças culturais. Pesquisas recentes também avançaram no estudo das estratégias familiares dos escravizados e libertos, colocando ao centro o protagonismo destes atores sociais, se valendo das contribuições da demografia histórica e da micro-história. Os estudos de Cacilda Machado para São José dos Pinhais, Paraná (2008), de Roberto Guedes para Porto Feliz, São Paulo (2008) e de Tarcísio R. Botelho, para Minas Gerais (2007) são apenas alguns dos esforços recentes, além das dissertações e teses não publicadas – como a tese de Isabel Cristina Ferreira dos Reis para a Bahia, no século XIX. Leia Mais

Construindo impérios na época moderna: Negócios – Política – Família – Relações Globais | Cantareira | 2021

Cinchona Compondo resenhas para educadores
Cinchona | Foto: Royal Botanic Garden

Nos últimos anos, com as abordagens trazidas pela História Global, os estudos das redes foram tendo sua importância renovada, sobretudo como método para o entendimento das relações complexas entre indivíduos, grupos e estados, tal como o colocou Fernand Braudel.

No campo da História, esta análise serviu como metodologia para compreender os sujeitos dentro das redes que se estabeleciam a partir de laços familiares, religiosos, clientelares, políticos ou econômicos, mas também dos mecanismos de controle, formais ou informais, que permitiram o desenvolvimento dessas relações na longa distância, em diferentes universos políticos, econômicos, sociais e culturais. Leia Mais

Cantareira. Niterói. n.35, 2021.

Cantareira3 Compondo resenhas para educadores

Construindo impérios na Idade Moderna: Negócios, política, família e relações globais

Editorial e Sumário

Dossiê Temático

Artigos Livres

Resenha

Transcrições

Publicado: 2021-08-05

Revista Latino-Americana de História. São Leopoldo, v.10, n.25, 2021.

Do medo das doenças à morte coletiva

Capa | Capa Vol.10 Nº25 | PDF

Expediente

Expediente Vol. 10/nº 25 | PDF

Editorial/Apresentação

Apresentação do Dossiê

Dossiê

Artigos

Publicado: 2021-08-04

Do medo das doenças à morte coletiva | Revista Latino-Americana de História | 2021

Trauma da Pandemia Covid19 Compondo resenhas para educadores
Trauma coletivo da pandemia Covid-19 | Foto: BBC News

A proposta do Dossiê 2021.1 da Revista Latino-Americana de História da UNISINOS/RS trouxe como tema “Do medo das doenças à morte coletiva”. Um diálogo multissecular com o medo sempre uniu as pessoas, consideradas individualmente ou pertencentes a uma comunidade ou a civilização inteira. Doenças como lepra, peste, tuberculose e sífilis são evidências históricas geradoras de medo coletivo. São consideradas eventos naturais e sociais de grande relevância biológica, psicológica, demográfica e econômica, mas que a historiografia pouco ou não suficientemente se ocupou até algumas décadas. O motivo talvez seja que o esforço de tornar os eventos históricos compreensíveis e racionais venha a se defrontar com situações aparentemente irracionais e incompreensíveis que são as epidemias, imprevisíveis, por vezes fatais, e que são acompanhados por ansiedade, angústia e medo.

Hoje um mesmo medo congrega as pessoas. Enquanto a ciência se esforça na pesquisa de uma vacina ou de um fármaco antiviral, o vírus COVID19 se espalha, causando um número inesperado de mortes e sofrimento, da mesma maneira que em épocas pregressas houve o acometimento de jovens na pandemia da gripe espanhola, as trágicas sequelas da poliomielite, o surgimento de vírus mortais como o Ebola, a gripe H1N1 e os desdobramentos da SIDA. Esse dossiê é mais um esforço de trazer à luz da interpretação contemporânea o fenômeno do medo das doenças à morte coletiva. Leia Mais

Mare Nostrum – Estudos sobre o Mediterrâneo Antigo. São Paulo, v.12, n.2, 2021.

Dossiê “Questões de Insularidade no Mediterrâneo Antigo”

EDITORIAL

DOSSIÊ

ENTREVISTAS

RESENHAS

PUBLICADO: 2021-08-04

Intellèctus. Rio de Janeiro, v.20, n.1, 2021.

Intellectus2 Compondo resenhas para educadores

Equipe Editorial

Apresentação

Dossiê

Artigos Livres

Resenhas

Uma apresentação ou das cartografias decoloniais no ensino de História | Intellèctus | 2021

Mapa Mundi invertido Compondo resenhas para educadores
Mapa Mundi invertido | Imagem: Pixabay

Neste dossiê sobre pensamento decolonial e suas interfaces com diversos aspectos do ensino de História cartografamos possibilidades de diferentes trabalhos e pesquisas de matriz curricular decolonial e intercultural crítica, quer em espaços educativos formais, quer em espaços educativos não formais. Os artigos apontam caminhos teórico-metodológicos para o enfrentamento e combate de preconceitos, discriminações, racismos, epistemicídios e outros tipos de opressões e silenciamentos construindo memórias e histórias insurgentes. Assim, por meio de aprendizagens mais plurais e inclusivas lutam pela efetivação de maior justiça epistemológica ou cognitiva numa perspectiva de uma educação intercultural crítica.

Organizamos este dossiê dispondo inicialmente os artigos de caráter mais conceitual sobre o pensamento decolonial na relação com o Ensino de História. Na sequência aqueles que apresentam pesquisas e experiências educativas numa perspectiva decolonial. Sendo assim, reunimos treze textos que abordam aspectos do pensamento decolonial e ensino de história em múltiplos espaços e formas. Estes traduzem estudos de caráter teórico sobre o pensamento decolonial, pesquisas e experiências de atividades docentes em escolas, universidades e espaços não formais. Leia Mais

El mundo relacional de Juan Manuel de Rosas: un análisis del poder a través de vínculos y redes interpersonales | Andrea Reguera

Juan Manuel de Rosas 2 Compondo resenhas para educadores
Juan Manuel de Rosas | Imagem: Wikimedia Commons

REGUERA El mundo racional Compondo resenhas para educadoresO livro da historiadora Andrea Reguera analisa a construção do poder de Juan Manuel de Rosas a partir da trama de relações interpessoais que atravessaram sua vida e a política adotada entre 1829-1833 e 1835-1852, quando assumiu o cargo de governador da província de Buenos Aires após ser eleito pela Sala de Representantes nos dois períodos. Utilizando-se, principalmente, de correspondências pessoais de Rosas, Reguera destaca a busca pela subjetividade do indivíduo na construção das relações constitutivas e dissolutivas a fim de compreender o jogo de poder presente nelas e os limites entre o público e o privado.

Organizada em três partes, a obra conta com sete capítulos. Na primeira parte, a análise das relações sociais passa pela família de Rosas e a construção de sua riqueza econômica; na segunda parte, composta por três capítulos, Reguera discorre sobre a vida política de Rosas no primeiro governo (1829-1832), durante o período em que esteve distante de Buenos Aires (1833-1834) e no segundo governo (1835-1839); a riqueza patrimonial dos legisladores e o poder dos vínculos são temas desenvolvidos na terceira parte. A autora coloca o período de 1840-1852 como sin gobernador devido aos problemas sobre a posse do cargo de governador: entre renúncias e readmissões, Rosas reassume o cargo em 1842 como “governador proprietário” até 1852, quando de sua deposição. Após a conclusão da obra, as genealogias das principais famílias que compuseram a vida pessoal de Rosas se encontram disponíveis. Leia Mais

Cidades vacinadas. Ensaios urbanos e ambientais para um Brasil pós-pandemia | Leila Marques

Breve identificação da obra, organizadoras e autores

Trata-se de uma coletânea de cinquenta textos – ou ensaios, como descrito no título – de sessenta e sete autores, majoritariamente arquitetos e urbanistas – quarenta, mais precisamente – além de vinte e sete profissionais de outras áreas da ciência que relacionam-se com o urbanismo tais como Engenharia, Direito, Turismo, Biologia, Administração, Comunicação, Relações Internacionais, Antropologia, História, Geografia, Paisagismo, Economia, Artes e outras especializações, reunidos em doi capítulos principais, um capítulo extra, com três textos lúdicos sobre a temática, e um apêndice com uma entrevista auto descritiva com um professor e vereador da cidade do Rio de Janeiro, além da minibiografia de todos os participantes da obra. Leia Mais

Palaces for the People. How Social Infrastructure Can Help Fight Inequality, Polarization, and the Decline of Civic Life | Bernardo Secchi

A cidade dos ricos e a cidade dos pobres é o último título da extensa bibliografia de Bernardo Secchi, renomado urbanista italiano, falecido em 2014. A edição brasileira saiu pela editora Âyiné apenas em 2019, seis anos após o lançamento do original, mas ainda a tempo de contribuir com o pertinente debate sobre desigualdade social, considerada pelo autor como o aspecto central da nova questão urbana, conceito elaborado por Secchi para descrever os desafios enfrentados pelas cidades diante da atual crise do capitalismo e suas consequências, como a injustiça espacial e a escassez de recursos ambientais. O livro se diferencia da vasta literatura sobre desigualdade social por abordá-la a partir do ponto de vista da urbanística, levantando a hipótese de que o projeto da cidade, assim como pode e tem contribuído para o agravamento das injustiças sócio espaciais, pode também desempenhar um importante papel no enfrentamento a essas problemáticas. Leia Mais

Um feminismo decolonial | Françoise Vergès

De quem são os corpos violentados pelo trabalho de cuidar e limpar as cidades? Como a colonialidade se estrutura e reproduz (im)possibilidades nos corpos racializados das mulheres? Essas são algumas das inquietações que movem Françoise Vergès em sua primeira obra inédita no Brasil, intitulada Um Feminismo Decolonial (2020).

Ao ter crescido na Ilha da Reunião, departamento ultramarino francês localizado no continente africano, a autora traz as experiências de mulheres negras e racializadas para dar início à problemática central do livro: a colonialidade que se reverbera nas opressões vividas por essas mulheres. Foi sua experiência pessoal nessa Ilha, onde imperava uma ordem colonial francesa, que lhe permitiu entender a conexão entre capitalismo, racismo, sexismo e imperialismo. É nesse contexto que passa a desenvolver interesse pelas lutas emancipadoras e pôde percorrer uma trajetória anticolonial. Leia Mais

Un Apartamento em Urano: Crónicas del cruce | Paul Beatriz Preciado

O filósofo uranista, Paul Beatriz Preciado, convida os leitores a conhecerem um planeta que desfruta do fim do regime político da diferença sexual: a superação da taxonomia binária e hierárquica que procurou garantir o domínio do tecnopatriarcado1 sobre a reprodução da vida. Depois de ter vivido em apartamentos e hotéis em vários lugares da Terra, Preciado anuncia Urano como uma possível residência onde retrata a utopia de um mundo habitável, no qual é possível inventar novas gramáticas de organização da vida distantes da Terra. A anunciação de novas ficções políticas e a análise crítica de regimes de poder e seus efeitos é o que retrata o livro Un Apartamento em Urano: Crónicas del cruce, lançado em 2019, em Barcelona, pela Editora Anagrama.

O livro é uma reunião de 73 crônicas publicadas em colunas do jornal francês Libération e outras mídias. O prólogo foi realizado pela escritora Virginie Despentes com quem Paul compartilhou muitos apartamentos e epistemologias. Ela conta sobre os inúmeros e constantes trânsitos de Paul que costuma não assumir atividade fixa, residência oficial, abandonou a língua materna e a ideia de nacionalidade. Preciado prefere ser um clandestino, um dissidente de um mundo que encarcera as possibilidades e produz cicatrizes na subjetividade do que eventualmente se poderia ser. Como Despentes mesmo afirma Un apartamento en Urano é o livro mais autobiográfico de Preciado (2019:11), embora possa se estabelecer conexões com pensamentos e conceitos também presentes em Testo Yonqui (2008), Pornotopia (2010), Terror Anal (2009) e Manifesto Contrassexual (2017). Leia Mais

A carta da Condessa: família, mulheres e educação no Brasil do século XIX | Samuel Albuquerque

Certas obras voltadas para o campo histórico comumente utilizam fontes epistolares como suporte para a pesquisa de biografias e trajetórias de vida de determinadas personagens. Avançando sobre esta proposta, o livro A carta da Condessa, escrito por Samuel Albuquerque1, amplia as perspectivas de análise histórica da fonte epistolar, uma vez que ela permite conhecer melhor os agentes históricos que se correspondem, mas também contribui na compreensão da conjuntura e do cotidiano na qual a carta e seus autores estavam inseridos.

Tomando esse caminho, o autor consegue compor um livro rico em detalhes por envolver a atuação de mulheres como preceptoras no Brasil durante o século XIX, e sensível aos olhares do leitor que é levado ao deleite do cotidiano feminino Oitocentista, bem como seus desafios, (des)afetos e deslocamentos pelo Atlântico. Leia Mais

El estupro: delito, mujer y sociedad en el Antiguo Régimen | Margarita Torremocha Hernández e Alberto Corada Alonso

O desenvolvimento do campo de estudos de história das mulheres desde pelo menos a década de 1970, inserido em um contexto de herança política de movimentos feministas (Tilly, 1994), é já bastante conhecido. Ao longo das décadas foram empreendidos esforços para compreender a complexidade histórica no que tange às personagens femininas afastando-se de conceitos que apenas as descrevam enquanto objeto de análise, aderindo a categorias que auxiliam a posição destas enquanto voz principal da apreciação científica (Scott, 1990). Neste sentido, desenvolveram-se, coligados à história das mulheres, os estudos sobre a história das relações de gênero, mantendo ênfase no caráter social e cultural das distinções baseadas no sexo.

No interior desse cenário, há alguns anos os historiadores, de ambos os sexos, têm cada vez mais direcionado interesses em desvendar questões e problemáticas que englobam mulheres, gênero e justiça em várias temporalidades e espacialidades. Os esforços têm resultado em importantes pesquisas que demonstram a decisiva presença feminina, bem como suas vicissitudes, em espaços que, frente ao silêncio historiográfico e de algumas fontes (Perrot, 2008), estariam destinados a atuação masculina.

O grupo de pesquisadores reunido por Margarita Torremocha Hernández1 tem prestado grandes contribuições para a área, sempre com pesquisas de excelência que trazem em seu bojo significativas descobertas. Configura-se em um centro irradiador de importantes trabalhos, nomeadamente sobre o Antigo Regime na Península Ibérica, colaborando com temas de história social, história da cultura jurídica e história do direito.2 A presente obra resenhada, El estupro: delito, mujer y sociedad en el Antiguo Régimen, configura-se em um dos resultados do projeto de investigação no qual a equipe trabalhou: Justicia, Sociedad y Mujer en la Edad Moderna a la Contemporaneidad: Castilla, Portugal y Italia. O livro reúne nove investigações de grande envergadura que discutem temáticas acerca do delito de estupro nos espaços correspondentes à Espanha e Portugal ao longo do Período Moderno (compreendendo, também, importantes reflexões acerca do medievo) e à Itália na contemporaneidade.

As pesquisas abarcam fontes documentais variadas para análise do delito e das personagens nos casos envolvidas, como legislação, informes e doutrina jurídicos, biografias, registros notariais, literatura, cinema, teatro, procedimentos judiciais advindos de jurisdição eclesiástica, régia e privada.3 Apresentam uma série de importantes análises acerca do pensamento jurídico; das mudanças legislativas; das cotidianidades; da cultura; das relações comunitárias; sociais; familiares; políticas e institucionais a respeito não somente do delito de estupro, mas também da complexidade englobada pela lógica do matrimônio -tanto pela perspectiva religiosa (configurando-se em uma tônica em várias das relações analisadas em determinadas pesquisas) quanto pelo manejo das questões morais e de honra.

Neste sentido, na apresentação da obra, Margarita Torremocha expõe, especificamente em referência aos processos judiciais, a dimensão que podem oferecer para a visualização dessa complexidade: são eles que deixam entrever em que medida a religião, a honra e a linhagem interferem na ponderação de um magistrado ao mesmo tempo que carregam elementos que discorrem sobre os feitos, os sentimentos, as relações sociais e as cotidianidades.

Ainda em sede destas fontes, explica a autora que o estupro usualmente fora tratado em conjunto (ou confusão) com violação, mancebia, tratos ilícitos e rapto. Assim, clarifica que o delito, segundo a concepção jurídica do Antigo Regime, era delimitado por duas características principais: o engano e a condição de honrada ou de “donzela honesta” da mulher. Ou seja, para a configuração do estupro perante as instituições não era suficiente a violação contra a mulher, mas sim contra a sua virgindade ou a sua honra. Pode-se afirmar, inclusive, que antes de configurar-se um crime contra a integridade física era, principalmente, um crime contra a honestidade. Consequentemente, a discussão processual tocava nomeadamente à perda da virgindade, ao descumprimento à castidade e ao ferimento da honra, situação que disseminava a mácula à família da vítima e até mesmo à comunidade em que vivia.

Exposta esta definição, essencial à compreensão das investigações, passa-se à apresentação dos artigos presentes na obra. O primeiro trabalho4 traz à tona um panorama mais geral, no sentido diacrônico, acerca da tratativa do crime em comparação às pesquisas que seguem na obra. O autor Félix Martínez Llorente possui como enfoque o processo de conceitualização jurídica do delito através da análise legislativa de impacto na tradição europeia. Por meiode uma perspectiva de longa duração, abrange as permanências e as rupturas nas compreensões do delito perpassando pelas disposições do direito romano clássico, do direito visigodo, do direito canônico, da tradição do iuscommune, do direito castelhano do período moderno até os fins do século XVIII.

A conclusão consta expressa já nas primeiras linhas do artigo: o desenvolvimento da definição do estupro foi relativamente tardio sobretudo por ser uma prática que, na apreensão social, transita nas searas do pecado, da moral e do crime. A regulamentação legislativa fora iniciada no direito romano a partir da figura stuprum na lei contrária ao adultério em 18 a.C. no intento de proteção da mulher em razão das justas núpcias e o requisito do engano como diferenciador fora inserido no século III. Este permanecera – não sem diferentes nuances – até transformar-se no requisito principal no Antigo Regime, sobretudo nas experiências dos reinos espanhóis. Em fins do XVIII, salienta o autor, o ajuizamento de causas contra o estupro entrou em decadência, movimento este reforçado pela Real Cédula de 30 de outubro de 1796, que ordenou que não se prendessem mais os acusados. Esse estudo é uma apresentação ampla do panorama histórico a respeito do delito na seara legislativa e seu posicionamento em primeiro no interior da obra ora resenhada auxilia ao leitor na compreensão das investigações que estão na sequência.

A segunda pesquisa porta um cunho quantitativo, e igualmente informativo, como contexto dos trabalhos a seguir, através do qual os autores Alberto Corada Alonso e Diego Quijada Álamo realizam a abordagem do delito no Reino de Castela a partir dos processos mantidos no Arquivo da Real Chancillería de Valladolid. Intitulando-se El estupro en el Antiguo Régimen: una visión cuantitativa desde el Archivo de la Real Chancillería de Valladolid, o trabalho reúne mostra original e total de 2.035 casos ocorridos no espaço castelhano a partir de 1480 até os anos 1830 e a análise dos dados é realizada por intermédio de classificações distintas: através da temporalidade, da espacialidade, da competência jurisdicional, da separação entre momentos processuais, do delito (somente estupro e estupro com outra causa), da mulher estuprada (segundo seu estado civil e segundo seu ofício), do estuprador (segundo o grau de parentesco ou relação com a estuprada, dados sobre o ofício e sobre o estado civil) e dos demandantes do processo (se mantinham parentesco com relação à vítima, qual era a profissão do demandante e, por derradeiro, dados a respeito da duração do pleito. Tendo em vista a amplitude do estudo, as conclusões possíveis são, pois, várias. Contudo, demandam o relacionamento dos dados coligidos com pesquisas que adotem o viés qualitativo, ressalva esta que os autores expressam ao final do artigo.

Após esses dois trabalhos panorâmicos, Margarita Torremocha Hernández foca-se na compreensão do pensamento jurídico analisando a dimensão dos discursos como influenciadores do âmbito jurídico processual na definição da identidade do gênero feminino no terceiro capítulo da obra.5 A pesquisa objetivou conhecer a mentalidade de Meléndez Valdés a respeito do delito de estupro através de uma visão e um aporte concretos: um informe solicitado à Real Chancelaria de Valladolid em novembro de 1795, requerendo a uniformidade do tratamento processual da matéria, assumido pelo juiz Juan Meléndez Valdés enquanto membro do Tribunal em março de 1796. Após 11 tópicos de argumentações, o jurista concluiu que o foro não deveria dar conhecimento a esses casos, forçando as mulheres a cuidarem de si mesmas e a guardarem sua honestidade. Em seguida, foi publicada a Cédula Real de 30 de outubro de 1796 – que, segundo Llorente, fora uma das razões da decadência de denúncias de estupro no XVIII –, acatando dois dos argumentos de Valdés: a redução do aprisionamento e o estabelecimento do limite de idade de 25 anos da vítima como requisito de enquadramento no delito. Em que pese o informe não tenha impactado a ordem jurídica espanhola de fins do século XVIII a ponto de realizar amplas reformas imediatas, Torremocha salienta que representa um elemento chave por ter sido um dos juristas preocupados em delimitar o crime de estupro e estabelecer um marco legislativo novo. Assim, sua perspectiva, e consequentemente seu discurso, absorve muitas das visões circulantes no período, sendo representativa das mudanças que ocorrem na cultura jurídica de fins do Antigo Regime.

A título de exemplo, é importante citar a defesa de Valdés à limitação embasada na faixa etária da mulher estuprada. A discussão a respeito das idades dos envolvidos e seus desdobramentos encontrava-se em circulação na Península Ibérica e em Portugal havia sido introduzida uma limitação já em 1603 pelas Ordenações Filipinas (Livro V, tít. XXIII, §2). De acordo com essa compilação, no tocante à prescrição para ingresso de querela, a determinação era que o ajuizamento deveria ocorrer dentro do período de um ano contado a partir da data em que se deixava de ter afeição entre as pessoas envolvidas no delito, sendo que este prazo somente poderia ser elastecido caso a vítima fosse menor de 25 anos ou comprovasse impedimento de denunciação em período anterior.

Na sequência da obra ora resenhada, o trabalho de autoria de José Pablo Blanco Carrasco6 traz à tona uma perspectiva metodológica micro, realizando um estudo mais aproximado e qualitativo de casos selecionados. O foco centra-se na tratativa do delito por tribunais eclesiásticos, bem como a relação das personagens envolvidas no crime com a comunidade através do mercado matrimonial, a partir dos processos coletados no Arquivo Diocesano de Sigüenza e no Arquivo Diocesano de Ciudad Rodrigo.

Ambientado pelos cenários apresentados nos artigos precedentes, tanto no que tange à diacronia legislativa quanto na numeração quantitativa e na inserção da atmosfera mental apresentada, o autor verticaliza a análise no interior das práticas e compreensões do supracitado mercado apontando conclusões na seara da história social. Assim, afirma que a regra imperante nas dinâmicas estudadas era a semelhança ou igualdade entre as famílias envolvidas7 e a ocorrência de um caso de estupro era um fator demolidor da integridade da estima social da família. Ou seja, a prática era enfrentada como um delito político e, no interior dos casos trazidos à luz por Carrasco, a projeção comunitária acarretava a quebra das chances de casamento das mulheres pertencentes à mesma família. Um elemento que pode servir de meio para uma explicação à extensão da mácula era o fato de que, no âmbito das relações pré-nupciais, a ocorrência de um estupro dava ensejo ao debate acerca do consentimento não forçado de uma mulher, mesmo que houvesse violência moral.

Nesse ponto, as questões supracitadas nos trabalhos precedentes a respeito da conceitualização do delito, a partir da ocorrência do engano na experiência espanhola, adquire reproduções no social. Isso é, o engano poderia ser visto como violência moral, porém no seu interior ainda havia o consentimento da mulher estuprada na ocorrência do delito. A existência deste consentimento significava que a mulher teria o direito a utilizar livremente de sua vontade neste terreno, cedendo à sedução quando lhe aprouvesse. Em agindo uma mulher da família, desse modo, vinculavam-se a este os comportamentos das demais, gerando um amplo impacto social da ocorrência do delito nas dinâmicas comunitárias com relação à família.

Isabel Drumond Braga, autora da quinta investigação constante da obra8, traz ao estudo a contribuição acerca de Portugal moderno e salienta uma das características mais importantes acerca da justiça portuguesa do Antigo Regime: a dimensão da misericórdia, da clemência e do perdão. Para o vislumbre dessa nuance, as fontes principais da investigação são as cartas de perdão, redigidas por sujeitos condenados pelos magistrados (mas que receberam o perdão das suas vítimas) requerendo exclusão (ou comutação) da aplicação da pena e encaminhadas à apreciação régia. Com a finalidade de aporte contextual, a autora realiza análise de excertos literários e da legislação portuguesa da época sobre o delito (com menções a determinadas normas vindas do medievo) vislumbrando a tratativa formal, suas permanências e descontinuidades no tempo e no espaço.

Assim, conclui que também em Portugal moderno o estupro correspondia a um delito grave, do foro moral, cuja proteção era do pudor e a defesa era da virgindade. As diferentes tonalidades das aplicações dos procedimentos e da circulação de mentalidades, além da análise social, são ensejadas pelo estudo das cartas de perdão, considerando que possibilitam a reconstrução de vários cenários crimes de violação. Ao mesmo tempo em que trazem descrições de casos em que mulheres foram forçadas violentamente, há também alusão a seduções enganosas e falsas promessas de casamento – situações estas que podem vir a camuflar casos de violação. Processados os casos, diversas razões faziam com que, na prática, os ofensores restassem impunes: para além dos pedidos de perdão obtidos, a autora menciona a cominação de pena mais branda que a ordenada pela legislação (o que não significava a execução também dessa pena), a ausência de julgamento no caminhar processual e a própria disparidade entre o número de ocorrências e a institucionalização de denúncias e queixas. Nessa esteira, conclui que a violação era, em maior ou menor medida, efetivamente perseguida, porém o castigo não era uma prática eficaz.

Entre os pontos abordados, é possível relacionaras experiências apresentadas em diferentes espacialidades, mesmo que os trabalhos demonstrem uma diferença entre Espanha e Portugal no que tange à existência do engano. As fontes sugerem que nas ocorrências do delito nos espaços espanhóis a sedução era um requisito de certa forma mais taxativo que nas práticas portuguesas. Isso é, os elementos que o engano envolvia eram, certamente, tomados em conta no momento da decisão em sede das cartas de perdão, todavia não há a sugestão de que foram estritamente necessários no momento da condenação dos sujeitos pelo crime, situação diferente daquelas abordadas nas práticas castelhanas. Nestas experiências, o engano aparentemente adquiria vestes de instituto jurídico enquanto requisito necessário para a configuração do delito.

Enfocando os estudos na espacialidade aragonesa, na sexta investigação9 Encarna Jaque Martínez realiza um aporte geral focado nas práticas institucionais sobre a tratativa acerca do delito. A autora perpassa o estudo pelas legislações aragonesas medieval e moderna no intuito de contextualizar os casos de sua fonte principal: os processos por estupro mantidos no Arquivo Diocesano de Zaragoza e no Arquivo Histórico Provincial de Zaragoza. A análise desta documentação é realizada a partir da classificação entre estupros puros ou simples (em que há a violação de “donzela”), aqueles em que o tipo criminal se mescla com outros crimes (casos em que os argumentos jurídicos utilizados na prática dos foros contribuíam para a ausência de clarificação a respeito do estupro) e aqueles conseguidos através de palavra de casamento.

A autora expõe que aparentemente o tribunal secular apresentava maior tolerância à conduta masculina que à feminina, enquanto o tribunal eclesiástico mantinha procedimentos mais respeitosos e sensíveis à mulher, sendo mais favorável ao matrimônio. No primeiro, a responsabilização pela ocorrência do crime era majoritariamente depositada sobre a mulher e sua desonestidade, argumento básico que ensejava a exclusão de pena ao homem através da compreensão de que a negligência feminina não poderia ocasionar punição masculina. No segundo, havia atenção à frequente desigualdade social entre as partes, motivo pelo qual, segundo a autora, as sentenças findavam por ser mais abertas à possibilidade do matrimônio ou do dote.

Os apontamentos específicos acerca do ramo eclesiástico vão de encontro com os estudos de Daniel Baldellou Monclús e José Antonio Salar Auséns no sétimo capítulo10, em que enfocam especificamente os processos de tribunais eclesiásticos aragoneses. Ao longo do texto apresentam semelhanças e diferenças entre os tratamentos secular e eclesiástico, afirmando, sumariamente, que a visão eclesiástica era constituída a partir do matrimônio (por esta razão algumas vezes eram mesclados com casos de esponsais não cumpridos) enquanto que a tratativa civil mantinha maior atenção à honra e ao patrimônio (a maioria dos casos levados a estes tribunais estavam frequentemente relacionados a violações e agressões). Analisando as sentenças dos casos selecionados, os autores afirmam que a ponderação mantinha em consideração o relacionamento entre o homem e a mulher envolvidos – se havia contatos prolongados no tempo, se fora realizada uma promessa de casamento, se houve coação ou violação –, o que resultava na possibilidade de pagamento de dote compensatório. Às mulheres vitimadas, a ocorrência de um estupro era um fator de quebra de posição social, e receber a sentença eclesiástica favorável a si significava alguma recuperação no interior do tecido social. Assim, afirmam os autores, os interesses se cruzavam: de um lado o desejo de controle de uniões constituídas de modo alheio à ordem social e, de outro, o desejo de restauração da honra, após uma situação de violação e humilhação em que socialmente a culpabilização recaía sobre a mulher. Os tribunais eclesiásticos, concluem, representavam um importante recurso de resposta a estas mulheres.

A oitava investigação11, de autoria de Tomás A. Mantecón Movellán, é realizada a partir da análise de experiências e trajetórias particulares em sociedades católicas do Mediterrâneo, tendo os processos judiciais como documentação histórica principal. A classificação da investigação segue a divisão entre subcapítulos12, realizada a partir da conexão entre os casos encontrados nos procedimentos judiciais. A partir destas análises, o autor sublinha que os processos demonstram as tolerâncias sociais, institucionais e governativas, a assimetria dos gêneros nos impulsos sexuais e de poder e o impacto das diferentes culturas ao longo do espaço Mediterrâneo. Conclui, assim, com apontamentos para a seara social a partir das evidências da documentação sobre as capacidades dos sujeitos no interior de seus cenários sociais particulares, para negociação e renegociação de relações sexuais, conjugais e sociais. O estupro, sendo considerado em situações complexas, era um delito que se encontrava em amplo relacionamento com as redes de poder articuladas, e este apontamento conecta-se de modo direto com as citadas conclusões de José Pablo Blanco Carrasco acerca do mercado matrimonial na Idade Moderna. Isto é, a ocorrência do crime fazia parte de um grande manejo de situações sociais e comunitárias, englobando a noção de representar um delito político.

A última investigação constante desta obra altera o foco da Península Ibérica para a Itálica e ambienta-se na história contemporânea. Daniela Novargese, autora do artigoLa giustizia era altrettanto violenta degli stupratori. Donne e violenzasessuale in Italia, un lungo, tormentatopercorso normativo, conduz as análises a partir de casos, de manifestações culturais e de movimentos políticos ocorridos na Itália entre os anos 1965 e 1996 que detiveram ampla repercussão e que em maior ou menor medida geraram impacto na sociedade italiana a ponto de culminar nas alterações legislativas ocorridas no Código Penal Italiano em 1996. Inicia discorrendo sobre os casos de Franca Viola13, em 1965, e de Rosaria Lopez e Donatella Calosanti14, em 1975, pela atenção nacional que detiveram. Em razão do impacto provocado, assumiram contornos paradigmáticos e simbólicos no imaginário coletivo social, abriram espaços de discussão acerca do crime de estupro bem como ensejaram o início de proposições de reforma legislativa em 1977 pela deputada Angela Maria Bottari. Estas proposições, acrescidas de manifestações culturais e políticas de mulheres nas décadas de 70, 80 e 90, foram importantes para que em 1996 fossem realizadas algumas reformas no texto legislativo, incluída a alteração de título do crime de estupro: de Delitos contra a moralidade pública e o bom costume para Dos delitos contra a pessoa. Embora não completamente satisfatória, a alteração foi politicamente necessária no sentido do alcance do consenso. A inserção do crime em outro título, conclui a autora, representou muito mais do que simplesmente alteração de título no interior do código penal. Foi a alteração do próprio bem jurídico tutelado: antes era a moral, a partir de 1996 passou a ser a pessoa ofendida, fazendo com que a liberdade sexual constituísse um corolário insuprimível da pessoa individual.

O título da presente obra, El estupro: delito, mujer y sociedad en el Antiguo Régimen, por amplo, abarca bem o conteúdo da maior parte dos artigos nela coligidos à exceção da derradeira investigação por não se aproximar absolutamente às questões de Antigo Regime. No tocante ao esforço das pesquisas em abordar as temáticas relacionadas ao “delito”, “mulher” e “sociedade”, acredita-se que logrem êxito tendo em vista que todas possuem um aporte muito rico de informações e análises destes três elementos a partir de diferentes perspectivas metodológicas. O equilíbrio aparenta pender mais ou menos para o delito em razão de abordagens exclusivamente legislativas em determinadas passagens de alguns estudos, porém em nada prejudica as conclusões e as conexões com o social. A respeito dos elementos “mulher” e “sociedade” é importante mencionar que a plenitude da abordagem desenvolvida pelos pesquisadores trabalha com a categoria de gênero, tendo em vista a consideração, a todo tempo, das relações entre homens e mulheres – ensejada até mesmo em decorrência da própria definição do delito nos períodos analisados.

Por fim, cabe salientar que a obra representa valiosa produção dos investigadores envolvidos, trazendo em seu bojo importantíssimas reflexões e construções do conhecimento à história das relações de gênero; à história das mulheres; à história social; à história cultural; à história da cultura jurídica e à história do direito. Demonstram as complexidades englobadas pelo delito de estupro aos níveis social, institucional e cultural, evidenciando as profundidades das questões de gênero e proporcionando ao leitor o conhecimento de uma documentação rica, variada e relevante.

Notas

1 Doutora em História pela Universidade de Valladolid (1989), professora vinculada ao Departamento de Historia Moderna, Contemporánea, América, Periodismo, Medios de Comunicación Audiovisual y Publicidad e investigadora das linhas de pesquisa em história das universidades hispânicas, história social, história social da delinquência, história da festa pública e história da mulher (Sítio eletrônico do Instituto Universitario de Historia SIMANCAS, Universidad de Valladolid [http://www3.uva.es/simancas/Master_Europeo/profesorado/torremocha_hernandez.htm– acesso em: abril 2019]).

2 Os trabalhos da equipe desenvolvem-se oficialmente desde 2008 (Hernández Torremocha & Braga, 2015: 7) em sede de projetos de pesquisa financiados pelo Ministerio de Economía y Competitividad, em razão do apoio do Proyectos de Investigación Fundamental, vinculado ao IV Programa Nacional de Investigación Científica, Desarrollo y Innovación Tecnológica. Os projetos de investigação desenvolvidos denominam-seJusticia y Mujer. Los Tribunales Penales en la definición de una identidad de género. Castilla y Portugal (1550-1800) – em atividade entre 2008 a 2011, 2013 a 2016 –e Justicia, Sociedad y Mujer en la Edad Moderna a la Contemporaneidad: Castilla, Portugal y Italia – em atividade de 2017 a 2020. Vinculados aos quais já existem duas publicações: em 2015, As mulheres perante os Tribunais do Antigo Regime na Península Ibérica, sob coordenação de Margarita Torremocha e de Isabel Drumond Braga, e, em 2017, La mujer en la balanza de la justicia (Castilla y Portugal, siglos XVII y XVIII), sob coordenação de Margarita Torremocha e de Alberto Corada Alonso.

3 Insta salientar que seis das nove investigações possuem procedimentos judiciais enquanto documentação história principal.

4 Denomina-se Una notación histórica sobre el delito de estupro hasta la codificación penal.

5 Intitulado El estupro en el Informe jurídico de Meléndez Valdés. Una visión ilustrada de un delito contra el honor familiar (1796).

6 Intitulado “Adónde irán los secretos?” Reflexiones en torno al estupro y el mercado matrimonial en la Edad Moderna.

7 Para que isso pudesse ser auferido, eram observados a honra provada do grupo familiar (representando a honestidade da mulher que vai contrair o casamento), o peso público das famílias, medido normalmente pela participação em ofícios de república, o respeito à justiça, o pertencimento a grupos sociais de boa estima e, cada vez mais com maior peso mas não de modo conclusivo, a renda e as possessões materiais, que podem melhorar as deficiências da casa mas sem diluí-las completamente.

8 Denominada Punir a Violação, perdoar os Violadores: entre a justiça e a clemência no Portugal Moderno.

9 Denominada “Y sobre todo pido justicia”: el delito de estupro en Aragón (siglos XVI y XVII).

10 Intitulado Culpable hasta que se demuestre lo contrario: el estupro ante los tribunales eclesiásticos de Aragón en el siglo XVIII.

11 Denominada Estupro, sexualidad e identidad en sociedades católicas del Mediterráneo durante el Antiguo Régimen,

12 Quais sejam, o estupro e maus usos da promessa matrimonial, evidenciando as possibilidades de estabelecimento de algum tipo de relação entre os personagens envolvidos com ou sem um expresso pacto de ajuda mútua; o poder e a pressão social que permeiam muitos casos de estupro, sublinhando as negociações entre as partes em sede processual bem como o diálogo com as instituições judiciais, os familiares e os entornos sociais; por derradeiro, a mobilidade geográfica, os usos da sexualidade e do matrimônio como meios de empreender rupturas e novas relações em diferentes espacialidades.

13 Franca Viola foi raptada e estuprada pelo ex namorado em 1965, momento em que a existência de matrimônio excluía a possibilidade de o cônjuge ser enquadrado no crime de estupro e em que existiam muitos casos de rapto embasado em sedução, solucionado com núpcias reparadoras. Franca Viola negou os instrumentos legislativos vigentes colocados à disposição na busca de tutelar a honra feminina.

14 Rosaria Lopez e Donatella Calosanti foram sequestradas e estupradas por três homens. Rosaria Lopez perdeu a vida em decorrência da violência sofrida. Donatella Calosanti conseguiu livrar-se e acusou, com muita dificuldade, os violentadores através de um processo decorrido entre 30 de junho e 29 de julho de 1976.

Referências

PERROT, Michelle, Minha história das mulheres. São Paulo, Contexto, 2008.

PORTUGAL. Ordenações Filipinas. Livro V. 14ª ed. (Recompiladas por Candido Mendes de Almeida segundo a primeira de 1603 e a nona de Coimbra de 1821). Rio de Janeiro, Typographia do Instituto Philomathico.

SCOTT, Joan. Gênero: uma categoria útil de análise histórica. Educação e Realidade. Porto Alegre, Faculdade de Educação da UFRGS, v. 16, n. 2, jul./dez. 1990, pp.5-22.

TILLY, Louise A. Gênero, história das mulheres e história social. cadernos pagu (3), Campinas-SP, Núcleo de Estudos de Gênero-Pagu/Unicamp, 1994, pp.29-62.

TORREMOCHA HERNÁNDEZ, Margarita & ALONSO, Alberto Corada. La mujer en la balanza de la justicia (Castilla y Portugal, siglos XVII y XVIII). Valladolid, Castilla Ediciones, Colección Historia, 2017.

TORREMOCHA HERNÁNDEZ, Margarita & BRAGA, Isabel Drumond. As mulheres perante os Tribunais do Antigo Regime na Península Ibérica. Coimbra, Imprensa da Universidade de Coimbra, 2015.


Resenhista

Vanessa Caroline Massuchetto – Doutora em História do Direito pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), Curitiba, PR, Brasil.vanessa.massuchetto@gmail.com  https://orcid.org/0000-0003-0390-7890


Referências desta Resenha

HERNÁNDEZ, Margarita Torremocha; ALONSO, Alberto Corada. El estupro: delito, mujer y sociedad en el Antiguo Régimen. Valladolid: Ediciones Universidad de Valladolid, 2018. Resenha de: MASSUCHETTO, Vanessa Caroline. História, delito e relações de gênero: um panorama sobre o delito de estupro na Europa. Cadernos Pagu. Campinas, n.61, 2021. Acessar publicação original [DR]

Cadernos Pagu. Campinas, n.61, 2021.

  • Afetividades (co)extensíveis em “periferias” urbanas: (homo)sexualidades, amizades e pertencimentos ARTIGO
  • Reis, Ramon
  • Resumo: EN PT
  • Texto: PT
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  • Sed ego te narrationibus lepidis anilibusque fabulis protinus avocabo:las vetulae como transmisoras de sabiduría en la Antigua Roma ARTIGO
  • CASAMAYOR MANCISIDOR, Sara
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  • Mulheres policiais em Portugal no século XX: a profecia não realizada* ARTIGO
  • Durão, Susana
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  • “Tudo é questão de postura”: o trabalho emocional realizado por agentes socioeducativos em centros de internação do Rio de Janeiro ARTIGO
  • Vinuto, Juliana
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  • ERRATA ERRATA
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Gênese da Saúde Global: a Fundação Rockefeller no Caribe e na América Latina | Steven Palmer

PALMER Steven Compondo resenhas para educadores
Steven Palmer | Foto: University of Windsor/DailyNews

PALMER Gense da Saude Compondo resenhas para educadoresIntrodução

Em 1927, Roquette-Pinto, o antropólogo e então Diretor do Museu Nacional, dedicou um capítulo de seu livro Seixos rolados: estudos brasileiros a Carl Friedrich Philipp von Martius, o pesquisador e taxonomista alemão que, no século XIX, se debruçou sobre a região da Amazônia no Brasil e publicou, na Revista do IHGB, diversos artigos e monografias acerca da natureza, doenças e raças encontradas em suas etnografias. Roquette-Pinto destaca alguns desses títulos encontrados na Revista do Instituto entre 1828-1844, tais como “Contribuições para a Ethnographia”, “A Natureza, as Doenças, a Medicina e os Remédios dos Primitivos Habitantes do Brasil”, guias sobre história, hábitos, usos e costumes regionais, e “um programma rigorosamente scientifico para quem desejasse escrever a historia desta nacionalidade [4]”. Celebrando as contribuições e a simpatia de von Martius pelo Brasil, o antropólogo brasileiro ressalta que “Falando aos descendentes de portuguezes escravocratas do meiado do seculo XIX, [von Martius] ousou dizer aos senhores que a historia patria havia de levar em conta o esforço dos seus captivos como elemento civilizador do paiz [5]”. Leia Mais

Oliveira Lima e a longa História da Independência | André Heráclio do Rêgo, Lucia Maria Bastos P. Neves e Lucia Maria Paschoal Guimarães

Lucia Neves e Lucia Guimaraes Compondo resenhas para educadores
Lucia Maria Bastos P. Neves e Lucia Maria Paschoal Guimarães | Fotos: A Hora e CocFioCruz.br

NEVES Oliveira Lima Compondo resenhas para educadoresHá uma intrigante expressão popular na língua inglesa que sempre desafia o sujeito na direção da curiosidade e da investigação. Cito-a aqui no original: “more than meet the eye”. Ao que tudo indica, trata-se de uma expressão idiomática cuja origem histórica é difícil de rastrear, mas que nos brinda com uma imagem deveras interessante e ilustrativa: a do olhar em movimento, que se desloca na direção de algo com a intenção de “encontrar” o que não lhe parece óbvio, o que pode ainda ser revelado, elaborado, e portanto compreendido.

Cai como uma luva, no meu humilde entender, para dialogarmos nesta breve resenha, acerca da imensa contribuição intelectual e historiográfica, que podemos despreocupadamente constatar em cada página da obra Oliveira Lima e a longa história da Independência, organizada por André Heráclito do Rêgo, Lucia Maria P. Neves e Lucia Maria Paschoal Guimarães. Leia Mais

Utopias latino-americanas: políticas, sociedade e cultura | Maria Ligia Prado

A obra organizada por uma das maiores referências nos estudos de História da América Latina, a Profª Dra. Maria Ligia Prado, é a celebração de uma carreira exitosa e comprometida com a educação e a pesquisa histórica, que tem no continente americano seu objeto de investigação, afeto e também de militância.

Ainda que pareça desnecessária a apresentação de Maria Ligia Prado a muitos (as) estudiosos (as) de História das Américas, sua trajetória merece destaque, sobretudo no contexto de lançamento do livro em tela: a comemoração do seu octogésimo aniversário. Prado desenvolveu os seus estudos de graduação, mestrado e doutorado na Universidade de São Paulo (USP) e ali atuou como professora e pesquisadora por mais de quatro décadas. Sua dedicação pode ser medida pela dimensão da sua produção intelectual – foram dezenas de artigos científicos, capítulos de livros, organização e autoria de livros e obras coletivas (como essa), entre outras dezenas de produções bibliográficas e técnicas. Leia Mais

Mulheres de minha vida. Sobre o amor impaciente, a vida longa e as boas bruxas | Isabel Allende

Isabel Allende é nome consagrado na literatura. A Casa dos Espíritos (1982) é seu livro mais conhecido e os elementos ali presentes fizeram com que ela fosse colocada, juntamente a pouquíssimas escritoras – as mexicanas Elena Garro e Laura Esquivel – entre os nomes do Realismo Mágico Latino-americano. Escreveu outros 22 títulos, entre os quais Paula e Eva Luna. Juntos, são mais de 70 milhões de exemplares vendidos pelo mundo e traduzidos para 42 idiomas. Já recebeu mais de 60 prêmios literários, entre os quais o “Prêmio de Literatura do Chile” (2010), o “Prêmio Hans Christian Andersen”, na Dinamarca (2012) e a “Medalha da Liberdade”, nos Estados Unidos, a mais alta distinção civil do país. Em 2018, Allende tornou-se a primeira escritora de língua espanhola premiada com a medalha de honra do “National Book Award”, nos Estados Unidos.

Na seção de “agradecimentos” em sua obra mais recente, Mulheres de minha alma. Sobre o amor impaciente, a vida longa e as boas bruxas, a autora assumiu ter recebido de seus agentes a sugestão para escrever sobre Feminismo. Optou por se afastar do gênero que a consagrou e com o qual tem maior familiaridade, o romance, escolhendo o autobiográfico para desenvolver a narrativa. Leia Mais

Feminismo y arte latino-americano: historia de artistas que emanciparan el cuerpo | Andrea Giunta

Em 2018, a Pinacoteca de São Paulo recebeu a exposição “Mulheres radicais: arte latino-americana, 1960 a 1985”. Com curadoria de Cecilia Fajardo-Hill e Andrea Giunta, reuniu centenas de obras de artistas latino-americanas atuantes desde os anos 1960, problematizando a exclusão dessas mulheres do rol de consagração artística, a concepção de uma arte latino-americana e a própria categoria de “arte feminista” e “arte de mulheres”. Antes de chegar ao Brasil, “Mulheres Radicais” passou pelo Hammer Museum e Brooklyn Museum, reforçando a importância de se pensar a atuação das artistas latino-americanas a partir de categorias de interpretação próprias à realidade do continente. A exposição é fruto do trabalho de pesquisa, docência e crítica das duas curadoras, cujas trajetórias de pesquisa são fundamentais para a crítica de arte feminista na América Latina.

No mesmo ano de Mulheres Radicais, Andrea Giunta lançou “Feminismo y arte latino-americano: historia de artistas que emanciparan el cuerpo”, obra na qual se aprofunda em reflexões lançadas na exposição, congregadas às problemáticas abordadas pela historiadora ao longo de sua trajetória, como vanguardas, internacionalismo, gênero e política. O livro em questão dedica-se a pensar as relações entre arte, gênero e militância desde os anos 1960 na América Latina. O argumento central de Giunta reside na ideia de que o feminismo artístico e seus campos de ação adjacentes constituíram a maior transformação na economia simbólica e política das representações da arte da segunda metade do século XX. Nesse contexto, o corpo foi dispositivo fundamental de crítica e expressão de subjetividades dissidentes em relação aos lugares socialmente normalizados para as mulheres. Leia Mais

Tramas Feministas al Sur | Débora D’Antonio, Karin Grammatico e Catalina Trebisacce

Aunque organizados en torno a distintos énfasis, los ocho capítulos que componen Tramas Feministas al Sur (Madreselva, 2021) comparten la vocación de problematizar historias, memorias y debates protagonizados por comunidades generalmente marginadas o excluidas de los estudios académicos en el ámbito de las ciencias sociales y humanas. Las editoras Débora D’Antonio, Karin Grammatico y Catalina Trebisacce postulan la existencia de una “deuda académica” con sujetos, cronologías, fuentes, lenguajes y estéticas que parecen haber sido devorados por los “silencios historiográficos” que impusieron unas ciertas lógicas de organización del pasado, del presente y de las formas socialmente validadas de narrarlos.

En contrapropuesta, por las páginas de este libro discurren las experiencias históricas y memoriales de artistas homosexuales movilizados por la aparición del VIH-Sida, trabajadoras sexuales que interpelaron al feminismo abolicionista, lesbianas que luchan por una memoria política del lesbianismo y travestis que son referencias teóricas del transfeminismo. Se interesa por procesos del pasado reciente, como la relación entre sexualidad y transición democrática en Argentina, y también por movimientos y lecturas de la época actual que en los últimos años han pulsado nuevas coordenadas para los feminismos, desde los colectivos universitarios que vertebraron la insurgencia popular en Chile por una educación pública gratuita, de calidad y antisexista hasta las intervenciones textuales de carácter político, académico, literario y ensayístico que, dentro de la escena argentina, han ordenado debates acerca de prácticas y políticas de los feminismos y acerca de temas caros a sensibilidades feministas, tales como el fenómeno editorial alrededor de libros centrados en las relaciones sexoafectivas entre varones y mujeres heterosexuales. Leia Mais

Gênero, neoconservadorismo e democracia: disputas e retrocessos na América Latina | Flávia Biroli, Juan Marco Vaggione e Maria das Dores Campos Machado

Na América Latina, a década de 2010 foi marcada pela queda do que se convencionou chamar de “onda vermelha”. Fosse por meio de golpes ou eleições, essas mudanças levaram à instabilidade política e ao acentuado crescimento do conservadorismo religioso e do neoliberalismo no continente latino-americano. O resultado mais visível da chegada desse segmento das direitas ao poder vem sendo demonstrado pelo desprezo às políticas de direitos humanos e aos acordos internacionais de garantia de direitos sexuais e reprodutivos. Dessa forma, para sua autoafirmação diante de outras frações do conservadorismo, tais movimentos transformam seus adversários políticos em inimigos, agindo de modo violento contra movimentos feministas e LGBTQI.

É partindo desses pontos que a obra “Gênero, neoconservadorismo e democracia: disputas e retrocessos na América Latina”, de Flávia Biroli, Maria das Dores Campos Machado e Juan Marco Vaggione, traz as seguintes questões: qual (is) é (são) a(s) novidade(s) desses atuais ataques à agenda da igualdade de gênero e da diversidade sexual? Como esses atores conservadores, sobretudo religiosos, incidem sobre as democracias da região? Quais as consequências do uso do gênero dentro das disputas políticas? E quais são os efeitos da polarização em um contexto de erosão das democracias? Leia Mais

1519. Circulação, conquistas e conexões na Primeira Modernidade | Luiz Estevam de Oliveira Fernandes e Luis Guilherme Assis Kalil

Pensar os impactos do colonialismo em porções do mundo como a América, a África e a Ásia têm movimentado os debates acadêmicos nos últimos anos. A queima e derrubada de estátuas de personagens das conquistas, tais como Cristóvão Colombo, reiteram a necessidade de uma reescrita da história do continente americano. A formação de impérios ultramarinos, pensada a partir dos grandes feitos e heróis, tem dado lugar a um conjunto de abordagens que Matthew Restall (2008) alcunhou de uma “Nova História da Conquista”.

É nesse conjunto de abordagens que a coletânea 1519. Circulação, conquistas e conexões na Primeira Modernidade foi lançada em 2021. A obra marca as efemérides de início da conquista de México-Tenochtitlan e da expedição de Fernão de Magalhães (1480 – 1521), a qual resultou na circum-navegação da Terra. Contudo, ela nos permite conhecer para além destas “datas comemorativas”, resultando em nove capítulos ensaísticos que procuraram dar conta dos sentidos conferidos ao conceito de Modernidade. Que modernidade era essa? A colonização de outros povos seria sinônimo ou marca do ser moderno? Seria moderno navegar pelo Atlântico ou estabelecer diálogos com o Oriente? Em que medida a viagem de Colombo resultou em um mundo mais moderno? O processo de mundialização e do contato entre as quatro partes do mundo seria a pedra de toque do livro, bem como a inscrição das Américas numa ideia de Primeira Modernidade (CAÑIZARES-ESGUERRA et al, 2017). Leia Mais

La constelación tercermundista. Catolicismo y cultura política en la Argentina, 1955-1976 | Claudia Touris

Es sabido que en materia de investigación histórica jamás hay una obra definitiva. Las preguntas cambian, los archivos se modifican, las preocupaciones se transforman. Pero cada tanto aparecen libros imprescindibles. Eso no implica que la lectura deba plegarse sin matices a la interpretación propuesta. Supone más bien que su consulta se hace inevitable por la calidad, solidez y alcance logradas. He allí la naturaleza historiográfica de La constelación tercermundista publicada por la historiadora argentina Claudia Touris.

Esta reseña se distribuirá en tres segmentos. El primero sintetiza el contenido del libro. El segundo pondera su valor historiográfico. El tercero propone dos líneas de reflexión sobre cuestiones abiertas por la obra. Leia Mais

Revista do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro. Rio de Janeiro, a.182 n.486, mai./ago. 2021.

Revista do Instituto Brasileiro Compondo resenhas para educadores

RIHGB a.182 n.486, mai./ago. 2021

Carta ao Leitor

I – ARTIGOS E ENSAIOS

ARTICLES AND ESSAYS

  • A Insurreição Paraibana contra os holandeses (1645-1647): uma síntese histórica
  • The Uprising in the Captaincy of Paraiba Against the Dutch (1645-1647): a Historical Synthesis Leandro Vilar Oliveira
  • Distrito Diamantino: legislação e experiências desenvolvidas na mineração, 1734-1739
  • Diamond District: legislation and experiences developed around mining 1734-1739
  • Joelmir Cabral Moreira Arcadismo e religiosidade na Casa da Ópera de Vila Rica: o caso da encenação de São Bernardo, de Cláudio Manuel da Costa, em 1770
  • Arcadianism and Religiosity at the Vila Rica Opera House: the Staging of the drama São Bernardo by Cláudio Manuel da Costa in 1770
  • Mariana França Soutto Mayor
  • Reformas e Iluminismo no Mundo Atlântico: o caso português
  • Reforms and Enlightenment in the Atlantic World: the portuguese case
  • José Damião Rodrigues
  • Análise crítica da bibliografia memorialística sobre o ensino jurídico no período imperial (1827-1889): as “tradições e reminiscências” de Almeida Nogueira
  • Critical analysis of the memorial bibliography on Legal Education in the imperial period (1827-1889): the tradições e reminiscências by Almeida Nogueira ariel Engel Pesso
  • Os melhoramentos portuários no Atlântico oitocentista
  • Port Improvements in the Nineteenth-Century Atlantic
  • Thiago Vinícius Mantuano da Fonseca
  • Arthur Napoleão, o piano virtuoso e o tabuleiro de xadrez: um exercício de sociabilidade do Império à República
  • Arthur Napoleão, the Virtuous Piano and the Chessboard: an Exercise in Sociability from the Empire to the Republic
  • Alexandre Raicevich de Medeiros
  • A identidade dos marinheiros de Manaus pelo mundo  das histórias lidas e contadas na Primeira República
  • The identity of Manaus Sailors in the world of stories read and told in the First Brazilian Republic
  • Caio Giulliano Paião
  • Do Punjab à Serra do Mar: notas sobre as afinidades  entre o ariano de Arthur de Gobineau e o bandeirante de Paulo Prado
  • From Punjab to Serra do Mar: notes on the affinities between Arthur de Gobineau’s Ariana and Paulo Prado’s Bandeirante
  • Helga Gahyva
  • De CNT a TST: O processo institucional e normativo de criação da Justiça do Trabalho (1923-1945)
  • From the National Labor Council to the Superior Labor Court: The Institutional and Regulatory Process for the Creation of Labor Courts (1923-1945)
  • Maria Pia Guerra
  • Rafael Lamera Giesta Cabral
  • Historiadores amazônicos no Terceiro Congresso de História Nacional: o IHGB e os Institutos Históricos da Amazônia (1938)
  • Amazonian historians at the Third National History Congress: IHGB and Amazonian Historical Institutes (1938)
  • Lucilvana Ferreira Barros

II – COMUNICAÇÕES

NOTIFICATIONS

  • Repercussões da Revolução Brasileira de 1817 nos Estados Unidos e França
  • Repercussions of the Brazilian Revolution of 1817 in the United States and France
  • Vamireh Chacon

III – DOCUMENTOS

DOCUMENTS

  • Documentos sobre a Capitação (Coleção Casa dos Contos da Fundação Biblioteca Nacional)
  • Documents on Capitation Casa dos Contos Collection at the Brazilian National Library Foundation
  • Pablo Oller Mont Serrath
  • Notas sobre estudos sociais, por Carlos Miguel Delgado de Carvalho
  • Notes on Social Studies by Carlos Miguel Delgado de Carvalho
  • Thiago Rodrigues Nascimento

VI – RESENHAS

REVIEW ESSAYS

  • Gênese da Saúde Global: a Fundação Rockefeller no Caribe e na América Latina
  • Carolina Salgado
  • Ana Carolina Lacerda
  • Miguel Herman
  • Muito mais do que podem encontrar nossos olhos: novas e desafiadoras perspectivas sobre o legado de Oliveira Lima

André Sena

Benfeitores da Revista do IHGB  

Colaboradores Pareceristas

Contraponto. Terezina, v.10, n.2, 2021.

Impressos e cidades no oitocentos

Apresentação

Dossiê

Artigos livres

Historiografia e Ensino de História | Revista Territórios & Fronteiras | 2021

A produção de um conjunto de trabalhos que tome as relações entre historiografia e ensino de História como objeto de análise insere-se na tradição da produção bibliográfica acerca do ensino de História que tem envolvido, principalmente, os debates e reflexões que vêm sendo produzidos por historiadores e professores no âmbito de instituições de pesquisa e ensino, ou como partícipes de debates em torno de programas ou políticas educacionais. Ademais, envolve também um conhecimento historicamente produzido, resultante de projetos e propostas de investigações, experiências e práticas concretas. Do ponto de vista do arcabouço teórico os trabalhos sugerem a opção e adesão aos fundamentos teóricos e filosóficos da ciência da História como referenciais para reflexões, investigações e debates. Esta opção e adesão tem caracterizado, de maneira específica, a qualidade e a especificidade para um recorte diferenciado da produção no âmbito do Ensino de História. Uma das principais contribuições a este debate tem sido o princípio indicado pelo historiador Jörn Rüsen acerca da Didática da História como ciência da aprendizagem histórica, porqueela produz de modo científico (especializado) o conhecimento necessário e próprio à história, quando se necessita compreender os processos de aprendizagem e lidar com eles de modo competente. Ou, todo conhecimento acerca do que seja a aprendizagem histórica requer o conhecimento do que seja história, daquilo em que consiste a especificidade do pensamento histórico e da forma científica moderna em que se expressa. No cerne da questão está a capacidade de pensar historicamente, a ser desenvolvida nos processos de educação e formação. Leia Mais

Resenha Crítica, Aracaju & Crato, n.5, 1 ago., 2021.

Largo da Gente Sergipana2 Compondo resenhas para educadores
Largo da Gente Sergipana, 2021. Aracaju-SE | Foto: Diego Armando dos Santos

Apresentação

Nesta edição, disponibilizamos as aquisições do período 01 a 31 de julho de 2021. Na capa, destacamos resenhas de livros sobre Ensino de História e Ensino de Sociologia, coletânea sobre sertões, estudos sobre África, livros tese sobre sexo, doenças, direitos humanos, escravismo, memória e patrimônio. O número de temas, contudo, ultrapassa as duas dezenas.

Nos dossiês, os negacionismos, o de Jair Bolsonaro, inclusive, o neoliberalismo na América Latina, o uso das mídias pelos grupos religiosos, as políticas de saúde e de turismo são alguns dos temas abordados.

Neste último mês, incorporamos ao acervo mais doze revistas, como vocês podem acompanhar abaixo. Até dezembro, planejamentos agregar, aproximadamente, 50 revistas de História e trinta de educação (sobretudo as de “ensino”).

O número de sumários divulgados também aumentou (18), considerando que julho é mês típico de lançamentos.

Consultem os nossos índices de objetos de dossiê e de  objetos de resenha. Em julho, eles ganharam aproximadamente, 80 textos de apresentação e 250 resenhas.

Saúde e trabalho para todos nós!

Itamar Freitas e Jane Semeão (Editores)


Resenhas


Dossiês


Sumários


Periódicos recentemente incorporados ao acervo


Conheça a totalidade do acervo

Para adequado uso do espaço na página inicial deste blog, destacamos até  treze resenhas, três dossiês e cinco periódicos recentemente incorporados ao acervo em cada edição mensal do Resenha Crítica.

A quantidade de textos, porém, se altera à medida que incorporamos novos periódicos, retroativamente, aos nossos bancos de dados.

Para conhecer a totalidade das aquisições de resenhas, apresentações de dossiês e sumários, publicados originalmente no período 1839-2021, utilize os filtros da barra lateral.

Parte inferior do formulário

Representatividade na citação e exaustividade na busca são imperativos morais para o pesquisador acadêmico.

Escuela de Historia. Salta, v.20, n.2, 2021.

Dossier: Narrativas no eurocéntricas y su influencia en la enseñanza, investigación y producción histórica actual en los tiempos modernos y contemporáneos

Presentación

  • Presentación
  • Sergio Galiana
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Artículos

Africanizar: resistências, resiliências e sensibilidades | Revista Transversos | 2021

A Revista Transversos em sua 22a edição propõe-se em um pensamento-ação. O dossiê Africanizar: resistências, resiliências e sensibilidades. A concepção temática emerge do encontro de pesquisadoras e pesquisadores brasileiros e africanos. Ele parte dos trabalhos realizados pela linha de pesquisa África e suas diásporas do Laboratório de Estudo das Diferenças e Desigualdades Sociais (LEDDES) da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) em contato com a Universidade Eduardo Mondlane (Moçambique), a Universidade Católica de Angola (UCAN), a Universidade Federal da Bahia (UFBA), a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e o Instituto Nacional de Educação de Surdos (INES).

Africanizar como movimento é um imperativo de pensar as Áfricas para longe de cristalizações e essencializações redutoras. Africanizar surge como necessidade de ouvir as vozes do continente, as quais questionam os parâmetros fornecidos a partir do viés eurocêntrico, da branquidade, do androcentrismo, do heteronormativo, das metanarrativas nacionais homogeneizantes ou dos interesses dos dominantes, sejam eles, estrangeiros ou locais. Os conteúdos dos textos apresentados apontam para os agenciamentos e os saberes dos silenciados, dos invisibilizados e daqueles que foram colocados à margem. Leia Mais

Ascensão e queda do paraíso tropical | História – Questões e Debates | 2021

Ascencao e queda do paraiso tropical 2 Compondo resenhas para educadores
Montagem sobre o cartaz de “Ascensão & queda do paraíso tropical“.

A imagem do Brasil como “paraíso tropical” tem uma longa história, como mostram os conhecidos estudos dos prestigiados intelectuais Gilberto Freyre e Sérgio Buarque de Holanda e, posteriormente, os trabalhos de Ronaldo Vainfas, de Ronald Raminelli e de Richard Parker, entre outros.[1] Desde os inícios da colonização, apontam esses autores, os europeus perceberam os povos nativos como indolentes e preguiçosos, desrespeitando suas tradições e negando violentamente seus modos de existência. Não foi muito diferente a imagem que construíram dos negros e das negras africanos, aqui trazidos pelo tráfico negreiro para substituir o trabalho indígena, segundo a triste e nefasta imaginação cristã dos colonizadores europeus. Leia Mais

Before the Flood: The Itaipu Dam and the Visibility of Rural Brazil | Jacob Blanc

BLANC Jacob Compondo resenhas para educadores
Jacob Blanc | Foto: Everipedia

BLANC Before the flood Compondo resenhas para educadoresO livro Before the Flood: The Itaipu Dam and the Visibility of Rural Brazil é sobre a visibilidade do Brasil rural a partir da experiência de grupos sociais que habitavam na região que seria inundada pelo lago de Itaipu (Oeste do Paraná). Nesta resenha, além de apresentar o livro, pretende-se apontar duas contribuições ao campo da História. Uma para a História do Paraná e outra para a área dos Latin American Studies, especialmente um possível novo campo de estudos históricos sobre a região da Tríplice Fronteira (Argentina, Brasil e Paraguai).

Ao contrário do que a combinação do título (Before the Flood) e da imagem da capa (uma foto da usina de Itaipu) pode sugerir, o livro do historiador Jacob Blanc não é prioritariamente uma história do que há quase 50 anos era propagandeado como o “projeto do século” (Itaipu Binacional). Trata-se de uma história social centrada na narrativa de três grupos-chave (pequenos proprietários de terras, trabalhadores rurais sem a posse da terra e indígenas Avá-Guaranis) que lutaram contra o significado essencial da construção do reservatório de águas da usina: a perda do lugar onde habitavam. De acordo com o autor, cerca de 40 mil pessoas foram removidas para dar lugar ao maior lago artificial do mundo, com mais de 1300 quilômetros quadrados (p. 3; 122). Leia Mais

Os Barões do Charque e suas fortunas. Um estudo sobre as elites regionais brasileiras a partir de uma análise dos charqueadores de Pelotas (Rio Grande do Sul, século XIX) | Jonas Vargas

Jonas Vargas3 Compondo resenhas para educadores
Jonas Vargas | Imagem: Fronteiras do Tempo

VARGAS Os baroes Compondo resenhas para educadores“As principais famílias charqueadoras do período escravista foram capazes de criar um mundo próprio e fizeram da cidade de Pelotas o seu palco particular. Neste cenário, o acesso às artes, à educação superior e à liderança política coube a elas e a algumas outras famílias da elite local” (Vargas, 2016, p.317) O cantor e compositor Vitor Ramil, certa feita, disse ter “convicção que o Rio Grande do Sul não estava à margem do centro do Brasil, mas sim no centro de uma outra história”. Ramil, que é pelotense, certamente formulou essa opinião tendo como inspiração a sua amada cidade natal, que a retrata de modo idealista, ou realista, como Satolep. Pois essa Pelotas centro de uma outra história é a encontrada no profundo trabalho escrito pelo historiador e professor do curso de História da UFPel, Jonas Vargas.

O livro “Os Barões do Charque e suas fortunas. Um estudo sobre as elites regionais brasileiras a partir de uma análise dos charqueadores de Pelotas (Rio Grande do Sul, século XIX)”, é uma adaptação da sua tese de doutoramento em História, defendida na Universidade Federal do Rio de Janeiro, em 2013. Nesta obra, Vargas faz um exaustivo estudo sobre a elite pelotense, e demonstra que Ramil está correto em sua reflexão estética: Pelotas é o centro de uma outra história. Leia Mais

As marcas da pantera: percursos de uma historiadora | Margareth Rago

RAGO Margareth Compondo resenhas para educadores
Margareth Rago | Imagem: Instituto CPFL

RAGO As marcas da pantera Compondo resenhas para educadoresAqueles e aquelas que se encontram no campo da história das mulheres e da filosofia da diferença, há muito esperavam por um livro que concentrasse a produção intelectual de Margareth Rago, uma das historiadoras feministas brasileiras mais expressivas na contemporaneidade. Finalmente sua imensa obra foi compilada no livro As Marcas da Pantera: percursos de uma historiadora (2021), uma coletânea de artigos publicados pela autora entre os anos de 1993 e 2020, que tratam sobre diferentes temáticas: teoria da história, gênero, feminismos, anarquismo, sexualidade, subjetividade, arte feminista, neoliberalismo, dentre outras.

Graduada em História pela Universidade de São Paulo, onde também cursou a graduação em Filosofia, Rago é professora titular colaboradora do Departamento de História do IFCH da Universidade Estadual de Campinas, tendo sido professora-visitante do Connecticut College e da Columbia University, nos Estados Unidos. Publicou livros que trouxeram uma importante contribuição para inúmeros campos de estudos, dentre os quais podemos citar Do Cabaré ao Lar. A utopia da sociedade disciplinar (1985, 2014); Os Prazeres da Noite. Prostituição e códigos da sexualidade feminina em São Paulo, 1890–1930 (1991, 2008); Entre a História e a Liberdade: Luce Fabbri e o anarquismo contemporâneo (2001); e A aventura de contarse: feminismos, escrita de si e invenções da subjetividade (2013). Leia Mais

História – Questões & Debates. Curitiba, v.69, n.2, jul./dez. 2021.

Historia Questoes e Debates3 Compondo resenhas para educadores

Apresentação do dossiê Ascensão e queda do paraíso tropical

  • Margareth Rago, Mauricio Pelegrini | PDF

DOSSIÊ: ASCENSÃO E QUEDA DO PARAÍSO TROPICAL

ARTIGOS

RESENHAS

Revista de História Comparada. Rio de Janeiro, v.15, n.2, 2021.

Artigos

Resenha

Artigos

Revista de Economia Política e História Econômica. São Paulo, n.46, ago. 2021.

Economia Politica e Historia Economica Compondo resenhas para educadores

REPHE 46agosto de 2021

Artigos

  • Evolução Institucional e Dimensão Cognitiva em Thorstein Veblen e Douglass North
  • Carolina Miranda Cavalcante
  • Os Economistas Clássicos e a Tendência à Queda da Taxa de Lucro
  • Thiago Cesar Ribeiro
  • Pedro Henrique Feliciano Dias Sampaio
  • O Imperialismo como Expressão Política do Processo de Acumulação de Capital
  • Glaudionor Gomes Barbosa
  • Irã e a (re)islamização da economia: um processo histórico complexo e a questão do Brasil
  • Andréia Lopes Beppu
  • Hjalmar Schacht: o banqueiro, o servidor público e o diplomata na Alemanha do entre-guerras
  • Daniel Santos Kosinski
  • O papel do Estado Brasileiro na internacionalização das empresas nacionais: atuação do BNDES durante o Governo Lula (2003 – 2010)
  • Arthur Pinheiro de Azevedo Banzatto
  • Tributação e Pobreza, uma análise dos impactos de uma reforma tributária “PEC 45/2019”, sob a lente de Thomas Piketty
  • Francisco Carlos Cobaito
  • Os povos indígenas nos censos demográficos oficiais do Brasil
  • José Reinaldo Barros Ribeiro Júnior
  • Patrícia de Oliveira Borges e Souza
  • A financeirização do coronavírus
  • Damasio Duval Rodrigues Neto
  • A economia mundial e o suicídio: do empobrecimento social à elevação das taxas de suicídio em momentos de crise econômica
  • Segislane Moésia Pereira da Silva
  • Marlene Helena de Oliveira França
  • Um cenário possível no pós pandemia
  • John Kennedy Ferreira

RESENHA

  • PIKETTY, Thomas. Capital e Ideologia. Rio de Janeiro: Intrínseca, 2020.

Rural e Urbano | UFPE | 2016

RURAL E URBANO1 Compondo resenhas para educadores

A Revista Rural-Urbano (2016-) é um periódico semestral vinculado ao Programa de Pós-graduação em História da Universidade Federal Rural de Pernambuco e gerida pelos grupos de pesquisas “Produção do Espaço, Metropolização e Relação Rural-Urbano” da Universidade Federal Rural de Pernambuco (GPRU/UFRPE) e “Sociedade & Natureza” da Universidade Federal de Pernambuco (Nexus/UFPE). Seu objetivo é constituir-se enquanto canal de veiculação científica da rede de pesquisadores sobre as relações rural-urbano, bem como congregar artigos, ensaios e resenhas científicas a partir da História e da Geografia, que versem sobre processos passados e atualmente existentes no espaço rural e no urbano. A revista também objetiva congregar trabalhos das áreas de História, Geografia, Sociologia, Economia, Arquitetura e Urbanismo, Planejamento Urbano e Regional, Serviço Social e Educação.

Periodicidade Semestral

Acesso livre

ISSN 2525-6092

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Crítica Histórica. Maceió, v.12, n. 23, 2021.

Escravidão e Pós-Abolição no Brasil

Editorial

Apresentação

Resenha

Publicado: 31/07/2021

Boletim do Tempo Presente. Recife, v.10, n.07, 2021 / v.10, n.01, 2021.

Boletim do Tempo Presente. Recife, v.10, n.07, 2021.

Boletim do Tempo Presente. Recife, v.10, n.06, 2021.

Publicado: 2021-06-30

Boletim do Tempo Presente. Recife, v.10, n.05, 2021.

Publicado: 2021-05-31

Boletim do Tempo Presente. Recife, v.10, n.04, 2021.

Publicado: 2021-04-30

Boletim do Tempo Presente. Recife, v.10, n.03, 2021.

Publicado: 2021-04-07

Boletim do Tempo Presente. Recife, v.10, n.02, 2021.

Publicado: 2021-02-24

Boletim do Tempo Presente. Recife, v.10, n.01, 2021.

Publicado: 2021-01-31

Deutsche Kolonialgeschichte(n). Der Genozid in Namibia und die Geschichtsschreibung der DDR und BRD | Christiane Bürger

BURGER Christiane Compondo resenhas para educadores
Christiane Bürger | Foto: LISA Science Portal

BURGER C Deutsche Kolonial Compondo resenhas para educadoresO livro de Christiane Bürger é baseado em sua tese defendida em 2016. Formada em filosofia, história e história da arte pelas Universidades de Heidelberg e Viena, Bürger é responsável desde 2016 pela Fundação Haus der Geschichte em Berlim. A recepção da presente obra na esfera pública alemã foi expressiva a ponto de a autora ser convidada a trabalhar na exposição Deutscher Kolonialismus no Deutsches Historisches Museum de outubro de 2016 a maio de 2017. As narrativas sobre o Genocídio Colonial e a associação do conceito de genocídio à Namíbia Colonial são historicizadas na obra. Leia Mais

Filosofias da História | Revista de Teoria da História | 2021

Zoltan Simon 2 Compondo resenhas para educadores
Zoltán Boldizsár Simon | Foto: IAS/UCL

A crescente especialização da história-disciplina, somada às catástrofes ocorridas ao longo do século XX são dois fatores para a recusa, largamente estabelecida na academia, da categoria filosofia da história – muitas vezes reduzida às versões “clássicas” ou “substantivas” que, conforme o célebre esquema proposto por Arthur Danto, procuravam determinar um sentido ou lógica total ao curso dos eventos históricos, tal como podemos ver em clássicos como Kant, Hegel ou Marx. Essa tendência foi reforçada pela ideia, primeiramente introduzida por William Henry Walsh, segundo a qual caberia ao historiador tratar apenas de problemas epistemológicos sobre como é possível conhecer os acontecimentos históricos, em detrimento de outras questões filosófico-teóricas a respeito da história. Em um contexto mais contemporâneo, Aviezer Tucker replicou a dicotomia entre filosofia substantiva e filosofia crítica da história com os conceitos de “filosofia da história” e “filosofia da historiografia”, respectivamente. Se essa configuração do saber permitiu grandes avanços no que diz respeito ao debate epistemológico sobre a historiografia, ela também contribuiu para um relativo isolamento da reflexão histórico-filosófica frente a outras ordens do discurso historiográfico. Leia Mais

Revista de Teoria da História. Goiânia, v. 24 n. 1, 2021.

Dossiê Filosofias da história

Revista de Teoria da História |  PDF

ARTIGOS DE DOSSIÊ

ARTIGOS LIVRES

ENSAIO

TRADUÇÃO

ENTREVISTA

RESENHA

 

EaD em Foco. Rio de Janeiro, v.10, n.3, 2020.

Edição Especial – EaD em tempos de pandemia e pós-pandemia

Neste número especial, vamos registrar, relatar e divulgar, em formato acadêmico, o impacto das experiências educacionais neste momento único da sociedade moderna. Os temas das contribuições são amplos, sempre relacionados ao eixo central das contribuições da EaD em tempos de pandemia.

Artigos Originais

Estudos de Caso

  • Publicado: 2020-07-30

Contextos – Estudos de Humanidades y Ciencias Sociales. Santiago, n.48, jan./jun.2021.

Contextos Estudos de Humanidades Compondo resenhas para educadores

Artículos

Reseñas

Publicado: 2021-07-30

Donald Trump Barack Obama y George Bush. Ideología y estrategia política | María Luisa Soriano González

Georg Busch Compondo resenhas para educadores
George Busch  (acima) e María Luisa Soriano González (abaixo)| Fotos: Pernambuco Notícias e Editorial Tirant

GONZALEZ Donald Trump Compondo resenhas para educadores Esta investigación de la profesora María Luisa Soriano González [1] está en consonancia con las metodologías comparativas dominantes de la actualidad. Toda la estructura está concebida para contraponer la estrategia política y la gestión final de las tres últimas administraciones estadounidenses. Podría decirse que uno de los objetivos fundamentales de la investigación, después de evaluar las prioridades temáticas y las hipótesis primarias, es establecer un marco sintético para enumerar las principales conclusiones multidisciplinares existentes sobre la gestión de George Bush (cuadragésimo tercer presidente), Barack Obama (cuadragésimo cuarto presidente) y Donald Trump (cuadragésimo quinto presidente). En unos apartados se trata de arrojar luz sobre las grandes diferencias generales, mientras que, por otra parte, en otros espacios se intenta analizar los vínculos de agenda y las continuidades en la praxis. Leia Mais

Educação a Distância e Práticas Educativas Comunicacionais e Interculturais. São Cristóvão, v.21, n.2, 2021.

Expediente

Editorial

Artigos Gerais

Publicado: 2021-07-30

Revueltas. Revista Chilena de Historia Social Popular. Santiago, n.4, 2021.

Presentación

Artículos

Reflexiones

Reseñas

Publicado: 2021-07-30

A Revista História Hoje e os 60 anos da Anpuh | História Hoje | 2021

Historia Hoje Em memoria Compondo resenhas para educadores

Quando Renilson Rosa Ribeiro, editor da Revista História Hoje, da Associação Nacional de História (Anpuh-BR), nos contactou no final de dezembro de 2020 com o convite para que organizássemos este dossiê que hoje apresentamos ao público leitor, lembramos do poema em forma de música que Djavan canta lindamente e do qual retiramos a primeira frase que intitula esta apresentação.

Ela pode parecer, à primeira vista, pessimista, mas não tinha esse único significado para nós. Sem sombra de dúvidas, como todos os cidadãos brasileiros estamos esgotados. Vivemos uma crise sanitária sem precedentes em nosso país, uma crise institucional, somada a crises econômica e política. Mas ela traduzia para nós, também, o desafio de responder ao convite que nos instiga a estudar a resistência de uma categoria de trabalhadores – os docentes – e de campo de pesquisa – o ensino de História. Leia Mais

Diretório dos Índios: políticas indígenas e indigenistas na América portuguesa | SÆCULUM – Revista de História | 2021

Diretorio dos Indios Compondo resenhas para educadores

O protagonismo dos povos indígenas no Brasil demorou a entrar na agenda da historiografia acerca da América Portuguesa, especialmente como indivíduos ou coletividades capazes de práticas políticas que poderiam decidir os seus destinos nos processos pós-contatos e diante da legislação indigenista. Incontáveis páginas foram escritas sobre o regime colonial nos trópicos sem que as suas agencias fossem mencionadas e até mesmo prevaleceram negações implícitas e explícitas sobre sua capacidade de ação, em estudos que tratam da política e da administração colonial portuguesa. As razões que procuram justificar operações historiográficas desse gênero têm sido de diferentes ordens. As mais frequentes são a alegação sobre a falta de fontes para inseri-los na historiografia, seu rápido e precoce “desaparecimento” das regiões conquistadas e colonizadas e a crença na desolação e na anomia dos indígenas, supostamente “incapacitados” de protagonismo histórico-social depois que foram conquistados e colonizados.

Não obstante, pesquisas históricas e antropológicas têm revisado esses argumentos. A publicação de guias e catálogos de fontes para a história indígena, como os organizados por John Monteiro na década de 1990 ou mais recentemente o dirigido por Juciene Ricarte Cardoso (2016), demostram que não é por falta de fontes que se explicará a ausência e/ou marginalização dos povos originários na tessitura da história colonial. Afinal, existem registros históricos importantes sobre as legislações indigenistas coloniais e muito material acerca das dinâmicas, contradições, práticas e vivências interétnicas na América Portuguesa [1]. Leia Mais