Anuário Colombiano de História Social y de la Cultura. Bogotá, v. 48, n.2, 2021.

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Reseñas

Publicado: 2021-06-11

A bailarina da morte: a gripe espanhola no Brasil | Lilia M. Schwarcz e Heloísa M. Starling

A pandemia de gripe espanhola foi um dos fenômenos mais devastadores que a humanidade já vivenciou. A doença irrompeu no hemisfério norte na primavera de 1918 e em menos de seis meses, matou milhões de pessoas em todo o mundo. Fenômeno global, a pandemia teve maior alcance e ceifou mais vidas do que a peste bubônica, que assolou grande parte da Ásia e da Europa em meados do século XIV. Apesar da abrangência e da destrutividade da pandemia de gripe de 1918-1919, durante muitos anos ela foi silenciada não só pelos que sobreviveram à catástrofe, mas também pelos historiadores, mais inclinados a investigar questões relativas à economia, à política e às guerras. Não à toa, o historiador norte-americano Alfred Crosby a denominou de “a pandemia esquecida”.

Contudo, nas últimas décadas do século XX, período marcado por sucessos da medicina, como a erradicação da varíola, e de derrotas imprimidas pela reemergência de doenças tidas como erradicadas e surgimento de novas, como a Aids, o olhar dos historiadores se voltou para a história da saúde e das doenças. Nesse contexto, estudos sobre epidemias e pandemias se multiplicaram em vários países e o Brasil tem seguido essa tendência com uma produção crescente de estudos sobre epidemias e pandemias do passado, realizados, sobretudo, nos programas de pós-graduação. Dentre as epidemias e pandemias estudadas, figura a de gripe espanhola (1918-1919), que vem sendo mapeada em várias partes do mundo, incluindo-se o Brasil. Leia Mais

O feroz mosquito africano no Brasil: o Anopheles gambiae entre o silêncio e a sua erradicação (1930-1940) | Gabriel Lopes

Já vai longe o tempo da história dos grandes homens, dos manuais escolares ilustrados com figuras varonis. Nas últimas décadas, o público leitor se acostumou com histórias da vida privada, do cotidiano, das mulheres e de outros atores ou mesmo protagonistas que até então eram vistos como subalternos ou meros coadjuvantes de uma história por demais eurocêntrica. Em 1961, Jean-Paul Sartre anteviu a emergência de novos atores na contemporaneidade ao prefaciar o livro Os condenados da terra, de Frantz Fanon. O filósofo percebeu que os indivíduos do “terceiro mundo” seriam os novos protagonistas de uma história pós-colonial. Alguns anos depois, Emmanuel Le Roy ­Ladurie propôs uma história assaz diferente. Ao estudar as oscilações climáticas na longa duração, o historiador contribuiu para relativizar o papel do ser humano e do seu lugar no palco da história.1 Na década seguinte, o balbuciar de uma história ambiental favoreceu novas perspectivas, menos dualistas e mais ecológicas, com ênfase nas complexas interações entre os seres vivos e suas correlações em diferentes ecossistemas (PÁDUA, 2010). Leia Mais

Pandemia cristofascista | Fábio Py

O pesquisador Fábio Py lançou, em junho de 2020Pandemia cristofascista, publicação em formato e-book, pela editora Recriar. A obra é o quarto volume da série “Contágios infernais”, organizada por Fellipe dos Anjos e João Luiz Moura. O autor da obra em questão é doutor em teologia pela PUC-Rio e professor do Programa de Pós-Graduação em Políticas Sociais da Universidade Estadual do Norte Fluminense (UENF). O texto de Fábio Py chama a atenção logo no título, que é justificado pelo próprio autor:

São reflexões que versam sobre o contexto e vivência da pandemia desde os primeiros casos do novo coronavírus, no território. No título, há o termo ‘cristofascista’ porque essa é a forma de governo que está gerindo o contexto da pandemia. ‘Cristofascista’ porque instrumentaliza seu mandato pelo fundamentalismo evangélico conservador (PY, 2020, p. 9). Leia Mais

A metamorfose do mundo: novos conceitos para uma nova realidade | Ulrich Beck

O diálogo com sociólogos como Jürgen Habermas e Pierre Bourdieu ampliaram os horizontes da História e levaram a produções fundamentais dentro da historiografia. Contudo, parece que o trabalho de Ulrich Beck ainda não foi devidamente apreciado pelos historiadores. A metamorfose do mundo: novos conceitos para uma nova realidade pode ser uma oportunidade interessante para se aproximar de sua teoria social, além disso, é um diagnóstico histórico ambicioso sobre as transformações do mundo contemporâneo.

Ulrich Beck foi professor de sociologia na Universidade de Munique, na London School of Economic’s and Political Science e doutor honoris causa por diversas universidades europeias. As preocupações e questões desenvolvidas no conjunto de sua obra o colocam ao lado dos grandes intérpretes da modernidade, como o próprio Jürgen Habermas, Michel Foucault e Zygmunt Bauman. Beck tornou-se conhecido após a publicação de Risikogesellshaft (1986), traduzido para o português com o título Sociedade de risco: rumo a uma outra modernidade (BECK, 2011). Esse livro foi publicado no mesmo ano em que ocorreu o acidente nuclear de Chernobyl, as incertezas e o sentimento de falta de controle em relação ao uso da energia nuclear apresentavam uma impressionante coincidência com as análises desenvolvidas por Beck. Leia Mais

História & Luta de Classes. [?], v.17, n.32, set. 2021.

História e Gênero

Apresentação

Pandemias e epidemias em perspectiva histórica | Topoi | 2021

Em Memórias Póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis, o narrador registra sua perplexidade e sofrimento contido pela morte de sua pretendente. Esta, entre muitas mortes, fora causada pela chegada e instalação da febre amarela na cidade do Rio de Janeiro, capital do Império, na segunda metade do século XIX:

[…] doeu-me um pouco a cegueira da epidemia que, matando à direita e à esquerda, levou também uma jovem dama que tinha de ser minha mulher; não cheguei a entender a necessidade da epidemia, menos ainda daquela morte. Creio até que esta me pareceu ainda mais absurda que todas as outras mortes (ASSIS, 1881, cap. 126 – Desconsolação, p.327-328.).

Há inúmeras passagens na literatura brasileira sobre epidemias, especialmente a febre amarela, a varíola, a gripe espanhola e, mais recentemente HIV-Aids, seja como pano de fundo e contexto, seja quase como um personagem. De Machado de Assis a Caio Fernando de Abreu, passando por João do Rio, Erico Verissimo e Pedro Nava, entre muitos outros, epidemias e pandemias estão presentes nas várias expressões da cultura brasileira e latino-americana. Resultam de experiências que, ao mesmo tempo, são individuais e coletivas, subjetivas e realistas, singulares e universais que têm sido crescentemente escrutinadas por historiadores e historiadoras, especialmente diante da mesma perplexidade produzida pela pandemia de COVID-19. Leia Mais

Revisitações à obra de Rosa Virgínia Mattos e Silva | LaborHistórico | 2021

O nome de Rosa Virgínia Mattos e Silva (1940-2012) e a área da Linguística Histórica confundem-se no Brasil, sendo praticamente impossível fazer remissão a uma desconsiderando a outra. Quando quase ninguém mais no país estudava de modo sistemático a história da língua portuguesa e o seu período arcaico (séculos XIII a XVI), impulsionada pelo seu grande mestre, o Prof. Nelson Rossi, despontava já nos anos 60 essa linguista baiana na tessitura de laços entre o labor filológico e a análise linguística historicocêntrica, colaborando na edição do Livro das Aves (séc. XIV)1.

Durante uma carreira de mais de 40 anos, lançou-se, sem pausa, a uma perscrutação da língua portuguesa em seus primórdios, projetando-se como a estudiosa, por antonomásia, das sincronias mediévicas do português. Primeira linguista a obter o título de Pioneira da Ciência no Brasil, pelo CNPq (em 2015)2 -autora de diversos livros, capítulos de livros e artigos; orientadora de dezenas de teses de doutorado, dissertações de mestrado e projetos de iniciação científica3 – foi e continua sendo uma referência obrigatória para os que se debruçam sobre a Linguística Histórica e sobre o fluxo temporal constitutivo do português, por ser ela, nas palavras de Carlos Faraco (2021)4 , uma figura especial, um verdadeiro “[…] elo entre a tradição filológica e as tendências correntes na linguística contemporânea.” (FARACO, 2021, p. 8) 5. Não é por acaso que a sobredita pesquisadora é considerada como um dos principais agentes envolvidos no processo de ressurgimento da fênix — a Linguística Histórica — no domínio da língua portuguesa (CASTILHO, 2012 6; FARACO, 2018 7, 20098 ). Daí a afirmação de Castilho (2012)9 de que celebrar tal linguista é, em outras palavras, celebrar a Linguística Histórica no Brasil. Leia Mais

Antrope. Tomar, n.13, set. 2021.

Artigos

Editorial

  • Ana Pinto da Cruz
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  • PONTAS BIFACIAIS DO PAMPA SUL-RIOGRANDENSE: UMA PROPOSTA DE ANÁLISE TECNOLÓGICA PARA MATERIAIS FORA DE CONTEXTO OU EM CONTEXTO PERTURBADO
  • Átila Perillo Filho
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  • SALVAMENTO ARQUEOLÓGICO NA ÁREA DE INFLUÊNCIA DA PCH BEDIM, PARANÁ: APRESENTAÇÃO DA INDÚSTRIA LÍTICA DO SÍTIO BARRO MOLE
  • Jardel Stenio de Araújo Barbosa, Marcos Vinicius Oliveira dos Santos, Paula Rocha Marino de Araújo e Jaisson Teixeira Lino
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  • CULTURA MATERIAL DO SÍTIO ARQUEOLÓGICO SC-ARA-001 ZULEMAR MARIA DE SOUZA EM BALNEÁRIO RINCÃO – SANTA CATARINA (BRASIL)
  • Valmir Manoel Mendes Junior e Willian Carboni Viana
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  • PAISAGEM CULTURAL MARÍTIMA, ORGANIZAÇÃO SOCIAL E ARQUEOLOGIA NOS CONCHEIROS NO SENEGÂMBIA
  • Alioune Dème, Moustapha Sall e Maguèye Thioub
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  • PRESUMÍVEIS MILIÁRIOS DO ITINERÁRIO ROMANO PESO DA RÉGUA – MOIMENTA (ARABRIGA?) – MARIALVA (CIVITAS ARAVORVM)
  • José d’Encarnação e José Carlos Santos
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  • INTERVENÇÃO ARQUEOLÓGICA NO ANTIGO HOSPITAL DE NOSSA SENHORA DA ANUNCIADA, EM SETÚBAL: A PLANTA QUINHENTISTA
  • Carlos Fernando Russo dos Santos, Raquel Florindo e José Luís Neto
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  • ACOMPANHAMENTO ARQUEOLÓGICO NO FÓRUM LUÍSA TODI SUBSÍDIO PARA OS ESTUDOS ARQUEOLÓGICOS NA CIDADE DE SETÚBAL
  • José Luís Neto e Maria João Cândido
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  • TALES FROM THE GRAVE – TWO XVIITH CENTURY TOMBSTONES OF DUTCH MERCHANTS FROM THE UNITED EAST INDIA’S COMPANY (VOC) – A REDISCOVERY IN NAGULAWANCHA (NAGELWANZEE), INDIA
  • Marco Valente e Sachin Kr. Tiwary
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  • UMA CARAVELA EM DUAS MADEIRAS – O NAVIO DO VARADOURO DO RIO CÁVADO, ESPOSENDE (NORTE DE PORTUGAL)
  • Ivone Magalhães
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  • O NAUFRÁGIO DO NAVIO-VAPOR CHILDWALL HALL, 1878
  • Nuno Miguel Marçal Duque Ribeiro
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  • ARQUEOMETRÍA DE CERÁMICA ARQUEOLÓGICA Y TRADICIONAL DE GRAN CANARIA. COMPARACIÓN CON ANÁLISIS DE CERÁMICAS DE FUERTEVENTURA, LANZAROTE Y LA PALMA Y CON OTROS PUBLICADOS DE GRAN CANARIA
  • Óscar Lantes-Suárez e Jose Manuel Vázquez Varela
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  • ARQUEOLOGIA E SIMULAÇÃO: CONTRIBUTO PARA UM DEBATE SOBRE A REALIDADE
  • Pedro da Silva
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  • POR ENTRE PEDRAS E CACOS: À DESCOBERTA DA ARQUEOLOGIA EM AVIS
  • Ana Cristina Ribeiro
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  • UMA CONSTELAÇÃO DE IMAGENS: DO FRAGMENTO AO ATLAS
  • Manuel Horta
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Crítica Historiográfica. Natal, v.1, n.1, set./out. 2021.

Antiguidade Oriental no Brasil pesquisas e perspectivas/Mythos – Revista de História Antiga e Medieval/2021

Assim como a universidade em solo pátrio, nascida somente nas primeiras décadas do século XX, a História enquanto disciplina é algo relativamente recente, bem como a História Antiga também o é. Provavelmente os primórdios dessa última no país remontam a 1934, quando a disciplina História da Civilização Antiga e Medieval existia no curso unificado de Geografia e História em funcionamento na Universidade de São Paulo (USP) (CAPELATO, GLEZER, FERLINI, 1994). Anos mais tarde, na década de 1950, o docente Eurípedes Simões de Paula fundava a cátedra de História Antiga na referida universidade. O docente em tela, inclusive, também é requerido como o precursor da área de História Medieval no Brasil (MACEDO, 2012). Leia Mais

Histórias, direitos e artes na América Latina plural/História Revista/2021

O Dossiê Histórias, direitos e artes na América Latina plural propõe denunciar e discutir, sob diversas perspectivas, a estrutura colonial e seus instrumentos de dominação, notadamente na América Latina. Visa a mostrar contextos e processos decoloniais, e sujeitos insurgentes que protagonizam tais processos nas artes e na história, construindo os direitos dos povos. Leia Mais

Crítica Historiográfica | UFRN/UFS | 2021

Critica Historiografica Crítica Historiográfica

Crítica Historiográfica (Natal/Aracaju, 2021-) Publica resenhas de livros e de dossiês de artigos de revistas especializadas, resultantes da reflexão, investigação, comunicação e/ou consumo da escrita da História.

A revista cumpre o objetivo de fomentar a cultura da avaliação da escrita da História, com foco no diálogo entre autores(as) de resenhas e autores(as) e leitores(as) de obras de História. Assim, abre espaço não apenas para a resenha, mas aceita também as réplicas dos autores e eventuais comentários dos leitores da obra resenhada e da resenha.

A revista também se engaja na valorização do gênero textual resenha como instrumento de comunicação científica, reivindicando, inclusive, a sua inclusão como produto intelectual na Plataforma Lattes e no Sistema de Coletas Capes.

Crítica Historiográfica aceita e publica em média sete trabalhos por volume bimestral, produzidos por pesquisadores(as) de todos os níveis de formação, com espaço distribuído na seguinte proporção: doutores (a partir de 50%), doutorando(a)s, mestre(a)s, mestrando(a)s/especialistas/graduado(a)s graduandos (até 50%).

Trata-se de empreendimento criado e mantida por um consórcio de grupos de pesquisa radicados em instituições públicas de ensino superior: a Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) e a Universidade Federal de Sergipe (UFS).

Periodicidade bimensal

ISSN SSN 2764-2666

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Revista do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro. Rio de Janeiro, v. 182 n. 487 set./dez. 2021.

Revista IHGB – Número 487

Carta ao Leitor

I – ARTIGOS E ENSAIOS

  • ARTICLES AND ESSAYS
  • A Pena de Morte e o Livro V: Ações criminosas, formas de condenação, penas adicionais e distinção social nas Ordenações Manuelinas e Filipinas
  • The Death Penalty and Book V: Criminal actions, forms of condemnation, additional penalties and social distinction in Manueline and Philippines Ordinations
  • Recursos Ultramarinos: Apelações e Agravos cíveis da América Portuguesa à Casa da Suplicação de Lisboa (1754-1822)
  • Appealls from Overseas: Civil Appeals and Grievances from Portuguese America to the Casa da Suplicação in Lisbon (1754-1822)
  • Entre o malho e a bigorna: o Tratado de Comércio e Navegação de 1810 e os interesses mercantis luso-brasileiros
  • Between the Hammer and the Anvil: the Trade and Navigation Treaty of 1810 and the Luso-Brazilian Commercial Interests
  • William Swainson: um naturalista britânico no Brasil (1817-1818)
  • William Swainson: A British Naturalist in Brazil (1817-1818)
  • A questão do fim do tráfico de escravos em Portugal: aportes da teoria da mudança institucional gradual
  • The Issue of the End of the Slave Trade in Portugal: Contributions from the Theory of Gradual Institutional Change
  • O common law e o Direito Brasileiro: um olhar crítico sobre o Decreto 848/1890 e a esquecida decisão de 1902 do Supremo Tribunal Federal
  • Common Law and the Brazilian Criminal Procedure: a Critical Look at Decree no. 848/1890 and the Forgotten 1902 Supreme Court’s Decision
  • A regulação nacional do trabalho no Código de Menores. Legislação, dissenso e reações sociais (1925-1930)
  • The National Regulation of Labor in the Children´s Code. Legislation, Dissent and Social Reactions (1925-1930)
  • A guerra secreta de Vargas: O serviço secreto brasileiro e a Segunda Guerra Mundial
  • Vargas’ secret war: Tthe brazilian secret service and the World Second War

II – COMUNICAÇÕES

  • NOTIFICATIONS
  • António Manuel Hespanha: o historiador como antropólogo e o direito como uma forma de vida
  • António Manuel Hespanha: the Historian as Anthropologist and Law as a Way of Life
  • Oscar Dias Correa e o Instituto Histórico
  • Oscar Dias Correa and the Historical Institute

III – DOCUMENTOS

  • DOCUMENTS
  • “O ensino religioso em face do livre pensamento”, do jovem Sérgio Buarque de Holanda
  • “Religious teaching in the face of free thought,” by the young Sérgio Buarque de Holanda
  • Informação das Terras do Camamu no ano de 1586. Manuscrito sobre a Sesmaria dos jesuítas
  • Information of the Lands of Camamu in the Year 1586. Manuscript on the Jesuit Sesmaria

VI – RESENHAS

  • REVIEW ESSAYS
  • Um subúrbio carioca em plena Zona Sul
  • Benfeitores da Revista do IHGB
  • Colaboradores Pareceristas
  • Normas de publicação
  • Guide for the authors

Leão, o Africano. A África e o Renascimento vistos por um árabe | Murilo Sebe Bom Meihy

Com um título que nos remete ao celebrado trabalho do escritor Amin Maalouf (As cruzadas vistas pelos árabes, 1988, ed. Brasiliense), segundo o autor, esta obra traz como uma das propostas analisar o ambiente cultural do Mediterrâneo do princípio da era moderna, ainda que aborde situações aproximadas em períodos anteriores. Neste cenário Meihy se debruça na surpreendente jornada de uma figura singular em suas diversas vidas que incluem eventos comuns às populações do entorno: o exílio, a experiência de viagens como modo de vida, a privação de liberdade, a escravização, a conversão forçada ao cristianismo, a trajetória de erudito, professor de árabe, tradutor, e, sobretudo, a atividade de escrita em meio a uma incessante circulação cultural, acompanhada inevitavelmente pelo protagonista e documentada em seu escrito Della descrittione dell’Africa e dele cose notabli che ivi sono. Leia Mais

Maternidades plurais: os diferentes relatos, aventuras e oceanos das mães cientistas na pandemia | Ana Carolina Eiras Coelho Soares, Camilla de Almeida Santos Cidade e Vanessa Clemente Cardoso

Não há como uma pesquisadora e mãe ler 824 páginas compostas por 134 relatos de outras mães e pesquisadoras sem criar uma conexão autoral e afetiva. Em alguns momentos era como se estivesse lendo a minha própria experiência como mãe e pesquisadora tendo que escolher entre o Lattes e o leite1, a maternidade2 e a ciência. Uma escrita afetiva que demonstra o poder feminista e coletivo de transformar o patriarcado com seus estatutos e normas violadores e a beleza de nossas lutas para reexistir como mães e cientistas que precisam mais do que um teto todo seu (WOOLF, V. 1929). Mas de ocupar todo o mundo!

E precisamos travar batalhas, pois, muitas de nós, mesmo as “estabelecidas” no mundo acadêmico e profissional, ainda precisam viver como se entre mundos, tendo que conciliar, escolher, desafiar, revirar, reclamar. Fazer dos lutos a substância das lutas, como disse na apresentação ao livro Marinete da Silva, mãe de Marielle Franco e manifestar a presença de nossas grafias de mulheres, sobre mulheres, sobretudo para mulheres, como prefaciou Manuela D´avila, mesmo que às mães os dias pareçam se escassear de tempo, mas não de exaustão e de cansaços. Leia Mais

Relações de gênero e história: emoções, corpos e sexualidades | Projeto História | 2021

A virada epistemológica da historiografia na segunda metade do século XX, marcada por diversos movimentos sociais e uma grande ebulição política, econômica e cultural, possibilitou a emergência de uma categoria polissêmica, multifacetada e diretamente ligada às questões que discutem as relações de poderes na sociedade: os chamados estudos de gênero, categoria analítica cunhada por Joan W. Scott em seu ensaio “Gênero: uma categoria útil de análise histórica (1995). Em meio a essa renovação analítica, os estudos culturais na historiografia avançaram e propuseram mudanças epistemológicas fundamentais para a escrita da História. Tendo como ponto de reflexão as discussões de pesquisadoras como Joan Scott, Judith Butler, Joana Maria Pedro, Maria Izilda Matos, Rachel Soihet e Margareth Rago, a História precisou caminhar para um novo escrever e narrar sobre os corpos, os desejos, as emoções e as sexualidades. Dentro da perspectiva de uma então recente História cultural emergiram análises e críticas fundamentais aos alicerces de poderes, saberes e narrativas sobre o passado, provida de um olhar que entendia que “o pessoal é político” e histórico e, portanto, do ofício das/dos historiadoras/es. Leia Mais

Projeto História. São Paulo, v.71, 2021.

MAI/AGO HISTÓRIA E VISUALIDADE NO BRASIL

Apresentação

Artigos Dossiê

Artigos livres

Entrevistas

Resenhas

Publicado: 2021-09-01

Estudos Ibero-Americanos. Porto Alegre, v.47, n.2, 2021.

APRESENTAÇÃO

HISTÓRIA PÚBLICA NA AMÉRICA LATINA: MEDIAÇÕES DO PASSADO, DEMANDAS SOCIAIS E TEMPO PRESENTE

ENTREVISTA

SEÇÃO LIVRE

RESENHA

Publicado: 2021-08-31

Mulheres intelectuais: práticas culturais de mediação | Estudos Ibero-Americanos | 2021

Em tempos de pandemia, organizar um dossiê sobre as práticas culturais de mediação, especificamente sobre o lugar e o papel das mulheres intelectuais, obrigou-nos a refletir sobre nossas próprias práticas mediadoras, como professoras e pesquisadoras. Lendo os artigos enviados, pensando em pareceristas e lendo os pareceres, quer dizer, atuando como editoras (uma prática de mediação cultural), íamos nos dando conta das temáticas, períodos e possibilidades de ação das mulheres, quando se dedicavam à mediação cultural. Nessa atividade editorial, fomos também nos apercebendo do nosso papel como intelectuais mediadoras. Por isso, iremos começar essa apresentação, usando o nosso próprio exemplo de mulheres professoras universitárias para pensar a categoria de intelectual mediador(a). Isso porque, se tal categoria é bastante operacional, não deve ser banalizada, correndo o risco de perder seu valor cognitivo.

Desde que o isolamento social se fez necessário, fomos desafiadas a, não só transformar nossas práticas de ensino, que de uma sala de aula “real” foi para uma sala “virtual” de mídia eletrônica; como também, nossas práticas de divulgação do conhecimento, que passaram a se voltar para públicos mais amplos e diferenciados, além do público de pares e estudantes costumeiro. Foi necessário reinventar formas de continuar ministrando aulas, de realizar e publicizar pesquisas, mas nos acostumando – não sem dificuldades – com tipos de comunicação a distância e com novos públicos. Assim, muitos de nós experimentamos, pela primeira vez, os procedimentos da produção de vídeos, podcasts, aulas abertas e entrevistas, disponibilizadas em plataformas digitais, que além de alcançar nossos alunos e pares, ultrapassam em muito o mundo acadêmico. Leia Mais

Fundação Rockefeller e o desenvolvimento da Saúde Global: contornos locais e circulações internacionais | História Debates e Tendências | 2021

Fundacao Rockefeller Crítica Historiográfica

De tempos em tempos, a historiografia passa por transformações que impactam o trabalho dos historiadores e conduzem reavaliações em termos de perspectivas teóricas, conceituais e metodológicas. Tratam-se das reconfigurações nos modos de produção de conhecimento, que alteram os diálogos entre os integrantes de um campoi e produzem novas relações com outras áreas do saber.

O dossiê que apresentamos nesta edição da revista História: Debates e Tendências discute o papel da Fundação Rockefeller na saúde, em uma perspectiva histórica – com a contribuição de pesquisadores de diferentes gerações dos estudos sobre a agência internacional –, e sob a lente de dois conceitos que se impõem como desafios na atualidade: Saúde Global e Circulação. Leia Mais

LOPES, Gabriel. O Feroz Mosquito africano no Brasil: o Anopheles gambiae entre o silêncio e a sua erradicação (1930-1940)

LOPES Gabriel 2 Crítica Historiográfica
Gabriel Lopes | Foto: Johns Hopkins School of Medicine

LOPES O feroz mosquito Crítica Historiográfica O livro de Gabriel Lopes, O Feroz Mosquito africano no Brasil, faz um trabalho de investigação histórica minucioso sobre eventos da década de 1930 que marcam a construção de um problema de saúde pública em torno do Anopheles gambiae. Por meio de uma acurada e diversificada investigação arquivística, o autor se dedica a reconstituir e a analisar dois momentos em torno do vetor transmissor da malária: o primeiro deles corresponde ao primeiro surto, entre 1930-1932, no Rio Grande do Norte; o segundo, entre 1938-1940, de impactos maiores e que atinge também o estado do Ceará, exigindo mobilizações em vários campos. Dois pontos chamam atenção no percurso da análise. O primeiro deles é a particularidade da obra em olhar com lentes ampliadas a trajetória do vetor, o Anopheles gambiae. Este recorte não é trivial e tem importância nas escolhas do livro, empíricas e teóricas, e uma “inversão” que está em afinidade e comprometida com a própria historicidade da malária. O segundo se refere ao hiato que acontece do primeiro ao segundo surto. Período que é cuidadosamente abordado, evidenciando um movimento de prospecção dos sujeitos e da própria história que está sendo tecida. O silêncio é redimensionado em termos materiais e simbólicos, pois nele reside a gênese de diversas ações postas em prática a partir de 1938. Leia Mais

História Debates e Tendências. Passo Fundo, v.21, n.3, set./dez. 2021

Dossiê Fundação Rockefeller e o desenvolvimento da Saúde Global: contornos locais e circulações internacionais

Apresentação

Dossiê

Fontes Comentadas

Entrevistas

Resenhas

Artigos Livres

Publicado: 2021-08-31

 

História pública e ensino de história | Miriam Hermeto e Rodrigo de Almeida Ferreira

Miriam Hermeto e Rodrigo de Almeida Crítica Historiográfica
Miriam Hermeto e Rodrigo de Almeida Ferreira (em primeiro plano) | Fotos: UFMG e UFF

ALMEIDA Historia publica e ensino de historia Crítica HistoriográficaO estranhamento de todo dia para aqueles e aquelas que experimentam, seja na formação inicial ou continuada, seja no trabalho escolar ou na pesquisa acadêmica, o ensino de história como um campo de conhecimento, mas também de práticas profissionais, talvez seja muito seme­lhante à experiência de um estrangeiro olhando as suas fontes e os seus materiais, interagindo com os sujeitos do campo, buscando sempre autorizar a superação da dolorosa sensação de alheamento e exterioridade com a sua prática e a experiência que dela decorre. Quem sabe, eles não encontrem nesse belo trabalho organizado por Miriam Hermeto e Rodrigo de Almeida Ferreira, com a contribuição de especialistas sempre (ou quase sempre) compartilhando a autoridade com professores de ofício da educação básica – via de regra experimentando percursos de formação continuada –, uma aliança generosa e solidária? Que esta resenha possa somar-se a essa alian­ça potente, em uma perspectiva de compreensão narrativa e empatia (RITIVOI, 2018), assumindo um lugar de professor entre professores de História.

Bons textos nos fazem pensar uma segunda vez sobre o que já sabemos, ou julgamos saber. E pensar ainda uma vez mais sobre o repensado, em uma espiral de sentidos que não se esgota entre paredes, nem do laboratório nem da sala de aula. E ainda que esses espaços sejam, às vezes, referências incontornáveis para o que pensamos e para o modo como pensamos, também eles não cabem definitivamente em si mesmos. Estão aí estes tempos de pandemia e de afastamento social a forçar a dilatação paradoxal das nossas referências e das nossas reflexões. O que sabe­mos sobre o ensino de história? O que sabemos sobre a história pública? O que sabemos sobre esse lugar para onde convergem nossos saberes sobre ambos? Se não trazem respostas prontas e definitivas a tantas perguntas, os textos reunidos em História pública e ensino de história parecem seguir o conhecido conselho de Clifford Geertz (2009), segundo o qual, quando não conhecemos bem a resposta, devemos discutir a pergunta: eles trazem, sem dúvida, uma excelente contribuição à continuidade do debate. Leia Mais

Que história pública queremos? What Public History do we want? | Ana Maria Mauad e Ricardo Santhiago

ANA MARIA MAUAD e RICARDO SANTHIAGO Crítica Historiográfica

Ana Maria Mauad e Ricardo Santhiago | Fotos: Bazar do Tempo e Hypotheses

MAUAD e SANTHIAGO Historia publica Crítica HistoriográficaOs estudos históricos têm enfrentado, nas últimas décadas, desafios relacionados à sua legitimidade, credibilidade e autorização social em diferentes níveis. O maior deles é o caso do crescente negacionismo que atravessa o combate pela história de modo cada vez mais frequente.

Nesse cenário, as atividades de história pública vem sendo conduzidas no sentido de desestabilizar essas críticas, uma vez que têm como característica a participação do público nos debates que envolvem a construção das próprias pesquisas e/ou do seu produto final. Leia Mais

Capital e Ideologia | Thomas Piketty

PIKETTY 2 Crítica Historiográfica
Thomas Piketty | Foto: Instituto Mercado Popular

PIKETTY Capital e Ideologia Crítica Historiográfica Em seu novo livro, Capital e ideologia, Piketty estende seu influente e igualmente monumental Capital no século XXI – ambas as obras têm por volta de mil páginas. A extensão se dá em duas frentes. Primeiro, o livro aborda diversos países como Índia, Japão, China, Rússia e, dentre outros, Brasil. O economista francês reage aos críticos que taxaram seu livro anterior de “western-centered”. Este é o resultado dos estudos por ele capitaneados no World Inequality Lab, que inclui pesquisadores de vários países. Segundo, o novo livro é menos técnico e mais acessível. Trata-se de uma obra plural, que combina dados econômicos com narrativa histórica e análise política. Ao final do texto, o autor propõe reformas bastante agressivas para reverter a recente escalada global da desigualdade. Ainda que instigante, motivado por um dos temas mais importantes da atualidade, o livro é demasiadamente amplo e ambicioso, o que o torna superficial, sobretudo nos trechos que descrevem narrativas históricas. Leia Mais

Pactos políticos en Iberoamérica| Almanack| 2021

Agua forte gravada por I Cruikshand 1808 Crítica Historiográfica
“Bonaparte louco de raiva ou mais navios, colónias e comércio” | Água-forte gravada por I. Cruikshand, 1808, Lisboa, Museu Nacional de Arte Antiga

La invasión de Napoleón a la península ibérica y los sucesos que siguieron fueron coyunturas propicias para instalar en el escenario peninsular e iberoamericano un novedoso re­pertorio de soluciones políticas. La crisis abierta en 1808 impulsó cambios inusitados. Como es conocido y ha sido profusamente estu­diado la necesidad de reformular los pactos entre los monarcas, sus reinos y sus súbditos, estuvo asociada a las posibilidades y alcance de la gobernabilidad de sus territorios. En el caso lusitano, la corona decidió cambiar la localización de su centro político desplazándolo al continente americano, concretamente a la ciudad de Rio de Janeiro en el Brasil. El caso español fue diferente. El ingreso de las tropas fran­cesas a España dio lugar a la vatio regis, un hecho insólito que obligó a replantear las bases de sustentación de la monarquía. Leia Mais

Boletim do Tempo Presente. Recife, v.10, n.8, 2021.

Artigos

Resenhas

Publicado: 2021-08-31

História da Historiografia. Ouro Preto, v.14, n.36, 2021.

Edição completa

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Expediente

Editorial

Dossiê: História como (In)disciplina

Diretrizes para autores

Publicado: 2021-08-31

Rebeldia disciplinada? Introdução à ‘História como (in)disciplina’ | História da Historiografia | 2021

Clio Musa da Historia Johannes Moreelse2 Crítica Historiográfica
“Clio – Musa da História” | Pintura de  Johannes Moreelse (antes de 1634)

À guisa de advertência

O dossiê que aqui apresentamos instaura, de imediato, uma situação curiosa, e não menos paradoxal: pretendemos trazer aos nossos leitores um panorama razoavelmente expressivo dos debates em torno da (in)disciplinarização da história, justamente em uma revista acadêmica, a qual integra sistemas de produção, avaliação e publicação altamente especializados e construídos dentro de uma lógica disciplinar que metrifica carreiras, desempenhos e programas de pós-graduação. Pode haver estranheza maior do que falar de indisciplina em um espaço tão profundamente disciplinado?

Talvez a resposta nos obrigue a considerar o peso que a cultura disciplinar ainda impõe sobre o trabalho intelectual especializado. História, Filosofia, Sociologia, Psicologia, Literatura, Antropologia, Economia, Geografia e outras designam “disciplinas” científicas. Platitude afirmá-lo, porém necessário. Há, pelo menos, dois modos elementares de compreender a gênese das disciplinas, sua sedimentação em domínios distintos circunscritos por fronteiras e as modalidades de intercâmbio entre elas – usualmente designadas de inter e/ou transdisciplinaridade. Leia Mais

História e literatura: aproximações e diferenças | Escritas do Tempo | 2021

“By such examples taugth, I paint the cot,

As truth will paint it, and as bards will not”

No trecho em epígrafe do poema intitulado The village (1783), de autoria do inglês George Crabbe (1754-1832), descortina-se um contraste, segundo os especialistas e seus intérpretes, entre as formas de representação de uma narrativa bucólica da Antiguidade, do Neoclassismo e de sua própria escrita, pois “Tal como manda a verdade”, diz a passagem – conforme a nossa tradução livre – “eu retrato os campos e não como cantam os bardos em seus cantos”. Ou seja, para o poeta, de certa forma seu texto figura como alegoria de um determinado tempo e espaço, de acordo com os estudos de Raymond Williams (1921-1988) sobre as literaturas do campo e da cidade, quase antecipando, portanto, algumas das premissas básicas que, posteriormente àquele século, seriam firmadas e, hoje, acham-se ainda perenes junto ao ofício de historiador(a). Assim, o presente Dossiê, na trilha do poema setecentista, propõe-se a refletir sobre as possibilidades do estabelecimento de laços entre a História e a Literatura, atento às suas aproximações e diferenças que emergem, paulatinamente, seja à boca pequena ou com mais estardalhaço, feito porta-vozes de cada época, dando a ler ao mundo as suas conexões.

Por isso, buscamos reunir trabalhos que pudessem discutir as relações da emergência da figura-autor com os escritos que são materializados, para debater aspectos tais como os trânsitos – nacionais ou internacionais – da cultura escrita, as apropriações ou economias de leituras, além das práticas letradas, de circulação e recepção de impressos literários. E, por outro lado, visamos igualmente coligir textos que versem e problematizem a historicidade de contos, poesias, crônicas, romances, peças de teatro, coleções, projetos editoriais etc., considerando textos ficcionais provenientes dos mais variados estilos e condições sociais de produção. Leia Mais

Educação em Foco. Belo Horizonte, v.24, n.43, 2021

Educacao em Foco UEMG Crítica Historiográfica

EDITORIAL

ARTIGOS

PUBLICADO: 30/08/2021

Escritas do Tempo. [Marabá], v. 3, n.8, 2021.

Dossiê – História e Literatura: aproximações e diferenças

Editorial

  • Editorial
  • Karla Leandro Rascke, Erinaldo Vicente Cavalcanti, Geovanni Gomes Cabral; Marcus Vinicius Reis
  • PDF

Apresentação de Dossiê Temático

Artigos

Expediente

Publicado: 2021-08-30

História, Histórias. Brasília, v.9, n.17, 2021.

História, Histórias

DOI: https://doi.org/10.26512/rhh.v8i17

Resenhas

Publicado: 2021-08-30

As ações de liberdade no Tribunal da Relação do Rio de Janeiro no período entre 1871 e 1888 | Carlos Henrique Antunes da Silva

Tribunal da Relacao do Rio de Janeiro Crítica Historiográfica
Primeira sede da Relação do Rio de Janeiro, prédio que abrigava a cadeia e o Senado | Imagem: Migalhas.com

SILVA As acoes de liberdade Crítica Historiográfica Muito se discute atualmente sobre o papel do Poder Ju­diciário no Brasil. Em fins do século XIX, permearam as instâncias e as decisões judiciais ações cíveis cujo objeto era a liberdade de escravos. Sem os meios de comunicação de que hoje dispomos, ainda assim parte da sociedade estava atenta ao assunto. Para além da opinião pública e dos movimentos sociais de então, o trabalho que temos em mãos tem como ponto de partida um elemento bastante presente nas fontes utilizadas para o estudo da escravidão, mas nem sempre em evidência nas investigações re­lacionadas ao tema: o Estado. De que modo os agentes atuantes na estrutura judiciária do Império lidaram com os processos impetrados pela liberdade de homens e mulheres na condição de escravos? Que instrumental advogados e desembargadores operaram em suas argu­mentações e decisões?

O livro que nos coloca essas e outras questões é resultado de uma pesquisa de mestrado em História defendida na Universidade Fede­ral Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ) em 2015. Seu autor, Carlos Hen­rique Antunes da Silva, é formado em Direito, História e Filosofia, adentrando também a Sociologia do Direito neste estudo. O referen­cial teórico adotado por ele está na obra do sociólogo Pierre Bourdieu, em sua reflexão sobre as representações e relações simbólicas de po­der. A noção “campo jurídico”, particularmente, busca dar a ver o mo­vimento de definição do Poder Judiciário durante o Brasil Império, sem deixar de lado as especificidades da época, como a vigência da escravidão de africanos e descendentes. Leia Mais

The War on Sugar: forced labor, com­modity production and the origins of the Haitian peasantry, 1791-1843 | Johnhanry Gonzalez

Batalha de San Domingo Suchodolski 1845 Crítica Historiográfica
Battle of San Domingo, also known as the Battle for Palm Tree Hill | Pintura de January Suchodolski

Pesquisas sobre a Revolução Haitiana se desenvolveram em ritmo surpreendente na academia nas últimas décadas, di­versificando a discussão com variadas perspectivas de aná­lise que muito contribuíram para o amadurecimento deste campo de estudo. Interpretações políticas, econômicas e sociais da antiga colônia de Saint-Domingue se somaram à avaliação dos impactos da revolução escrava em diversos espaços do mundo atlântico. É den­tro deste movimento de renovação que se insere a obra de Johnhenry Gonzalez, Maroon Nation: A History of Revolutionary Haiti, adaptação de sua tese de doutorado3.

Publicado em 2019 pela editora da Universidade de Yale, o livro se propõe, antes de tudo, como uma introdução à história inicial do Hai­ti no século XIX. Preocupado em compreender as persistentes crises de subdesenvolvimento e dependência que atingem este país há dé­cadas, Gonzalez volta à era revolucionária para analisar a emergência do campesinato haitiano, cerne da organização econômica e social do Haiti contemporâneo. Recorrendo a relatos de viajantes, relatórios de países estrangeiros, documentos militares, judiciais e políticos en­contrados no Haiti, nos Estados Unidos, na Inglaterra e na França, o autor concebe dois caminhos de análise relacionados e centrais para a originalidade da obra: a interpretação alargada da Revolução Haitia­na e a tese da nação maroon. Leia Mais

La prensa de Montevideo, 1814-1825 | Wilson González Demuro

Wilson Gonzalez Demuro Crítica Historiográfica
Wilson González Demuro | Foto:  Facultad de Humanidades y Ciencias de la Educación – Universidad de la República

DEMURO La prensa Crítica HistoriográficaNeste livro, Wilson González Demuro analisa o papel da imprensa na criação de um espaço moderno de opinião pública em Montevidéu, integrado ao processo de des­construção do Antigo Regime na América por suas independências e construção de Estados nacionais, assentados em governos represen­tativos, baseados princípios liberais.

Um dos alvos de Demuro são as abordagens que consideram os meios de comunicação apenas como fontes ou testemunhos, e não objetos de análise. Colocando-se ao lado de outros historiadores como Noemí Goldman, Fabio Ares, Renán Silva e Fabio Wasserman, Demuro junta-se ao esforço por valorizar “la prensa como fuente his­tórica” e encará-la como “campo disciplinario”[3].

Para essa renovação da área, Demuro debruça-se sobre uma rica documentação formada sobretudo por periódicos, mas também por memórias, correspondência e documentos oficiais com o propósito de contestar análises anacrônicas e atemporais de “tipos ideais” so­bre o tema [4]. Ao tratar a imprensa como objeto de análise, e não um meio ou instrumento, o autor amplia a visão sobre esses veículos, in­cluindo a análise de sociabilidades associadas à imprensa, presente em sociedades literárias e tipografias, e leva em conta as formas de comunicação escritas e orais que incrementavam o impacto político e social das publicações periódicas. Nesta empreitada, dialoga com a Escola de Cambridge, a História Conceitual de Reinhart Koselleck, as análises de papéis públicos de Roger Chartier e o esquema de pergun­tas de Harold Lasswell para a definição de uma técnica filológica qua­litativa que também tem função quantitativa [5]. Para o contexto ibe­ro-americano, particularmente, os estudos de Fernández Sebastián lhe fornecem bases fundamentais para suas análises, não se esquiva de contribuir com a construção do conhecimento sobre os conceitos políticos publicado nos tomos do Diccionario político y social del mundo ibero-americano [6]. Leia Mais

Horizontes Históricos. São Cristóvão, v. 3, n.1, 2021.

Horizontes Historicos Crítica Historiográfica

Apresentação

Artigos

Resenhas

Publicado: 2021-08-17

Estruturas retóricas modelares

ORIENTAÇÕES DE LEITURA E FICHAMENTO PARA REVISÕES DA LITERATURA

Colegas,

Vocês já produziram um perfil da literatura que tangencia ou foca no seu problema central de pesquisa. O passo seguinte é aprofundar revisão, fazendo leituras integrais do material selecionado.

Devemos lembrar que os artigos, dissertações e tesses são longos textos que guardam a mesma estrutura nuclear: questão, argumento e referências.

Assim, todo o trabalho de leitura que vocês vão fazer se resume a encontrar o objetivo central do texto e encontrar a resposta central do texto.

O objetivo central pode estar no título do trabalho, no prefácio, no sumário na apresentação ou na introdução. A resposta central deve estar nas conclusões ou considerações finais.

O objetivo central é estruturado em verbos. Se ele não estiver presente de modo explícito, localize a pergunta central do trabalho e a transforme em objetivo.

A resposta central é estruturada em verbos. É uma declaração afirmativa ou negativa, ou que deixa a questão em aberto. Ela deve ser um argumento, ou seja, uma declaração composta por uma frase conclusiva (afirmação ou negação sobre algo) e por uma frase evidencial (as razões pelas quais o leitor deve acreditar na frase conclusiva).

Uma forma racional e eficaz de encontrar objetivos e respostas centrais é seguindo estes passos:

  1. Leia os elementos pré-textuais e a introdução.
  2. Grife objetivo central.
  3. Leia a conclusão ou considerações finais.
  4. Grife a resposta central (argumento)
  5. Compare o objetivo e a resposta.
  6. Se o autor cumpriu o objetivo, leia os capítulos para listar as vidências.
  7. Se o autor não cumpriu o objetivo, leia os capítulos para listara falta de evidências.
  8. Se o autor cumpriu parcialmente o objetivo, leia os capítulos para listar os argumentos acompanhados de evidência e os argumentos que carecem de evidências.

Estas orientações valem para o conhecimento geral do trabalho. mas a sua leitura pode ganhar outra orientação se a sua preocupação for bastante localizada.

Você pode encontrar anotar a pergunta a resposta e se fixar sobre as formas ou o uso das formas de justificar o trabalho, os conceitos, as fontes, as técnicas ou técnicas de investigação, ou o plano de composição da narrativa.

Escolhido o ponto a aprofundar, mãos à obra.

 

ORIENTAÇÕES PARA O PROCESSAMENTO DA INFORMAÇÃO FICHADA

 

De posse das sentenças colhidas junto aos trabalhos, disponham o material em listas, antecedidas por perguntas ou temas que as classifiquem. Essa tipificação somente você pode fazer.

Pode começar das mais gerais às mais específicas em relação ao seu problema de pesquisa, das mais antigas às mais recentes, das mais distantes espacialmente às mais próximas ao seu objeto. No modelo de redação abaixo vocês encontrarão outros modos de classificar o material.

Repetindo: organize os argumentos coletados em listas, como neste exemplo:

Quais relações os pesquisadores estabelecem entre crenças epistemológicas e ensino de História?

As implicações giram em torno de: 1) possibilidades gerais de obter conhecimento do passado, 2) o papel do historiador na aquisição de conhecimento e 3) a natureza e o uso de evidências e justificativas classificam os três primeiros. (McCrum, 2013, p.x).

Crenças epistemológicas em estreita conexão com os três tipos ideais de posições histórico-teóricas: 1) o positivista e 2) a teoria histórica cética e 3) a posição do construtivismo narrativo como mediador. (Nitsche, 2016, p.x).

Há conexões entre as crenças epistemológicas dos alunos e seu desempenho acadêmico. (Cano, 2005, p.x).

Os alunos com crenças epistemológicas elaboradas foram mais abertos a múltiplas perspectivas e conexões entre diferentes ideias. (Bondy et al., 2007, p.x).

Há indícios de correlações entre dimensões individuais e úteis de conhecimento em alunos (sobretudo na certeza e simplicidade do conhecimento) e sua capacidade de pensar criticamente, selecionar e aplicar metas de competência e entender textos com conteúdo conflitante. (Bråten e Strømsø, 2006, p.x).

Há uma conexão entre as crenças epistemológicas dos professores e seus hábitos de ensino (Muis, 2004, p.x; Yang, Chang e Hsu, 2008, p.x).

Os alunos com crenças mais úteis eram mais propensos a se envolver em atividades de aprendizagem mais criativas e orientadas para a pesquisa. (Tsai e Liang, 2009, px.).

Professores com crenças epistemológicas sofisticadas eram mais propensos a adotar abordagens de ensino. (Brownlee, 2011, px.).

Depois de listar os argumentos, vocês inserem comparam, agrupam, suprimem repetições (incorporando referências ao mesmo argumento) e inserem os operadores argumentativos, de modo a dar sentido ao texto. E ele vai ficar assim:

Crenças epistemológicas e ensino de História

Não há uma única solução certa nem um caminho fixo para uma solução, mas várias possibilidades aceitáveis ​​dependendo da perspectiva, ponto de vista e tarefa. Em uma revisão de 2013 da literatura sobre a natureza da história por McCrum, as discussões giraram em torno das 1) possibilidades gerais de obter conhecimento do passado, 2) o papel do historiador na aquisição de conhecimento e 3) a natureza e o uso de evidências e justificativas classificam os três primeiros.

Como todos esses pontos se sobrepõem constantemente às considerações apresentadas no primeiro capítulo, Nitsche (2016) coloca as crenças epistemológicas em estreita conexão com os três tipos ideais de posições histórico-teóricas: 1) o positivista e 2) a teoria histórica cética e 3) a posição do construtivismo narrativo como mediador.

Estudos já sugeriram que crenças mais úteis estão relacionadas ao uso significativo de estratégias de aprendizagem e aos resultados de aprendizagem de um indivíduo. Cano (2005), por exemplo, foi capaz de identificar conexões entre as crenças epistemológicas dos alunos e seu desempenho acadêmico. Em Bondy et al. (2007), alunos com crenças epistemológicas elaboradas foram mais abertos a múltiplas perspectivas e conexões entre diferentes ideias. Bråten e Strømsø (2006) também encontraram indícios de correlações entre dimensões individuais e úteis de conhecimento em alunos (sobretudo na certeza e simplicidade do conhecimento) e sua capacidade de pensar criticamente, selecionar e aplicar metas de competência e entender textos com conteúdo conflitante.

Além disso, vários estudos foram capazes de mostrar uma conexão entre as crenças epistemológicas dos professores e seus hábitos de ensino (por exemplo, Muis, 2004 ou Yang, Chang e Hsu, 2008). Tsai e Liang (2009) observaram que os alunos com crenças mais úteis eram mais propensos a se envolver em atividades de aprendizagem mais criativas e orientadas para a pesquisa. Brownlee (2011) descobriu que professores com crenças epistemológicas sofisticadas eram mais propensos a adotar abordagens de ensino construtivistas centradas no aluno, enquanto professores com crenças menos elaboradas eram mais propensos a usar práticas centradas no professor e menos ativadoras do aluno. No entanto, as avaliações dos professores e as aulas efetivamente realizadas podem divergir entre si.

Fonte: Excertos colhidos em Pleyer (2022. p.199 – 222).

Encerrado o trabalho de listagem, agrupamento, reagrupamento e construção de blocos, vocês já estão prontos para formalizarem o texto da revisão da literatura, segundo o modelo que se segue.

 

 


ORIENTAÇÕES PARA A ESCRITA DO TEXTO REVISÃO DA LITERATURA

 

[Título: Subtítulo (tempo/espaço)]

[Nome da autoria]

[Filiação institucional]

[Endereço eletrônico da autoria]

 

Introdução

Neste texto, revisamos a literatura especializada sobre o/a [anuncia o tema], buscando subsídios para responder à seguinte questão: [anuncia a questão do seu projeto de pesquisa]. O trabalho principal do qual este artigo faz parte, é a dissertação de mestrado intitulada [anuncia o título provisório da sua dissertação], desenvolvida junto ao Programa de Pós-graduação [anuncia o nome do programa], sediado na Universidade [anuncia o nome da universidade por extenso e sigla], no biênio [anuncia o ano inicial e o ano final do mestrado].

O levantamento foi efetuado entre [mês e ano iniciais do trabalho] e [mês e ano finais do trabalho]. Fizemos consultas na base de dados [anuncia as plataformas, sites bancos de dados etc.], selecionando textos sob os seguintes critérios: teses e dissertações, publicadas entre [ano inicial de publicação] e [ano final de publicação], produzidos nas áreas de [área científica, domínio acadêmico etc.] e selecionados a partir da presença dos de [lista as palavras-chave que orientaram a busca] como descritores fundamentais.

 

Resultados

Encontramos [quantidade absoluta] trabalhos que tratam de questões relacionadas ao [tema]. Cerca de [quantidade absoluta/relativa] foram publicados na forma de [gênero]. O restante, [quantidade absoluta/relativa] ganha a forma de [gênero].

No que diz respeito ao [problema principal que orientou esta revisão da literatura], dividimos estes textos entre os que [anuncia um tipo ou classe] e os que [anuncia outro tipo ou classe] OU / dividimos estes textos entre os que foram publicados em [anuncia distribuição espacial], enquanto dos demais [anuncia distribuição espacial] OU / dividimos estes textos entre os publicados até [anuncia distribuição temporal] e os que foram publicados em [anuncia distribuição temporal] OU / dividimos estes textos entre os que abordam objetos to tipo [uma natureza ou circunstância de objeto] e os que focam em [outra natureza ou circunstância de objeto] OU / dividimos estes textos entre os que focam parcialmente o problema [anuncia distribuição por proximidade com o problema] e os que focam de maneira direta.

Os textos que [tipo/espaço/tempo/nível de proximidade] entendem que o problema é causado por [anuncia a causa].

Baseados em pressupostos [anuncia conceitos, princípios ou teorias que fundamentam a solução ao problema], afirmam que a melhor alternativa está em [anuncia os procedimentos a serem tomados e/ou as habilidades, conhecimentos, valores e atitudes a serem desenvolvidos e/ou estimulados].

Sobre os textos que [tipo/espaço/tempo/nível de proximidade], constatamos que eles entendem que o problema é causado por [anuncia a causa].

O resultados de pesquisas deste tipo estão fundamentados no princípio de que [anuncia conceitos, princípios ou teorias que fundamentam a solução ao problema]. Eles afirmam que a saída para [anuncia o problema] é  [anuncia os procedimentos a serem tomados e/ou as habilidades, conhecimentos, valores e atitudes a serem desenvolvidos e/ou estimulados].

 

Discussão

Pelo que descrevemos acima, podemos constatar que as teses e dissertações são dominantemente [possuem ou não possuem relevância social?], abordando questões como [destaca e exemplifica]. O texto de [nome autora], por exemplo, enfrenta o problema de modo original [descreve a originalidade ou outra virtude].

No que diz respeito aos objetos, notamos a [anuncia as presenças dominantes], exemplificáveis em trabalhos de [anuncia autor e trabalho]. Por outro lado, percebemos que o tema da [anuncia o tema/problema] foi pouco explorado pelos trabalhos.

Em termos teóricos, os trabalhos apresentam [variações ou homogeneidades?] que [enriquecem ou empobrecem o campo?}. Um exemplo da [riqueza ou probreza] dos textos está em [nome do autor e do trabalho]. Ele [descreve a originalidade ou outra virtude].

Em termos procedimentais, os trabalhos apresentam [variações ou homogeneidades?] que [enriquecem ou empobrecem o campo?}. Neste sentido, destacamos o [nome do autor e do trabalho] que explora com [descreve a originalidade ou outra virtude].

No que diz respeito às contribuições destes resultados para a construção da nossa pesquisa, constatamos que os textos de [nome/s do/s autor e do trabalho/s] são bastante úteis porque podem [anuncia o que vai incorporar do trabalho lido].

Já o/s texto/s de [anuncia o nome do autor e título do trabalho] podem ser relevantes sob o ponto de vista [anuncia o aspecto do trabalho que vai ajudar você a responder à sua questão de pesquisa].

 

Conclusões

Com base no que acabamos de relatar, estamos convictos que a literatura especializada oferece subsídios para que enfrentemos o problema da [anuncia o problema] com o emprego de [anuncia os procedimentos, conhecimentos etc.] OU/ Com base no que acabamos de relatar, estamos convictos de que a literatura especializada ainda não oferece subsídios claros para que enfrentemos o problema da [anuncia o problema]. Esse fato nos induz a experimentar a [anuncia procedimentos, conhecimentos etc.], baseados em nossa experiência prática e em analogias com as situações parciais de aprendizagem que foram apresentadas na literatura especializada.

 

Fontes

 

Referências

...


1. ESTRUTURA RETÓRICA DO RESUMO SIMPLIFICADO*

NOME, Prenome. Título do artigo. Revista, cidade, volume, número, número das páginas, meses, ano.

O artigo investiga se [apresente a questão ou o objetivo do autor]. Com base em [apresente conceitos, princípios ou teorias que fundamentam o trabalho ao autor], e trabalhando sobre [apresente as fontes de pesquisa empregadas na investigação], o autor conclui que [anuncie a resposta do autor à questão e/ou objetivo anunciada no início do resumo]

(*) Tente não ultrapassar as 150 palavras, inclusas as referências bibliográficas do artigo.

Revista de Estudos Filosóficos e Históricos da Antiguidade. Campinas, v.26, n.36, 2021.

Iniciais

Apresentação

Tradução

Artigos

Publicado: 2021-08-26

Revista de Estudos Filosóficos e Históricos da Antiguidade | Aristóteles | 2021

Diante da irracionalidade que domina o mundo, é importante voltar a Aristóteles. Nesse sentido, fizemos deste número 36 uma publicação temática, centrada em Aristóteles e em diálogo com diversos momentos da sua posteridade. Agradecemos a todos que contribuíram com artigos.

Destacamos entretanto a honrosa contribuição de Carlos Arthur Ribeiro do Nascimento. Sobretudo pois, além da qualidade de sua contribuição, lembramos que no primeiro número do Boletim do CPA, publicado nos idos de 1996, já constava um artigo de Carlos Arthur. Leia Mais

Programa do curso

Colegas, bom dia!

Sejam bem-vindos ao curso de “Avaliação Educacional”. Espero que todos estejam com saúde e assim permaneçam durante o curso.

Para evitar quebra de expectativas com o nosso curso, leiam a proposta de programa, informando o que a Universidade (o professor) vai oferecer a vocês e o que a Universidade (o professor) está esperando de vocês.

O professor

Meu nome é Itamar Freitas, estou na UFS, como professor, desde 1999. Minha formação está detalhada no Currículo Lattes e as coisas que escrevo estão publicadas na AcademiaEdu.

A natureza metodológica do curso

O curso é estruturado em 30 horas de encontros síncronos (de duas horas, cada encontro) e 30 horas de atividades assíncronas. Trata-se de um empreendimento estruturado em métodos ativos de ensino-aprendizagem. Todo o trabalho de aluno é feito em equipe e os materiais necessários ao desenvolvimento do curso estarão disponíveis no primeiro dia semestre letivo.

Os encontros frente a frente são situações para a discussão e a experimentação, abertos a erros e acertos e à comunicação do não saber, por parte dos alunos, inclusive. O curso, portanto, é mediado por estratégias comuns à “Sala de aula invertida” à “Aprendizagem por projetos” e à “aprendizagem por pares e/ou trios”.

Pré-requisitos para a permanência no curso

Da parte de vocês, espero que estejam predispostos a trabalhar em equipe, já no primeiro encontro, fazer pesquisa bibliográfica, leituras e produção de textos fora do ambiente virtual de aprendizagem, discutir tais produções de modo síncrono, com o professor e com a turma e, por fim, ser avaliados (inclusive com nota válida para a obtenção dos créditos) pelos colegas.

Comprometimentos do professor do curso

Da minha parte, garanto a oferta de literatura especializada e atualizada sobre a matéria do curso (contida no programa e nos anexos), base de dados especializada para as buscas (blog Resenha Crítica organizado pelo professor), espaço virtual de interação (meet, conta pessoal do professor), modelos de gêneros textuais (modelo de resenha, modelo de resumo, modelo de pré-projeto, modelo de revisão da literatura produzidos pelo professor), modelo de itens de prova e modelos de prova produzidos pelo professor), formulários de avaliação da atividade das equipes (produzidos pelo professor) e equacionamento de dúvidas sobre o cumprimento das tarefas (sob a mediação do professor).

Produtos desenvolvidos pelos alunos durante o curso

O curso prescreve a construção de três produtos em equipe: uma resenha sobre manual de avaliação da aprendizagem, produzida e disponibilizada aos colegas em até quatro semanas; uma revisão de literatura sobre determinada demanda por avaliação da aprendizagem nos anos iniciais, construída e disponibilizada aos colegas quatro quatro semanas; e uma proposta de avaliação da aprendizagem (uma prova diagnóstica ou somativa) originada de um problema real, detectado pela equipe, relacionado às competências profissionais dos licenciados em Pedagogia (aprendizagem de leitura e escrita e letramento histórico), construída e disponibilizada aos colegas em quatro semanas. O tempo restante de atividades síncronas será empregado em eventuais apresentações do(s) produto(s) e processos de avaliação da aprendizagem.

Avaliação e notas

Os três produtos serão submetidos à avaliação do professor e da turma. A avaliação do professor é formativa e continuada e a avaliação dos alunos será somativa. As notas totais atribuídas a cada produto variam de 0 a 10 e seguem para o sistema acadêmico.

A avaliação da “resenha”, da “revisão da literatura” e da “prova” é do tipo colaborativo (coavaliação), ou seja, cada equipe vai avaliar o trabalho de todas as outras equipes, mediante formulário fornecido pelo professor, preenchido em datas previamente acordadas e a nota parcial (relativa ao produto) do trio resultará da média simples de todas as notas emitidas pela turma.

A média final do trio (média simples, calculada sobre as três notas referidas) poderá ser contestada ao final, de modo individual. Nesse caso, o aluno fará autoavaliação do seu rendimento durante o curso, empregando os mesmos objetivos e mecanismos das avaliações experimentadas durante o curso.

Bibliografia e auxílios

Todo o material necessário (excetuando-se as escolhas de livro para as resenhas) estão disponibilizados aqui no AVA no Resenha Crítica e distribuídos por unidade.

Itamar Freitas.

São Cristóvão, 25 de agosto de 2021.


Seguir para a programação da Unidade 1

Os Governos do Império: Vice-reis, governadores e capitães-mores no mundo português (séculos XVI-XIX) – Trajetórias | Revista Ágora | 2021

Referências desta apresentação

[Os Governos do Império: Vice-reis, governadores e capitães-mores no mundo português (séculos XVI-XIX) – Trajetórias]. Revista Ágora. Vitória, v. 32, n. 2, 2021. Acessar dossiê [DR]

Compondo resenhas para educadores

Joacquim3 Crítica Historiográfica
Jacquin se surpreende com comida japonesa feita no Pará: “Amei” | Imagem: Programa Minha Receita

Já vimos que as resenhas são construídas a partir de um padrão retórico estabelecido no cotidiano de cada domínio acadêmico. Qual seria, então, o padrão retórico da área da Educação?

Genericamente falando, não haveria um padrão para a área da Educação porque a própria expressão já sugere o encontro de diferentes domínios acadêmicos, tais como: Psicologia, Sociologia, História, Medicina e várias das Neurociências. Podemos, entretanto, adquirir alguma noção de como os profissionais com formação inicial e pós-graduada em Educação operam quando querem atribuir valor a uma obra.

Vejamos o exemplo o caso da Revista Brasileira de Educação. Em resenhas publicadas nesse periódico, as unidades de informação mais frequentes são coincidentes com outros modelos retóricos: nome do autor, título da obra, objeto do conhecimento, questões centrais, objetivo do autor, trajetória acadêmica do autor, contexto de produção, plano da obra, resumo de parte, resumo do todo, teses, virtudes, vícios e eventuais benificiários da leitura da obra resenhada.

Observe que essa sequência de unidades de informação já é um modelo triádico:

Tipo ideal de estrutrua retorica de resenha Crítica Historiográfica

É necessário advertir, contudo, que os modos de distribuir tais unidades variam de autor para autor. Em 100 resenhas publicadas, é possível identificar aproximadamente 80 modos de disposição dessas mesmas unidades de informação.

Em muitos casos, a criatividade e a intrusão do resenhista motivam a criação de uma nova forma de composição. Por ora, reiteramos apenas que uma boa forma de garantir essa qualidade é cumprir três movimentos, respondendo: o que disse o autor, o que ele quis dizer com aquelas ideias e qual o valor dessas ideias.

Para além dos modos de organizar essas unidades de informação, somos impelidos a observar as regras da língua portuguesa: a ordem das palavras na construção da frase (sujeito, verbo e complemento), o emprego de palavras e expressões que relacionam ideias (indicadores de coordenação e de subordinação), a necessidade de iniciar o parágrafo com uma declaração principal (o tópico frasal), de construir significados coesos e coerentes (indicadores de ordenação por tempo e espaço, indicadores de causa e consequência, diferença e semelhança, início e fim) (Garcia, 2011). Por isso, não tenham pudor em reabrir os livros do ensino médio.

Revisadas estas regras da norma culta e de posse das unidades de informação e de uma estrutura retórica ideal para gênero, vocês podem começar refletindo sobre os dois primeiros parágrafos. O que devem conter?

Os parágrafos 1 e 2 de uma resenha são fundamentais para o engajamento do leitor. Resenhista que não informa imediatamente do que trata a obra está fadado a não ser lido ou ser lido com má vontade e às pressas.

Por isso, fujam das intrusões que declarem obviedades e/ou que não contribuam diretamente para a compreensão do texto e do valor da obra resenhada. Evitem iniciar a resenha com citação direta à obra resenhada, com epígrafes do seu filósofo favorito, com generalizações do senso comum (“Em um mundo globalizado, todo cidadão deve...”) e, principalmente, as intrusões autobiográficas: “O que me levou a ler esta obra foi...”; “Evidentemente, não é possível comentar toda a obra nesta resenha...”; “Após a leitura desta obra, me senti completamente...”; “Quando entrei em sala de aula, pela primeira vez...”. Para efeito de exercício, neste curso, habituem-se a distribuir de quatro a oito unidades informações (referidas acima) entre o primeiro e o segundo parágrafo.

Observem essas três maneiras de combiná-las. Se quiserem, criem uma quarta combinação e escrevam os seus primeiros parágrafos.

Possibilidades de estrutura retorica dos paragrafos iniciais de uma resenha Crítica Historiográfica

Se o livro já está lido (evidentemente), vocês já têm uma noção da sua qualidade, ou seja, podem estimar a sua utilidade para a formação de determinado aluno, a empregabilidade para determinado profissional, o seu grau de inovação para determinado domínio acadêmico.

Mesmo que desconheçam em grande parte as teses do assunto lido, é muito provável que consigam julgar se o autor cumpriu os objetivos anunciados (se foi eficiente), se os cumpriu com os melhores meios, isto é, se facilitou a vida do leitor em termos retóricos, oferecendo exemplos, glossário, notas (se foi eficaz) e se procedeu com ética (indicando as fontes e a bibliografia e citando princípios e autores representativos no assunto ou domínio).

Se esse valor geral que povoa a mente de vocês já lhes possibilitam sugerir a apropriação das ideias do livro por um leitor potencial, por que não esboçar, agora, o final da resenha?

Sugerimos, então, que construam, provisoriamente, os dois parágrafos finais, lembrando-se de evitar as intrusões. Mas elas podem confundir mais que ajudar. O que deve ficar em suas mentes (segundo a meta inicial perseguida pelo resenhista), repetimos, são as informações sobre o que disse o autor, o que quis dizer com aquelas proposições e qual o valor das coisas que disse para certo leitor potencial.

Observem essas três maneiras de combinar as unidades de informação mais frequentes nas resenhas da RBE. Como já anunciamos, vocês também podem criar uma quarta ou quinta combinação com os mesmos elementos.

Possibilidades de estrutura retorica dos paragrafos iniciais de uma resenha Crítica Historiográfica

Com início e fim esboçados, seus fragmentos de resenha já podem ganhar a forma de uma narrativa. Leiam os quatro parágrafos sem interrupção e façam, autoavaliações: “Os parágrafos fazem sentido? Eles são coerentes e coesos?”

Se a resposta pessoal for sim, provavelmente, o seu texto inicial conterá o seguinte enunciado: “Fulano escreveu tal livro, que trata de tal assunto, de tal maneira e possui tais e tais vícios e virtudes, podendo ser lido, principalmente, por tal ou tal interessado neste objeto.”

Reconhecemos que escrever o fim, antes do chamado desenvolvimento, não é um procedimento usual. Se vocês não se adaptarem à proposta, poderão escolher entre outras orientações disponíveis na bibliografia sobre resenhas acadêmicas. Mais importante que cumprir a tarefa é fazê-lo, descobrindo a forma como melhor cumpre o objetivo do curso.

Em qualquer estratégia, contudo, o texto intermediário (entre os parágrafos iniciais e finais), como descrito na estrutura retórica acima, poderá progredir de maneira vária e ganhar extensão também variável. Na experiência que colhemos da RBE, as combinações mais frequentes estão dispostas no quadro 3.

Atentem para a idealidade das estruturas. Entendam que o número de quatro parágrafos não é regra. A extensão das resenhas é determinada pelos projetos editoriais de cada periódico. Para no nosso curso, aceitamos resenhas que possuam entre 800 e 1200 palavras (inclusos o título da resenha, informações sobre o resenhista e referências da obra resenhada). Isso significa que o número de parágrafos intermediários pode chegar a dez.

Possibilidades de estrutura retorica dos paragrafos intermediarios de uma resenha Crítica Historiográfica

Agora que vocês conhecem minimamente as unidades de informação e a estrutura retórica de resenha extraídas de um periódico educacional, sugiro que apliquem tais conhecimentos na elaboração da resenha do livro escolhido sobre Avaliação da Aprendizagem.

Com a replicação de três ou quatro exercícios deste tipo, a combinação aplicada ficará tediosa. Para evitar o enfado e o desprazer, experimentem novas estruturas retóricas. Em anexo, apresentamos três possibilidades de cruzamentos, mas elas podem chegar a nove, apenas com o emprego das unidades de informação apresentadas neste texto.

Bom trabalho!

Possibilidades de estrutura retorica de uma resenha Crítica Historiográfica

Referências

GARCIA, Othon M. Comunicação em prosa moderna: aprendendo a escrever. 27ed. Rio de Janeiro: FGV, 2020.


Para citar este texto:

FREITAS, Itamar. Compondo resenhas para educadores. Resenha Crítica. São Cristóvão, 23 ago. 2021. Disponível em <https://www.resenhacritica.com.br/todas-as-categorias/compondo-resenhas-para-educadores/>

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Medindo as palavras

Leandro Crítica Historiográfica
Leonardo | Imagem: Facebook

Vocês esboçaram a primeira versão resenha. Suponho que tenham sentido alguma dificuldade na escolha das palavras ou que tenham se arrependido de empregar algumas delas. Há termos repetidos em excesso? Há termos imprecisos, inadequados e até palavras que podem gerar algum constrangimento por parte do leitor?

Se vocês não encontraram problemas do gênero, ofereçam o seu texto ou “segmento de texto” para o colega do grupo. Considerem a sua apreciação. É provável que ele encontre uma mudança abrupta de assunto ou a ausência de uma progressão lógica de um parágrafo ao outro.

Essas imperfeições podem ser minoradas com a criação e o manuseio de um glossário de verbos, substantivos, adjetivos e expressões empregáveis para nos referirmos ao autor, à obra, às coisas que o autor faz ou diz e ao valor da obra resenhada.

Para anunciar o autor, vocês podem usar, quando conveniente e adequado, as seguintes expressões: “o autor”, “o organizador”, “o coordenador”, “o editor”, “o compendiador”, “o diretor”, “ele”, “o pesquisador”, “o acadêmico”, “o professor”, “o especialista”.

Evitem o excesso de intimidade como chamá-lo pelo prenome (“Itamar”), ao invés do nome autoral (“Freitas”). Evitem a monotonia causada pela referência o nome completo todo o tempo (“Segundo Itamar Freitas…”, “Itamar Freitas afirma…” etc. ). Evitem, ainda, o estranhamento ou o distanciamento em excesso ao chamá-lo, apenas pelo nome autoral, desde o primeiro parágrafo da resenha (“Freitas é autor de…”).

Quando mencionarem a obra pela primeira vez, usem o título completo. Na sequência, podem referi-la por meio de expressões do tipo: “o livro”, “o texto”, “o trabalho”, “o resultado da pesquisa”, “o título” e, quando adequado, “a coletânea”, “a coleção”, “o e-book”, “a brochura”, “a parte”, “a seção”, “o capítulo”, “o tópico” e “grupo de parágrafos”.

Quando se referirem à obra para anunciar o plano geral ou resumir partes, fiquem livres para empregar a voz ativa, a voz passiva ou explorar a impessoalidade: “O livro reúne nove textos…”; “Neste livro, foram reunidos nove textos…”; “Neste livro, o autor reuniu nove textos”; “Trata-se da reunião de nove textos…”.

Nas referências às coisas que o autor faz ou diz, as palavras, em geral, estão relacionadas aos principais atos do autor ao produzir um livro. Vocês podem iniciar a frase, empregando a metonímia, substituindo, por exemplo, o “Freitas afirma” por “A obra afirma…”.

Um procedimento que auxilia bastante a descrição sobre os ditos e feitos do autor na obra é a empatia. Imaginem-se autores em produção. Vocês provavelmente, iriam declarar objetivos, problematizar, delimitar o tempo e o espaço da pesquisa, inventariar, analisar e interpretar fontes e bibliografia, selecionar e operar categorias e métodos, elaborar hipóteses, contestar, apoiar, demonstrar ou confirmar teses anunciadas na bibliografia da área, sintetizar, deduzir em forma de proposições, princípios ou novas hipóteses e selecionar os melhores exemplos e argumentos retóricos para convencer e persuadir o leitor.

Esses procedimentos clássicos da pesquisa e escrita acadêmica já oferecem o glossário básico que vocês empregarão na resenha. Os verbos possíveis de emprego na resenha, reiteramos, já estão previamente delimitados pelo domínio acadêmico no qual se situa a obra a ser resenhada. O máximo que vocês podem fazer, em termos de criação, é variar nos sinônimos de cada ação intelectual, como exemplificamos no quadro 1.

Palavras para anunciar o que o autor faz Crítica Historiográfica

Se vocês têm dúvidas sobre a limitação desse glossário, tentem expor os objetivos, o plano ou as principais proposições da obra que acabaram de ler. Para declarar os objetivos da obra, servem, por exemplo, as orações 9 e 11: “O objetivo do autor é refutar a tese de que…” (9); “A meta da obra é demonstrar que…” (11)

Idêntica operação ocorre durante o anúncio do plano geral da obra, das suas proposições centrais ou do conteúdo de cada uma das suas partes: “A obra está dividida em…” (6); “No capítulo primeiro, o autor narra a…”; “No capítulo segundo, o autor analisa…”; “Nas conclusões, o autor reitera que…” (12)

Para anunciar o valor da obra, as palavras mais empregadas, obviamente, são os adjetivos. No entanto, neste exercício, preocupam-nos muito mais as regras de convivência que a objetividade da qualificação da natureza e dos usos que o autor faz dos seus problemas, hipóteses, teses, fontes, categorias, métodos e teses. Como afirmam D. Motta-Roth e e G. Rabuske Hendges (2020, p.116), “Deve-se tentar ser ‘polido’, evitando agredir o autor da obra resenhada”.

Para evitar esse constrangimento, as autoras sugerem duas saídas: o emprego de expressões parcimoniosas, o uso do verbo no futuro do preterido:

Parece-me que falta ao texto de Fontes um tratamento mais detalhado da estrutura sindical oficial…;

O enfrentamento dessas indagações permitiria…  (Motta-Roth; Hendges, 2020, p.116).

Na primeira situação exemplificada, o resenhista detectou uma lacuna grave, mas atenuou com um “parece-me” (o que ele efetivamente sabia que estava ausente na obra). Na segunda, o resenhista efetivamente reprova a conduta do autor, mas prefere dizer que ele “poderia” proceder da maneira que o seu crítico considera como correta.

Aos procedimentos sugeridos por Motta-Roth e Hendges, acrescentemos três outros caminhos que podem atenuar os efeitos do anúncio de pontos negativos da obra. Observe este exemplo:

Evidentemente, é louvável o propósito de melhorar a qualidade dos cursos de doutorado, e mais ainda, de que isso possa ser alcançado por diferentes países. Também o é a promoção do intercâmbio, seja de pesquisadores, de programas de doutorado, e o fortalecimento das relações entre vida social, política, econômica e cultural e a produção do conhecimento por parte das universidades. Todavia, o modelo esbarra em problemas […]. Isso não invalida a perspectiva de que pesquisadores no campo das ciências humanas trabalhem com grupos de doutorandos em torno de um ou mais projetos de pesquisa que permitam trabalho articulado de natureza interdisciplinar e/ou interinstitucional. Mas tal proposição não pode constituir uma camisa de força, como a concepção do modelo indica.” (Ferretti, 2011).

Nesta terceira situação, o resenhista apresenta um ponto positivo para demonstrar o equilíbrio da sua apreciação. O que realiza, efetivamente, porém, é uma crítica contundente às posições dos autores. Agindo assim, ele não pode ser acusado de parcialidade por causa das duas ponderações iniciais, mas não deixa de demonstrar sua visão (contrária à professada pela obra) e, ainda, de exibir erudição, apontando fragilidades na obra.

Os dois exemplos que se seguem apresentam uma quarta situação. Nela, os resenhistas moderam o tom da crítica com a apresentação de um ponto positivo imediatamente antes ou após o anúncio do ponto negativo. Eles sugerem que as “faltas e silêncios” e os comprometimentos à “uma conclusão mais objetiva” são vícios inerentes ao gênero “introdução” e vícios circunstanciais, decorrentes da ausência de fontes e não dos autores que escreveram um exemplar do gênero “introdução”.

O livro percorre praticamente dois séculos da história do Brasil focado nas transformações ocorridas no campo educacional […] sem contudo estabelecer correções diretas entre esses eventos e os demais processos em curso no Brasil […] Em suma, quem não souber um pouco de história do Brasil terá séries dificuldades para articular o narrado do texto com as diversas conjunturas experimentadas pela sociedade brasileira. E quem souber terá de deduzir os modos como se articulam […]. Trata-se basicamente de um livro de introdução, conciso, e como tal incorre em faltas e silêncios. Pode ser indicado como parte de uma bibliografia sobre a história da profissão docente, mas não necessariamente.” (Silva, 2011).

Por fim, se há uma crítica, ela deve-se à inexistência de dados sobre o destino profissional dos ex-alunos, o que não compromete uma conclusão mais objetiva sobre a redução das desigualdades sociais que poderiam ser atribuídas à passagem pelo ensino superior. (Perosa, 2016).

O último exemplo representa um quinto modo de suavizar crítica. Observe que o resenhista encerra o seu texto com uma série de questões para as quais o autor não oferece soluções. A crítica, contudo, é atenuada com uma adversativa, seguida de um elogio protocolar (já que quase toda obra “alimenta o debate”).

A respeito da pauta educacional, resta-nos ainda inquirir se esta possui de fato capacidade aglutinadora diante da diversificação dos inúmeros movimentos sociais. E seria ela sustentável temporal e politicamente? Processaria uma reconfiguração do papel do Estado e da gestão da educação nesse novo contexto? Além disso, no quadro geral, como podemos analisar a participação no interior da gestão educacional? A obra não responde a essas questões, mas alimenta o de até e convida a novas contribuições. (Assis, 2020).

Já tratamos das palavras adequadas e mais frequentes para anunciar a obra, o autor, as metas, plano e proposições da obra resenhada. Vamos encerrar este texto com as palavras empregadas na “crítica” à obra.

Para este procedimento, os termos são muito mais numerosos que os verbos indicadores da ação do autor. Em geral, são empregados para atribuir valor à natureza do objeto criticado e/ou das funções que esse objeto pode preencher no domínio acadêmico: eles declaram um juízo: a coisa “é” e/ou a coisa “serve para”. O “serve para” é a identificação dos fatos que a leitura da obra pode desencadear na vida do leitor que a consome, seja ele um iniciante, seja ele um profissional.

Há várias formas de manifestar um juízo. Vejamos três. Quando dizemos que “Fazer resenhas é uma tarefa simples” ou “Fazer resenhas não é um procedimento prazeroso”, estamos expressando juízos qualitativos. Estamos anunciando, em síntese, a existência (a chatice) ou a inexistência (o prazer) de alguma coisa (a tarefa de escrever resenhas).

Quando anunciamos que “todos os professores de resenhas são incompetentes” ou que “somente a mínima parte dos professores de resenhas oferecem modelos” para escrever resenhas, estamos expressando juízos quantitativos.

Quando, por fim, anunciamos que “essa disciplina vai nos auxiliar a escrever resenhas”, que “essa disciplina, provavelmente, vai nos auxiliar a fazer resenhas” ou que “essa disciplina, necessariamente, vai nos auxiliar a fazer resenhas”, estamos expressando juízos modais (Cf. Mora, sd).

Resumindo, em quaisquer das situações comunicativas onde somos convidados a manifestar nossa posição, mesmo quando pensamos não fazer crítica, como no oferecimento da obra à leitura e na indicação dos seus leitores potenciais, estamos anunciando juízos: “o livro é um guia em termos de…”; “o livro é referência para…”; “O livro contribui com…”; “O livro será útil para…”; “O livro é um grande aporte para…”; “O livro é provocativo…”;  “Professores podem se beneficiar com a leitura…”. Dizendo de outro modo, em qualquer declaração, empregamos afirmações e negações, acompanhadas de grandezas (extenso/curto, raso/profundo, largo/estreito, cheio/vazio, alto/baixo etc.) e de graus de certeza (possível, provável, necessário etc.).

Essas três categorias de juízo são muito empregadas pelos resenhistas da Revista Brasileira de História (RBE). São juízos deste tipo que solicitamos o emprego nas resenhas, mesmo que eles ganhem outra estrutura sintática na redação final, como neste exemplo onde a resenhista traduz a declaração mental “a análise é aprofundada” de modo mais alongado: “Rui Trindade […] brinda-nos com uma aprofundada análise dos principais desafios pedagógicos postos hoje às instituições de ensino superior” (Pachane, 2011).

Anuncios de critica Crítica Historiográfica

Os anúncios do quadro 1 são somente exemplos. Vocês podem criar à vontade. Podem, inclusive, combinar orações e estabelecer paralelismos entre coisas “boas” e coisas “ruins” que caracterizam o livro.

Acima, vimos que um procedimento para atenuar o anúncio de “pontos negativos” da obra é informar simultaneamente, um vício acompanhado de uma virtude. Aqui, podemos empregar idêntica estratégia para reforçar a positividade da obra. O conjunto curinga de palavras é: “não somente, mas também…”

Observe o seguinte exemplo:

Ao longo de todo o livro, a biografia dos intelectuais envolvidos na gestão da universidade é empregada não para reforçar o imaginário das figuras míticas de uma história, mas para restituir a lógica dos investimentos individuais na instituição. (Perosa, 2016).

Em apenas um trecho de parágrafo, percebemos a aplicação de dois procedimentos que devemos replicar. O resenhista informa ao leitor sobre parâmetros e razões da crítica e, consequentemente, amplia o efeito que o comentário positivo pode provocar na sua mente.

Para encerrar, sugerimos que retenham este princípio: toda vez que afirmarem ou negarem algo, deverão apresentar as bases desse julgamento. Ao dizer, por exemplo, que um livro é “excelente”, vocês terão que declarar as razões e os parâmetros que os levaram a anunciar esse juízo (excelente – superior aos do gênero), ou seja, deverão mencionar a regra e/ou o autor da regra que considerou a presença de atributo em uma obra como traço de excelência.

Agora que encerraram a leitura, sugiro que revisem a primeira versão da resenha, façam as devidas substituições e publiquem a resenha no formulário respectivo.

Bom trabalho.


Referências

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VICENTINI, Paula Perin; LUGLI, Rosário Genta. História da profissão docente no Brasil: representações em disputa. São Paulo: Cortez, 2009. 234p. Resenha de: SILVA, Maria de Lourdes da. Revista Brasileira de Educação. Rio de Janeiro, v.16, n.47, maio/ago. 2011.

VICENTINI, Paula Perin; LUGLI, Rosário Genta. História da profissão docente no Brasil: representações em disputa. São Paulo: Cortez, 2009, 234p. Resenha de: SILVA, Maria de Lourdes da. Revista Brasileira de Educação. Rio de Janeiro, v.16, n.47, maio/ago. 2011.


Para citar este texto:

FREITAS, Itamar; OLIVEIRA, Maria Margarida Dias de. Medindo as palavras. Resenha Crítica. São Cristóvão, 23 ago. 2021.  Disponível em <https://www.resenhacritica.com.br/todas-as-categorias/medindo-as-palavras/>

Correio Para Mulheres | Clarice Lispector

O histórico meramente tradicionalista em vista das mulheres da elite brasileira entre as décadas de 1950 e 1960 era descrito por Clarice Lispector em colunas de aconselhamento feminino para os jornais Comício, Correio da Manhã e Diário da Noite. Desta maneira, a autora produziu colunas que eram direcionadas exclusivamente para as mulheres sob a perspectiva de três pseudônimos diferentes: Tereza Quadros, na coluna “Entre Mulheres”, pelo jornal Comício, em 1952; Helen Palmer, na coluna “Feira de Utilidades”, pelo jornal Correio da Manhã, em 1959; e Ilka Soares, na coluna “Nossa Conversa”, pelo jornal Diário da Noite, em 1960. No decorrer destas colunas, Lispector apresentava dicas, diálogos, inquietações e questionamentos antes muito proveitosos para as mulheres e que representavam perfeitamente as experiências femininas pertencentes à classe média alta da sociedade burguesa daquela época, nunca deixando para trás o seu estilo literário inconfundível e o senso de humor ácido clariciano. Leia Mais

Linguística Aplicada na modernidade recente | Luiz Paulo da Moita Lopes || Transdisciplinaridade na linguística aplicada: um processo de desterritorialização – um movimento do terceiro espaço | SCHEIFER, Camila Lawson Sheifer

Coisa Negoco Celular Crítica Historiográfica

CELANI Linguistica aplicada Crítica HistoriográficaAdemais de suas crenças de aquisição de línguas e daquilo que compreende como língua(gem), o professor deve, constantemente, (re) pensar seu fazer laboral de forma que a sua prática não se limite ao campo conteudal. É com este olhar que chegamos à era contemporânea/digital, em que tanto o ensino de línguas adicionais, como a formação docente precisam ser (res)significadas, tudo para que discentes construam seu conhecimento de forma integrada e contextualizada nas diversas áreas do seu entorno.

Neste cenário, a Linguística Aplicada (LA), por ser uma ciência que atua diretamente nos diversos campos em que a língua se situa, necessita dialogar em diferentes espaços, discutindo questões que envolvem práticas translíngues [2] e transdisciplinares, contribuindo, dentre estas esferas, para com o ensino de línguas. Pensando nisto, significativas contribuições estão sendo produzidas para que se compreenda a necessidade de mudança e a valorização das minorias linguísticas, dentre elas destacamos os estudos de Marilda Cavalcanti (2013) e Camila Lawson Scheifer (2013). Leia Mais

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Teletandem Crítica Historiográfica
Colagem sobre Imagem “Teletandem – aprendizado colaborativo de línguas”.

SOUZA Colaborativo Crítica HistoriográficaO que é e o que caracteriza uma prática telecolaborativa de Teletandem? Quais suas contribuições para o ensino/aprendizagem de línguas? E para a formação de professores? O livro “Telecolaboração, ensino de línguas e formação de professores: demandas do século XXI” se debruça nestas questões, a partir de trabalhos de professores com experiência nas áreas de Linguística Aplicada e de Educação. O livro foi organizado por Kelly Cristiane Henschel Pobbe de Carvalho, doutora em Letras pela UNESP (2004), Rozana Aparecida Lopes Messias, doutora em Educação pela UNESP (2009), e Fábio Marques de Souza, doutor em Educação, pela USP (2014).

Todos os autores possuem outros artigos publicados, orientações de pesquisas de mestrado e doutorado sobre Teletandem, que fogem ao escopo desta resenha. Ademais, atuam em suas respectivas instituições de ensino superior (UNESP/Assis e UEPB) como colaboradores/coordenadores de práticas de Teletandem. A obra em questão está dividida em seis capítulos e é indicada principalmente para aqueles interessados em conhecer um pouco mais sobre práticas de telecolaboração, intercâmbio virtual e Teletandem. Leia Mais

Gêneros Textuais: Mediadores no ensino e aprendizagem de línguas | Ana Silvia Moço Aparicio e Silvio Ribeiro da Silva

Mapa de generos Crítica Historiográfica
Recorte sobre “Mapa de gêneros textuais” | Imagem: Bia Mapas

APARICIO Generos Crítica HistoriográficaO artigo Texto não é pretexto: gêneros, habilidades, competência e ensino de leitura, publicado no livro Gêneros Textuais: mediadores no ensino e aprendizagem de línguas, de Robson Santos de Carvalho (2018), desenvolve o tópico de ensino de leitura. Ao discutir o uso dos textos como um mero pretexto, o doutor em Linguística aponta que os textos, geralmente, são usados para se ensinar outro tema do português e, raramente, focam no ensino da leitura em si, prejudicando o desenvolvimento do pensamento crítico do aluno e o conhecimento de novos conceitos.

Sendo assim, o principal objetivo deste texto é resenhar o capítulo de Carvalho (2018), mencionado anteriormente. Desse modo, serão realizados, de forma sucinta, comentários críticos relacionados ao modo como a leitura é ensinada atualmente. O texto é destinado, principalmente, ao público acadêmico de Letras que possui interesse pela área de leitura, e professores de Educação Básica, nos níveis Fundamental e Médio, com o intuito de aprofundar seus conhecimentos no ensino da prática leitora. Leia Mais

Análise de Discurso Crítica e Comunicação: percursos teórico e pragmático de discurso, mídia e política | Laerte Magalhães

MAGALHAES Laerte Crítica Historiográfica
Laerte Magalhães | Imagem: MeioNorte.com

MAGALHAES Analise de discurso Crítica HistoriográficaO livro Análise de discurso crítica e comunicação: percursos teórico e pragmático de discurso, mídia e política, organizado por Laerte Magalhães, é fruto das experiências desenvolvidas e discutidas no I Encontro Nacional – Discurso, Identidade e Subjetividade (I ENDIS), realizado de 27 a 29 de abril de 2016 na Universidade Federal do Piauí. O evento foi promovido pelo Núcleo de Pesquisa em Estratégias de Comunicação (NEPEC) através do Programa de Pós-Graduação em Comunicação (PPGCOM) / UFPI com o intuito debater sobre os conceitos de Língua, linguagem, discurso.

A obra publicada em 2019 possui 246 páginas e traz textos produzidos por conferencistas que participaram do evento com diversas temáticas do âmbito da comunicação midiática e embasadas na Análise do Discurso Crítica (ADC). Cada texto corresponde a um capítulo, sendo assim, o livro é composto de 5 capítulos escritos pelos seguintes pesquisadores: Izabel Magalhães (UFC/UnB/CNPq), Viviane Vieira (UnB), Expedito Wellington Chaves Costa (IFCE), Michelly Santos de Carvalho (UESPI/FAR), Francisco Laerte Juvêncio Magalhães (UFPI), Viviane de Melo Resende (UnB/CNPq) e Rosimeire Barboza da Silva (UnC-PT). A coletânea objetiva estimular o debate acadêmico científico entre pesquisadores, alunos e profissionais da comunicação, letras e áreas afins. Leia Mais

Preconceito Linguístico | Marcos Bagno

O mineiro Marcos Bagno, nascido em Cataguases em 21 de agosto de 1961, é professor do Departamento de Línguas Estrangeiras e Tradução da Universidade de Brasília (UnB), doutor em Filologia e Língua Portuguesa pela Universidade de São Paulo (USP), tradutor de clássicos como Sartre, Balzac e Voltaire, dentre outros, e escritor com diversos prêmios e dezenas de livros publicados no campo da sociolinguística e do ensino de português. No campo Linguística, Bagno ganhou notoriedade com a novela sociolinguística A Língua de Eulália, publicada em 1997, apenas dois anos antes da primeira edição do Preconceito Linguístico (1999), que viria a ser um marco para a reformulação de noções de letramento e (re)educação linguística, sobre o qual centra-se este texto. Leia Mais

Multimodalidade, textos e tecnologias: provocações para a sala de aula | Ana Elisa Ribeiro

RIBEIRO Ana Elisa Crítica Historiográfica
Ana Elisa Ribeiro | Foto: Adamo Alighieri

RIBEIRO Multimodalidade Crítica HistoriográficaAna Elisa Ribeiro2 é professora titular do Departamento de Linguagem e Tecnologia do Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais (CEFETMG), onde atua no Programa de Pós-Graduação em Estudos de Linguagens, no Bacharelado em Letras (Tecnologias da Edição) e no ensino médio.

O livro é composto por 181 páginas distribuídas em 8 capítulos: 1) “Faces da Leitura no Século XXI: Questões de Multimodalidade e “Poder Semiótico”; 2) “A Importância do Design na Leitura”; 3) “Ler com os Dedos: Expectativas de Pessoas Analfabetas sobre a Leitura do Jornal Impresso”; 4) “Questões de Multimodalidade e Produção de Sentidos em Charges sobre o Programa Mais Médicos”; 5) “Leitura e Escrita em Ambientes Digitais (Principalmente WhatsApp)”; 6) “Textos Multimodais: Camadas, Dimensões e Níveis”; 7) “Textos Multimodais na Palma da Mão: Exercícios como Memes”; 8) “Novas Topografias – Apenas Ensaiadas – para o Texto, o Livro e a Leitura”. Leia Mais

Refugiados | Joaquim Branco

BRANCO Joaquim Crítica Historiográfica
Joaquim Branco | Foto: Divulgação

RIBEIRO Multimodalidade Crítica HistoriográficaHá no sistema capitalista um uso constante, ideológico, da palavra, que procura convencer o usuário a transformar em mercadoria e a consumir toda mercadoria como bem supremo. Ora, nesse contexto particular, que nós estamos vivendo, que é uma sociedade de consumo, em que tudo passa a ter valor venal, a palavra lírica soa como uma mensagem estranha porque ela se subtrai a esse império da ideologia, nos remete a certos traços humanos, universais, a certos sentimentos comuns, à humanidade, como a angústia em face da morte, a indicação em face da opressão enfim, a palavra lírica está em tensão com a ideologia dominante (BOSI, 2003, s/p.). Leia Mais

Changó, el Gran Putas | Manuel Zapata Olivella

OLIVELLA MAanuel Zapata Crítica Historiográfica
Manuel Zapata Olivella | Foto: Nereo López

OLIVELA Chango Crítica HistoriográficaA literatura afro-latino-americana conta com um de seus grandes expoentes provindo da Colômbia, a saber: Manuel Zapata Olivella. Primeiro autor colombiano a resgatar, exaltar e rememorar a identidade do negro a partir de sua procedência e de sua origem. Além disso, podemos observar a resistência e o firmamento dos negros a partir dos Orixás e dos Ancestrais em seus ensaios e em suas narrativas. Sua obra, Changó, el Gran Putas, publicada em 1983 e republicada em 2010, a qual iremos discutir aqui, é considerada pela crítica como a saga da negritude nas terras colombianas, apresentando como tema central a diáspora africana nas Américas e a formação cultural afro-latino-americana. Leia Mais

Ruptura dos gêneros na literatura latino-americana | Haroldo de Campos

CAMPOS Haroldo de Crítica Historiográfica
Haroldo de Campos | Foto: German Lorca

CAMPOS Ruptura dos generos Crítica HistoriográficaEm Ruptura dos gêneros na literatura latino-americana, ensaio que integra o volume América latina em sua literatura, de 1979, Haroldo de Campos se vale de dois acontecimentos na história da literatura que culminaram no processo de destruição dos gêneros literários tanto aqui no Brasil como em outros países. O volume, resultado da iniciativa de um projeto da Unesco de estudar a cultura universal na especificidade de seus conjuntos culturais, definição conforme contracapa, conta, ainda, com contribuições de alguns dos principais nomes da crítica literária, como Antônio Candido, Antonio Houaiss, Lezama Lima, Emir Rodríguez Monegal, entre outros.

Sem mais delongas, na sequência de Haroldo de Campos, o primeiro acontecimento diz respeito a uma “crise da normatividade” que teria explodido no século XX, suscitada por vários estudiosos da problemática dos gêneros literários. Entre eles, Mukarovsky, um dos fundadores do Círculo Linguístico de Praga. Para Mukarovsky, a nossa tendência à delimitação literária dos gêneros se deve a uma forte influência do Classicismo. Leia Mais

Resenhando. Alfenas, v. 3, n.3, 2021.

Resenhando Crítica Historiográfica

TEORIA E CRÍTICA LITERÁRIA

LITERATURAS

LINGUÍSTICA

ENSINO DE LÍNGUAS E LITERATURA

ESTUDOS DE GÊNERO

Palavras Abhertas. Ponta Grossa, n.2, ago. 2021.

Esse é o número dois da revista Palavras Abehrtas.

Desafios e dilemas da profissão docente

Vice-versa

Rizoma de ações

Publicado: 2021-08-20

Mark Leone | Vestígios – Revista Latino-Americana de Arqueologia Histórica | 2021

Mark Leone 2 Crítica Historiográfica
Mark Leone | Foto: University of Maryland

Si bien Mark Leone siempre estuvo presente en lecturas y referencias teóricas a lo largo de nuestras carreras académicas, en 2019, y por una casualidad, pudimos tener contacto personal con él. Este acercamiento permitió conocer, además de un gran académico, una persona extremadamente simpática, bien humorada y humilde. Surgió así la idea de organizar un número especial de Vestígios. Revista Latino-Americana de Arqueologia Histórica con las traducciones, al español y/o portugués, de sus trabajos clásicos, para que pudiesen ser de más fácil acceso a toda la comunidad arqueológica latinoamericana. El propio Leone se ocupó de conseguir los permisos para estas traducciones y nos auxilió a lo largo del proceso.

Sin duda, muchos podrán preguntarse cuál es la relación entre Mark Leone y la arqueología latinoamericana. La respuesta está dada en la segunda parte del volumen, compuesta por diversos artículos de colegas que tratan de forma directa o indirecta los ecos que tienen las propuestas de Leone en sus propias investigaciones. De cualquier forma, no podemos dejar de mencionar el hecho de que Leone ha sido uno de los primeros arqueólogos históricos norteamericanos en traer a la agenda de la disciplina principios que podemos pensar como “disidentes” junto con visiones “críticas” del pasado. A partir de las mismas es que podemos pensar en una arqueología del capitalismo, donde lo global y lo local son abordados en equilibrio, al mismo tiempo en que se busca desenmascarar las ideologías. Sin duda, este tipo de posiciones que hoy pueden ser consideradas “comunes”, y las encontramos en la mayoría de los trabajos de la región, no surgieron por azar, y por lo tanto consideramos que debemos reconocer a uno de sus máximos impulsores. Leia Mais

Vestígios – Revista Latino-americana de Arqueologia Histórica. Belo Horizonte. v.15, n.2, 2021.

VESTIGIOS UFMG Crítica Historiográfica

Especial Mark Leone

Expediente

  • Equipe Editorial |  PDF

Prólogo

BIOGRAFIA

TRABALHOS CLÁSSICOS DE MARK LEONE (TRADUZIDOS)

ECOS DE MARK LEONE NA ARQUEOLOGIA HISTÓRICA LATINOAMERICANA

PUBLICADO: 2021-08-19

História.com – Revista Eletrônica Discente. Cachoeira, v. 7, n. 14, 2020.

 História.com

Editorial

Apresentação

Dossiê Temático: Arquivo Brasil Moçambique

Dossiê Temático: Experiências de pesquisa e produção de materiais didático

Publicado: 2021-08-18

Estrutura retórica da resenha

Vida de adolescente Crítica Historiográfica
Provando minhas roupas de quando eu era criança | Imagem: Vida de uma adolescente

Resenhas bibliográficas são gêneros textuais que possuem a função genérica de apresentar e atribuir valor ao conteúdo de um ou de vários livros.

Essas funções variam com a situação comunicativa demandada pelo texto. Se vocês as empregam exclusivamente como exercício de produção textual, elas ganham uma estrutura. Se vocês querem divulgar posição sobre a obra em um periódico científico, elas podem ganhar outra estrutura e outras unidades de informação.

O nome do autor é uma unidade de informação, a utilidade da obra e as teses defendidas pelo autor são outras unidades de informação. Todas elas podem ser apresentadas de modo argumentativo, narrativo ou descritivo.

Organizadas em um texto, as unidades de informação compõem uma “estrutura retórica”. A mais conhecida estrutura retórica do gênero resenha é a tríade: introdução, desenvolvimento e conclusão. Em alguns manuais de metodologia científica, essas expressões designam funções de: apresentação da obra e autor, resumo e crítica da obra e destinação da obra a leitores potenciais.

Essas tríades, com respectivas unidades de informação, servem à iniciação do aprendizado, mas são limitadas quando queremos escrever para um público especializado. Examinando padrões retóricos mantidos por membros de diferentes domínios acadêmicos, constatamos que o número de estruturas pode chegar a uma centena (dentro de um mesmo domínio, até).

Isso ocorre porque a natureza das unidades de informação e a sua quantidade são reduzidas, mas os modos de combiná-las variam bastante. O nome do autor, por exemplo, pode ser anunciado junto ao título ou anteceder o título. Pode, inclusive, nem aparecer no primeiro e no segundo parágrafo. A crítica, da mesma forma, pode aparecer já no início da resenha ou ser anunciada apenas no último parágrafo da resenha e assim por diante.

Os que escrevem resenhas de crítica literária obedecem e consolidam um padrão. Os que criticam obras da Medicina também obedecem e consolidam uma estrutura retórica. Esse padrão, contudo, somente ganha visibilidade após examinarmos centenas de resenhas de uma mesma área, produzidas ao longo de décadas.

É importante conhecer essas estruturas retóricas porque, em geral, nos comunicamos por meio de textos padronizados. Postar no Instagram, por exemplo, exige parágrafos curtos e número máximo de 10 slides por mensagem. Manifestar descontentamento com a ação genocida do atual Presidente da República no Twitter exige apenas uma frase e o uso de exclamações repetidas.

A coluna 1, do quadro 1, apresenta o padrão retórico de resenhas acadêmicas nas áreas de Teoria da Literatura e História. Observe a natureza das unidades de informação: "definição do tema/assunto", "explicitação da abordagem utilizada", "registro dos objetivos", "delimitação dos leitores potenciais", "identificação da autoria", "avaliação inicial da obra" etc.

Já a coluna 2, do quadro 1, informa sobre um padrão retórico de resenhas acadêmicas na área de História. Observe a introdução de outras unidades de informação: "contextualização da obra na trajetória do domínio acadêmico", "contextualização da obra no ato do lançamento", "contextualização da obra na trajetória do autor" etc.

Estrutura retorica da resenha Crítica Historiográfica

Observe, também, que os três movimentos da resenha de História estão renomeados como: “início”, “progressão” e “finalização”. Além disso, várias unidades de informação ("registro dos objetivos" e "explicitação da abordagem utilizada", por exemplo) estão presentes nas estruturas retóricas da resenha de História e de Teoria Literária, mas foram situadas em partes diferentes.

Até aqui, vimos que as resenhas são construídas dentro de determinados padrões retóricos que possuem especificidades em cada domínio acadêmico.

Vimos, ainda, que esses padrões retóricos são constituídos por unidades de informação comuns e unidades de informação variáveis, também dependentes de cada domínio acadêmico.

Agora é o momento de vocês consolidarem essa informação, a partir da investigação direta. Proponho, então, que leiam resenhas sobre o tema/problema/categoria que orienta o livro selecionado para a leitura e crítica, identificando, em cada uma delas, as variadas unidades de informação, a exemplo do que sugere A. R. Machado (2020).

Referências

CARVALHO, Gisele. Resenhas acadêmicas. um guia rápido para escritores de primeira viagem. Disponível em<https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/4548899/mod_resource/content/1/slidex.tips_resenhas-academicas-um-guia-rapido-para-escritores-de-primeira-viagem-gisele-de-carvalho.pdf> Capturado em 4 jul. 2020. [Com adaptações estilísticas].

FREITAS, Itamar; OLIVEIRA, Maria Margarida de. Resenhando como historiadores. Aracaju: Criação, 2021 (No Prelo).

MACHADO, Anna RAchel; LOUSADA, Eliane; ABREU-TARDELLI, Lilia Santos. Resenha. São Paulo: Parábola, 2020.


Para citar este texto:

FREITAS, Itamar; OLIVEIRA, Maria Margarida Dias de. Estrutura retórica da resenha. In: Resenhando como historiadores. Aracaju: Criação, 2021. [No Prelo].

 

Avaliação educacional e avaliação da aprendizagem

Carminha Crítica Historiográfica
"Ser mãe". | Imagem: Facebook

Neste texto, nossa primeira meta é estimular a sua lembrança e/ou ampliar o seu conhecimento sobre alguns significados básicos de avaliação, avaliação educacional, aprendizagem e avaliação da aprendizagem.

A avaliação educacional é uma das expressões da nossa habilidade de criticar. No dia a dia, no interior da escola ou nos corredores do campus, todos nós avaliamos pessoas e coisas, ainda que informalmente: a conservação das carteiras, as condições do transporte escolar, a comida do restaurante, a vigilância no estacionamento, a iluminação das salas de aula, o preço da cópia xérox, a velocidade do sinal de internet, a altura da grama dos jardins etc.

A avaliação educacional, contudo, é uma atitude metódica. Nós a empregamos para conhecer e tomar posições não dogmáticas, para atribuir valor ao conhecimento por meio de um exame sistemático dos seus fundamentos e dos procedimentos empregados para produzi-lo (Kant, 2000). Assim, a avaliação educacional é a ação e o resultado da ação de examinar algo com o fim de produzir um juízo.

A esses dois elementos – o exame e o juízo –, educadores contemporâneos associaram um terceiro – implícito na ideia de crítica: a tomada de decisões. Avaliação educacional, portanto, consiste em obter informação, formular juízos e tomar decisões. (Arredondo; Diago, 2009).

Sob o ponto de vista dos seus fins, a avaliação educacional pode ser classificada em procedimento para a seleção e certificação e procedimento a serviço da aprendizagem.

Embora bastante semelhantes nos formatos dos itens e de provas, o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), o Exame Nacional para a Certificação de Competências de Jovens e Adultos (Enseja) e a Prova Brasil não são avaliações da aprendizagem. São procedimentos de escala.

O primeiro exame avalia e seleciona indivíduos a partir de padrões de corte; o segundo, promove o aluno; e, o terceiro, avalia e diagnostica virtudes e vícios de sistemas de ensino.

A avaliação praticada em sala de aula – no contexto das disciplinas escolares e das disciplinas do ensino superior –, ao contrário, é um processo que viabiliza a aprendizagem do aluno e autoriza a integralização de um ano letivo, em forma de graus ou de créditos correspondentes à disciplina cursada.

Já sabemos que, entre os especialistas, a avaliação pode ser concebida sem grandes discrepâncias, como a ação e/ou resultado do exame sistemático, do julgamento e da tomada de decisões. Com a categoria “aprendizagem”, a situação é bem diferente. Não há consenso sobre a matéria. Especialistas referem-se dominantemente a aprendizagens gerais, experimentáveis pelos seres humanos em quaisquer culturas.

Para definir esse tipo (geral) de aprendizagem, os estudiosos costumam imaginar um ser humano, caracterizá-los por seus poderes, frente a outros animais, e empregar pares topológicos antitéticos, a exemplo de pensamento vs. vontade, interior da mente vs. exterior do corpo e sistema neural vs. ambiente.

Essas antinomias caracterizam seres humanos. E a imagem que os especialistas, sobretudo filósofos da educação, constroem desses seres fundamentam a classificação das faculdades de aprender entre dois dominantes polos: o aprender do comportamentalismo e o aprender do cognitivismo ou construtivismo.

Entre os comportamentalistas, “aprendizagem” pode ganhar o significado de mudança de comportamento – entendido o comportamento como um pensamento ou uma ação (Skinner, Tyler, 1975). Essa mudança ocorre com base em uma progressão, que pode ser do simples ao complexo  (Bloom, 1956; (Bloom; Hastings; Madaus, 1975) ou do unidimensional ao multidimensional. As coisas que são alvo dessa progressão são velhas conhecidas nossas: os conhecimentos, as habilidades, as atitudes e os valores.

Entre os cognitivistas, a aprendizagem é significada como a conexão estabelecida entre os conceitos e fatos comunicados pelas disciplinas de ensino e os conceitos e fatos já estabelecidas na estrutura cognitiva do aluno –conhecimentos prévios (Ausubel; Novak; Hanesian, 1968).

O aprender também é definido como a capacidade de mobilizar conhecimentos, habilidades e valores para resolver uma situação-problema na vida prática Perrenoud, 1999; 2001).

Nos últimos 20 anos, as concepções dos cognitivistas e, predominantemente, as atividades sugeridas pelos comportamentalistas foram aproximadas no interior dos estudos das neurociências educacionais que acrescentaram mais uma visão sobre a matéria.

Dentro desses saberes de fronteira, aprender foi traduzido aos níveis molecular e celular. Hoje pesquisadores examinam as interações de várias funções neuronais (dentro e fora do cérebro). Eles identificam os neurotransmissores ativados no processo de produção, retenção e recuperação de sentido em demandas específicas, como a aprendizagem do cálculo matemático, da língua estrangeira, da crítica e da inovação e da articulação passado-presente-futuro.

Com o avanço da pesquisa no âmbito das neurociências educacionais, portanto, não é aconselhável que empreguemos o termo “aprendizagem” unilateralmente como mudança “do comportamento de uma pessoa para responder a uma pergunta ou realizar uma tarefa”. Considerada a plasticidade e a dinâmica do cérebro humano, a aprendizagem pode ser definida como os processos formação e de posterior fortalecimento de conexões neurais, mediante repetição de determinadas tarefas (Masson, 2016, p.17).

Referências

ARREDONDO, Santiago Castillo e DIAGO, Jesús Cabrerizo. Introdução. In: Avaliação educacional e promoção escolar. Curitiba: Ibpex; São Paulo: Unesp, 2009. pp. 27-87. [Primeira edição em espanhol – 2003].

AUSUBEL, David P., NOVAK, Joseph D., HANESIAN, Helen. Psicologia educacional. 2 ed. Rio de Janeiro: Interamericana, 1980. [Primeira edição em inglês – 1978.

BLOOM, Benjamin S., ENGELHART, D. Marx e FURST, J. Edward et. al. Taxionomia de objetivos educacionais: domínio cognitivo. 6 ed. Porto Alegre: Globo, 1977. [Primeira edição em inglês – 1956].

BLOOM, Benjamin S., HASTINGS, J. Thomas, MADAUS, George F. Evaliación del aprendizaje. 2 ed. Buenos Aires: Troquel, 1975. [Primeira edição em inglês – 1971]. v. 1.

FREITAS, Itamar; OLIVEIRA Maria Margarida Dias de. Avaliação no Ensino de História. Aracaju: Criação, 2021. (No Prelo).

KANT, Immanuel. Prefácio à segunda edição. In: Crítica da razão pura. São Paulo: Nova Cultural, 2000. pp. 35-51.

MASSON, Steve Pour que s’activent les neurones. Les Cahiers Pédagogiques, [Paris], n. 527, p.17-18, Février, 2016.

PERRENOUD, Philippe. Avaliação: da excelência à regulação das aprendizagens – entre duas lógicas. Porto Alegre: Artes Médicas, 1999.

PERRENOUD, Philippe. Dez novas competências para ensinar: convite à viagem. Porto Alegre: Artmed, 2000.  pp. 49-51. [Primeira edição em francês – 1999].

SKINNER, Burrhus Frederich. Tecnologia do ensino. São Paulo: Herder/Editora da USP, 1972.

TYLER, Ralph W. Princípios básicos de currículo e ensino. 4 ed. Porto Alegre: Globo, 1977. [Primeira edição em inglês – 1948].


Referências deste texto

FREITAS, Itamar; OLIVEIRA, Maria Margarida Dias de. Avaliando como historiadores. Aracaju: Criação, 2021. [No Prelo].

 


Acompanhar a leitura que o professor faz deste texto.

1. Princípios de avaliação mediante a leitura e crítica de livros especializados

Página atualizada em 24/09/2021, às 08h57.

BEM-VINDOS!

Colegas, esta é a página que armazena e distribui o material a ser lido, produzido e avaliado relativo à primeira unidade do nosso curso de Avaliação Educacional, que culminará com a produção de uma resenha sobre um manual, construída em grupo de quatro pessoas.

Relembro que os textos de leitura básica estão disponíveis aqui nesta página. As dúvidas sobre as leituras e os exercícios devem ser dirimidas no início das aulas síncronas correspondentes.

Sigam as orientações abaixo e prestem atenção ao calendário.

 


EXPECTATIVAS

Objetivo desta unidade é viabilizar a ampliação das habilidades de leitura, compreensão e produção textual, mediadas pela construção de uma resenha sobre livro que problematiza teoria e prática da avaliação da aprendizagem escolar.

Espero que, ao final da unidade, vocês estejam capacitados a atribuir valor a um manual de Avaliação da Aprendizagem, empregando a resenha como gênero textual.

 


ATIVIDADE I - Leiam o programa, formem grupos de trabalho, conheçam o Ambiente Virtual de Aprendizagem e selecionem livro a ser resenhado (Síncrona - 2h min). 

QUARTA-FEIRA 25/08/2021

SEXTA-FEIRA 27/08/2021

  1. Didática e Avaliação da aprendizagem no Ensino de História - Claudia Regina Baukat Silveira Moreira e José Antônio Vasconcelos. Cópia disponível no grupo de whatsapp da turma.
  2. Didática e Avaliação da aprendizagem em Língua Portuguesa - Anna Beatriz Paula e Rita do Carmo Polli da Silva. Cópia disponível no grupo de whatsapp da turma.
  3. Prova: um momento privilegiado de estudo, não um acerto de contas. Vasco Pedro Moretto. Cópia disponível no grupo de whatsapp da turma. 
  4. Por que avaliar? Como avaliar? Critérios e instrumentos - Ilza Martins Sant'Anna
  5. Sobre notas escolares: distorções e possibilidades - Cipriano CArlos Luckesi
  6. A avaliação desmistificada-Artmed - Charles Hadji
  7. Avaliação da aprendizagem escolar- Cipriano Luckesi

 


ATIVIDADE II - Leiam o texto que define aprendizagem (Assíncrona - 30 min).

 


ATIVIDADE III - Leiam "Estrutura retórica da resenha" e identifiquem a estrutura retórica de uma resenha de livro sobre "avaliação" entre as incorporadas no acervo do Resenha Crítica (Síncrona - 1h30). 

QUARTA-FEIRA 01/09/2021 e SEXTA-FEIRA 03/09/2021


ATIVIDADE IV - Leiam o livro selecionado, fazendo anotações sobre as unidades de informação que comporão a resenha coletiva  (Assíncrona - 6h). 

 


ATIVIDADE V - Leiam "Compondo resenhas" e "A escolha das palavras e escrevam os parágrafos iniciais e finais da resenha coletiva (Síncrona - 2h). Simulem avaliação final das resenhas de cada grupo a partir da troca entre dois grupos voluntários. (Síncrona - 2h).

QUARTA-FEIRA 08/09/2021 (Aula suspensa - Feriado municipal)

QUARTA-FEIRA 15/09/2021 (Substituindo a aula do dia 08)

SEXTA-FEIRA 10/09/2021 (Aula com problemas de sinal de Internet)

SEXTA-FEIRA 17/09/2021 (Repetindo a aula do dia 10) Para participar da videochamada, clique neste link: https://meet.google.com/atq-hvdm-wyr
Para participar por telefone, disque +55 51 4560-7337 e digite este PIN: 699 425 921#
 


ATIVIDADE VI - Construam os parágrafos intermediários da resenha, finalizem o texto o insiram no formulário para a publicação de resenhas (Assíncrona - 4h).


ATIVIDADE VII - Avaliem por escrito as resenhas produzidas por cada grupo (Assíncrona - 4h).

SEXTA-FEIRA 24/09/2021

QUARTA-FEIRA 06/10/2021

 

 

 


Acesse aqui os RESULTADOS DA AVALIAÇÃO COLABORATIVA DAS RESENHAS

Luz, Câmera e História: práticas de ensino com o cinema | Rodrigo de Almeida Ferreira

Ao completar 125 anos, o cinema pode ser considerado como um bem consolidado campo do conhecimento humano. Reunindo ao mesmo tempo magia, técnica, crítica e deleite estético, os bens culturais constituídos mediante a arte cinematográfica, tornaram-se indústria a mobilizar profissionais e variados públicos, em suma, a ‘Sétima Arte’ consolidou-se como uma autêntica oficina de sonhos, a mobilizar gigantescas cifras orçamentárias e assistências contabilizadas aos milhões, no caso dos blockbusters, cenário ainda mais ampliado pelos modismos e produtos a estes vinculados.

Em todo caso, seja em uma portentosa produção hollywoodiana, ou mesmo, em um curta-metragem rodado com baixo orçamento, o cinema vem sendo considerado, há cerca de um século, como um excepcional subsídio a ser utilizado nos processos educativos. No caso específico da História, a obra assinada por Rodrigo de Almeida Ferreira tem como proposta pensar o ensino dessa disciplina, utilizando os filmes para estimular a educação do olhar a partir dos registros fílmicos proporcionados pelo cinema. Leia Mais

Politeia. Vitória da Conquista, v.20, n.1 2021.

Dossiê Temático Tribunal do Santo Ofício Português, 200 anos após extinção: História e Historiografia

  • Organização do Dossiê: Grayce Mayre Bonfim Souza e Luiz Mott
  • Imagem da capa: Palácio da Inquisição de Lisboa (Estaus) – Biblioteca Nacional de Portugal.
  • LEGRAND, C., fl. 1839-1847. Antigo palacio da Inquisição de Lisboa / Legrand lith.. – [S.l. : s.n., 1844] (Lx.ª R. N. dos M.tes, n.º 12 : Lith. de M. L. da Ctª). – 1 gravura: litografia, p&b ; 12,3×20,2 cm (imagem sem letra).  Disponível em https://purl.pt/13142/3/
  • DOI: https://doi.org/10.22481/politeia
  • Páginas Iniciais
  • Expediente
  • Editorial
  • Ana Paula Sampaio Caldeira
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Dossiê Temático

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Publicado: 2021-08-16

Politeia. Vitória da Conquista, v.20, n.2 2021.

Dossiê temático História social, história local/regional

  • Organização do Dossiê: Humberto José Fonseca
  • Imagem da capa: “Monumentos aos mortos e desaparecidos políticos da Bahia”. Arte de Romeu Ferreira Filho. Instalado em 9 de julho de 1998, na Praça Tancredo Neves, em Vitória da Conquista, Ba, por iniciativa do Grupo Labor: Assessoria, Documentação e Pesquisa. Concepção artística e ideológica de Romeu Ferreira Filho e Ana Palmira Bittencourt Santos Casimiro, sob a supervisão de Ruy Hermann Araújo Medeiros.
  • Fotografia de Belarmino de Jesus Souza
  • DOI: https://doi.org/10.22481/politeia
  • Páginas Iniciais
  • Expediente

Editorial

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Artigos

Publicado: 2021-08-16

Resistência cultural, identidades e interações | Dimensões | 2021

Rendicao de Granada Rendicao de Granada Francisco Pradilla Ortiz Crítica Historiográfica
La Rendición de Granada (1882) – Surrender of Granada by Francisco Pradilla Ortiz

Apresentação

O presente dossiê é resultado de um trabalho de interação internacional de mais de uma década. Tendo como líder e mentora a Profa. Dra. Adeline Rucquoi (CNRS – Paris/França), atingimos nosso quarto dossiê, além de outras interações em temáticas medievais, geralmente no âmbito da Península Ibérica medieval. À Dra. Rucquoi, nossa gratidão e amizade.

O primeiro artigo é de autoria dela. Seu título é muito explícito: El “otro” en la España medieval: ¿convertirlo o temerlo? Reflete sobre a percepção do outro, das interações do poder estabelecido com as minorias. Numa análise sutil e focada dirige-se ao tema da conversão das outras religiões, através de séculos de “convivência”. A historiografia dos quinhentos anos da expulsão, tentou ‘dourar’ a realidade, mas Rucquoi reflete sobre esta escrita da história. Leia Mais

Histórias do vestir masculino: narrativas de moda, beleza e elegância | Guilherme Ivana Simili e Maria Cláudia Bonadio

BONADIO Maria Claudia Crítica Historiográfica
Maria Claudia Bonadio é uma das organizadoras do livro “Histórias do vestir masculino – narrativas de moda, beleza, elegância”, lançado nesta terça no IAD/UFJF | Foto: Divulgação

BONADIO Historias do vestir Crítica HistoriográficaAs construções de sentidos para as virilidades e as masculinidades, em diferentes tempos e espaços, norteiam as discussões do livro História do vestir masculino: narrativas de moda, beleza e elegância. O livro, sob organização das historiadoras Ivana Guilherme Simili e Maria Claúdia Bonadio, objetiva trazer reflexões acerca das concepções de homem, de masculinidade, de virilidade e de outros adjetivos, e suas relações com as indumentárias. Para tanto a obra, composta por onze capítulos, um prefácio e uma apresentação, conta com a contribuição das seguintes pesquisadoras e pesquisadores: Maria Cristina Volpi, Ivana Guilherme Simili e Alessandra Vaccari, Fernanda Theodoro Roveri, Jefferson Queler, Marko Monteiro, Maria Claudia Bonadio, Taisa Vieira Sena, Wagner Xavier de Camargo, Elisabeth Murilho, Maria Eduarda Araujo Guimarães e Wladimir Silva Machado. Leia Mais

Dimensões. Vitória, n. 46, 2021.

Dimensoes Revista de Historia Crítica Historiográfica

Dossiê: Resistência cultural, identidades e interações

Abertura

Artigos

Resenha

Publicado: 2021-08-16

História & Ensino. Londrina, v. 27, n. 1, 2021.

Historia e Ensino 2 Crítica Historiográfica

Apresentação

  • Apresentação
  • Eder Cristiano de Souza | PDF

Artigos

História da Educação

Expediente

  • Expediente | PDF

Resistência cultural, identidades e interações: as religiões monoteístas entre o diálogo e o conflito (período tardo antigo-medieval)  | Dimensões | 2021

O presente dossiê é resultado de um trabalho de interação internacional de mais de uma década. Tendo como líder e mentora a Profa. Dra. Adeline Rucquoi (CNRS – Paris/França), atingimos nosso quarto dossiê, além de outras interações em temáticas medievais, geralmente no âmbito da Península Ibérica medieval. À Dra. Rucquoi, nossa gratidão e amizade.

O primeiro artigo é de autoria dela. Seu título é muito explícito: El “otro” en la España medieval: ¿convertirlo o temerlo? Reflete sobre a percepção do outro, das interações do poder estabelecido com as minorias. Numa análise sutil e focada dirige-se ao tema da conversão das outras religiões, através de séculos de “convivência”. A historiografia dos quinhentos anos da expulsão, tentou ‘dourar’ a realidade, mas Rucquoi reflete sobre esta escrita da história. Leia Mais

Lexico de termos technicos e scientificos ainda não apontados nos diccionarios da língua portuguesa | A Terminologia Zoologica e Scientifica em geral e a deficiencia dos grandes Diccionarios Portuguezes | Inopia scientifica e vocabular dos grandes diccionarios portugueses | Afonso d’Escragnolle Taunay

Introdução: Afonso d’Escragnolle Taunay

O professor, historiador, tradutor e lexicógrafo Afonso d’Escragnolle Taunay (Florianópolis, 11-06-1876 – São Paulo, 20-03-1958) era filho de Alfredo d’Escragnolle Taunay, Visconde de Taunay, e Cristina Teixeira Leite Taunay. Cursou a Escola Politécnica do Rio de Janeiro, onde se formou em Engenharia Civil em 1900. Tornou-se professor auxiliar de física e química da Escola Politécnica de São Paulo em 1904 e professor catedrático na mesma Escola a partir de 1910, onde lecionou Física Experimental, acumulando a docência acadêmica com aulas de ciências no Colégio São Bento. Exerceu vários cargos públicos, tais como diretor do Museu Paulista de 1917 a 1946, gestão na qual foi feita a transição do que incluía a seção de História Natural para o Museu de Zoologia da Universidade de São Paulo, permanecendo o Museu Paulista como o atual museu histórico com esse nome.1 Organizou ainda o Museu Republicano de Itu, também pertencente à USP.

Foi também diretor dos Museus do Estado de São Paulo desde 1923, encarregado do Governo Federal para reorganizar a Biblioteca e o Arquivo do Ministério das Relações Exteriores em 1930, professor na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras, da Universidade de São Paulo entre 1934 e 1937. Foi membro do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, do Instituto Histórico de São Paulo, da Academia Paulista de Letras, da Academia Brasileira de Letras (1929) e da Academia Portuguesa de História. Leia Mais

Khronos. São Paulo, n.11, 2021.

EXPEDIENTE

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  • Equipe editorial
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EDITORIAL

  • ·                  Editorial
  • Gildo Magalhães
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ARTIGOS

RESENHAS

NECROLÓGIO

PUBLICADO: 2021-08-14

Intelligere. São Paulo, n. 11, 2021.

Intelligere2 Crítica Historiográfica

APRESENTAÇÃO E SUMÁRIO

ARTIGOS

TRADUÇÕES

PESQUISA

EXPEDIENTE

PUBLICADO: 2021-08-14

Revista Brasileira de História da Ciência. Rio de Janeiro, v.14, n.1, 2021.

Museu de Arqueologia e Etnologia. São Paulo, n.36, 2021.

ARTIGOS LIVRES

PUBLICADO: 2021-08-12

Esboços – Histórias em Contextos Globais. Florianópolis, v.28, n.48, 2021.

Expediente

Dossiê “Internacionalismo e história global”

Artigo

Entrevista

Publicado: 2021-08-12

Imprensa no Maranhão: Trajetória Bicentenária | Outros Tempos | 2021

Tipos moveis de chumbo Crítica Historiográfica
Tipos móveis de chumbo | Imagem: Medium.com

Não obstante casos inexpressivos e de curta duração, foi apenas com a chegada da família real à sua colônia na América que se deu a instalação e o efetivo funcionamento de atividade tipográfica no Brasil, em 1808. No rol das transformações advindas da transferência da corte portuguesa para o Rio de Janeiro, ocorreu a instalação da Imprensa Régia, sob as ordens de D. João. Ainda que não restrita à publicação de documentos oficiais, a Gazeta do Rio de Janeiro, primeiro jornal impresso na colônia, passou a circular, em 10 de setembro de 1808, com finalidade de servir aos interesses da Coroa, publicizando atos do governo. Leia Mais

História da Imprensa em Imperatriz – MA: 1930-2010 | Thays Assunção

Gabriela Almeida Crítica Historiográfica
Thays Assunção | Foto: O Estado

ASUNCAO Historia da Imprensa Crítica HistoriográficaLogo nas primeiras páginas, Thays Assunção faz o seguinte comentário: “Conhecer a história da imprensa é, assim, caminhar em direção ao nosso próprio passado” (REIS, 2018, p.11) A afirmação é o fio que guia a narrativa do livro, a autora constrói um caminho com o leitor até o mapeamento da história da imprensa na cidade de Imperatriz do Maranhão, atrelando os acontecimentos que marcaram as produções jornalísticas aos acontecimentos sociais da época. Parafraseando, entender a história da imprensa está submetido a conhecer a história da cidade, também, concordando com Marialva Carlos Barbosa (2016), os processos comunicacionais estão arraigados às questões de tempo e espaço, não é possível olhar para as páginas dos jornais sem antes verificar qual história eles têm a contar. Leia Mais

Outros Tempos. São Luíz, v.18, n.32, 2021

Outros Tempos UFMA Crítica Historiográfica

Artigos

Dossiê

Estudo de caso

Entrevista

Resenhas

  1. CONHECENDO A HISTÓRIA DA CIDADE: os jornais que marcaram Imperatriz
  2. GABRIELA ALMEIDA SILVA |  PDF

Informações Editoriais

  1. Anissa Ayala Cavalcante |  PDF

Publicado: 2021-08-11

La Escuela en tiempos de migración: la voz de los actores educativos | D. Castillo, E. Thayer, R. Santa Cruz e C. Gajardo

Luis Eduardo Thayer Crítica Historiográfica
Luis Eduardo Thayer | Imagem: Diario UChile

CASTILLO La Escuela en tiempo Crítica HistoriográficaLa Escuela en tiempos de migración: la voz de los actores educativos (2019) es una publicación que se enmarca en el proyecto Fondecyt Regular 1161606: “Inclusión y procesos de escolarización en niños, niñas y adolescentes migrantes que asisten a establecimientos de educación básica”. El propósito de esta publicación es analizar el proceso de escolarización de estudiantes migrantes para determinar cuáles son las dinámicas pedagógicas que favorecen su inclusión en el sistema escolar chileno.

La afirmación que abre esta investigación es la siguiente: “Chile es un país de inmigración” (Castillo et al., p. 7). Esta aseveración es corroborada mediante referencias estadísticas que reflejan el incremento de los ciclos migratorios que han afectado a nuestro país, a partir de la década del noventa. Desde entonces, la tasa de extranjeros residentes en Chile evidencia un crecimiento permanente, por ejemplo, en el periodo comprendido entre el censo de 1992 y 2002, la población migrante aumentó un 75%; mientras que en el recuento poblacional de 2012, estos índices se alzaron sobre un 160% (Castillo et al., p. 10). Según los datos que entregó el Instituto Nacional de Estadística en diciembre de 2018, en Chile habitan 1.200.000 extranjeros, es decir, la tasa migrante corresponde al 6,6% de toda la población (Castillo et al., p. 10). Leia Mais

Paideia – Revista de Educación. Santiago, n. 67, jul./dic. 2020.

Paideia Revista de Educacion Crítica Historiográfica

El número 67 de la revista Paideia contiene 5 artículos de investigación de carácter cualitativo y mixto y un artículo de revisión, además de una reseña sobre inmigración en Chile. Los temas de los artículos se vinculan a las temáticas abordadas en otros números de nuestra revista en el ámbito de la Educación Superior y la Formación Inicial Docente. En esta oportunidad, se abordaron problemáticas nuevas relacionadas con la internacionalización de la educación superior, así como las prácticas docentes y su necesaria interdependencia con las teorías de aprendizaje. Por último, se abordaron temas relacionados con la didáctica y el uso de herramientas TIC en contexto de pandemia, así como el estereotipo de género en los textos escolares, tópicos bastante contingentes a la realidad educativa actual.

Editorial

Trabajos de investigación

Revisión

Reseña

Publicado: 2021-08-10

Revista Outrora. Rio de Janeiro, v.4, n.1, jan./jun. 2021.

Capa: Anna Clara L. Ferreira

Apresentação

Editorial

Desalinho

Entrevista

Artigos Livres

Resenhas

Sankofa

Publicada em: 09/08/2021

Anais do Museu Histórico Nacional. Rio de Janeiro, v.54, 2021.

Anais do Museu Historico Nacional Crítica Historiográfica

Editorial

Editores | pdf

Artigos

Publicado: 2021-08-09

Miradas sobre os Centenários Portugueses (1940-2020) | Anais do Museu Histórico Nacional | 2021

Bandeira de Portugal 1248 Crítica Historiográfica
Colagem. Bandeira do Estado Português de 1248 | Imagem: Wikipédia

No ano de 1940, em plena Segunda Guerra Mundial, Portugal promoveu a Exposição do Mundo Português, em comemoração do que ficou conhecido como Duplo Centenário: os 800 anos da fundação do Estado (1140) e os 300 anos da Restauração do trono com o fim da União Ibérica (1640). O evento celebrou o passado e, principalmente, o usou em favor da construção de uma imagem positiva e grandiosa para o Estado Novo Português (1933-1974). O Brasil foi o único país convidado, sendo apresentado como um exemplo de nação independente, mas que teria mantido seus laços com a antiga metrópole ao dar continuidade ao “processo civilizador” iniciado com a colonização. Esta mensagem deveria justificar e dar sentido ao imperialismo português para além-mar, garantido pela manutenção de suas colônias na África e na Ásia. Leia Mais

Conversas curriculares Brasil – Moçambique: (Re)aproximações diaspóricas | Abatirá | 2021

Bandeira de Mocambique Crítica Historiográfica
Bandeira de Moçambique símbolo ícones de computador, bandeira, miscelânea, bandeira png | Imagem: GratisPGN

A vida é como a água, nunca esquece o seu caminho. A água vai para o céu, mas volta a cair na terra. Vai para o subterrâneo, mas volta à superfície. A vida é um eterno ir e voltar.

Paulina Chiziane (2002)

Estamos cansados de saber que nem na escola, nem nos livros onde mandam a gente estudar, não se fala da efetiva contribuição das classes populares, da mulher, do negro do índio na nossa formação histórica e cultural. Na verdade, o que se faz é folclorizar todos eles.

Lélia Gonzalez (1982, p. 3)

Iniciamos esse texto, num encontro afrodiaspórico entre duas mulheres negras, Paulina Chiziane, escritora moçambicana, e Lélia Gonzalez, intelectual brasileira, marcando que nossa ancestralidade diaspórica é uma mulher negra. Neste sentido, o dossiê Conversas curriculares Brasil – Moçambique: (Re)aproximações diaspóricas tem como objetivo apresentar textos que enunciam práticas discursivas em políticas curriculares no Brasil e Moçambique, bem como, experiências educativas que nos possibilitem (re)aproximações diaspóricas exercitadas “nas culturas e movimentos de resistência e de transformação e outros processos políticos que não são visíveis em escala maior” (GILROY, 2012, p. 20). Leia Mais

Educação para as Relações Etnicorraciais: O ensino de ciências e suas tecnologias | Abatirá | 2021

Detalhe da Capa da Abatirá (v.2, n.3, 2021) |Imagem: Pedro Arão

A revista Abatirá nesta edição traz um dossiê duplo intitulado “Educação para a diferença”, que reuniu textos de grande valor intelectual e que carregam uma significativa simbologia de reversão do alterocídio e da destituição do homem branco em perspectiva cisheteropatriarcal deste lugar de sujeito universal.

No dossiê “Educação para as relações étnico-raciais: o ensino de ciências e suas tecnologias”, as professoras Afro-brasileiras Dra. Bárbara Carine Soares Pinheiro e Dra. Marta Regina dos Santos Nunes, juntamente com o professor Senegalês Dr. Mamour Sop Ndiaye apresentam um compilado de textos que desafiam o genocídio e a pilhagem epistêmicos nas ciências tidas socialmente como “exatas”. Foram selecionadas produções textuais que dialogam diretamente com o intuito desta edição da revista que ao divulgar a ciência africana, seja por meio do complexo educacional ou por outras vias, visando ressignificar a constituição subjetiva de pessoas negras marcada fortemente por uma memória de ausências: ausência de intelectualidade, de pioneirismo, de cientistas, de positivisação histórica, de produções científico-tecnológicas, de memórias afetivas acerca de si e dos seus. Leia Mais

Abatirá. Eunápolis, v.2, n.3, 2021.

Abatira Crítica Historiográfica

Educação para a Diferença

Abatirá traz em seu terceiro número um dossiê duplo intitulado “Educação para a Diferença”.

Conversas curriculares Brasil – Moçambique: (Re)aproximações diaspóricas”, organizado pelo Prof. Dr. António Fernando Zucula (ACIPOL/Moçambique), Profª. Dra. Luzi Miranda Borges (UESC) e Prof. Dr. Paulo de Tássio Borges da Silva (UFSB), contempla práticas discursivas em políticas curriculares, (re)aproximações diaspóricas e fluxos culturais entre Brasil e Moçambique.

“Educação para as Relações Étnico-raciais: O ensino de ciências e suas tecnologias”, organizado pelas Profas. Afro-brasileiras Dra. Bárbara Carine (UFBA) e  Dra. Marta Regina dos Santos Nunes (UERGS) e pelo Prof. Dr. Mamour Sop Ndiaye (CEFET-RJ), apresenta práticas pedagógicas e estudos teóricos inovadores, pesquisas na área de ensino de ciências e suas tecnologias, diálogos com a Lei 10.639/2003.

Expediente

Dossiê: Conversas curriculares Brasil – Moçambique: (re) aproximações diaspórica

Dossiê: Educação para as Relações Étnico-raciais: O ensino de ciências e suas te

Artigos

Ensaios

Entrevista

Publicado: 2021-08-06

Anales de Historia Antigua Medival y Moderna. Buenos Aires, v.55, n.1, 2021.

Artículos

Publicado: 2021-08-06

Revista Fontes Documentais. Aracaju, v.4, n.1, 2021.

Fontes Documentais1 Crítica Historiográfica

Está é a oitava edição da Revista Fontes Documentais, que compreende os meses de janeiro a abril de 2021, trazendo excelentes pesquisas voltadas a diversas vertentes da Ciência da Informação. Desejamos uma ótima leitura e  estimule mais discurções sobre os temas abordados. Compartilhe essas valiosas informações e não deixe de visitar nossa página no instagram @revistafontesdocumentais. ISSN: 2595-9778.

Expediente

Editorial

Artigos

Publicado: 2021-08-06

No rendilhado do cotidiano: a família dos libertos e seus descendentes em Minas Gerais (C. 1770 – C. 1850) | Sirleia Maria Arantes

No rendilhado do cotidiano Crítica Historiográfica
No rendilhado do cotidiano: a família dos libertos e seus descendentes em Minas Gerais (C. 1770 – C. 1850) – Detalhe de capa

A perspectiva da micro-história e das redes sociais vem colaborando de forma categórica na historiografia brasileira sobre a família e ampliando o escopo de conceitos, interpretações e metodologias. Publicado em 2020, o livro No rendilhado do cotidiano: a família dos libertos e seus descendentes em Minas Gerais (C. 1770 – C. 1850), de Sirleia Maria Arantes, representa mais um esforço nessa direção. Em diálogo com a historiografia da família negra no período escravista, Arantes desenvolveu uma complexa análise que conjuga microanálise à demografia histórica, contribuindo para a literatura que discute a experiência de vida familiar de libertos e escravizados em Minas Gerais na virada do século XVIII para o XIX.

A preocupação em ampliar o estudo sobre a experiência familiar negra no contexto escravista, não é recente. Desde a década de 1970, estudiosos caminharam no sentido de repensar a forma que a família escrava aparecia na historiografia brasileira, se atentando a problematizar a visão de relações sociais instáveis dentro e fora do cativeiro e o conceito de patriarcalismo. Nesse sentido, os trabalhos do historiador Robert W. Slenes – especialmente o célebre Na senzala uma flor: esperanças e recordações na formação da família escrava – teve um papel relevante na renovação das interpretações sobre a família escrava no Brasil, na perspectiva de tomar a família como uma importante estratégia de sobrevivência e preservação das heranças culturais. Pesquisas recentes também avançaram no estudo das estratégias familiares dos escravizados e libertos, colocando ao centro o protagonismo destes atores sociais, se valendo das contribuições da demografia histórica e da micro-história. Os estudos de Cacilda Machado para São José dos Pinhais, Paraná (2008), de Roberto Guedes para Porto Feliz, São Paulo (2008) e de Tarcísio R. Botelho, para Minas Gerais (2007) são apenas alguns dos esforços recentes, além das dissertações e teses não publicadas – como a tese de Isabel Cristina Ferreira dos Reis para a Bahia, no século XIX. Leia Mais

Construindo impérios na época moderna: Negócios – Política – Família – Relações Globais | Cantareira | 2021

Cinchona Crítica Historiográfica
Cinchona | Foto: Royal Botanic Garden

Nos últimos anos, com as abordagens trazidas pela História Global, os estudos das redes foram tendo sua importância renovada, sobretudo como método para o entendimento das relações complexas entre indivíduos, grupos e estados, tal como o colocou Fernand Braudel.

No campo da História, esta análise serviu como metodologia para compreender os sujeitos dentro das redes que se estabeleciam a partir de laços familiares, religiosos, clientelares, políticos ou econômicos, mas também dos mecanismos de controle, formais ou informais, que permitiram o desenvolvimento dessas relações na longa distância, em diferentes universos políticos, econômicos, sociais e culturais. Leia Mais

Cantareira. Niterói. n.35, 2021.

Cantareira3 Crítica Historiográfica

Construindo impérios na Idade Moderna: Negócios, política, família e relações globais

Editorial e Sumário

Dossiê Temático

Artigos Livres

Resenha

Transcrições

Publicado: 2021-08-05

Revista Latino-Americana de História. São Leopoldo, v.10, n.25, 2021.

Do medo das doenças à morte coletiva

Capa | Capa Vol.10 Nº25 | PDF

Expediente

Expediente Vol. 10/nº 25 | PDF

Editorial/Apresentação

Apresentação do Dossiê

Dossiê

Artigos

Publicado: 2021-08-04

Do medo das doenças à morte coletiva | Revista Latino-Americana de História | 2021

Trauma da Pandemia Covid19 Crítica Historiográfica
Trauma coletivo da pandemia Covid-19 | Foto: BBC News

A proposta do Dossiê 2021.1 da Revista Latino-Americana de História da UNISINOS/RS trouxe como tema “Do medo das doenças à morte coletiva”. Um diálogo multissecular com o medo sempre uniu as pessoas, consideradas individualmente ou pertencentes a uma comunidade ou a civilização inteira. Doenças como lepra, peste, tuberculose e sífilis são evidências históricas geradoras de medo coletivo. São consideradas eventos naturais e sociais de grande relevância biológica, psicológica, demográfica e econômica, mas que a historiografia pouco ou não suficientemente se ocupou até algumas décadas. O motivo talvez seja que o esforço de tornar os eventos históricos compreensíveis e racionais venha a se defrontar com situações aparentemente irracionais e incompreensíveis que são as epidemias, imprevisíveis, por vezes fatais, e que são acompanhados por ansiedade, angústia e medo.

Hoje um mesmo medo congrega as pessoas. Enquanto a ciência se esforça na pesquisa de uma vacina ou de um fármaco antiviral, o vírus COVID19 se espalha, causando um número inesperado de mortes e sofrimento, da mesma maneira que em épocas pregressas houve o acometimento de jovens na pandemia da gripe espanhola, as trágicas sequelas da poliomielite, o surgimento de vírus mortais como o Ebola, a gripe H1N1 e os desdobramentos da SIDA. Esse dossiê é mais um esforço de trazer à luz da interpretação contemporânea o fenômeno do medo das doenças à morte coletiva. Leia Mais

Mare Nostrum – Estudos sobre o Mediterrâneo Antigo. São Paulo, v.12, n.2, 2021.

Dossiê “Questões de Insularidade no Mediterrâneo Antigo”

EDITORIAL

DOSSIÊ

ENTREVISTAS

RESENHAS

PUBLICADO: 2021-08-04

Intellèctus. Rio de Janeiro, v.20, n.1, 2021.

Intellectus2 Crítica Historiográfica

Equipe Editorial

Apresentação

Dossiê

Artigos Livres

Resenhas

Uma apresentação ou das cartografias decoloniais no ensino de História | Intellèctus | 2021

Mapa Mundi invertido Crítica Historiográfica
Mapa Mundi invertido | Imagem: Pixabay

Neste dossiê sobre pensamento decolonial e suas interfaces com diversos aspectos do ensino de História cartografamos possibilidades de diferentes trabalhos e pesquisas de matriz curricular decolonial e intercultural crítica, quer em espaços educativos formais, quer em espaços educativos não formais. Os artigos apontam caminhos teórico-metodológicos para o enfrentamento e combate de preconceitos, discriminações, racismos, epistemicídios e outros tipos de opressões e silenciamentos construindo memórias e histórias insurgentes. Assim, por meio de aprendizagens mais plurais e inclusivas lutam pela efetivação de maior justiça epistemológica ou cognitiva numa perspectiva de uma educação intercultural crítica.

Organizamos este dossiê dispondo inicialmente os artigos de caráter mais conceitual sobre o pensamento decolonial na relação com o Ensino de História. Na sequência aqueles que apresentam pesquisas e experiências educativas numa perspectiva decolonial. Sendo assim, reunimos treze textos que abordam aspectos do pensamento decolonial e ensino de história em múltiplos espaços e formas. Estes traduzem estudos de caráter teórico sobre o pensamento decolonial, pesquisas e experiências de atividades docentes em escolas, universidades e espaços não formais. Leia Mais

El mundo relacional de Juan Manuel de Rosas: un análisis del poder a través de vínculos y redes interpersonales | Andrea Reguera

Juan Manuel de Rosas 2 Crítica Historiográfica
Juan Manuel de Rosas | Imagem: Wikimedia Commons

REGUERA El mundo racional Crítica HistoriográficaO livro da historiadora Andrea Reguera analisa a construção do poder de Juan Manuel de Rosas a partir da trama de relações interpessoais que atravessaram sua vida e a política adotada entre 1829-1833 e 1835-1852, quando assumiu o cargo de governador da província de Buenos Aires após ser eleito pela Sala de Representantes nos dois períodos. Utilizando-se, principalmente, de correspondências pessoais de Rosas, Reguera destaca a busca pela subjetividade do indivíduo na construção das relações constitutivas e dissolutivas a fim de compreender o jogo de poder presente nelas e os limites entre o público e o privado.

Organizada em três partes, a obra conta com sete capítulos. Na primeira parte, a análise das relações sociais passa pela família de Rosas e a construção de sua riqueza econômica; na segunda parte, composta por três capítulos, Reguera discorre sobre a vida política de Rosas no primeiro governo (1829-1832), durante o período em que esteve distante de Buenos Aires (1833-1834) e no segundo governo (1835-1839); a riqueza patrimonial dos legisladores e o poder dos vínculos são temas desenvolvidos na terceira parte. A autora coloca o período de 1840-1852 como sin gobernador devido aos problemas sobre a posse do cargo de governador: entre renúncias e readmissões, Rosas reassume o cargo em 1842 como “governador proprietário” até 1852, quando de sua deposição. Após a conclusão da obra, as genealogias das principais famílias que compuseram a vida pessoal de Rosas se encontram disponíveis. Leia Mais

Cidades vacinadas. Ensaios urbanos e ambientais para um Brasil pós-pandemia | Leila Marques

Breve identificação da obra, organizadoras e autores

Trata-se de uma coletânea de cinquenta textos – ou ensaios, como descrito no título – de sessenta e sete autores, majoritariamente arquitetos e urbanistas – quarenta, mais precisamente – além de vinte e sete profissionais de outras áreas da ciência que relacionam-se com o urbanismo tais como Engenharia, Direito, Turismo, Biologia, Administração, Comunicação, Relações Internacionais, Antropologia, História, Geografia, Paisagismo, Economia, Artes e outras especializações, reunidos em doi capítulos principais, um capítulo extra, com três textos lúdicos sobre a temática, e um apêndice com uma entrevista auto descritiva com um professor e vereador da cidade do Rio de Janeiro, além da minibiografia de todos os participantes da obra. Leia Mais