Histórias(s) do presente. Os mundos que o passado nos deixou | Miguel Bandeira Jerónimo e José Pedro Monteiro
Logo no início de Histórias(s) do Presente. Os mundos que o passado nos deixou, Miguel Bandeira Jerónimo e José Pedro Monteiro, ambos investigadores do Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra, deixam claro que “o cepticismo é uma forma sã de viver cívico, não apenas um inabalável princípio científico”. Na introdução do livro, os autores interrogam o passado e procuram pistas para interpretar com rigor a atualidade, observando que “o conhecimento da história não é um elixir contra a maldade ou contra o desvario” (JERÓNIMO; MONTEIRO, 2020, p. 12). A dinâmica, observam, vai mesmo em sentido contrário, já que os usos da história serviram quase sempre “propósitos bem pouco edificantes”. A atestá-lo, está o facto de o conhecimento não impedir o ódio. Dessa forma, induzir dúvidas onde só parece haver certezas, como propõem na Introdução da obra, será já uma tarefa e tanto (JERÓNIMO; MONTEIRO, 2020, p. 12).
O livro agrupa, numa versão atualizada, a série de trabalhos dados à estampa no jornal diário português Público, em 2017 e 2018, (12 ensaios e 12 entrevistas a reputados especialistas internacionais) sobre eventos e processos históricos que marcaram o nosso passado, e sobre os legados que nos deixaram. Neste rol, encontram-se quase todos os assuntos que preenchem a atualidade informativa de há anos a esta parte: a crise dos refugiados, o racismo, a globalização, os nacionalismos, os usos dos véus, as fake news, os abusos da história. Através da exploração das histórias plurais saídas dos campos de concentração, da emergência de um discurso dos direitos humanos ou das políticas do medo e da histeria coletiva organizada, hoje tão presentes, convida-se o leitor a tentar perceber como se chegou até aqui, propondo-lhe um olhar do que aconteceu de forma a poder imaginar-se um futuro melhor. Leia Mais
Histórica. Lima, v.45, n.1, 2021.
Artículos
- Periodos históricos y discontinuidades temporales: ensayo de interpretación
- Renán Silva
- Las comisarías del Santo Oficio en la Audiencia de Filipinas. Conflictividad y comunicaciones en un espacio inquisitorial periférico, 1583-1784
- Pedro Miranda Ojeda
- Formas de la corporalidad en el pensamiento ilustrado entre España y América Latina
- Muriel Morgan, Bettina Sidy, Laura Celina Vacca
- Política, sociedad y religión en Arequipa: una mirada desde el laicado católico militante (1885- 1919)
- Rolando Iberico Ruiz
Notas
- El Gabinete de lectura del Ateneo Mexicano
- Jocelyn Guadalupe López Zahar
- La democratización del libro: desde la piratería a los monopolios
- Robert Darnton
Reseñas
- Del Villar Tagle, María Soledad. Las asistentes sociales de la Vicaría de la Solidaridad: una historia profesional (1973-1983). Santiago de Chile: Universidad Alberto Hurtado, 2018, 271 pp
- Juan Miguel Espinoza Portocarrero
- López Soria, José Ignacio y Nashely Lizarme Villcas. El pensamiento de los ingenieros sobre el Perú (1850-1930). Lima: Centro Historia Universidad Nacional de Iingeniería, 2021, 2 tomos
- Leticia Quiñones
- Lynteris, Christos (ed.). Framing Animals as Epidemic Villains. Histories of Non-human Disease Vectors. Cham: Palgrave Macmillan, 2019, 247 pp.
- Ricardo Morales González
- Rice, Mark. Making Machu Picchu. The Politics of Tourism in Twentieth- Century Peru. Chapel Hill: University of North Carolina Press, 2018, 252 pp., ilust.
- Nino Bariola
Os cristãos e a política no Brasil contemporâneo: laicidade em disputa, Estado em colapso, religião em efervescência / Revista Brasileira de História das Religiões / 2021
O presente dossiê teve contribuição de treze excelentes textos que nos ajudam a contribuir a atuação intercessão entre cristãos e a política brasileira mais recente. Pode-se dizer que política e religião a cada momento, a cada nova configuração governamental se relacionam de forma distintas tal como narram Judith Butler e Gayatri Spivak (2007) sobre a arena dos diferentes estados nacionais. Agora, nos diferentes estados acaba que se tornou em alguns aspectos, caracterizado pelo questionamento da laicidade por seus atravessamentos.
1 A laicidade e o esboço de suas formas
Assim, uma questão da hora que se coloca sobre as desventuras de religião e política é sobre o aparato caraterizado como “laicidade” no âmbito dos Estados, sobretudo, nas questões da abstenção da religião. Esse sentido e grau de abstenção envolve no âmbito da sociedade uma infinidade de “embates de interpretações envolvidos sobretudo nos nichos promotores e suas diferentes apreensões religiosas” (RICOEUR, 1995, p.313). Esse curto-circuito de intensos conflitos foram apontados em linhas gerais em importante entrevista de Paul Ricoeur de 1995 – um dos raros textos que tratou dessa topografia teórico-social.
A definição de laicidade, as conexões de religião e política no âmbito dos Estados, é primeiro uma variável da conjuntura da gestão governamental do estado. Paul Ricoeur (1995) admite sobre isso que a noção de laicidade é diferente no Egito, na França, Portugal, Gabão e Inglaterra, nisso se alinha com teóricos com Nicos Poullantzas (1976), Judith Butler e Gayatri Spivak (2007) que a interpelação nos estados é uma variável local dependente de cada história social da religião oficial e do conjunto de forças hegemônicas. Por exemplo, Poullantzas (1976) indica que a Inglaterra respeita seu processo de laicidade respaldando os conflitos religiosos internos, mesmo assumindo, a partir a figura da rainha como liderança rainha e dirigente anglicanismo. A laicidade inglesa é descrita por Christian Smith (2003) vai designar de aberta para experiencias de fé, mesmo dando a primazia para o cristianismo de Westminster.
De igual forma Smith (2003) escreve sobre a França emergida no ambiente da Revolução Francesa, prorrogou um critério de laicidade, de retirada de símbolos e expressões religiosas dentro dos gabinetes até o ano de 2018. Por isso, Smith (2003) vai chamar o estado francês de “fechado” as discussões, diálogos e embates das expressões de fé. A partir de 2013, com uma série de campanhas e levantes mulçumanos e de migrantes acarretou na revisão da noção francesa de abolição de símbolos religiosos, até porque ocorriam cobranças das populações mulçumanas por conta das rezas diárias que se fazem na direção de Meca. Essa revisão de décadas da laicidade francesa se deu como uma série de acusações das populações emigradas que se referiram “o racionalismo europeu como racista” (PORTIER, 2019).
2 Laicidade no âmbito da sociedade
A noção de laicidade brasileira é ligada a laicidade portuguesa, uma forma mista das operações dos ambientes ingleses e franceses. Por isso Smith (2003) utiliza a expressão laicidades “mistas”, o que se torna mais desafiadora para as análises, pois admite internamente duplicidades de narrativas e aparentes contradições de argumentos.
Só por isso, afirma-se a importância desta edição da Revista Brasileira de Histórias das Religiões/ANPUH, com a discussão sobre cristãos e política em tempos difíceis.
Ao olhar mais o panorama da sociedade, ainda que sobre as sinalizações dos teóricos franceses, Phillip Portier (2011, p.190-195) indica-se que exista “há a laicidade do Estado, que pode ser referida com uma palavra: abstenção, com conotações restritiva e negativa”. O “Estado laico deve assumir papel de neutralidade em relação à religião e, consequentemente, às instituições religiosas” (PORTIER, 2011, p.195). Logo, seus representantes e estatutos não deveriam privilegiar ou posicionar-se de maneira agressiva em relação a nenhuma manifestação religiosa, o que para Paul Ricoeur (1995) esse caminho seria de uma espécie de “agnosticismo estatal”. Nesse sintagma a separação entre Estado e religião não implica simples ignorância de um em relação ao outro, mas, “há o intento de delimitar de maneira adequada o papel de cada um, de maneira que a religião seja reconhecida pelo Estado como entidade, com regimentos, registro e estatuto público, submetida às leis que regem os demais grupos e agremiações sociais” (RICOEUR, 1997, p.81).
Em termos jurídicos as instituições religiosas não têm o poder centralizador, configurando-se como mais uma associação dentre as outras, portanto, a religião não é “todo o estado, mas parte dele” (PORTIER, 2011, p.196). Paul Ricoeur (1995 p. 181), está convencido de que este conceito de laicização se mostra mais normativo do que efetivo, quando diz: “creio que é preciso ter mais sentido histórico e menos ideológico, para abordar os problemas ligados à laicidade”. O que se quer esmiuçar: os diversos Estados-nação, a partir de sua formação histórica peculiar, há mobilizações próprias sobre as religiões e as instituições estatais.
Junto a esse conceito de laicidade existe outro mais dinâmico. Quando se analisa no âmbito da sociedade civil, a laicidade coloca-se como embate de posicionamentos distintos, como pluralidade e diversidade de perspectivas. Esses conflitos de posicionamentos pressupõe uma sociedade marcada pelo pluralismo de concepções de mundo, de crenças, de ideias, de ideologias, de interpretações e de convicções. Em uma sociedade marcada por esta diversidade, a laicidade assume caráter dinâmico em razão do campo de disputas que se instaura. Esse “conflito de interpretações” não tem por objetivo a harmonização, um consenso. Mas, antes, assume-se que, em muitas questões, a impossibilidade de um acordo é patente. O que não é negativo, desde que se preserve as partes em desacordo. O conflito das interpretações, desde que se preserve os atores e seus argumentos, é uma forma de preservação das liberdades e dos conjuntos.
3 Tensões e questões da laicidade em disputa no Brasil
No Brasil atual, em que cada vez mais se aumentam os atravessamentos entre religião e política, deve-se lembrar que os conflitos de interpretações religiosas são inerentes a formação do Estado republicano (1889) que se mantém neutro, ao menos oficialmente, em relação a instituições religiosas, ou então, deveria ser mantido. Com esses dados sobre religião e política no Brasil podemos vislumbrar incursões dos atores religiosos, em especial católicos e evangélicos, na construção de uma patrulha ideológica nos postos do Estado brasileiro e sua ocupação efetiva, e, todos os níveis, local, regional e federal e se espraiando pelos três poderes. Daí a importância desse dossiê, e sobretudo, que a laicidade brasileira não seja um conceito dado, fixo, mas se encontra em disputa.
É o que se pode perceber, quando o atual Presidente da República, Jair Messias Bolsonaro, afirmou em 2019 no maior evento evangélico do país, a Marcha para Jesus: “O país é laico, mas eu sou cristão”. Está ocorrendo um claro deslocamento da neutralidade do estado, e o se preservando as partes nos conflitos religiosos internos a nossa sociedade (PY, 2020). Por outro lado, isso sempre foi uma ponta de disputa, como por exemplo, com o advento do Estado de 1892, na primeira Carta Constitucional da República, tratou-se sobre a laicidade brasileira, e por conta dela o clero viram a necessidade de tentar “recatolicizar”, e passaram a investir nas novas instituições republicanas, buscando influenciar decisões políticas e sociais por meio da formação de uma elite intelectual católica (SILVEIRA, 2019).
Um dos marcos desse início e reação católica foi a promulgação, em 1916, da Carta Pastoral de Dom Sebastião Leme, arcebispo de Olinda e Recife, tornou-se, mais tarde, arcebispo e cardeal do Rio de Janeiro pelas mãos do Papa Pio XI (SILVEIRA, 2019). A Carta Pastoral fazia parte de um momento que se delineava desde a origem da República Brasileira, quando a Igreja Católica reuniu suas forças para consolidar reformas internas, como o recrutamento de novos membros estrangeiros para as ordens religiosas, a criação de novas dioceses e a consolidação de um discurso e de uma ação mais homogêneos (SILVEIRA, 2019). Assim, o dossiê apresentará uma série de reflexões teóricas e de objetos empíricos, construtos de seus autores e autoras, na forma de treze artigos que brindam os leitores e pesquisadores dos temas do Brasil contemporâneo.
4 Os artigos do dossiê
Logo em seguida, o trabalho intitulado “Pela “família tradicional”: campanha de candidatos evangélicos para a ALEP nas eleições de 2018”, escrito pelos pesquisadores Frank Antonio Mezzomo, Lucas Alves da Silva, Cristina Satiê de Oliveira Pátaro, discutem a partir do material de campanha (coletado nas redes sociais e sites) de alguns candidatos a deputados estaduais no estado do Paraná, seus posicionamentos políticos. Os temas centrais encontrados em geral foram: a defesa da escola sem partido, a luta contra a ideologia de gênero, e debates sobre a reprodução da vida. A preocupação destes candidatos é em geral com temas religiosos e morais.
A pesquisadora-docente Dora Deise Stephan Moreira contribui com o artigo denominado “A trajetória de Marcelo Crivella: de cantor gospel a prefeito da segunda maior cidade brasileira em 2016”. O texto discute as ações adotadas pela Igreja Universal do Reino de Deus (IURD), para eleger inicialmente para o cargo de senador o bispo licenciado Marcelo Crivella, e depois, ao cargo a prefeitura do Rio de Janeiro que foi eleito em 2012. A dança entre a imagem religiosa e a imagem política se complexifica e é utilizada por Crivella de forma instrumental, ao sabor das circunstâncias políticas-eleitorais. Em todas as campanhas disputadas por Marcelo Crivella houve a vinculação da sua imagem com o projeto Nordeste. Projeto este desenvolvido pela IURD para fins sociais. Percebeu-se a associação do referido político com a questão midiática, assistencial, religiosa e moralista.
O próximo texto a ser apresentado e de autoria do docente da Universidade do Estado do Pará Saulo Baptista. O título do seu trabalho é “Os Evangélicos e o Processo Republicano Brasileiro”. No início do seu trabalho, o autor faz uma recapitulação histórica da chegada dos protestantes em terras brasileiras e sua presença pública em contraponto a hegemonia católica. Logo em seguida, contextualiza o surgimento e o desenvolvimento dos pentecostais e dos neopentecostais na política brasileira. O texto termina com uma eximia reflexão a respeito da presença dos evangélicos na atual conjuntura política nacional.
O docente Aldimar Jacinto Duarte e Seabra Vinicius contribuem com este número com o texto chamado “O campo político e o campo religioso a partir dos jovens ligados a International Fellowship of Evangelical Students (IFES) na América Latina”. Muito interessante a reflexão desenvolvida a respeito da postura, aparentemente, apolítica do grupo do IFES. Para chegar a esta conclusão foram aplicados questionário via Google-Forms em vinte países da América Latina, obtendo 228 respostas. A análise dos dados foi feita a partir dos conceitos da teoria de Pierre Bourdieu. Tal grupo é majoritariamente formado por jovens universitários.
Os pesquisadores Ricardo Ramos Shiota e Michelli de Souza Possmozer escreveram o texto denominado “O Brasil cristão da Frente Parlamentar Evangélica: luta pela hegemonia e revolução passiva”, que discute a partir das informações contidas no Facebook da Frente Parlamentar Evangélica (FPE), criada em abril de 2019. Sabemos que a FPE é entusiasta apoiadora do governo Jair Bolsonaro (sem partido), sobretudo pelo alinhamento ideológico na defesa das pautas de costume ou morais, fundamentalismo religioso e defesa de postura vinculadas aos expecto ideológico de extrema direita. Foram analisadas 209 publicações, entre 01 de abril e 31 de outubro de 2019. A teoria escolhida para analisar os dados foram os conceitos desenvolvidos por Gramsci.
Os autores Cézar de Alencar Arnaut de Toledo e William Robson Cazavechia adotaram como título do texto, “As Formas de Adaptabilidade do Neopentecostalismo Brasileiro à Mídia” e discutem a presença do conservadorismo religioso neopentecostal na mídia brasileira. Historicamente os evangélicos tiveram concessão de rádio, tv, criaram páginas de internet, e o uso das redes sociais com o intuito de posicionarem a respeito dos mais variados temas nacionais na perspectiva do fundamentalismo cristão. O texto é instigante e nos mostra como a mídia é bem trabalhada por este grupo religioso no Brasil.
O texto publicado foi de autoria dos autores Fabio Lanza, Luiz Ernesto Guimarães, José Neves Jr. e Raíssa Rodrigues, cujo título é “Engajamento político e Renovação Carismática Católica em Londrina-PR (2014-2016)”. O texto discute os posicionamentos políticos dos grupos católicos carismáticos (RCC) na cidade de Londrina inteiro de São Paulo. A partir de visitas de campo e entrevistas semiestruturadas, os autores conseguiram perceber a visão de mundo das lideranças deste universo religioso sobre o atual momento político brasileiro, Em geral, os representantes ou postulantes da RCC a cargo para o poder legislativa ou executivo, defendem pautas conservadoras, são fundamentalistas religiosos e benefícios institucionais para organismos de inspiração carismática católica e outros segmentos da Igreja Católica no Brasil.
Ao discutir o governo Bolsonaro na relação religião e política, a união entre católicos e evangélicos tem evidenciado de forma rotineira. O texto “Entre a articulação e a desproporcionalidade: relações do Governo Bolsonaro com as forças conservadoras católicas e evangélicas” escrito por Marcelo Ayres Camurça Lima e Paulo Victor Zaquieu-Higino tenta compreender se esta aproximação pode ser caracterizada como uma ação ecumênica de extrema-direita, num contramovimento do que no passado caracterizou as tentativas de aproximação entre os diferentes grupos cristãos em torno, por exemplo, da Teologia da Libertação e das lutas sociais na América Latina. Uma forte indagação é feita e discutida ao longo do texto: nessa trama religioso-política de extrema-direita, o catolicismo estaria sendo “eclipsado” e o pentecostalismo destacado? Não tenha dúvida que o atual governo aciona a religião para fundamentar suas ações e visões de mundo na política.
O próximo trabalho a ser apresentado traz como título “Guerras culturais e a relação entre religião e política no Brasil contemporâneo” escrito pelos pesquisadores Roberto Dutra e Karine Pessôa. O texto versa da presença da moralidade na política, provocada pela religião nas eleições de 2018. Os autores recorrem as categorias da sociologia política sistêmica de Niklas Luhmann para analisar o fenômeno religião e política na eleição referida.
O artigo chamado “A ‘governabilidade’ petista” escrito pela pesquisadora Amanda Mendonça é bem interessante e supre lacuna na literatura a cerca religião e política, que versa sobre a relação do Partido dos Trabalhadores (PT) com os pentecostais e os católicos, no período que esteve à frente da presidência do Brasil. A autora mostra que evangélicos e católicos uniram-se em torno da defesa de pautas conservadoras e, ainda que dando alguma sustentação político-partidária, causaram conflitos com a gestão petistas por entenderem que a “essência” do governo era contrária ao seu ideário religioso. Por outro lado, os governos petistas ofereceram alianças, cargos e apoio direto e indireto – subvenção de comunidades terapêuticas religiosas para o tratamento de drogadições, concessões de rádio e TV por exemplo – aos grupos cristãos em nome da governabilidade, essa geringonça feita de modos heteróclitos e que em 2018 entrou em um novo patamar de crise.
Os pesquisadores do campo das relações internacionais Anna Carletti e Fábio Nobre com o texto intitulado “A Religião Global no contexto da pandemia de Covid-19 e as implicações político-religiosas no Brasil”, nos mostra como líderes religiosos no Brasil e no mundo reagiram a pandemia Covid-19. Os pesquisadores André Ricardo de Souza e Breno Minelli Batista contribuem com o trabalho intitulado “Os efeitos políticos no Brasil dos sete anos iniciais do Papa Francisco”, tentando compreender as relações políticas e religiosas do Papa Francisco com o governo Jair Bolsonaro (sem partido). Sabemos que o Papa Francisco assume o papado em 2013, logo após, a renúncia do atual Papa Emérito Papa Bento XVI.
E por fim, o docente Graham McGeoch com o trabalho “Field Notes from Brazil: We don’t believe in Democracy”, faz uma interessante reflexão da presença dos elementos religiosos na atual conjuntura política brasileira, elegendo a eleição e o governo Bolsonaro como tema de análise. Daí, extraímos algumas perguntas: Que tipo de democracia é esta que temos e o porquê ela se enredou em uma trama político-religiosa de extrema-direita? É possível acreditar nesse tipo de democracia? E, por fim, que outra democracia podemos sonhar para sairmos uma relação disfuncional, inflamada e perversa entre cristianismo reacionário e política estatal (um estado de sítio) que a democracia liberal-representativa permitiu vir à luz.
Referências
BUTLER, Judith; SPIVAK, Gayatri. Who sings the Nation-State? Language, Politics, Belonging. New York: Seagull. 2007
POULANTZAS, Nicos (Org.), La Crise de l’État. Paris : Presses Universitaires de France, 1979.
PY, Fábio. Pandemia cristofascista. São Paulo: Recriar, 2020.
RICOEUR, Paul. Phenomenology and the social sciences. In: KOREBAUM, M. (Org.). Annals of Phenomenological Sociology, Ohio: Wright State University, 1977.
RICOEUR, Paul. O conflito das interpretações. Ensaios de hermenêutica. Rio de Janeiro: Imago, 1978.
RICOEUR, P. Leituras 1. Em torno ao Político. São Paulo: Edições Loyola, 1995.
SMITH, Christian. The secular revolution: power, interests, and conflict in the secularization of American public life. Berkeley: University of California Press, 2003.
SILVEIRA, Emerson. J. S. Padres conservadores em armas: o discurso público da guerra cultural entre católicos. Reflexão, PUCCAMPINAS, v. 43, 2019, p. 289-309.
Fábio Py – Professor do Programa de Políticas Sociais da Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Riveiro. E-mail: pymurta@gmail.com. ORCID: https://orcid.org/0000-0002-7634-8615.
Emerson Sena da Silveira – Doutor em Ciência da Religião, antropólogo, professor do Departamento e do Programa de Pós-Graduação em Ciência da Religião da Universidade Federal de Juiz de Fora, MG. E-mail: emerson.pesquisa@gmail.com. ORCID: https://orcid.org/0000-0002-5407-596X.
Marcos Vinicius Reis Freitas – Doutor em Sociologia pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCar). Docente do Curso de Pós-Graduação em História Social pela UNIFAP, Docente do Curso de Pós-Graduação em Ensino de História (PROFHISTORIA). (CEPRES-UNIFAP/CNPq). E-mail para contato: marcosvinicius5@yahoo.com.br. ORCID: https://orcid.org/0000-0002-0380-3007.
PY, Fábio; SILVEIRA, Emerson Sena da; FREITAS, Marcos Reis. Apresentação – Os cristãos e a política no Brasil contemporâneo: laicidade em disputa, Estado em colapso, religião em efervescência. Revista Brasileira de História das Religiões. Marigá, v.13, n.39, p.5-12, jan. / abr. 2021. Acessar publicação original [IF].
História social da literatura | ArtCultura | 2021
Sobre as relações dialéticas entre história e literatura Os textos que o leitor tem em mãos neste dossiê partem de um pressuposto comum: a literatura é um documento do seu tempo e do seu lugar. Soa tautológico quando historiadores sugerem que um documento histórico deve ser compreendido como parte inseparável do seu contexto, como resultado dos embates sociais, políticos, culturais e econômicos do seu tempo, do seu lugar; e, simultaneamente, produto e produtor desse contexto. Mas é preciso dizê-lo novamente, e provavelmente ainda será necessário dizê-lo outras vezes, porque tomar a literatura como produto do seu tempo e lugar, como documento histórico, tem sido um pressuposto que tem afastado, de modo inconciliável, os historiadores dos críticos literários. Não de todos os críticos literários, por óbvio, mas sobretudo daqueles que insistem em atribuir à literatura um lugar especial, reservando a ela o lugar mais elevado da imaginação, da criação, da fantasia, da liberdade. Nos artigos reunidos nesta coletânea, ao contrário, a literatura é um produto material, tão material quanto pregos e parafusos, exatamente por isso, um produto do mundo, do contexto, dos conflitos que o formam e informam. Leia Mais
Sobre Ontens. Paranavaí-Rio de Janeiro, v.1, 2021.
Sobre Ontens. Paranavaí-Rio de Janeiro, v.1, 2021.
- AS CIÊNCIAS HISTÓRICAS E O EVOLUCIONISMO CULTURAL DO SÉCULO XIX: A BUSCA PELO PASSADO ANCESTRAL por Geraldo Rosolen Junior…………………………………………………….
- A TEORIA E A PRÁTICA NA FORMAÇÃO DO PROFESSOR: UMA REFLEXÃO EDUCACIONAL, CRÍTICA E CONSTRUTIVA por Katiana Alencar Bernardo…………………………………………..
- HISTÓRIA ORAL COMO POSSIBILIDADE EM PRODUÇÕES DA DIDÁTICA DA HISTÓRIA E DO ENSINO DE HISTÓRIA: NARRATIVAS DE PROFESSORES(AS) por Mariana de Sá Gaspar…
- RAP: UMA BRICOLAGEM TÁTICA FRENTE A VIOLÊNCIA POLICIAL CONTRA OS NEGROS ESTADUNIDENSES por Paulo Roberto Krüger………………………………………………………….
Experiencias del ensayo. Intersecciones/figuraciones/prácticas | Marisa Muñoz
Si pensamos en «ensayo» en cuanto concepto, cierto impulso formativo puede llevarnos a conjugarlo casi mecánicamente con un presunto par, «error»: el binomio queda conformado y, con él, la praxis direccionada. Pareciera que, en el marco de una esfera homogénea, ensayar supone experimentar una y otra vez, errando hasta que aparece ¾se des-cubre¾ lo exento de error, o sea, la verdad. Ahora bien, la misma dupla ensayo-error habilita otro tipo de experiencia e, incluso, otro tipo de verdad. Ensayar puede ser abordada como la práctica que no rehúye el error, sino que lo subvierte. Ensayar puede sugerir errar en la medida en que abre el horizonte para experimentar sistemáticamente lo fallido. Y, quizás debido a eso, ensayar ha apuntado un tránsito errante de la escritura y la lectura: mientras las buenas costumbres de la Academia decimonónica han asociado el rigor y la potencia crítica a la configuración de un Sujeto impoluto, soporte de las Ideas y la Lengua; el ensayo se ha inmiscuido en el error, como si se tratara de una falla desestabilizante de semejante estructura. Experiencias del ensayo. Intersecciones, figuraciones, prácticas (Prometeo, 2019) se aventura de lleno ¾y sin red de protección¾ en este aspecto. Y lo hace de modo tal que busca expresar el temple huidizo del ensayo como experiencia del pensamiento. Más bien, lo rodea sin sitiarlo, sin capturarlo en los moldes acomodaticios de la discursividad teórica. Este movimiento de la reflexión, tan flexible como contundente, determina la potencia de la obra editada por Marisa Muñoz; pues constituye, al mismo tiempo, el fundamento de las experiencias anunciadas en su título. Leia Mais
Secretos fracturados. Estampas del catolicismo conspirativo en México | Fernando González
En septiembre de 2017 tuvieron lugar una serie de eventos en el Instittuto Tecnológico y de Estudios Superiores de Occidente (ITESO), la universidad jesuita de Guadalajara, que giraron alrededor de un foro sobre la despenalización del aborto, organizado por estudiantes de esa institución. De acuerdo con varios medios, la actividad estuvo a punto de cancelarse debido a la presión ejercida por grupos Pro-Vida. Gracias a la movilización de las organizadoras, quienes acusaron que se trataba de una forma de censura, el foro finalmente se llevó a cabo. En la carta de motivos para la suspensión del evento, las autoridades del ITESO argumentaron que “no existen las condiciones de respeto para dicho foro”. Esto fue corroborado por algunas participantes, quienes dijeron haber recibido amenazas. Incluso se rumoró que algunos de sus detractores se habrían organizado para ingresar al campus y “reventar el diálogo”.2 Para quien no esté familiarizado con la historia del catolicismo tapatío en el siglo XX, esta referencia puede parecer una nimiedad. Sin embargo, el clima de tensión y de amenazas desde cierta derecha católica hacia una universidad jesuita invocaba a un espectro que no ha dejado de rondar el presente mexicano. En este caso, las disputas parecían invocar al fantasma de los Tecos, aquella organización secreta que, en 1958, intentó tomar por asalto las instalaciones del ITESO. Leia Mais
Uma introdução à história da Historiografia brasileira 1870-1970 / Thiago Nicodemo, Pedro Santos e Mateus de Faria
Thiago Lima Nicodemo / Foto: Jornal da Unicamp /
O título é chamativo: Uma introdução à história da historiografia brasileira (1870-1970). O texto oscila entre o inventário das concepções de historiador ideal e a transmutação do objeto “historiografia” ou “história da historiografia”, na duração de um século: de reflexão dispersa em necrológios e artigos de jornal à disciplina curricular da formação universitária em História.
Thiago Lima Nicodemo (Unicamp), Pedro Afonso Cristovão dos Santos (UNILA) e Mateus Henrique de Faria Pereira (UFOP), os autores, são jovens pesquisadores da área de Teoria e História da Historiografia. Tentaram se livrar da história da historiografia brasileira como inventário de homens e livros em ordem cronológica, mas enfrentaram dificuldades comuns entre os que, em grupo, querem conciliar pensamentos e práticas historiográficas díspares na exposição de um discurso sobre a matéria. Leia Mais
Hacer la revolución. Guerrillas latino-americanas/de los años sesenta a la caída del Muro | Aldo Marchesi
En los estudios sobre América Latina a partir de los años sesenta hasta la actualidad se hace cada vez más necesario una mirada transnacional que reconstruya los procesos políticos, ideológicos, intelectuales y culturales que vivió la región, teniendo en cuenta las complejidades de un contexto de Guerra Fría marcado por el ascenso de diversas agendas políticas. Una de las temáticas que más ha cobrado relevancia en ese sentido es el análisis de los movimientos guerrilleros o revolucionarios que comenzaron a desplegarse tras 1959 en el continente. No obstante, la fuerte carga de afectos a su alrededor, la cercanía temporal, el llamado fracaso de muchos de estos movimientos y la falta de fuentes para historizarlos, son algunas de las escabrosas cuestiones que dificultan el trabajo del historiador del tiempo presente. Leia Mais
Una herencia que perdura. Petróleo, cultura y sociedad en Venezuela | Miguel Tinker Salas
El autor Miguel Tinker Salas es un venezolano nacido en Caripito, estado Monagas. Su niñez, adolescencia y parte de su juventud transcurrió en un campo petrolero residencial, dado que sus padres trabajaban para una empresa de este ramo, por lo que llegó a conocer de primera mano cómo se vivía en un campo petrolero residencial, qué valores culturales existían y qué conductas eran promovidas y ejecutadas allí. Actualmente es Profesor Titular del Departamento de Historia y Estudios Latinoamericanos del Pomona College, en Claremont (California). Doctor en Historia por la Universidad de California en San Diego, es especialista en temas sobre Venezuela, México y la diáspora latinoamericana en Estados Unidos. Ha publicado libros, ensayos y artículos diversos de su especialidad. Es también analista político y conferencista en temas nacionales e internacionales.
Su obra que reseñamos fue motivada en su investigación y escritura por los sucesos socio-políticos acaecidos en Venezuela entre los años 2002 y 2004: es decir, por las masivas movilizaciones a favor o en contra del gobierno del entonces presidente de la república, comandante Hugo Rafael Chávez Frías (1999-2013); un fallido golpe de Estado en abril de 2002; actos esporádicos de violencia socio-política, cuyo fin era promover la ingobernabilidad; un cierre patronal y una huelga general promovida por los gerentes de la empresa estatal de hidrocarburos (Petróleos de Venezuela Sociedad Anónima., mejor conocida por sus siglas PDVSA) y las fuerzas sociales y políticas de oposición entre diciembre de 2002 y febrero de 2003; un referéndum revocatorio del mandato presidencial en 2004 y el clima de incertidumbre y polarización que promovieron varios sectores de la sociedad. Todo lo cual puso al descubierto las profundas divisiones que existen al interior de la sociedad venezolana. Leia Mais
Chronos. L’Occident aux prises avec le Temps | François Hartog
Cronos. Occidente frente al tiempo, sería más o menos la traducción del título del último libro de François Hartog que acaba de salir en octubre del turbulento 2020, publicado por la acreditada editorial Gallimard. Es un libro de sólida madurez intelectual que refleja los años de trabajo y reflexión de uno de los grandes historiadores franceses de los últimos veinte años del siglo XX y de los primeros del XXI. También en este 2020 se cumplen cuarenta años de su primera gran obra: El espejo de Heródoto, producido también por las prensas de Gallimard. Leia Mais
História Regional: novas perspectivas / Revista Maracanan / 2021
A historiografia recente interpreta “região” como um conceito polissêmico, não apenas ligado a recortes espaciais, construídos por entidades político-administrativas, tais como os Estados-nacionais, como também a questões de identidade e de representação. O presente número da Revista Maracanan traz o dossiê “História Regional: novas perspectivas”, aqui vislumbrada como um campo de pesquisa em franco desenvolvimento, partindo de problemáticas concernentes às relações entre espaço físico e espaço social, referendando que toda divisão regional parte de uma definição política. Os estudos aqui apresentados ressaltam a importância de estudos sobre o Brasil em suas múltiplas diversidades e abordagens, que vão além das esferas de poder mais tradicionais. A região também é percebida em sentido ampliado, evocando o campo das lutas simbólicas, a partir do qual, portanto, tornar-se-ia possível investigar aspectos relativos aos debates sobre identidade(s) e memória social.
Diante disso, o dossiê “História Regional: novas perspectivas” reúne trabalhos que partem da perspectiva da história regional aqui explicitada, sem restrições temporais ou epistemológicas, permitindo um diálogo polissêmico e original. Inicialmente apresentamos duas entrevistas sobre História Regional como campo de estudos. As professoras Alessandra Izabel de Carvalho e Maria Silva Leoni falam de suas trajetórias, de como entendem e trabalham com História Regional e analisam as potencialidades e dificuldades da área no Brasil e na Argentina, respectivamente.
Essas entrevistas apresentam o debate que segue com o primeiro artigo de Maria Alice Ribeiro Gabriel intitulado “‘A doçura que envolve’: a culinária brasileira do Nordeste em Baú de Ossos”. Nele a autora faz uma análise da obra do médico e memorialista brasileiro Pedro da Silva Nava, destacando o valor histórico das referências do autor sobre alimentos, em especial a cozinha regional nordestina no século XIX e princípios do século XX. O artigo apresenta uma análise histórico-comparativa para examinar os temas relativos à alimentação e à culinária que emergem de episódios biográficos sobre a família Nava, além de aspectos culturais e sociais de pratos populares e tradicionais do Nordeste brasileiro.
O segundo artigo, de autoria de Clovis Antonio Brighenti & Osmarina de Oliveira, intitulado “Conflitos territoriais como espaço de disputas entre memória e história: Análise de processos judiciais da Itaipu Binacional contra os Guarani no Oeste do Paraná” desloca o debate sobre região para o sul do Brasil e, através da análise de algumas ações judiciais envolvendo a disputa por terra entre o povo Guarani e o Estado, os autores analisam um discurso construído em torno de elementos que confluem para desconsiderar a história Guarani e desconstruir a memória da ocupação territorial regional, apresentando o estado atual do debate sobre o tema.
O artigo de Fernando Vojniak, “Cultura escrita na Fronteira Sul: Uso políticos da escrita entre os Kaingang” dá continuidade ao debate envolvendo indígenas e questões regionais ao analisar os temas da cultura escrita e das práticas intelectuais indígenas, campos ainda pouco explorados pela historiografia. O foco está na apresentação panorâmica das possibilidades de análise em perspectiva histórica das práticas intelectuais e dos usos políticos da escrita entre os indígenas, especialmente os Kaingang.
O quarto artigo é de Marcelo Ferreira Lobo & Aline de Kassia Malcher Lima, intitulado “Jacobinos da Amazônia: Nacionalismo, trabalho e violência no Pará (1890-1920)”. Nele os autores analisam as tensões entre nacionais e estrangeiros em Belém do Pará nas primeiras décadas da República. Para os autores, a presença significativa de imigrantes, em grande parte portugueses, na cidade de Belém, proporcionou o acirramento de tensões étnicas, onde nacionalismo transfigurou-se em antilusitanismo e servem que gancho para o estudo da difusão de ideias nacionalistas entre os anos de 1890 a 1920 no Pará e as implicações no mundo do trabalho amazônico.
O quinto artigo é “Sobre os Dízimos e os Direitos de Saída na São Paulo Provincial” de Camila Scacchetti & Luciana Suarez Galvão e busca quantificar a trajetória ascendente do dízimo, posteriormente denominado direitos de saída, nas finanças públicas paulistas durante o século XIX. Para as autoras, com essa análise documental é possível traçar um paralelo entre a evolução cafeeira e as expectativas arrecadatórias provenientes do imposto incidente sobre a exportação na região de São Paulo.
Na sequência, “História regional sob a perspectiva dos processos civilizadores: possibilidades de pesquisa a partir do caso de Monte Alegre – PR”, artigo de Ana Flávia Braun Vieira & Miguel Archanjo de Freitas Junior, traz o debate sobre a cidade-empresa de Monte Alegre (atual município de Telêmaco Borba, Paraná), de propriedade das Indústrias Klabin. Os autores buscam compreender como a região conhecida como sertões do Tibagi se tornou uma referência para a industrialização e urbanização nacional de meados do século XX e o fazem analisando o conteúdo das crônicas de Hellê Vellozo Fernandes, publicadas no jornal O Tibagi entre 1948 e 1964. A partir desses textos são identificadas e apresentadas as sensibilidades que orientaram o processo de civilização naquela formação social, as esferas da vida às quais as publicações eram dirigidas e os processos de adequação comportamental e as ações de resistência.
Em “De Straßburg a Strasbourg: Marc Bloch, Lucien Febvre e o nascimento dos Annales” Jougi Guimarães Yamashita nos apresenta uma discussão bastante interessante sobre a importância da Universidade de Estrasburgo no processo de criação da revista Annales d`Histoire Économique et Sociale, liderado por Marc Bloch e Lucien Febvre. Estabelecendo uma relação alvissareira com a proposta do dossiê, o autor estabelece diálogos entre as estratégias políticas de reconhecimento da Alsácia como região francesa a partir de 1919, após o domínio alemão de quase quarenta anos. A partir da pesquisa realizada em algumas revistas históricas, Yamashita propõe uma análise dos esforços dos renomados editores em afirmar a região em questão como francesa, bem como a relação desse processo com a editoração dos Annales.
A seguir, Samira Peruchi Moretto, em seu artigo intitulado “O desmatamento e reflorestamento no Oeste de Santa Catarina nas décadas de 1960 e 1970”, propõe um estudo sobre o desmatamento do estado de Santa Catarina e as práticas empreendidas, sem preocupações ambientais, durante as décadas de 60 e 70 do século XX, de projetos considerados pela autora como “de cunho imediatistas”. A historiografia mais recente tem se aprofundado nas relações entre a História Ambiental e a História Regional e a pesquisa apresentada pela autora em seu artigo demonstra com êxito esses debates, a partir de uma base documental bastante diversificada.
O décimo artigo que compõe o dossiê se intitula “Os indesejados da seca: a imagem do sertanejo desde as narrativas da Revista Instituto do Ceará ao Campo de Concentração do Alagadiço (1877-1915)”, de autoria de Leda Agnes Simões de Melo & Camila de Sousa Freire, é um estudo sertanejo. Seu mote é a criação do primeiro campo de concentração do estado, o campo do Alagadiço, na seca do ano de 1915. Sua intenção é propor uma análise do discurso construído, na época, pelo Instituto do Ceará e por uma elite em torno dessa instituição, sobre a região, o pioneirismo cearense e a abolição da escravatura.
O próximo artigo que apresentamos é intitulado “No Asilo e no orfanato: crianças pobres e doentes em Goiás na primeira metade do século XX”, de autoria de Rildo Bento de Souza & Lara Alexandra Tavares da Costa. O trabalho toma como foco duas instituições de caridade leigas para crianças pobres e doentes com o objetivo de realizar um estudo sobre as relações de poder na cidade de Goiás, relacionando as estruturas políticas regionais com as formas de caridade assistencial adotadas pelas elites da cidade.
A seguir temos um artigo de autoria de Raimundo Hélio Lopes, “O general do Norte: Juarez Távora e o movimento pelo seu generalato no imediato pós-30”. O autor, através de pesquisas realizadas na documentação do arquivo pessoal de Juarez Távora e no acervo de imprensa da região norte, analisa as estratégias adotadas por Juarez Távora e seu grupo para tomar e demarcar a região, na conjuntura política do pós Revolução de 1930.
“Os agentes não humanos na construção da paisagem da Cidade-Parque: História da Arborização de Brasília-DF (1960-1980)”, assinado por Marina Salgado Pinto & José Luiz de Andrade Franco é mais um estudo que se vale das relações estabelecidas pela historiografia recente entre História Regional e História Ambiental. É apresentada uma análise feita sobre o processo de arborização de Brasília nas décadas de 1960 e 70. Considerando uma “visão utilitarista da natureza”, os autores problematizam a influência da mídia, dos agentes políticos e dos especialistas envolvidos no projeto na formação de um espaço urbano que controlasse a paisagem nativa e atendesse às demandas de controle dos poderes constituídos, harmonizando-as.
Fechando o nosso dossiê temos o artigo intitulado “O papel do Instituto Histórico na construção de memórias sobre a Baixada Fluminense (1971-1985)” de Eliana Santos Laurentino & Rui Aniceto Fernandes, analisa como o Instituto Histórico da Câmara de Duque de Caxias (RJ), foi útil para edificar uma memória de “Progresso” para o município, nos anos 1970. Explorando os usos do espaço físico do próprio Instituto em comemorações oficiais os autores sustentam que a memória não se constrói livremente, mas é alimentada por arquivos, aniversários e celebrações que foram usadas, nesse caso, para favorecer o diálogo com o regime político vigente.
Priscila Gomes Correa & Aline Farias de Souza são as autoras de “Política e Região: a Bahia da Modernização Conservadora e o primeiro governo estadual de Antonio Carlos Magalhães”. A nota de pesquisa, adjunta ao dossiê, apresenta um estudo baseado nos diálogos possíveis entre a História Regional e a História Política. Para tal, é feito uma análise do processo de construção do que as autoras chamaram de “região da Bahia da Modernização Conservadora”, durante o primeiro governo de Antônio Carlos Magalhães no estado (1971- 1975) e das mudanças provocadas no território baiano.
Na seção de artigos livres os trabalhos estão publicados “Quando os súditos se convertem em soldados: O pacto político ao Norte e ao Sul da América Portuguesa” de Christiane Figueiredo Pagano de Mello; “A narrativa poética de Joaquim Alves da Silva: polícia versus jagunços no oeste; e, sudoeste do Paraná” de Claércio Ivan Schneider; e, “A administração dos bens confiscados dos Jesuítas na Capitânia de São Paulo, 1760-1782” de Ilana Peliciari Rocha.
Por fim, este número é fechado com a tradução de um texto seminal de Martin Jay, professor Emérito da University of California-Berkeley. “‘Ei! Qual é a grande ideia?’: ruminações sobre a questão da escala na História Intelectual” discute sobre este ramo da historiografia a partir de uma proposta metódica que reconhece a ambiguidade semântica dos conceitos, por meio de uma leitura que considera a longa duração. O exercício de crítica do autor surge como uma resposta e alternativa à chamada História das Ideias tradicional.
Basta agora convidar o leitor a navegar no sumário do número 26 da Revista Maracanan. Desde já, desejamos boas leituras!
Isadora Tavares Maleval – Professora Adjunta da Universidade Federal Fluminense, Campos dos Goytacazes, Instituto de Ciências da Sociedade e Desenvolvimento Regional, Departamento de História. Doutora, Mestre e graduada em História pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro. E-mail: isadoramaleval@gmail.com http: / / orcid.org / 0000-0003-4882-7907 http: / / lattes.cnpq.br / 5004479701596418
Cláudia Atallah – Professora Adjunta da Universidade Federal Fluminense, Campos dos Goytacazes, Instituto de Ciências da Sociedade e Desenvolvimento Regional, Departamento de História. Professora do Programa de Pós-graduação em História Social da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Faculdade de Formação de Professores. Doutora em História pela Universidade Federal Fluminense; Mestre e graduada em História e Especialista em História do Brasil pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro. E-mail: clauatallah@gmail.com http: / / orcid.org / 0000-0001-5298-9939 http: / / lattes.cnpq.br / 2918940954094400
Susana Cesco – Professora Adjunta da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro, Escola de História. Professora do Mestrado Profissional em Ensino de História da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro. Doutora em História Social pela Universidade Federal do Rio de Janeiro; Mestre e graduada em História pela Universidade Federal de Santa Catarina. E-mail: susanacesco@gmail.com http: / / orcid.org / 0000-0002-1357-3743 http: / / lattes.cnpq.br / 1534977452527340
As organizadoras.
MALEVAL, Isadora Tavares; ATALLAH, Cláudia; CESCO, Susana. Apresentação. Revista Maracanan, Rio de Janeiro, n.26, 2021. Acessar publicação original [DR]
História da saúde e das doenças: instituições, discursos e relações de poder / História – Debates e Tendências / 2021
A saúde e as doenças não podem ser pensadas como conceitos estanques, a complexidade que envolve o estar são ou doente tem uma relação direta sobre como as sociedades interpretam e assimilam esses dois estados. Assim, a conceituação também está envolvida nas relações de poder, nas disputas discursivas que dizem respeito aos diversos comportamentos referentes à multiplicidade de doenças existentes.
O saber médico precisa ser problematizado nos diversos contextos, possibilitando ver como os discursos se articulam e garantem a sua condição de existência. Neste sentido, as representações sociais sobre as doenças estarão diretamente relacionadas com os mecanismos de controle, definição e exclusão dos indivíduos em diferentes conjunturas históricas. Leia Mais
Liberating Histories | Claire Norton, Mark Donnelly
Experimentamos un tiempo de incertidumbre, marcado por lo que algunos han denominado un cambio sin precedentes. La situación condicionada por problemas de precariedad económica, conflictos raciales y el ascenso de las nuevas derechas exige una constante reformulación de las formas bajo las cuales “observamos” los pasados y las circunstancias que nos impelen a interactuar con ellos en términos éticos y activos. Leia Mais
[Tiempo suspendido] Una historia de la desaparición forzada en México/1940-1980 | Camilo Vicente Ovalle
Entre 1940 y 1980, el Estado posrevolucionario se consolidó; alcanzó una etapa de crecimiento económico como nunca se había vivido en el México independiente. La estabilidad política era notable, sobre todo en comparación con el resto de Latinoamérica. La imagen de México en el exterior era de un país democrático, liberal y hasta progresista. Al interior, el mito de la Revolución mexicana sostenido por la “familia revolucionaria” organizada en el partido hegemónico -el Partido Nacional Revolucionario (PNR), el Partido de la Revolución Mexicana (PRM) y el (PRI) Partido de la Revolución Institucionalizada- era uno de los principales soportes ideológicos del sistema. Y, sin embargo, este retrato de un país “color de rosa” tenía su contraparte. Probablemente, uno de sus rostros más macabros es el de la desaparición forzada como práctica institucional contra los opositores al régimen. Éste es el tema principal de [Tiempo suspendido]. Leia Mais
Tessituras – Revista de Arqueologia e Antropologia. Pelotas, v.9, n.1, 2021.
Dossiê: Perspectivas Antropológicas Afrolatinas e Caribenhas: a atualidade do racismo, e neoliberalismo em nossos contextos
Editorial
Dossiê: Perspectivas Antropológicas Afrolatinas e Caribenhas
- APRESENTAÇÃO DO DOSSIÊ PERSPECTIVAS ANTROPOLÓGICAS AFROLATINAS E CARIBENHAS: A ATUALIDADE DO RACISMO, FASCISMO E NEOLIBERALISMO EM NOSSOS CONTEXTOS
- Luciana de Oliveira Dias, Rosane Aparecida Rubert, Vera Rodrigues
- EU EMPREGADA DOMÉSTICA: HERANÇAS, RESISTÊNCIAS E ENFRENTAMENTOS DAS TRABALHADORAS DOMÉSTICAS NO BRASIL
- Luciana de Oliveira Dias, Lyzyê Inácio Almeida
- “VIDAS NEGRAS IMPORTAM: O QUE DIZEMOS NÓS MULHERES NEGRAS ATIVISTAS, INTELECTUAIS E ARTISTAS”
- Vera Rodrigues
- NARRATIVAS ANTIRRACISTAS NO ENFRENTAMENTO AO CONTEXTO DE NEOFASCISMO: EDUCANDO SUJEITOS HISTÓRICOS NAS LUTAS
- Kelly Meneses Fernandes, Nivaldo Aureliano Léo Neto
- MATERIALIDADES DISCRIMINATÓRIAS: RACISMO CONCRETIZADO NO COTIDIANO
- Rafael de Abreu e Souza
- ETNOGRAFIA DA FECHAÇÃO: GÊNERO, RAÇA E PERFORMANCE DOS VIADOS DE FANFARRA NA BAHIA
- Vinícius Santos da Silva Zacarias
- JUVENTUDE NEGRA NA PEGADA DA TRANSGRESSÃO COMO PRÁTICA DE LIBERDADE: PERSPECTIVAS E ABORDAGENS ETNOMUSICOLÓGICAS
- Leonardo Moraes Batista, Thamara Collares do Nascimento, Danilo Cunha de Jesus dos Santos, Acsa Braga Costa, Victor Hugo Costa Cantuaria da Silva
- A RESISTÊNCIA DE MOVIMENTOS SOCIAIS E FEMINISMOS NEGROS NA ARGENTINA: UM PAÍS QUE SE CRÊ FENOTIPICAMENTE BRANCO E CULTURALMENTE EUROPEU
- DENISE LUCIANA DE FATIMA BRAZ
- LA AFRODESCENDENCIA EN LA ANTROPOLOGÍA URUGUAYA. UNA REFLEXIÓN AFRO REFERENCIADA.
- Fernanda Daniela Olivar
- PDF (ESPAÑOL (ESPAÑA))
- PERSPECTIVAS E RESISTÊNCIAS AFRO-COLOMBIANAS: NEOLIBERALISMO, MULTICULTURALISMO E CONFLITO SOCIAL ARMADO
- Luis Meza Álvarez
- CONSTRUINDO TERRITÓRIO NEGRO: O ESPAÇO HUMANITÁRIO DE PUENTE NAYERO (BUENAVENTURA-COL) E A LUTA ANTIRRACISTA NO DIREITO INTERNACIONAL
- Daniela Lima Costa, Marcos Queiroz
- A AFROPERUANIDAD COMO IDENTIDADE HEMISFÉRICA: A CONSTRUÇÃO DE IDENTIDADES RACIAIS E POLÍTICAS NA EXPERIÊNCIA MIGRATÓRIA NEGRA
- Camila Daniel
- O DESEMPRETECIMENTO PODE SER UMA PRÁTICA DE OTIMIZAÇÃO ESTÉTICA?
- Frantz Rousseau Déus
- RAÇA, COLONIALIDADE E PODER: DESDE ANTÉNOR FIRMIN
- Bruna Ribeiro Troitinho
- TRANSCULTURANDO A AMEFRICANIDADE DE LÉLIA GONZALEZ: DECOLONIALIDADES EM DEBATE
- Lourival Aguiar
- ENTREVISTA – JOHN SIMS: AS ARTES COMO MEIO PARA CATARSES ANTIRRACISTAS
- Fabiana Mendes de Souza
Artigos Livres
- BIOPODER E RACISMO ESTRUTURAL/INSTITUCIONAL: PENSANDO A SAÚDE BRASILEIRA ANTROPOLOGICAMENTE EM “TEMPOS DE CORONA VÍRUS”
- Jairo Hely Silva
- GÊNEROS PERDIDOS: POR UMA ARQUEOLOGIA TRANSFEMINISTA
- Violet Baudelaire Anzini
- AMAR E ODIAR LA PALOMA (URUGUAI): UMA PEQUENA LOCALIDADE COSTEIRA ENTRE O “INVERNO” E O “VERÃO”
- Daniel Cajarville Fernández
- PDF (ESPAÑOL (ESPAÑA))
Resenhas
- TEMPOS DE DIZER, TEMPOS DE ESCUTAR: TESTEMUNHOS DE MULHERES NO BRASIL E NA ARGENTINA.
- Daniele Borges Bezerra
- REMOÇÕES DE FAVELAS NO RIO DE JANEIRO: ENTRE FORMAS DE CONTROLE E RESISTÊNCIAS
- Nathalia Ferreira Gonçales
- LES MIGRANTS EN BAS DE CHEZ SOI
- Otávio Amaral da Silva Corrêa
- PDF (FRANÇAIS (CANADA))
- Práticas, conflitos, espaços: pesquisas em antropologia da cidade
- João Paulo Campos
Procesos Históricos. Mérida, n.039 (20) 2021.
Enero-Junio 2021
Editorial
- Editorial
- Artículos
- El escenario urbano: un espacio del desencanto. Fotografía y crítica a la modernidad venezolana (1963-2003)
- Fabiola Velasco Garípoli
- Implicaciones psicológicas de la actual crisis venezolana
- Leslie Arvelo Arregui
- ¿Dictaduras necesarias en África? Análisis del segundo régimen nguemista de Guinea, 1979-1996
- Miré Germain Palé
- Trágica y gloriosa unidad nacional. La fabricación monumental de Francisco de Miranda en el Panteón Nacional, 1895-1896
- Carlos Augusto Lindarte Castro
- Consideraciones sobre el país fallido y la destrucción de élites locales y regionales, Venezuela, siglo XX
- Horacio Biord Castillo
- La Damnatio Memoriae del Próximo Oriente Antiguo en el siglo XXI: D estrucción y saqueo del patrimonio histórico cultural del Museo de Bagdad , 2003
- Simón Vladimir Pérez Medina
- Bolívar como personaje literario heroico en la Biblioteca de Escritores Venezolanos Contemporáneos
- Robert Guerrero Pérez
Reseñas bibliohemerográficas
- Miguel Tinker Salas: Una herencia que perdura. Petróleo, cultura y sociedad en Venezuela. (Traducción del inglés por Ángela Thielen). Caracas, Editorial Galac, 2014, pp.379 (Original inglés: The Enduring Legacy. Oil, culture and society in Venezuela, 2013).
- Gilberto Quintero Lugo
Documentos
- Parte de la Batalla de Carabobo. Un documento redactado por el Libertador y que hoy publica la Revista Procesos Históricos, en conmemoración de la fecha bicentenaria de esta gloriosa batalla, a celebrarse el próximo 24 de junio de este año: junio 24, 1821-junio 24, 2021
- Simón Bolívar
Almanack. Guarulhos, n.27, 2021.
Almanack. Guarulhos, n.27, 2021.
Palavras para debate
- HISTÓRIA CONCEITUAL DO REALISMO MÁGICO – A BUSCA PELA MODERNIDADE E PELO TEMPO PRESENTE NA AMÉRICA LATINA
- Palavras para o debate | Iegelski, Francine
Dossiê
- FRONTEIRAS E RELAÇÕES TRANSFRONTEIRIÇAS NA AMÉRICA IBÉRICA | Bastos, Carlos Augusto
- BORDERLANDS AND ACCOMMODATION: SPANISH SOLDIERS AND AMERINDIAN NATIONS IN LOUISIANA AND FLORIDA (1763-1803) | Croguennec, Soizic
- SOBERANIA EM TERRITÓRIO ALHEIO: COMANDANTES E ESPIÕES IBÉRICOS NAS FRONTEIRAS DA AMÉRICA, SÉCULOS XVIII E XIX | Comissoli, Adriano
- La estructuración del régimen de intendencias en el Distrito del Sur en tres escenarios (1824-1830): Elecciones, administración territorial y justicia | Hanna, Santiago Cabrera
- ESTRATEGIAS DE CONTROL COMERCIAL EN EL ÁREA SUR ANDINA, 1830-1860: APROXIMACIÓN A CUATRO CASOS DE MERCADERES EXTRANJEROS ESTABLECIDOS EN LA REGIÓN TACNA-ARICA 1 | Rosenblitt B, Jaime
- “NOS CAMINHOS DE SÃO GREGÓRIO”: AS HIERARQUIAS SOCIAIS NA FRONTEIRA DO BRASIL COM O URUGUAI E O COMANDO REGIONAL DO BRIGADEIRO DAVID CANABARRO (C. 1831-1865) | Vargas, Jonas Moreira
- VASTIDÃO DOS GENTIOS BÁRBAROS”: CAMINHOS E FRONTEIRAS ENTRE O MARANHÃO E O BRASIL (1680-1700) | Chambouleyron, Rafael; Ibáñez-Bonillo, Pablo; Melo, Vanice Siqueira de
- FISCALIDADE E COERÇÃO NA FRONTEIRA: A AÇÃO DO ESTADO EM TERRITÓRIO LIMÍTROFE DO BRASIL MERIDIONAL EM MEADOS DO SÉCULO XIX | , Mariana Flores da Cunha Thompson Flores
- A NAÇÃO CONTRADITADA: AUTOBIOGRAFIAS DE ESCRAVIZADOS E O ABOLICIONISMO NOS ESTADOS UNIDOS (SÉCULO XIX) | Oliveira, Rafael Domingos
- INFLUÊNCIAS DA TERCEIRA REGÊNCIA DA ESPANHA NA OPINIÃO PÚBLICA: O FINANCIAMENTO AO PROCURADOR GENERAL DE LA NACIÓN Y DEL REY DURANTE AS CORTES DE CÁDIS1 | Santos, Bruno
- DIRIGENTES PARTIDÁRIOS, MUDANÇA POLÍTICA E PERCURSOS SOCIAIS: OS DESTINOS DE LIDERANÇAS DO PARTIDO CONSERVADOR PARANAENSE APÓS A QUEDA DO IMPÉRIO (DÉCADA DE 1890) | Gomes, Sandro Aramis Richter
- O “DIREITO DE NOBREZA” NA CULTURA JURÍDICO-POLÍTICA DO BRASIL IMPERIAL | Fonseca, Álvaro Monteiro Mariz
- A VISITA DE “SUA MAGESTADE O IMPERADOR” E OS PEDIDOS DE PERDÃO DE PRESOS DA CADEIA CIVIL DE PORTO ALEGRE | Cesar, Tiago da Silva
Resenha
- CONSTRUINDO FRONTEIRAS DENTRO DAS FRONTEIRAS DO IMPÉRIO DO BRASIL | Machado, André Roberto de A.
- UM SOLIDÁRIO TREZE DE MAIO: OS AFRO-BRASILEIROS E O TÉRMINO DA ESCRAVIDÃO | Soares, Rodrigo Goyena
- A POLITIZAÇÃO DO TEMPO HISTÓRICO NA INDEPENDÊNCIA DO BRASIL1 | Fortunato, Thomáz
- O DIREITO À LIBERDADE E A DIALÉTICA DAS RAÇAS NAS AMÉRICAS | Ferraro, Marcelo Rosanova
Paz en la República. Colombia, siglo xix | Carlos A. Camacho, Margarita O. Garrido e Daniel A. Guriérrez
Margarita Garrido | Foto: LaVozDeMacondo |
Este libro compilado es un esfuerzo muy pertinente por hacer la historia relevante para el presente. En medio de las controversias que han suscitado recientemente las negociaciones de paz con las farc y el eln, este grupo de historiadores se propone “enriquecer estos debates con el estudio de los periodos de paz decimononicos, con el fin de darle profundidad a la inmediatista mirada habitual” (p. 16). Ojala con mas frecuencia los historiadores nos animaramos a enriquecer el debate publico con una perspectiva de mas larga duracion, tan fundamental para la comprension de la coyuntura. Ademas de aportar profundidad historica, nos invitan a romper con la creencia generalizada de que la guerra ha sido una constante en la historia de Colombia. Para hacerlo, abordan el siglo xix, que repetidamente hemos llamado “el siglo de las guerras civiles”, y nos demuestran que no lo fue: afirman que, despues de 1839, cuando empieza la primera guerra civil propiamente dicha, hubo catorce anos de guerra y cien de paz. Los capitulos estudian las paces hechas tras cada una de las ocho guerras civiles del siglo xix y su conexion con el retorno posterior a la guerra. De esta manera, dirigen nuestra atencion a lo que ha sido mayoritariamente espacio negativo ante nuestros ojos, mas acostumbrados a ver la guerra.
A pesar de que el libro es sobre la paz, tambien nos ensena sobre las guerras civiles, pues la fluidez entre paz y guerra hace necesario estudiarlas atendiendo a las dos caras de la moneda. Cada capitulo explica las causas de una guerra (excepto el de Malcolm Deas, que aborda dos, correspondientes a 1885 y 1895), la forma como se negocio y alcanzo la paz, asi como las limitaciones de esta ultima que generaron la detonacion de una nueva guerra posteriormente. Los autores y autoras hacen enfasis en la heterogeneidad de las guerras, explicando en detalle las situaciones particulares que conllevaron a cada una de ellas y sus variaciones de region en region. La de los Supremos (1839-1842), estudiada por Luis Ervin Prado, no fue una: fueron una serie de levantamientos provinciales que tuvieron en comun un llamado a la federalizacion. La de 1851, abordada por Margarita Garrido, fue motivada por la abolicion de la esclavitud, pero tambien por la intervencion del Estado en asuntos de la Iglesia y de las provincias, asuntos que amenazaban la nocion del mundo y del orden social de los rebeldes. Leia Mais
Ciencia, lengua y cultura nacional. La transferencia de la ciencia del lenguaje em Colombia, 1867-1911 | Andrés Jimenez Ángel
Andrés Jimenez Ángel | Foto: UR |
Este libro se ocupa de la configuracion de la ciencia del lenguaje en Colombia desde 1867 —ano atado a las reformas educativas de los gobiernos del Olimpo radical y en el que se publico la primera edicion de la Gramática de la lengua latina de Miguel Antonio Caro y Rufino Jose Cuervo— hasta 1911 —fecha del deceso de Cuervo; Caro habia muerto en 1909—. Al insistir en el proceso productivo de la forma vernacula de un conocimiento tecnico con pretensiones universales, evita hacer enfasis en lo que se haya recibido de tradiciones intelectuales foraneas o valorar esa recepcion en los terminos del centro y la periferia. Asi, el principal valor del libro es que se concentra en la circulacion de un saber y los efectos de ese movimiento sobre el modo de ser de ese saber circulante.
Adicionalmente, el punto de vista de la circulacion asumido por Jimenez Angel nos permite desmitificar la unidad de los saberes para verlos en sus formas multiples, relativas a marcos espaciotemporales diversos. Gracias a ello, podemos enfatizar los aspectos locales del proceso y tambien dar a Europa un lugar mas adecuado en la vida intelectual de otros centros de produccion de conocimiento. Leia Mais
Soberanías fronterizas. Estados y capital en la colonización de Patagonia (Argentina y Chile, 1830-1922) | Albert Harambour
Soberanías fronterizas | Detalhe de capa |
Uno de los rasgos comunes en la historiografia sobre los procesos poscoloniales de formacion nacional en America Latina ha sido la nocion de la soberania como una fuerza civilizatoria encarnada en el estado,1 el cual se ha asumido a su vez como un aparato que se expande siguiendo una trayectoria centrifuga, absorbiendo gradualmente territorios y poblaciones por fuera de su control o resistentes al mismo. En esta lectura, el fracaso o exito de los estados se ha concebido frecuentemente como un efecto de su capacidad —o incapacidad— de extender su poder a la totalidad del territorio bajo su jurisdiccion, y de construir y sostener en el tiempo una identidad politica homogenea.
En contravia de esta nocion, Soberanías fronterizas. Estados y capital en la colonización de Patagonia (Argentina y Chile, 1830-1922) desplaza la atencion hacia los margenes del estado como epicentro que permite desentranar sus mitos fundacionales, logicas y efectos espaciotemporales. En un trabajo solido, sustentando en una variedad amplia de fuentes primarias, Alberto Harambour examina criticamente las dinamicas de expansion capitalista y construccion estatal en la Patagonia argentina y chilena durante el siglo xix y comienzos del xx. Leia Mais
Hacer la revolución. Guerrillas latino-americanas, de los años sesenta a la caída del Muro | Aldo Marchesi
Aldo Marchesi | Foto: Brecha |
Uno de los temas recurrentes en los estudios sobre la historia reciente de America Latina es la violencia politica de la segunda mitad del siglo xx. En particular, para el caso de los paises del Cono Sur, las reflexiones academicas en torno a las luchas sociales y politicas protagonizadas por distintos sectores y organizaciones armadas o civiles; la respuesta autoritaria de las dictaduras militares; sus respectivas consecuencias humanitarias; y los procesos de transicion politica hacia la democracia, han sido temas relevantes para el conjunto de las ciencias sociales de la region y del mundo. Pues bien, el libro del historiador uruguayo Aldo Marchesi, ganador del premio a “Mejor libro en Historia reciente y Memoria” de la Latin American Studies Association en 2020, nos presenta una version novedosa e integral sobre estas tematicas como resultado de su investigacion doctoral.
En el texto, el autor dibuja una geografia politica de la izquierda radical de los paises del Cono Sur a partir del trabajo riguroso con fuentes documentales y testimoniales que son utilizadas para presentar los distintos flujos estrategicos, biograficos e ideologicos de una cultura politica transnacional que fue construida y compartida por cuatro organizaciones armadas en el arco temporal comprendido por el estudio. Estas organizaciones fueron el Movimiento de Liberacion Nacional-Tupamaros (mlnt) uruguayo; el Ejercito de Liberacion Nacional (eln) boliviano; el Partido Revolucionario de los Trabajadores (prt) argentino y su estructura militar, el Ejercito Revolucionario del Pueblo (prterp); y el Movimiento de Izquierda Revolucionaria (mir) chileno. Leia Mais
Y a la vida por fin daremos todo… Memorias de las y los trabajadores y extrabajadores de la agroindustria de la palma de aceite en el Cesar, 1959-2018 | Centro Nacional de Memoria Histórica
SMNH. Y a la vida por fin daremos todo… | Detalhe |
Este libro es una reconstruccion colectiva de la memoria de las y los trabajadores y extrabajadores de la palma en el departamento del Cesar (Colombia) entre 1950 y 2018, donde hubo al menos 249 victimas que tuvieron relacion directa con la organizacion sindical. Las organizaciones que participan del informe son la Fundacion de Apoyo y Consolidacion Social para los desplazados por la Violencia en Colombia —fundesvic—, el Sindicato Nacional de Trabajadores de la Industria del Cultivo y Procesamiento de Aceites y Vegetales —sintraproaceites— y el Sindicato Nacional de Trabajadores de la Industria Agropecuaria —sintrainagro—.
Este ejercicio de memoria se llevo a cabo entre el 2017 y el 2018 y abarca seis decadas. Tuvo como trasfondo un conjunto de informacion proveniente de distintas tecnicas y fuentes: entrevistas, documentos personales de los afiliados a los sindicatos, talleres de memoria, prensa escrita, archivos institucionales, material secundario. Aunque es el primero que, desde el Centro Nacional de Memoria Historica (cnmh), tiene como eje central al sector palmero, la violencia antisindical ha sido abordada, a nivel de registro e investigacion, tanto por organizaciones no gubernamentales, como por entidades sindicales y academicos, desde hace ya al menos tres decadas en el pais.[1] Si bien el informe fue publicado por el cnmh en 2018, su lanzamiento publico no estuvo exento de polemica con la actual direccion del cnmh, en cabeza del historiador Ruben Dario Acevedo Carmona, teniendo lugar finalmente en la Universidad de los Andes, el 29 de mayo de 2019. En su momento, el portal La Silla Academica titulo el episodio como “la lucha de poder detras de la memoria”.[2] El capitulo introductorio del informe lleva por nombre “Siembra y ampliacion del cultivo de palma, conflictos laborales e inicios de la organizacion sindical”. Alli se describen los antecedentes de la llegada de la palma y el proceso social y politico de formacion de la organizacion sindical. El capitulo narra que antes de la llegada de la palma, en el Copey (norte del Cesar), habia cultivos de algodon, arroz, tabaco y sorgo, donde empresas como El Labrador s.a. y empresarios que vinieron de menos a mas en la region —tal es el caso de Alfonso Lozano Pinzon o Misael Carreno— jugaban un papel importante. A partir de relatos de exfuncionarios de una de las empresas formada en 1971, Palmeras de la Costa s.a., y de extrabajadores de Indupalma, se reconoce que el cultivo de palma comienza a entrar en San Alberto (sur del Cesar) entre 1958 y 1961 a traves de Agraria La Palma o Indupalma, y que su llegada, ademas de traer consigo “gentes de todas las regiones, facilita las primeras formas de organizacion de los trabajadores […] y la creacion del primer sindicato de Indupalma en 1963” (p. 39). Estos relatos dan cuenta del rol de los sindicatos en las huelgas de 1971 y 1977 y las distintas “acciones de presion” a Indupalma. Ademas, describen la institucionalidad comunitaria local impulsada por el activismo sindical, especialmente en San Alberto, a traves de la creacion de juntas comunales, comites de mujeres, comite de presos politicos, fondo de solidaridad, comite deportivo y creacion de barrios obreros como El Primero de Mayo (pp. 80-84). Leia Mais
Cultura y violencia: hacia una ética social del reconocimiento | Myriam Jimeno
Myriam Jimeno (terceira, da esquerda à direita) | Foto: Agência de Notícias UNAL |
Una reseña tradicional suele parecerse a un resumen analítico de la obra en cuestión. Para el caso, aquí se referiría a la compilación de catorce artículos sobre la violencia escritos por Myriam Jimeno entre 1996 y 2015. Los artículos están organizados en cuatro partes que incluyen, cada una, aspectos sobre la relación entre violencia, cultura, política y emociones. Si bien en el prólogo Joanne Rappaport recomienda leer los artículos en orden cronológico y tomar el concepto “configuración emotiva” para evidenciar cómo la autora fue evolucionando en su investigación, esta recomendación de la prologuista también tiene intención pedagógica: mostrarles a los estudiantes que “la investigación es algo que se desarrolla a través del tiempo y que nunca es algo aislado y puntual” (p. 8).
En lo metodológico, se destacan dos consideraciones, una inductiva y otra deductiva. Sobre la primera, Jimeno subraya que la compilación de artículos retoma la tradición antropológica de entender los fenómenos sociales a partir de la comprensión que sobre ellos tienen los propios actores sociales. Luego de tamizar estos relatos un investigador haría evidentes las regularidades detectadas. En la deductiva, se identifican algunos trabajos que han procurado relacionar el análisis sobre subjetividad y violencia con los macroprocesos políticos o históricos. En este mismo enfoque se ubican los artículos de la tercera parte, destacando entre ellos uno sobre el partido radical del siglo xix . Leia Mais
El mundo en movimiento. El concepto de revolución en Iberoamérica y el Atlántico norte (siglos xvii-xx) | Fabio Wasserman
Fabio Wasserman | Foto: Ana López |
En las ultimas dos decadas el examen de los conceptos politicos fundamentales ha sido un campo de estudio que sigue produciendo interesantes resultados.
A partir de la red Iberconceptos y la elaboracion del Diccionario político y social del mundo iberoamericano —que ya posee dos tomos—,1 se ha logrado examinar la importancia de una veintena de conceptos claves para comprender el devenir de los procesos sociopoliticos de diversos paises entre 1750 y 1870. Precisamente este libro, bajo la compilacion de Fabio Wasserman, amplia y enriquece esta linea investigativa centrando su mirada especificamente en el concepto “revolucion”.
Ademas, incorpora otros procesos de transformacion politica y social que antecedieron o sucedieron paralelamente a los desarrollados en Iberoamerica, tales como los ocurridos en Inglaterra, Francia, America del Norte y las Antillas Francesas. Leia Mais
Arte abstrata no Brasil: novas perspectivas | MODOS. Revista de História da Arte | 2021
A arte moderna dos anos 1930 e 1940 e as práticas abstratas dos anos 1950 são comumente tratadas como temas separados. No estudo da arte brasileira de meados do século XX, a disciplina de história da arte e sua dependência de associações teleológicas e já mapeadas, entre estilo e periodização, enfatizaram uma ruptura depois de 1945 e mitigaram a percepção das continuidades e transformações entre arte e a política da ditadura do Estado Novo, bem como as do Brasil da democratização depois da II Guerra Mundial. As colaborações sociais e de ativismo entre grupos de artistas de diferentes vertentes pode já ser observada durante as três edições do Salão de Maio (1937-1939) em São Paulo. Precisamente em sua segunda edição, em 1938, quando o artista Flávio de Carvalho passou a organizar a exposição, as alianças entre estéticas divergentes emergiram, indo de tendências realistas à abstração. Durante sua longa viagem à Europa em 1934, que ele havia iniciado pela Inglaterra, Carvalho entrou em contato com o grupo do artista Ben Nicholson e do crítico Herbert Read. Em seguida, Carvalho os convidou para participarem do salão, e a presença de artistas ligados aos grupos de arte concreta na Inglaterra, França e na Alemanha tornou-se um elemento definidor da mostra. Não houve qualquer reação estética ou crítica a esta tendência naquele momento, mas o papel que esses grupos tiveram em movimentos antifascistas foi bastante comentado1. A manifestação da oposição do meio artístico a formas autoritárias de poder coincidiu, no contexto brasileiro, com a crescente simpatia do Presidente Getúlio Vargas tanto por seus pares nazistas quanto pelos fascistas, bem como a criação de uma comissão especial de concessão de vistos de permanência para imigrantes de origem judaica em 1938, que limitou a emissão de vistos a 20 por ano 2. Leia Mais
As cores do Novo Mundo: degeneração, ideias de raça e racismos nos séculos XVII e XVIII | Bruno Silva
Quando Diderot e d’Alembert concluíram a Encyclopédie, esse enorme empreendimento intelectual coletivo que buscava concentrar e ordenar o conhecimento possuía mais de 70.000 artigos. No entanto, nenhum deles era dedicado à América. A falta de um verbete sobre o continente americano no que foi descrito por Robert Darnton (1986, p. 247) como “o texto supremo do Iluminismo” é reveladora do espaço dedicado ao Novo Mundo nas reflexões de alguns membros da intelectualidade europeia do período das Luzes. A partir de lógicas hierarquizadoras, as terras americanas e seus habitantes foram, muitas vezes, relegados aos estágios inferiores de desenvolvimento ou de “civilização”.
Essa ausência viria a ser contornada apenas no Supplément à l’Encyclopédie, publicado entre 1776 e 1777, que não contou com a participação direta dos principais organizadores da obra original. Nele, o verbete Amérique2 é dividido entre dois autores. As questões geográficas entremeadas por debates acerca da fiabilidade das fontes sobre o Novo Mundo foram abordadas por Samuel Engel, cartógrafo ilustrado suíço que já havia dedicado uma obra ao continente americano, na qual buscava determinar como, quando e por quem essas terras teriam sido povoadas (ENGEL, 1767). Por sua vez, as discussões envolvendo os indígenas, a natureza e as influências deletérias do clima couberam a Cornelius de Pauw. Em sua parte do verbete, o intelectual prussiano descreve um continente, bem como seus habitantes, marcado pela inferioridade e pela falta em seus múltiplos aspectos: de animais de carga, de disposição e maturidade para o trabalho físico e intelectual por parte de seus moradores, de condições climáticas favoráveis à agricultura e ao desenvolvimento das sociedades, entre várias outras ausências. Leia Mais
Narrativas no eurocéntricas y su influencia en la enseñanza, investigación y producción histórica actual en los tiempos modernos y contemporáneos/Revista Escuela de Historia/2021
Tenemos el agrado de presentar la segunda entrega del dossier con los trabajos presentados a la mesa “Narrativas no eurocéntricas y su influencia en la enseñanza, investigación y producción histórica actual en los tiempos modernos y contemporáneos”, celebrada en el marco de las XI Jornadas de Historia Moderna y Contemporánea, organizadas por la Universidad Nacional de Sur en abril de 2021. Leia Mais
Revista de Ensino de Geografia. Uberlândia, v.12, n.22, jan./jun. 2021.
- Editoria
ARTIGOS
- ENSINO DE GEOGRAFIA E HISTÓRIA NA ALFABETIZAÇÃO E NO LETRAMENTO: CIÊNCIAS HUMANAS E CONSTRUÇÃO CURRICULAR NO INÍCIO DA ESCOLARIZAÇÃO
- Gilvan Charles Cerqueira de Araújo
Tiago Fernandes Rufo
GEOGRAFIA NOS ANOS INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL: FORMAÇÃO E DESAFIOS NA PRÁTICA DA DOCÊNCIA - Rizonete Maria Ramos da Silva
Nelcioney José de Souza Araújo - JOGOS DIGITAIS E O ENSINO DE GEOGRAFIA: UMA REVISÃO SISTEMÁTICA DA LITERATURA NACIONAL
- Antonio Virginio Martins Neto
Carlos José Sabino Nascimento
Rogerio Junior Correia Tavares - PERSPECTIVAS DO RAP NA EDUCAÇÃO GEOGRÁFICA: O QUE PENSAM OS DOCENTES?
- Ana Luiza da Silva Indiano
- O ENSINO DE GEOGRAFIA NO BRASIL: DA INSTITUCIONALIZAÇÃO DO SABER GEOGRÁFICO ÀS
IMPLICAÇÕES DA LEI Nº 13.415/2017 E DA BNCC
Raiany Priscila Paiva Medeiros Nonato
Cícero Nilton Moreira da Silva - ENSINO DE GEOGRAFIA EM TEMPOS DE PANDEMIA: DESAFIOS DO ENSINO REMOTO E DAS TECNOLOGIAS NA PRÁTICA DOCENTE
Joyce Caroline de Souza Souto
Nathalia Rocha Morais - A QUESTÃO ÉTNICO-RACIAL E O ENSINO DE GEOGRAFIA: UM ESTUDO A PARTIR DE MAPAS DA ÁFRICA ELABORADOS POR DOCENTES DOS ANOS INICIAIS DA EDUCAÇÃO FUNDAMENTAL
Marcos Aurélio Soares da Silva
Adelina de Oliveira Novaes - O PATRIMÔNIO CULTURAL NO ENSINO DE GEOGRAFIA: APORTES PARA UMA VISÃO DECOLONIAL DO ESPAÇO GEOGRÁFICO
- Tatiana Colasante
Alini Nunes de Oliveira
Fabiane de Oliveira Domingos - LEVANTAMENTO E APLICAÇÃO DE TECNOLOGIAS DIGITAIS DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO NO ENSINO DE GEOGRAFIA
- Camila Martins
Ricardo Tombesi Macedo
Sidnei Renato Silveira - A GEOGRAFIA NO CONTEXTO LATINO-AMERICANO: DECOLONIZANDO ESTEREÓTIPOS REPRODUZIDOS PELO LIVRO DIDÁTICO
- Glemilson Moraes Pascoal
- O ESPAÇO GEOGRÁFICO ESCOLAR NA PRÁTICA EDUCATIVA DO ENSINO BÁSICO
- Évelyn Freire da Silva
Janete Regina de Oliveira - IDENTIFICANDO CINCO DESAFIOS DE INVESTIGAÇÃO EM EDUCAÇÃO GEOGRÁFICA PARA A PRÓXIMA DÉCADA
- Cristiana Martinha Maia Oliveira da Fonseca Abay
- DE POUSO À REGIÃO METROPOLITANA: POTENCIALIDADES DA PRÁTICA DOCENTE INTERDISCIPLINAR NO ESTUDO DA CIDADE
- Viviane Lousada Cracel
Glaucia Regina Damiani Passos Camargo
Lúcia Helena Caldas - ALTERNATIVA METODOLÓGICA PARA CONSTRUÇÃO DE UM “MAPA AFETIVO” DO MUNICÍPIO NO CONTEXTO DE ENSINO REMOTO DE GEOGRAFIA
- Derik Ribeiro de Paiva
RELATOS DE EXPERIÊNCIAS E PRÁTICAS
- APRENDIZAGEM GEOGRÁFICA NO CONTEXTO DA PANDEMIA DA COVID-19: RELATO DE EXPERIÊNCIA COM TOUR VIRTUAL EM MUSEUS COMO POSSIBILIDADE NO ENSINO
Malena Silva Nunes - USO DOS APLICATIVOS GPS-STATUS E GOOGLE EARTH EM TRABALHO DE CAMPO DE GEOGRAFIA NA ESCOLA
- Rafael Alves de Freitas
- O ENSINO DA GEOGRAFIA SUPERANDO FRONTEIRAS: A APRENDIZAGEM DO LUGAR ESTANCIADO EM FORMA LÚDICA, LIBERTA E VICISSUTIDINÁRIA
- Sarah Julyana Coelho de Albuquerque
- O TESTAMENTO BIOGEOGRÁFICO DO PAU BRASIL: ATIVIDADE LABORATÓRIO DE ENSINO EM GEOGRAFIA
- Aldeíze Bonifácio da Silva
Travessias no Atlântico Negro: reflexões sobre Booker T. Washington e Manuel R. Querino | Sabrina Gledhill
De certa maneira, os historiadores são verdadeiros parceiros dos eguns – ancestrais cujos mundos pretendemos reviver com nosso trabalho. Um dos exemplos mais claros disso tem sido o desenvolvimento da nossa compreensão da escravidão; abordagens inovadoras da história social têm nos ajudado a ouvir atentamente os escravizados e a dar voz à natureza horrenda da escravidão e à imensidão do esforço, fé e criatividade necessários para se sobreviver a ela. A biografia tem desempenhado um papel particularmente importante nesse sentido. Leia Mais
Narrativas no eurocéntricas y su influencia en la enseñanza, investigación y producción histórica actual en los tiempos modernos y contemporáneos/Revista Escuela de Historia/2021
Los trabajos que se presentan en este dossier son parte del resultado del trabajo realizado en torno a la mesa “Narrativas no eurocéntricas y su influencia en la enseñanza, investigación y producción histórica actual en los tiempos modernos y contemporáneos” celebrada en el marco de las XI Jornadas de Historia Moderna y Contemporánea, organizadas por la Universidad Nacional de Sur en abril de 2021. Leia Mais
Cadernos da Associação Brasileira de Ensino de Ciências Sociais. Rio de Janeiro, v.3, n.1, jan./jun. 2019.
Editorial
Apresentação
- Desafios, Autonomia e Resistência no Ensino de Ciências Sociais | Fernanda Feijó, Lígia Wilhelms Eras | PDF
Relato de Experiência
- Ensino de Teoria Política no Ensino Médio: entre a Sociologia e a História | Eduardo João Moro | PDF
Artigos
- A autonomia na mediação didática de professores de Sociologia do Ensino Médio diante dos livros didáticos | Marcelo Sales Galdino | PDF
- O Ensino de Ciências Sociais no Recôncavo da Bahia (Cachoeira, São Félix e Muritiba) a partir do olhar de Estudantes da Educação Básica | Luis Flávio Reis Godinho, Luciméa Santos Lima, Marcus Bernardes | PDF
- Reflexões sobre Formação de Professores e sua intersecção com a Antropologia e Políticas Públicas | Marcia Leitao Pinheiro, Carine Lavrador de Farias | PDF
- Diretrizes Políticas Dlobais de Educação e a Sociologia na escola secundária nos países da CPLP: entre recontextualizações, homogeneizações e hibridismos | Joana Elisa Rower, Bruno Gomes, Celeste Silvia Vuap Mmende | PDF
Entrevista
- História da Sociologia no Ensino Médio Brasileiro: A oficina sociológica de Mario Bispo dos Santos | Fagno da Silva Soares, Rafael Bezerra Gaspar | PDF
Línguas e variedades em contato no âmbito românico | LaborHistórico | 2021
Miña lingua le saca la lengua al disionario baila uma cumbia insima dus mapa i faz com a túnica i a moña uma cometa pra voar livre i solta pelo seu. (SEVERO, 2017, p. 19)1
Si bien la historia de los contactos lingüísticos se fusiona con la propia historia de las lenguas, la génesis de la investigación científica sobre el tema se remonta tan sólo al siglo XIX (cf. APPEL; MUYSKEN, 2005, p. 6-7)2. Entre sus precursores se encuentran nombres como los del austríaco Hugo Schuchardt –cuyos estudios contribuyeron a sentar las bases, por ejemplo, de la criollística como rama de la lingüística3 – y el estadounidense William Whitney, quien trató el problema de los préstamos como uno de los factores del cambio lingüístico4. Sin embargo, fue solamente a mediados del siglo XX, con la publicación de Languages in contact: Findings and Problems (1953) de Uriel Weinreich5, que empezó a consolidarse una nueva disciplina en el ámbito de la sociolingüística dedicada a los contactos entre lenguas –o entre sus dialectos y variedades6 –.
El contacto entre lenguas –como hecho cotidiano y universal– tiene múltiples causas: el desplazamiento masivo de personas –forzado o voluntario– como consecuencia de los procesos de conquista y colonización o de las sucesivas oleadas migratorias provocadas por los cambios sociales, políticos y económicos del mundo a lo largo de los siglos7 ; la interacción entre individuos en las zonas fronterizas8 ; la convivencia de grupos etnolingüísticos distintos –uno de los cuales por lo general minoritario– en un mismo territorio9 , etc. Son, asimismo, relevantes los contactos que se producen durante los procesos de adquisición o aprendizaje de una lengua segunda o extranjera10, así como los que propicia la práctica de la traducción11. Por último, se debe señalar que los contactos también pueden darse de forma virtual. En ese ámbito sobresale el papel de los medios de comunicación y, sobre todo, de la internet en la difusión de textos escritos y orales en lenguas “extranjeras” –especialmente las lenguas globales, como el inglés y, hasta cierto punto, el español12–. Así pues, el bi-/multilingüismo13 –y, por ende, las situaciones de contacto– pueden tener carácter individual o social, y presentar diferentes grados de simetría –o sea, dominio más o menos similar de ambas lenguas por parte de un mismo individuo, o función y prestigio más o menos similares de diferentes lenguas (o dialectos) al interior de una dada comunidad, en el caso de que el bi- /multilingüismo sea social– (cf. APPEL; MUYSKEN, 2005 14; KABATEK; PUSCH, 2011, p. 185 15). Leia Mais
Torto Arado | Itamar Vieira Junior
Torto arado conquistou, em 2018, o LeYa, maior prêmio concedido a romance inédito em língua portuguesa. Em 2020, recebeu o Jabuti de Melhor Romance e também o Prêmio Oceanos. Aclamado pela crítica especializada e consagrado pelo público, o livro escrito pelo baiano Itamar Vieira Júnior vem sendo traduzido em outros idiomas, a exemplo do búlgaro e do italiano. Nascido em Salvador, em 1979, o autor obteve, na Universidade Federal da Bahia, o título de Doutor em Estudos Étnicos e Africanos. Sua pesquisa sobre a formação de comunidades quilombolas no interior do Nordeste brasileiro confere lastro sólido à sua ficção. Transcorrida na Chapada Diamantina, a trama fala sobre um grupo de trabalhadores descendentes de escravizados, destacando suas formas de culto, suas lutas por sobrevivência, trabalho e posse da terra. Leia Mais
O dia em que Charles Bossangwa chegou à América | João Melo
Lançado em fevereiro de 2020, em Lisboa, O dia em que Charles Bossangwa chegou à América é o sétimo livro de contos de João Melo. Logo ao abrirmos essa edição, a lista de títulos registrados na página 3 leva- -nos, sem dúvida, à presença de um autor experiente: são doze volumes de poemas e sete de contos, ou seja, dezenove livros e 35 anos de envolvimento direto com a escrita literária. Com mais atenção, podemos também perceber, ao lado do empenho, uma certa contenção expressa na distância temporal entre as edições, fato que nos sugere um perfil cuidadoso, resistente às pressões do mercado, que tantas vezes quer fazer da literatura um produto como outro qualquer. No ritmo adotado por João Melo parece se projetar a morosidade afeita a uma concepção de escrita que recusa o pacto com a voracidade do presente que nos cerca. Leia Mais
Sem consentimento: a ética na divulgação de informações pessoais em arquivos públicos | Heather MacNeil
Heather MacNeil é uma das referências contemporâneas no campo arquivístico. Professora da Faculdade de Informação na Universidade de Toronto, no Canadá, suas pesquisas abordam temas que vão da confiabilidade dos documentos em ambientes analógicos e digitais a análises que tomam arquivos e instrumentos de pesquisa como artefatos culturais. Mais recentemente, com sua colega Wendy Duff, tem se dedicado ao papel dos arquivos em contextos de busca por justiça social. Foi editora-chefe da revista Archivaria, um dos mais influentes periódicos da área, entre 2014 e 2015. Leia Mais
Por um feminismo afro-latino-americano | Lélia Gonzalez
Estávamos falando do que a gente pode fazer nos próximos dez anos em termos de comunidade negra, e veja as dificuldades que a gente tem. A perspectiva é de que a gente abra alguns caminhos, e a gente tem que ter aí consciência da nossa temporalidade, ou seja, a gente vem e passa no sentido de passar mesmo, e passa também a nossa experiência para quem está chegando. Aí é que me parece que os africanos podem nos ensinar muito (Lélia Gonzalez, Entrevista ao jornal do MNU). Leia Mais
Participación ciudadana y enseñanza de la Historia/Clío – History and History Teaching/2021
Negros de prestígio e poder: ascensão social/estilos de vida e racismo na cidade de Salvador | Ivo de Santana
O livro é resultado da tese de doutorado em Ciências Sociais defendida na Universidade Federal da Bahia, em 2009, com foco nas “trajetórias profissionais de pessoas negras que vivenciaram processos de mobilidade social na administração pública” (p. 35) na capital baiana. A temática não é inédita para Ivo de Santana, já que havia desenvolvido pesquisas nos anos 1990 sobre executivos negros em organizações bancárias, tendo publicado sobre o assunto um artigo na Afro-Ásia, n. 23 (2000). Leia Mais
Los procesos de patrimonialización: museos, monumentos y conmemoraciones como dispositivos de poder y contrapoder/Revista de Historia/2021
La tradición inaugurada en los años 50 por la Escuela de Birmingham, conformada por Richard Hoggart, Stuart Hall, Raymond Williams y E.P. Thompson, propició la institucionalización de los Estudios Culturales o cultural studies bajo la tradición sociocultural. En Francia se desarrolló particularmente la sociología de la cultura, representada centralmente por la obra de Pierre Bourdieu, quien exploró dimensiones como el habitus, el gusto, los medios masivos, entre otras cuestiones. Además, la labor de R. Chartier (cuarta generación de los Annales) y sus investigaciones en torno a los libros y los lectores en la Europa moderna y la de historiadores como Robert Darnton, Peter Burke y Natalie Zemon Davis junto a la larga tradición de estudios culturales abierta por la Escuela de Frankfurt -Adorno, Horkheimer, Benjamin, Marcuse o Habermas- fue convirtiendo a lo cultural en objeto de interés. Fue concebido como textura del lazo entre los integrantes de la sociedad, como la instancia que explica la relación de la sociedad con ciertos valores, como el modo de afirmación e identificación de ciertos colectivos, como el alimento de las utopías, como productor de sentidos sobre pasados y futuros viables, entre otras formas de interpretación. Leia Mais
El mundo en movimiento. El concepto de revolución en Iberoamérica y el Atlántico Norte (siglos XVII-XX) | Fabio Wasserman
Fabio Wasserman presenta esta obra con un párrafo de la Gaceta de Lima de 1793 que evidencia la centralidad que tuvo la Revolución francesa en el área atlántica. Centralidad que los autores/as retoman como inicio de la nueva trayectoria del término revolución, siguiendo el análisis de Reinhart Koselleck. Así, desde 1789 la palabra revolución pasó de su sentido natural y cíclico, a un significado nuevo que designa una ruptura, constituyéndose como uno de los conceptos clave de la modernidad, orientado al futuro y portador de una experiencia inédita de aceleración del tiempo histórico. Leia Mais
Protagonismo negro em São Paulo: historiografia e história | Petrônio Domingues
Neste livro iluminador, Petrônio Domingues nos oferece uma introdução compreensiva às pesquisas recentes sobre a história e a cultura negra em São Paulo, muitas delas realizadas por estudiosos afro-brasileiros. Leia Mais
La democracia como mandato. Radicalismo y peronismo en la transición Argentina (1980-1987) | Adrián Velázquez Ramírez
Adrián Velázquez Ramírez nos presenta en “La democracia como mandato” una inteligente lectura sobre el radicalismo y el peronismo en la transición argentina. El libro se estructura en dos partes que no sólo abarcan el período 1980-1987, sino que lo exceden al afirmar que en esos años se estableció un lenguaje político que aún hoy habitamos. Leia Mais
Gabo, cronista da América: história, memória e literatura | F. P. G. Vieira
Na noite em que recebeu o prêmio Nobel de Literatura, Gabriel García Márquez quebrou os protocolos ao comparecer à cerimônia vestido com um típico liquiliqui. A dessemelhança no traje, no entanto, representava apenas uma parte da oposição simbólica que ele traçaria na ocasião, por meio de seu discurso. Nele, o escritor destacou a existência de um nós – os latino-americanos, dos quais se colocava como porta-voz – e de um outro, os europeus para quem falava. Na relação que estabelecia entre esses dois mundos, a América Latina aparecia como vítima do saqueio, da violência e das tentativas de interpretação com base em esquemas alheios, das quais resultaria sua persistente solidão.
Essas palavras ecoavam, além de um protesto, uma visão que vinha ganhando força desde os anos 1950, fomentada por uma geração de escritores, para os quais a América Latina deveria ser compreendida como uma unidade com um passado, um presente e um destino comuns. À altura da cerimônia de outorga do Nobel, o continente havia passado, no intervalo de poucas décadas, por mais de uma revolução e assistido a uma sucessão de golpes de Estado. Os olhos da Europa observavam atentos essas convulsões e, diante deles, García Márquez se colocava como intérprete e tradutor dos impasses e sonhos latino-americanos. Leia Mais
Sguardi dall’Argentina in transizione. Dalla “Repubblica Impossibile” alle origini del peronismo | Francesco Davide Ragno
Sguardi dall’Argentina in transizione. Dalla “Repubblica impossibile” alle origini del peronismo coordinado por Francesco Davide Ragno está orientado fundamentalmente a un público italiano y no a un lector argentino. Como menciona su coordinador, tiene la ambición de echar nueva luz sobre un momento clave de la historia argentina, el periodo que se extiende entre fines de la década de 1930 hasta los primeros años de la década siguiente. Según Ragno, el libro pretende “analizar recorridos políticos y culturales específicos para tratar de afianzar el conocimiento de una historia rica y, al mismo tiempo, enredada”. Ragno propone ingresar al periodo en cuestión a través de la ventana que ofrece el ámbito político-cultural argentino, analizando, en primer lugar, el problema de la construcción de la argentinidad; en segundo lugar, la cuestión de la modernización política abierta con la promulgación y la aplicación de la ley Sáenz Peña; por último, lo que el autor denomina el “proceso de cambio generacional” causado por las muertes de los principales líderes políticos como Marcelo T. de Alvear y Agustín P. Justo. Ciertamente, no se trata de una tarea sencilla. Leia Mais
Castigar la disidencia. Juicios y condenas en la elite dirigente rioplatense/1806/1808-1820 | Irina Polastrelli
Una voz –para muchos inesperada– emerge nítida al comienzo y al final del libro: es la de Gervasio Antonio Posadas. No se trata del nombre más rutilante de la dirigencia política rioplatense del período revolucionario, pero sí de uno muy significativo. Integró el segundo Triunvirato y fue el primer Director Supremo de las Provincias Unidas del Río de la Plata durante casi un año. Y es una figura clave para el libro porque, antes y después de ocupar estas funciones, Posadas fue juzgado y condenado a diferentes penas por la Junta en 1811 –absuelto al final del mismo año por el Primer Triunvirato– y por el directorio de Rondeau, después de lo cual pasó por más de una veintena de cárceles hasta ser indultado en 1821. Leia Mais
The Things of Others: Ethnographies, Histories/and Other Artefacts | Olívia Maria Gomes da Cunha
O que primeiro chama a atenção do livro The Things of Others são suas mais de 750 páginas. Se for certo aquele ditado que diz que um bom livro deve se sustentar em pé, este possui alicerces sólidos para tal. Fruto de mais de duas décadas de pesquisa, as 65 páginas de bibliografia atestam a vastidão e densidade da empreitada. Talvez estejamos diante da obra de uma vida. Olívia Maria Gomes da Cunha, professora do Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social do Museu Nacional, transita com fluência entre a antropologia e a história e percorreu arquivos no Brasil, em Cuba, na Inglaterra e, sobretudo, nos Estados Unidos, atrás dos acervos, fundos e coleções documentais dos principais antropólogos e sociólogos responsáveis pela configuração, no campo das ciências sociais, dos chamados “estudos afro-americanos”, um processo que a autora vai conceitualizar como “a criação de um artefato de conhecimento” (p. xi). Leia Mais
Memória em Rede. Pelotas, v.13, n.24, 2021.
Editorial
- USOS DO TEMPO, ENTRE PASSADO E PORVIR: UMA INTRODUÇÃO
- Paula Godinho Godinho
Dossiê
- VOCES CEIBES: ORALIDAD, PAISAJE Y MEMORIA EN LA RIBEIRA SACRA (GALICIA, ESPAÑA)
- Xurxo Ayán, Olga Novo, Xosé Gago
- PDF (ESPAÑOL (ESPAÑA))
- O LACRE DA MEMÓRIA: O ARQUIVO SENSÍVEL DE AURORA RODRIGUES E A RESISTÊNCIA À DITADURA PORTUGUESA
- Paula Godinho
- OBJETOS, VITRINES E PALAVRAS. DA ESCRITA DE GUSTAVO BARROSO NO MUSEU HISTÓRICO NACIONAL ÀS POSSIBILIDADES DO DEVIR
- Francisco Régis Lopes Ramos
- CÂNONE ROMÂNTICO BRASILEIRO: EXCLUSÃO DAS LUTAS INDÍGENAS E SUAS IMPLICAÇÕES PARA O PRESENTE
- Suene Honorato
- O CANTO ALENTEJANO: FORMAS DE RESISTÊNCIA E HORIZONTES DE EXPETATIVA
- Dulce Simões
- UMA COMUNIDADE QUE LEMBRA: AS COMEMORAÇÕES DO 85º ANIVERSÁRIO DO 18 DE JANEIRO NA MARINHA GRANDE
- Cristina Nogueira
- LITERATURA COMO RESISTÊNCIA AO GENOCÍDIO COTIDIANO: OS SARAUS REALIZADOS EM FORTALEZA, CEARÁ, 2014-2019
- Atilio Bergamini
- SOBRE MUROS DE XISTO, JAVALIS E ÁRVORES: MODOS POSSÍVEIS DE HABITAR NUMA ALDEIA DO INTERIOR DE PORTUGAL
- Ema Pires, Ricardo S. Campos
- MEMÓRIA DE FUTURO OU DEPOIS DA CURVA DE ESTRADA, O MOVIMENTO ANTIMILITARISTA IBÉRICO ENTRE 1980 E 1999
- João Carlos Louçã
- PARA UNA ANTROPOLOGÍA DE LOS SUEÑOS HUMILDES. ELEMENTOS PARA TRASCENDER EL PRESENTE ETNOGRÁFICO
- Raúl H. Contreras Román
- PDF (ESPAÑOL (ESPAÑA))
Artigos
- O DECANO CLUBE JAGUARENSE EM JAGUARÃO RS: DA FUNDAÇÃO EM 1881 AO FINAL DA ÚLTIMA DÉCADA DO SÉCULO XIX.
- Alan Dutra de Melo
- TÉCNICAS DE CENÁRIOS E O MÉTODO DELPHI: VISÕES DE FUTURO PARA O PRÉDIO QUE ABRIGOU A FÁBRICA SANTA AMÉLIA
- Brenda Rodrigues Coelho Leite, Conceição de Maria Belfort de Carvalho, Kláutenys Dellene Guedes Cutrim
Ensaios
- MEMORICÍDIO DAS POPULAÇÕES NEGRAS NO BRASIL: ATUAÇÃO DAS POLÍTICAS COLONIAIS DO ESQUECIMENTO
- Leandro Aparecido Fonseca Missiatto
Ensaios Visuais
- PORTÕES DE MEMÓRIAS E VISUALIDADES DAS PAISAGENS FÚNEBRES: CEMITÉRIOS DO CAMPO DE PELOTAS (RS)
- Mauro Dillmann, Fernando Ripe, Rubens de Andrade, Lucas de Souza Pedroso
Resenhas
- ARTICULAÇÕES ENTRE DESIGN, CULTURA E MEMÓRIA
- Simone Cavalcante de Almeida
Lenguaje y política. Conceptos claves en el Río de la Plata (1780-1870) | Noemí Goldman
En diálogo con su labor sobre la historia conceptual rioplatense en el marco del proyecto Iberconceptos, que ha resultado central para los estudios comparados del siglo XIX hispanoamericano, el equipo de investigación dirigido por Noemí Goldman ha publicado recientemente Lenguaje y Política. Conceptos claves en el Río de la Plata (1780-1870). Esta compilación profundiza el trabajo que el grupo realizó sobre un conjunto de conceptos centrales en la vida pública del Río de la Plata en ese periodo en Lenguaje y Revolución (también editado por Prometeo en 2008). A través del análisis del uso de esa serie de conceptos y el contexto en que se ubicaban, las dos obras han revisado la tradicional dicotomía tradición/modernidad, evidenciando la apropiación selectiva por los actores de los términos coexistentes de naturaleza diversa. Leia Mais
A adivinhação na antiga Costa dos Escravos | Bernard Maupoil
A tradução de uma obra pioneira de etno-história africana implica também em fazer um trabalho de confronto com a versão original. No presente caso, a segunda edição em português do livro, originalmente publicado em francês, é uma tradução da obra La Géomancie à l´ancienne Côte des Esclaves, do etnólogo francês Bernard Maupoil. A primeira edição foi publicada pelo Instituto de Etnologia de Paris, em 1943. A segunda, muito provavelmente, em 1961. A terceira, segundo informa o tradutor Carlos Eugênio Marcondes de Moura (p. 12), é de 1981, com um posfácio de Claude Rivière. Algumas fontes falam de um total de 24 edições entre 1943 e 1988. O cotejo entre a obra original e sua tradução é uma das metas desta resenha. Cabe destacar o trabalho sério e paciente de tradução feito por Carlos Eugênio Marcondes de Moura, uma das autoridades mais dedicadas ao legado multifacetado da África no Brasil. Leia Mais
Morir en las grandes pestes. Las epidemias de cólera y fiebre amarilla en la Buenos Aires del siglo XIX | Maximiliano Fiquepron
Morir en las grandes pestes de Maximiliano Fiquepron versa sobre las representaciones del cólera y la fiebre amarilla en la sociedad porteña en la segunda mitad del siglo XIX. El libro, que recibió el Primer Premio de la Asociación Argentina de Investigadores en Historia a la mejor tesis de doctorado, 2017, presenta una historia de estas crisis epidémicas en tres dimensiones. La primera refiere a las representaciones colectivas sobre el miedo, la salud, la enfermedad y la muerte que circularon en ese momento. La segunda, a la forma específica en que el Estado nacional y la Municipalidad combatieron estos eventos. Y la tercera, a la relación existente entre estas crisis epidémicas y las prácticas fúnebres de la sociedad porteña del siglo XIX. Leia Mais
Razão Africana: Breve História do Pensamento Africano Contemporâneo | Muryatan Barbosa
No ano de 2021 saudamos a maioridade da Lei 10.639/03 (seus dezoito anos), conquistada através de uma luta histórica do Movimento Negro Brasileiro, pela inclusão dos conteúdos das histórias e culturas das/os afrobrasileiras/os, das/os africanas/os e de África. O livro “Razão Africana: Breve História do Pensamento Africano Contemporâneo” de Muryatan Barbosa, sem dúvida faz parte deste legado. Publicado em 2020 pela Editora Todavia em São Paulo, teve o lançamento feito online por conta do atual momento de orientação para o isolamento social, devido à pandemia da Covid-19. Foram feitas três lives com o autor para o seu lançamento no Youtube nos canais do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas da UNICAMP, da Todavia e no Programa de Pós-Graduação em Economia Política Mundial da UFABC; juntas contabilizam até a escrita desta resenha mais de 1400 visualizações. Leia Mais
Ciudadanos/electores/representantes. Discursos de inclusión y exclusión políticas en Perú y Ecuador (1860-1870) | Marta Fernández Peña
Marta Fernández Peña nos propone un recorrido minucioso sobre la conformación de los sistemas políticos de Perú y Ecuador en la década de 1860 sobre el trasfondo del liberalismo en tanto cultura política. La obra -que deriva de su Tesis Doctoral distinguida por la Asociación de Historia Contemporánea- se integra con originalidad en la agenda investigativa iberoamericana sobre la ciudadanía y la representación así como, en particular, acerca del protagonismo de los ámbitos parlamentarios. En este sentido, la autora focaliza en perspectivas fecundas pero poco transitadas para estos dos países: la historia cultural de la política y las historias comparada y transnacional. Leia Mais
Trashumante – Revista Americana de Historia Social. n.17, enero/junio 2021
Investigación
- El platanal o la nación. Representaciones sociales y prácticas
- “O primeiro bispo deste Estado”. D. Gregório dos Anjos
- La indumentaria masculina en clave social. Córdoba,
- De vecinos sufrientes a ciudadanos peticionantes.
- Los procesos de profesionalización en la policía de la provincia
- Disrupting narratives of isolation: the production and circulation
- De la autonomía a la dependencia. Maíz, mercado y alimentación
- El Movimiento pro-Emancipación de las Mujeres de Chile (MEMCH).
- Entre el ocio y el trabajo. La infancia popular en las calles
- Reseñas
- Zeb Tortorici. Sins Against Nature. Sex and Archives
- Andrea Andújar y Ernesto Bohoslavsky. Eds. Todos
- Isabel Restrepo Jaramillo. Narrativas de la historia
Ensino de Frações: História – Perspectivas atuais / HISTEMAT – Revista de História da Educação Matemática / 2021
HISTEMAT – Revista de História da Educação Matemática. São Paulo, v.7, 2021. Apresentação não disponível [IF].
San Martín. Una biografía política del libertador | Beatriz Bragoni
La biografía como género nunca desapareció, quizás lo que ocurrió fue que los historiadores profesionales lo abandonaron o al menos lo dejaron de lado dentro de sus formas narrativas principales. No obstante, en los últimos años, se observa un nuevo interés de la comunidad académica por este tipo de producción. Inclinación que se ha materializado en la publicación de una gran cantidad libros que ponen a los protagonistas del pasado, más o menos conocidos, en el centro de sus indagaciones, e incluso en el armado de colecciones completas que buscan traer nuevas lecturas e interpretaciones sobre actores claves del devenir histórico. Leia Mais
Perspectivas actuales sobre Historia de la Educación en el Uruguay | History of Education in Latin America | 2021
El dossier que ponemos en sus manos, Perspectivas actuales sobre Historia de la Educación en el Uruguay, organizado en el marco de la Sociedad Uruguaya de Historia de la Educación (SUHE), pone a disposición una serie de artículos diversos sobre la historia de la educación que reúnen alguna de las siguientes características o enfoques y/o relaciones entre ellos:
- Diálogos transnacionales que intentan superar la mirada exclusivamente nacional y muestran los mecanismos de circulación de ideas, personas y/o objetos materiales, así como la actuación de instituciones y la configuración de redes de alcance transnacional. En este sentido, se pone el acento en escalas de análisis que no se reduzcan a Uruguay y que sean sensibles a la comprensión de dinámicas complejas de circulación, apropiación y reapropiación local de lo educativo.
- Giro afectivo y estética escolar. En alguna medida algunos de los artículos abordan el llamado “giro afectivo” en los estudios de historia de la educación y colocan como objetos de estudio las emociones, sentimientos, la estética, la educación del cuerpo y las sensibilidades en la educación.
- Estudios de género, sexualidades o interseccionales. En esta línea, se presentan artículos que en alguna medida abordan la historia de la educación con perspectiva de género, al pensar en la construcción de la diferencia sexual en el ámbito educativo. Por otra parte, abordan con diferentes modulaciones los vínculos entre sexualidad y educación, las masculinidades, feminidades y sexualidades en la educación, y la intersección de distintos marcadores de diferencia (género, nivel socioeconómico, edad, raza/etnia, discapacidad, diversidad sexual, entre otros), entre los aspectos más relevantes.
Exile and nation-state formation in Argentina and Chile/1810-1862 | Edward Blumenthal
El principal objetivo de Edward Blumenthal en su más reciente libro excede el análisis del impacto que tuvo el exilio en la formación de las repúblicas de Argentina y Chile, entre los años de 1810 y 1862. Pues pretende ubicar la problemática del exilio en un contexto más amplio de “transnacionalismo” antes de la propia existencia de las naciones hispanoamericanas. Con ese fin, utiliza un enfoque que sigue los lineamientos historiográficos de la obra Politics of Exile in Latin America de Mario Sznajder y Luis Roniger (2009). Blumenthal entiende al exilio como una válvula de escape que permitió evitar baños de sangre entre los principales contrincantes de las tramas políticas en tiempos de revolución y guerras civiles, cuando los estados-nación empezaban a consolidarse, o estaban en vías de hacerlo. Y si bien pretende extender su reflexión tanto sobre los proscriptos rioplatenses en tierras chilenas como sobre los trasandinos que buscaron refugio en suelo argentino, es evidente que se dedica con mayor detenimiento a los primeros, especialmente en las décadas de 1840/1850. Y ello porque el exilio de rioplatenses en tiempos del rosismo fue comparativamente mayor que el experimentado en otros países. Pero además, porque fue muy dilatado en el tiempo, y porque muchos de sus protagonistas tuvieron un rol gravitante en la política, en las instituciones y en la prensa de los países anfitriones (Uruguay, Chile y Bolivia principalmente), lo que no sucedió –al menos en esa escala- con otros exiliados latinoamericanos en sus respectivos destinos de expatriación. Leia Mais
Variaciones de la república. La política en la Argentina del siglo XIX | Hilda Sabato, Marcela Ternavasio
No dudo en calificar el libro que han coordinado Hilda y Marcela como un libro indispensable. Y lo hago por un doble motivo: es indispensable para sus colegas – a mi personalmente me ha abierto nuevos caminos para seguir pensando e investigando- y también es indispensable para todos aquellos que se internen en el fascinante territorio de la praxis republicana. Y añadiría –lo digo con un énfasis semejante al de las coordinadoras- un territorio durante aquel siglo en el que la Argentina se formó con temperamento republicano. Un siglo en fin -esta es una opinión discutible pero que comparto- de ascenso histórico. Leia Mais
42 International Standing Conference for the History of Education – ISCHE
La 42Conferencia Internacional de Historia de la Educación (ISCHE) tuvo lugar del 11 al 24 del pasado junio bajo la consigna Looking from Above and Below: Rethinking the Social in the History of Education. La misma debió haberse realizado durante el año 2020, en la Escuela de Humanidades, Educación y Ciencias Sociales de la Universidad de Orebro, en Suecia, pero tuvo que ser suspendida por un año debido a la pandemia de Covid-19. Leia Mais
A Sacred Space is Never Empty: a history of soviet atheism | Victoria Smolkin
O anticomunismo, como conjunto de ideias e atividades de oposição e combate àquilo que é entendido como comunismo – no caso, a destruição da propriedade privada, da família, das liberdades políticas, econômicas e da religião -, é tema presente em nossa historiografia. Ricardo Antonio Souza Mendes (2004), Carla Simone Rodeghero (2002) e Rodrigo Patto Sá Motta (2020) possuem estudos sobre esse fenômeno na história do Brasil. No trabalho desses autores é possível encontrar constante associação por parte das forças anticomunistas entre comunismo e ateísmo, sendo a União das Repúblicas Socialistas Soviética (URSS) posta como grande antítese de valores que essas forças defenderiam: a fé e tradição cristã da sociedade brasileira.
Contudo, sobre a relação entre o comunismo da URSS e o ateísmo, a historiografia brasileira carece de pesquisas que elucidem o que teria sido a história do ateísmo soviético. Uma oportunidade para sanar essa lacuna é o livro da historiadora Victoria Smolkin, publicado em 2018 nos EUA, com o título A Sacred Space is Never Empty: a history of soviet atheism (em tradução livre: Um espaço sagrado nunca está vazio: a história do ateísmo soviético). Leia Mais
Al sur de las hogueras. Inquisición y sociedad en Córdoba del Tucumán durante los siglos XVI y XVII | F. Sartori
El Santo Oficio de la Inquisición, con todo su halo de oscurantismo, es, probablemente, una de las expresiones de poder medieval y moderno más célebre en el imaginario social, condición alcanzada a través de oprobiosas memorias de persecuciones, torturas y hogueras. La historia académica tiene, sin embargo, mucho más que decir sobre el Santo Tribunal y el libro de Federico Sartori (2020) es una clara muestra de ello. Tomando como caso de estudio una de las fundaciones meridionales del imperio español en América, Córdoba del Tucumán, su libro abre la perspectiva desde la Inquisición a la sociedad de la época, contemplada entre el último cuarto del siglo XVI y el final de la centuria siguiente.
Dividido en cinco apartados que se desgranan, a su vez, en diferentes capítulos, la obra inicia dando cuenta del tratamiento historiográfico, teórico y metodológico del tema en clave de la propia experiencia del autor. Consecuentemente, el lector se introduce en la búsqueda documental de huellas fragmentadas y recompuestas gracias a un vasto trabajo en archivos seculares y eclesiásticos de Argentina, Perú, Chile, Bolivia y España. Leia Mais
Estudios de Historia de España. Buenos Aires, vol 23, no 1 (2021)
Artículos
- La cittá di Cava (1461-1501). I regesti delle carte senatore
- Massimo Siani
- 1-22
- El asesinato de Prim a través de la prensa española de finales de 1870
- Diego Cameno Mayo
- 23-38
- La emoción como fundamento de la clase: movimiento obrero y socialismo en la Vizcaya finisecular
- Sara Hidalgo García de Orellán
- 39-54
- El religioso español de Dachau: Ignacio Cruchaga
- Juan Pedro Rodríguez Hernández
- 55-76
- Eva Duarte en España: repercusión y propaganda de una visita política (1947-1948)
- Vanessa Tessada Sepúlveda
- 77-95
Circulaciones/ tránsitos y traducciones en la historia de la educación | E. Galak, A. Abramowski, A. Assaneo, I. Frechtel
Circulaciones, tránsitos y traducciones en la historia de la educación es un libro digital fruto del trabajo conjunto entre la editorial de la Universidad Pedagógica Nacional (UNIPE) y la Sociedad Argentina de Investigación y Enseñanza en Historia de la Educación (SAIEHE). Inaugura una colección denominada Nuevos enfoques en historia de la educación, que se propone reunir las producciones de un campo en crecimiento y renovación. En este caso, la obra expresa una perspectiva transnacional desde la que se analizan formas de circulación de personas y de saberes a través de diferentes soportes materiales y en diferentes coyunturas de los siglos XIX y XX. Leia Mais
Religiões e religiosidades: dinâmicas institucionais e práticas devocionais (Brasil e Portugal, séculos XVIII e XIX) | Temporalidades | 2021
Basta lermos o jornal ou assistirmos ao noticiário na TV para percebermos que a temática da religião é recorrente em nosso dia a dia. Quem nunca ouviu a expressão bancada evangélica ou escutou que grupos políticos alteraram seus discursos para não desagradar a determinados segmentos religiosos? Quem, nos últimos 20 anos, não se deparou com o conceito de fundamentalismo ou de guerra santa? Não há como negarmos a influência cultural das religiões ainda hoje. Além disso, percebemos uma constante tensão entre diferentes crenças no Brasil. Basta uma busca rápida no Google para localizarmos diversas informações sobre a violência e a intolerância religiosa. O jornal Correio Brasiliense divulgou, no ano de 2019, que as religiões afro-brasileiras são alvos de 59% dos crimes de intolerância no Distrito Federal [1]. O Relatório sobre intolerância e violência religiosa no Brasil (2011-2015) analisou a crescente violência noticiada na imprensa. Segundo os dados, 53% dos agredidos são de religiões afro-brasileiras [2]. O que explicaria toda essa violência? Por que as religiões afro-brasileiras sãos as que sofrem mais ataques? Não são questões simples de serem respondidas, mas são possíveis de serem analisadas à luz da História das Religiões. Marcelo Massenzio, ao analisar a obra de Angelo Brelich, lembra-nos que os fenômenos que atribuímos ao plano da religião podem ser percebidos em distintas sociedades, mas o conceito religião não. Este é uma construção própria do ocidente cristão (MASSENZIO, 2005, p. 179). Leia Mais
Ceremonias en la tormenta: 200 años de formación y trabajo docente en Argentina | M. Southwell
Desde la inigualable poética del Indio Solari, este libro constituye un enorme aporte, no solo para un campo y comunidad intelectual con la impronta de la historia de la educación, sino, y lo que es más importante, una contribución indispensable en los tiempos que corren, para pensarnos como educadores. Se presenta, así, como una gran invitación que abre la puerta a recorrer los avatares de la formación y el trabajo docente en nuestro país concibiéndolo como una práctica históricamente situada, como rol social, y como condición esencial para construir permanentemente nuestra identidad y proyección a futuro. Para ello, la autora va narrando en el largo plazo la rica historia de luchas que han ido redefiniendo a la docencia en Argentina desde los primeros antecedentes y orígenes del sistema educativo hasta nuestro presente, en diálogo con las transformaciones sociales de cada momento histórico. Leia Mais
Estudios de Historia de España. Buenos Aires, vol. 23, n. 2 2021
Dossier
- Introducción. Poderes politicos y resistencias En la monarquia hispanica (siglos XVI-XVIII)
- Juan Bubello, Osvaldo Víctor Pereyra
- 96-103
- Articulación territorial de los espacios de realengo en el área septentrional cantábrica del reino de castilla en la modernidad
- Osvaldo Víctor Pereyra
- 104-120
- Familias en la encrucijada. Redes sociales, lealtades y resistencias durante la Guerra de Sucesión (País Vasco y Navarra, 1680-1715)
- Rafael Guerrero Elecalde
- 121-139
- Ortodoxia cristiana y apologias esotericas en la España de Carlos V. Anillos, magia astral y magia natural en La silva de varia leccion de Pedro Mexía (1540)
- Juan Bubello
- 140-158
- “Y la llevaría a tierra de portugueses”. Resistencia y permeabilidad de la frontera imperial a través de tres estudios de caso
- Emir Reitano, Jacqueline Sarmiento
- 159-173
- La noción de resistencia cotidiana o ¿una vaga ilusión de autonomía?
- Julián Carrera
- 174-193
Reseñas bibliográficas
- RUTH MARTÍNEZ ALCORLO, Isabel de Castilla y Aragón. Princesa y reina de Portugal (1470-1498), Madrid, Sílex, 2021, 293 páginas, ISBN 978-84-18388-09-5.
- Lucía Belén Gómez
- 194-196
- DIANA ARAUZ MERCADO, Pinceles olvidados. Mujeres artistas (siglos X-XVI), Zacatecas, Universidad Autónoma de Zacatecas, 2020, 421 págs., ISBN 978-607-555-047-3.
- Junko Kume
- 197-198
- JORGE DÍAZ IBÁÑEZ Y JOSÉ MANUEL NIETO SORIA (Coord.), Iglesia, nobleza y poderes urbanos en los reinos cristianos de la Península Ibérica durante la Edad Media, Murcia, Sociedad Española de Estudios Medievales, 2019, 442, ISBN: 978-84-17157-97-5.
- Julieta M. Beccar
- 199-201
Intelectuais e resistências ao autoritarismo na América Latina | Revista Eletrônica da ANPHLAC | 2021
Em junho de 2009, a América Latina foi palco da deposição do presidente de Honduras Manuel Zelaya, fruto de uma decisão do Parlamento apoiada pelo Judiciário de seu país. O episódio foi considerado por muitos como um golpe de Estado pelo fato de Zelaya ter sido retirado sem direito à defesa, numa decisão sumária. Três anos depois, foi a vez do presidente paraguaio, Fernando Lugo, passar por um rápido processo de impeachment, levado a cabo pelo Senado, em um julgamento no qual não pôde se defender. Em 2016, um novo impeachment abalou a democracia no continente: Dilma Rousseff foi destituída do cargo de presidente pelo Parlamento após ser acusada de cometer as chamadas “pedaladas fiscais”. Durante a simbólica votação ocorrida em 17 de abril na Câmara dos Deputados, que abriu o caminho para o impeachment, o então deputado Jair Bolsonaro evocou o torturador Carlos Brilhante Ustra em seu voto pela deposição, com a intenção de exaltar a ditadura da qual Russeff havia sido vítima. Em 2018, o mesmo Bolsonaro foi eleito presidente do Brasil, alcançando um resultado considerado improvável há poucos anos. Um ano depois, na Bolívia, Evo Morales renunciou ao cargo de presidente, que ocupava há treze anos, diante da violência e convulsão social derivadas da denúncia de fraude eleitoral. Sua sucessora, Jeanini Áñez, assumiu numa sessão legislativa sem quórum e, recentemente, foi presa acusada de tramar um golpe de Estado. Todos esses eventos, ao que pesem suas particularidades, podem ser apontados como exemplos de tensões nas democracias latino-americanas, mostrando que certas conquistas consideradas consolidadas após as transições democráticas das últimas décadas do século XX seguiam frágeis. Leia Mais
História e Gênero na América Latina: problemas, possibilidades e desafios interpretativos (séculos XIX e XX) | Revista Eletrônica da ANPHLAC | 2021
Nos últimos anos, a América Latina foi atravessada por uma nova “onda” feminista que reanimou tanto antigas pautas do movimento como experiências novas. Em 2015, teve início a marcha Ni una a Menos, coordenada pelo coletivo feminista argentino de mesmo nome, trazendo para a cena pública as denúncias sobre as várias faces da violência de gênero, entre elas o feminicídio. Dois anos depois, as feministas convocaram uma greve geral com um programa que visava denunciar a precarização das relações de trabalho, a falta de reconhecimento das tarefas domésticas e do cuidado materno, as longas jornadas de trabalho, o desemprego e o crescente endividamento. Toda essa efervescência foi marcada por iniciativas legislativas e intervenções que ocuparam espaços públicos, constituindo uma experiência massiva e heterogênea que conectou as ruas com a academia e os centros de pesquisa. Tais ações resultaram em uma série de protestos e marchas que se estenderam por cidades do Brasil, Chile, México, Peru e Uruguai. Em 2018, acompanhamos os pañuelos verdes, utilizados pelas ativistas argentinas em uma clara referência às Madres de Mayo, que se tornaram símbolo da luta pelos direitos reprodutivos na América Latina. No Chile, em outubro de 2019, irrompeu uma série de ações organizadas por diferentes movimentos sociais, como estudantes, idosos, trabalhadores, etc., contra as ações do presidente Sebastián Piñera, expondo, ainda, os efeitos do neoliberalismo no país. Adotado durante o regime militar de Augusto Pinochet, o modelo econômico diminuiu a responsabilidade do Estado em assuntos essenciais como saúde, educação, saúde e previdência social. As mulheres foram peças fundamentais nas ações ocorridas no país e, em novembro, organizaram a performance “Un violador en tu camino”, que incluía canção com letra que denuncia a conivência de vários setores da sociedade, sobretudo do Estado, para com a perpetuação da violência sexual contra as mulheres. A performance ecoou em vários países da América Latina, Europa e Ásia e diversas mulheres foram às ruas, com vendas nos olhos, denunciar a violência de gênero em seus países3 . Leia Mais
XXI Jornadas Argentinas de Historia de la Educación Argentina y Latinoamericana
La celebración de las XXI Jornadas Argentinas de Historia de la Educación Argentina y Latinoamericana se realizó en la Ciudad de Buenos Aires entre el miércoles 20 y sábado 23 de octubre de 2021. Las instituciones convocantes fueron la Universidad Pedagógica Nacional y la Sociedad Argentina de Investigación y Enseñanza en Historia de la Educación, siendo su Presidenta Honoraria la Dra. Adriana Puiggrós. El Comité Científico reunió colegas de diversas regiones del país vinculados a las siguientes Universidades: Facultad Latinoamericana de Ciencias Sociales, Universidad de Buenos Aires, Universidad Nacional de Córdoba, Universidad Nacional de Entre Ríos, Universidad Nacional de General Sarmiento, Universidad Nacional de Jujuy, Universidad Nacional de la Patagonia Austral, Universidad Nacional de Luján, Universidad Nacional de Río Negro, Universidad Nacional de Rosario, Universidad Nacional de San Luis, Universidad Nacional del Comahue, Universidad Nacional del Nordeste, Universidad Nacional La Plata y Universidad Pedagógica Nacional. Leia Mais
O sertão de Oswaldo Lamartine de Faria: a biografia de uma obra / Gustavo Sobral
Gustavo Sobral e Juliana Bulhões / Foto: Apartamento 708 /
O sertão de Oswaldo Lamartine de Faria: a biografia de uma obra [2], escrito pelo jornalista Gustavo Sobral, é fruto do projeto Natal 420 anos, “enquadrado no Programa Municipal de Incentivos Fiscais a Projetos Culturais e patrocinado pelo Colégio CEI (Centro de Educação Integrada)”, comemorativo ao aniversário de fundação da cidade do Natal, capital do estado do Rio Grande do Norte (RN), na intenção de “registrar a história da cidade e o trabalho de grandes e significativos pesquisadores, deixando para as gerações futuras o registro de sua memória” [3]. Portanto, a obra se propõe – o subtítulo sugere – a uma história intelectual, motivada por uma oportunidade comemorativa.
Além do ensaio de Gustavo Sobral acerca do “desenvolvimento intelectual” do sertanista, principal conteúdo da publicação, o livro é composto também por um exaustivo levantamento bibliográfico, realizado pelas bibliotecárias da Biblioteca Central Zila Mamede da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (BCZM/UFRN), Tércia Marques e Margareth Menezes, das produções de e sobre Oswaldo Lamartine de Faria e sua obra; sendo encerrado com a justificativa e agradecimentos, onde o jornalista indica as fontes bibliográficas (livros, periódicos e correspondências dispersos em acervos públicos e privados diversos) e orais (parentes e amigos do círculo de sociabilidades do sertanista) a que teve acesso[4].
Gustavo Sobral introduz o ensaio com uma apresentação do autor/objeto. Em suma, um etnógrafo identificado com um discurso regionalista construído por memorialistas que, antes dele, se dedicaram a escrever sobre um espaço distinto: o sertão do Seridó! Seu empreendimento particular teria a função de “preservar a essência sertaneja” dessa espacialidade, comprometida, na segunda metade do século XX, pelos “elementos do progresso” (modernização). O folclorista Luis da Câmara Cascudo teria incentivado Oswaldo Lamartine nesta tarefa “documental e sentimental” devido à sua ligação privilegiada com a terra e com o homem do sertão, por sua descendência direta de uma “linhagem responsável por domesticar e povoar a região, formando assim uma cultura sertaneja”. Além de sua vinculação com o sertão, Oswaldo Lamartine teria ainda as habilidades requeridas devido à sua formação técnico-agrônoma, além do acesso aos canais (pessoais e institucionais) de publicação, em um contexto intelectual interessado pelos “estudos regionais” e “aspectos sociológicos do folclore”[5].
Após a apresentação introdutória da personagem, Gustavo Sobral empreende uma narrativa cronologicamente progressiva no intuito de apresentar agora as produções do sertanista e as experiências que as possibilitaram, intercalando discussões acerca dos aspectos formais (artigos, notas e ensaios), locais (experiências vivenciadas na Fazenda Lagoa Nova, e em centros culturais na cidade do Rio de Janeiro) e estilísticos da obra (o sertão como temática privilegiada, o vocabulário regionalista, o uso de recursos ilustrativos, o olhar bibliófilo sobre o livro), revelando gradativamente os procedimentos metodológicos (etnografia, questionários, certo padrão de organização e apresentação dos conteúdos, a diversificação das fontes, a correspondência com outros estudiosos como espaço de pesquisa), as influências intelectuais (folcloristas, sociólogos e historiadores de renome, além de memorialistas e artesões seridoenses), que conformariam, enfim, os principais atributos dos escritos de Oswaldo Lamartine de Faria. Dessa forma, Gustavo Sobral pretende ter mapeado o ambiente intelectual no qual ganha evidência o trajeto percorrido pelo sertanista potiguar.
O clima de louvação e homenagem prevalece no ambiente comemorativo desfavorecendo uma abordagem crítica acerca da produção historiográfica do sertanista. Portanto, aquela que seria uma das mais importantes funções características do fazer especializado de uma reflexão historiográfica é negligenciada pela abordagem adotada nesta “biografia bibliográfica”. Para o conhecimento histórico, a própria seleção do sertanista entre os nomes que merecem considerações da reflexão historiográfica já é, em si, uma homenagem, um gesto de respeito aos estudos desenvolvidos por Oswaldo Lamartine de Faria. Contudo, isto não elimina o compromisso crítico do historiador com a produção do conhecimento e da memória historiográfica.
Gustavo Sobral chega a apresentar os principais tópicos merecedores de problematização, aqueles propriamente referentes aos procedimentos de pesquisa e escrita do sertanista e aquele referente ao lugar de onde fala Oswaldo Lamartine de Faria, mas estes tópicos não foram devidamente explorados, tal como seriam operados pelo profissional em história. Ou seja, pensar mais profunda e criticamente sobre a vinculação de Oswaldo Lamartine de Faria à oligarquia pecuarista-algodoeira seridoense e a direta relação desta com a tessitura discursiva sobre o sertão do Seridó da qual o sertanista é adepto e reprodutor; refletir sobre as implicações ético-políticas – para a escrita da história – dos posicionamentos do sertanista nos embates de seu tempo (tradição vs. modernização); e analisar o rigor (ou a falta de rigor) teórico-metodológico na produção de conhecimento realizada pelo sertanista, investigando seu uso das fontes, problematizando o sentido explicativo construído para seus objetos, esmiuçando as funções narrativa e retórica dos recursos estilísticos utilizados na construção do seu texto.
Nascido e falecido em Natal/RN, Oswaldo Lamartine de Faria (1919 – 2007) foi um técnico-agrônomo que dedicou em torno de sessenta anos a pesquisar e escrever sobre os sertões, especialmente os sertões do Seridó – mesorregião central do Rio Grande do Norte. Seus escritos receberam o reconhecimento de intelectuais e literatos como Gilberto Freyre, José Lins do Rego, Câmara Cascudo e Rachel de Queiroz. Além de condecorações da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), do Instituto Joaquim Nabuco de Pesquisas Sociais (IJNPS) e da Academia Norte-Rio-Grandense de Letras (ANRL). Trata-se, portanto, de um nome indiscutivelmente consagrado nos ambientes letrados, cuja obra, nos últimos quinze anos, tem recebido cada vez mais atenção da academia, tanto na área de Letras quanto em História.
Fora da academia, contudo, há tempos que o autor se tornou personagem corrente. O pertencimento a um grupo familiar das elites políticas e econômicas no Rio Grande do Norte da Primeira República lhe garante visibilidade pública desde cedo – basta uma rápida busca por seu nome na Hemeroteca Digital Brasileira [6] para o comprovar. Na maturidade, na ocasião de sua consagração literária, recebe a alcunha de “príncipe do sertão”, aludindo à linhagem genealógica dos colonizadores do sertão e ao “posto” de filho de um ex-governador de Estado (RN), deposto em 1930 pelo levante militar tenentista. Seu nome está vinculado a uma tradição historiográfica [7] da memória construída para a região do Seridó desde fins do século XIX, e relacionada àquela oligarquia, dedicada a homenagear “grandes homens” e “famílias tradicionais” responsáveis por dar a ver o Seridó como um espaço de tradições rural e patriarcal.
Apesar da identificação com a região, Oswaldo Lamartine nunca chegou a residir de fato no Seridó, suas vivências no sertão do Seridó se dão principalmente na infância e em visitas breves e esporádicas durante a vida adulta. O sertão que imortalizou em seus livros ganhou vida na biblioteca de seu apartamento, no Rio de Janeiro/RJ, onde residiu durante quarenta anos de sua vida.[8] Não é à toa o tom saudosista predominante em seus escritos, o sertão oswaldiano é de fato um sertão singular, que carrega marcas de experiências muito particulares, um sertão afetivo, escrito como espaço da saudade! Para muitos de seus comentadores, a vida que o escritor levou fora do estado será lida como um longo exílio, como uma consequência do golpe de estado sofrido pelo seu pai em 1930. A noção de exílio será mais um atributo a somar na construção da imagem de “príncipe do sertão”, destronado e forçado ao exílio, saudando “sua terra” à distância.
A monumentalização realizada sobre Oswaldo Lamartine de Faria não será desafiada no ensaio de Gustavo Sobral, mantém-se incólume, até mesmo reforçada. Grosso modo, o jornalista apresenta um pouco mais do mesmo sobre o sertanista e sua obra. Em termos de fontes, cabe chamar atenção à entrevista que o jornalista realiza com seu próprio tio, Theodosio Lamartine Paiva, que, por sua vez, é sobrinho de Oswaldo Lamartine de Faria. Apesar de ser um nome inédito na colônia de narradores que tomam o sertanista como objeto de depoimento, as informações não trazem maiores novidades para a pesquisa histórica. Suas memórias se voltam principalmente ao cotidiano da Fazenda Lagoa Nova, situada na região do Agreste potiguar, ambiente de importância para as experiências (profissional e de campo) de Oswaldo Lamartine de Faria, mas que já eram de conhecimento público. Outra fonte oral, o Pe. João Medeiros Filho, apesar de ser recorrentemente consultado para prestar depoimentos sobre o sertanista, oferece informações sobre personagens, eventos e instituições que podem ampliar o mapeamento do círculo de sociabilidades do escritor. Porém, a grande novidade desta publicação está no levantamento bibliográfico realizado pelas bibliotecárias da BCZM.
De fato, este levantamento se mostra um rico instrumento de pesquisa, ainda mais útil quando se trata de uma obra dispersa e relativamente pouco estudada.
Este breve comentário acerca da publicação do jornalista Gustavo Sobral serve para chamar atenção à necessária leitura crítica da produção do escritor Oswaldo Lamartine de Faria (e da própria personagem que se criou para este). A historiografia dos sertões continua em dívida quanto a um estudo biográfico histórico que tome o sertanista como objeto, ou de uma análise historiográfica que problematize devidamente a escrita da história praticada pelo mesmo, por isso a importância de uma pesquisa histórica profissional. A subjetividade da memória, a ficcionalização da história e a falta de rigor nas produções do sertanista são atributos que, se não problematizados, podem contribuir para a permanência de uma narrativa histórica realizada desde cima, desde a casa-grande do criatório seridoense, uma narrativa que promove certos sujeitos históricos e a invisibilização de conflitos sociais em detrimento de outros sujeitos. Portanto, o sertão posto no papel por Oswaldo Lamartine de Faria, o sertão idílico como imagina ter existido no passado, aquele “sertão de nunca mais”, deve ser cuidadosamente explorado pela perspectiva da história da historiografia, uma ótica que consegue colocar problemáticas próprias da crítica historiográfica, e que não se permita seduzir pela sofisticação narrativa, que ultrapasse a superfície dos ornamentos estilísticos, mas sem ignorá-los, muito pelo contrário, problematizando cada operação realizada pelo pesquisador/escritor.
Notas
2. SOBRAL, Gustavo. O sertão de Oswaldo Lamartine de Faria: a biografia de uma obra. Natal: Caravela Selo Cultural, 2018.
3. Ibid.
4. No sítio oficial do autor é possível ter acesso, em formato PDF, ao livro aqui resenhado, além de diversas outras publicações do autor voltadas para literatura, memória e história. Disponível em: http://www.gustavosobral.com.br/livros.php. Acesso em: 20 out. 2020.
5. SOBRAL, op. cit., p. 11 – 34.
6. BIBLIOTECA NACIONAL DIGITAL. Hemeroteca Digital Brasileira. Disponível em: https://bndigital.bn.gov.br/hemeroteca-digital/. Acesso em: 22 out. 2020.
7. Manoel Gomes de Medeiros Dantas (1867-1924), José Augusto Bezerra de Medeiros (1884-1971) e Juvenal Lamartine de Faria (1874-1956), pai de Oswaldo Lamartine de Faria.
8. No Rio Grande do Norte, o escritor morou na capital, Natal/RN, situada no litoral, e em Riachuelo/RN, situada na região Agreste do estado. Oswaldo Lamartine também residiu em Recife/PE, Fortaleza/CE, Lavras/MG e Barra do Corda/MA.
Eduardo K. de Medeiros – Mestrando / Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Caicó / Rio Grande do Norte / Brasil. E-mail. eduacari@hotmail.com.
SOBRAL, Gustavo. O sertão de Oswaldo Lamartine de Faria: a biografia de uma obra. Natal: Caravela Selo Cultural, 2018. 200 p. Resenha de: MEDEIROS, Eduardo K. de. Um sertão no papel: o sertão literário de Oswaldo Lamartine de Faria. Outros Tempos, São Luís, v.19, n.21, p.357-361, 2021. Acessar publicação original. [IF].
Lo que se aprende con el cuerpo no se olvida más. El deporte como vehículo de reproducción ideológica en la región del Nahuel Huapi/1930-1955 | Mariano Carlos Chiappe
Esta tesis analiza las prácticas deportivas en la región del Nahuel Huapi -principalmente en la ciudad de Bariloche- y sus relaciones con los lineamientos ideológicos de los gobiernos conservadores de la década de 1930 en Argentina y del primer peronismo entre 1943 y 1955. El autor es docente en la carrera de Educación Física en la universidad Nacional del Comahue. Desde el año 2009 forma parte de proyectos de investigación histórica dedicados al estudio de las prácticas corporales en la Norpatagonia. En este marco, la tesis parte del interés por estudiar las corporalidades y sus usos políticos, con una mirada en clave regional, comparada y de género. Leia Mais
Historia de la apropiación de la cultura escrita entre el pueblo qom del nordeste chaqueño (1960-1976) | Victoria Soledad Almiron
La vacancia de la temática indígena ha caracterizado por algún tiempo al campo de la historiografía educativa latinoamericana y argentina. Tal vez, porque supone centrarse en sujetos históricamente excluidos de los relatos históricos oficiales. Tal vez, porque la mirada estuvo cierto tiempo focalizada en la escuela, obviando otros modos de educación y, con ello, a sujetos y culturas como la indígena (Cucuzza, 1996, citado en Artieda y Nicoletti, 2017). Aunque se registran avances importantes en las investigaciones sobre educación y pueblos indígenas, Artieda y Nicoletti (2017) plantean que la temática sigue siendo incipiente en el campo de la historiografía educativa argentina, que aún no logra formar parte de relatos históricos mayores, lo cual requiere de tiempo, equipos que lo promuevan y de investigaciones. La tesis que aquí se reseña contribuye a esta línea de investigación, pues busca comprender las modalidades de apropiación de la cultura escrita de los qom del noroeste chaqueño, en un periodo aún poco estudiado que comprende las décadas del sesenta y del setenta. Leia Mais
História Social dos Sertões / Outros Tempos / 2021
Gayatri Spivak / Foto: Tweetar /
Pode o subalterno falar? Essa foi a questão formulada por Gayatri Spivak em artigo publicado em 19881 . A pergunta da professora e crítica literária indiana vem há décadas inspirando esforços na direção da descolonização da produção do conhecimento. Eivada pelo olhar certeiro da autora, a incômoda indagação conectou-se a inúmeros debates intelectuais das ciências humanas nas últimas décadas, atribuindo amplitude e autoridade ao ponto de vista feminino de uma intelectual egressa de uma ex-colônia inglesa, que colocou na berlinda o pensamento social e a teoria crítica ocidental. Podemos questionar, seguindo a reflexão de Spivak, se é válido auscultar personagens e territorialidades subalternizadas utilizando somente o arcabouço teórico-analítico oriundo de pensadores europeus entronados em instituições historicamente identificadas com diversas formas de colonialismo.
A provocação levantada pela autora ajudou a fortalecer a tendência do deslocamento do olhar acadêmico do centro para as periferias, do Norte para o Sul global, das nações centrais do capitalismo para suas margens. Essa tem sido a contribuição dos estudos pós-coloniais e decoloniais, que vem validando a instrumentalização de uma utensilagem analítica calibrada para entender os silêncios e os silenciamentos dos subalternizados, de olhos fitos nas especificidades de seus espaços de criação e reprodução sociocultural. Tal debate vem igualmente influenciando pesquisas no Brasil, especialmente no campo das humanidades. Mais que inserir os “vencidos” nos estudos acadêmicos, é preciso investigar e produzir outras epistemologias, pensadas a partir das margens. A História Social dos Sertões se insere nesses esforços, posicionando o foco em processos históricos de um Brasil distante dos grandes centros urbanos, jungidos à mesma lógica global que produz riquezas e multiplica desigualdades. Cumpre notar que a temática “sertaneja” vem sendo discutida grandemente em universidades situadas em cidades pequenas e médias, que foram contempladas no processo de interiorização de instituições de ensino superior em tempos de governos democráticos populares.
O sertão, antigo e polissêmico, historicamente observado na arte, na literatura, na música e na imagética nacional como o avesso da modernidade, tem retrucado o olhar na direção de seus intérpretes. A dita réplica pode ser observada, por exemplo, na obra de Sérvulo Roberto, artista plástico amazonense residente em Codó – MA há 30 anos, que forjou uma rica galeria temática, na qual podem ser encontradas as quebradeiras de coco babaçu, cenas de festejos locais, imagens da religiosidade popular, tudo criado em seu ateliê no Bairro São Pedro, em Codó. Destacam-se em seu repertório quadros com narrativas visuais dos mundos do trabalho, como no caso da tela “Bem perto”, produzida em 2019, que serve de capa para o presente dossiê. A obra apresenta um belo panorama em três planos, com uma quebradeira de coco debaixo das folhagens de um babaçual, ladeada por diversos homens, mulheres e crianças negras com cestos de palha na cabeça, que miram conjuntamente uma grande cidade, recoberta por um imenso sol ao fundo. Na cena, o sertão dos cocais observa a urbe, dando a impressão de que as palmeiras e as fileiras de trabalhadores empurram a metrópole, que se resguarda como uma fortaleza de prédios esguios e enfileirados. Os olhares dos personagens, segundo o artista, carregam esperanças de melhoria “bem perto” da cidade, mas a metrópole não se mostra receptiva, disposta em terceiro plano encurralada pelos olhares dos camponeses.
A urbe apresenta-se sitiada pelos camponeses. As possibilidades interpretativas da arte reposicionam o cotidiano da migração sazonal de trabalhadores pobres oriundos da região dos cocais, alvos de grave espoliação, que buscam em centros urbanos e também em grandes propriedades rurais melhores possibilidades de sobrevivência. Sob os olhos de Sérvulo Roberto, o sertão espreita a cidade.
É por esse olhar investigativo dos sertanejos, atentos ao mundo circundante do sertão, que o presente dossiê traz artigos que vão ao encontro da inquietação do artista. Textos produzidos por autores e autoras que manifestam diversas nuances da polissemia dos estudos sobre os sertões, contemplados em suas composições históricas e discursivas. Abre a edição da Revista Outros Tempos a pesquisa de José Reinaldo Miranda de Sousa, intitulada Codó: uma África sertaneja, que reflete acerca das dimensões e contribuições dos africanos na cidade de Codó, experiência que desenha no cenário dessa cidade aspectos identitários de uma África em terras maranhenses.
Logo em seguida, temos a possibilidade de encontrar o sertão dos homens no texto de Jakson dos Santos Ribeiro, intitulado, Performances masculinas em cena: o homem público da Princesa do Sertão à luz da imprensa caxiense, em que o autor problematiza as formas de ser e estar, dando possiblidades para compreender as masculinidades que se encontram e desencontram em discursos que circularam na imprensa da cidade de Caxias – MA durante a Primeira República.
Entre os textos desse dossiê também podem ser observados os sertões do período colonial, em artigo de autoria de Samir Lola Roland, denominado Sesmarias, ocupação e conflitos de terra nos sertões do Maranhão e Piauí colonial (1700-1759), em que o autor reflete acerca das disputas num interior atravessado pelos interesses de fazendeiros que esbulhavam terras indígenas seguindo os caminhos dos rios. A dita espacialidade servia de palco para constituição das experiências dos interesses do Estado e do cotidiano de exploradores adventícios, que buscavam ampliar seus domínios nos sertões do Maranhão e do Piauí.
Ainda na rota dos conflitos, encontramos outras páginas de história retratadas no texto de Anderson Coelho da Rocha, com o título: Nos sertões dos Oitocentos: escravidão, liberdade e criminalidade nos sertões da Província do Ceará (1830-1888). O autor posiciona as tensões no âmbito da sobrevivência e das relações interpessoais entre populações sertanejas, classificadas à época como “gente da pior espécie”, atravessadas pelo viés racista e pelas políticas de combate à vadiagem, que acometiam grandemente populações pobres e não-brancas, livres ou escravizadas.
Populações pobres interioranas também aparecem nas reflexões de Janille Campos Maia, que devassa em sua pesquisa um sertão de muitos conflitos e dificuldades de sobrevivência, piorados pela ocorrência da grande seca de 1877-1879. A autora trata da migração de trabalhadores do interior do Ceará em demanda da capital da província. Em Exilados do sertão: migração cearense na seca de 1877, Janille revisita tema já bastante discutido na historiografia dos sertões, adensando informações sobre o cotidiano de personagens desvalidos durante os horrores da estiagem, com foco nas ações e políticas de socorros públicos na cidade de Fortaleza.
A ambiência de pobreza e rarefeitas políticas de assistência historicamente contribuíram para maximizar a ocorrência de surtos epidêmicos, presentes nas narrativas sertanejas e em suas memórias da morte. Algumas das interpretações desses sertões adoecidos aparecem nos apontamentos realizados por Maria de Fátima Morais Pinho e Jucieldo Ferreira Alexandre, autores do texto Em toda parte só se ouvia falar em morte: a gripe espanhola no Cariri (1918-1919), cujas reflexões discorrem sobre os enfrentamentos do período da grave epidemia de gripe em terras caririenses.
Na sequência do dossiê, esse sertão de muitos sentidos também nos mostra o lugar do futebol, através das reflexões realizadas pelos autores Francisco Demétrius Luciano Caldas, Álvaro Rego Millen Neto e Bruno Otávio de Lacerda Abrahão, com o texto intitulado O futebol no sertão nordestino brasileiro: o torneio BAPE em Juazeiro e Petrolina na década de 1990, em que é possível encontrar um time de futebol protagonizando momentos relevantes para as sociabilidades locais.
Momentos de encontro e descontração apontam possibilidades de investigação para além das narrativas da pobreza que marcam as paisagens sertanejas. Nesse direcionamento, também há espaço para pensar um sertão conectado com tendências globais, que projetava um cenário de crescimento econômico através da indústria. Este é o tema central no texto de Naudiney de Castro Gonçalves, que aborda as facetas de Antonio Linard: um industrial no sertão do Cariri cearense, personagem que introduziu mudanças perceptíveis na economia local a partir da inserção de novas tecnologias, capazes de criar um movimento significativo de transformações socioeconômicas.
No campo das artes, o dossiê é contemplado por um interessante estudo de caso de Jonas Rodrigues de Moraes, intitulado História, memórias, oralidades, cultura e artes na Baixada Maranhense, importante levantamento das manifestações culturais de mestres e grupos populares nas cidades de Pinheiro, São Bento, Santa Helena e Presidente Sarney. A pesquisa fez uso de técnicas etnográficas e da história oral, cujos resultados estimularam gestores públicos locais a pensarem as possibilidades de um mapeamento cultural de seus respectivos municípios.
Por fim, mas não menos importante, este dossiê segue com a entrevista de José Carlos Aragão Silva, cujas experiências docentes servem de bússola para pensarmos as problemáticas enfrentadas por profissionais de História nos sertões maranhenses. Professor do Colegiado de Ciências Humanas / História da Universidade Federal do Maranhão (UFMA), campus Codó, o entrevistado vem trabalhando na formação de profissionais da educação básica atuantes em áreas rurais e em municípios do interior. Aragão nos convida a refletir sobre as agências desses docentes, que podem servir de farol para pensarmos a formação e a importantíssima atuação de professores fora dos grandes centros.
Como se vê, as páginas deste número da Revista Outros Tempos são compostas por diversas interpretações dos sertões, pluridimensionais e complexas. Por isso, esperamos que a audiência do dossiê possa apreciar e encontrar nos estudos que seguem inspirações e instrumentos para refletir sobre a temática, repleta de narrativas, experiências e sentidos. Boa leitura!
Antonio Alexandre Isidio Cardoso – Doutor em História Social pela Universidade de São Paulo – USP Professor da Universidade Federal do Maranhão – UFMA, Campus Codó Codó, Maranhão, Brasil. E-mail: alexandre.antonio@ufma.br
JaKson dos Santos Ribeiro – Doutor em História pela Universidade Federal do Pará – UFPA Professor da Universidade Estadual do Maranhão – UEMA, Campus Caxias Caxias, Maranhão, Brasil. E-mail: noskcajzaionnel@gmail.com
Jonas Rodrigues de Moraes – Doutor em História Social pela Pontifícia Universidade Católica – PUC-SP Professor da Universidade Federal do Maranhão – UFMA, Campus Codó Codó, Maranhão, Brasil. E-mail: jonasacroa@yahoo.com.br
Os organizadores
CARDOSO, Antonio Alexandre Isidio; RIBEIRO, Jakson dos Santos; MORAES, Jonas Rodrigues de. O Sertão à espreita (Apresentação). Outros Tempos, Maranhão, v. 18, n. 31, 2021. Acessar publicação original [DR]
Entre lenguas y mundos. Josep Sabah. Las cartas de un maestro de la Alliance Israélite Universelle desde el Litoral | M. Szurmuk
Entre lenguas y mundos. Josep Sabah. Las cartas de un maestro de la Alliance Israélite Universelle, publicado por la Editorial de la Universidad Nacional de Entre Ríos, forma parte de la colección El país del Sauce dirigida por Sergio Delgado. El objetivo de la colección consiste en compilar escritos de contenido político, cultural y literario que refieran a la vida en el litoral argentino. En este caso la colección nos presenta una serie de cartas, escritas originalmente por el maestro de la Alliance Israélite Universelle, Josep Sabah, entre 1894 y 1922, en las cuales se describe centralmente la experiencia educativa en Colonia Clara, provincia de Entre Ríos, y Moisés Ville, provincia de Santa Fe. Leia Mais
História Questões & Debates. Curitiba, v.69, n.1 2021.
Religião na Grécia e Roma Antigas: Contatos, Encontros e Trocas
- Erica Angliker, Lorena Lopes da Costa
- Religion in Ancient Greece and Rome: Contacts, Encounters and Exchanges
- Erica Angliker, Lorena Lopes da Costa
- PDF (ENGLISH)
DOSSIÊ: RELIGIÕES NA GRÉCIA E ROMA ANTIGAS: CONTATOS, ENCONTROS E TROCAS
- Despótiko: Escavações e restauração de um Santuário de Apolo
- Iannos Kourayos, Kornilia Daifa
- Myths and cults of ancient Tenea
- Elena Korka, Aspasia Gioka, Antonio Corso, Konstantinos Lagos, Ioannis Christidis, Argyro Pissa
- PDF (ENGLISH)
- Of Human Sacrifice and Barbarity: A Case Study of the Late Archaic Tumulus XVII at Istros
- Michael Fowler
- PDF (ENGLISH)
- The Cult of Poseidon Helikonios
- Dora Katsonopoulou
- PDF (ENGLISH)
- Crotona e suas conexões religiosas e políticas com Olímpia nos séculos VI, V e IV a.C.: As evidências das imagens monetárias de águias e raios
- Lilian de Angelo Laky
- Enlèvements de statues divines en bord de mer : de l’Artémis Taurique à Héra Reine
- Pierre Ellinger
- PDF (FRANÇAIS (CANADA))
- Héraclès et les Scythes dans la mémoire des Grecs de la mer Noire. Quelques réflexions sur Hdt. IV 8-10
- Lucio Maria Valletta
- PDF (FRANÇAIS (CANADA))
- Os deuses no exílio: rituais religiosos e cultos romanos na poesia de Ovídio
- Júlia Batista Castilho de Avellar
- Archiloque et Dionysos autour de l’Égée
- Rafael Guimarães Tavares da Silva, Teodoro Rennó Assunção
- PDF (FRANÇAIS (CANADA))
ARTIGOS
- Movimentos de luta pela terra no norte do RS: o acampamento Capão da Cascavel na fazenda de Sarandi (1960/62)
- João Carlos Tedesco, Joel João Carini
- Memórias Coletivas, Traumas Individuais: as memórias dos desastres socioambientais no sul de Santa Catarina (1974-2004)
- Alfredo Ricardo Silva Lopes
- Cidade, natureza e urbanização: proposições para uma história ambiental da Região Metropolitana de Porto Alegre/RS
- Danielle Heberle Viegas, Eduardo Relly, Cleusa Maria Gomes Graebin
Caliandra | ANPUH-GO | 2021
Caliandra – Revista de História da ANPUH GO (Goiânia, 2021-) foi criada para fortalecer um processo de construção coletiva de conhecimento que já vem se realizando com reconhecida qualidade no estado. O periódico tem a intenção de participar desse esforço e ampliar possibilidades de divulgação científica, numa perspectiva plural e democrática.
Para isso, a revista foi pensada a partir de inúmeras sugestões, através de reuniões com membros da diretoria, coordenações de Grupos de Trabalho (GTs) e consulta aos filiados e filiadas, utilizando-se de formulários virtuais. Neste percurso, fizemos uma primeira consulta para coletar sugestões de nomes para o periódico. Numa segunda etapa, disponibilizamos as sugestões apresentadas e o nome mais votado foi esse que agora intitula a revista.
CALIANDRA, conforme o autor da sugestão, é o nome de uma flor típica do cerrado que representa práticas e vivências plurais. Essa é a intenção desse espaço, para o qual contaremos com um conselho editorial composto por pessoas de diferentes instituições do estado e do país. A equipe editorial estará assim composta: Kênia Érica Gusmão Medeiros e Cristiano Nicolini, como editores chefes; Álvaro Ribeiro Regiani, Ana Carolina Eiras Coelho Soares, Eliane Martins de Freitas, Ricardo Lenard Alves e Thais Alves Marinho, como editores científicos.
A Caliandra – Revista de História da ANPUH GO pretende ser um espaço amplo de discussão acadêmica de temas históricos. Tem como objetivo a publicação de produções originais resultantes de pesquisa científica.
[Periodicidade semestral].Acesso livre.
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Revista de Economia Política e História Econômica. São Paulo, n.45, jan. 2021.
- WTO: Is there a need for Reforms?
- Badar Alam Iqbal
- O Fundo Monetário Internacional de 1944 a 2015: mudanças e permanências
- Maria de Fátima Silva do Carmo Previdelli
- Fernando Roberto de Freitas Almeida
- O MERCOSUL e as trocas comerciais entre os estados-membros no período de 2007 – 2015
- Rodolfo Francisco Soares Nunes
- A teoria do desenvolvimento do capitalismo de Adam Smith e sua influência: diálogos inter e intradisciplinares
- Ricardo Zimbrão Affonso de Paula
- Convenções e Instituições: origens, desenvolvimento e impasses
- Lucas Mikael da Silva dos Santos
- Análises do desastre de Mariana identificadas na literatura técnica e científica
- Thamires Gabriele Macedo Silva
- Suely Maria Rodrigues
- Gilvan Ramalho Guedes
- Carlos Alberto Dias
- Ministério do Meio Ambiente: gestão e justiça socioambiental versus neoliberalismo econômico
- Nicole Stephanie Florentino de Sousa Carvalho
- Maione Rocha de Castro Cardoso
- O Brasil entre duas crises: crescimento econômico, desemprego e rearranjo político, 2010 e 2018
- Apoena Canuto Cosenza
- Igor Grabois
- A economia cafeeira e suas implicações no Brasil
- Caíque Rodrigues de Carvalho Sousa
- Francisco Francirlar Nunes Bezerra
- Francisco Antônio Gonçalves de Carvalho
- Luan Victor Brandão dos Santos
- Stênio Lima Rodrigues
- Dinâmica econômica e o setor habitacional no Brasil nos últimos anos
- Osmar Faustino de Oliveira
- Os dois caminhos de modernização da agricultura na experiência internacional
- Pedro Vilela Caminha
- Racionalização dos serviços postais no primeiro Governo Vargas
- Gabriel Crozetta Mazon
- Alcides Goularti Filho
- A curva fora do ponto: o caso de Manoel Jacques de Araujo Basto. Crédito e Descrédito no Rio de Janeiro em meados do XIX
- Luiz Fernando Saraiva
- RESENHA: SOUZA, Jessé. A Elite do Atraso: da Escravidão à Lava Jato. São Paulo: LeYa Editorial, 2017.
Rumos da História. Santa Maria, v.3, n.11, jan./jul. 2021.
Expediente (p.1)
- Patrimônio, memórias e práticas sociais: a Igreja Matriz de São Pedro do Monte da Muritiba em perspectiva histórica (p.3)
- Crislane dos Santos Fagundes (Graduada UFRB)
- Gnosticismo: do autoconhecimento à heresia (séc. I – III) (p.29)
- Roney Marcos Pavani (Mestre em História/UFES)
- Inimigos da revolução: uma análise do pensamento conservador (1789-1848) (p.49)
- Roney Marcos Pavani (Mestre em História/UFES)
Entre el cielo y el suelo. Las identidades elásticas de las clases medias (Santiago de Chile, 1932-1962) | Claudia Stern
En 1950, la destacada profesora, embajadora y feminista chilena Amanda Labarca escribió un connotado artículo sobre las clases medias en la Revista Atenea, diciendo que se trataba de un sector definido más por el “estar” que por el “ser”1. Parecen caracterizarse, sostenía, “por su actitud de tránsito”, pues “sus miembros están, no son clase media”2. Parafraseando esta idea, el libro de Claudia Stern traza una historia inscrita entre los años 1932 y 1962, perfilando una caracterización sociocultural que, efectivamente, muestra el deslizamiento permanente, la identidad una y otra vez construida y reconstruida de unas clases medias heterogéneas, complejas y, como enfatiza la autora, “elásticas”.
El “ser” y el “estar” es una dicotomía de origen filosófico que bien se aplica al análisis histórico3, pues permite visualizar lo humano en movimiento y distinguir entre lo que permanece y lo que cambia, facilitando el recorrido por entre la fluidez de lo social. Prueba de ello es que en las últimas décadas la historiografía se ha ido desplazando hacia la búsqueda de respuestas menos esencialistas y más localizadas, abriendo espacios a indagaciones poco convencionales; en otras palabras, se ha trasladado desde el ser al estar histórico 4. Leia Mais
El Liceo. Relato, memoria, política | Sol Serrano
En su obra “El liceo. Relato, memoria, política” Sol Serrano elabora un ensayo en el que aborda el tema del liceo chileno entre los años 1930 y 1960, desde la perspectiva de su carácter público y de la conciencia histórica que formó en toda una generación de alumnos que se sintieron protagonistas de la historia de Chile. A partir de la voz de liceos concretos y los actores que lo compusieron, la autora desarrolla el aura con que se ha rodeado su historia. La obra dialoga con los mitos de una época dorada de la educación chilena en el siglo XX: por una parte, rechaza la idea de que el liceo fue un espacio de construcción de igualdad social y, por otra, valida con firmes sustentos históricos que el liceo fue un eje fundamental en la construcción de la nación durante las décadas de 1930- 1960.
La obra se estructura de manera sencilla, con una introducción en la que se recogen los temas y objetivos principales a tratar y dos capítulos en los que se desarrollan los conceptos de relato, memoria e identidad de uno de los actores más relevantes de la historia de la educación chilena. Para la autora, además de centros educacionales, los liceos en Chile constituyeron un espacio sociabilidad; de tradición y a la vez de transformación, donde se gestó un proyecto de sociedad y se construyó la conciencia histórica de la nación. Leia Mais
La Universidad Nacional y Popular de Buenos Aires. La reforma universitaria de la izquierda peronista/1973-1974 | Sergio Friedemann
La obra que presenta Sergio Friedemann es el producto de su investigación doctoral sobre la experiencia de la Universidad Nacional y Popular de Buenos Aires (UNPBA) en el bienio 1973- 1974, pero al mismo tiempo incorpora elementos de sus investigaciones posteriores, basadas en una fuente privilegiada: la correspondencia de Perón en el exilio que el autor pudo consultar en su estancia en la Universidad de Stanford. Es por ello que el resultado es un libro que excede el análisis de la gestión universitaria, para inscribirse en la intersección de los estudios sobre la historia reciente -más específicamente, del peronismo- y la historia de la universidad, y es estructurado por el interrogante acerca de los actores que protagonizaron esta experiencia y sus iniciativas. Así, la hipótesis del autor consiste en que las políticas emprendidas en la UNPBA formaron parte de una reforma universitaria inconclusa, cuyos logros y límites solo pueden comprenderse al identificar rupturas y continuidades con experiencias que se venían gestando en años previos, y, a su vez, abordando la heterogeneidad del peronismo y sus disputas en el período. La reflexión sobre esta heterogeneidad desemboca en la denominación del sector que englobaba a los actores protagónicos de esta experiencia como “izquierda peronista”, que aparece definida como “una zona político intelectual de múltiples manifestaciones” en la que convivían organizaciones políticas y sociales, referentes culturales, publicaciones, y prácticas militantes, que tenían en común “la articulación en su seno de distintas versiones de la tradición marxista y la identidad peronista” (p.45). Los primeros capítulos se leen a partir de la reflexión sobre la conformación de este espacio diverso en el campo intelectual y universitario. Así, mientras existió la incorporación de ideas de izquierda por parte de sectores del movimiento peronista, el libro realiza un aporte novedoso a partir de la reflexión sobre la peronización, el acercamiento al peronismo durante la década del sesenta por parte de sectores medios y universitarios que, entre 1945 y 1955, habían nutrido las filas de la oposición. El hallazgo presentado es que no se trató de un movimiento lineal ni unilateral: a partir del relevamiento epistolar, encuentra que la incorporación de estos sectores constituyó también un proyecto de Perón y sus colaboradores, quienes, además, realizaron análisis contemporáneos sobre el fenómeno. De este modo, se habría constituido como un proceso dialógico que involucraba cambios en sectores medios, pero también un proyecto de la conducción peronista. Sin embargo, no todos los intelectuales que intervendrían en la UNPBA fueron sujetos de este fenómeno. Como ejemplo de ello es presentada la trayectoria de su primer rector, Rodolfo Puiggrós, que puede ser entendida como un antecedente de ese proceso. Una segunda dimensión privilegiada para el análisis de la conformación de este espacio es el tiempo. En el capítulo quinto se analiza el rol de las nuevas generaciones de peronistas, con la aparición en la UNPBA del 73 de debates que se habían originado en el Mayo Francés del 68: los “hijos” reivindicando la novedad y desautorizando a los mayores y sus instituciones. Sin embargo, se propone otro matiz al respecto, mostrando que este fenómeno convivía con la autorización de otras figuras rescatadas de “lo viejo”: “quienes habían luchado contra lo establecido, quienes habían sido marginalizados, excluidos: los militantes de ‘la resistencia’, el peronismo proscripto, los intelectuales sin lugar en las aulas” (p. 126). La indagación sobre vínculos generacionales novedosos se constituye como otro punto fuerte del texto, al repasar las experiencias de padres e hijos involucrados de maneras diversas en esta experiencia. Por otro lado, el autor encuentra que previamente existieron experiencias en las que se comenzaban a delinear políticas y enfoques del mundo universitario que encontrarían continuidad durante la UNPBA: el Consejo Tecnológico, las Cátedras Nacionales, la Asociación Gremial de Abogados, entre otras, son bautizadas como “experiencias configuradoras de institucionalidad” que, posteriormente, enriquecieron la gestión universitaria. Es así que la UNPBA es abordada en “dos tiempos”: como experiencia eminentemente de ruptura con el pasado en materia de gestión, pero cuyos actores protagónicos deben ser abordados a partir de procesos ubicados en “los márgenes” de ese mismo pasado. El motivo por el cual la universidad es otorgada a los sectores de la izquierda peronista dentro de la coalición oficialista aparece, por un lado, impulsado por la capacidad de bloqueo juvenil en este ámbito, pero también como parte de una táctica de atracción para los sectores medios. Es una constante del texto la evasión de las simplificaciones. Por ello, sobre el mote de “universidad montonera”, se insiste en evitar la sinécdoque: si bien esta organización tuvo un lugar relevante, en especial a partir de la inserción de la Juventud Universitaria Peronista, es presentada como una parte – importante- de un todo heterogéneo y más complejo. Son entonces la gestión y la institución de la “nueva universidad” las dimensiones presentadas prioritariamente a partir de la ruptura con el pasado y la idea de refundación. La intervención de la institución, la pérdida de su tradicional nombre, la idea de “inauguración” de una nueva universidad, la transformación del lenguaje administrativo y las modificaciones de todos los planes de estudios son cambios abruptos producidos en pocos meses que se identifican como ejemplos de un “quiebre” con el pasado. De hecho, el autor encuentra que un elemento de ruptura fundamental, como el hincapié en la masividad a través del ingreso irrestricto y la eliminación a los límites de la gratuidad, generó tensiones respecto de su sostenibilidad en el tiempo. En cambio, en el sentido de la formación y las formas de vinculación de la universidad con la sociedad, el texto presenta continuidades claras con las propuestas de las experiencias configuradoras, que en el período previo se habían mantenido en los márgenes. En esa línea se inscriben los proyectos de investigación ligados inextricablemente con la producción; y la monumental escala de las políticas universitarias que apuntaban a la relación con el “exterior” de la misma, sobre la que se afirma que alcanzó niveles que desbordaban la idea misma de “extensión”. Friedemann sostiene que la idea rectora era que la educación superior debía estar orientada a la resolución de problemas nacionales y la satisfacción de necesidades populares, diferenciándose de la idea de “universidad isla” y un cientificismo extremo. Su materialización institucional fue la creación de nuevos institutos y organismos externos que reflejaban esas preocupaciones. El texto vuelve al análisis de la política nacional mediante el relato del proceso de sanción de la “Ley Taiana”, reguladora de la educación superior que recogía algunas de las propuestas de la izquierda peronista, y cuya aprobación por unanimidad en el Senado reflejó los consensos que suscitaba. De hecho, el límite a esta experiencia provino desde el propio peronismo, reflejando una vez más su heterogeneidad. Al igual que en el Poder Ejecutivo Nacional, el cargo de rector vio pasar diversos nombres en el período, pero el libro propone un recorte para la universidad de la izquierda peronista que se inicia con la asunción de Cámpora y Puiggrós en mayo de 1973, y se cierra en septiembre de 1974 con la designación de un peronista de otro tenor: el fascista confeso Alberto Ottalagano, que inicia una etapa calificada en el texto como de “contrarreforma” y “restauración” en la que se desandaron la mayoría de los cambios recientes en la universidad. En este recorrido, el autor deja abiertos posibles temas que, a futuro, merecen ser profundizados, como el rol de actores disidentes en la universidad por fuera del peronismo , y las experiencias particulares de las facultades, cuyas autoridades y disputas políticas son abordadas, pero resta continuar las indagaciones sobre la gestión académica interna de cada una de ellas. En definitiva, el libro recorre acabadamente los senderos que transitó la breve UNPBA, pero al mismo tiempo logra trascenderlos. De ese modo, podemos concluir que la experiencia de esta universidad funciona como un elemento estructurante para un libro que, en verdad, se sumerge en temas más amplios y reclama un lugar en la biblioteca sobre la compleja relación entre el campo intelectual y el movimiento peronista, y respecto de las tensiones y transformaciones en los últimos años de la década de 1960 y los primeros de la de 1970 al interior del peronismo. Leia Mais
Pentecostalismo y misión integral. Teología del Espíritu. Teología de la Vida | Drío López
En esta nueva edición de Pentecostalismo y Misión Integral, el Dr. Darío López presenta como hilo conductor la revisión de un movimiento pentecostal desde un doble enfoque. Primero teológico, fundamentalmente analizando el relato neotestamentario del segundo capítulo de Hechos de los Apóstoles, el cual es referencia fundamental de todas las iglesias evangélicas de este tipo. Segundo desde una visión misiológica inseparable de la escencia de ser cristiano para compartir, en todo tiempo, las Buenas Nuevas.
El autor, de amplia trayectoria académica como profesor en diferentes centros teológicos, es también pastor evangélico en Perú. Ha presidido el Concilio Nacional Evangélico de su país (CONEP), por lo tanto, el conocimiento y propiedad que transmite en esta obra es significativo, así como inestimable el aporte para renovar, tanto la visión como la misión de estos grupos religiosos en toda Latinoamérica y el Caribe, pues comparten amplios elementos comunes. En esta obra se irán transitando desde la ya acostumbrada imagen de pentecostales que “sienten” pero no “piensan” o en otras palabras “solo cultivan emociones y sentimientos, como el amor por la Palabra de Dios, pero tiene poco o escaso interés por el estudio de ella y la reflexión crítica”, hasta presentar a un grupo cristiano que vive intensamente su fe, pensando desde una realidad de pobreza, explotación o marginación social. Creando una teología contextual, desde los márgenes del mundo. Leia Mais
Historia, museos y patrimonio. Discursos, representaciones y prácticas de un campo en construcción, Chile 1830-1930 | Luis Alegría, Stefanie Gänger e Sigal Meirovich
El libro que nos presenta Luis Alegría, Historia, museos y patrimonio, se enmarca dentro de la labor constante de este investigador chileno que, desde el año 2004 en adelante, viene desarrollando un trabajo que tiene como objeto el desplegar una reflexión sobre el campo patrimonial y las instituciones expositivas chilenas, dándole un marco a su reflexión en la línea de los parámetros que se manejan sobre el ámbito de los estudios culturales y el patrimonio simbólico. Junto a él, lo acompañan como coautoras las investigadoras Stefanie Gänger, Sigal Meirovich, Gloria Paz Núñez y Gabriela Polanco.
El libro está estructurado en dos grandes partes, en la primera se desarrollan diversos conceptos de carácter teórico que dan cuenta del enfoque y marco conceptual que tiene este trabajo, en la segunda parte se tratan estudios de casos, en los cuales se aplican las ideas y conceptos que se señalan en la primera parte. Los estudios del patrimonio contienen una diversidad de prácticas, lo que hace pertinente que los autores asuman una metodología y enfoque de los estudios culturales. De esta manera, en el libro se dan cita variadas disciplinas como la museología, antropología, historia, sociología, etc. En el desarrollo del libro se busca dar cuenta de la producción, circulación y recepción de los elementos patrimoniales de la sociedad chilena. En este sentido, la serie de problemas relativos al patrimonio y los museos, es abordada por los autores como expresión de la producción cultural en términos transdisciplinarios. Leia Mais
Rastros en el agua. Exploradores, embarcaciones y materialidades | D. Quiroz
Así como el territorio de la Patagonia Austral se erige fragmentado mayoritariamente por canales y fiordos, la producción de conocimiento respecto a sus formas de habitar también adquiere la forma de un rompecabezas aún muy disperso. Los esfuerzos interpretativos generales con pretensiones de periodizar, dotar de sentido y establecer vasos comunicantes de esta vasta zona son más bien escasos, aunque crecientes en los últimos años.
“Rastros en el Agua. Exploradores, embarcaciones y materialidades” se puede incorporar como parte de esta tarea interpretativa que proyecta el espacio patagónico austral como unidad histórica, geográfica y cultural. En particular, la publicación reúne seis estudios financiados por el programa Bajo la Lupa de la Subdirección de Investigación del Servicio Nacional del Patrimonio Cultural (SNPC), cuyo propósito es investigar las colecciones patrimoniales que resguardan distintas unidades del SNPC y son encargadas a investigadores externos a la institución. Leia Mais
LaborHistórico. Rio de Janeiro, v.7, n. 1, 2021.
Línguas e variedades em contato no âmbito românico
Nota Editorial
Apresentação – volume 7, número 1
- Sarah Bürk, Vicente Álvarez Vives, Virginia Sita Farias
- Artigos – Dossiê Temático
- Migración y contacto de lenguas: nuevas variedades y reestructuración del diasistema
- Klaus Zimmermann
- PDF (ESPAÑOL (ESPAÑA))
- El portuñol en la triple frontera amazónica: del déficit al translenguar
- Alessio Chinellato Díaz
- PDF (ESPAÑOL (ESPAÑA))
- Palabras que trascienden fronteras en dos áreas iberorromances: la raya hispano-lusa y la del catalán peninsular
- José Enrique Gargallo Gil, José Antonio González Salgado
- PDF (ESPAÑOL (ESPAÑA))
- Vestigios portugueses en el español atlántico: revisión lexicográfica
- Dolores Corbella
- PDF (ESPAÑOL (ESPAÑA))
- Aspectualidad en el castellano de Cochabamba
- Carina Redel
- PDF (ESPAÑOL (ESPAÑA))
- Adstrato cultural por comercialización. Acerca de un anglicismo del español de Chile divulgado en las tiendas
- Carsten Sinner, Constanza Gerding Salas
- PDF (ESPAÑOL (ESPAÑA))
- El judeo-español en contacto. Préstamos e interferencias como señal de vivacidad
- Rafael David Arnold
- PDF (ESPAÑOL (ESPAÑA))
- Lexias neolatinas: empréstimos nas línguas bantu
- Rosa Maria de Lima Ribeiro, Jacky Maniacky, Alzenir Mendes Martins de Menezes, Michela Araújo Ribeiro
Artigos – Varia
- Narrativas da demência em gêneros judiciários do século XIX
- Maysa de Pádua Teixeira Paulinelli
- A filologia e os documentos do século XX: cartas e prontuários do Sanatório Pinel
- Antonio Ackel
- Fontes Primárias
- Ata de instalação da Congregação da Faculdade de Letras da Universidade Federal do Rio de Janeiro
- Ubirajara Carvalheira Costa
- As roupas e as mulheres no século XVIII: transcrição paleográfica do documento “Ordem régia à Mesa da Inquisição decretando que não fossem castigadas aleatoriamente as mulheres que comparecessem aos autos religiosos sem as vestimentas adequadas”
- Ana Carolina Alves Caetano
- Escritos do século XVIII: uma leitura de carta de comércio de 1798
- Juliana Cristina Vasconcellos Garcia
- “Não há necessidade alguma de comunicação telefônica entre os dois estabelecimentos”: da Academia Imperial de Belas Artes (AIBA) para o Ministério do Império
- Solange Ribeiro Viegas
- Popularização do Conhecimento
- Memórias de uma Diacronia Particular
- Paulo Osório
La red de los espejos. Una historia del diario Excélsior/1916-1976 | Arno Burkholder
Los análisis históricos sobre la prensa como objeto de estudio han aumentado en los últimos años. La mayor parte se refiere a las actividades de los impresos y su peso específico en el espacio público, entre el período de la Independencia y los inicios del siglo XX. Sin embargo, los trabajos sobre los diarios modernos de distribución masiva aún son escasos, por lo que resulta de interés la obra de Arno Burkholder sobre Excélsior de México, que lo examina en tres ámbitos: como empresa, como periódico y como actor político. Leia Mais
Repensando los vínculos con Asia desde América Latina y Asia | Intus-Legere Historia | 2021
En tiempos marcados por el creciente intercambio económico y exponencial aumento de movimientos migratorios entre América Latina y Asia, se vuelve necesario reflexionar críticamente sobre las formas en que estos intercambios son percibidos, comunicados, y cómo son aproximados en términos teóricos. Este número especial resalta las formas y mecanismos del intercambio político y cultural y la producción de conocimiento y comunicación a través del océano Pacífico desde el siglo diecinueve hasta nuestros días. Esta constituye una propuesta que favorece los acercamientos inter y multi- disciplinarios, y que presten particular atención a los discursos teóricos, como «Orientalismo», y otras aproximaciones para casos y experiencias del presente como del pasado. A partir de una convocatoria abierta, invitamos a investigadores a enviar sus contribuciones regidas por los temas centrales mencionados; luego, el equipo editorial de Intus-Legere Historia seleccionó los artículos que aquí se presentan. En su conjunto, estas contribuciones exhiben las conceptualizaciones de la relación con Asia desde América Latina, explorando como las miradas y relación con Asia son mediados por actores e imaginarios. Como es posible de ver, miradas estereotipadas y esencialistas continúan en la actualidad, a pesar de que es posible encontrar resistencias históricas a esas mismas visiones. Esas «resistencias» configuran miradas alternativas, estableciendo diálogos que problematizan nociones ancladas exclusivamente en discursos de alteridad.
Un primer grupo de artículos incluidos en este número especial abordan la aproximación por medio de los imaginarios y las representaciones en la ficción, incluyendo el cine y la literatura, así como sobre formas de otredad disponibles en la región. Las formas de orientalismo en Chile son estudiadas en un trabajo ambicioso por Pablo Álvarez, quien identifica elementos «orientalistas» en un grupo de intelectuales del siglo XIX y también presentes en algunos artículos del diario La Nación durante la primera mitad del siglo XX. En «Orientalismo chileno entre Periferia y un Orientalismo Invertido», se estudian las imágenes orientalistas sobre la zona de Asia menor y el mundo islámico en Chile. A través de un marco teórico que destaca las aproximaciones al tema en Argentina, Álvarez advierte una mutación histórica de las representaciones orientalistas, lo que demuestra que la visión sobre el «otro» oriental fueron modificándose en el tiempo. El texto de Mauricio Baros Townsend, intitulado «De la alfombra al kimono. El orientalismo en las trasformaciones del concepto de interior en la premodernidad chilena» empalma el origen de la vivienda moderna con la influencia del orientalismo decimonónico; siendo éste, un cruce del que emerge una nueva visión sobre el confort y el lujo en el ámbito del hogar chileno. Baros Townsend presenta un texto que rescata la historia social de algunos objetos mobiliarios, como las alfombras o vestimentas como el kimono para sugerir dos tiempos del orientalismo en la vivienda, primero con influencias árabes y luego japonesas. Concluye que el eclecticismo, la ambigüedad y un nuevo espacio para la mujer son elementos heurísticos para comprender el fenómeno del japonismo en Chile. Leia Mais
Historia Crítica. Bogotá, Núm. 79 (2021)
Artículos de investigación
- Dunia Etura, Virginia Martín Jiménez
- La oposición al franquismo a través de reivindicaciones feministas: el Año Internacional de la Mujer en Televisión Española
- https://doi.org/10.7440/histcrit79.2021.01
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- Laura Prado Acosta
- Artistas plásticos y partidos comunistas: el viaje de David Alfaro Siqueiros a Montevideo y Buenos Aires en 1933 y su impacto en los debates estético-políticos
- https://doi.org/10.7440/histcrit79.2021.02
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- José-Vidal Pelaz López, Itziar Reguero Sanz
- Autonomía, terrorismo e Iglesia en Euskadi. Los obispos vascos ante la política de Leopoldo Calvo-Sotelo (1981-1982)
- https://doi.org/10.7440/histcrit79.2021.03
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- Santiago Alarcón Tobón, Andrés Villegas Vélez
- Procesos y disputas en la formación del espectador: censura moral y cinefilia en Medellín, 1945-1958
- https://doi.org/10.7440/histcrit79.2021.04
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- Vicente Jesús Díaz Burillo
- Juan Pablo II en España: de la movilización católica a la oposición política
- https://doi.org/10.7440/histcrit79.2021.05
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Publicado enero 1, 2021
Intus-Legere Historia. Viña del Mar, v.15, n.1, 2021.
REPENSANDO LOS VÍNCULOS CON ASIA DESDE AMÉRICA LATINA Y ASIA
- Repensando los vínculos con Asia desde América Latina y Asia
- Pedro Iacobelli, Maria Montt
- ORIENTALISMO CHILENO ENTRE PERIFERIA Y UN ORIENTALISMO INVERTIDO
- Pablo Álvarez
- DE LA ALFOMBRA AL KIMONO: EL ORIENTALISMO EN LAS TRANSFORMACIONES DEL CONCEPTO DE INTERIOR EN LA PREMODERNIDAD CHILENA
- Mauricio Baros Townsend
- ‘LO CHINO’ EN EL TEATRO CHILENO DE PRINCIPIOS DEL SIGLO XX: EL CHINO DE ERNESTO MONGE WILHELMS
- Patricia Palma, María Montt
- EL DIAMANTE DEL MAHARAJÁ UNA PELÍCULA CHILENA AMBIENTADA EN…INDIA
- Elisa Silva Herreros
- JAPÓN NO DA DOS OPORTUNIDADES. IDENTIDAD Y (DES) COMUNIDAD. APUNTES PARA UN ACERCAMIENTO A AUGUSTO HIGA OSHIRO
- Berenice Ramos Romero
- CARLOS Y VIVIENNE BARRY: ATRAPADOS EN JAPÓN
- Pedro Iacobelli, Matilde Gálvez
- CHILE EN EL PACÍFICO ASIÁTICO ACCIONAR Y PERSONAL CONSULAR EN LA MANILA ESPAÑOLA (1848-1898)
- Frank Avilés Morgado
- LAZOS ENTRE CHINA Y CUBA: UNA VISIÓN GENERAL DEL PERÍODO 1900-2020
- Arsenio Alemán
- MIGRACIÓN CHINA EN CHILE: UNA RESPUESTA AL CONTEXTO HISTÓRICO Y LA DIFUSIÓN LINGÜÍSTICO – CULTURAL
- Mónica Ahumada Figueroa, Rosa Basaure Cabero
- REPENSAR LA DIPLOMACIA CULTURAL DESDE LA PERSPECTIVA CHINA: GUILLERMO DEL PEDREGAL Y LA IMAGEN DEL LIDERAZGO CHINO SOBRE CHILE (1959-1975)
- Jian Ren
- DESOCIDENTALIZANDO A IMAGEM SOBRE A CHINA: UM OLHAR SOBRE O CONTRA-FLUXO MIDIÁTICO CHINÊS NO BRASIL
- Alana Camoça, Mayara Araújo
ARTÍCULOS DE INVESTIGACIÓN
- POLIBIO Y ALEJANDRO EN LAS HISTORIAS: UNA NUEVA PROPUESTA
- Leslie Lagos-Aburto
- LA IMPORTANCIA DE LOS ANIMALES EN LA CONFIGURACIÓN SENSORIAL CAROLINGIA
- Gerardo Rodríguez
- LAS REINAS IBÉRICAS Y LA DIPLOMACIA BARROCA: UN ESTUDIO COMPARATIVO DE LAS REGENCIAS DE LUÍSA DE GUSMÃO Y MARIANA DE AUSTRIA
- Ezequiel Borgognoni
- SALUD PÚBLICA EN TIEMPOS DE EPIDEMIA: EL CASO DE LA ESCARLATINA EN CHILE, 1832 Y 1842
- Paula Caffarena
- HISTORIA (NO) VELADA DE LOS PENTECOSTALES: LA RELIGIÓN DE LOS POBRES EN EL LIBRO LA SANGRE Y LA ESPERANZA DE NICOMEDES GUZMÁN
- Miguel Ángel Mansilla, Luis Orellana Urtubia, Marcela Tapia Ladino
- FIDELIDAD, INDIVIDUALIDAD Y MONARQUÍA. NOTAS ACERCA DEL RETRATO VIRREINAL DURANTE LA RECONQUISTA A PARTIR DE LA IMAGEN DE VICENTE EGIDIO GARCÍA HUIDOBRO Y MORANDÉ, III MARQUÉS DE CASA REAL
- Mirko Suzarte Škarica
RESEÑAS
- Claudia Stern, Entre el cielo y el suelo. Las identidades elásticas de las clases medias (Santiago de Chile, 1932-1962). Santiago de Chile, RIL Editores, 2021.
- Maricela González Moya
- Serrano, Sol, El Liceo. Relato, memoria, política, Editorial Taurus, 2018, 120 pp.
- Maria Ignacia Iglesias Larraín
- Darío López R., Pentecostalismo y misión integral. Teología del Espíritu. Teología de la Vida. Ediciones Puma, Lima, Perú, ed. 2018, 131 pp.
- Víctor Aranda
- Luis Alegría y Stefanie Gänger, Sigal Meirovich, Gloria Paz Núñez, Gabriela Polanco, Historia, museos y patrimonio. Discursos, representaciones y prácticas de un campo en construcción, Chile 1830-1930, Ediciones del Servicio Nacional del Patrimonio Cultural, 2019
- Emilio Vargas Poblete
- Quiroz (ed.) Rastros en el agua. Exploradores, embarcaciones y materialidades. Ediciones del Servicio Nacional del Patrimonio Cultural, Santiago de Chile, 2019
- Carlos Rojas Sancristoful
Neomedievalismo em Países Sem Medievo: Idade Média na América | Signum – Revista da ABREM | 2021
Nos anos 70 do século XX, o acadêmico e escritor italiano Umberto Eco escreveu uma série de artigos sobre o interesse no que chamamos de idade média, descrevendo o início de um neomedievalismo contemporâneo. Eco associou esse neomedievalismo a uma grande variedade de elementos do mundo atual, desde parques temáticos como a Disneylândia, capazes de simular um mundo neomedieval dos desenhos animados, até um neofeudalismo de arranha-céus que separava novos senhores dos novos servos com acesso apenas aos andares inferiores. O próprio Eco passou aos anais do neomedievalismo quando escreveu um dos mais famosos e conhecidos romances medievais, O Nome da Rosa. A nomenclatura de Eco, ele próprio um acadêmico dedicado à idade média, claramente separava entre o medievalismo, como área de estudo dedicada aos materiais do chamado período histórico medieval, e o neomedievalismo, como uma área de temática pós-medieval a qual abrange uma ampla gama de produções culturais, artísticas e teóricas.
Paralelamente a Eco, no entanto, na mesma década de 70, o pesquisador independente inglês Leslie Workman também fundou dos Estados Unidos um jornal e uma área de estudos que ele chama de “medievalismo”, a qual é baseada, principalmente no século XIX, nas Ilhas Britânicas e no seu grande interesse nos tempos medievais. Com foco no romantismo de língua inglesa e nos elementos como o revival medieval em torneios, nos artesanatos ou no Movimento Oxford, bem como na literatura medieval e em uma vasta arquitetura neogótica, Workman nomeia o campo por intermédio de um termo usado por John Ruskin no século XIX inglês2. Leia Mais
Homenagem a Maria do Amparo Tavares Maleval | Signum – Revista da ABREM | 2021
Homenagem, substantivo feminino que significa demonstração de admiração e respeito ou ato de deferência; tributo. Assim temos que nos sentir ao tornar público um número especial da Revista Signum no qual estão reunidos trabalhos de pesquisadoras e pesquisadores que, de diferentes formas, dialogaram com a professora Maria do Amparo Tavares Maleval. Em seu nome também tem uma palavra que define o que esta professora foi para muitas pessoas: amparo significa apoio, sustentação; pessoa que ajuda. Esse jogo de palavras será julgado lugar-comum por muitas pessoas que não conviveram com ela ou que não têm conhecimento de sua importância, inclusive, para esta revista que agora presta esta justa celebração de sua memória.
Estamos falando de uma mulher, professora, pesquisadora com intensa produtividade, consolidada nacional e internacionalmente, autora de livros como Rastros de Eva no imaginário ibérico (1995) e Fernão Lopes e a retórica medieval (2010). Seu último livro, O teatro medieval e seus congêneres em Santiago de Compostela (séculos XII-XIII) veio a público este ano, quando ela já não estava mais entre nós. Leia Mais
History of Education in Latin America. Natal, v.4, 2021.
ARTIGOS
- O Campo História da Educação a partir da análise da Revista de História e Historiografia da Educação (2017-2020) – UFPR
- Hilma Aparecida Brandão, Daniela Gomes de Almeida , Hélida Cristina Brandão Nunes, Sauloeber Tarsio de Souza e23668 PDF/A
- Ensino mútuo e independência no Brasil
- Wojciech Andrzej Kulesza e25315 PDF/A
- A instalação e organização da Escola Normal de Goiás (1884)
- Tarsio Paula dos Santos, Sandra Elaine Aires de Abreue 25887 PDF/A
- Professores, Mestres e Educadores: a Docência aos Olhos do Jornal O Repórter (Uberlândia-MG: 1950-1970)
- Sauloeber Tarsio de Souza, José Lito Salustriano da Silva e23974 PDF/A
DOSSIÊ
- Presentación: Dossier Perspectivas actuales sobre Historia de la Educación en el Uruguay
- Paola Dogliotti, Fernanda Sosa, Antonio Romano e27266 PDF/A (ESPAÑOL (ESPAÑA))
- Diálogos transnacionais entre Uruguai, América do Sul e Estados Unidos: a preparação de diretores de Educação Física pela Associação Cristã de Moços
- Paola Dogliotti, Giovanna da Silva e25762 PDF/A
- “¿Hay aspectos de la reforma escolar mejicana que convenga hacer nuestros?” Pregunta planteada en una reunión de la Unión Nacional de Magisterio (U.N.M) de Uruguay en 1938
- Pamela Reisin e25688 PDF/A (ESPAÑOL (ESPAÑA))
- Agencias trasnacionales y desarrollismo en dictadura: Análisis del plan MEC-OEA para la enseñanza media básica de Uruguay en 1975
- Leonor Berná e25765 PDF/A (ESPAÑOL (ESPAÑA))
- Juego y Escuela: aportes arqueológicos para pensar el juego y su inscripción en el discurso escolar en Uruguay.
- Gonzalo Pérez Monkas, Alexandre Fernandez Vaz e26149 PDF/A (ESPAÑOL (ESPAÑA))
- Discursos convergentes en la construcción de la infancia sana a través de los manuales escolares
- Silvana Espiga Dorado e24723 PDF/A (ESPAÑOL (ESPAÑA))
PUBLICADO: 01-01-2021
Revista Brasileira de História das Religiões. Maringá, v.13, n.39, 2021.
- Religião e política no mundo contemporâneo
- DOI: https://doi.org/10.4025/rbhranpuh.v13i39
- Publicado: 2021-01-01
- CHAMADA TEMÁTICA
- Apresentação – Os cristãos e a política no Brasil contemporâneolaicidade em disputa, Estado em colapso, religião em efervescência
- Fábio Py, Emerson Sena da Silveira, Marcos Vinicius Reis Freitas (Autor)
- Pela “família tradicional”campanha de candidatos evangélicos para a ALEP nas eleições de 2018
- Frank Antonio Mezzomo, Lucas Alves da Silva, Cristina Satiê de Oliveira Pátaro (Autor)
- A trajetória de Marcelo Crivellade cantor gospel a prefeito da segunda maior cidade brasileira em 2016
- Dora Deise Stephan Moreira (Autor)
- Os evangélicos e o processo republicano brasileiro
- Saulo Baptista (Autor)
- O campo político e o campo religioso a partir dos jovens ligados a International Fellowship of Evangelical Students na América Latina
- Aldimar Jacinto Duarte, Vinicius Seabra (Autor)
- O Brasil cristão da Frente Parlamentar Evangélicaluta pela hegemonia e revolução passiva
- Ricardo Ramos Shiota, Michelli de Souza Possmozer (Autor)
- As Formas de Adaptabilidade do Neopentecostalismo Brasileiro à Mídia
- Cézar de Alencar Arnaut de Toledo, William Robson Cazavechia (Autor)
- Engajamento político e Renovação Carismática Católica em Londrina-PR. 2014-2016)
- Fabio Lanza, Luiz Ernesto Guimarães, José Neves Jr, Raíssa Rodrigues (Autor)
- Os efeitos políticos no Brasil dos sete anos iniciais do papa Francisco
- André Ricardo de Souza, Breno Minelli Batista (Autor)
- Entre a articulação e a desproporcionalidaderelações do Governo Bolsonaro com as forças conservadoras católicas e evangélicas
- Marcelo Ayres Camurça, Paulo Victor Zaquieu-Higino (Autor)
- Guerras culturais e a relação entre religião e política no Brasil contemporâneo
- Roberto Dutra, Karine Pessôa (Autor)
- A “governabilidade” petistareflexões sobre Estado, religião e política no Brasil
- Amanda Mendonça (Autor)
- A Religião Global no contexto da pandemia de Covid-19 e as implicações político-religiosas no Brasil
- Anna Carletti, Fábio Nobre (Autor)
- Field Notes from BrazilWe don’t believe in Democracy
- Graham McGeoch (Autor)
Cooperação Internacional: desafios contemporâneos | Monções – Revista de Relações Internacionais | 2021
A cooperação é um fenômeno cada vez mais relevante nas Relações Internacionais. Novos estudos e análises sobre a ocorrência e as diferentes formas e tipos de cooperação têm contribuído para a compreensão de por que os atores estatais e não estatais cooperam, mesmo em um sistema internacional anárquico (AXELROD; KEOHANE, 1985). Uma das respostas a tal indagação se relaciona à capacidade de a cooperação gerar novos ganhos aos parceiros, dificilmente obtidos de maneira unilateral e sem grandes custos. E, também, de a evolução da cooperação (AXELROD, 2010) construir e/ou fortalecer reputações de atores orientados para a celebração de acordos críveis (LEEDS, 1999) e para a produção de benefícios compartilhados, ainda que, em geral, assimétricos.
Em um mundo cada vez mais interdependente, Estados e demais atores interessados não conseguem resolver problemas complexos de maneira isolada. Eles precisam da cooperação como ferramenta para garantir segurança mútua, regulamentar o trânsito crescente de bens, serviços, pessoas e ideias, bem como para desenvolver e compartilhar tecnologias direcionadas à solução de questões complexas que ameaçam a todos, sobretudo no atual contexto de enfrentamento da pandemia da COVID-19 e de mudanças climáticas (JAVED; CHATTU, 2020; ZARTMAN; TOUVAL, 2020; LEE, 2009). Leia Mais
Los virreinatos de Nueva España y del Perú (1680-1740): un balance historiográfico | Bernard Lavallé
Entre la consolidación del reinado de los Austrias y las reformas administrativas de los Borbones, las décadas finales del siglo XVII y la primera mitad del siglo XVIII, correspondientes al ocaso de la dinastía Habsburgo, la Guerra de Sucesión y el reinado de Felipe V, han sido escasamente consideradas por la historiografía moderna para el caso de los reinos de las Indias occidentales y sus dos cortes virreinales: Nueva España y Perú. En la historia imperial española los espacios temporales de constitución administrativa (1492-1570) y reajuste institucional (1760-1810) han sido predilectos en los ámbitos de investigación historiográfica. Esta periodización tradicional ha reducido la visibilidad de los procesos concernientes a la historia de los agentes e instituciones del mundo hispánico moderno durante el primer siglo XVIII (1680-1740).
Los diez trabajos reunidos en esta compilación, dirigida por Bernard Lavallé y publicada por la institución Casa de Velázquez en el año 2019, presentan los esfuerzos emprendidos en las últimas décadas por mejorar la visibilidad de los más recientes aportes, perspectivas y temáticas relativas al periodo central de la historia de la monarquía española. Desde el diálogo continuo entre ámbitos de investigación europeos y latinoamericanos, los avances en materia del conocimiento histórico han permitido problematizar los procesos y reconsiderar la periodización del devenir del Imperio español y sus dominios de ultramar en la época moderna. Los objetivos manifiestos del libro se corresponden con esta renovación historiográfica: proponer un balance de los estudios sobre del primer siglo XVIII y realizar un ejercicio comparativo entre los estudios dedicados a los virreinatos de la Nueva España y del Perú. Leia Mais
Vida y muerte de un convento. Religiosos y sociedad en la Nueva Granada | William Plata Quezada
En el contexto latinoamericano, la religión cristiana ha jugado un papel importante en la configuración de la sociedad; ya que, desde sus instituciones y prácticas religiosas, ha participado en la organización de los itinerarios socio – históricos en que ha estado inmersa. Como fruto de su disertación doctoral, el historiador William Plata Quezada nos ofrece un peculiar estudio sobre la vida y la muerte de un convento dominico llamado Nuestra Señora del Rosario, el cual se sitúo en la ciudad de Santafé (1550 – 1860). El apoyo de las fuentes, el amplio conocimiento bibliográfico existente, una prosa clara, sobria y amena y, bajo la metodología extraída de Hostie Raymond; le permite a Plata hacer una adecuada indagación sobre el nacimiento de este Convento en la segunda mitad del siglo XVI, su inmersión en la sociedad colonial neogranadina, los desafíos de la Independencia y la creación de la Nación colombiana y, posteriormente, su disolución a los años ulteriores en la segunda mitad del siglo decimonónico.
Bajo los presupuestos de la “historia social de la religión”, la idea principal consiste que “la vida interna de una comunidad religiosa no puede entenderse únicamente desde su dinámica interna. La relación que se hace entre el carisma fundador y su puesta en marcha tiene mucho que ver con las maneras y las formas como la comunidad se articula a la sociedad que la circunda y a la manera como llega a afectarla”1. De esta forma, el Convento de Nuestra Señora del Rosario, al estar inmerso en el tejido social neogranadino y, esencialmente, santafereño, se encuentra en un constante devenir cultural, cumpliendo un papel activo de organizar los poderes fácticos y, al mismo tiempo, es afectado por las condiciones y transformaciones históricas que la sociedad le proporciona. Leia Mais
Sermones patrióticos en el comienzo de la República de Colombia, 1819-1820 | Armando Martínez Garnica
Decisiva fue la influencia ejercida por el estamento eclesiástico en Colombia durante las guerras de Independencia. Así entonces, las ceremonias religiosas fueron un componente vital, dado el poder que inspiraba la Iglesia y la amplia ascendencia que tenían los curas en cada población1. Sobre este particular, se refirió el historiador Hermes Tovar Pinzón: “Para una sociedad en la cual el púlpito era el mejor y más eficaz método de comunicación y, la religión el mejor método de control social y espiritual, el Estado no vaciló en emplearla cuando fue necesario”2.
Los actos litúrgicos llevados a cabo durante estos años entrañaban un trasfondo político en el propósito por afianzar las adhesiones. Un ejemplo de ello eran las frecuentes misas de acción de gracias por los triunfos militares y las rogativas. Vale mencionar además la habitual bendición y ayuda divina ofrecida a través de los sermones, por medio de los cuales se pretendía infundir en los habitantes los principios rectores del sistema político imperante y llenarlos de razones sobre los nefastos desatinos e injusticias de los adversarios3. Para ello, los oradores solían retomar pasajes bíblicos como base para sus disertaciones políticas4. Leia Mais
Cultura política y subalternidad en América Latina | James Sanders, Ishita Banerjee, Sarabh Dub, Jorge Conde Calderon, Luis Ervin Prado Arellano, Pamela S. Murray e María Victoria Dotor Robayo
El libro que se reseñará a continuación, hizo parte de un simposio titulado “Cultura Política y Subalternidad en América Latina”, en agosto del 2017 en la Universidad Pedagógica y Tecnológica de Colombia, en Tunja, que contó con profesores a nivel nacional e internacional, quienes se han dedicado a estudiar el siglo XIX y la participación política plebeya de distintos ángulos. En él se discutió, como diría una de sus participantes: de analizar y discutir la participación de los sectores populares en el proceso y posterior crecimiento de las naciones latinoamericanas -pero sobre todo la neogranadina-. Expertos de distintas partes, nos enseñan de forma metodológica, conceptual y teórica como pensar lo subalterno en el siglo XIX. El libro, tiene siete capítulos, de los cuales, son las ponencias presentadas por cada uno de los expertos que hicieron parte del simposio: está el capítulo de James Sanders titulado La cultura política de los subalternos y la evolución de la historia intelectual, Ishita Banerjee Subalternidad y género en la cultura política, Saurabh Dube Repensando la modernidad (y la nación), Jorge Conde Calderon Tumultos populares y cultura política plebeya en el Nuevo Reino de Granada, Luis Prado Arellano Indígenas, guerras civiles y participación política. El caso Páez en la provincia de Popayán, 1830-1860, Pamela S. Murray Mujeres y género en la revolución liberal-mosquerista, 1859-1863 y María Dotor Robayo La revolución liberal en Boyacá 1859-1863, nos exponen de forma clara pero contundente, cómo estudiar lo subalterno desde distintos actores históricos en el siglo XIX.
¿Qué fue de los campesinos, indígenas, afrodescendientes, clases bajas, plebeyos o sectores populares de aquel mal llamado, periodo de transición, del siglo XIX? Aun cuando exista hoy día, toda una amalgama de estudios que han analizado a los sectores populares, los de abajo, clases bajas, plebeyos y/o campesinos desde las distintas corrientes historiográficas, todavía en América Latina, suelen ser escasas las respuestas en cuanto al poco protagonismo que se les ha dado a estos sujetos históricos dentro del discurso histórico -al menos en nuestro país-. Esto ocurre en principio como diría Banerjee, gracias a la universalidad –producida en parte por los discursos occidentales europeos sobre la modernidad-, en cómo interiorizamos y reafirmamos a Europa como el sujeto teórico de la disciplina académica de la historia2. En ese sentido, hemos tomado esa universalidad para colocarla como el eje central para producir disertaciones historiográficas, agregándole el enfoque o perspectiva en cómo enunciamos tales narrativas, en las que el discurso hegemónico europeo sirve como punto de partida para explicar todo lo demás. Leia Mais
Lectura y contralectura en la Historia de la Lectura | Alejandro E. Parada
Lectura y contralectura en la Historia de la Lectura es una obra “selectiva y parcial”, como el mismo autor nos la presenta, que resume las inquietudes, de una larga y reconocida trayectoria académica, centradas en la historia de la lectura (HL); una obra pensada no únicamente como referencia encaminada al planteamiento y resolución de casos prácticos de estudio, sino también como problemática de índole existencial de la propia disciplina.
Alejandro Enrique Parada es docente en el Departamento de Bibliotecología y Ciencia de la Información de la Universidad de Buenos Aires, investigador del Instituto de Investigaciones Bibliotecológicas de la Facultad de Filosofía y Letras y secretario de Redacción de la conocida revista de este Instituto, Información, cultura y sociedad, relevante por su larga trayectoria y calidad en el panorama latinoamericano, muchos de cuyos editoriales son del propio Parada. Leia Mais