Media-storie. Lezioni indimenticate di Peppino Ortoleva | Luca Barra e Giuliana Galvagno

Poche figure sono state in grado di fare della storia dei media un’ideale piattaforma per far dialogare le discipline: tra queste Peppino Ortoleva è stato certamente un maestro indiscusso1. Alla base di quest’esigenza di comunicazione fra campi di studio differenti vi è certamente, prendendo a prestito le sue stesse parole, «[…] la capacità non solo di accumulare dati e informazioni ma di creare connessioni, e possibilmente creare connessioni impreviste»2.

Lo stesso Ortoleva approdò allo studio della storia – e della storia della comunicazione in particolare – dopo essersi laureato in giurisprudenza all’inizio degli anni Settanta. Ottenuto un incarico come professore a contratto in Comunicazione e teoria dei media nelle università di Torino e di Siena all’inizio degli anni Novanta, ottenne la cattedra a Torino (2001) in qualità di professore associato per divenire, quattro anni più tardi, ordinario nello stesso ateneo piemontese. Molti hanno così potuto ascoltarlo, interagire e lavorare con lui, apprezzandone le doti di studioso e di ricercatore. Leia Mais

Diacronie – Studi di Storia Contemporanea, n.47, 3, 2021.

LGBTQIA+: SESSUALITÀ, SOGGETTIVITÀ, MOVIMENTI, LINGUAGGI

A cura di Maya De Leo

Coordinamento redazionale di Luca Bufarale e Fausto Pietrancosta

Realizzazione digitale del numero: Valentina Rizzo

I. LGBTQIA+: SESSUALITÀ, SOGGETTIVITÀ, MOVIMENTI, LINGUAGGI

II. CLIOLUDICA

IV. RECENSIONI CLIOLUDICA

VI. RECENSIONI

Resenha Crítica. Aracaju & Crato, v.1, n.7, 06 out. 2021.

BR 315 Km 315 Floresta PE Foto IF Resenha Crítica
BR 315, Km 315, Floresta-PE | Foto: IF

Colegas,

Chegamos à sétima edição* do informativo Resenha Crítica, comemorando o arrefecimento da pandemia de Covid-19 e o fracasso do autogolpe de Estado anunciado pelos ultraconservadores para as comemorações do dia da Independência do Brasil.

No mês de setembro, vivemos a entressafra de publicações em revista. Os poucos dossiês em circulação destacam o ataque terrorista às Torres gêmeas no 11 de Setembro de 2001, a força das direitas e as consequências Pandemia.

Entre as resenhas, sugerimos atenção aos trabalhos sobre fascismo e cinema, marxismo, esquerda e política no Brasil e história das ciências, focada na experiência de geógrafos.

No mesmo período, incorporamos 5 periódicos dos domínios da História e da Educação (incluindo dois títulos publicados no Chile) e divulgamos os sumários de 11 revistas. Isso significa que os índices de objetos de dossiê e de  objetos de resenha estão um pouco mais ricos. Fiquem à vontade para consultá-los.

Saúde e trabalho para todos nós!

Itamar Freitas e Jane Semeão (Editores)

 

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Resenhas


Dossiês

Revisitações à obra de Rosa Virgínia Mattos e Silva | LaborHistórico | 2021


Sumários


Periódicos recentemente incorporados ao acervo


Conheça a totalidade do acervo

Para adequado uso do espaço na página inicial deste blog, destacamos apenas algumas resenhas, dossiês, sumários e apresentações de periódicos recentemente incorporados ao acervo em cada edição mensal do Resenha Crítica.

A quantidade de textos, porém, se altera à medida que incorporamos novos periódicos, retroativamente, aos nossos bancos de dados.

Para conhecer a totalidade das aquisições de resenhas, apresentações de dossiês e sumários, publicados originalmente no período 1839-2021, utilize os filtros da barra lateral.

Narrativas de Viajantes sobre a “Amazônia” e o contraponto Decolonial: as muitas formas de desdizer o dito | Jamaxi | 2021

Com muita satisfação e alegria, apresentamos o Dossiê “Narrativas de Viajantes sobre a “Amazônia” e o contraponto Decolonial: as muitas formas de desdizer o dito”. A publicação desta coletânea de artigos, que agrega e articula produções de diferentes áreas, objetiva proporcionar ao público interessado na temática uma diversidade de escritos que problematizam narrativas produzidas por diferentes agentes históricos que realizaram incursões pelas Amazônias, ou fizeram registros sobre estes espaços e suas populações a partir de relatos de terceiros.

O Dossiê joga luz sobre abordagens que expressam oposição a construções discursivas produtoras de subjetividades que silenciaram ou eliminaram, de maneira violenta, línguas, memórias, culturas, histórias, identidades sociais, contribuindo para a invenção de uma “Amazônia” grafada, pronta e de fácil explicação. Os autores e autoras que contribuíram com suas investigações, buscaram demonstrar a pluralidade de sujeitos e territórios sociais nessa região de múltiplas faces, ressaltando seus modos de vida, ações de resistência, formas de negociação, explicitando assim contraditos a concepções que representaram/representam esses espaços enquanto vazios de sujeitos, culturas e saberes. Contribuem para essas reflexões, os autores e trabalhos abaixo elencados: Leia Mais

Histórias da arte sem lugar | ARS | 2021

Histórias da arte sem lugar, tal como nomeamos esta edição especial, propõe o exame da disciplina História da arte à luz dos principais problemas que se apresentam hoje ao campo da arte. Fundamentalmente, perguntamos sobre a relevância (ou não) da História da arte no debate contemporâneo da arte e da cultura, motivados pela constatação de que as últimas décadas testemunharam o surgimento de novas práticas de escrita sobre arte, dificilmente assinaláveis ao modelo tradicional da disciplina. A iniciativa de organizar um número especial da ARS sobre o tema surgiu da proposta das editoras Liliane Benetti e Sônia Salzstein e dos doutorandos do Programa de Pós-Graduação em Artes Visuais da Escola de Comunicações e Artes (PPGAV-ECA) da USP Leonardo Nones e Lara Rivetti, junto a um grupo de estudantes de graduação e pós-graduação em artes visuais do Departamento de Artes Plásticas da ECA. As discussões realizadas pelo grupo desde o início de 2020 também contribuíram, de modo decisivo, para a realização desta edição.

Em meio a tais discussões, nos dávamos conta, com certa perplexidade, que muito da melhor literatura produzida entre as décadas de 1990 e 2010 sobre arte – tomemos como exemplo a arte moderna, um dos objetos caros à historiografia, notavelmente revisitado no período – não havia sido produzida sob os auspícios de uma literatura acadêmica, mas aparecera em catálogos de exposições, isto é, em contextos que impunham o confronto rente com as obras, e que levavam os autores à revisão ad hoc dos métodos e pressupostos consagrados na abordagem histórica da arte moderna – como também, e por consequência, à construção de novos instrumentos de análise. Ficava claro que dessa experiência haviam resultado leituras estimulantes da arte, e o formato ensaístico dos textos certamente terá permitido incursões sem muita cerimônia por outros campos disciplinares, sem as mediações e protocolos que a pesquisa acadêmica impunha. Leia Mais

Ars. São Paulo, v.19, n.42, 2021.

Histórias da arte sem lugar

Este número de ARS conta também com um conjunto de textos apresentados pela primeira vez em versão brasileira e cuja seleção foi realizada a partir de discussões entre os membros da equipe (estudantes, assistentes editoriais e editoras) que organizou este volume.

Os textos serão publicados aqui no site da ARS em novembro de 2021.

EDITORIAL

  • Editorial
  • Sônia Salzstein, Liliane Benetti, Leonardo Nones, Lara Rivetti
  • PDF

INTRODUÇÃO

ARTIGOS

RESENHAS

CHAMADA ABERTA

TRADUÇÕES

CADERNO ESPECIAL: REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

PUBLICADO: 2021-10-31

Modernity in Black and White, art and image, race and identity in Brazil, 1890–1945 | Rafael Cardoso

Pensar modernidade nos grandes centros urbanos nas primeiras décadas do século XX é, principalmente quando se leva em consideração a perspectiva dos trabalhadores nacionais de origem afrodescendente, acompanhar o processo de reorganização do espaço urbano de forma a reproduzir os padrões europeus em detrimentos de influências culturais negras. As principais cidades do Brasil foram buscar inspiração, principalmente, nas referências francesas e mobilizaram os recursos possíveis para controlar as manifestações de origem africanas ou indígenas. Em cidades como São Paulo e Rio de Janeiro, em nome da modernidade, as populações empobrecidas foram empurradas para os locais mais distantes e sem estruturas, iniciando um processo histórico de marginalização nos principais centros urbanos.
Os pesquisadores do campo da História Social, a partir de diferentes olhares e fontes, observaram o entusiasmo de estadistas com a construção de grandes avenidas, o empenho de sanitaristas com o combate às epidemias que assolavam a população, além de práticas do cotidiano que possibilitaram a contenção de indivíduos não brancos em espaços que representariam o progresso da nação brasileira1. Entre os temas debatidos também destacaram o impacto dos imigrantes europeus nas dinâmicas sociais daquele período, que convergiam para a construção de um Brasil moderno embranquecido. A partir de ideias concebidas no pensamento raciológico europeu, parte da classe política e da intelectualidade brasileira passou a condicionar o lugar do país na modernidade à constituição de uma nação branca nos trópicos em um período de longo prazo. Leia Mais

Boletim do Tempo Presente. Recife, v.10, n.10, 2021.

Artigos

Publicado: 2021-10-30

Mundos do Trabalho: lugares, condições e experiências de trabalhadores e trabalhadora | Mandurarisawa | 2021

O dossiê “Mundos do Trabalho: lugares, condições e experiências de trabalhadores e trabalhadoras” da Revista Manduarisawa apresenta uma diversidade temática congênere as reflexões atinentes aos conflitos nos “Mundos do Trabalho”, visibilizando e trabalhadores formais e/ou informais. Destarte, pensamos nessas práticas a partir de inquietações e problemáticas que envolvem o mercado e as relações de trabalho no tempo presente, partindo de estudos sobre a precarização trabalhista desde o final do século XIX até os dias atuais.

O regime de trabalho escravocrata, uma prática não muito longínqua, deu lugar a outro sistema de exploração do homem pelo homem: o capitalismo. Ele avançou como uma novidade, embora possamos considerá-lo como um tipo de aprisionamento do trabalhador, já que este homem dito “livre” se tornou a principal base para a formação do mercado capitalista do trabalho assalariado. Aliado à ideologia do Progresso, o capitalismo trouxe consigo a mudança nas relações de trabalho e nos modos de vida na cidade. De forma que o século XX provocou transformações estratégicas para uma organização do sistema econômico, mesmo que disso resultassem mudanças drásticas, principalmente ocasionadas pelo que se referia a chamada “ideologia do progresso”, em que se associa a ideia do novo à civilização como referência a modernidade. Leia Mais

Manduarisawa. Manaus, v.5, n.1, 2021.

Mundos do trabalho: lugares, condições e experiências de trabalhadores e trabalhadoras

APRESENTAÇÃO

DOSSIÊ TEMÁTICO

ARTIGO LIVRE

PESQUISA EM EXPERIÊNCIA EM DOCÊNCIA

RESENHAS

Publicado: 2021-10-30

 

História Pública e divulgação de história | Bruno Leal Pastor de Carvalho e Ana Paula Tavares Teixeira

Copia de Mnemosine Revista Resenha Crítica
Bruno Leal Pastor de Carvalho e Ana Paula Tavares Teixeira | Fotos: Comunicação Ages e Café História

CARVALHO e TAVARES Historia Publica e divulgacao de Historia 1 Resenha CríticaO livro coordenado por Bruno Carvalho (UnB) e Ana Teixeira, diretores do Portal Café História propõe o desenvolvimento de uma competência para o historiador: “divulgar o resultado do seu próprio trabalho para o grande público”[II]. A insatisfação expressa pela dupla é motivada, principalmente, pela necessidade de ampliar o “alcance social” dos historiadores, a dimensão e a qualidade da “consciência histórica” da “sociedade”[III]. Por essa razão, reuniram seis relatos de experiência, um estudo e três entrevistas sobre “Divulgação Científica” e “História Pública” que abrangem a editoria de livros e revista, canal no YouTube, site e portal na internet, coluna de jornal, aula em espaços públicos abertos e exposição em museu.

No primeiro capítulo – “Editando a História” –, Luciana Pinsky intencionou descrever “como é feita a divulgação da História no formato livro”. A resposta foi insuficiente porque não conseguiu traduzir esse “como” em operações, habilidades e/ou princípios. Também não conseguiu livrar-se do jargão “público em geral”, às vezes definido pelo (óbvio) “não específico” ou exemplificado como “estudantes de graduação e de pós-graduação, acadêmicos e pesquisadores”.[IV] Comentou, ainda, a efêmera iniciativa do E-Guttenberg, que divulgava monografias universitárias de jovens historiadores por meios digitais. Esse sim, um concreto exemplo de “divulgação”. Leia Mais

Construindo instrumentos de avaliação

Fato Opiniao Finados Resenha Crítica

Imagem e texto | IMGS.APP

Nesta aula, definimos avaliação da aprendizagem, apresentando diferentes concepções e funções em circulação no Brasil, inclusive, as dominantes propostas que orientam a avaliação da aprendizagem em LP.

Na sequência, definimos e descrevemos cada um dos elementos que constituem os enunciados de item de prova aplicáveis a situações didáticas: habilidades, conhecimentos declarativos, conhecimentos funcionais, capacidades, itens de prova (estímulo, comando, alternativas de resposta e gabarito), itens de resposta selecionada e itens de resposta construída.

Ao final da leitura, esperamos que vocês possam complementar a sequência didática construída com o aprendido no capítulo anterior, construindo provas e itens de prova, detalhando e justificando as suas escolhas, segundo a literatura especializada.


1 Avaliação da aprendizagem

Entre os especialistas (e com o abonamento de filósofos) a avaliação pode ser concebida sem grandes discrepâncias, como a ação e/ou resultado do exame sistemático, do julgamento e da tomada de decisões (Kant; 2000; Arredondo; Diago, 2009).

Com a categoria “aprendizagem”, a situação é bem diferente. Não há consenso sobre a matéria. Especialistas referem-se dominantemente a aprendizagens gerais, experimentáveis pelos seres humanos em quaisquer culturas.

Para definir esse tipo (geral) de aprendizagem, os estudiosos costumam imaginar um ser humano, caracterizá-los por seus poderes, frente a outros animais, e empregar pares topológicos antitéticos, a exemplo de pensamento vs. vontade, interior da mente vs. exterior do corpo e sistema neural vs. ambiente.

Essas antinomias caracterizam seres humanos. E a imagem que os especialistas, sobretudo filósofos da educação, constroem desses seres fundamentam a classificação das faculdades de aprender entre dois dominantes polos: o aprender do comportamentalismo e o aprender do cognitivismo ou construtivismo.

Entre os comportamentalistas, “aprendizagem” pode ganhar o significado de mudança de comportamento – entendido o comportamento como um pensamento ou uma ação (Skinner, 1972; Tyler, 1975). Essa mudança ocorre com base em uma progressão, que pode ser do simples ao complexo (Bloom, 1956; Bloom; Hastings; Madaus, 1975) ou do unidimensional ao multidimensional. As coisas que são alvo dessa progressão são velhas conhecidas nossas: os conhecimentos, as habilidades, as atitudes e os valores.

Entre os cognitivistas, a aprendizagem é significada como a conexão estabelecida entre os conceitos e fatos comunicados pelas disciplinas de ensino e os conceitos e fatos já estabelecidas na estrutura cognitiva do aluno – conhecimentos prévios (Ausubel; Novak; Hanesian, 1968). Aprender também é definido como a capacidade de mobilizar conhecimentos, habilidades e valores para resolver uma situação-problema na vida prática (Perrenoud, 1999; 2001).

Nos últimos 20 anos, as concepções dos cognitivistas e, predominantemente, as atividades sugeridas pelos comportamentalistas foram aproximadas no interior dos estudos das neurociências educacionais que acrescentaram mais uma visão sobre a matéria.

Dentro desses saberes de fronteira, aprender foi traduzido aos níveis molecular e celular. Hoje pesquisadores examinam as interações de várias funções neuronais (dentro e fora do cérebro). Eles identificam os neurotransmissores ativados no processo de produção, retenção e recuperação de sentido em demandas específicas, como a aprendizagem do cálculo matemático, da língua estrangeira, da crítica e da inovação e da articulação passado-presente-futuro.

Com o avanço da pesquisa no âmbito das neurociências educacionais, portanto, não é aconselhável que empreguemos o termo “aprendizagem” unilateralmente como mudança “do comportamento de uma pessoa para responder a uma pergunta ou realizar uma tarefa”.

Considerada essa plasticidade e dinâmica do cérebro humano, a aprendizagem pode ser definida como os processos formação e de posterior fortalecimento de conexões neurais, mediante repetição teoricamente orientada de determinadas tarefas (Masson, 2016, p.17).


2. Objeto e função da avaliação

Pelo tópico anterior, vocês devem ter percebido que tratamos de avaliação da aprendizagem. Isso faz muita diferença. Em geral, avalia-se para estimular o aprofundamento dos estudos, como as Olimpíadas de Língua Portuguesa, ou para adequar o número de concorrentes ao número de vagas, como o Exame Nacional do Ensino Médio. Nesta aula, tratamos de avaliação como recurso auxiliar à aprendizagem dos alunos.

Não sem razão, repetimos, as estratégias de avaliação estão no interior das sequências didáticas. Não sem razão, a estrutura e o conteúdo dos enunciados de itens de avaliação são idênticos e alinhados à estrutura e ao conteúdo dos enunciados das expectativas de aprendizagem.

Nesse sentido, os tipos gerais de avaliação são os disseminados entre os demais componente curriculares da educação básica: avaliação diagnóstica, avaliação formativa e avaliação somativa.

Esses tipos já completaram meio século de criação, mas a sua versão original (ilustração 1) ainda guia a elaboração de currículos, programas e projetos de avaliação. Assim, vamos apenas revisar a definição e usos típicos dos termos-chave a partir da descrição produzida por seus formuladores originais.

 

Ilustração 1 – Processos de Avaliação da Pedagogia do domínio

 

 
Avaliação Diagnóstica
Avaliação Formativa
Avaliação Somativa
Finalidades
Determinar a presença ou ausência das habilidades previamente adquiridas, o nível de domínio prévio do aluno, as causas de reiteradas dificuldades de aprendizagem.
Classificar o aluno de acordo com as diversas características conhecidas ou consideradas como relacionadas com modos alternativos de ensino
Informar ao aluno e ao professor sobre o progresso do aluno através da unidade
Localizar os erros acerca da estrutura de uma unidade, de tal modo que se possam prescrever técnicas alternativas e eficientes de ensino e de aprendizagem
Certificar ou qualificar os estudantes ao final de uma unidade, semestre ou curso
Momentos
No início de uma unidade, um semestre ou um ano de trabalho, durante o ensino, quando o aluno manifesta reiterada falta de habilidade para aproveitar a aula.
No curso das aulas
Ao final de uma unidade, um semestre ou um ano de trabalho

Fonte: Produzido pelo autor com base em Bloom, Hastings, Madaus (1975, p. 140).

 

Diagnóstica é toda a avaliação da aprendizagem que cumpre a função referida: diagnosticar. Etimologicamente, a palavra “diagnóstico” está relacionada à distinção de doenças ou às causas das doenças. Na educação escolar e acadêmica, nós a empregamos como a busca das habilidades, capacidades e conhecimentos e valores necessários à sociabilidade e à convivência em ambiente democrático.

Exemplos de instrumentos desse tipo são o questionamento informal, a enquete e a solicitação para que a criança, recite uma poesia ou cante uma história (aplicados ao iniciar uma atividade), um relato de experiência cotidiana, um relato sobre o conhecimento adquirido em aula anterior, a demonstração do domínio de determinada competência adquirida na unidade anterior, a elaboração de uma representação pictórica ou musical, um esforço de memória do aluno sobre o conhecimento da matéria da aula subsequente. Intervenções desses tipos nos ajudam a regular os objetivos, as atividades e as aprendizagens.

A avaliação formativa guarda o mesmo espírito da diagnóstica, com três diferenças: ela ocorre durante todo o curso e no curso de cada aula. Ela também informa ao aluno sobre suas principais dificuldades (Scriven, 1966, p. 16; Bloom, Hastings, Madaus, 1975, p. 173; Perrenoud, 1999, p. 14) e o auxilia a descobrir os caminhos pelos quais melhor aprende (metacognição).

A avaliação somativa, por fim, afere o rendimento do aluno, segundo os objetivos gerais apresentados no início da disciplina e lhe dá o direito à obtenção dos conceitos, notas e créditos.

A avaliação somativa promove o aluno. Contudo, como o próprio nome sugere, ela deve resultar de uma progressão das aprendizagens prescritas na avaliação formativa.

Independentemente do tipo – diagnóstica, formativa e somativa (presenciais ou à distância) – as avaliações são constituídas e aplicáveis mediante os enunciados das expectativas e os enunciados dos itens de prova, que são constituintes de instrumentos de avaliação.


3. Construindo instrumentos de avaliação

Um instrumento de avaliação, como descrito etimologicamente, é um “meio” (Houaiss, 2021) interposto entre a expressão do seu desejo (formalizado em objetivo, meta) e a imagem do seu desejo supostamente satisfeito.

O instrumento não tem fim em si mesmo. Não é bom nem mau por si próprio. Sobre o instrumento, dizemos que ele é adequado ou que ele não é adequado para realizar determinado propósito de certo profissional.

No mesmo caminho, se você deseja que o seu aluno interiorize o valor do respeito ao tempo de fala e à natureza da opinião do colega, o observar os seus gestos e o analisar as suas falas em meio à um trabalho que ele realiza em equipe são os instrumentos de ensino-aprendizagem.

Se você deseja que o seu aluno retenha uma definição de fato e lança mão da comunicação oral ou da sugestão de leitura para que o seu aluno retenha a definição de fato, o comunicar oralmente ou o fornecer texto e solicitar que o aluno o leia são os instrumentos de ensino-aprendizagem.

Em outra situação, se você deseja aferir se o seu aluno retém uma definição de fato e lança mão da comunicação oral ou da sugestão de leitura para que o seu aluno conheça uma definição de fato e ele retém, o comunicar oralmente ou o fornecer texto e solicitar que o aluno o leia e expresse noção de fato são os instrumentos de avaliação da aprendizagem.

Você pode estar pensando que o último parágrafo lido repete o anterior. Mas não repetimos os parágrafos. Ao empregar os mesmos exemplos, quisemos demonstrar que um instrumento de ensino-aprendizagem pode ganhar a forma de um instrumento de avaliação e é isso que acontece, em geral, quando as ações – ensinar/aprender/ avaliar – são coerentes e alinhadas entre si. A distinção, por exemplo, entre o enunciado de ensino-aprendizagem e o de avaliação é apenas de função. A natureza é idêntica.

Se você conseguiu elaborar expectativas de aprendizagem e traduzi-las em atos de ensino-aprendizagem constitutivos de sequências didáticas, você já sabe construir instrumentos de avaliação. O que fazemos agora é, apenas, rememorar declarações anteriores, definindo, tipificando e exemplificando cada um dos constituintes dos instrumentos de avaliação: habilidades, conhecimentos declarativos, conhecimentos funcionais, capacidades, itens de resposta selecionada e itens de resposta construída.

O Item de prova é um “instrumento de avaliação” ou simples “unidade de medida” (Luckesi (2014, pos. 865, 612-625; Osterlind; 2002, p.19, p.37; Haladyna; Rodrigues, 2013, p.44; Pasquali, 1980, p.63). Essa unidade de medida tem a função de aferir o cumprimento de expectativas de aprendizagem. O item, por sua vez, informa ao aluno quais os conhecimentos, habilidades ou conjunto de tarefas relacionadas a uma competência científica ou profissional que você espera que ele atinja.

O “item” de prova é referido cotidianamente como “questão” ou “tarefa”. Estes dois termos são imprecisos porque somente expressam uma parte do enunciado: o comando do item (Osterlind, 2002, p.22, p.30). Aqui, o item de prova – proveniente da palavra “item”, unidade individual de um conjunto definido por características gerais (Houaiss, 2020) – está constituído por quatro partes: enunciado, estímulo, comando e alternativas de resposta (gabarito e distratores e justificativas das alternativas de resposta). Observe exemplos clássicos de item de prova nas ilustrações 2 e 3.

 

Ilustração 2. Exemplo de estrutura de um item de prova para o Ensino superior
Leia o texto abaixo [Enunciado]
Segundo Katrin Weller, investigadora do GESIS Leibniz Institute for the Social Sciences, na Alemanha, as redes sociais deixaram de ser apenas um meio para comunicar com os amigos e familiares. Tornaram-se uma forma de registar os mais importantes acontecimentos sociais do nosso século. É por isso natural que, com o passar das décadas, plataformas como o Twitter ou o Facebook acabem por servir como fonte histórica. (Cipriano, 2015) [Estímulo]
Com base nesta proposição e nas informações colhidas na entrevista original (disponível aqui), selecione a frase que, de modo mais completo possível, responde à questão que se segue: “Que dificuldade as fontes digitais, como as mensagens do Facebook e do Twiter, podem apresentar aos que querem utilizá-las como fontes históricas sobre o tempo presente?” [Comando]
(   ) a fragilidade da conservação dos dados digitais.
(   ) a futilidade do teor das mensagens.
(   ) a extensão dos acervos.
(   ) [Não sei]. [Opções de resposta]

 

O item da ilustração 2 é destinado à avaliação de alunos do ensino superior, mas a estrutura retórica do item de prova é igual à do item de prova planejado para o ensino básico, já que possui estímulo, comando e opções de resposta.

No que diz respeito ao comando, o que planejador deseja que o aluno faça é responder (verbo indicador da ação) a uma questão sobre dificuldades de uso de fontes digitais (complemento do verbo indicador da ação), de modo mais completo (circunstância).

Já na ilustração 3, direcionada aos anos iniciais, o que o planejador deseja que o aluno faça é identificar (verbo indicador da ação) uma opinião (complemento  do verbo indicador da ação), expressa em um texto do gênero notícia (circunstância).

 

Ilustração 3. Exemplo de estrutura de um item de prova para o 5º ano do Ensino Fundamental
Leia a notícia a seguir. [Enunciado]
Honestidade: criança devolve dinheiro que achou em livro
[…] “Apesar do senso comum dizer que é preciso levar vantagem em tudo, a honestidade ainda vale a pena”. Com esse desabafo, o professor de História de
uma escola municipal, F. Duarte, contou a história de uma criança que mostrou a essência da palavra honestidade em ações.
Emoções à parte, o professor informou que durante a aula de História do 6º ano Manhã, nessa terça-feira (26), a aluna Ana K. de L. M., de apenas 10 anos, pegou um livro da sala de leitura, quando se surpreendeu com a quantia de R$300 ao folheá-lo.
Ao ver o dinheiro, a menina logo anunciou ao professor sobre o que tinha achado. Segundo Duarte, um colega de classe perguntou o porquê de ela ter falado e não ter colocado dentro do bolso. A resposta de Ana K. foi dura: “Eu não quero ficar com nada de ninguém”.
A criança, então, foi levada de sala em sala, sendo apontada como um exemplo de honestidade a ser seguido pelos demais. […] (NARLLA, H. Tribuna do Ceará, 27 mar. 2013. Disponível em: <http://tribunadoceara.uol.com.br/noticias/fortaleza/honestidade-crianca-devolve-dinheiro-que-achou-em-livro>. Acesso em: 14 dez. 2017. Fragmento) [Estímulo]

Nessa notícia, há uma opinião que está expressa em: [Comando]

( A ) “‘Apesar do senso comum dizer que é preciso levar vantagem em tudo, a honestidade ainda vale a pena’.”

( B ) “[…] a aluna Ana K. de L. M., de apenas 10 anos, pegou um livro da sala de leitura.” [Opções de resposta]

( C ) “Ao ver o dinheiro, a menina logo anunciou ao professor sobre o que tinha achado.” [Gabarito ou opção de resposta correta]

( D ) “[…] um colega de classe perguntou o porquê de ela ter falado e não ter colocado dentro do bolso. [Distrator ou opção de resposta incorreta]

Justificativa

A O aluno que seleciona esta alternativa entende que a fala do professor expressa a opinião dele em relação à ação da aluna.

B O aluno que seleciona esta alternativa não compreende que ela apresenta uma descrição objetiva da aluna e de suas respectivas ações.

C O aluno que seleciona esta alternativa não compreende que, no trecho, há apenas fatos. [Justificativas do Gabarito]

D O aluno que seleciona esta alternativa não compreende que o trecho apresenta apenas um relato de um acontecimento, sem se emitir nenhuma opinião. [Justificativas do Detrator]

Fonte: Edocente.com, sd.

 

Em geral, os itens são constituídos por uma quantidade de elementos que varia entre três e oito. A nomenclatura desses elementos, entretanto, pouco muda.

Nesta aula, separamos “enunciado”, “estímulo” e “comando”, designamos as opções de respostas por “gabarito” e “distratores” e incluímos as “justificativas do gabarito e dos distratores” e a escala de pontuação ou rubrica como elemento estruturante do item (Osterlind, 2002, p.19; Haladyna; Rodrigues, 2013, p.3; Rodriguez; Albano, 2017, p.35; CAED, sd. p.17).

O enunciado é o primeiro elemento do item de prova. Ele é constituído por um comando preliminar que orienta o que fazer, inicialmente, um texto escrito, uma imagem ou um infográfico para responder ao comando principal (vulgarmente chamado de questão de prova).

Estímulo é o nome desse texto que o aluno é convocado a ler: um fragmento de poema, uma história, fotografia, gráfico de linhas etc. Ele corresponde à aprendizagem esperada, pois contempla, de modo indireto, informações que podem aumentar a convicção do(a) aluno(a) de que a alternativa selecionada está correta.

O estímulo também chama a atenção do aluno para o tema que está em avaliação. Ele evoca a lembrança do aluno para o centro do programa de curso. Ele faz o papel de um professor ao dizer, implicitamente: Caro aluno, esta questão se refere à primeira unidade, que trata de assunto tal.

O estímulo, por fim, pode fornecer informações sobre tempo, espaço e circunstâncias, situando o aluno, evocando seus conhecimentos prévios. Por essa razão, o estímulo é muitas vezes chamado de “contexto”.

O comando, como a palavra sugere, informa ao aluno o que ele deve fazer, em acordo com a expectativa de aprendizagem. Por essa razão, comandos devem ser breves e claros. Podem ser interrogações, declarações afirmativas completas ou incompletas.

Um comando pode traduzir exatamente uma expectativa de aprendizagem e/ou uma atividade de ensino-aprendizagem, mas pode também dar conta de apenas uma ação dentre as prescritas por uma expectativa ou uma atividade de aprendizagem. Dizendo de outro modo, um comando pode dar conta de parte de uma expectativa, de uma ou de várias expectativas, de parte de uma atividade ou de várias ou atividades de ensino-aprendizagem.

As alternativas de resposta também correspondem à aprendizagem esperada. São enunciados que oferecem possibilidades de o(a) aluno(a) demonstrar que conhece o suficiente os elementos de composição de itens de prova para identificá-los entre outras expressões que não correspondem a elementos de composição de itens de prova “conforme” prescrito pelo autor citado no estímulo.

A estrutura sintática das alternativas depende da estrutura sintática de um comando. Se ele afirma algo, certamente requererá do aluno confirmação ou negação como resposta. Se ele deixa incompleta a declaração, provavelmente, solicitará que o aluno complete a frase.

Quanto ao número ideal de alternativas de resposta, não há consenso entre especialistas. Aqui, sugerimos que empreguem três alternativas com uma quarta alternativa (se for adequado) valiosa para a avaliação diagnóstica e a autoavaliação: a alternativa “não sei”.

As alternativas de resposta não devem ser produzidas aleatoriamente. Se a função da avaliação é auxiliar o aluno, nenhuma alternativa de induzi-lo à erro (ao menos a um novo erro). Alternativas de respostas são o que são: alternativas. Não podem ser armadilhas. Devem ajudar a medir o que o aluno sabe ou sabe fazer.

Assim (para consumo interno), cada alternativa de resposta deve ser acompanhada de uma justificativa. Para a alternativa correta, escrevemos gabarito. Para as incorretas, escrevemos distratores. Essas são as expressões técnicas para as explicações sobre as prováveis causas de erro e as causas das respostas corretas.

Além das alternativas de resposta, com seus respectivos distratores e gabarito, o item de prova pode conter uma escala de pontuação ou rubrica.

A rubrica tem a função de orientar a conversão dos resultados em conceitos ou notas. Elas hierarquizam o desempenho no contexto individual de aprendizagem e permitem comparações. Elas nos auxiliam também a construir perfis do desempenho coletivo.

Essa situação vale, principalmente, para os itens de formado aberto ou de resposta construída pelo(a) aluno(a), como nas ilustrações 4 e 5.

 

Ilustração 4. Exemplo de rubrica de um item de prova para o 3º ano do Ensino Fundamental
Marque as palavras do quadro que estão na música do cravo e da rosa.
Manhã
O CRAVO BRIGOU COM A ROSA
DEBAIXO DE UMA SACADA
O CRAVO SAIU FERIDO
E A ROSA DESPEDAÇADA
Questão 4
LEITURA DE UM TRECHO DE UMA CANTIGA
Esta questão pretende avaliar se, sabendo o texto de cor e informado do que está escrito em cada linha, o aluno consegue localizar algumas das palavras do texto (sempre textos conhecidos ou que possam ser facilmente memorizados na própria situação de avaliação).

As palavras cuja localização foi solicitada na avaliação do 3º Ano do Ensino Fundamental no SARESP 2018 estão destacadas nas cantigas apresentadas a seguir.

Categorias de resposta:
(A) Marcou pelo menos 05 (cinco) das palavras ditadas.
(B) Marcou pelo menos 03 (três) das palavras ditadas.
(C) Marcou aleatoriamente ou marcou todas as palavras.
(D) Não marcou nada.
Fonte: Elaborado por São Paulo/SARESP (2019. Adaptado).
 

 

Ilustração 5. Mais um exemplo de rubrica de um item de prova para o 3º ano do Ensino Fundamental (II)
Escreva o seu nome. [Comando]
________________________________________________________ [Resposta a ser construída]
Questão 1
ESCRITA DO NOME PRÓPRIO
Esta questão pretende avaliar o conhecimento do aluno sobre a forma escrita de seu próprio nome.

Categorias de resposta [Rubrica]
(A) Escreveu o nome e pelo menos um sobrenome.
(B) Escreveu somente o nome.
(C) Escreveu de forma não reconhecível.
(D) Ausência de resposta.

Fonte: Elaborado por São Paulo/SARESP (2019. Adaptado).

 

Na ilustração 4, temos um item de prova do tipo resposta selecionada, ou seja, para o item que apresenta possibilidades de resposta e limita a ação do aluno à tais possibilidades. A rubrica para este item é construída com elementos contáveis. O desempenho do aluno é tipificado a partir da quantidade de palavras que ele consegue relacionar entre o que lembra e o que identifica visualmente.

Já Na ilustração 5, temos um item de prova do tipo resposta construída, ou seja, pra o item que solicita do aluno a criação da resposta. Mais que no caso anterior, o item de resposta construída mede qualitativamente o desempenho do aluno, analisando integralidade da escrita do nome e pela clareza da grafia, por exemplo.

 

5.4. Especificando o objeto da mensuração

Já vimos as semelhanças sintáticas entre os enunciados de expectativas de aprendizagem, atividades e itens de prova. Vimos, inclusive, que todos eles são estruturados em verbos e complementos aos quais designamos, em geral, por habilidades e conhecimentos e (em alguns casos de coligação desses termos) capacidades. Aqui, vamos definir e detalhar esses três elementos constituintes do que se chama, cotidiana e equivocamente de “conteúdo.

Considerem o exemplo expresso na ilustração 6. Designando os objetos pela terminologia acima, percebemos implicitamente o “identificar” como uma habilidade e a “opinião sobre a princesa” como conhecimento.

 

Ilustração 6. Exemplo de item de prova que contempla habilidade e conhecimento

 

Leia o texto abaixo e responda à questão. [Enunciado]
PRINCESA NENÚFAR ELFO-ELFA
Nasceu já bem pálida, de olhos claros e cabelos loiros, quase brancos. Foi se tornando invisível já na infância e viveu o resto da vida num castelo mal-assombrado, com fantasmas amigos da família. Dizem que é muito bonita, mas é bem difícil de se saber se é verdade.
(SOUZA, Flávio de. Príncipes e princesas, sapos e lagartos. Histórias modernas de tempos antigos. Editora FTD, sdt., p.16. Fragmento).
A opinião das pessoas sobre a princesa é de que ela [Enunciado/Comando]
(A) É muito bonita. [Gabarito]
(B) é pálida, de olhos claros.
(C) tem cabelos quase brancos.
(D) vive num castelo. [Alternativa de resposta]
Caracterize uma carta de sesmaria expedida no século XVI a partir da análise dos seus elementos físicos.
Fonte: Elaborado por JUIZ DE FORA, 2008. p.27. Adaptado).

 

Quando anunciamos o que o aluno deve aprender (ilustração 5.4), estamos tratando do convencional “conteúdo”. Se o que o aluno deve aprender é caracterizar identificar a opinião de pessoas sobre determinado personagem, podemos concluir que o conteúdo ou o objeto da aprendizagem é constituído por esses dois elementos: a habilidade (identificar) e o conhecimento (uma opinião).

Por isso, desse ponto em diante, solicitamos que substituam, momentaneamente, a palavra conteúdo pela expressão objeto de aprendizagem (o que o aluno deve aprender), ou seja, conteúdo, nesta nossa atividade de aprendizagem, significa “habilidade”, “conhecimento” e “valor”.

Habilidade é a qualidade de poder fazer e é o próprio poder de fazer algo. Ser ou estar habilitado e ser ou estar apto ou demonstrar destreza ou disposição (Houaiss, 2020).

Ser habilidoso ou hábil a distinguir fato de opinião, por exemplo, é demonstrar poder de distinguir fato de opinião, é demonstrar domínio ou maestria na distinção entre fato e opinião. É demonstrar o poder de selecionar, criticar e sintetizar informações de fonte confiável, transformá-las em argumentos e convencer o outro sobre a plausibilidade, a coerência ou a superioridade da sua opinião.

Não há nada de estranho em uma prova que solicita ao aluno recuperar de memória e descrever a sua lembrança de como ele mesmo (ou alguém) executou determinado procedimento ou criou um produto. A habilidade de rememorar não é inerente ao comportamentalismo, assim como a habilidade de aplicar não é inerente ao construtivismo.

Numa tipificação singela e funcional, identificamos (em todas as expectativas de aprendizagem, de atividades e itens de prova): habilidades de baixa complexidade, como os processos mentais de lembrar, compreender, e habilidades mentais de alta complexidade, como os processos de aplicar, criar e criticar.

A seleção da complexidade (alta ou de baixa) e a hierarquização (a habilidade que vem antes, durante ou depois) no planejamento e a fundamentação das hierarquias entre as habilidades segue padrões ditados por várias das taxonomias (de objetivos educacionais, de habilidades e conhecimentos etc.) que circulam entre os teóricos do currículo, do desenvolvimento humano e da aprendizagem.

No início de uma unidade, você pode considerar fundamental a retenção de alguns conceitos e, por isso, planejar atividades que mobilizem habilidades de baixa complexidade como o “lembrar” e o “identificar”. Na última unidade, da mesma forma, quando você julgar que o aluno já domina determinadas categorias, pode programar atividades que envolvam o domínio de processos ou de criação de produtos. A esses atos de planejamento, nós chamamos de progressão das aprendizagens.

Esses níveis de complexidade ou estratégias de planejamento da progressão das aprendizagens, evidentemente, estão aqui dispostos de modo didático e teórico. Na prática, a complexidade de uma atividade ou de um item de prova pode ser estabelecida por outras variáveis, como quantidade de ações requeridas em uma tarefa, a faixa etária à qual pertence o aluno, a experiência prévia (ou a ausência dela) e o conhecimento exigido para o desempenho do aluno.

Isso é importante reter: nem toda estratégia de ensino-aprendizagem se inicia com atividades que requerem baixas habilidades (mentais, psicomotoras etc.). A complexidade de uma atividade depende da combinação que fazemos, principalmente, entre a habilidade, o conhecimento e o valor. Vamos tratar de cada um desses elementos, iniciando com o menos comum.

Valor é uma qualidade que conferimos aos a um pensamento, um sentimento, uma ação e, sobretudo, aos produtos de uma ação. Dizemos, então, que um objeto vale ou não vale, e que vale mais ou vale menos em comparação a outro objeto.

Da mesma forma, dizemos que a ação de votar vale, não vale, vale mais ou vale menos que a ação de eleger-se; dizemos que o direito não se vacinar é inferior (vale menos) ao direito à saúde coletiva (vale mais); que o direito à liberdade individual pode ser cassado (vale menos) pelo Estado; que o Estado tem o direito de prender (vale mais) alguém provoca uma comprovada morte dolosa, cerceando o direito à vida (vale mais) do outro.

Valores não são genéticos. Valores são aprendidos. Valores são, portanto, objetos de ensino-aprendizagem. Por isso, valores estão prescritos na Constituição. Já no preâmbulo da Carta, nos deparamos com a expressão “valores supremos”. Eles são: os direitos à “liberdade”, “segurança”, “bem-estar”, “desenvolvimento”, “igualdade” e “justiça”. Valores também estão prescritos nos “fundamentos do Estado de Direito”, como os “valores sociais do trabalho e da livre iniciativa”. Estão no capítulo relativo aos direitos políticos a exemplo da “igualdade de direito de voto”.

Esses valores são desmembrados em outros valores e traduzidos em princípios, expectativas de aprendizagens e em descritores de avaliação na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, na BNCC e na Matriz do SAEB.

Contudo, valores por si sós não constituem expectativas de aprendizagem. Da mesma forma que, na vida prática, os pensamentos, os sentimentos e as ações estão imersas em valores (pensamos, sentimos e agimos fundamentados em valores), no planejamento do ensino-aprendizagem e da avaliação, os valores podem ou não estar explícitos nas expectativas de aprendizagem e nos descritores. Em geral, eles podem ser visualizados no conjunto da expectativa e, principalmente, nos conhecimentos veiculados por essa mesma expectativa.

Conhecimento é uma percepção mental. É um objeto de aprendizagem passível de lembrança, compreensão ou aplicação. Conhecimentos, em geral, são tipificados como: fato, conceito, princípio ou processo (Bloom, 1977).

Essa divisão quadripartite facilita o nosso trabalho de ensinar a construir expectativas de aprendizagem e comandos de item. No dia a dia, contudo, encontramos mais de duas centenas de palavras indicadoras de conhecimento.

Não bastasse tal variação, conhecimentos são classificados de diferentes maneiras, em acordo com a noção de desenvolvimento humano e de cognição que fundamentam as já referidas taxonomias.

Além da sequência anunciada acima – fato/conceito/princípio/processo –, vocês vão encontrar conhecimento tipificado como: processual/metacognitivo (Anderson e Krathwohl, 2001), informacional/mental/psicomotor (Marzano; Kendall, 2007), verbal/quantitativo/analítico (Haladyna; Rodrigues, 2013), conhecimento funcional/declarativo (Biggs; Tang, 2011).

Mas não vamos discutir a complexidade dessas alternativas. Nesta aula, tomamos o caminho mais conhecido e didático que é separar, de modo típico-ideal, o verbo e o seu complemento.

 

Ilustração 7.
 
Identificar e elaborar diferentes formas de representação (desenhos, mapas
mentais, maquetes) para representar componentes da paisagem dos lugares de vivência. (EF02GE08-BNCC)

 

Na Ilustração 7, por exemplo, é fácil separar, de modo típico-ideal, o verbo e o seu complemento. O “identifique” e o “elabore” e o implícito “represente” são habilidades, enquanto a expressão “formas de representação” é um conhecimento a ser demonstrado.

Por outro lado, quando solicitamos que o aluno leia um texto ficcional e elabore uma maquete de um engenho colonial para representar as distinções sociais e econômicas dos senhores de engenho, dos trabalhadores livres e dos trabalhadores escravizados anunciadas no referido texto, a separação clara entre habilidade e conhecimento com vistas à avaliação é praticamente impossível.

Essa dificuldade também encontramos ao solicitar do aluno que demonstre o que deve fazer uma pessoa que quer proteger animais abandonados nas ruas, engajando-se em atividades de uma Organização Não Governamental.

Em ambas as situações, traduzir as tarefas em uma frase, deixando nítidos os conhecimentos e as habilidades a serem mobilizadas é uma tarefa inglória.

Assim, para designar esse complexo de habilidades e conhecimentos com o objetivo de cumprir tarefas complexas, demandadas por certa situação de estudo, trabalho ou na resolução de um problema na vida prática, empregaremos outra palavra: capacidade.

Capacidade é o poder mental e/ou físico de fazer algo com alguma coisa. As capacidades reúnem habilidades e conhecimentos para resolver tarefas complexas no contexto de determinada demanda formativa de sociabilidade, científica ou profissional.

Para a primeira tarefa acima, a expressão que sintetiza esses conhecimentos e habilidades é a “capacidade de representar o passado mediante a elaboração de artefatos associados a narrativas orais”. No caso do segundo exemplo, a expressão síntese é a “capacidade de engajar-se em projetos solidários de proteção aos animais”.

 

5.5. Selecionando tipos de itens de prova

Essa natureza do objeto de aprendizagem – uma habilidade, um conhecimento, uma capacidade que mobiliza habilidade, conhecimento e valor, por exemplo – é um determinante da escolha do tipo de item que constituirá a sua prova.

Aqui, é importante repetir o que afirmamos sobre o comando: não há item bom ou ruim. Há item adequado ou inadequado ao que você quer mensurar e à situação (diagnosticar, atribuir notas etc.).

Suponhamos que você queira medir o grau de compreensão que o aluno retem de fato; suponhamos, ainda que queira fazê-lo de modo rápido e diagnóstico e, ainda, que deseje comparar os resultados dos alunos para construir um perfil da turma. Neste caso, você pode lançar mão do item de resposta construída, ou seja, do item que apresenta alternativas de respostas para a livre escolha do aluno.

Na ilustração 8, temos um exemplo de aferição da compreensão de fato, mediante a leitura de notícia de jornal, o grifo de palavras e a seleção de uma entre as alternativas fornecidas pelo professor.

 

Ilustração 8. Exemplo de item de prova do tipo resposta selecionada

 

Leia a imagem e o texto e responda o que se pede [Enunciado]
Igreja ‘flutua’ a 31 m para ser preservada em obra na região da Avenida Paulista
Complexo Matarazzo, que terá hotel e shopping, mantém estrutura suspensa
A operação, que surpreendeu quem mora e trabalha ao lado do terreno, foi projetada para proteger a estrutura da igreja de Santa Luzia durante as obras do futuro complexo Cidade Matarazzo. Inaugurada em 1922, ela é tombada como patrimônio histórico. Ao redor da igreja, será construído um conjunto com hotel, shopping e uma torre de 22 andares assinada pelo arquiteto francês Jean Nouvel.
De acordo com o engenheiro Maurício Bianchi, responsável pela obra no complexo Matarazzo, foi necessário manter a capela suspensa para aproveitar ao máximo o terreno. Ele explica que várias partes do antigo hospital são protegidas pelo patrimônio histórico, o que obriga o aproveitamento máximo de cada centímetro. Um sistema de oito profundas colunas – com 31 metros de altura, além de outros 23 metros sob o solo – conectadas por uma laje foi construído no entorno e abaixo da capela, que originalmente possuía só 1,5 metro de fundação.
Para evitar qualquer rachadura, a escavação das colunas não foi feita com bateestacas, mas sim com uma perfuratriz de baixa percussão, da maneira mais lenta possível. “Eu deixava até um copo de água sobre o altar para ter certeza de que as vibrações eram mínimas”, conta Bianchi. 9
Somente então foi iniciada a etapa mais delicada do procedimento. Através de processos como o hidrojateamento, espécie de bombeamento de água sob alta pressão, a terra acomodada sob o prédio foi lentamente removida. Questionado sobre os eventuais prejuízos que a operação causou ao prédio, ele é categórico: “O resultado é impecável”.
Apenas o piso da capela Santa Luzia sofreu modificações. Para mantê-lo intacto e sem quebras, foi necessário desmontá-lo em peças, que foram catalogadas uma a uma, como em um quebra-cabeças. O altar também seria removido, mas os engenheiros temeram danos ao mármore e preferiram instalar sob ele uma laje adicional de sustentação. (Adaptado de acesso em 05.jul.2018) [Estímulo]
QUESTÃO 1
Quando questionado sobre o resultado da operação, Maurício Bianchi afirma que foi [Enunciado/Comando]
(A) surpreendente.
(B) impecável.
(C) satisfatório.
(D) vibrante. [Alternativas de resposta]

 

Grade de Correção
Alternativas
Observações
(A) surpreendente.
Incorreta – em se tratando da observação / apreciação do engenheiro responsável ele afirma que o trabalho realizado foi de maneira impecável, como explicitado no texto. [Distrator]
(B) impecável.
Correta – Os alunos que optaram por essa alternativa não apresentam dificuldades em distinguir fato de declaração de sujeitos ou opinião em uma notícia de jornal. [Gabarito]
(C) satisfatório.
Incorreta – a declaração do engenheiro chefe da operação não relata que a operação tenha sido satisfatória, mas sim impecável.
(D) vibrante.
Incorreta – a declaração do engenheiro chefe da operação relata que a mesma tenha sido impecável e não vibrante como aponta a alternativa. Os alunos que optaram por essa alternativa demonstraram incompreensão no que diz respeito à distinguir a declaração de sujeito em uma notícia.
Fonte: Elaborado por São Paulo (2018, p.8-9).

 

Se, por outro lado, você não quer aferir apenas o grau de compreensão do aluno sobre os traços distintivos de opinião, desejando perceber o seu poder de apresentar opinião pessoal baseada em fatos e quer conhecer individualmente as dificuldades e facilidades dos alunos, você pode lançar mão do item de resposta construída, ou seja, do item que exige a construção de textos como parte principal do cumprimento da tarefa.

Neste segundo caso (ilustração 9), você terá que construir uma escala de pontuação ou uma rubrica para avaliar o desempenho a partir de parâmetros justos e quantificáveis.

 

Ilustração 9. Exemplo de item de prova do tipo resposta selecionada

 

Leia a imagem e o texto e responda o que se pede [Enunciado]
Igreja ‘flutua’ a 31 m para ser preservada em obra na região da Avenida Paulista
Complexo Matarazzo, que terá hotel e shopping, mantém estrutura suspensa
A operação, que surpreendeu quem mora e trabalha ao lado do terreno, foi projetada para proteger a estrutura da igreja de Santa Luzia durante as obras do futuro complexo Cidade Matarazzo. Inaugurada em 1922, ela é tombada como patrimônio histórico. Ao redor da igreja, será construído um conjunto com hotel, shopping e uma torre de 22 andares assinada pelo arquiteto francês Jean Nouvel.
De acordo com o engenheiro Maurício Bianchi, responsável pela obra no complexo Matarazzo, foi necessário manter a capela suspensa para aproveitar ao máximo o terreno. Ele explica que várias partes do antigo hospital são protegidas pelo patrimônio histórico, o que obriga o aproveitamento máximo de cada centímetro. Um sistema de oito profundas colunas – com 31 metros de altura, além de outros 23 metros sob o solo – conectadas por uma laje foi construído no entorno e abaixo da capela, que originalmente possuía só 1,5 metro de fundação. […] (Adaptado de acesso em 05.jul.2018) [Estímulo]
QUESTÃO 1
O complexo Cidade Matarazzo deveria ou não deveria ser construído em torno da igreja de Santa Luzia? Apresente a sua opinião sobre essa questão por escrito, considerando informações fornecidas no texto acima e respeitando as normas da língua culta.

 

Escala de Pontuação [Rubrica]
Conceitos
Desempenho esperado
Excelente
Apresenta opinião, considerando informações fornecidas no texto e fora dele.
Bom
Apresenta opinião, considerando informações fornecidas no texto
Satisfatório
Apresenta opinião
Insuficiente
Não apresenta opinião
Fonte: Adaptado de São Paulo (2018, p.8-9).

 


Atividade

Na literatura especializada, nos manuais de formação continuada, nos livros didáticos, no sites de suporte ao professor vocês encontrarão centenas de formatos de itens de prova que se enquadram em um desses dois tipos básicos que tratamos aqui. Agora, revisem os conhecimentos apreendidos neste texto e construam vocês mesmos os seus próprios inventários de modelos.

Em seguida, elaborem a prova (diagnóstica, formativa ou somativa) prescrita na sequência didática construída com o capítulo anterior, inserindo, pelo menos, um item de cada tipo especificado abaixo:

  1. Um item de prova para conhecimentos declarativos com alternativa de resposta selecionada;
  2. Um item de prova para conhecimentos declarativos com alternativa de resposta construída, acompanhado de rubrica ou escala de pontuação.
  3. Um item de prova para conhecimentos funcionais, acompanhado da respectiva rubrica ou escala de pontuação.

 

Bom trabalho!

 


Referências

ARREDONDO, Santiago Castillo e DIAGO, Jesús Cabrerizo. Introdução. In: Avaliação educacional e promoção escolar. Curitiba: Ibpex; São Paulo: Unesp, 2009. pp. 27-87. [Primeira edição em espanhol – 2003].

AUSUBEL, David P., NOVAK, Joseph D., HANESIAN, Helen. Psicologia educacional. 2 ed. Rio de Janeiro: Interamericana, 1980. [Primeira edição em inglês – 1978.

BLOOM, B. Taxonomy of educational objectives. An Arbor: Edwards Bros., 1956.

KANT, Immanuel. Prefácio à segunda edição. In: Crítica da razão pura. São Paulo: Nova Cultural, 2000. pp. 35-51.

PERRENOUD, Philippe. Avaliação: da excelência à regulação das aprendizagens – entre duas lógicas. Porto Alegre: Artes Médicas, 1999.

PERRENOUD, Philippe. Dez novas competências para ensinar: convite à viagem. Porto Alegre: Artmed, 2000.  pp. 49-51. [Primeira edição em francês – 1999].

SKINNER, Burrhus Frederich. Tecnologia do ensino. São Paulo: Herder/Editora da USP, 1972.

TYLER, Ralph W. Princípios básicos de currículo e ensino. 4 ed. Porto Alegre: Globo, 1977. [Primeira edição em inglês – 1948].

 

 

Amor em tempos de aplicativos: Masculinidades heterossexuais e a nova economia do desejo | Larissa Pelúcio

Larissa Pelucio 2 Resenha Crítica
Larissa Pelúcio | Foto: JCNET

Amor em tempo de aplicativos Resenha CríticaO roteiro do flerte tem se transformado desde o advento da era digital. A segunda metade dos anos 90 foi marcada pela emergência das salas de bate-papo e dos sítios de relacionamento, nos quais a descrição textual de si era a forma predominante de apresentação em um contexto de relativo anonimato. Os pretendentes possuíam escassos recursos de imagem e de som, deixando ao encontro pessoal o conhecimento integral e sensível de seus possíveis parceiros. O início do século XXI testemunhou avanços tecnológicos como a emergência das webcams, máquinas fotográficas digitais, escâneres à conexão de banda larga, em uma internet cada vez mais dominada pelas redes sociais. Na década seguinte, houve a disseminação dos telefones inteligentes com câmera acoplada, os quais passaram a operar quase como uma extensão do corpo.

selfie tornou-se manifestação síntese de uma característica que, segundo Iara Beleli (2015), se impôs de maneira definitiva: o imperativo das imagens. O novo cenário de abundância das fotografias pessoais possibilitou a racionalização detalhista dos códigos transmitidos pelas imagens e o uso disseminado de filtros de edição, ambos elementos estratégicos na busca amorosa e sexual. Além das imagens, os aplicativos de relacionamento inovaram com recursos sociotécnicos para escolha e comunicação entre possíveis pretendentes, como o próprio recurso do match, o qual viabiliza o encontro entre duas pessoas, sem que nenhuma se exponha à recusa do outro. É sobre a dinâmica das relações nos aplicativos que Larissa Pelúcio se debruça, propondo um ângulo inovador de análise das relações de gênero na sociedade contemporânea, em um rico campo de pesquisa que intersecciona as temáticas da masculinidade contemporânea, a emergência dos aplicativos de relacionamento e as novas configurações do amor. Leia Mais

Museums in a time of migration: rethinking museums’ roles/representations/collections/ and collaborations | Christina Johansson e Pieter Bevelander

Pieter Resenha Crítica
Pieter Bevelander | Foto: Academia Europaea

Museus em tempo de migracao Resenha CríticaMuseums in a time of migration: repenser les rôles, les représentations, les collections et les collaborations du musée est le résultat d’une conférence qui cherchait à mettre en avant les bases pour le projet1 de création d’un musée consacré à la démocratie et à l’histoire de l’immigration (JOHANSSON & BEVELANDER 2017). Il s’agit donc d’un volume édité d’articles de cette conférence.

L’objectif de ce livre est de mettre en lumière la manière dont les musées traitent la thématique de l’immigration et quel est leur rôle et leur approche à cet égard. Le livre est divisé en quatre parties:

I – Le rôle des musées à une époque de migrations et de changement sociétal

II – Représentation de l’immigration et de l’ethnicité

III – Repenser les collections et la documentation muséale

IV – Collaboration et inclusion dans le secteur muséal Leia Mais

Construindo expectativas de aprendizagem e sequências didáticas

Bolsonaro vacina e aids 3 Resenha Crítica
Jair Bolsonaro | Arte sobre foto e informação do Notícias.R7 (IF)

Nesta aula, definimos sequência didática e expectativa de aprendizagem. Na sequência, apresentamos estratégias de tradução de expectativas de aprendizagem em atos de sequência didática. Ao final, tratamos dos elementos constituintes, das estruturas retóricas e das dimensões que uma sequência didática pode conter.

Introdutoriamente, sobretudo nos exemplos, demonstramos que a avaliação da aprendizagem é um elemento da sequência didática, ou seja, é mais um passo ou momento da atividade de ensino.

Ao final deste capítulo, esperamos que vocês estejam capacitados a esboçar uma sequência didática, incluindo atos de avaliação, partindo sempre de uma expectativa de aprendizagem da BNCC ou de um descritor de avaliação da Matriz do SAEB.


1. Sequência didática

Entendemos “sequência didática” como uma representação espaço-temporal e uma previsão teórica e explicitamente orientada sobre o que deve acontecer com o comportamento do docente e, principalmente, com o comportamento do discente dentro de determinada lógica de aprendizagem e a partir de determinada expectativa de aprendizagem (ou objetivo educacional).

Sequência didática é uma representação espaço-temporal. A imagem mais comum que construímos mentalmente ao relembrar ou planejar aulas é uma reta interrompida por vários acontecimentos: “Primeiro faço isso, depois faço aquilo…e, no final, procedo dessa maneira”.

É uma previsão teoricamente orientada porque antecipa a aprendizagem do aluno, concebendo previamente os possíveis resultados sob determinadas concepções de aprendizagem (as ideias de aprender disseminadas por B. Skinner ou P. Freire, por exemplo). Tais concepções são empregadas consciente ou inconscientemente, isoladas ou de modo combinado.

Sequência didática é um plano, mas nem todo plano é uma sequência didática (ilustração 1.1). Um plano também é uma previsão, mas uma sequência está estruturada em uma lógica da aprendizagem explícita, enquanto um plano pode ser construído apenas com listas não relacionadas de habilidades e conhecimentos, por temas ou por questionamentos.

 

Ilustração 1.1 Estruturas retóricas de plano de aula/sequência didática

 

  • Estrutura retórica de um plano
  • Título:  …
  • Destinação:  …
  • Expectativa de aprendizagem:  …
  • Habilidades:  …
  • Conhecimentos: . …
  • Valores:  …
  • Recursos:  …
  • Duração:  …
  • Avaliação:  …
  • Fonte: Construído pelos autores.
  • Estrutura retórica de uma sequência didática
  • Título:  …
  • Destinação:  …
  • Expectativa de aprendizagem:  …
  • Habilidades:  …
  • Conhecimentos: . …
  • Valores:  …
  • Recursos:  …
  • Duração:  …
  • Princípio de aprendizagem:  …
  • Avaliação diagnóstica
  • Atividade 1:  …
  • Atividade 2:  …
  • Atividade 3:  …
  • Avaliação final:  …

 

 

Sequência didática é instrumento para o planejamento em diferentes durações. Temos sequências para 50 minutos, uma coleção de aulas, uma unidade de ensino, um bimestre e assim por diante. (Phillips, 2008, p.55-56; Brasil/Portal do Professor, 2021).

Por fim, sequência didática é instrumento para o planejamento de ensino de qualquer tipo de conteúdo. Conhecimentos declaratórios (algo para rememorar ou compreender) e conhecimentos funcionais (algo para executar) são plenamente contemplados em sequências didáticas.

 


2. Expectativas de aprendizagem

A finalidade da aula, sobretudo quando é manifestada pelo professor, responde a uma demanda localizada, concreta e contextualizada que nós costumamos designar como “expectativa de aprendizagem”.

Essa expressão – expectativa de aprendizagem – ganha concretude em uma declaração sobre o que esperamos do aluno, obviamente, em termos de aprendizagem. No nosso dia a dia, expectativa de aprendizagem também é expressa por “objetivo educacional” (objetivo geral, objetivo específico), “objetivo de aprendizagem” e “direito de aprendizagem”.

Uma expectativa anuncia o que o professor almeja, o que a sequência didática prescreve, o que o Projeto Político Pedagógico, o currículo nacional ou o currículo local estabelecem como satisfatório ou como direito de aprendizagem escolar.

Por essa razão, o domínio da estrutura sintática da expectativa de aprendizagem é importante variável interveniente na clareza dos enunciados. Tal qualidade é obtida por meio do respeito à estrutura de cada enunciado, que segue o padrão frásico da língua portuguesa: sujeito + verbo + complemento do verbo + circunstância.

Essa estrutura, em geral, se reproduz nos enunciados claros das demais declarações formuladas ao longo de um curso: o enunciado das atividades e o enunciado dos  comandos dos itens de prova.

Consequentemente, o domínio da estrutura sintática das expectativas de aprendizagem facilita a elaboração enunciados de atividades e de itens de prova de modos claro e alinhado.

Um comando completo para a expectativa de aprendizagem deve conter: um sujeito (o aluno ou aluna), o verbo indicador de ação (o que queremos que o aluno faça), o complemento do verbo (a coisa a ser manuseada ou gerada pela ação do aluno e a circunstância na qual a coisa deve ser gerada/manuseada pelo aluno.

As circunstâncias, em geral, são parâmetros para a condução de processos ou para a finalização de produtos comunicados por expressões adverbiais. São critérios de qualidade, padrões de resposta ou padrões de realização. Elas são anunciadas sem grandes diferenças entre as expectativas de aprendizagem e os itens de prova, como expressos na ilustração 1.2.

 

Ilustração 1.2 Estruturas sintáticas em comparação: expectativa de aprendizagem, descritor de avaliação e item de prova 

 

Expectativa de aprendizagem

Distinguir fatos de opiniões/sugestões em textos (informativos, jornalísticos, publicitários etc.) (BNCC-EF04LP15).

  • ·     [“Aluno/a”] – sujeito oculto
  • ·     “distinguir” – verbo indicador de ação
  • ·     “fatos de opiniões/sugestões” – complemento do verbo
  • ·     “em textos jornalísticos…” – expressão adverbiais indicadora de circunstância.

Descritor de avaliação

Distinguir um fato da opinião relativa a esse fato (SAEB-D11)

  • ·     “distinguir” – verbo indicador de ação
  • ·     “um fato da opinião relativa a esse fato” – complemento do verbo.

Item de prova

  • Capivara é resgatada na Zona Oeste de Aracaju
  • Uma capivara foi resgatada em uma residência na Rua Acre, no Bairro Siqueira Campos, Zona Oeste de Aracaju, por uma equipe da Administração Estadual do Meio Ambiente (Adema), na manhã desta quinta-feira (26).
  • Segundo o órgão, a capivara, que era jovem e apresentava bom estado de saúde, foi solta em uma área de preservação ambiental da capital.
  • A Adema pode ser acionada para resgate de animais silvestres através do telefone (79) 3198-7190.
  • Esta notícia informa sobre o resgate de uma capivara em zona urbana de Aracaju (G1 SE, 26 jun. 2020)
  • A frase que expressa opinião é:
  • (A) “Uma capivara foi resgatada em uma residência”. (Linha 1)
  • (B) “era jovem e apresentava bom estado de saúde”. (Linha 3)
  • (C) “A Adema pode ser acionada para resgate de animais silvestres”. (Linha 5)
  • (D) Não sei responder.

Fonte: Produzido pelos autores.

 Outro modo de expor os elementos da estrutura frásica

 


  Sujeito Ação Complemento da ação Circunstâncias
Expectativa de aprendizagem [aluno/a] distinguir fatos e opiniões em textos jornalísticos
Descritor [aluno/a] distinguir Um fato da opinião relativa a este fato
Comando de item de prova [aluno/a] [identifique] a frase que expressa opinião contida no texto e presente nas opões de resposta

 

 


3. Da expectativa da aprendizagem às sequências didáticas

Acima afirmamos que uma sequência é constituída em nossa imaginação ao modo de uma representação tópica ou esquemática que informa sobre atos de discentes e de docentes. Também afirmamos que uma sequência didática é determinada por uma expectativa de aprendizagem (ou objetivo educacional) previamente conhecida pelos alunos, pais ou responsáveis. Isso significa que devemos, coerentemente, assumir tais elementos como termos estruturantes da coisa “sequência didática”. Mas como iniciar uma sequência didática?

O planejamento de uma sequência pode ser iniciado a partir da escolha do conteúdo substantivo, seguida pela escolha das fontes de informação em diferentes suportes. Aqui, entretanto, sugerimos pensar a sequência didática a partir da expectativa de aprendizagem e/ou do enunciado de uma demanda por aprendizagem. O que queremos que o aluno faça ou aprenda? Essa é a questão orientadora.

Se queremos que ele seja capaz “distinguir fatos de opiniões/sugestões em textos informativos, jornalísticos, publicitários etc.” (Brasil, 2017. BNCC – EF04LP15) e em diferentes situações da vida prática, as palavras “distinguir”, “fato” e “opinião” (e, obviamente, textos informativos, textos jornalísticos e textos publicitários) devem ser traduzidas de modo que os alunos (e até o docente que não elaborou aquela sequência didática) possam compreendê-las longe da presença do produtor original. Como já tratamos de “fato” e “opinião”, vejamos possíveis traduções para “distinguir”.

Distinguir é um ato. Traduzir esse ato de distinguir significa decompô-lo em vários outros atos, cujas primeiras pistas estão presentes nos dicionários de sinônimos da Língua Portuguesa. Buscando as acepções mais adequadas à demanda didática, podemos concluir, por exemplo, que o ato de distinguir exige o separar, dividir e o discernir, enfim, “perceber a diferença, caracterizar ou identificar a “marca” ou o “traço distintivo”. (Houaiss, 2021).

Agora, façamos a decomposição mental e esquemática dessa ação. Imaginemos que o ato de distinguir uma declaração de fato de uma declaração de opinião exige a rememoração das marcas ou traços distintivos de declaração de fato e de declaração de opinião, a leitura das declarações, a identificação de marcas ou traços distintivos de declaração de fato e de declaração de opinião naquele texto em particular, a comparação entre as marcas de cada declaração, o julgamento entre a definição remorada e a identificação experimentada e a criação e a expressão (oral, escrita ou por representação gráfica) de uma nova declaração de que as frases do texto contém declarações de fato ou declarações de opinião ou ambas.

Por essa exemplo, podemos concluir que a tradução de uma expectativa de aprendizagem (principalmente do verbo principal dessa expectativa – o indicador da ação) é, em si mesma, um momento de reflexão e de criação de uma sequência didática. O trabalho que se segue é apenas de expressar por escrito as frases de orientação e de discriminar materiais, tempo e circunstâncias de execução, como exemplificado no quadro 1.3.

 

Quadro 1.3.  Exemplo de sequência didática

Título:  …

Duração:  …

Público-alvo: alunos do 5º ano do Ensino Fundamental.

Princípio de aprendizagem: :  …

Expectativa de aprendizagem: espera-se que, ao final das duas aulas, os alunos sejam capazes de ler criticamente mensagens de texto do Instagram, distinguindo declarações de fato de declarações de opinião.

Ações:

  • Ação 1: O professor sensibiliza a turma sobre o tema, partindo de um conflito cotidiano.
  • Ação 2: Os alunos são convidados a rememorar as marcas ou traços distintivos de declaração de fato e de declaração de opinião.
  • Ação 2: Os alunos leem textos que contém declarações de fato e/ou de opinião.
  • Ação 4: Os alunos identificam marcas ou traços distintivos de declarações de fato e/ou de opinião nos textos indicados pelo professor.
  • Ação 5: Os alunos comparam as marcas de cada declaração.
  • Ação 6: Os alunos julgam a correspondência entre as definições remoradas e a identificação experimentada sobre declarações de fato e/ou de opinião.
  • Ação 7: Os alunos criam e expressam-se oralmente ou por escrito uma nova declaração de que as frases do texto contêm declarações de fato, declarações de opinião ou ambas.

Fonte: Produzido pelos autores.

 


4. Os elementos constitutivos das sequências didáticas

A experiência já chancelou que as estratégias de ensino e avaliação, as declarações dos conhecimentos e dos recursos a serem empregados na aplicação são elementos básicos da sequência didática. Mas quais seriam os elementos de contexto? Quais são os modos de disposição desses elementos em um post do Instagram, em uma folha de papel A4, em uma apresentação de Power Point ou em uma ficha de cartolina? Que dimensões deve ganhar uma sequência didática?

Sobre essas questões, não há limite para a criatividade. Mas a comparação entre modelos nos permite montar o glossário que dá ideia da quantidade de elementos e das sinonímias dos seus respectivos campos semânticos. Observem a ilustração 1.4.

 

Quadro 1.4. Glossário dos elementos constitutivos de sequências didáticas

 

  1. ·        Descrição do gênero [Plano de aula, Sequência…]
  2. ·        Nome da escola
  3. ·        Data de execução
  4. ·        Autoria do plano / Proveniência
  5. ·        Título
  6. ·        Assunto / Tema
  7. ·        Questões / Questões norteadoras / Problemas
  8. ·        Relação com o currículo prescrito /
  9. ·        Destinação / Nível de ensino / Etapa de ensino / Série / Ano
  10. ·        Conteúdo / Objetos do conhecimento / Saberes / Conceitos / Habilidades / Valores / Atitudes
  11. ·        Público-alvo / Faixa etária
  12. ·        Tempo estimado / Carga horária
  13. ·        Objetivos / Objetivos gerais / Objetivos específicos / Expectativas de aprendizagem / Finalidade / Resultados desejados / Compreensões
  14. ·        Justificativas
  15. ·        Conhecimentos prévios / Pré-requisitos
  16. ·        Materiais / Material de apoio / Recursos / Recursos materiais / Recursos complementares
  17. ·        Estratégias de ensino / Metodologia / Como fazer / Orientações
  18. ·        Momentos / Etapas / Módulos / Tarefas / Atividades / Aulas / Ações
  19. ·        Avaliação / Estratégias de avaliação
  20. ·        Possibilidades de progressão / Adaptação a outras séries / anos / Adaptação a outros objetos do conhecimento
  21. ·        Referências
  22. ·       Anexos

 

Vocês devem ter percebido que as maiores variações terminológicas estão nos indicadores do que se deve aprender, nas metas de aprendizagem e nos atos da sequência didática.

O elemento mais raro nos exemplos consultados são as “possibilidades de progressão” da aprendizagem. Isso se explica em parte pelas singularidades temporais da maioria dos planos – projetados para uma aula. Considerando esse uso, uma variante de progressão da aprendizagem já está implícita na própria sequenciação dos atos de aprendizagem.

Sobre o modo de anunciar cada elemento, ele oscila entre o emprego dos verbos no infinitivo, presente, futuro, imperativo e o emprego de substantivos que indicam ação.

Ideologicamente, para muitos colegas, faz muita diferença entre anunciar como ato: “O professor capacitará o aluno a…” / “O aluno deverá ser capaz de…”, “O professor solicitará que o aluno escreva…” / “O aluno escreverá…”, “O aluno escreve…”, “O professor deverá solicitar que o aluno escreva…” / “O aluno deve escrever…”, “Professor, solicite que o aluno escreva…” / “Escreva…” ou, simplesmente, “Produção de um texto…”.

Para nós, não é um verbo isolado que demarca a ideologia coletivista. Os fins concebidos para o componente curricular e os valores cultivados nas atividades podem significar muito maior avanço no combate às desigualdades sociais, mediante o ensino de Língua Portuguesa nos anos iniciais.

O sensato é que padronizemos a forma de enunciação, do início ao fim do plano, acolhendo, dominantemente, uma dessas possibilidades declarativas. Com relação ao gênero, são válidas as diversas formas contemporâneas. Quanto ao foco narrativo, até o momento não encontramos prescrições.

 


5. Modos de disposição dos elementos em uma sequência didática

A arquitetura da informação – ou o modo como serão dispostos os elementos da ilustração 4.4 – também pode assumir as mais diversas representações. Ela depende, por exemplo, da ênfase que o professor quer expressar. A distinção “tarefas de professor” e “tarefas de aluno”, a orientação da leitura do plano, a ênfase nas “etapas principais da sequência” e na prescrição detalhada e hierarquizada das etapas” foram algumas das opções com as quais nos defrontamos nos modelos consultados.

Para destacar a atividade de um e de outro agente na relação ensino-aprendizagem, podemos simplesmente discriminar os atos, iniciando com a própria palavra ou a sua abreviação (ilustração 1.5).

 

Ilustração 1.5. Identificação dos agentes

 Professor – Distribui as folhas de papel… ou P – Distribui…”

  • Aluno – Faz decalques sobre o relevo da peça… ou A – Faz decalques…” 

 

Para orientar a leitura, destacando ordem e sujeito de cada ato, podemos dispor os atos de modo linear e vertical (ilustração 1.6) ou e em “z” e em duas colunas (ilustração 1.7).

 

Ilustração 1.6. Orientação de leitura linear

 

  • Título
  • Objetivo
  • Conteúdo
  • P – Atividade 1 …
  • A – Atividade 1 …
  • P – Atividade 2 …
  • A – Atividade 2 …
  • P – Atividade 2 …
  • A – Atividade 3 …
  • Avaliação
Ilustração 1.7. Orientação de leitura em Z

 

  • Título
  • Objetivo
  • Conteúdo
  • P – Atividade 1 …
  • A – Atividade 1 …
  • P – Atividade 2 …
  • A – Atividade 2 …
  • P – Atividade 2 …
  • A – Atividade 3 …
  • Avaliação

 

Para destacar o caráter mais genérico ou mais detalhado da sequência, podemos lançar mão de uma lista simples ou da combinação de vários elementos e diferentes níveis hierárquicos (ilustrações 1.8 e 1.9).

Devemos lembrar que quanto maior o número de horas-aula, mais hierarquizado o plano se torna, caso queiramos detalhar a orientação de uso.

Essa necessidade do detalhamento é ditada, inclusive, pela situação comunicativa. Se estamos diante dos alunos (presencialmente) e podemos compensar os detalhes com gestos, pequenas consultas no curso das atividades, a disposição linear simples pode dar conta. Mas se estamos a preparar um livro didático, onde a possibilidade de contato síncrono com o usuário desse recurso é remota, o detalhamento e as previsões de mudança de rota são fundamentais.

 

Ilustração 1.8. Sequência de atividades lineares

  • Título:  …
  • Objetivo:  …
  • Conteúdo
  • Atividade 1 …
  • P – Distribuir …
  • A – Decalcar …
  • Atividade 2 …
  • P – Questionar …
  • A – Expor …
  • Avaliação: …

 

 

  • Fonte: Produzido pelos autores.
Ilustração 1.9. Sequência de atividades hierarquizadas

  • Título:  …
  • Objetivo:  …
  • Conteúdo
  • Atividade 1 …
  • Meta – Nesta etapa …
  • P – Distribuir …
  • P – Observe a representatividade …
  • P – Tente considerar a …
  • A – Decalcar …
  • Atividade 2 …
  • Meta – Nesta etapa …
  • P – Questionar …
  • 1. O que você quis mostrar com …
  • 2. Qual o significado de …
  • A – Expor …
  • P – Acompanhe o aluno no trabalho de …
  • P – Cuide para que o aluno …
  • Avaliação: …

 

Chegamos, por fim, às decisões sobre as dimensões de uma sequência didática. Como as demais, a situação comunicativa (a demanda que originou a sequência, o público, o tempo etc.) determina a nossa tomada de posição.

Se a sequência é produzida para uso cotidiano de outro professor (que não o autor), ela deve ser breve e funcional. Deve ser lida e compreendida em poucos minutos e em um só golpe de vista, ou seja, seus elementos principais devem estar enquadrados em uma tela de computador ou em uma folha de papel A4 e os recursos e acessórios devem figurar como anexos.

O princípio é extraído da experiência. Se necessitamos virar a página onde está inscrita a sequência, a disposição dos elementos já perdeu grande parte de sua funcionalidade. Observem os modelos que se seguem (figuras 1.10 e 1.11).

 

Ilustração 1.10. Modelo de sequência didática breve (I)

Título da sequência: A Brincadeira É FATO OU OPINIÃO?

Objetivo da sequência: De modo lúdico, as crianças devem aprender a distinguir declarações de fato de declarações de opinião.

Ações: As crianças deverão realizar a brincadeira É fato ou opinião?. Para isso, o professor deve:

    • dividir as crianças em duplas;
    • explicar como será a brincadeira;
    • elas deverão ler as frases das fichas:
    • copiar as frases que indicam uma opinião ou um fato, no local indicado da folha xerocada

Recursos: Clique AQUI para acessar as frases desta brincadeira.

    • [QUADRO COM DUAS COLUNAS – FATO E OPINIÃO]

Ações: Ao seu sinal, as duplas deverão:

    • trocar as fichas;
    • repetir os mesmos procedimentos até que todas as duplas tenham lido todas as frases.

Avaliação colaborativa : Para corrigir, pedir as duplas que:

    • troquem as folhas entre si;
    • uma criança leia a frase da ficha que tem em mãos;
    • a dupla deverá dizer se esta representa um fato ou uma opinião;
    • as demais crianças deverão concordar ou não;
    • o professor deverá copiar esta frase, na coluna que indica o tipo de frase, no quadro de giz;
    • fazer o mesmo para corrigir as demais frases
    • Fonte: Terra (sd. Adaptado).

 

 

Ilustração 1.11. Modelo de sequência didática breve (II)

Título da sequência: Fato e Opinião

Objetivo da sequência: Partindo de um problema do cotidiano escolar, as crianças devem aprender a distinguir declarações de fato de declarações de opinião e a emitir opiniões fundamentadas em fatos.

 Ações:

    • O professor cria um descritor gráfico para apresentar os termos “fato” e “opinião”. O quadro inclui definições par fato e opinião e palavras-chave indicadoras de fato e de opinião. O professor deve lembrar aos alunos que as palavras ajudam, mas devem sempre considerar ao contexto em que são usadas.
Fato Opinião
  • A declaração que pode ser provada.
  • Números
  • Estatísticas
  • Ciência
  • História
  • Não ficção
  • Informações
  • A declaração que apresenta uma crença e que não pode ser provada.
  • Pensamento
  • Dever
  • Crença
  • Bom
  • Ruim
  • Errado
  • Mau
    • Os alunos colam uma cópia do descritor gráfico em seus cadernos.
    • O professor lança uma questão: “Leite e chocolate devem ser servidos nas escolas?”
    • O professor solicita a opinião dos alunos. Os alunos ficam confusos entre os benefícios e malefícios da bebida à saúde.
    • O professor induz à leitura de um artigo de não ficção sobre a matéria.
    • Os alunos preenchem o descritor.
    • O professor induz à leitura de um artigo de opinião sobre a matéria.
    • Os alunos preenchem o descritor.

Avaliação:

    • Os alunos são induzidos a responderem à seguinte questão: “as escolas deveriam parar de vender refrigerantes?” Use dois fatos para apoiar a sua opinião.

Fonte: Satterfield (2013. Adaptado).

 

Se estamos preparando um manual para a consulta do professor durante um curso, a situação se inverte. A sequência é, aqui, objeto de exame e não instrumento pragmático e imediato. Assim, quanto maior o detalhamento, mais eficiente será o instrumento.

Essa situação justifica, por exemplo, a apresentação de todos os recursos (áudios, imagens, mapas etc.) no tempo e no espaço exato onde devem ser usados, com todo o aparato de vinhetas, boxes, quadros, notas de pé-de-página etc. que pudermos empregar para torná-la inteligível e autoexplicável. Observem as ilustrações 1.12 e 1.13).

 

Ilustração 1.12. Modelo de sequência didática extensa (I)

[…] Sobre este plano*

Título da aula: Ler e interpretar o gênero Crônica

Finalidade da aula:

    • ·        Ler, de forma autônoma e compartilhada, o gênero Crônica, compreendendo o sentido global do texto e o seu caráter reflexivo / Localizar informações explícitas no texto e recuperar informações implícitas / Compreender o sentido de palavras pelo contexto em que estão inseridas.

Ano: 5º. Ano do Ensino Fundamental

Gênero: Crônica

Objeto(s) do conhecimento: Estratégia de leitura / Compreensão em leitura / Decodificação / Fluência de leitura

Prática de linguagem: Leitura / escuta (compartilhada e autônoma)

Habilidade(s) da BNCC: EF15LP02, EF15LP16, EF35LP01, EF35LP03, EF35LP05

Sobre esta aula: esta é a segunda aula de uma sequência de 15 planos de aula com foco no gênero Crônica e no campo de atuação Artístico-literário/Vida cotidiana. A aula faz parte do módulo de leitura/escuta (compartilhada e autônoma).

Materiais necessários: – Cópias da atividade para todos os alunos

    • ·        Pincel para quadro

Informações sobre o gênero: A palavra Crônica vem do grego, Chronos, e o gênero, de fato, possui uma ligação direta com o tempo, pois tem por base fatos simples, do cotidiano, expostos em linguagem literária. Os textos se caracterizam por serem narrativas curtas, com tempo, espaço e personagens reduzidos e predominância de linguagem coloquial, características que tornam a leitura envolvente e acessível aos leitores. Muitas vezes lançando mão de recursos humorísticos e ironia, a Crônica tem sempre um caráter crítico e/ou reflexivo.

Dificuldades antecipadas: O texto contém algumas palavras pouco usuais, como lograva, temeridade, ignaros. Para que os alunos as compreendam, serão empregadas diversas estratégias: releitura, substituição por equivalentes, escolha entre algumas opções. Os questionamentos que exploram os dados inferenciais podem precisar da intervenção do professor para serem respondidos.

Referências sobre o assunto:

ARAUJO, Djario Dias. Crônica: o cotidiano em destaque. In: MENDONÇA, Márcia. Diversidade textual: propostas para a sala de aula. Formação continuada de professores. Recife, MEC/CEEL, 2008. P.55 – 66. Disponível em: <http://www.serdigital.com.br/gerenciador/clientes/ceel/arquivos/35.pdf>.

PORTILHO, Gabriela. Leve a crônica para as aulas de língua portuguesa. Nova Escola, 2013. Disponível em: <https://novaescola.org.br/conteudo/2171/leve-a-cronica-para-as-aulas-de-lingua-portuguesa>.

VILARINHO, Sabrina. Crônica. Brasil Escola. Disponível em: <https://brasilescola.uol.com.br/redacao/cronica.htm>.

https://brasilescola.uol.com.br/redacao/a-cronica.htm

Tema da aula:

ler e compreender a crônica

Tempo sugerido: 1 minuto

Orientações: Ler o título com os alunos, comentando-o e explicando-o brevemente com base no item “informações sobre o gênero” (slide anterior).

Introdução

Vamos relembrar o texto Um mundo lindo, que foi trabalhado na aula anterior? Para recordar a história, vamos reconta-la da seguinte maneira:

    • ·        O professor começará o reconto, narrando o início da história.
    • ·        Em seguida, chamará um aluno, que terá que continuar a história de onde ele parou. O aluno deverá incluir o máximo de informações e detalhes dos quais se lembrar.
    • ·        Esse aluno chamará outro para dar continuidade, seguindo as mesmas regras, e assim sucessivamente, até chegarmos ao final da história.

Tempo sugerido: 9 minutos

Orientações (referem-se à atividade exposta nos slides 3 e 4):

    • ·        Antes de exibir a atividade proposta no slide 3, inicie uma tempestade de ideias com os alunos, a fim de resgatar o que foi trabalhado na aula anterior. Lance ao grupo questionamentos como: Quem lembra o que vimos na aula passada? Sobre o que falavam os dois textos que trabalhamos? Há diferenças na forma com que os textos tratavam do assunto? Quais?
    • ·        Espera-se que os alunos lembrem-se dos textos explorados anteriormente (a notícia “Último rinoceronte-branco do norte morre e espécie entra em extinção” e a crônica “Um mundo lindo”) e que ambos tratavam do mesmo assunto – a extinção de animais -, porém com abordagens e objetivos diferentes.
    • ·        Exponha para o grupo que neste momento eles trabalharão novamente com um dos textos da aula anterior – a crônica Um mundo lindo, de Marina Colasanti* -, com o objetivo de analisá-lo e conhecê-lo mais a fundo. Acesse e/ou imprima o texto na íntegra, clicando aqui.
    • ·        Faça a leitura do slide 3 para o grupo, certificando-se de que todos compreenderam o comando e o objetivo da atividade, que é relembrar a história com a maior riqueza de detalhes possível, a partir de uma colagem de recontos sequenciada.
    • ·        Inicie o reconto do texto (slide 4) e, em seguida, escolha um aluno para continuá-lo. Este deverá escolher um colega para dar sequência e assim sucessivamente.
    • ·        Se for necessário, instigue outros alunos a acrescentar informações importantes, omitidas pelo(s) autor(es) do relato.

Após a conclusão do reconto, dar início à atividade escrita de interpretação. […]

Fonte: Elaborado por Janira Alencar Vieira de Souza (sd) e disponível em Nova Escola.

(*) Obs: Esta é a segunda aula de uma sequência de 15 planos de aula. Recomendamos o uso desse plano em sequência.

  

Ilustração 1.13. Modelo de sequência didática extensa (II)

Título da sequência: Informação versus opinião

Objetivos: Relacionar e diferenciar notícia de artigo de opinião.

Descrição das atividades: Vocês analisarão uma charge, uma tirinha, uma notícia e um artigo de opinião que abordam práticas, usos e/ou aspectos negativos da internet. O tema tem sido cada vez mais debatido, seja em função da influência que as redes sociais tiveram sobre os processos democráticos como as eleições norte-americanas de 2016, seja pelos resultados de pesquisas acadêmicas sobre o impacto da internet na vida cotidiana dos cidadãos.

1ª etapa – Charge, tirinha e notícia

Antes de iniciar as atividades relacionadas ao uso da internet, é importante que você, professor e professora, procure se atualizar sobre o tema, lendo notícias e artigos de jornais. Algumas dicas:

    • ·        Artigos e reportagens do site Observatório da Imprensa (http://www.observatoriodaimprensa.com.br/), ONG brasileira especializada na análise do comportamento da mídia, em especial a jornalística.
    • ·        Matéria do canal Tab UOL (https://cutt.ly/oj50wcq) sobre a privacidade na era dos algoritmos e dados. Será que temos domínio sobre o que compartilhamos nas redes sociais e como isso pode ser usado para nos manipular?
    • ·        Artigo da revista Superinteressante (https://cutt.ly/Fj52UbO) , para saber saber mais sobre as Deep fakes, que se valem de recursos tecnológicos sofisticados, como vídeos manipulados, para espalhar desinformação.
    • ·        Livro Caiu na rede, é peixe, organizado por Cora Rónai (Rio de Janeiro, Ed. Agir, 2005). A obra reúne 67 textos literários de larga circulação na internet, falsamente atribuídos a autores como Millôr Fernandes e Carlos Drummond de Andrade, discutindo essa prática de desinformação, comum na mídia eletrônica.

Atividades

1. Com o objetivo de ampliar conhecimentos prévios a respeito do tema, pergunte aos alunos e às alunas se acompanham as discussões que se têm produzido nas mídias, inclusive digitais, sobre as vantagens e desvantagens da internet para as relações entre as pessoas; a pesquisa de informações confiáveis; o debate e a produção social de conhecimentos. Caso a familiaridade da turma com essa preocupação social seja pequena, faça uma breve explanação a respeito. Nesse momento, as leituras sugeridas na etapa 1 desta oficina podem lhe ajudar na preparação da aula

2. Após essa primeira explanação, divida a classe em grupos e projete as duas imagens. Peça-lhes que leiam e discutam tanto a tirinha quanto a charge a seguir.

Tirinha

Tirinha1 Resenha Crítica

A tirinha é de Laerte Coutinho. Nascida em São Paulo em 1951, Laerte é uma das mais importantes quadrinistas do país. Em coautoria com dois amigos, também cartunistas da “primeira divisão”, Angeli e Glauco, publicou as tiras Los três amigos. Lançou uma revista em quadrinhos própria, Piratas do Tietê, e criou personagens inesquecíveis, como o Hugo Baracchini desta historieta, um homem urbano sempre às voltas com problemas típicos da vida contemporânea. Parte de sua produção pode ser conferida no site do Itaú Cultural (https //cutt.ly/Nj59EYn).

Tirinha2 Resenha Crítica

A charge é de Eduardo dos Reis Evangelista. Duke, como se tornou conhecido, também nasceu em 1973, e é de Belo Horizonte, Minas Gerais. Assina as charges diárias dos jornais O Tempo e Super Notícia, mantendo, ainda, o site oficial (http //dukechargista. com.br/), no qual você poderá apreciar outras charges, caricaturas e tirinhas de sua autoria. Recebeu o troféu HQMIX como melhor cartunista brasileiro de 2008.

3. Para favorecer a compreensão e instigar a discussão, você pode fazer perguntas como:

Sugestões para a Tirinha

    • ·        O que há de comum entre a tirinha e a charge?
    • ·        Espera-se que os alunos percebam que ambas as imagens têm em comum uma posição crítica em relação a certos usos da internet.
    • ·        Como você traduziria em palavras cada uma delas?
    • Sugestões para a Charge
    • ·        Assim como na publicidade, há muita propaganda enganosa na internet.
    • ·        Tem site que “se acha”…
    • ·        Nem mesmo no consultório do psicanalista estamos a salvo.
    • ·        A facilidade de acesso à informação digital desencoraja os esforços pessoais de investigação.
    • ·        A internet pode “falar” mais a nosso respeito que nós mesmos.

4. Em seguida, peça aos alunos que leiam silenciosamente a notícia “Contra desinformação, WhatsApp limita encaminhamento de mensagens” que se encontra na seção Coletânea.

Para saber mais  – Notícia

“Matéria-prima” dos jornais, a notícia relata fatos que estão ocorrendo na cidade, no país, no mundo. O objetivo da notícia é informar o leitor com exatidão. Mesmo tendo a pretensão de ser “neutra” e confiável, ela traz em si concepções, princípios e a ideologia dos órgãos de imprensa que a divulgam.

Seja no jornal impresso, seja em um portal jornalístico da internet ou em outras mídias, as notícias aparecem de acordo com o grau de relevância (das mais importantes para as menos importantes). Para chamar a atenção dos leitores, algumas notícias se iniciam com uma manchete bem objetiva, com verbo sempre no presente. Em seguida, vem o lide (lead), ou primeiro parágrafo, que contém as informações básicas sobre o fato noticiado. O lide apresenta esquematicamente o fato noticiado pela indicação sucinta de seus componentes  o que ocorreu, envolvendo quem, como, quando, onde e por quê. Originária do inglês — lead —, essa palavra tem sido cada vez mais utilizada em sua forma abrasileirada, lide.

5. Dê tempo aos alunos para que leiam a notícia e só então comece uma conversa, instigando-os com perguntas

    • ·        A notícia foi publicada em veículo impresso ou digital?
    • ·        De circulação ampla ou restrita?
    • ·        Confiável ou não?
    • ·        Quem é o jornalista responsável pela notícia?
    • ·        Há alguma informação a seu respeito na matéria?
    • ·        Qual é o assunto principal abordado pelo texto?
    • ·        É atual ou ultrapassado, em relação à data de publicação? Para que tipo de leitor(a) a notícia se dirige?
    • ·        Que importância essas informações podem ter para esse(a) leitor(a)?
    • ·        Com que finalidade esse assunto é abordado?

6. Após o debate, faça uma leitura, em voz alta, da mesma notícia. Conversando com os alunos e as alunas, reforce que os principais fatos noticiados no texto são:

    • ·        A internet é um meio de comunicação em que circula uma grande quantidade de informações duvidosas e de notícias falsas.
    • ·        Boa parte dos usuários não só já se deu conta dessa realidade como manifesta desconforto com esse estado de coisas.
    • ·        A empresa responsável por um aplicativo de comunicação muito utilizado anunciou que está desenvolvendo estratégias para limitar a propagação da desinformação por meio da ferramenta.
    • ·        A estratégia é limitar o número de pessoas para quem uma mensagem pode ser encaminhada, de modo a evitar o “spam” e a disseminação massiva de notícias falsas.

7. Alimente a conversa perguntando:

    • ·        Qual foi o fato que virou notícia? Qual é a relevância dessa notícia?
    • ·        Qual é sua opinião sobre a confiabilidade das informações disponíveis na internet?
    • ·        O autor dá sua própria opinião ou apenas registra seja um fato, seja uma opinião corrente?

8. Mostre que a notícia “Contra desinformação, WhatsApp limita encaminhamento de mensagens” tende a provocar reações diversas  muitas pessoas podem aprovar incondicionalmente a iniciativa; no entanto, haverá quem considere que trata-se de interferência abusiva de uma empresa sobre a liberdade de expressão na internet, prejudicando, por exemplo, a compreensão e a circulação de brincadeiras e simulações. Outros, ainda, poderão considerar que discernir fontes confiáveis e não confiáveis não é tarefa para um aplicativo de conversas, mas direito e responsabilidade inalienáveis de cada cidadão.

9. De qualquer forma, procure mostrar que, na notícia, o jornalista procura não assumir, ele mesmo, posição a respeito do que divulga. O objetivo – nesse caso – é apresentar os fatos em si:

    • ·        a opinião de usuários a respeito da confiabilidade das informações na internet;
    • ·        o lançamento de uma ferramenta para o combate à desinformação por um aplicativo.

10. Para deixar isso bem claro, projete trechos da notícia “Contra desinformação, WhatsApp limita encaminhamento de mensagens” que comprovam essa afirmação e peça que os alunos e as alunas os examinem.

“Um dos maiores problemas do aplicativo de mensagens WhatsApp nos últimos anos é a disseminação de notícias falsas. Se em dias normais isso é algo perigoso, em épocas como a da crise do coronavírus isso se torna ainda mais danoso para a sociedade. Por conta disso, a empresa vai implementar a partir desta terça-feira, 7, uma nova política para tentar frear a desinformação dentro de sua plataforma, limitando mais uma vez o encaminhamento de mensagens.”

“Hoje, a empresa limita que uma mensagem seja encaminhada simultaneamente a cinco conversas ou grupos de uma vez só. A barreira foi implementada em 2019 em todo o mundo e reduziu a disseminação de notícias faltas em 25%, segundo a empresa. Ela seguirá sendo válida. O que muda agora é que, depois que esse limite for atingido, o usuário só poderá mandar a mesma mensagem a um contato ou grupo de cada vez – até a segunda-feira, 6, era permitido redistribuir a mensagem em grupos de cinco encaminhamentos.”

Mostre aos alunos que trechos como “(…) Se em dias normais isso é algo perigoso, em épocas como a da crise do coronavírus isso se torna ainda mais danoso para a sociedade.”, para referir-se à importância do recurso em questão são utilizados de forma a dar a impressão de que correspondem a avaliações do público leitor, e não do jornalista.

Fonte: Laginestra (coord) (2021. p.56-63).

 

Essas alterações nas dimensões da sequência se justificam também quando queremos detalhar as intervenções avaliativas em cada um  dos momentos que elas devem ocorrer  antes da primeira ação do aluno, durante as ações do aluno e após a principal ação do aluno. Mas este é o assunto das próximas duas aulas.


Referências

LAGINESTRA, Maria Aparecida (Coord). Olimpíada de Língua Portuguesa. Pontos de Vista – Caderno do Docente – Orientações para produção de textos do gênero artigo de opinião. São Paulo: Centro de Estudos e Pesquisa em Educação, Cultura e Ação Comunitária; Itaú Social, 2021.

SATTERFIELD, Amy. Fato e Opinião. Eclectic Educating, 9 fev. 2013.Disponível em< http://www.eclecticeducating.com/2013/02/fact-and-opinion_9.html>Consultado em 21 out. 2021.

SOUZA, Janira Alencar Vieira de. Plano de aula: Ler e interpretar o gênero Crônica. Nova Escola, sdt. Disponível em< https://planosdeaula.novaescola.org.br/fundamental/5ano/lingua-portuguesa/ler-e-interpretar-o-genero-cronica/2972 >Consultado em 21 out. 2021.

TERRA, Elisângela. Brincadeira – É fato ou opinião? Atividades para Educadores. Disponível em< https://atividadesparaeducadores.blogspot.com/2017/08/brincadeira-e-fato-ou-opiniao.html>Consultado em 21 out. 2021.


Atividades referentes a esta aula

Após a leitura deste texto, esboce alguns elementos da sua sequência didática. Comece com os elementos básicos: título, expectativa de aprendizagem e princípio de aprendizagem. Depois disso, tire dúvidas com os colegas de grupo e com o professor (na aula síncrona) sobre o texto e sobre o seu esboço.

Até lá.

Escritas. Araguaína, v. 13, n.01, 2021.

LUTAS E RESISTENCIAS DE MULHERES INDÍGENAS, COMUNIDADES TRADICIONAIS E CAMPONESAS: PRODUÇÃO DE SABERES E TERRITORIALIDADES

Seção Livre

Publicado: 2021-10-27

Scripta Mediaevalia. Mendoza. v.14, n.2, 2021.

Artículos

Reseñas

Obituario

Publicado: 26-10-2021

Educação Ambiental e a Escola Básica: contextos e práticas | Educar em Revista | 2021

Educacao Ambiental Resenha Crítica

Educação Ambiental e o contexto escolar brasileiro: desafios presentes, reflexões permanentes

O exercício da filosofia consiste no aprendizado de ver através de óculos determinados até que se revelem os limites dessa visão e surja a necessidade de mudar de lentes (GIANNOTTI, 2011, p. 193).

Seria diferente com a Educação Ambiental?

Apresentamos o dossiê “Educação Ambiental e a Escola Básica: contextos e práticas”. A ideia deste trabalho surgiu a partir de nossas inquietações como pesquisadoras no que diz respeito ao lugar do meio ambiente na esfera educacional e como esse debate tem sido desenvolvido nos espaços escolares. A Educação Ambiental é um campo de conhecimento constituído ao longo dos últimos anos, muito promissor no que tange à formação de um cidadão crítico e socioambientalmente responsável, mas caracterizado por um paradoxo, particularmente no contexto brasileiro.

Provavelmente poucos indivíduos, se questionados a respeito da importância desse campo, negariam a sua urgência e potencialidades. Particularmente porque a Educação Ambiental vem sendo apontada como fundamental no desenvolvimento de sociedades sustentáveis, a despeito de que sentidos estariam por trás destes difundidos conceitos de sustentabilidade e de desenvolvimento sustentável, conforme destaca Jacobi (2005). Portanto, a importância da Educação Ambiental é sempre destacada em diferentes discursos e retóricas. Contudo, por se tratar de um conceito polissêmico, muitas vezes tem sido compreendido de forma equivocada com relação aos seus objetivos e seu valor para a sociedade, além estar longe de ter uma posição de prioridade na escola formal em todo o mundo (PALMER, 1998; CARTER; SIMMONS, 2010), não sendo diferente com o que ocorre no Brasil. Leia Mais

Ciências da Religião – História e Sociedade. São Paulo, v.15, n.1, 2017.

Páginas iniciais

Apresentação

Artigos

Publicado: 2018-10-24

Heródoto. Guarulhos, v. 5, n. 2, 2020

Editorial / EDITORS NOTE

Artigos / Articles

Entrevistas / Interviews

Resenhas / Reviews

Publicado: 2021-10-24

LaborHistórico. Rio de Janeiro, v. 7, Especial, 2021.

LaborHistorico Resenha Crítica

Número Especial – Revisitações à obra de Rosa Virgínia Mattos e Silva

Nota Editorial

Artigos

Fontes Documentais. Aracaju, v.4, n.2, 2021.

Revista Fontes Documentais – RFD

Expediente

Editorial

Artigos

Informação, Tecnologia & Sociedade

Informação, Cultura e Patrimônio

Narrativas reminiscentes

Publicado: 2021-10-21

História da Enfermagem. Brasília, v.12, n.2, 2021.

EDITORIAL

EDITORIAL

ARTIGOS ORIGINAIS

POSTED BY: HERE 20 DE OUTUBRO DE 2021

Calçadas de Porto Alegre e Beijing | Airton Cattani, César Bastos de Mattos Vieira e Lu Ying

Cesar Vieira Resenha Crítica
César Bastos de Mattos Vieira | Foto: PROPUR/UFRGS

Calcadas de Porto Alegre e de Beijing Resenha CríticaUM OLHAR ATENTO

O livro foi editado para documentar a exposição fotográfica Projeto Calçadas: Porto Alegre-Beijing, que ocorreu nos últimos meses de 2019, no Campus Central da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), em Porto Alegre e, quase simultaneamente (com uma diferença de dias), no Advertising Museum da Communication University of China (CUC), em Beijing. A exposição (e o livro) é o resultado de uma missão acadêmica, intermediada pelo Instituto Confúcio, que professores brasileiros da UFRGS realizaram junto à CUC, na China, em outubro de 2018. Embora a edição impressa esteja esgotada, a versão digital pode ser acedida no sítio web da editora.

Airton Cattani, um dos organizadores do livro e da exposição, arquiteto e professor da Faculdade de Arquitetura da UFRGS, vem trabalhando com a temática das calçadas em Porto Alegre desde 2007, quando da exposição fotográfica Olhe por onde você anda: calçadas de Porto Alegre, que também foi documentada em livro. Essa obra ganhou versão em língua espanhola especialmente para a exposição Mira por donde andas: aceras de Porto Alegre, realizada no Centro de Estudos Brasileiros da Embaixada do Brasil no México, em 2008. Em sua trajetória, Cattani desenvolveu um olhar atento ao registrar a beleza e poesia das texturas, brilhos, formas, padrões e cores das calçadas urbanas, indo além de imagens com características turísticas. Este foi o motting passado aos estudantes dos cursos da Faculdade de Arquitetura da UFRGS e de Design da CUC e que vemos no livro: um registro fotográfico sensível das calçadas de Porto Alegre e Beijing que alimentam e formam um background estético e diferenciado para futuras aplicações tanto na arquitetura quanto no design. Leia Mais

Anais do Museu Paulista. São Paulo, v.29, 2021.

Debates

Museus

ECM/Dossiê: História da Urbanização no Brasil

Estudos de Cultura Material

Conservação e Restauração

Errata

Publicado: 2021-10-19

História em Curso. Belo Horizonte, v.3, n. ,2021.

Caderno de Resumos do 3° Seminário do LAPHIS

Caderno de Resumos do 3° Seminário do LAPHIS – O fazer histórico na contemporaneidade: memórias, identidades e patrimônios, organizado pelo Departamento de História e Laboratório de Pesquisa Histórica (LAPHIS) da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, realizado entre os dias 18 e 19 de Outubro de 2021.

Edição completa

  • PDF
  • Carta de Apresentação
  • Poema “História Acadêmica”
  • Simpósio Temático História e Educação .
  • Apresentação do ST: História e Educação
  • Comunicações do ST .
  • Simpósio Temático: História e Literatura .
  • Apresentação do ST: História e Literatura
  • Comunicações do ST .
  • Simpósio Temático: História e Esportes .
  • Apresentação do ST: História e Esportes .
  • Comunicações do ST .
  • Simpósio Temático: História e Resistência
  • Apresentação do ST: História e Resistência
  • Comunicações do ST .
  • Simpósio Temático: História e Gênero
  • Apresentação do ST: História e Gênero
  • Comunicações do ST .
  • Simpósio Temático: História e Estudos Medievais
  • Apresentação do ST: História e Estudos Medievais
  • Comunicações do ST .
  • Simpósio Temático: História, grupos e cidades .
  • Apresentação do ST: História, grupos e cidades .
  • Comunicações do ST .
  • Simpósio Temático: História e Patrimônio
  • Apresentação do ST: História e Patrimônio
  • Comunicações do ST .
  • Simpósio Temático: Comunicação Livre
  • Apresentação do ST: Comunicação Livre
  • Comunicações do ST .

Publicado: 19-10-2021

História da Urbanização no Brasil: novas propostas em Arqueologia da Paisagem | Anais do Museu Paulista | 2021

O dossiê que o leitor tem em mãos visa divulgar uma uma nova safra de estudos sobre história da urbanização, nove anos depois da publicação do dossiê “Caminhos da história da urbanização no Brasil-colônia” no volume 20, número 1, dos Anais do Museu Paulista, 2012, realizado sob minha coordenação. O desafio de explorar um Brasil de dimensões continentais impõe, antes de tudo, um trabalho coletivo para descontruir as narrativas e os lugares-comuns que acabaram adquirindo estatuto historiográfico. Nossos olhos viciados por certos estereótipos são embaçados por pesquisas recentes, que fazem saltar à vista novas territorialidades com ramificações bastante alargadas. Desconectados entre si e sem necessariamente terem consciência disso, esses estudos lançam luz sobre evidências empíricas que merecem debate por seu ineditismo e por convergirem para uma necessária releitura do Brasil em seu conjunto, inclusive nas suas interfaces com a América Espanhola e com outros continentes. Essas pesquisas recentes desmontam a tese da colonização “arquipelágica”, rompendo com as ideias de fragmentação e descontinuidade entre as partes do Brasil ao revelar territorialidades macrorregionais e zonas de intersecção de perfil cultural híbrido, que compartilhavam hábitos, dialetos e costumes que subvertiam as fronteiras políticas que lhes foram impostas. Além disso, elas permitem refutar narrativas e ideologias emanadas dos Institutos Histórico e Geográficos regionais que, ao construírem as identidades dos estados da República Federativa então em gestação, isolaram-nos do conjunto, contaminando gerações de pesquisas e pesquisadores igualmente regionalizados. Também desmontam axiomas históricos, como a estanqueidade na divisão técnica e social do trabalho, reforçando a ideia de interdependência entre as zonas vinculadas ao comércio atlântico e as zonas de abastecimento, fugindo da dicotomia clássica litoral-sertão. Demonstram, desse modo, a interdependência de fluxos que entreteciam o mercado interno ao comércio platino e andino e às outras três partes do mundo. Esses estudos revelam materialmente formas e tipologias de articulação, inclusive intermodais. Revelam uma diversidade de pontos de enraizamento e mobilidade de uma rede urbana mais plural e interiorizada do que nos parecia. Esses estudos nos incitam a “varrer a pé” e a pensar com os olhos, despojando-nos da comodidade do gabinete e das bibliotecas cada vez mais agigantadas que nos impõem um sedentarismo nefasto. Leia Mais

Conjectura – Filosofia e Educação. Caxias do Sul, v.26, 2021.

APRESENTAÇÃO

ARTIGOS

RESENHAS

A sociedade da decepção | Gilles Ipovetsky

Gilles Ipovetsky1 Resenha Crítica
Gilles Ipovetsky | Foto: Fronteiras do Penamento

A sociedade da decepcao 2 Resenha CríticaA obra A sociedade da decepção, de Gilles Lipovetsky,1 3 é composta por três capítulos que se articulam e se complementam nos seguintes títulos: “A espiral da frustração”; “Consagração e descrédito da democracia”; e “Uma esperança sempre renovada”. Trata-se de um livro em formato de entrevista que foi prefaciado e inquirido por Bertrand Richard. Desde o primeiro capítulo – “A espiral da frustração” – são discutidas questões que insistem na programação tentacular dos corpos e das almas que contrastam com as análises de Foucault, ainda circunscritas à denúncia do controle e da imposição existencial totalitária sob as máscaras da democracia liberal (numa adesão secreta em obedecer). Para Lipovetsky (2017), há um novo papel social assumido pelo sujeito (de autonomia protagonista), agora impulsionado pela modernidade do consumo, dos lazeres e do bem-estar de massa, para além de ser uma existência programada e burocratizada por condicionamentos generalizados.

O autor toca uma atmosfera de suspeição da onda atual e de rejeição ao assumido discurso estático sobre alienação e controle programado da existência pelo capitalismo, em vista das dúvidas, ansiedades e incertezas de uma “realidade plural, multidimensional, mas dificilmente vivida (inclusive pelos antagonistas declarados da modernidade), como se fosse um inferno absoluto. Sem dúvida, nosso universo social contém elementos que podem induzir-nos ao otimismo e ao pessimismo” (LIPOVETSKY, 2017, p. 3). Leia Mais

Deleuze e Guattari: uma filosofia para o século XXI | Antonio Negri

Antonio Negri 2 Resenha Crítica
Antonio Negri | Foto: Christian Werner e Alexandra Weltz

Deleuse e Guatari uma filosofia Resenha CríticaTextos de Antonio Negri, marcados por intensos diálogos com o trabalho de Gilles Deleuze e Félix Guattari, bem como entrevista concedida pelo próprio Negri a Jeferson Viel, caracterizam este livro como uma notável radiografia histórica da incessante transformação do pensamento filosófico.

A partir do “Prefácio”, e mais especificamente, no decorrer da apreciação do Capítulo “Gilles-felix”, constata-se, com interessantes nuanças de sensibilidade, que, além de inspiração e parceria profissional, Negri encontrou em Deleuze e Guattari um fundamental suporte de natureza pessoal. A dinâmica da convivência dessa distinta tríade de filósofos, expõe laços de amizade fortalecidos essencialmente, a partir do apoio dispendido a Negri (de modo singular por Deleuze) durante seu exílio na França, em consequência de perseguições políticas sofridas em solo italiano. Certamente, louváveis peculiaridades da carreira de Negri, a exemplo de seu estilo de escrita, foram forjadas a partir da lealdade apreendida no que ele próprio retrata: “a arte de escrever a quatro mãos”. Tal habilidade foi por ele inauguralmente experimentada durante a concepção do livro As verdades nômades, em conjunto com Félix Guattari. Negri conta, com provável saudosismo, que a época compartilhada com seus companheiros guardava dias de infindáveis discussões sobre política, direito, modelos sociais disfuncionais e a latente necessidade de alterar ideais solidificados de há muito. O respeito mútuo existente entre amigos tão generosos uns com os outros, torna evidente que ambos não hesitariam em contribuir mutuamente, com suas épicas jornadas, nos rumos inquietantes daquela que lhes é uma obsessão: a filosofia. Leia Mais

Filosofia e Neurociências: intersecções entre as ciências humanas e as naturais | Conjectura | 2021

Metaetica e etica normativa Resenha Crítica
Metaética y ética normativa | Imagem: Lamula.PE

Ao longo de sua história, a disciplina de Filosofia esteve diretamente vinculada com questões acerca da condição humana. Essa inclinação pode ser traduzida por uma preocupação legítima sobre os seres humanos e como sua mente funciona. Derivam daí discussões sobre cognição, razão e emoção, cultura e natureza, genealogia dos comportamentos e juízos morais e religiosos. Em sua gênese, as investigações filosóficas não eram particularmente distintas das realizadas pela psicologia, biologia, história ou ciência política. Na verdade, o próprio avanço dessas áreas trouxe novas indagações à filosofia, em particular, sobre como todas essas peças podem compor um mesmo quebra-cabeça.

Este dossiê também é uma singela homenagem à Dra. Anna Carolina Krebs Regner, filósofa fundamental ao desenvolvimento da filosofia da biologia na América Latina e referência em estudos sobre Aristóteles. Entusiasta das relações entre filosofia e ciência, a professora abriu as portas da academia para gerações de cientistas, filósofos e filósofas que compõem, hoje, os principais centros de pesquisa do Brasil e do mundo. Os eventos e as publicações, na intersecção entre filosofia e ciências empíricas propostos neste dossiê, visam a retomar sua visão. O problema central é o mesmo que acompanhou a professora em sua trajetória, ou seja, esclarecer questões sobre o ser humano e a natureza da qual ele faz parte. As discussões, nos moldes como estão propostas, envolvem o estudo de fenômenos pautados por pesquisas cujas conclusões são, em sua maioria, probabilísticas e passíveis de falseamento empírico – e esse fato não torna esse empreendimento menos filosófico. Ao contrário, considera-se que as principais questões da filosofia são melhores tratadas exatamente ao serem abandonadas verdades imperativas e princípios universais apoiados numa coerência interna, mas incapazes de tocar o mundo. Leia Mais

Conjectura – Filosofia e Educação. Caxias do Sul, v.26, 2021.

DOSSIÊ: FILOSOFIA E NEUROCIÊNCIAS: INTERSECÇÕES ENTRE AS CIÊNCIAS HUMANAS E NATURAIS

APRESENTAÇÃO

Revista do Arquivo Público do Estado do Espírito Santo. Vitória, v.5, n.9, 2021.

Editorial

Apresentação

Entrevista

Dossiê: Imprensa, intelectuais e circulação de ideias no Espírito Santo

Artigos

Resenhas

Reportagens

Publicado: 15-10-2021

Modos. Campinas, v.5, n.3, 2021.

EDITORIAL

ARTIGOS – COLABORAÇÕES

DOSSIÊ – A “VIRADA GLOBAL” COMO UM FUTURO DISCIPLINAR PARA A HISTÓRIA DA ARTE

PUBLICADO: 2021-10-15

Modos. Campinas, v.5, n.2, 2021.

EDITORIAL

ARTIGOS – COLABORAÇÕES

DOSSIÊ – UMA OCORRÊNCIA RECORRENTE: BIENAIS E EXPOSIÇÕES PERIÓDICAS

EX-POSIÇÕES / RESENHAS

PUBLICADO: 2021-10-15

Monções – Revista de Relações Internacionais. Dourados, v.10, n.19, 2021.

Cooperação Internacional: desafios contemporâneos

EXPEDIENTE

APRESENTAÇÃO DO DOSSIÊ

ENTREVISTA

ARTIGOS DOSSIÊ – COOPERAÇÃO INTERNACIONAL: DESAFIOS CONTEMPORÂNEOS

ARTIGOS – SEÇÃO MISCELÂNEA

PUBLICADO: 15/10/2021

Pilquen. Buenos Aires, v.24, n.3, 2021.

Revista Pilquen. Sección Ciencias Sociales

  • Período julio-septiembre. Publicado 30/09/2021

ARTÍCULOS

RESEÑAS

PUBLICADO: 2021-10-12

Tecnologías Ancestrales: Arqueología de la Diáspora Africana en Sudamérica | Revista de Arqueología Histórica Argentina y Latinoamericana | 2021

Es por esto que, mientras han intentado quitarnos nuestra lengua, nuestras costumbres, no quitaron nuestra relación con el cosmos. No quitaron nuestra sabiduría (…). Mismo que nos quemen lo escrito, no queman la oralidad, mismo que quemen los símbolos, no queman los significados, mismo que quemen los cuerpos, no queman la ancestralidad. Pues nuestras imágenes son también ancestrales (Antônio Bispo dos Santos, 2018)

La idea de organizar un dossier con dos volúmenes sobre arqueología de la diáspora africana en Sudamérica surgió en 2017. No lo hicimos antes debido a los muchos compromisos de docencia e investigación que nos imponen el mundo burocrático y rutinario (desencantado, lo diría Weber) de las universidades. Lo que motivó a mí y a los editores de la RAHAYL fue la consciencia de que, no obstante el rol central que la diáspora africana ha tenido en la vida sudamericana, las investigaciones arqueológicas sobre el tema son todavía escasas. Brasil es hoy el país que más concentra investigaciones en el área. Esto se refleja en el primero volumen de nuestro dossier, compuesto por cuatro artículos de arqueólogos y arqueólogas de Brasil. El segundo volumen, con todo, traerá una mayor diversidad continental, contemplando investigaciones de otros países de Sudamérica. Leia Mais

Arqueología Histórica Argentina y Latinoamericana. Buenos Aires, v.2, n.14 jul./dez. 2020.

Editorial

Artículos

Reseñas

Escritas. Araguaína, v.12, n.2, 2020.

HISTÓRIA E EDUCAÇÃO: PRÁTICAS E REFLEXÕES EM TEMPOS DE PENSAMENTO ANTICIENTÍFICO

Seção Livre

Resenha

Publicado: 2021-10-06

IV Seminário Internacional de História do Tempo Presente/ Tempo e Argumento | 2021

IV SEMINARIO INTERNACIONAL HTP Resenha Crítica

Apresentação do dossiê com textos do IV Seminário Internacional de História do Tempo Presente, iniciativa do Programa de Pós-Graduação em História da Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC), ocorrido de forma remota entre os dias 17 e 19 de março de 2021.

A produção do conhecimento histórico em tempos de pandemia

No projeto das Passagens, o filósofo Walter Benjamin (2018, p. 759) abre o convoluto N, intitulado “Teoria do conhecimento, teoria do progresso”, com a afirmação de que “nos domínios de que tratamos aqui, o conhecimento existe apenas em lampejos. O texto é o trovão que segue ressoando por muito tempo”. A afirmação de que o conhecimento existe em imagens difíceis de fixação no tempo parece muito atual no cenário da pandemia de doença por coronavírus 2019 (COVID-19) que assolou o planeta no ano de 2020. Nesse período, o conhecimento, especialmente aquele construído pelas ciências ditas humanas, foi duramente atacado e vilipendiado e sua transmissão, outra questão chave para a reflexão benjaminiana, tem sido cada vez mais diluída em nossa sociedade. Se pensarmos na experiência que tínhamos na organização e convivência com eventos acadêmicos presenciais, nos quais os debates eram realizados por meio da ação direta com a comunidade acadêmica, os afetos projetos e parcerias eram consolidados e o aprendizado ia além do conteúdo formal apresentado, verificamos um impacto considerável tanto na produção quanto na disseminação da pesquisa científica. Leia Mais

Tempo e argumento. Florianópolis, Edição Especial, 2021.

Tempo e ARgumento3 Resenha Crítica

IV Seminário Internacional de História do Tempo Presente

Apresentação

Artigos

Publicado: 2021-10-06

A História vai ao Cinema: vinte filmes brasileiros comentados por historiadores | Jorge Ferreira e Maria de C. Soares

Para os irmãos Lumiére, o cinema seria uma curiosidade passageira. Reza a lenda que um dos inventores do cinematógrafo (1895), ou o pai dele, chegara a proferir: “o cinema é uma invenção sem futuro”. O palpite não vingou e, em pleno alvorecer do século XXI, a captação de imagens em movimento sobrevive muito bem, seja em fotogramas, seja nos seus avatares em novas tecnologias (do vídeo analógico aos processos digitais).

E o cinema não apenas teria um futuro, mas ainda deixaria, em sua secular existência, um rastro imensurável de registros desse próprio tempo, bem como de tempos mais ou menos remotos, bem ou mal reinterpretados em celulóide. Presentificando outras etapas da história, o cinem também tornou-se uma invenção com o olho (câmera) no passado. O problema é que os historiadores, em princípio, não perceberam isso. Leia Mais

Weapons of the Weak: everyday forms of Peasant Resistance || Domination and the Arts of Resistance: hidden transcritos | James C. Scott

Infelizmente, a obra de James C. Scott ainda é pouco conhecida entre os historiadores brasileiros. Seus trabalhos nem sequer foram traduzidos, o que demonstra o parco interesse editorial. No entanto, as temáticas levantadas em seus estudos convergem intimamente com os interesses de pesquisa desenvolvidos no Brasil, especialmente nos programas de pós-graduação em História.

Pesquisas sobre resistência dos trabalhadores de variadas origens e condições, assim como sobre movimentos sociais, consistem em uma importante vertente atual dos interesses teóricos e políticos dos historiadores. Pode-se afirmar que esta tendência afirma-se particularmente entre os historiadores acadêmicos, que, em suas teses e dissertações, buscam reatar o fio perdido das lutas sociais obscurecidas pela propaganda neoliberal pós-Guerra Fria. De fato, os programas de pós-graduação e muitos cursos de graduação em História aglutinam cada vez mais seus focos de interesse temático dentro de uma linha teórica/metodológica que se convencionou chamar de História Social. Muito embora a advertência de que a história é inteiramente social por definição não tenha sido esquecida, há uma certa ênfase nessa especificação “social” que reafirma o lugar da política no interior dos estudos históricos, ao mesmo tempo em que amplia este conceito de modo a permitir análises que extrapolam a tradicional referência ao Estado como relação primordial ou central que configurava os estudos de História Política. Leia Mais

Bibliografia Libertária – O Anarquismo em Língua Portuguesa | Adelaide Gonçalves e Jorge E. Silva

Em edição revista e ampliada, a editora Imaginário lança A Bibliografia Libertária – O Anarquismo em Língua Portuguesa, de Adelaide Gonçalves e Jorge E. Silva, trabalho que sintetiza informações acerca da atividade editorial voltada para o pensamento e prática anarquistas em Portugal e no Brasil, constituindo um importante guia para leituras e estudos sobre o tema.

Buscando contemplar a atividade editorial libertária lusófona desde a década final do século XIX, a catalogação corrige e amplia consideravelmente àquela da primeira edição, que incluía apenas livros publicados em Portugal após 1974 e, no Brasil, a partir de 1980, datas que marcaram o ocaso das ditaduras que assolaram os dois países. A listagem, desta forma, inclui também as edições feitas no período de maior visibilidade do movimento anarquista, a fase de seu surgimento e propagação como movimento socialmente representativo, que vai da última metade do século XIX até meados dos anos 30 do século XX. Leia Mais

Discurso da Dissidência | Noam Chomsky

Talvez Chomsky seja mais lembrado por sua rica produção acadêmica na área da lingüística. Lecionando esta disciplina no Instituto de Tecnologia de Massachusetts (EUA), desde 1955, tornou-se seguramente uma das maiores expressões no campo da lingüística. Hoje, através de seus inúmeros discursos políticos se credencia como uma das mais importantes vozes contra o establishment. Trata-se portanto de um especialista no estudo da linguagem com reconhecimento internacional que ora contribui com seus escritos e palestras para diminuir as injustiças sociais através de contundentes análises sobre a conjuntura mundial, particularmente sobre as conseqüências das políticas externas estadunidense e européia. Levando-se em conta o alcance que têm seus estudos face à problemática política atual pode-se dizer que é um autor relativamente pouco conhecido do grande público e, no caso brasileiro, também do público intelectual. Tendo em vista o seu indiscutível comprometimento em todas as situações que envolvem disputas internacionais e também a competência em tratar temas contemporâneos, mereceria maior atenção destes diferentes públicos.

O livro que escolhemos para comentar aqui é uma coletânea de diferentes artigos e entrevistas que apresentam um Chomsky ativista de direitos humanos e desmistificador da propaganda que objetiva controlar as pessoas nas mais diversas situações de exploração política e social. Leia Mais

Revistas em revista – imprensa e práticas culturais em tempos de República, São Paulo (1890-1922) | Ana Luíza Martins

A utilização de jornais e revistas como fontes no trabalho de pesquisa é algo corriqueiro no fazer historiográfico. Vez por outra recorremos a eles para verificar dados, analisar discursos, relacionar idéias dominantes de um período ou personagem que buscamos conhecer. Poucas vezes, no entanto, vemos esses veículos de comunicação no centro da cena. A busca dos significados de sua criação e dos detalhes de suas relações com a cultura e sociedade da época não é tratada com o rigor necessário, sendo subdimensionada na pesquisa.

A historiadora Ana Luíza Martins resolveu inverter essa lógica. Centrando foco na imprensa periódica das quatro primeiras décadas da República, através do estudo específico das revistas, a pesquisadora acabou compondo um verdadeiro painel da cultura e dos meios literários e jornalísticos paulistanos entre os anos de 1890 e 1922. O resultado pode ser conferido em Revistas em revista – imprensa e práticas culturais em tempos de República, São Paulo (1890-1922), produto de sua tese de doutorado na USP. Leia Mais

O Trabalhador Gráfico | Adelaide Gonçalves e Allyson Bruno

A História sempre teve incontáveis narradores, em quaisquer épocas e lugares. Sabese, porém, que nem todas as narrativas se prestam à construção da História dita “oficial”. Por isto, em seu laborioso trabalho de fabricar mitos e heróis, os escribas da Corte se esmeram em filtrar informações, descartando aquelas que antagonizam a autoridade de plantão e alijando para os bastidores personagens que eventualmente desagradam, incomodam ou – suprema ousadia – afrontam as forças dominantes.

Preciosas versões dos acontecimentos acabam, dessa forma, desaparecendo nos desvãos do tempo. O que é lamentável, pois muitas vezes a face oculta dos conflitos, dos pactos e celebrações, dos pequenos e grandes inventos e descobertas, guarda informações imprescindíveis: a crônica do soldado revela-se mais rica e colorida que a do general; a do peão, mais contundente e esclarecedora que a do patrão. Leia Mais

História da Igreja: Notas introdutórias | Ney Souza

A segunda edição da coleção Iniciação à Teologia da Editora Vozes está lançando diversos volumes sobre as disciplinas e áreas da Teologia com um conteúdo introdutório para aqueles (as) que desejam conhecer melhor os fundamentos da ciência teológica, suas áreas e a sua relação com os demais saberes.

O volume referente à História da Igreja é de autoria do Prof. Dr. Ney de Souza, professor da Faculdade de Teologia da nossa Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, doutor em História Eclesiástica pela Pontifícia Universidade Gregoriana (Roma), cujo diploma de Doutorado em História foi registrado na Universidade de São Paulo. Professor Ney é um historiador renomado, centrando suas linhas de pesquisas em catolicismo na América Latina no que se refere à piedade popular, ditaduras militares, e a recepção e desdobramentos do Concílio Vaticano II no continente, promovendo através de publicações diversas, congressos e grupos de pesquisas a História da Teologia. Leia Mais

Religião e Sociedade | Cordis – Revista Eletrônica de História Social da Cidade | 2021

A Revista Eletrônica Cordis está publicando seu Volume 1, número 26, primeiro semestre de 2021. Esta é uma Edição Especial da revista por se tratar de uma temática debatida no “I Simpósio Internacional de Estudos Pós-Graduados em História das Religiões: Estado e Igreja em Debate, realizado no segundo semestre de 2020 de forma virtual, uma iniciativa da pós-graduação lato sensu da Universidade Cruzeiro do Sul e sua Diretoria de Ensino a Distância (DEA), em parceria com o Núcleo de Estudos de História Social da Cidade da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (NEHSC da PUC-SP). Os artigos, pesquisas e resenha deste número está em sintonia com as inquietações que esta temática vem provocando na sociedade, portanto o título para esta edição é Religião e Sociedade.

Os docentes e pesquisadores que enviaram seus artigos atuam em Instituições de Ensino Superior e Núcleos de Pesquisa do Brasil e do Estrangeiro (Argentina, Chile e Polônia), acumulando experiências em pesquisas e debates com participação em eventos nacionais e internacionais em seus países. Os autores tem formação em diferentes cursos de graduação e pós-graduação, no Brasil e no Estrangeiro, sendo especialistas nas áreas de Ciências Humanas e Sociais, atuantes em suas áreas de especialidade: História, Antropologia, Ciências Sociais e Teologia, o que contribuirá bastante para o debate/conhecimento sobre a temática proposta para esta edição da Cordis, pois Religião e Sociedade foram analisadas em suas múltiplas faces, percorrendo caminhos que passam pela religiosidade popular, pela arte, pela política e pelas teorias e metodologias da História das Religiões, ou seja, as abordagens teóricas, os métodos e as fontes são bastante amplas e colaboram para problematizar nossa proposta temática, e que são também pertinentes aos objetos de estudos dos pesquisadores aqui reunidos com suas reflexões consistentes e instigantes. Leia Mais

Cordis – Revista Eletrônica de História Social da Cidade. São Paulo, v.1, n.26, 2021.

Religião e Sociedade

Apresentação

Pesquisas

Resenhas

Publicado: 2021-10-02

Modern Architecture and Climate. Design Before Air Conditioning | Daniel Barber

A pandemia, que parou cidades inteiras em todo o mundo, provocou uma série de programações virtuais como debates on-line sobre o tema com infectologistas, agentes da saúde pública, médicos, políticos, mas também suscitou discussões entre arquitetos e urbanistas preocupados com a qualidade do ambiente construído, com o futuro das cidades no período pós-pandemia, reflexões sobre a profissão, entre outras questões. As medidas de isolamento social ativaram uma série de discussões sobre o espaço: nas habitações, o “novo normal” demandou novas configurações espaciais para acomodar atividades em casa – do home-office, ao homeschooling e até as atividades físicas –, assim como impactou na percepção do espaço – no setor imobiliário constatou-se proporcionalmente um aumento na procura por casas ou por apartamentos maiores e com varandas. Na Roda de Conversa Virtual “Arquitetura em contexto de Pandemia: velhas questões, novos caminhos”, promovida pelo Grupo Projetar e pela Revista Projetar, uma das questões recorrentes e ponto para reflexão foi “a importância de apreendermos com a história, utilizando os conhecimentos adquiridos em outras situações catastróficas para compreender o presente e antecipar o futuro” (1). Leia Mais

O Mito da Beleza: como as imagens de beleza são usadas contra as mulheres | Naomi Wolf

Naomy Wokf Resenha Crítica
Naomi Wolf | Getty Imagens

O mito da beleza como as imagens Resenha CríticaDias e semanas de quarentena se passam, para umas/uns mais rápido, para outras(os) como torturantes dias sem fim, iguais, grises. Certezas de nossa sociedade – local de trabalho, compromissos presenciais, eventos acadêmicos, necessidades de consumo – caem por terra, diante de um vírus do qual sabemos pouco e que revirou nosso cotidiano, nos fez desmarcar viagens, recriar rotinas de trabalho. Pedimos/nos pedem para nos cuidar, parar e como lema máximo: ficar em casa!1 – para umas/uns uma missão impossível, para outras(os) a percepção de estarem aprisionadas(os), para outras(os) uma possibilidade de manter-se protegidas(os). As ações corriqueiras e o que chamávamos de cotidiano já não existe, por mais que tantas(os) ainda tentem simular uma realidade ou negar os efeitos da Covid-19 em nossas vidas.

Tantas percepções destas desigualdades de nosso sistema-mundo capitalista, ocidental, misógino e racista2 caberiam aqui, mas falaremos de uma problemática cujas análises se aprofundaram pela leitura do livro resenhado: o controle sob o corpo feminino. Como há anos não me ocorria, volto a minha ‘estante virtual’ – com mais livros do que conseguirei ler nos próximos anos – não procurando o que preciso agora, mas com a sensação de que posso ler algo que não precisa ser útil para um novo projeto, para um novo artigo – já viram que não deu certo, maldito capitalismo acadêmico! –. Na lista de livros para ler, havia um que iniciei a leitura no ano passado, O Mito da Beleza: como as imagens de beleza são usadas contra as mulheres, a obra de Naomi Wolf escrita no contexto de outrora, era lido agora sob o prisma da pandemia que estamos vivenciando. Leia Mais

Racismo y sexualidad en la Cuba colonia. Intersecciones | Verena Stolcke

Verena Stolke 2 Resenha Crítica
Verena Stolke | Canal Santiago Morcillo

Racismo e sexualidade em Cuba Resenha CríticaPeço licença para contar uma anedota. Penso que ela ajudará a compreender a importância do recentemente publicado Racismo y sexualidade em la Cuba colonial. Intersecciones. Também, auxilia a contextualizar as contribuições do livro, seja para os estudos de gênero e sexualidade, seja para os estudos de raça, seja para a história da antropologia. O ano era 2011. Eu havia ingressado no Mestrado em Antropologia Social na Unicamp. Em uma das disciplinas obrigatórias o professor responsável, Omar Ribeiro Thomaz, nos apresentou uma série de obras por ele denominadas de “heterodoxas”. Eram trabalhos que incorporavam a dinâmica social, os conflitos, a transformação sociopolítica e traçavam novos caminhos, métodos e técnicas do fazer antropológico. Em síntese, eram investigações de temas antropológicos considerados clássicos, mas realizados por perspectivas analíticas pouco usuais. Marriage, Class and Colour in Nineteenth Century Cuba. A study of Racial Attitudes of Sexual Values in a Slave Society, de Verena Stolcke, publicado originalmente em 1974 e reeditado em castelhano em 2017, era um destes livros.

Como bem salienta a autora (César; Lassali; Stolcke, 2017), é interessante notar que o título da versão em castelhano é mais apropriado que em inglês. Isso porque afirma ela, dimensiona não apenas a intersecção dos temas abordados, como destaca os elementos centrais que organizavam a sociedade cubana na época colonial. Na disciplina, não lemos o livro todo, fruto de sua pesquisa de doutoramento em Oxford orientada por Pierre Rivière, mas as discussões foram importantes para compreender os motivos pelos quais a “heterodoxia” de Verena nos fornecia uma instigante e inovadora maneira de fazer e praticar pesquisa antropológica. O trabalho de campo por ela realizado se centrou em Arquivos Coloniais de Cuba e Espanha. É verdade, porém, que este não fora desde sempre o objetivo da investigação. Stolcke conta que tinha como objetivo estudar as mudanças na família depois da Revolução de 1959. Chegou a ficar alguns meses em Sierra Maestra – juntamente com sua filha e com seu marido que investigava os efeitos da reforma agrária implementada por Fidel Castro – realizando a pesquisa. Entretanto, politicamente havia um contexto delicado e a presença de europeus passou a não ser bem quista. Leia Mais

Discursos humorísticos e identidad de género | Cadernos Pagu | 2021

Penelope Resenha Crítica
“Penélope e los pretendientes” | John William Waterhouse – óleo sobre lienzo – 130 x 188 cm – 1912 | Aberdeen Art Gallery and Museums (United Kingdom)

Discursos humorísticos e identidad de género incluye estudios vinculados a distintas disciplinas del saber, entre ellas filosofía, historia, sociología, lingüística, literatura (española, francesa e inglesa), arte gráfico, música, dramaturgia o redes sociales que abordan cuestiones relativas a la construcción y deconstrucción del género en el marco del sistema patriarcal desde la perspectiva del humor. Como fuente de diversión, como vía de comunicación interpersonal, como elemento de creación artística, como herramienta de denuncia social, como experiencia cognitiva de descubrimiento de realidades, como elemento catártico, como mecanismo psicológico de defensa ante la adversidad o como fórmula terapéutica para reparar traumas, el humor ha sido materia de análisis a lo largo de la historia, de especial trascendencia son los tratados al respecto de Platón y Aristóteles1 en la Grecia Clásica, de Laurent Joubert2 en el Renacimiento o de Sigmund Freud3 en el siglo XX. En la actualidad gana fuerza como objeto de estudio en muy diversos campos de investigación, muestra de ello es este monográfico, en el que las autoras analizan producciones culturales en las que se representan diferentes identidades de género a través de elementos cómicos, en ellas, el humor se emplea como recurso creativo para examinar el modo en el que se construyen, se difunden o se subvierten determinados prototipos de feminidad y masculinidad que encasillan al sujeto – limitando sus posibilidades de desarrollo personal– al tiempo que lo adscriben a una determinada posición –central-marginal, superior-inferior, dominante-subordinada–. Leia Mais

Cadernos Pagu. Campinas, n.62, 2021.

Pagu3 Resenha Crítica

Confianza en la Administración de Justicia: lo que dicen les abogades: una encuesta en el Departamento Judicial La Plata | Olga Luisa Salanueva

Olga Salanueva Resenha Crítica
Olga Luisa Salanueva | Foto: Ismael Francisco

Confianca na administracao da justica Resenha CríticaLa presente reseña tiene por objeto acercar a la comunidad académica un trabajo que reviste especial importancia para la reflexión sobre la administración de justicia. Este trabajo, presenta y discute los resultados del Proyecto de Investigación 11/J161 ¿Quiénes son los usuarios de la administración de justicia? Medición de los niveles de confianza en La Plata, llevado adelante por un grupo de investigación con una amplia trayectoria en el análisis de problemas socio jurídico, coordinado por la Doctora Olga Luisa Salanueva.

El rigor y el excelente procesamiento de datos, junto con la profundidad del análisis teórico y metodológico, lo hacen un texto de referencia para el análisis de la realidad regional, aportando elementos que nos permiten reflexionar sobre un tema de actualidad, como lo es el funcionamiento del Poder Judicial. Leia Mais

Passagens. Niterói, v.13, n.3, set./dez., 2021.

Editorial

Artigos

Resenha

Colaboradores deste Número

Historia Crítica. Bogotá, Núm. 82 (2021)

Artículos de investigación

Artículos de investigación

Publicado octubre 1, 2021

Esportes e fontes orais | História Oral | 2021

Myay Thai esporte Resenha Crítica
Muay Thai techniques | Imagem: Muay Thai-Word

O presente dossiê é fruto de um campo de estudos que está prestes a completar 40 anos. Em artigo de balanço escrito para o Boletim de Informação Bibliográfica, o antropólogo Luiz Henrique de Toledo (2001) balizou o ano de 1982 1 como data matricial para o início das pesquisas acadêmicas dedicadas aos esportes, com particular atenção ao futebol, no âmbito das Ciências Sociais. A referência, por suposto, diz respeito à coletânea organizada por Roberto DaMatta, intitulada Universo do futebol: esporte e sociedade, que reunia pesquisadores da área de antropologia social, em formação na pós-graduação do Museu Nacional, do Rio de Janeiro, em princípios daquele decênio.

Em busca de uma terminologia para o campo, Toledo, nesse mesmo texto, considerava mais apropriada a denominação “antropologia das práticas esportivas”, posto que captava o dinamismo conceitual e uma compreensão mais lata do gradiente de atividades dos esportes. Em acréscimo, evitava o enrijecimento do objeto reificado, segundo mais uma nova e cômoda setorização: antropologia dos esportes. Seja como for, o fato é que nas últimas quatro décadas gerações de pesquisadores, não apenas da antropologia, vêm se interessando em investigar atores, eventos e relações sociais associadas às práticas e às representações esportivas, aos chamados, por outro antropólogo, “futebóis” (Damo, 2006), em suas diferentes escalas, matrizes e dimensões. Leia Mais

Los archivos. Papeles para la Nación | Juan José Mendoza

Así como un archivo generalmente se compone de diferentes piezas agrupadas en un conjunto coherente, los libros que versan sobre este fenómeno también parecen constituirse en sí mismos como archivos. En un gesto que podría considerarse metatextual, el tema en cuestión se ofrece en su amplia heterogeneidad como un material propicio para ser abordado desde diferentes perspectivas que generan múltiples puertas de acceso y se cristalizan en un repertorio de textos que componen una colección de piezas de un sistema. El libro Los archivos, papeles para la nación de Juan José Mendoza sigue esta prerrogativa y compila una serie de textos pertenecientes a diferentes géneros (como el ensayo, la entrevista y la crítica literaria, entre otros) para dar cuenta de la plural y heterogénea problemática del archivo. Leia Mais

Construir Mendoza. Obras y políticas públicas en el el territorio (1932-1943) | Cecilia Beatriz Raffa

Este libro reùne el trabajo de 15 años de investigaciòn en torno de las polìticas pùblicas (en particular referida a la producciòn de arquitectura) en el ciclo conservador-demòcrata en Mendoza (1932-1943). Si bien hay consenso en la historiografìa por reconocer la marca del fraude polìtico en el perìodo, la contribuciòn de la autora refresca estas apreciaciones, a partir de una mirada renovada que incorpora otras perspectivas: se aferra principalmente al derrotero de las polìticas pùblicas, cruzado por las visiones de los dirigentes y sumado a los aportes de agentes tècnicos inmersos en las reparticiones provinciales. Todo ello, desde el àngulo de una provincia como Mendoza, donde la territorialidad està condicionada por el clima àrido y seco, y con una multiplicidad de paisajes y realidades geogràficas diferentes a las de los grandes centros poblados, como Buenos Aires y Còrdoba, sobre los que, tradicionalmente, se ha construido la historia de la arquitectura de nuestro paìs. Justamente allì subyace uno de los aportes de este trabajo. Leia Mais

Calibã e a bruxa: mulheres, corpo e acumulação primitiva | Silvia Federici

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Silvia Federici | Foto: DeliriumNerd

FEDERICI S Mulheres e caca as Resenha CríticaA obra Calibã e a Bruxa inventaria os aspectos mais relevantes do projeto de pesquisa iniciado em meados dos anos de 1970 por Silvia Federici. Trata-se de um empreendimento teórico, interessado nas mudanças ocorridas na vida das mulheres a partir do processo de transição do feudalismo para o capitalismo.

Silvia Federici nasceu na cidade de Parma em 1942, vivendo na Itália até migrar para os Estados Unidos em 1967 onde estudou filosofia na Universidade de Buffalo. Ativista feminista e professora, participou em 1972 da fundação do Coletivo Feminista Internacional, grupo responsável pela campanha mundial em defesa do salário para o trabalho doméstico. Na década de 1980 trabalhou por vários anos como professora na Universidade de Port Harcourt na Nigéria. Tornou-se docente em Filosofia Política e Estudos Internacionais no New College da Universidade de Hofstra de Nova York, na qual foi consagrada como professora emérita. Leia Mais

A Opção Sul-Americana: Reflexões sobre Política Externa (2003-2016) | Bruno Gaspar

Marco Aurelio Garcia 2 Resenha Crítica
Marco Aurélio Garcia | Foto: Roberto Stuckert Filho / Agência O Globo / 2004

A opcao sul americana Resenha CríticaEntre um Brasil para a América do Sul e uma América do Sul para o Brasil

Na História da Política Externa Brasileira (HPEB), o relacionamento entre nosso país e os vizinhos sul-americanos se constituiu num dos capítulos mais complexos nos últimos dois séculos. Ao longo dessa trajetória de país independente, diversos episódios marcaram as fases de aproximações e distanciamentos entre Brasil e América do Sul. Entre construções de identidades políticas e culturais, debate sobre fronteiras, guerras e disputas de hegemonia, tal temática é uma vertente complementar para a compreensão da formação de nosso Estado e da nossa sociedade, sendo, portanto, estratégica na construção da inserção internacional brasileira.2

Durante os primeiros anos do século XXI, sem necessariamente romper com todas as linhas de atuação anteriores, os governos Lula e Dilma ficaram marcados por uma nova fase na constituição de laços entre os brasileiros e seus vizinhos, seja da perspectiva das relações bilaterais, seja nos esforços multilaterais. A América do Sul se reafirma como um dos eixos prioritários da Política Externa durante os primeiros governos petistas (RICUPERO, 2017), num esforço de intensificação de relações e construção consciente desse espaço regional. Leia Mais

Moralidades: norma e transgressão no Brasil contemporâneo | Aedos | 2021

Patricia Rosa prostituta e ativista feminista. Resenha Crítica
Patrícia Rosa, prostituta e ativista feminista | Foto: Mariana Bernardes

A proposta deste dossiê surgiu do desejo de reunirmos reflexões em torno de práticas, discursos e políticas morais elaboradas no Brasil ao longo do período republicano. Nos últimos anos, o tema das moralidades tem pautado o debate público brasileiro e dividido opiniões. Por um lado, testemunhamos o recrudescimento de discursos que visam denunciar uma alegada ameaça ao que seriam os valores tradicionais brasileiros. Por outro, observamos um movimento de reação em amplos setores da sociedade, que veem em tais discursos um arremesso contra os direitos civis.4

Apesar das particularidades do momento atual, essa é uma questão que se faz latente em diversos períodos da nossa história, como testemunham inúmeros trabalhos já consagrados que, a partir de diferentes perspectivas, se debruçaram sobre o tema das normas e transgressões morais. Referências importantes são, por exemplo, o trabalho de Jurandir Freire Costa (2004) e o de José Leopoldo Ferreira Antunes (1999), que analisam a intervenção médico-higienista na instituição familiar e nos hábitos sociais brasileiros entre os séculos XIX e XX. No que diz respeito às normas e transgressões sexuais e de gênero, são imprescindíveis os trabalhos de Sueann Caulfield (2000) e Martha Abreu Esteves (1989) que, a partir de discursos médicos, jurídicos, políticos e eclesiásticos, discutem os usos e sentidos da honra sexual e suas intersecções com raça e classe no Brasil durante a primeira metade do século XX. Igualmente importantes nesse sentido são os trabalhos de Margareth Rago (1985; 1991) e Beatriz Kushnir (1996), que investigam códigos sexuais e de gênero em torno das práticas de prostituição feminina em capitais brasileiras entre os séculos XIX e XX, assim como a pesquisa pioneira de Durval Muniz de Albuquerque Júnior (2003), que analisa a construção social e histórica da virilidade nordestina.5 Leia Mais

Aedos. Porto Alegre, v.13, n.28, 2021.

Moralidades: norma e transgressão no Brasil contemporâneo

Expediente

  • Expediente
  • Lúcio Geller Jr., Maria Eduarda Magro
  • PDF

Editorial

  • Editorial
  • Vinícius Reis Furini
  • PDF

Apresentação

  • Apresentação
  • Erika Cardoso, Marina Duarte, Paulo César Gomes
  • PDF

Dossiê Temático

Resenhas

Comandante. Hugo Chávez’s Venezuela | Rory Carroll

Comandante. Hugo Chavez’s Venezuela, escrito por Rory Carroll, aparece en un momento crucial de la historia reciente del país. Después de varios meses de rumores sobre la delicada salud de Chávez, y de una accidentada campaña electoral que le permitió la reelección, su muerte ha dejado al país en una situación de limbo, por más esfuerzos que el delfín del régimen, Nicolás Maduro, realice para llenar el vacío dejado por uno de los líderes más controvertidos de América Latina en las últimas décadas.

Carroll, quien se desempeñó como corresponsal en Caracas para el diario británico The Guardian, ha escrito una crónica donde busca explicar el fenómeno de la V República Bolivariana combinando entrevistas, perfiles, impresiones personales y material bibliográfico. Su obra se suma a una creciente bibliografía que aspira a capturar la compleja relación entre la aparición y llegada al poder de Hugo Chávez y el proyecto ideológico que busca convertir a Venezuela en una suerte de socialismo bolivariano, sucesor de Cuba y eje regional de la Nueva Izquierda, con ramificaciones en Centro América y América del Sur y aliados en Irán y Rusia. Leia Mais

Crisis y desastres: im-posibilidades de reparación y cuidado en las sociedades contemporâneas | Antípoda – Revista de Antropolgía y Arqueología | 2021

Escribimos este artículo introductorio cuando llevamos casi dos años viviendo una catástrofe de alcances mundiales que ha afectado y permeado distintos ámbitos de la vida, principalmente, la vida humana, pero también la no humana. Una crisis que agrava las injusticias, de por sí profundas, y que muestra con especial crudeza las consecuencias de formas de depredación que generan nuevas desigualdades e inequidades: algunos países y personas acceden a vacunas, otros no; algunas personas se recuperan de la covid-19, otras mueren en salas de espera repletas; otras ni siquiera tienen la posibilidad de acceder a ellas. Podríamos seguir nombrando una larga lista de desigualdades vitales, sociales, raciales y de género, pero basta con indicar estas pocas para mostrar que las crisis, hoy en día, se encadenan y revelan un fenómeno multidimensional en el que se conectan factores medioambientales (migración de especies), fenómenos sanitarios (contagio animal-ser humano), efectos de precarización en cadena (sobreexplotación) y exposición desigual a los riesgos de enfermedad y muerte.

Las situaciones de crisis dan cuenta de estados difíciles de definir, por su vaguedad e incertidumbre, o difíciles de admitir y encajar (Stavo-Debauge 2012). Pero, también, estas situaciones quiebran la vida, bifurcan trayectorias y algunas veces abren nuevos senderos. Das (2006) señala que el acontecimiento irrumpe y quiebra la cotidianidad. En este sentido, los acontecimientos se distinguen de lo ordinario por ser relevantes, por ser diferentes a lo cotidiano. Obligan a pensar lo ocurrido y a darle sentido, por ello, rompen o reconfiguran la trama de lo social, y atraviesan a los individuos y colectivos. Así, en tanto acontecimientos, las crisis una vez que impactan obligan a recomponer. Por ende, la invitación de este número especial es a pensar las maneras cómo individuos, colectivos, humanos y no humanos responden ante la “ruptura de la inteligibilidad” (Bensa y Fassin 2002, 1) que producen los acontecimientos; cómo “crean relatos para dar cuenta de esta fractura de sentido” (Bensa y Fassin 2002, 1), construyen sentidos, tejen y reparan a veces de forma precaria o inestable, pero también en algunas ocasiones de manera creativa, innovadora y renovadora de mundos. Leia Mais

Antípoda. Bogotá, v. 45, oct. 2021.

Crisis y desastres: im-posibilidades de reparación y cuidado en las sociedades contemporáneas

Meridianos

Paralelos

Panorámicas

Do Bellus ao Bellum: (Inter)faces da Guerra na Antiguidade e no Medievo/Mythos – Revista de História Antiga e Medieval/2021

Si vis pacem, para bellum

Vegetius, De re militari

Uma constante presença, fundadora e fundamental do próprio discurso de Clio, a guerra consitui-se como atividade inerente à natureza humana, queiramos ou não. Se partirmos de uma contextualização histórica para investigarmos sua onipresença na história da humanidade, somos forçados a constatar seu papel determinante na construção da escrita da própria História ocidental ao nos remetermos principalmente aos historiadores gregos Heródoto e Tucídides, nos albores da historiografia. Leia Mais

Calibã e a bruxa: mulheres, corpo e acumulação primitiva | Silvia Federici

A obra Calibã e a Bruxa inventaria os aspectos mais relevantes do projeto de pesquisa iniciado em meados dos anos de 1970 por Silvia Federici. Trata-se de um empreendimento teórico, interessado nas mudanças ocorridas na vida das mulheres a partir do processo de transição do feudalismo para o capitalismo.

Silvia Federici nasceu na cidade de Parma em 1942, vivendo na Itália até migrar para os Estados Unidos em 1967 onde estudou filosofia na Universidade de Buffalo. Ativista feminista e professora, participou em 1972 da fundação do Coletivo Feminista Internacional, grupo responsável pela campanha mundial em defesa do salário para o trabalho doméstico. Na década de 1980 trabalhou por vários anos como professora na Universidade de Port Harcourt na Nigéria. Tornou-se docente em Filosofia Política e Estudos Internacionais no New College da Universidade de Hofstra de Nova York, na qual foi consagrada como professora emérita. Leia Mais

Moralidades: norma e transgressão no Brasil contemporâneo | Aedos | 2021

A proposta deste dossiê surgiu do desejo de reunirmos reflexões em torno de práticas, discursos e políticas morais elaboradas no Brasil ao longo do período republicano. Nos últimos anos, o tema das moralidades tem pautado o debate público brasileiro e dividido opiniões. Por um lado, testemunhamos o recrudescimento de discursos que visam denunciar uma alegada ameaça ao que seriam os valores tradicionais brasileiros. Por outro, observamos um movimento de reação em amplos setores da sociedade, que veem em tais discursos um arremesso contra os direitos civis. 4

Apesar das particularidades do momento atual, essa é uma questão que se faz latente em diversos períodos da nossa história, como testemunham inúmeros trabalhos já consagrados que, a partir de diferentes perspectivas, se debruçaram sobre o tema das normas e transgressões morais. Referências importantes são, por exemplo, o trabalho de Jurandir Freire Costa (2004) e o de José Leopoldo Ferreira Antunes (1999), que analisam a intervenção médico-higienista na instituição familiar e nos hábitos sociais brasileiros entre os séculos XIX e XX. No que diz respeito às normas e transgressões sexuais e de gênero, são imprescindíveis os trabalhos de Sueann Caulfield (2000) e Martha Abreu Esteves (1989) que, a partir de discursos médicos, jurídicos, políticos e eclesiásticos, discutem os usos e sentidos da honra sexual e suas intersecções com raça e classe no Brasil durante a primeira metade do século XX. Igualmente importantes nesse sentido são os trabalhos de Margareth Rago (1985; 1991) e Beatriz Kushnir (1996), que investigam códigos sexuais e de gênero em torno das práticas de prostituição feminina em capitais brasileiras entre os séculos XIX e XX, assim como a pesquisa pioneira de Durval Muniz de Albuquerque Júnior (2003), que analisa a construção social e histórica da virilidade nordestina. 5 Leia Mais

Vozes, vivências e significados. Mulheres africanas e perspectivas de gênero | AbeÁfrica – Revista da Associação Brasileira de Estudos Africanos | 2021

A ideia que esteve na origem do dossiê que aqui apresentamos foi gestada a partir de uma mesa coordenada por uma das coorganizadoras deste volume, Andréa Lobo, do título “Mulheres africanas vistas por mulheres brasileiras”, tendo integrado algumas das contribuidoras4 . A proposta da mesa foi a de reunir e confrontar experiências empíricas de estudiosas brasileiras e africanas, no continente africano, tendo como foco principal destacar os processos de produção e reprodução social efetivado por mulheres no cotidiano de suas sociedades, bem como refletir sobre a produção de conhecimento de mulheres (e homens) africanos/as sobre suas próprias dinâmicas sociais. Nesse sentido, o nosso objetivo foi o de debater sobre o “feminino”5 a partir das perspectivas das mulheres, tanto no ambiente doméstico quanto no espaço público e comunitário. Foi possível vislumbrar, a partir das discussões, a forma como se configuram as relações sociais e de poder a partir de dinâmicas de gênero em contextos específicos africanos, ressaltando dimensões importantes como a da emancipação, a da autoconsciência e a da capacidade de agenciamento das mulheres africanas.

Cabe salientar que as percepções e abordagens trazidas por essa mesa permitiram aprofundar a compreensão não apenas da complexidade que caracteriza o campo dos estudos africanos e de gênero, que envolvem vidas, cotidianos e o imaginário de mulheres e homens africanas/os, pelo olhar delxs própri@s e/ou de outr@s. A partir de uma perspectiva comparada, foi-nos possível estabelecer algumas conexões interessantes bem como vislumbrar possibilidades de agendas comuns e experiências partilhadas: questões como a construção da autonomia no espaço público, a luta antirracista e a participação histórica das mulheres nas construções dos estados africanos independentes, tendo em conta as narrativas das mulheres e suas experiências e trajetórias, nos demonstraram que existem diálogos possíveis e utopias que poderão se transformar em realidades, ainda que precisemos aprofundar amplamente nossos conhecimentos sobre as tantas histórias das mulheres e suas vivências, a partir de suas próprias vozes. Leia Mais

O que é história global? | Sebastian Conrad

Sebastian Conrad, Professor – Doutor em História e que, desde 2010, ocupa a cadeira de História Moderna na Universidade Livre de Berlim, é autor da obra What is Global History? [O que é história global?], lançada em 2016 2. Em seu capítulo introdutório, Conrad expõe seus objetivos: compreender o aumento da popularidade que a linha da história global adquiriu tanto mundialmente quanto dentro da disciplina de História, assim como apresentar uma perspectiva atual de História em oposição ao modelo historiográfico de história universal do século XX, um modelo profundamente eurocêntrico.

Segundo o autor, os primeiros esboços de uma história global surgem após a II Guerra Mundial e o interesse pela mesma ganha fôlego já no final do século XX. As principais razões para isso se devem à tendência em encontrar na globalização o ponto de explicação do presente, assim como o de análise das origens históricas de um processo e da revolução comunicacional, um contexto que impactou os historiadores e a maneira como produzem História. Tal efeito se deu tanto a partir das insuficiências dos instrumentos usados pelos profissionais até aquele momento quanto por conta dos desafios lançados pela globalização das ciências sociais. Leia Mais

Apocalypse and Anti-Catholicism in Seventeenth-Century English Drama | Adrian Street

As relações entre o pensamento político e religioso com o teatro moderno inglês são largamente discutidas nos trabalhos de estudos literários dos últimos trinta anos, sendo também pensadas na historiografia recente sobre o mesmo período. Desde a década de 1980, houve uma mudança nas produções sobre a Inglaterra Moderna, tanto nos estudos historiográficos quanto literários. No campo da História, a corrente pós-revisionista começava a se voltar para as continuidades, rupturas e negociações nos processos históricos da Inglaterra moderna, evitando as abordagens polarizadas das historiografias revisionista e whiggista2. Paralelamente, os estudos literários do Novo Historicismo rompiam com as análises puramente textuais do criticismo literário (ou Neo-crítica), defendendo uma análise do texto literário que se aproximasse do seu contexto político e social, entendendo a História como um fator fundamental para produção literária3. No que diz respeito à religião, os estudos recentes passaram a enfatizar as diferentes manifestações da linguagem religiosa na cultura impressa e visual4, inclusive observando a presença do catolicismo no pensamento e literatura inglesa ao longo da Época Moderna5. Leia Mais

História Concisa dos Bairros de Curitiba: do Abranches ao Xaxim | Felippy Strapasson Hoy

Pode-se dizer que a história de Curitiba nunca esteve tão presente no cenário curitibano como ocorrera nos tempos mais recentes. O livro, cuja publicação fora feita em 2019 e que tem como título “História concisa dos bairros de Curitiba: do Abranches ao Xaxim”, fez de Felippy Strapasson Hoy2 um dos historiadores mais jovens a incorporar, dentro da historiografia paranaense, discussões e debates acerca da identidade curitibana. Assim, o autor visa fazer com que o(a) seu(sua) leitor(a) viaje pelos bairros da “antiga Curitiba” e entenda a sua formação a partir de divisões geográficas, curiosidades e desdobramentos que (por trás de um passado histórico) constituíram o alvorecer da capital paranaense.

Trata-se de um livro não muito extenso, composto por 182 páginas e que traz ao público-alvo uma gama de investigações baseadas nas evoluções histórica e urbana da cidade brasileira nos últimos séculos. A escrita do livro flui ao longo de suas páginas, caracterizando a leitura da obra como prática, direta, didática e de fácil compreensão ao(a) leitor(a). Leia Mais

Psiquiatria e Política: o jaleco/a farda e o paletó de Antonio Carlos Pacheco e Silva | Gustavo Queródia Tarelow

O Texto A obra é o resultado da pesquisa de doutoramento do historiador Gustavo Queródia Tarelow, que atualmente, desenvolve estudos no setor educativo do Museu Histórico da Faculdade de Medicina da USP e também é autor da obra “Entre comas, febres e convulsões: os tratamentos de choque no Hospital do Juquery (1923- 1937)”, pela Editora UFABC, 2013.

Na obra resenhada, Tarelow se dedica a analisar a trajetória acadêmica, profissional e política de Antonio Carlos Pacheco e Silva, procurando problematizar seu legado, analisando suas subjetividades dentro do contexto histórico em que ele estava inserido. Desta maneira, o autor deixa claro que não é objetivo do livro a produção de uma biografia de análise memorialística – como fizeram outras biografias dedicadas a exaltar suas contribuições profissionais, retratando-o como um grande psiquiatra e ilustre político – mas compreender como seu posicionamento político- ideológico esteve presente em sua prática como médico, professor e dirigente de instituições hospitalares. Leia Mais

Hydra. Guarulhos, v.5 n.10, 2021.

Do luto à luta: Histórias Indígenas e Afroasiáticas em perspectiva

Expediente

  • ·                  Expediente
  • Revista Hydra
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Editorial

  • ·                  Editorial
  • Augusto Aigner
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Dossiê

Artigos Livres

Resenhas

Notas de Pesquisa

Entrevista

Publicado: 2021-09-30

Esportes e fontes orais | História Oral | 2021

O presente dossiê é fruto de um campo de estudos que está prestes a completar 40 anos. Em artigo de balanço escrito para o Boletim de Informação Bibliográfica, o antropólogo Luiz Henrique de Toledo (2001) balizou o ano de 1982 1 como data matricial para o início das pesquisas acadêmicas dedicadas aos esportes, com particular atenção ao futebol, no âmbito das Ciências Sociais. A referência, por suposto, diz respeito à coletânea organizada por Roberto DaMatta, intitulada Universo do futebol: esporte e sociedade, que reunia pesquisadores da área de antropologia social, em formação na pós-graduação do Museu Nacional, do Rio de Janeiro, em princípios daquele decênio.

Em busca de uma terminologia para o campo, Toledo, nesse mesmo texto, considerava mais apropriada a denominação “antropologia das práticas esportivas”, posto que captava o dinamismo conceitual e uma compreensão mais lata do gradiente de atividades dos esportes. Em acréscimo, evitava o enrijecimento do objeto reificado, segundo mais uma nova e cômoda setorização: antropologia dos esportes. Seja como for, o fato é que nas últimas quatro décadas gerações de pesquisadores, não apenas da antropologia, vêm se interessando em investigar atores, eventos e relações sociais associadas às práticas e às representações esportivas, aos chamados, por outro antropólogo, “futebóis” (Damo, 2006), em suas diferentes escalas, matrizes e dimensões. Leia Mais

Revisitando o 11 de Setembro de 2001: entre a Esfinge e a Fênix | Boletim Historiar | 2021

Onze de Setembro de 2021 Resenha Crítica
A segunda torre do World Trade Center é atingida por avião e explode em chamas durante atentado do 11 de Setembro em Nova York — Foto: Chao Soi Cheong/AP/Arquivo / O Globo

Na ocasião de 11 de setembro de 2001, quatro aviões comerciais foram sequestrados por integrantes da rede Al-Qaeda e lançados contra símbolos políticos norte-americanos. Os alvos se construíram nas torres gêmeas do World Trade Center, em Nova York, e no Pentágono, localizado em Washington D.C. Responsável por cerca de três mil mortes, os atentados repercutiram globalmente, com transmissão televisionada ao vivo em diversos países; parte desses afetados posteriormente pelas respostas aos ataques dadas pelos Estados Unidos, que, em coalizão internacional, colocaram-se em guerra nos territórios do Afeganistão (2001) e Iraque (2003).

Passadas duas décadas, as repercussões dos ataques de 11 de setembro de 2001 ainda podem ser vistas em produções acadêmicas e culturais. Dentro das universidades e centros de inteligência, por exemplo, os especialistas em terrorismo e movimentos extremistas analisaram os episódios de 11 de setembro de 2001 como o apogeu da jihad global. Na indústria cultural, por outro lado, os filmes, séries e HQ’s trouxeram enredos relacionados ao terrorismo internacional, apresentaram antagonistas muçulmanos e tornaram populares termos como jihadAl-Qaedaburcasharia etc. Leia Mais

Decoding “Despacito”: an Oral History of Latin Music | Leila Cobo

Em 2021, a jornalista colombiana Leila Cobo lançou sua nova obra na qual reúne depoimentos sobre a história da Latin1 Music baseados no uso de entrevistas com artistas, produtores musicais, empresários, comunicadores sociais e compositores. Intitulado Decoding “Despacito”: an Oral History of Latin Music/La fórmula “Despacito”: los hits de la música latina contados por sus artistas, o livro conta com uma versão em inglês e outra em espanhol, e é resultado dos anos da comunicadora social dedicados à cobertura da indústria fonográfica, em especial como colunista e jornalista da seção Latin da revista Billboard. Apesar da semelhança com coletâneas organizadas por jornalistas que atuaram na indústria fonográfica, a exemplo de Everyone loves you when you’re dead (2011), de Neil Strauss, que pretendem ser uma reunião de entrevistas, Cobo apresenta uma perspectiva distinta, concentrando-se na construção de um texto que usa os depoimentos para uma biografia das canções. Em linhas gerais, trata-se de obra que apesar de se intitular como trabalho de História Oral não se destina propriamente ao ambiente acadêmico, sendo seu principal público-alvo leitores e/ou curiosos sobre a história da música, o que não significa (como veremos nesta resenha) que suas metodologias e escolhas narrativas não possam fornecer contribuições valiosas para se pensar o campo historiográfico. Leia Mais

História Pública e História do Tempo Presente | Rogério Rosa Rodrigues e Viviane Borges

Observou-se nas últimas décadas um crescimento em estudos que destacam a memória como objeto ou fonte de pesquisas históricas. Pautada principalmente a partir da década de 1980, sua interlocução com a história permitiu intensos debates sobre temáticas caras ao passado presente. A História Oral se estabeleceu como prática no campo, consolidou diferentes vertentes teórico-metodológicas e adensou as discussões entre memória e história. Conectada pela memória, a área se aproxima da História do Tempo Presente, e em consonância com a História Pública, busca amarrar esses pontos, com foco em produções realizadas com (e para) o público.

Essas questões estão no livro História Pública e História do Tempo Presente, lançado em 2020 pela editora Letra e Voz, com organização de Rogério Rosa Rodrigues e Viviane Borges, docentes na Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc). Seus escritos são marcados pelas interfaces de contato entre esses campos, e desenvolvem pesquisas que abordam a relação entre temporalidades, memória, estratos temporais e o caráter público da história. A obra possui dez capítulos, divididos em artigos e entrevistas, e busca contribuir com diferentes panoramas a partir de linhas teóricas e discussões que se cruzam. Reunindo 12 autores, o livro nos convoca a pensar sobre os usos do passado, a monumentalização e o fomento de um campo preocupado com as implicações públicas do fazer histórico. Leia Mais

Revista Brasileira de Peleontologia. Porto Alegre, v.18, n.2, 2015 / v.24, n.3, 2021.

História Oral. Rio de Janeiro, v.24, n.2, 2021.

Esportes & fontes orais

Expediente

APRESENTAÇÃO

  • · Editorial
  • Ricardo Santhiago, Bernardo Borges Buarque de Hollanda
  • PDF

DOSSIÊ

ARTIGOS VARIADOS (TEMAS LIVRES)

ENTREVISTAS

RESENHAS

NOTAS

PUBLICADO: 2021-09-30

 

Boletim Historiar. São Cristóvão, v.8, n.03 (2021): Jul./Set. 2021

Artigos

Resenhas

Publicado: 2021-09-30

Boletim do Tempo Presente. Recife, v.10, n. 09, 2021.

Artigos

Resenhas

Notas de Pesquisa

Publicado: 2021-09-30

Revista de Ensino, Educação e Ciências Humanas. Londrina, v.22, n.3, 2021.

Artigos

Publicado: 2021-09-30

Geografia das ciências, dos saberes e da história da geografia | Larissa A. de Lira, Manoel F. de Souza Neto e Rildo B. Duarte

Larissa Lira 2 Resenha Crítica
Larissa Alves de Lira | Foto: Epistasthai

Geografia das ciencias dos saberes Resenha CríticaGeografia das ciências, dos saberes e da história da geografia aborda a história das ciências e das técnicas a partir de vários temas ligados à geografia. Isso porque é a coleção de diversos artigos escritos por diferentes pesquisadores (salvo um historiador, todos geógrafos) a partir de suas pesquisas atuais. Esse livro pode ser interpretado como um convite e uma provocação aos historiadores das ciências e das técnicas, especialmente os que se dedicam à pesquisa sobre história da geografia.

Quando se fala em uma geografia do Brasil, por exemplo, costuma-se visar a uma ciência geográfica própria aos geógrafos brasileiros ou realizada a respeito do território brasileiro, ou, também, originada pela atividade desses geógrafos nacionais ou nesse contexto territorial. Assim, o livro de Lira, Sousa Neto e Duarte (2020) nos convida a interpretar as implicações dessa identificação coletiva com um dado espaço geográfico e nos provoca a considerar o fazer científico nessa condição espacial. Leia Mais

Revista de Arqueologia. Pelotas, v.34, n.3, 2021.

Tecnologias Perecíveis

Editorial

  • Fernanda Codevilla Soares, Luís Claudio Pereira Symanski, Rafael Guedes Milheira
  •  PDF

Apresentação

Artigo

Resumo de Tese e Dissertação

Publicado: 2021-09-30

Palavras Abhertas. Ponta Grossa, n.3, set. 2021.

Chão da História

Desafios e dilemas da profissão docente

Provocações

Vice-versa

Rizoma de ações

Publicado: 2021-09-30

O fascismo em camisas verdes: do integralismo ao neointegralismo | Leandro Pereira Gonçalves e Odilon Caldeira Neto

Leandro Goncalves e Odilon Caldeira Resenha Crítica
Leandro Pereira Gonçalves e Odilon Caldeira Neto | Fotos: Tribuna de Minas

O Fascismo em Camisas Resenha CríticaA obra O fascismo em camisas verdes: do integralismo ao neointegralismo foi escrita pelos historiadores Leandro Pereira Gonçalves e Odilon Caldeira Neto, e publicada em 2020, pela Editora FGV. No tocante aos autores, Gonçalves concentra suas pesquisas em questões relacionadas à História da América Latina nos campos da História Política e Cultural, bem como, estudos no âmbito das direitas, dos fascismos, integralismo, salazarismo e franquismo. Neto tem experiência na área de História Contemporânea e História do Tempo Presente, atuando principalmente nos temas: neofascismos, direita radical, transições democráticas e processos da extrema direita.

Logo na introdução, os escritores buscam promover para o leitor uma reflexão, no que alude a fazê-los entender que os acontecimentos históricos não ficam presos no seu tempo e inertes nos livros, mas que alguns deles estão em constantes metamorfoses, e se apresentam na sociedade tão velhos e tão atuais. E é a partir dessa premissa que o livro é desenvolvido, e ao longo dos seus quatro capítulos expõe e problematiza a história do movimento integralista brasileiro. Leia Mais

De Hollywood a Aracaju: antinazismo e cinema durante a Segunda Guerra Mundial | Andreza Santos Cruz Maynard

Andreza Maynard Resenha Crítica
Andreza Santos Cruz Maynard | Foto: Laís Cruz

De Hollywood a Aracaju Resenha CríticaNas últimas décadas, temos visto crescer o número de trabalhos que se dedicam à relação entre a história e o cinema. O filme, para além do entretenimento e do teor artístico que carrega, tem sido encarado pelos historiadores como fonte, ferramenta para o ensino de história, representação de um fato histórico e agente da história. Podemos mencionar, ainda, os estudos que realizam um diálogo entre o filme e outros meios de comunicação em massa, como a imprensa.

Tais possibilidades, somadas às potencialidades apresentadas por essa interação, ajudam a explicar o crescente interesse dos historiadores pelo campo e, consequentemente, o aumento no número de publicações sobre a temática. Na historiografia brasileira, de forma mais específica, uma obra recém-lançada que se coloca como mais uma contribuição para os estudos nessa área é De Hollywood a Aracaju: antinazismo e cinemas durante a Segunda Guerra Mundial, da historiadora Andreza Santos Cruz Maynard. Leia Mais

Carta Internacional. Belo Horizonte, v.16, n.3, 2021.

Sophia Austral. Punta Arenas, v.27, 2021.

Artículos

Artículos Convocatoria General

Publicado: 2021-09-29

Resultados das avaliações colaborativas sobre as resenhas da primeira unidade

Colegas, boa tarde!

Seguem os resultados da avaliação que as turmas fizeram sobre a resenha produzida por cada grupo. Resultados de nomes específicas podem ser acessados via teclas de atalho (Control + F)

Cada grupo tem até uma semana para fazer autoavaliação a partir do feedback da turma e/ou reivindicar nova correção.

Os que já querem incorporar a nota resultante da atual avaliação, devem me informar no primeiro dia de aula da segunda unidade.

A nota final de cada grupo é extraída a partir da seguinte fórmula:

A nota da unidade 1 de cada grupo resulta do seguinte cálculo:

Soma dos SIM (31) + soma dos NÃO (18) = Total de pontos disputados (49)

(Soma dos SIM * 100%) / Total de pontos disputados

(31 x 100% )/49 = 63,3 (Nota seis vírgula três).

Até já.

 

 

  • ANA PAULA LIMA DOS SANTOS,
  • KARINA SANTANA MENDONÇA
  • LARISSA SANTOS LIMA
  • LUARA EMANUELLE ALVES DE JESUS
  1. O título da resenha sintetiza e/ou indica o conteúdo da resenha?9 / 9 respostas corretas
Valor Contagem
✓ SIM 9
NÃO 0
  1. Os dois primeiros parágrafos são construídos com, pelo menos, quatro das oito unidades de informação demandadas pela atividade?9 / 9 respostas corretas
Valor Contagem
✓ SIM 9
Não 0
  1. Os dois últimos parágrafos foram construídos com as quatro unidades de informação demandadas pela atividade?9 / 9 respostas corretas
Valor Contagem
✓ SIM 9
Não 0
  1. A resenha responde, de modo claro e sucinto, à seguinte questão: "De que trata a obra resenhada?"9 / 9 respostas corretas
Valor Contagem
✓ SIM 9
NÃO 0
  1. A resenha responde, de modo claro e sucinto, à seguinte questão: "Qual o maior defeito da obra resenhada?"0 / 9 respostas corretas
Valor Contagem
SIM 8
NÃO 1
  1. O texto incorre em, no máximo, três imperfeições que afetam a norma culta da língua portuguesa (pontuação, grafia das palavras, acentuação, concordância verbal/nominal/gênero/número, período incompleto etc.)?8 / 9 respostas corretas
Valor Contagem
✓ Sim 8
Não 1
  1. O texto respeita o limite de 800 a 1200 palavras, incluindo título e referências?9 / 9 respostas corretas
Valor Contagem
✓ SIM 9
NÃO 0
  • Andresa Souza Santos
  • Clarice Beatriz Santos Silva
  • Flavia Silva Rocha
  • Marcia Evangelista da Silva Santos
  1. O título da resenha sintetiza e/ou indica o conteúdo da resenha?10 / 10 respostas corretas
Valor Contagem
✓ SIM 10
NÃO 0
  1. Os dois primeiros parágrafos são construídos com, pelo menos, quatro das oito unidades de informação demandadas pela atividade?9 / 10 respostas corretas
Valor Contagem
✓ SIM 9
Não 1
  1. Os dois últimos parágrafos foram construídos com as quatro unidades de informação demandadas pela atividade?7 / 10 respostas corretas
Valor Contagem
✓ SIM 7
Não 3
  1. A resenha responde, de modo claro e sucinto, à seguinte questão: "De que trata a obra resenhada?"10 / 10 respostas corretas
Valor Contagem
✓ SIM 10
NÃO 0
  1. A resenha responde, de modo claro e sucinto, à seguinte questão: "Qual o maior defeito da obra resenhada?"0 / 10 respostas corretas
Valor Contagem
SIM 8
NÃO 2
  1. O texto incorre em, no máximo, três imperfeições que afetam a norma culta da língua portuguesa (pontuação, grafia das palavras, acentuação, concordância verbal/nominal/gênero/número, período incompleto etc.)?5 / 10 respostas corretas
Valor Contagem
✓ Sim 5
Não 5
  1. O texto respeita o limite de 800 a 1200 palavras, incluindo título e referências?10 / 10 respostas corretas
  • Bruna Isabela de Sá Silva
  • Carla Pereira Barros
  • Laís Regina Leite Pinheiro
  • Tabatha Costa Bastos
  • Tauam Marques Pinheiro
  1. O título da resenha sintetiza e/ou indica o conteúdo da resenha?10 / 10 respostas corretas
Valor Contagem
✓ SIM 10
NÃO 0
  1. Os dois primeiros parágrafos são construídos com, pelo menos, quatro das oito unidades de informação demandadas pela atividade?8 / 10 respostas corretas
Valor Contagem
✓ SIM 8
Não 2
  1. Os dois últimos parágrafos foram construídos com as quatro unidades de informação demandadas pela atividade?9 / 10 respostas corretas
Valor Contagem
✓ SIM 9
Não 1
  1. A resenha responde, de modo claro e sucinto, à seguinte questão: "De que trata a obra resenhada?"10 / 10 respostas corretas
Valor Contagem
✓ SIM 10
NÃO 0
  1. A resenha responde, de modo claro e sucinto, à seguinte questão: "Qual o maior defeito da obra resenhada?"0 / 10 respostas corretas
Valor Contagem
SIM 8
NÃO 2
  1. O texto incorre em, no máximo, três imperfeições que afetam a norma culta da língua portuguesa (pontuação, grafia das palavras, acentuação, concordância verbal/nominal/gênero/número, período incompleto etc.)?8 / 10 respostas corretas
Valor Contagem
✓ Sim 8
Não 2
  1. O texto respeita o limite de 800 a 1200 palavras, incluindo título e referências?
  • SIM 10 (100%)
  • NÃO 0 (0%)0 (0%)
  • Crislane dos Santos Ramos
  • Izabel Silva Souza
  • Madalena Passos David
  • Renata Carmelina Santos Souza
  1. O título da resenha sintetiza e/ou indica o conteúdo da resenha?7 / 7 respostas corretas
Valor Contagem
✓ SIM 7
NÃO 0
  1. Os dois primeiros parágrafos são construídos com, pelo menos, quatro das oito unidades de informação demandadas pela atividade?2 / 7 respostas corretas
Valor Contagem
✓ SIM 2
Não 5
  1. Os dois últimos parágrafos foram construídos com as quatro unidades de informação demandadas pela atividade?2 / 7 respostas corretas
Valor Contagem
✓ SIM 2
Não 5
  1. A resenha responde, de modo claro e sucinto, à seguinte questão: "De que trata a obra resenhada?"7 / 7 respostas corretas
Valor Contagem
✓ SIM 7
NÃO 0
  1. A resenha responde, de modo claro e sucinto, à seguinte questão: "Qual o maior defeito da obra resenhada?"0 / 7 respostas corretas
Valor Contagem
SIM 2
NÃO 5
  1. O texto incorre em, no máximo, três imperfeições que afetam a norma culta da língua portuguesa (pontuação, grafia das palavras, acentuação, concordância verbal/nominal/gênero/número, período incompleto etc.)?3 / 7 respostas corretas
Valor Contagem
✓ Sim 3
Não 4
  1. O texto respeita o limite de 800 a 1200 palavras, incluindo título e referências?7 / 7 respostas corretas
Valor Contagem
✓ SIM 7
NÃO 0
  • Danielle Santos Menezes
  • Keilla de Jesus Andrade
  • Luiza Tainara de Jesus Carvalho
  • Larissa Simone do Carmo Lima.
  1. O título da resenha sintetiza e/ou indica o conteúdo da resenha?10 / 10 respostas corretas
Valor Contagem
✓ SIM 10
NÃO 0
  1. Os dois primeiros parágrafos são construídos com, pelo menos, quatro das oito unidades de informação demandadas pela atividade?8 / 10 respostas corretas
Valor Contagem
✓ SIM 8
Não 2
  1. Os dois últimos parágrafos foram construídos com as quatro unidades de informação demandadas pela atividade?9 / 10 respostas corretas
Valor Contagem
✓ SIM 9
Não 1
  1. A resenha responde, de modo claro e sucinto, à seguinte questão: "De que trata a obra resenhada?"10 / 10 respostas corretas
Valor Contagem
✓ SIM 10
NÃO 0
  1. A resenha responde, de modo claro e sucinto, à seguinte questão: "Qual o maior defeito da obra resenhada?"0 / 10 respostas corretas
Valor Contagem
SIM 10
NÃO 0
  1. O texto incorre em, no máximo, três imperfeições que afetam a norma culta da língua portuguesa (pontuação, grafia das palavras, acentuação, concordância verbal/nominal/gênero/número, período incompleto etc.)?6 / 10 respostas corretas
Valor Contagem
✓ Sim 6
Não 4
  1. O texto respeita o limite de 800 a 1200 palavras, incluindo título e referências?4 / 10 respostas corretas
Valor Contagem
✓ SIM 4
NÃO 6
  • Eliane de Carvalho Pino Andrade
  • Gildeane Hilglley Alves da Silva
  • Lanna Stefhanny dos Santos Ribeiro
  • Lorena Melo dos Santos
  1. O título da resenha sintetiza e/ou indica o conteúdo da resenha?11 / 12 respostas corretas
Valor Contagem
✓ SIM 11
NÃO 1
  1. Os dois primeiros parágrafos são construídos com, pelo menos, quatro das oito unidades de informação demandadas pela atividade?11 / 12 respostas corretas
Valor Contagem
✓ SIM 11
Não 1
  1. Os dois últimos parágrafos foram construídos com as quatro unidades de informação demandadas pela atividade?12 / 12 respostas corretas
Valor Contagem
✓ SIM 12
Não 0
  1. A resenha responde, de modo claro e sucinto, à seguinte questão: "De que trata a obra resenhada?"12 / 12 respostas corretas
Valor Contagem
✓ SIM 12
NÃO 0
  1. A resenha responde, de modo claro e sucinto, à seguinte questão: "Qual o maior defeito da obra resenhada?"0 / 12 respostas corretas
Valor Contagem
SIM 11
NÃO 1
  1. O texto incorre em, no máximo, três imperfeições que afetam a norma culta da língua portuguesa (pontuação, grafia das palavras, acentuação, concordância verbal/nominal/gênero/número, período incompleto etc.)?6 / 12 respostas corretas
Valor Contagem
✓ Sim 6
Não 6
  1. O texto respeita o limite de 800 a 1200 palavras, incluindo título e referências?12 / 12 respostas corretas
Valor Contagem
✓ SIM 12
NÃO 0
  • Felipe Macêdo Rocha
  • Inajá Santos Ferreira
  • Gabriele Silva Santos
  • Ketlenn Santana Souza
  1. O título da resenha sintetiza e/ou indica o conteúdo da resenha?11 / 11 respostas corretas
Valor Contagem
✓ SIM 11
NÃO 0
  1. Os dois primeiros parágrafos são construídos com, pelo menos, quatro das oito unidades de informação demandadas pela atividade?11 / 11 respostas corretas
Valor Contagem
✓ SIM 11
Não 0
  1. Os dois últimos parágrafos foram construídos com as quatro unidades de informação demandadas pela atividade?9 / 11 respostas corretas
Valor Contagem
✓ SIM 9
Não 2
  1. A resenha responde, de modo claro e sucinto, à seguinte questão: "De que trata a obra resenhada?"11 / 11 respostas corretas
Valor Contagem
✓ SIM 11
NÃO 0
  1. A resenha responde, de modo claro e sucinto, à seguinte questão: "Qual o maior defeito da obra resenhada?"0 / 11 respostas corretas
Valor Contagem
SIM 7
NÃO 4
  1. O texto incorre em, no máximo, três imperfeições que afetam a norma culta da língua portuguesa (pontuação, grafia das palavras, acentuação, concordância verbal/nominal/gênero/número, período incompleto etc.)?8 / 11 respostas corretas
Valor Contagem
✓ Sim 8
Não 3
  1. O texto respeita o limite de 800 a 1200 palavras, incluindo título e referências?4 / 11 respostas corretas
Valor Contagem
✓ SIM 4
NÃO 7
  • KEROLLYN CRISTINA DOS SANTOS SOUZA
  • RAIMUNDO RENATO DA SILVA NETO
  • REBECA SANTA RITA FREITAS
  • THALISSA SILVA SOUZA
  1. O título da resenha sintetiza e/ou indica o conteúdo da resenha?11 / 11 respostas corretas
Valor Contagem
✓ SIM 11
NÃO 0
  1. Os dois primeiros parágrafos são construídos com, pelo menos, quatro das oito unidades de informação demandadas pela atividade?11 / 11 respostas corretas
Valor Contagem
✓ SIM 11
Não 0
  1. Os dois últimos parágrafos foram construídos com as quatro unidades de informação demandadas pela atividade?10 / 11 respostas corretas
Valor Contagem
✓ SIM 10
Não 1
  1. A resenha responde, de modo claro e sucinto, à seguinte questão: "De que trata a obra resenhada?"11 / 11 respostas corretas
Valor Contagem
✓ SIM 11
NÃO 0
  1. A resenha responde, de modo claro e sucinto, à seguinte questão: "Qual o maior defeito da obra resenhada?"0 / 11 respostas corretas
Valor Contagem
SIM 11
NÃO 0
  1. O texto incorre em, no máximo, três imperfeições que afetam a norma culta da língua portuguesa (pontuação, grafia das palavras, acentuação, concordância verbal/nominal/gênero/número, período incompleto etc.)?5 / 11 respostas corretas
Valor Contagem
✓ Sim 5
Não 6
  1. O texto respeita o limite de 800 a 1200 palavras, incluindo título e referências?11 / 11 respostas corretas
Valor Contagem
✓ SIM 11
NÃO 0
  • Lucileide Simplicio da Silva
  • Ailton Santos de Andrade
  • Karine Santos Santana
  • Louyse Gabrielle da Conceição Pereira
  1. O título da resenha sintetiza e/ou indica o conteúdo da resenha?3 / 10 respostas corretas
Valor Contagem
✓ SIM 3
NÃO 7
  1. Os dois primeiros parágrafos são construídos com, pelo menos, quatro das oito unidades de informação demandadas pela atividade?10 / 10 respostas corretas
Valor Contagem
✓ SIM 10
Não 0
  1. Os dois últimos parágrafos foram construídos com as quatro unidades de informação demandadas pela atividade?8 / 10 respostas corretas
Valor Contagem
✓ SIM 8
Não 2
  1. A resenha responde, de modo claro e sucinto, à seguinte questão: "De que trata a obra resenhada?"9 / 10 respostas corretas
Valor Contagem
✓ SIM 9
NÃO 1
  1. A resenha responde, de modo claro e sucinto, à seguinte questão: "Qual o maior defeito da obra resenhada?"0 / 10 respostas corretas
Valor Contagem
SIM 3
NÃO 7
  1. O texto incorre em, no máximo, três imperfeições que afetam a norma culta da língua portuguesa (pontuação, grafia das palavras, acentuação, concordância verbal/nominal/gênero/número, período incompleto etc.)?6 / 10 respostas corretas
Valor Contagem
✓ Sim 6
Não 4
  1. O texto respeita o limite de 800 a 1200 palavras, incluindo título e referências?8 / 10 respostas corretas
Valor Contagem
✓ SIM 8
NÃO 2
  • Brenda Kerolle Lima do Nascimento Santos
  • Ivana Maria Santana Andrade
  • Thais Silva Rocha Melo
  • Yasmim da Silva Ferreira.
  1. O título da resenha sintetiza e/ou indica o conteúdo da resenha?9 / 9 respostas corretas
Valor Contagem
✓ SIM 9
NÃO 0
  1. Os dois primeiros parágrafos são construídos com, pelo menos, quatro das oito unidades de informação demandadas pela atividade?8 / 9 respostas corretas
Valor Contagem
✓ SIM 8
Não 1
  1. Os dois últimos parágrafos foram construídos com as quatro unidades de informação demandadas pela atividade?6 / 9 respostas corretas
Valor Contagem
✓ SIM 6
Não 3
  1. A resenha responde, de modo claro e sucinto, à seguinte questão: "De que trata a obra resenhada?"9 / 9 respostas corretas
Valor Contagem
✓ SIM 9
NÃO 0
  1. A resenha responde, de modo claro e sucinto, à seguinte questão: "Qual o maior defeito da obra resenhada?"0 / 9 respostas corretas
Valor Contagem
SIM 3
NÃO 6
  1. O texto incorre em, no máximo, três imperfeições que afetam a norma culta da língua portuguesa (pontuação, grafia das palavras, acentuação, concordância verbal/nominal/gênero/número, período incompleto etc.)?5 / 9 respostas corretas
Valor Contagem
✓ Sim 5
Não 4
  1. O texto respeita o limite de 800 a 1200 palavras, incluindo título e referências?3 / 9 respostas corretas
Valor Contagem
✓ SIM 3
NÃO 6
  • Identificação deste formulário
  • Adria Gabriele Santos Feitosa
  • Mirielle Silva Santana
  • Taislaene Araújo Santos
  • Williany Souza Santos
  1. O título da resenha sintetiza e/ou indica o conteúdo da resenha?10 / 10 respostas corretas
Valor Contagem
✓ SIM 10
NÃO 0
  1. Os dois primeiros parágrafos são construídos com, pelo menos, quatro das oito unidades de informação demandadas pela atividade?10 / 10 respostas corretas
Valor Contagem
✓ SIM 10
Não 0
  1. Os dois últimos parágrafos foram construídos com as quatro unidades de informação demandadas pela atividade?10 / 10 respostas corretas
Valor Contagem
✓ SIM 10
Não 0
  1. A resenha responde, de modo claro e sucinto, à seguinte questão: "De que trata a obra resenhada?"10 / 10 respostas corretas
Valor Contagem
✓ SIM 10
NÃO 0
  1. A resenha responde, de modo claro e sucinto, à seguinte questão: "Qual o maior defeito da obra resenhada?"0 / 10 respostas corretas
Valor Contagem
SIM 6
NÃO 4
  1. O texto incorre em, no máximo, três imperfeições que afetam a norma culta da língua portuguesa (pontuação, grafia das palavras, acentuação, concordância verbal/nominal/gênero/número, período incompleto etc.)?7 / 10 respostas corretas
Valor Contagem
✓ Sim 7
Não 3
  1. O texto respeita o limite de 800 a 1200 palavras, incluindo título e referências?10 / 10 respostas corretas
Valor Contagem
✓ SIM 10
NÃO 0
  • Elizandra de Jesus Fernandes
  • Iara Luizi Souza dos Santos
  • Misael Emilio Gama Góis
  • Rafaela da Solidade Santos
  1. O título da resenha sintetiza e/ou indica o conteúdo da resenha?5 / 7 respostas corretas
Valor Contagem
✓ SIM 5
NÃO 2
  1. Os dois primeiros parágrafos são construídos com, pelo menos, quatro das oito unidades de informação demandadas pela atividade?7 / 7 respostas corretas
  • 02468✓ SIMNão7 (100%)7 (100%)0 (0%)0 (0%)
Valor Contagem
✓ SIM 7
Não 0
  1. Os dois últimos parágrafos foram construídos com as quatro unidades de informação demandadas pela atividade?7 / 7 respostas corretas
Valor Contagem
✓ SIM 7
Não 0
  1. A resenha responde, de modo claro e sucinto, à seguinte questão: "De que trata a obra resenhada?"7 / 7 respostas corretas
Valor Contagem
✓ SIM 7
NÃO 0
  1. A resenha responde, de modo claro e sucinto, à seguinte questão: "Qual o maior defeito da obra resenhada?"0 / 7 respostas corretas
Valor Contagem
SIM 7
NÃO 0
  1. O texto incorre em, no máximo, três imperfeições que afetam a norma culta da língua portuguesa (pontuação, grafia das palavras, acentuação, concordância verbal/nominal/gênero/número, período incompleto etc.)?5 / 7 respostas corretas
Valor Contagem
✓ Sim 5
Não 2
  1. O texto respeita o limite de 800 a 1200 palavras, incluindo título e referências?6 / 7 respostas corretas
Valor Contagem
✓ SIM 6
NÃO 1
  • Ana Regina Alves França Silva
  • Andrielle de Oliveira Dantas Mendonça
  • Denise Vieira Santos
  • Wendy Leticia Ramos Alves Santos
  1. O título da resenha sintetiza e/ou indica o conteúdo da resenha?4 / 7 respostas corretas
Valor Contagem
✓ SIM 4
NÃO 3
  1. Os dois primeiros parágrafos são construídos com, pelo menos, quatro das oito unidades de informação demandadas pela atividade?7 / 7 respostas corretas
Valor Contagem
✓ SIM 7
Não 0
  1. Os dois últimos parágrafos foram construídos com as quatro unidades de informação demandadas pela atividade?4 / 7 respostas corretas
Valor Contagem
✓ SIM 4
Não 3
  1. A resenha responde, de modo claro e sucinto, à seguinte questão: "De que trata a obra resenhada?"6 / 7 respostas corretas
Valor Contagem
✓ SIM 6
NÃO 1
  1. A resenha responde, de modo claro e sucinto, à seguinte questão: "Qual o maior defeito da obra resenhada?"0 / 7 respostas corretas
Valor Contagem
SIM 1
NÃO 6
  1. O texto incorre em, no máximo, três imperfeições que afetam a norma culta da língua portuguesa (pontuação, grafia das palavras, acentuação, concordância verbal/nominal/gênero/número, período incompleto etc.)?4 / 7 respostas corretas
Valor Contagem
✓ Sim 4
Não 3
  1. O texto respeita o limite de 800 a 1200 palavras, incluindo título e referências?2 / 7 respostas corretas
Valor Contagem
✓ SIM 2
NÃO 5
  •  Cleberton Almeida de Oliveira
  • Douglas Batista Santana
  • Evellyn Brenda da Silva Santos
  • Jamile Bispo Peixoto
  1. O título da resenha sintetiza e/ou indica o conteúdo da resenha?2 / 7 respostas corretas
Valor Contagem
✓ SIM 2
NÃO 5
  1. Os dois primeiros parágrafos são construídos com, pelo menos, quatro das oito unidades de informação demandadas pela atividade?7 / 7 respostas corretas
Valor Contagem
✓ SIM 7
Não 0
  1. Os dois últimos parágrafos foram construídos com as quatro unidades de informação demandadas pela atividade?3 / 7 respostas corretas
Valor Contagem
✓ SIM 3
Não 4
  1. A resenha responde, de modo claro e sucinto, à seguinte questão: "De que trata a obra resenhada?"6 / 7 respostas corretas
Valor Contagem
✓ SIM 6
NÃO 1
  1. A resenha responde, de modo claro e sucinto, à seguinte questão: "Qual o maior defeito da obra resenhada?"0 / 7 respostas corretas
Valor Contagem
SIM 1
NÃO 6
  1. O texto incorre em, no máximo, três imperfeições que afetam a norma culta da língua portuguesa (pontuação, grafia das palavras, acentuação, concordância verbal/nominal/gênero/número, período incompleto etc.)?3 / 7 respostas corretas
Valor Contagem
✓ Sim 3
Não 4
  1. O texto respeita o limite de 800 a 1200 palavras, incluindo título e referências?6 / 7 respostas corretas
Valor Contagem
✓ SIM 6
NÃO 1
  • Flávia de Jesus Santos
  • Gleiciane dos Passos Torres
  • Marina Batista Ribeiro
  • Zaiane Tayse Barbosa de Souza
  1. O título da resenha sintetiza e/ou indica o conteúdo da resenha?5 / 7 respostas corretas
Valor Contagem
✓ SIM 5
NÃO 2
  1. Os dois primeiros parágrafos são construídos com, pelo menos, quatro das oito unidades de informação demandadas pela atividade?6 / 7 respostas corretas
Valor Contagem
✓ SIM 6
Não 1
  1. Os dois últimos parágrafos foram construídos com as quatro unidades de informação demandadas pela atividade?6 / 7 respostas corretas
Valor Contagem
✓ SIM 6
Não 1
  1. A resenha responde, de modo claro e sucinto, à seguinte questão: "De que trata a obra resenhada?"6 / 7 respostas corretas
Valor Contagem
✓ SIM 6
NÃO 1
  1. A resenha responde, de modo claro e sucinto, à seguinte questão: "Qual o maior defeito da obra resenhada?"0 / 7 respostas corretas
Valor Contagem
SIM 0
NÃO 7
  1. O texto incorre em, no máximo, três imperfeições que afetam a norma culta da língua portuguesa (pontuação, grafia das palavras, acentuação, concordância verbal/nominal/gênero/número, período incompleto etc.)?3 / 7 respostas corretas
Valor Contagem
✓ Sim 3
Não 4
  1. O texto respeita o limite de 800 a 1200 palavras, incluindo título e referências?7 / 7 respostas corretas
Valor Contagem
✓ SIM 7
NÃO 0
  • Inara Larissa Carregosa dos Santos
  • Milena Pereira Santana Souza
  • Nívea Juliana Souza Silva Santos
  • Ricardo Meneses
  1. O título da resenha sintetiza e/ou indica o conteúdo da resenha?7 / 7 respostas corretas
Valor Contagem
✓ SIM 7
NÃO 0
  1. Os dois primeiros parágrafos são construídos com, pelo menos, quatro das oito unidades de informação demandadas pela atividade?7 / 7 respostas corretas
Valor Contagem
✓ SIM 7
Não 0
  1. Os dois últimos parágrafos foram construídos com as quatro unidades de informação demandadas pela atividade?3 / 7 respostas corretas
Valor Contagem
✓ SIM 3
Não 4
  1. A resenha responde, de modo claro e sucinto, à seguinte questão: "De que trata a obra resenhada?"7 / 7 respostas corretas
Valor Contagem
✓ SIM 7
NÃO 0
  1. A resenha responde, de modo claro e sucinto, à seguinte questão: "Qual o maior defeito da obra resenhada?"0 / 7 respostas corretas
Valor Contagem
SIM 7
NÃO 0
  1. O texto incorre em, no máximo, três imperfeições que afetam a norma culta da língua portuguesa (pontuação, grafia das palavras, acentuação, concordância verbal/nominal/gênero/número, período incompleto etc.)?4 / 7 respostas corretas
Valor Contagem
✓ Sim 4
Não 3
  1. O texto respeita o limite de 800 a 1200 palavras, incluindo título e referências?7 / 7 respostas corretas
Valor Contagem
✓ SIM 7
NÃO 0
  • Isabela Menezes Santos
  • Larissa dos Santos
  • Lourena Cristina da Silva Lima
  • Maria Verônica Rocha Santos
  1. O título da resenha sintetiza e/ou indica o conteúdo da resenha?7 / 7 respostas corretas
Valor Contagem
✓ SIM 7
NÃO 0
  1. Os dois primeiros parágrafos são construídos com, pelo menos, quatro das oito unidades de informação demandadas pela atividade?7 / 7 respostas corretas
Valor Contagem
✓ SIM 7
Não 0
  1. Os dois últimos parágrafos foram construídos com as quatro unidades de informação demandadas pela atividade?5 / 7 respostas corretas
Valor Contagem
✓ SIM 5
Não 2
  1. A resenha responde, de modo claro e sucinto, à seguinte questão: "De que trata a obra resenhada?"6 / 7 respostas corretas
Valor Contagem
✓ SIM 6
NÃO 1
  1. A resenha responde, de modo claro e sucinto, à seguinte questão: "Qual o maior defeito da obra resenhada?"0 / 7 respostas corretas
Valor Contagem
SIM 4
NÃO 3
  1. O texto incorre em, no máximo, três imperfeições que afetam a norma culta da língua portuguesa (pontuação, grafia das palavras, acentuação, concordância verbal/nominal/gênero/número, período incompleto etc.)?5 / 7 respostas corretas
Valor Contagem
✓ Sim 5
Não 2
  1. O texto respeita o limite de 800 a 1200 palavras, incluindo título e referências?3 / 7 respostas corretas
Valor Contagem
✓ SIM 3
NÃO 4
  • DEYVID FERNANDO NASCIMENTO OLIVEIRA
  • JÉSSICA SILVA DOS SANTOS VIEIRA
  • LUCAS ALMEIDA MARCAL
  • MICAELA FRANCIELE COSTA
  1. O título da resenha sintetiza e/ou indica o conteúdo da resenha?5 / 7 respostas corretas
Valor Contagem
✓ SIM 5
NÃO 2
  1. Os dois primeiros parágrafos são construídos com, pelo menos, quatro das oito unidades de informação demandadas pela atividade?7 / 7 respostas corretas
Valor Contagem
✓ SIM 7
Não 0
  1. Os dois últimos parágrafos foram construídos com as quatro unidades de informação demandadas pela atividade?6 / 7 respostas corretas
Valor Contagem
✓ SIM 6
Não 1
  1. A resenha responde, de modo claro e sucinto, à seguinte questão: "De que trata a obra resenhada?"7 / 7 respostas corretas
Valor Contagem
✓ SIM 7
NÃO 0
  1. A resenha responde, de modo claro e sucinto, à seguinte questão: "Qual o maior defeito da obra resenhada?"0 / 7 respostas corretas
Valor Contagem
SIM 2
NÃO 5
  1. O texto incorre em, no máximo, três imperfeições que afetam a norma culta da língua portuguesa (pontuação, grafia das palavras, acentuação, concordância verbal/nominal/gênero/número, período incompleto etc.)?4 / 7 respostas corretas
Valor Contagem
✓ Sim 4
Não 3
  1. O texto respeita o limite de 800 a 1200 palavras, incluindo título e referências?7 / 7 respostas corretas
Valor Contagem
✓ SIM 7
NÃO 0
  • ARIADENI PINHEIRO DOS SANTOS
  • LORENNE DO CARMO PINA
  • KETLHYN MYLLENA DE SOUZA MELO
  1. O título da resenha sintetiza e/ou indica o conteúdo da resenha?4 / 7 respostas corretas
Valor Contagem
✓ SIM 4
NÃO 3
  1. Os dois primeiros parágrafos são construídos com, pelo menos, quatro das oito unidades de informação demandadas pela atividade?7 / 7 respostas corretas
Valor Contagem
✓ SIM 7
Não 0
  1. Os dois últimos parágrafos foram construídos com as quatro unidades de informação demandadas pela atividade?4 / 7 respostas corretas
Valor Contagem
✓ SIM 4
Não 3
  1. A resenha responde, de modo claro e sucinto, à seguinte questão: "De que trata a obra resenhada?"6 / 7 respostas corretas
Valor Contagem
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NÃO 1
  1. A resenha responde, de modo claro e sucinto, à seguinte questão: "Qual o maior defeito da obra resenhada?"0 / 7 respostas corretas
Valor Contagem
SIM 1
NÃO 6
  1. O texto incorre em, no máximo, três imperfeições que afetam a norma culta da língua portuguesa (pontuação, grafia das palavras, acentuação, concordância verbal/nominal/gênero/número, período incompleto etc.)?3 / 7 respostas corretas
Valor Contagem
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Não 4
  1. O texto respeita o limite de 800 a 1200 palavras, incluindo título e referências?6 / 7 respostas corretas
Valor Contagem
✓ SIM 6
NÃO 1

 

Problemas de aprendizagem: distinção entre fato e opinião | Itamar Freitas

Um problema de aprendizagem

Um dos piores desempenhos dos alunos sergipanos do 5º ano do Ensino Fundamental está na distinção entre fato e opinião. Nesse descritor de Língua Portuguesa, os resultados da Prova Brasil indicam “baixo grau de domínio”. Nos anos 2017 e 2019, pouco mais de 20% dos alunos que submeteram à prova conseguiu estabelecer a diferença. (Foco Brasil, 2021). Esses números sugerem que os professores sergipanos devem considerar o ensino dessa distinção como atividade prioritária.

Não há mágica para melhorar os resultados. O que sugiro, diante da posição dos especialistas e dos saberes tácitos que desenvolvi na formação de professores, são quatro ações.

A primeira já foi citada. Consiste em transformar o ensino da diferenciação entre fato e opinião como prioridade nos planos de ensino.

A segunda é tomar uma definição de fato e uma definição de opinião coerentes entre si e planejar sequências didáticas que criem situações nas quais tal diferença possa ser comunicada, percebida, exemplificada, compreendida e autoavaliada pelos alunos.

A terceira ação é a construção de um instrumento de avaliação, necessariamente alinhado à referida sequência didática para auferir o grau de compreensão dos alunos submetidos às atividades específicas de ensino e aprendizagem sobre fato e opinião.

A quarta, por fim, é considerar os resultados desta avaliação e retomar o planejamento, tornando-o mais flexível, mais simples (ou mais complexo), partindo das demandas imediatas manifestadas por esses alunos.

Nesta segunda unidade do curso de Avaliação Educacional, não chegaremos ao quarto passo. Entretanto, demonstraremos como se pode cumpri-lo apresentando visão sumária de todos eles na aula de hoje.

O tópico que vocês acompanham representa o primeiro passo. O próximo tópico é o passo da definição. Encerraremos este encontro síncrono com o passo relativo à construção de um instrumento de avaliação para auferir o grau de compreensão a respeito desse descritor que preocupa as autoridades educacionais de Sergipe.

Supondo que vocês, futuramente, assumam postos no sistema público de educação, penso que terá sido importante vivenciar o problema de aprendizagem a ser enfrentado junto aos seus alunos. É o que fazemos, a partir de agora.

 

Uma significação para “fato” e para “opinião”

Nos domínios da Filosofia, várias significações para “fato” e “opinião” podem ser colhidas. Para o que nos interessa nesta aula e neste contexto nacional (fake News, fascismos e obscurantismos de varia espécie), considerei o significado que prioriza os conhecimentos controlados submetidos ao escrutínio de corporações de especialistas. Em síntese, considerei fato e opinião como categorias determinadas pelas ciências.

Em tal sentido, fato é a declaração resultante do conhecimento de algo (ou sobre algo) que depende de um método e da controlada isenção das crenças de quem emprega este método. De modo direto, fato é aquilo que “pode ser verificado ou confirmado por qualquer um que disponha dos meios adequados, e que pode ser descrito ou previsto de forma passível de aferição.” (Abbagnano, 2007, p.429). Vejam o exemplo:

A Covid-19 foi a maior causa isolada de mortes no Brasil em 2021, com 92 mil óbitos, aponta levantamento feito pela CNN com base em dados do Portal da Transparência de Registro Civil da Arpen (Associação Nacional dos Registradores de Pessoas Naturais) no período de 1º de janeiro a 18 de março. O número corresponde a 28% do total das mortes no ano.

Dados de anos anteriores do Datasus (Departamento de informática do Sistema Único de Saúde) mostram que, com 272 mil mortes em um ano, a doença seria a principal causa de óbitos no país, quando comparada com a média anual de óbitos por outros motivos.

Na declaração “A Covid-19 foi a maior causa isolada de mortes no Brasil em 2021” há fato porque o conhecimento sobre os tipos de morte no Brasil foi extraído mediante análise estatística do número de mortos e comparação entre os números de mortos para cada causa. Esse conhecimento foi elaborado por enfermeiros, médicos, matemáticos, estatísticos e outros profissionais sem que as suas crenças religiosas, políticas e preferências estéticas interferissem diretamente nos resultados do seu trabalho.

É impossível retirar a crença da mente dos estatísticos e dos médicos que atuaram neste trabalho. Mas o processo de controle interno de cada corporação profissional trabalha para coibir eventuais distorções advindas de crenças individuais estranhas aos fins da pesquisa e ao bom uso dos métodos de análise. Somente em situações extremas, vamos encontrar pessoas que acusem a Associação Nacional dos Registradores de Pessoas Naturais como instituição “petista”, “comunista” ou desejosa da “destruição do Brasil”.

O interesse nas categorias “fato” e “opinião” e os resultados da sua significação diferem no mundo acadêmico. O fato físico pode não receber o mesmo tratamento do fato histórico. E mesmo o fato histórico até pode receber outro nome: acontecimento. Contudo, cada ciência incorpora mais ou menos a definição acima.

No geral e, repetindo, para o que necessitamos neste contexto de obscurantismo, fato é a coisa e o conhecimento que confirma a existência/ocorrência dessa coisa, adquirido com o emprego de métodos de conhecimento geral e relativamente independentes das crenças dos usuários destes métodos.

Veja este exemplo: “Considerando o conjunto de teses e dissertações sobre golpes militares no Brasil do século XX, defendidas nos últimos 10 anos em universidades púbicas e confessionais, podemos afirmar que cada um dos eventos do gênero contou com a participação direta do Exército Brasileiro. Esta força militar, portanto, é uma instituição inerentemente golpista”.

No período acima, há declaração de fato (o Exército Brasileiro participou de golpes), acompanhada de conhecimento produzido metodicamente e legitimada pela população em geral (teses e dissertações defendidas publicamente em universidades).

Quanto à opinião (que sofre de idênticas variações filosóficas), tomaremos como categoria inserta no campo semântico de fato, embora caracteristicamente diferente. Enquanto o fato é a coisa ou o resultado da coisa (uma declaração) adquirida com o emprego de métodos e relativamente independente das crenças dos seus conhecedores, a opinião é a coisa ou resultado da coisa (uma declaração) “que não inclua garantia alguma da própria validade” (p.759).

Dizendo de outro modo, opinião é qualquer proposição enunciada sem a necessidade de emprego do método ou do esforço de isenção ideológica de quem a enuncia. Por essa razão, em geral, as opiniões são marcadas pelo sentimento, pensamento e/ou vontade de uma só pessoa que não necessariamente guarda compromisso algum com o coletivo especializado no assunto da sua declaração.

No exemplo imediatamente anterior, a declaração de que o Exército Brasileiro é uma “instituição inerentemente golpista” é uma opinião. Essa afirmação não encontra respaldo no enunciado que não se ocupa de características essenciais e inseparáveis da instituição “Exército Brasileiro”. No contexto do exemplo, as teses e dissertações apenas afirmam que o Exército participou dos golpes. A extrapolação atribuidora de determinada essência ao Exército Brasileiro é da responsabilidade individual de quem a enuncia.

Essa diferença entre fato e opinião nos induz a afirmar que opinar é ruim ou que ela deva ser sempre apoiada em pesquisa científica? A resposta é não. Opinar é expressar posição, ainda que tal posição não tenha passado pelo crivo dos pares. É uma capacidade humana que viabiliza a interação em sociedade.

Opinar é uma forma de experimentar a classificação das coisas que nos rodeiam, ainda que tal classificação não tenha (repetimos) passado pelo crivo dos especialistas.

Opinar é, na maioria dos casos, pré-julgar, antecipar um julgamento para antever os resultados de determinada situação. Quem quer comunicar interesse de fazer provar um petisco ou fazer sexo com outra pessoa não necessita empreender uma investigação acadêmica sobre o alvo do seu desejo antes de o consumir ou de o consumar. Em geral, essa pessoa emprega conhecimento tácito, opinião dos colegas, técnicas que circulam em séries etc. e dispara a declaração: “Isso aqui parece gostoso!”; “Você é lindo!”

Em outras situações, porém, o desconhecimento da diferença ou o desprezo pelas características do fato e as características da opinião podem implicar em acontecimentos graves, pondo em risco, inclusive, a vida do grupo daquele que opina e, até, de populações inteiras.

Isso pode ocorrer porque, nos últimos dois séculos, várias das instituições organizadoras das sociedades têm se estruturado em princípios científicos. Exemplo de organizações do tipo, criadas a partir de reflexão e experimentação controladas, são: o Estado (brasileiro) e as ações deste Estado em relação à sociedade civil (políticas de saúde, segurança e educacionais).

No mundo privado, entretanto, os princípios científicos também possuem a sua importância. A justiça familiar e os conflitos conjugais para chegarem a bom termo são geridos por algumas práticas fundadas em princípios científicos (observação, quantificação e comparação). O simples e grave enunciado de que “Você me traiu”, por exemplo, exige provas adquiridas por métodos e depoentes independentes. Depende de procedimentos que levem um dos contendedores a afirmar: “Você me traiu: isso é um fato. E eu tenho razão!”

Também por esses motivos, o conhecimento presente maior parte do conteúdo escolar é constituído por fato e não por opiniões. Nos anos iniciais do Ensino Fundamental, esse descritor de conhecimentos gera expectativas de aprendizagem (ou objetivos educacionais) para as disciplinas de Ciências, Língua Portuguesa, História e Geografia.

A distinção referida está presente nos currículos, enfim, para que os alunos, em situações da vida prática e pública, resolvam os problemas coletivos a partir da emissão de declarações de fatos, guardando as declarações de opinião para as situações nas quais elas estão necessariamente demandadas.

Agora, façamos um breve exercício para verificar se vocês compreenderam bem os argumentos que apresentamos neste texto e se estão à vontade para aplicá-los em situações da vida prática.

 

3. Sequência didática para a compreensão da diferença entre fato e opinião

Nome do estabelecimento de Ensino – Universidade Federal de Sergipe

Data de execução – 28/09/2021

Autoria do plano – Prof. Itamar Freitas

Título – O que é fato e o que é opinião?

Assunto – Distinção entre fato e opinião

Questões – Os alunos conseguem definir fato e opinião? Os alunos são capazes de identificar e distinguir declarações de fato e declarações de opinião discursos manifestos em diferentes gêneros textuais?

Relação com o currículo prescrito – A discussão sobre fato e opinião está relacionada ao diagnóstico efetuado pela Prova Brasil sobre o desempenho dos alunos sergipanos do 5º ano do Ensino Fundamental, na disciplina Língua Portuguesa. Essa é a motivação. No curso superior, a discussão é inserida como um problema de aprendizagem que precisa ser equacionado ou minimizado com a elaboração de sequências didáticas e instrumentos de avaliação, um dos objetivos do Curso de Avaliação Educacional.

Destinação – Alunos do Ensino Superior (vários períodos)

Conhecimentos – definições de fato e de opinião

Habilidades – definir categorias, identificar e exemplificar referentes de categorias, comparar e distinguir referentes de categorias

Valores – Respeito ao Estado democrático de direito.

Tempo estimado – 60min

Objetivo geral – Envolver os alunos em uma situação de aprendizagem na qual seja convidado a identificar um problema, refletir sobre formas de resolução desse problema e a construir elementos de ensino e de avaliação.

Objetivo específico/expectativa de aprendizagem – Ao final desta aula, espera-se que os alunos sejam capazes de distinguir fato de opinião e se sintam estimulados, mediante o exemplo fornecido pelo professor, a projetar uma sequência didática e um instrumento de avaliação sobre matéria similar.

Justificativas – A sequência foi produzida a partir da necessidade de demonstrar a articulação entre avaliação, métodos de ensino e problemas reais de aprendizagem na rede pública.

Conhecimentos prévios – domínio do conceito de avaliação educacional e de outras categorias do mesmo campo semântico.

Recursos – Texto escrito “Fato e Opinião” e Formulário de avaliação.

Estratégias de ensino – Exposição introdutória à sequência, leitura, discussão e apresentação de exemplos por parte dos alunos.

Momentos didáticos

Ações Tempo Habilidades
1. O professor apresenta os objetivos, justificativas e etapas da aula. 05 min _
2. Os alunos são convidados à leitura do texto. O professor dirime dúvidas dos alunos e os estimula a exemplificarem situações em que identificam a presença de fatos e/ou de opiniões. 20 min Leitura

Interpretação

Aplicação

3. Os alunos são convidados a aplicarem os seus conhecimentos mediante teste com itens de resposta construída, durante 20 minutos. 20 min Aplicação

Avaliação

4. O professor apresenta o resultado da avaliação. Os alunos argumentam sobre as causas de eventuais problemas de aprendizagem (instrumento, entendimento, conhecimentos prévios etc.). Os alunos sugerem medidas didáticas para minorar os eventuais problemas de aprendizagem revelados pela avaliação. 40 min Argumentação

Problematização

 

 

Avaliação – Metaavaliação diagnóstica, mediante formulário de itens de resposta construída.

Possibilidades de progressão – Esta sequência didática pode ser empregada em outras situações, onde os alunos estejam, por exemplo, no primeiro ou no último período. A gradação a complexidade pode ser efetuada com a mudança dos textos motivadores, da natureza dos itens (IRC/IRS) e dos próprios problemas de aprendizagem previamente detectados.

Referências

ABBAGNANO, Nicola. Dicionário de Filosofia. São Paulo: Martins Fontes, 2007.

FOCO Brasil. Resultados da Escola – Prova Brasil. Estadual – SE, 2019, Ensino Regular de Língua Portuguesa. Foco Brasil. Sdt. Disponível aos professores da rede mediante senha franqueada pela Secretaria de Estado da Educação. Consultado em 29 ago. 2021.

HALADYNA, Thomas M.; RODRIGUEZ, Michael. Developing and validating test items. New York: Routledge, 2013.


Referências deste texto

FREITAS, Itamar. Fato e opinião. Resenha Crítica. Aracaju/Crato, 29 set. 2021.


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Estado laico, intolerância e diversidade religiosa no Brasil: pesquisas, reflexões e debates | Alexandre Brasil Carvalho Fonseca

Alexandre Brasil Carvalho da Fonseca, sociólogo e professor associado da Universidade Federal do Rio de Janeiro é o organizador da obra. Possui publicações nas áreas de educação, sociologia e sociologia da religião; atuou como assessor na presidência da república (2012-2016), nas áreas de participação social e direitos humanos.

A presente obra resenhada é uma miscelânea que congrega a síntese das análises dos dados do RIVIR2, objeto de debates e reflexões acontecidos em um seminário3; além de sete artigos publicados a partir das primeiras reações ao RIVIR. Insere-se, ainda, questões relacionadas a liberdade religiosa, a laicidade do Estado na Constituição da República Federativa do Brasil, e a importância da educação no enfrentamento a intolerância religiosa. Leia Mais

Revista Brasileira de História das Religiões. Curitiba, v.14, n.41, 2021.

Trajetórias Globais das Religiões

  • Nesta chamada temática o nosso objetivo foi reunir resultados de pesquisas na forma de artigos científicos que discutissem a problemática de trajetórias globais das religiões em momentos históricos diferentes e as mudanças e transformações que estas crenças, vivências e práticas religiosas sofreram e continuam sofrendo por causa das suas “viagens”, migrações e, consequentemente, múltiplos processos de adaptação nas novas terras, sociedades e culturas. Sabemos que as ideias religiosas jamais estiveram presas aos limites dos territórios, sendo preciso pensar como tem ocorrido a expansão de “novas” religiosidades.

CHAMADA TEMÁTICA

Apresentação

ARTIGOS LIVRES

RESENHAS

Publicado: 2021-09-28

Trajetórias Globais das Religiões | Revista Brasileira de História das Religiões | 2021

Nesta chamada temática o nosso objetivo foi reunir resultados de pesquisas na forma de artigos científicos que discutissem a problemática de trajetórias globais das religiões em momentos históricos diferentes e as mudanças e transformações que estas crenças, vivências e práticas religiosas sofreram e continuam sofrendo por causa das suas “viagens”, migrações e, consequentemente, múltiplos processos de adaptação nas novas terras, sociedades e culturas.

Sabemos que as ideias religiosas jamais estiveram presas aos limites dos territórios, sendo preciso pensar como tem ocorrido a expansão de “novas” religiosidades. Se, por um lado, vemos a importância dos fluxos migratórios na produção de novos sentidos sagrados, por outro não podemos somente explicar a transnacionalização religiosa por padrões migratórios (OOSTERBAHN; VAN DE KAMP; BAHIA, 2020; ROCHA; VÁSQUEZ, 2013) – deslocamentos humanos desempenham um papel importante, porém vemos que alguns casos seguem a lógica das migrações, e outros são multidirecionais, sendo também conduzidos por interesses individuais (BAHIA, 2015; SILVA, 2014). Leia Mais

História oral | Estudos Históricos | 2021

HISTÓRIA ORAL: DIMENSÕES PÚBLICAS NO TEMPO PRESENTE

Este dossiê contempla estudos sobre história oral com base em pesquisas que assumem os desafios colocados contemporaneamente a essa metodologia de pesquisa e produção de fontes. Metodologia desenvolvida desde fins dos anos 1950 e amplamente utilizada e consolidada ao redor do mundo, a história oral chega ao século XXI catalisada pelas discussões da história pública, assim como pelas novas tecnologias, que colocam em questão novas formas de gravação, interação, preservação e difusão das narrativas orais e audiovisuais. Nesse sentido, este dossiê traz, particularmente, artigos que tencionam essas dimensões, com reflexões sobre suas interações e respostas da história oral às questões do tempo presente: por estudos temáticos, trajetórias de vida ou tradição oral.

Os textos afirmam o dinâmico movimento da história oral e os seus entrecruzamentos com a historiografia. Pela oralidade, é possível observar o trabalho de memória — escolhas narrativas referentes às formas como os sujeitos históricos significam as dimensões do público no tempo presente. Na história oral, dissensos e consensos, presentes nas memórias coletivas, catalisam práticas sociais. Lembranças, silêncios e esquecimentos expressam questões socialmente vivas em estudos que mobilizam múltiplos itinerários dos usos do passado. Ao evidenciarem as narrativas dos sujeitos históricos, os autores desenvolveram análises pela constituição de fontes que desempenham papel fundamental nas reflexões sobre “comunidades de sentido” e suas conexões temporais entre passado, presente e expectativas futuras. Leia Mais