Shrinking the Earth: The Rise and Decline of American Abundance | Donald Worster
Shrinking the Earth, “Encolhendo a Terra”, em tradução livre, é a produção literária mais recente do historiador ambiental Donald Worster, que nasceu em 1941 e cresceu em Hutchinson, Kansas. Na década de 1970, ele se tornou mestre em filosofia pela Yale University e doutor em História pela mesma universidade. A partir de 1989, ocupou a cadeira de História Norte-americana da University of Kansas. Após sua aposentadoria, em 2012, Worster se tornou especialista estrangeiro e professor sênior da escola de História da Universidade Renmin, China. Ele é um dos fundadores da história ambiental norte-americana e foi presidente da American Society for Environmental History. Durante sua carreira, escreveu livros que influenciaram o campo da disciplina, como A River running West: the Life of John Wesley Powell (2000) e A Passion for Nature: the Life of John Muir (2008).
A História Ambiental pretende entender como ambiente e sociedade se relacionam. A disciplina surgiu em meados de 1970, predominantemente na Europa e nos Estados Unidos da América (EUA), quando cientistas naturais apontaram consequências danosas da ação humana sobre a natureza. Essa nova percepção de estudo enfrentou, e ainda enfrenta, resistência das Ciências Humanas, embasadas no paradigma durkheimiano, no qual o social se explica apenas pelo social. Worster dialoga nesse livro com a noção de fronteiras e limites, trabalhados pelos historiadores norte-americanos Frederick Jackson Turner (1861-1932) e Walter Prescott Webb (1888-1963). A obra resenhada trata da história ambiental mundial e busca explicar como chegamos à atual situação planetária, marcada cada vez mais pela escassez de recursos, pontuando questões importantes para o estudo da sustentabilidade. O livro está dividido em três partes, além do prólogo e epílogo. Cada parte é composta de três capítulos narrativos e de um quarto capítulo referente a uma viagem de campo.
No prólogo “Luz Verde de Gatsby”, o autor utilizou uma passagem do romance de Francis Fitzgerald (1896-1940), The Great Gatsby (1925), para delinear uma visão alternativa do passado de devastação da natureza e guiar a leitura. A passagem se refere aos momentos em que Gatsby, um emergente social romântico e sonhador, enxerga uma luz verde à distância no porto e fica esperançoso de ser aceito pela rica Daisy Buchanan. A luz apenas assinala o ancoradouro da mansão de Daisy, mas simboliza as expectativas de Gatsby em relação ao seu futuro. Essa luz verde também representa as expectativas de crescimento da já próspera sociedade estadunidense de 1920. Worster chamou de “teoria da luz verde” a ilusão que os humanos têm de um futuro em que a natureza seja sempre abundante.
Ainda no prólogo, Worster avisa que abandonou três perspectivas familiares na história contemporânea: da simpatia pelos perdedores, da escola dos bons hábitos e das boas instituições e da continuidade do Holoceno. Sobre as duas primeiras, Worster afirma que trata dos êxitos na extração de matérias-primas da natureza, principalmente os referentes à colonização dos EUA. Sobre a terceira visão, ele aponta que alguns cientistas já consideram que estamos no Antropoceno, uma era de grandes transformações causadas na biosfera pelo ser humano, principalmente a partir da Revolução Industrial do século XVIII. A era anterior, o Holoceno, iniciada há doze milênios e pós período de glaciação, teve sua relativa estabilidade da natureza abalada justamente pela atuação humana.
Na parte I, Worster descreve as revoluções que ocorreram na sociedade europeia após o descobrimento do Novo Mundo pelos colonizadores europeus. Eles conseguiram expandir suas fronteiras e promover o desenvolvimento utilizando recursos naturais obtidos de suas colônias, mas mesmo alguns dos primeiros economistas advertiram que o crescimento econômico e social tinha um limite. O inglês John Stuart Mill (1806-1873) foi o primeiro a dizer que essa limitação não era necessariamente ruim, pois impunha novos desafios ao estilo de vida europeu (1848). Além disso, para Mill nem tudo do mundo natural podia ser precificado ou utilizado, ideia semelhante à dos primeiros defensores da natureza selvagem, ou wilderness, como William Wordsworth (1770-1850) e Henry David Thoreau (1817-1862). Worster finaliza a primeira parte descrevendo a caça desenfreada às baleias na ilha de Nantucket na metade do século XIX, o que levou à quase extinção do animal.
A parte II, “Depois da Fronteira”, narra uma sequência de práticas de extração de recursos naturais nos EUA, as suas consequências e os estudos feitos pelo conservacionismo norte-americano, encabeçado por George Perkins Marsh (1801-1882). É descrito o poder destrutivo da agricultura, que desequilibrava ciclos d’água. A crise hídrica foi tema da viagem de campo, que trata do “Vale Imperial”, na Califórnia, estado que passou por uma grande seca em 2003. A devastação continuou por meio do desenvolvimento industrial do século XIX, quando o combustível propulsor da indústria, o carvão, levou à contaminação do ar, solo e da água por substâncias tóxicas, alterando o ciclo do carbono. Combinado com o ferro, o carvão proporcionava a criação do aço, que passou a ser utilizado nas ferrovias, amplificando a expansão das cidades e a destruição ambiental. Com a escassez do carvão, o gás natural e o petróleo se tornaram os próximos combustíveis das atividades humanas. Essa grande dependência dos recursos naturais e como lidar com ela é descrita na sequência. O presidente Theodore Roosevelt (1858-1919) tentou associar o conservacionismo aos interesses industriais, o que foi desastroso para o meio ambiente. Para Roosevelt, a construção de barragens, por exemplo, significava transformar um “desperdício” de força d’água em lucro para a sociedade. Atualmente, essa associação falaciosa fica explícita em empresas que utilizam o prefixo “eco” em seus produtos, sem praticar qualquer forma de proteção à natureza.
Após tanta devastação, chegamos ao limite, tema da terceira parte do livro. A narrativa inicia com a fase posterior à Segunda Guerra Mundial nos EUA, que se caracterizou pelo aumento do consumismo e desenvolvimento desenfreado, incomodando até mesmo os conservacionistas mais adeptos da prosperidade econômica. Surgiu, então, uma categoria mais prática de conservacionistas, a dos ambientalistas modernos, que comprovaram como a ação exploradora humana acarretava na degradação do meio ambiente.[1] Worster dispende boa parte dos capítulos seguintes discorrendo sobre a obra dos cientistas Dennis Meadows e Donella Meadows (1941-2001), autores principais de The Limits to Growth (1972). O livro foi um alerta sobre as dinâmicas do sistema social, seus limites e a necessidade de ajustes para que o mundo não colapse. A partir desse estudo, outros pesquisadores começaram a delimitar uma zona de perigo relacionada à capacidade de suporte da Terra. A viagem de campo, “Rio Athabasca” (Canadá), encerra a terceira parte. O betume descoberto no rio canadense, localizado em uma floresta boreal, tinha extração e tratamento difíceis e onerosos. Após a crise do petróleo em 1973, investiu-se desesperadamente em sua extração e área e o rio ficaram devastados.
No epílogo, “Vida em um pálido ponto azul”, Worster cita a viagem ao espaço da Voyager I, em 1977. O astrônomo Carl Sagan (1934-1996) pediu que fosse fotografado o que havia ao redor da nave. Foi registrada apenas a Terra, um pálido ponto azul. O Novo Mundo esperado pela ida do homem ao espaço não existe. Worster propõe que é preciso aprender a viver com os recursos disponíveis. Ele alerta que, por conta do crescimento da tecnologia, da população e do consumo, o nosso mundo está encolhendo ecologicamente. A lógica da composição do livro se completa: descoberta, exploração e limites.
Worster expõe a sua preocupação principal com a devastação ambiental desde o primeiro capítulo do livro e a reitera ao longo de sua narrativa: “Mas quais são as chances de encontrar outra natureza, outro hemisfério de abundância tão fácil? Zero”[2] (p. 25). Apesar do livro ser definido como de História Ambiental global, Worster concentra sua narrativa na Europa e nos EUA, o que não desvirtua a proposta da obra. Sua riqueza de informações a torna acessível a qualquer pessoa que tenha interesse em compreender o “encolhimento” da Terra, situação explícita a quem se propõe observar minimamente as condições em que se encontra o meio ambiente. Shrinking the Earth não se desenvolve em tom alarmista, mas não deixa de ser um alerta sobre a situação atual e futura da Terra e seus habitantes: não temos mais um longo passado pela frente.
Notas
1. Para melhor compreensão das categorias de proteção da natureza, sugiro NASH, 1990.
2. Trad. livre da autora: “But what are the odds of finding another nature, another hemisphere of such easy abundance? Zero”.
Referências
FITZGERALD, Francis Scott. The Great Gatsby. New York: Charles Scribner’s Sons, 1925.
MEADOWS, Donella H. et al. The Limits to Growth: a Report for the Club of Rome’s Project on the Predicament of Mankind. New York : Universe Books, 1972.
MILL, John Stuart. Principles of Political Economy with Some of their Applications to Social Philosophy. Vols. I & II. London: John W. Parker, 1848.
NASH, Roderick. American Environmentalism: Readings in Conservation History. New York: McGraw-Hill, 1990.
WORSTER, Donald. A River running West: the Life of John Wesley Powell. New York: Oxford University Press, 2000.
WORSTER, Donald. A Passion for Nature: the Life of John Muir. New York: Oxford University Press, 2008.
Julıana da Costa Gomes de Souza – Universidade de Brasília, Centro de Desenvolvimento Sustentável. E-mail: jcgdesouza@gmail.com
WORSTER, Donald. Shrinking the Earth: Th e Rise and Decline of American Abundance. London: Oxford University Press, 2016. Resenha de: SOUZA, Julıana da Costa Gomes de. Como chegamos a este ponto? Varia História. Belo Horizonte, v. 37, n. 74, p. 635-639, maio/ago. 2021. Acessar publicação original [DR]
Complicidad económica con la dictadura chilena. Un país desigual a la fuerza | Juan P. Bohoslavsky, Karinna Fernández e Sebastián Smart
La escasa literatura existente sobre la contribución y complicidad de empresas y grupos económicos en la violación sistemática de derechos humanos ocurrida en Chile durante el régimen de Pinochet, hace del libro Complicidad económica con la dictadura chilena. Un país desigual a la fuerza un aporte indispensable para mejorar nuestra comprensión sobre el origen de muchas de las desigualdades sociales y económicas que, actualmente, son objeto de las mayores protestas que hayan tenido lugar en Chile desde el fin de la dictadura cívico-militar.
En el libro, sus editores – Juan Pablo Bohoslavsky, Karinna Fernández y Sebastián Smart – reúnen una serie de investigaciones en las cuales se documenta desde diferentes disciplinas y dimensiones, la existencia de redes de financiamiento y apoyos a la dictadura, que habrían permitido al régimen de Pinochet solventar su política represiva para mantenerse en el poder, y al mismo tiempo, transformar radicalmente la estructura político-económica del país. De este modo, los veintiséis capítulos que componen el libro convergen en la tesis de que existiría una estrecha relación entre la asistencia económica extranjera, la política económica implementada por la dictadura y la violación sistemática de los derechos humanos.
El esfuerzo por documentar la colaboración y complicidad financiera con la dictadura chilena – tal como sostiene Elizabeth Lira en el prólogo del libro – constituye una pieza fundamental para garantizar a las víctimas la no repetición de las violaciones a los derechos humanos ni de las condiciones que las hicieron posible. En esta misma línea, Juan Pablo Bohoslavsky señala, en el capítulo introductorio, que este libro ofrece una nueva narrativa de la dictadura, al considerar la responsabilidad de sus cómplices económicos y vincularla con la actual agenda de justicia social. Argumenta que la ayuda financiera recibida por el régimen se orientó, por un lado, a comprar lealtades y apoyos de sectores claves de la sociedad chilena, y por otro, a montar un eficaz aparato represivo, cuyo principal propósito fue crear las condiciones necesarias para la implementación de un conjunto de políticas sectoriales que tuvieron como denominador común el beneficio económico de la élite chilena y de las grandes empresas nacionales y extranjeras, todo esto, en detrimento del bienestar de la clase trabajadora y el consiguiente aumento de la desigualdad económica y social en el país.
Los capítulos posteriores se organizan en siete secciones temáticas, cada una de estas aporta importante evidencia en ámbitos poco explorados del pasado reciente de Chile. La primera sección, titulada “Pasado y presente de la complicidad económica” se articula en torno al informe elaborado en 1978 por Antonio Cassese, quien fuera nombrado por la Comisión de Derechos Humanos de Naciones Unidas como relator especial para evaluar el apoyo financiero recibido por la dictadura. Como sugiere Naomi Roth-Arriaza en el capítulo que inaugura esta primera sección, los trabajos ahí presentados constituyen un importante esfuerzo por desarticular aquella narrativa que desliga el plan económico de la dictadura, de la violencia utilizada por el régimen de Pinochet para reprimir a la población y así, acallar sus críticas.[1] Los cinco capítulos que componen la sección funcionan como un bloque analítico que inicia dando cuenta de las razones de la escasa atención que recibieron las dimensiones económicas dentro de la agenda de la justicia transicional chilena y cómo, en los últimos años, esto se ha ido revirtiendo. Este cambio, producido por una forma más integral de comprender los derechos humanos, permitió ampliar la visión hacia los derechos económicos y sociales que fueron vulnerados durante la dictadura y que hoy continúan siendo parte de las luchas sociales en Chile. Si bien, como exponen Elvira Domínguez y Magdalena Sepúlveda en el quinto capítulo del libro, el estado de los derechos económicos, sociales y culturales en Chile ha sido en el último tiempo objeto de un mayor escrutinio internacional – lo que se refleja en un número relativamente alto de procedimientos especiales realizados en el país, al punto de equipararse con la atención prestada a la violación de los derechos civiles y políticos -, esto no ha sido suficiente para comprender efectivamente todos los abusos cometidos por el régimen de Pinochet, ni el efecto que éstos continúan teniendo para el pleno ejercicio de los derechos humanos en el Chile de post-dictadura.
Esta sección también aporta algunos antecedentes para comprender cómo la violación de los derechos civiles y políticos durante la dictadura – específicamente, la supresión de los derechos sindicales – fue un factor relevante para atraer la asistencia económica extranjera, y a la vez, fue condición necesaria para la imposición de una política económica basada en la acumulación de capital, la cual, a partir de la privatización de empresas del Estado y la venta de sus activos, transfirió la riqueza nacional a manos de la clase empresarial chilena. La sección cierra reconociendo que, aunque el impacto de las iniciativas en términos de verdad y justicia ha sido limitado, Latinoamérica ha ocupado un lugar protagónico en la identificación de las responsabilidades de las empresas en las graves violaciones a los derechos humanos. Destaca en este itinerario la forma en como las víctimas y sus familiares han complementado la movilización social con estrategias legales innovadoras a fin de responsabilizar a las empresas e incluirlas en el radar de la justicia transicional, esto, más allá de si las comisiones de verdad implementadas en sus respectivos países, tenían o no como mandato, esclarecer la participación de los agentes económicos en las violaciones a los derechos humanos. En este sentido, y siguiendo a Priscilla Hayner (2008, p. 247), el deseo de buscar la verdad es cuestión de tiempo, hay veces en que este deseo sólo se logra hacer patente cuando las tensiones que generan conflictos dentro de una sociedad han sido disminuidas, y hay otras, en las que es justamente este deseo el que impulsa cambios sobre los límites y las formas de abordar los crímenes del pasado.
La segunda sección de este libro, titulada “La economía del pinochetismo”, también consta de cinco capítulos, los cuales – con excepción del capítulo de Marcos González y Tomás Undurraga, quienes discuten sobre la complicidad intelectual en la dictadura – se articulan en torno a la relación existente entre la política extractivista impulsada por la dictadura, la concentración del poder y la riqueza y la construcción de una institucionalidad político-jurídica funcional a las necesidades del neoliberalismo. La sección inicia con el capítulo presentado por José Miguel Ahumada y Andrés Solimano, quienes sostienen en su trabajo que las desigualdades sociales y económicas que afectan a Chile en la actualidad tienen sus bases en el modelo económico implementado durante el régimen de Pinochet. Así, esta sección analiza el recorrido que siguió la economía chilena durante la dictadura, la que – en tanto proceso históricamente situado – experimentó una serie de cambios, que fueron más el resultado del activo rol del Estado y de la correlación de fuerzas al interior del gobierno dictatorial, que un producto de las fuerzas autónomas del mercado.
En este marco, las privatizaciones llevadas a cabo desde la segunda mitad de los años setenta, con el objetivo inicial de desmantelar el Estado productor y desarrollista, y luego con la intención de suplir las funciones sociales del Estado, habrían posibilitado que las elites económicas no sólo concentraran el grueso de la riqueza nacional, sino que, además, adquirieran una fuerte influencia en el funcionamiento de lo que sería la nueva democracia. Del mismo modo, en esta sección se advierte que, pese al impacto negativo que ha tenido el extractivismo económico en los derechos humanos y en el medioambiente, no ha existido la intención de cambiar el rumbo del modelo extractivista chileno, pues como sugiere Sebastián Smart, si bien éste se asienta en una legislación creada por la dictadura, la interrelación y mutua dependencia entre el poder político y económico existente en Chile, ha impedido cualquier tipo de modificación sustantiva al modelo.
Por otro lado, esta sección refuerza la idea de que las actuales desigualdades surgen en un contexto de represión y de múltiples restricciones a la deliberación democrática, y también, de que son consecuencia de una trasformación radical de la economía, en la cual tuvieron lugar procesos de acumulación por desposesión y de oligopolización de la estructura productiva, dando origen con esto, a una elite empresarial que, hasta el día de hoy, controla amplios aspectos de la vida económica, política y social del país.
La tercera y cuarta sección – tituladas “Juegos de apoyos, corrupción y beneficios materiales” y “Normas y prácticas represivas en favor de los grupos empresariales”, respectivamente – reúnen diez investigaciones, las que podrían, por la similitud de sus temáticas, constituir una única sección cuyo eje estuviera en el impacto que han tenido las diversas políticas y decretos leyes, dictados por la dictadura, en la actual agenda de justicia social. A pesar de esto, es posible reconocer una cierta estructura asociada a temáticas específicas dentro de cada una de las secciones. Así, mientras los dos primeros capítulos de la tercera sección analizan el rol de las cámaras empresariales y de los medios de comunicación en la comisión u omisión de violaciones a los derechos humanos; los dos últimos dan cuenta del impacto que tuvieron las privatizaciones, tanto en el sistema de pensiones como en el patrimonio público de Chile. Respecto de este último punto, Sebastián Smart señala que, en base a la violencia desplegada, la dictadura terminó con el histórico y progresivo proceso de creación de empresas estatales, dando paso a la enajenación de las mismas (muchas de las cuales fueron vendidas muy por debajo de su valor económico). En efecto, según Smart, se pasó de 596 empresas estatales en 1973 a sólo 49 en 1989, lo que implicó una mayor concentración de riquezas y la profundización de las brechas sociales y económicas ya existentes.
Del mismo modo, los dos primeros capítulos de la cuarta sección tratan sobre el desmantelamiento del sindicalismo chileno y explican cómo el “Plan laboral” de la dictadura – que básicamente operó como una regulación del poder colectivo de los sindicatos – tuvo como objetivo garantizar plenamente el derecho de propiedad y legitimar así, las bases del poder económico y social de la elite chilena. Pese a que el año 2003, fue publicado en el diario oficial un nuevo Código del Trabajo, para Salazar (2012, p. 308-309) este no es más que una forma de aparentar modernidad y sensibilidad social, pues mantiene las mismas relaciones laborales impuestas por la dictadura.
Los dos capítulos siguientes reflexionan sobre cómo la implementación del modelo neoliberal en Chile significó la disminución de las prestaciones sociales básicas y el aumento de la pobreza, dando paso a la criminalización y el encierro masivo de pobres, por un lado, y por otro, a su erradicación de las áreas céntricas, y posterior, relocalización en sectores periféricos. Finalmente, los últimos dos capítulos de esta sección analizan las consecuencias económicas, sociales, medioambientales y culturales que han experimentado los pueblos originarios en Chile, a propósito de la apropiación que hiciera la dictadura de recursos naturales y bienes comunes. Así, por ejemplo, y considerando la actual crisis hídrica, el capítulo de Cristián Olmos conecta el rol de empresas y actores económicos en la privatización del agua, con las constantes violaciones a los derechos de comunidades indígenas próximas a centros mineros en el Norte de Chile. Para Olmos, la base de estas vulneraciones se encuentra en la plataforma legislativa generada en dictadura, la cual comprende la Constitución, el Código de Aguas y el Código de la Minería. Una lectura similar lleva a cabo José Aylwin, quién en su estudio, da cuenta de cómo la dictadura, luego de apropiarse de tierras mapuches (reconocidas y restituidas por los proceso de reforma agraria impulsados por los gobiernos de Eduardo Frei Montalva y Salvador Allende), éstas fueron vendidas de forma irregular, para posteriormente, establecer sobre ellas una política de incentivos monetarios y tributarios que benefició, principalmente, a los conglomerados forestales que habían colaborado con el régimen de Pinochet, teniendo esto, como consecuencia directa, la exclusión del pueblo mapuche y el deterioro del medio ambiente y del hábitat natural y cultural de las comunidades.
Dos capítulos son los que componen la quinta sección titulada “Estudios de casos”. En ella, se analizan emblemáticos casos de corporaciones nacionales que financiaron, o directamente participaron en delitos de lesa humanidad. Karinna Fernández y Magdalena Garcés documentan cómo los recursos logísticos de la Pesquera Arauco y de Colonia Dignidad fueron puestos a disposición de la represión militar. Este trabajo advierte sobre la activa participación de estas corporaciones en el secuestro, tortura y desaparición de civiles durante la dictadura chilena. Las autoras también llaman la atención sobre la falta de voluntad política para perseverar con las investigaciones y las debilidades presentes en la acción judicial, las que muchas veces, no han permitido conocer la verdad de los hechos, ni cuantificar o determinar el destino de los dineros obtenidos por la comisión de estos delitos. En esta misma línea, Nancy Guzmán entrega evidencia para conocer cómo, desde la elección de Salvador Allende como presidente de Chile, el diario El Mercurio fue utilizado por su dueño, Agustín Edwards, para colaborar con la dictadura; primero, azuzando el golpe de Estado, y luego, encubriendo los crímenes del régimen, mediante múltiples campañas de desinformación y manipulación de la opinión pública.
La sexta sección temática, “Aspectos jurídicos de la complicidad económica”, también se compone de dos capítulos. En ellos se exponen, por un lado, los principios generales emanados del derecho internacional para abordar las causas de complicidad económica; y por otro, las (im)posibilidades de perseguir, juzgar o reparar – en el marco del derecho chileno – la comisión de estos delitos, por los cuales algunas empresas y sus altos miembros se beneficiaron económicamente. Juan Pablo Bohoslavsky reflexiona, a la luz del derecho internacional y comparado, respecto de cuándo procede establecer responsabilidades civiles en las violaciones de derechos humanos. En este marco, sostiene que para determinar dichas responsabilidades se requiere conocer si la asistencia corporativa a un régimen criminal, generó, facilitó, dio continuidad o hizo más efectiva la comisión de estos delitos. Argumenta que, comprender el contexto que originó y sostuvo la complicidad económica, resulta incluso, más relevante que constatar el grado de conocimiento que tenían las corporaciones sobre el daño producido. En un tenor similar, Pietro Sferrazza y Francisco Jara sostienen que la condición de civiles no excluiría a los actores económicos de la persecución criminal por delitos de lesa humanidad, al tiempo que advierte una oportunidad – de acuerdo a la jurisprudencia – para la imprescriptibilidad de los casos, toda vez que éstos devengan de acciones que hayan facilitado o contribuido a la violación de los derechos humanos.
La séptima sección, titulada “Conclusiones y prospectivas”, coincide con el último capítulo del libro. En este, el historiador Julio Pinto, describe tres momentos en los cuales se habría ido anudando una cierta simbiosis entre el mundo empresarial y la dictadura cívico militar. El primer momento, se encuentra en la amenaza que significó el programa de la Unidad Popular para la libertad de empresa y el derecho de propiedad. El segundo, tiene que ver con los beneficios que recibieron durante la dictadura aquellos empresarios que apoyaron y colaboraron con el régimen. Mientras que el tercer momento, se asocia con las garantías de inmodificabilidad de los mecanismos básicos de funcionamiento de la economía neoliberal, así como de los componentes centrales de la institucionalidad en la cual se estableció dicha garantía.
De este modo, el libro que ha sido reseñado tiene el valor de ofrecer un variado análisis sobre la complicidad de las empresas y empresarios durante la dictadura. Desde un abordaje interdisciplinario, logra articular efectivamente una narrativa que conecta las violaciones a los derechos humanos con las políticas económicas implementadas durante el régimen de Pinochet. No obstante, considerando la diversidad de perspectivas y dimensiones desde las cuales se observó el problema, se extraña un capitulo con una mayor sistematización de los fallos judiciales, conclusiones de comisiones investigadoras o solicitudes de información realizadas al Congreso Nacional. Esto, por un lado, a fin de comprender los aciertos y reveses que han tenido estas iniciativas, y por otro, para conocer el estado actual de las impugnaciones realizadas en el marco de los objetivos de verdad, justicia, reparación y garantías de no repetición. Por lo pronto, y de acuerdo a la experiencia comparada, pareciera ser que las democracias y economías modernas pueden sobrevivir a los juicios que buscan determinar las responsabilidades de los agentes económicos en la violación de los derechos humanos, lo que, sin duda, ofrece a las víctimas la esperanza de que las situaciones de abuso que experimentaron sean reconocidas y reparadas.
Finalmente, la evidencia histórica presentada en este libro no sólo constituye una crítica dirigida a los actores económicos involucrados en violaciones a los derechos humanos o a quienes se beneficiaron de las prácticas represivas y autoritarias de la dictadura, sino también, la crítica apunta a los gobiernos de la transición, los cuales no quisieron enfrentar realmente las causas estructurales de la desigualdad en Chile: concentración de la propiedad productiva, formación de conglomerados económicos con altas cuotas de mercado y debilitamiento del poder de negociación sindical, entre otras (SOLIMANO, 2013, p. 100). De este modo, el libro Complicidad económica con la dictadura chilena., podría nutrir el debate sobre la desigualdad en Chile – que, tras la revuelta social ha tomado con fuerza la agenda política – y direccionarlo, hacia la rendición de cuentas de los beneficios recibidos por las empresas, a cambio de su colaboración con la dictadura.
Nota
1. Durante la post-dictadura, la nueva clase dirigente permitió que en la figura de Pinochet se encontraran discursos a la vez contradictorios: los que apuntaban a su responsabilidad en una de las dictaduras más sangrientas de América Latina y los que reconocían que las transformaciones económicas impulsadas bajo su régimen, constituyeron una pieza fundamental para el desarrollo económico y la estabilidad política de Chile. Así, se podía condenar al dictador y, al mismo tiempo, reconocer su legado en materias económicas.
Referencias
HAYNER, Priscila. Verdades innombrables. El reto de las comisiones de la verdad. México, D.F.: Fondo de Cultura Económica, 2008.
SALAZAR, Gabriel. Movimientos sociales en Chile. Trayectoria histórica y proyección política. Santiago: Uqbar, 2012.
SOLIMANO, Andrés. Capitalismo a la chilena. Y la prosperidad de las élites. Santiago: Editorial Catalonia, 2013.
Sergıo Urzúa-Martínez – Universidad de Buenos Aires, Facultad de Ciencias Sociales. E-mail: urzua@usach.cl
BOHOSLAVSKY, Juan Pablo; FERNÁNDEZ, Karinna; SMART, Sebastián (Eds.). Complicidad económica con la dictadura chilena. Un país desigual a la fuerza. Santiago, Chile: LOM Ediciones, 2019. Resenha de: URZÚA-MARTÍNEZ, Sergıo. Violencia, complicidad e impunidad: Los actores económicos en la dictadura de Pinochet. Varia História. Belo Horizonte, v.37, n.74, p.625-634, maio/ago. 2021. Acessar publicação original [DR]
Processos judiciais e escrita da história na América Latina | Varia História | 2021
Desde a década de 1980, os processos judiciais se consolidaram como fontes relevantes para a escrita da história da América Latina.[1] Partindo dessa historiografia, o presente dossiê procura apontar novas abordagens e perspectivas de pesquisa com esses documentos. Para além de repositórios privilegiados de informações sobre diferentes grupos sociais, seus modos de vida e estratégias de resistência, os processos judiciais também são essenciais para o entendimento de como se dá o processo de produção do direito.
Nas últimas décadas, muitos historiadores recorreram a arquivos judiciários em busca de janelas para mundos sociais e modos de vida pouco conhecidos. Em suas análises, leram os processos judiciais a contrapelo para atravessar os vieses e as formalidades de um direito até então visto como uma esfera de domínio exclusivo das elites. Procuraram alcançar, nesses documentos, as vozes de escravos, mulheres, indígenas, trabalhadores livres e outros grupos subalternos. Os processos judiciais mostraram como essas pessoas transformaram os tribunais da América Latina em “arenas de lutas” por liberdade e direitos. Nos tribunais das sociedades escravistas, africanos, indígenas e seus descendentes articularam suas próprias concepções de liberdade contra a escravidão e diferentes formas de trabalho compulsório. Nos tribunais das repúblicas, homens e mulheres pobres, excluídos de várias esferas da política tradicional, reivindicaram o exercício de direitos básicos, expandindo a prática da cidadania.
Esse corpo de trabalhos é bastante heterogêneo. Contribui, por exemplo, para a história da escravidão atlântica, possibilitando comparações entre Brasil, Cuba, Estados Unidos e outros países.[2] Os processos judiciais também foram de extrema importância para a historiografia sobre gênero, possibilitando análises acerca das concepções de honra, família e trabalho articuladas por homens e mulheres pobres em vários lugares da América Latina.[3] Os diversos processos nos quais indígenas eram partes foram fundamentais para a renovação da história indígena e para análises acerca do colonialismo, da submissão a várias configurações de trabalho coercitivo e das práticas de negociação e resistência das populações indígenas.[4] A pesquisa em arquivos judiciários, portanto, impulsionou avanços historiográficos em diversas áreas, das quais escravidão, gênero e história indígena são apenas alguns exemplos.[5]
Um dos principais focos desses trabalhos é a “agência” dos grupos subalternos, com especial atenção para suas concepções de mundo e estratégias para aquisição de direitos e melhores condições de vida. Nesse sentido, é comum que os tribunais sejam identificados como “arenas de lutas”, nas quais estavam em disputa concepções conflitantes acerca do direito e da justiça. A despeito de inegáveis contribuições historiográficas, que aprimoraram nossos conhecimentos sobre o funcionamento dos tribunais, sobre concepções vernaculares de justiça e sobre a luta de grupos subalternos pelo reconhecimento de direitos, ainda há lacunas na historiografia latino-americana a respeito de como o direito e as normas são produzidos. Ao tratar os tribunais e os processos judiciais como “arenas de lutas”, muitos historiadores presumem que o direito seja um objeto de disputa produzido em outros espaços.
Ainda é bastante recorrente na historiografia a ideia de que “direito” é “lei”, no sentido de normas escritas promulgadas por autoridades governamentais. No entanto, “direito” é um campo normativo muito mais amplo do que a legislação escrita. As normas, categorias e institutos jurídicos são produzidos em diversos locais, para além da lei propriamente dita. Os tribunais e os processos judiciais são locais de produção do direito, não de mera aplicação ou disputa. É um fato que, nos tribunais e nos processos judiciais, discutem-se e disputam-se diferentes concepções de justiça. Porém, nessas disputas, as normas, categorias e institutos jurídicos adquirem significados concretos. Em outras palavras, o direito também é produzido em disputas judiciais.
Nesse sentido, procedimentos, formalidades e a linguagem técnica do direito não são apenas “obstáculos” para o historiador que trabalha com essas fontes. São instrumentos da produção do direito e, portanto, essenciais para a compreensão da participação de grupos subalternos e de seus entendimentos compartilhados nos processos de produção normativa. Além disso, advogados, juízes e escrivães não eram meros agentes da aplicação e interpretação do direito, mas também tinham um papel ativo em sua produção. Ao considerar os processos judiciais como locais de produção do direito, indo além da percepção do direito como lei escrita, podemos levantar diversas outras questões acerca da atuação de grupos subalternos, elites e juristas nos tribunais da América Latina.
O presente dossiê procura apontar novos caminhos para questões como, por exemplo, “como se dá a produção do direito?”, “qual a participação de grupos subalternos nessa produção?”, “qual a participação de juristas e outros grupos de elite nesses processos?”, “o que esses grupos compartilham em termos de conhecimento e entendimentos jurídicos?” e “como se formam esses entendimentos jurídicos compartilhados?”. As perspectivas aqui propostas privilegiam uma história social do direito vista do “chão” dos tribunais, indo além das câmaras legislativas, bibliotecas e faculdades de direito. Uma história do direito na qual a produção normativa se dá tanto “de cima” quanto “de baixo” e é fruto da atuação de diversos grupos, incluindo legisladores, juristas, juízes, escrivães, advogados, procuradores e as próprias partes dos processos, sejam elas escravos, indígenas, mulheres ou trabalhadores livres.
Os artigos de Cristian Miguel Poczynok e Raquel Sirotti deixam claro que os processos judiciais eram espaços de produção normativa. Poczynok mostra que, na Buenos Aires do final do século XVIII e início do século XIX, havia uma grande pluralidade de modos de acesso e uso da terra. Os processos judiciais eram locais primordiais de construção desse “enjambre normativo”, principalmente por serem instrumentos de criação de “títulos” de propriedade. O autor argumenta que, no estudo dessas fontes, não podemos perder de vista que, mesmo no pós-independência, a cultura jurisdicional do Antigo Regime ainda tinha papel central na configuração das disputas judiciais e na criação de direitos de propriedade. Ademais, além de considerar as dinâmicas de poder, é preciso entender o direito enquanto campo intelectual e prática profissional, ressaltando a pluralidade dos procedimentos, discursos, categorias e argumentos evidenciados pelos processos judiciais. Ao invés de superá-los como obstáculos, precisamos incorporá-los à análise histórica.
Já Sirotti analisa a construção da categoria jurídica “crime político” em processos ajuizados após a tentativa de assassinato do presidente Prudente de Morais, em 1897. A autora argumenta que a legislação escrita e os textos doutrinários não traziam conceitos definidos de “crime político”. O significado concreto dessa categoria foi dado no âmbito de disputas judiciais, envolvendo a participação de diversos agentes. Assim, o caso dos crimes políticos no Brasil republicano aponta que o direito não era meramente aplicado pelos tribunais, mas por eles produzido. A autora também ressalta que categorias jurídicas não possuem um significado fixo, intrínseco e uniforme, supostamente dado pela legislação e pela doutrina, mas são constantemente ressignificadas e produzidas no “laboratório” da prática judicial.
Essenciais nos processos de produção normativa que acontecem em disputas judiciais são os conhecimentos jurídicos compartilhados entre diversos grupos sociais. Em seu artigo sobre a Porto Alegre do início do século XX, Rodrigo Simões discute como concepções acerca da força policial, de seu papel e limites de atuação eram compartilhadas por grupos subalternos, aos quais o autor se refere como “populares”. Ainda que formulados à margem dos espaços solenes de produção do direito, tais entendimentos compartilhados moldavam a maneira de agir dos sujeitos históricos e, por vezes, faziam eco no âmbito de instituições de controle. Como aponta o autor, esses entendimentos costumavam direcionar a ação dos grupos subalternos para a contestação violenta e resistência ao que entendiam como abusos das autoridades policiais.
Simões também discute a importância dos processos judiciais para a análise de concepções de mundo de grupos subalternos. Nos últimos anos, houve intensos debates acerca dos vieses e da incapacidade dos processos judiciais de trazer à luz a “voz” ou as “subjetividades” dos grupos subalternos. O autor, no entanto, aponta que, mesmo diante de tais críticas, os processos judiciais ainda são documentos extremamente valiosos para a escrita da história. Não se trata de acessar a “voz” ou a “subjetividade” dos grupos subalternos, mas, através das narrativas – verdadeiras ou verossímeis – presentes nos processos, apreender quais concepções de mundo as pessoas envolvidas em litígios mobilizavam e que entendimentos jurídicos compartilhavam.
Para ampliar nossas concepções acerca dos locais onde o direito e as normas são produzidos, também é importante alargar o corpo documental de nossas análises. Em seu artigo, Ana María Silva Campo mostra que, no período colonial, o Tribunal da Inquisição de Cartagena das Índias não se ocupava somente de “questões de fé”. O Tribunal também julgava os mais variados litígios cíveis, como cobranças de dívidas, discussões acerca da propriedade de escravos, questões de herança, dentre outros. Processos ajuizados perante a justiça eclesiástica já constituem um corpo de fontes consolidado entre os historiadores que tratam das jurisdições americanas do império espanhol para o estudo das chamadas “questões de fé”. Silva Campo, no entanto, aponta que os processos cíveis ainda não foram tratados de maneira sistemática pela historiografia. Segundo a autora, esses processos revelam o Tribunal da Inquisição como um espaço de mobilidade social a nível local e como um espaço jurídico e cultural com considerável autonomia em relação à metrópole.
Partindo de diferentes perspectivas e analisando corpos documentais distintos, os quatro artigos deste dossiê apontam que o direito não é apenas uma arena de poder ou de lutas, mas também um espaço de produção normativa no qual diferentes sujeitos históricos atuavam. Nesse sentido, eles também apontam para a existência de conhecimentos e entendimentos jurídicos compartilhados que são essenciais na produção normativa que ocorre no âmbito dos tribunais. Por fim, os artigos colocam lado a lado diferentes práticas e perspectivas sobre a escrita da história social e da história do direito na América Latina.
Notas
1. Essa produção historiográfica é extremamente ampla e, portanto, não seria possível indicá-la de maneira completa neste texto de apresentação. Em razão disso, optamos por indicar, ao longo do texto, algumas referências exemplificativas de cada área. Sobre a importância dos acervos judiciais, ver DANTAS; RIBEIRO, 2020.
2. Ver a respeito: CHALHOUB, 1990; GONZÁLEZ UNDURRAGA, 2014; GRINBERG; MAMIGONIAN, 2017; PERERA DÍAZ; MERIÑO FUENTES, 2015; DIAS PAES, 2019. Sobre processos judiciais envolvendo trabalhadores livres e pobres, ver ARIZA, 2014.
3. Ver a respeito: CALANDRIA, 2019; CAULFIELD, 2000; CHAMBERS, 1999.
4. Ver a respeito: BORAH, 2018; MELLO, 2005; PREMO, 2017.
5. Outro exemplo relevante é a historiografia sobre práticas de cidadania e acesso à cidade, como, por exemplo, em CHASKEL, 2011; FISCHER, 2008; RIBEIRO, 2009.
Referências
ARIZA, Marília Bueno de Araújo. O Ofício da liberdade. Trabalhadores libertandos em São Paulo e Campinas (1830-1888). São Paulo: Alameda, 2014.
BORAH, Woodrow. Justice by Insurance. The General Indian Court of Colonial Mexico and the Legal Aides of the Half-Real. Berkeley: University of California Press, 2018.
CALANDRIA, Sol. Cómplices y verdugos. Masculinidades, género y clase en los delitos de infanticidio (provincia de Buenos Aires, 1886-1921). História (São Paulo), v. 38, p. 1-25, 2019.
CAULFIELD, Sueann. In Defense of Honor. Sexual Morality, Modernity and Nation in Early-twentieth-century Brazil. Durham: Duke University Press, 2000.
CHAMBERS, Sarah C. From Subjects to Citizens. Honor, Gender, and Politics in Arequipa, Peru, 1780-1854. University Park: Pennsylvania State University Press, 1999.
CHALHOUB, Sidney. Visões da liberdade. Uma história das últimas décadas da escravidão na corte. São Paulo: Companhia das Letras, 1990.
CHASKEL, Amy. Laws of Chance. Brazil’s Clandestine Lottery and the Making of Urban Public Life. Durham: Duke University Press, 2011.
DANTAS, Monica Duarte; RIBEIRO, Filipe Nicoletti. A importância dos acervos judiciais para a pesquisa em história. Lex Cult, v. 4, n. 2, p. 47-87, 2020.
DIAS PAES, Mariana Armond. Escravidão e direito. O estatuto jurídico dos escravos no Brasil oitocentista, 1860-1888. São Paulo: Alameda, 2019.
FISCHER, Brodwyn. A Poverty of Rights. Citizenship and Inequality in Twentieth-century Rio de Janeiro. Palo Alto: Stanford, 2008.
GONZÁLEZ UNDURRAGA, Carolina. Esclavos y esclavas demandando justicia (Chile, 1740-1823). Documentación judicial por carta de libertad y papel de venta. Santiago de Chile: Universitaria, 2014.
GRINBERG, Keila, MAMIGONIAN Beatriz. Le Crime de réduction à l’esclavage d’une personne libre (Brésil, XIXe siècle). Brésil(s): Sciences Humaines et Sociales, v. 11, 2017.
MELLO, Marcia Eliane Alves de Souza. Desvendando outras Franciscas. Mulheres cativas e as ações de liberdade na Amazônia colonial portuguesa. Portuguese Studies Review, v. 13, n. 1, p. 1-16, 2005.
PERERA DÍAZ, Aisnara, MERIÑO FUENTES, María de los Ángeles. Estrategias de libertad. Un acercamiento a las acciones legales de los esclavos en Cuba, 1762-1872. La Habana: Editorial de Ciencias Sociales, 2015.
PREMO, Bianca. The Enlightenment on Trial. Ordinary Litigants and Colonialism in the Spanish Empire. Oxford: Oxford University Press, 2017.
RIBEIRO, Gladys Sabina. Cidadania e lutas por direitos na Primeira República: analisando processos da Justiça Federal e do Supremo Tribunal Federal. Tempo, v. 13, n. 26, p. 101-117, 2009.
Pedro Cantisano – University of Nebraska at Omaha. E-mail: pcantisano@unomaha.edu
Marıana Armond Dias Paes – Max Planck Institute for Legal History and Legal Theory. E-mail: mdiaspaes@gmail.com
CANTISANO, Pedro; DIAS PAES, Marıana Armond. Apresentação. Varia História. Belo Horizonte, v. 37, n. 74, p. 353-360, maio/ago. 2021. Acessar publicação original [DR]
Cadernos do Tempo Presente. São Cristóvão, v.12 n.01, 2021.
Jan – Jun 2021: Revista Cadernos do Tempo Presente
Artigos
- The Renaissance of Imperial Geopolitics.The Irredentist claim of Mussolini’s Italy over Corsica and Malta (1922-1942)
- Deborah Paci
- A História do Tempo Presente:reflexões sobre um campo historiográfico
- Antônio Manoel Elíbio Júnior
- Judeus contra Bolsonaro:análise de três abaixo-assinados pela democracia e pela afirmação de uma judaicidade plural e democrática
- Michel Ehrlich
- A Segunda Guerra Mundial nos Livros Didáticos de História:Um Olhar Comparado para as Coleções do PNLD 2018
- Maria Luiza Pérola Dantas Barros
- A Autoria Feminina na Revista do Instituto Histórico e Geográfico de Sergipe (1939-2019)
- Marluce de Souza Lopes, Joaquim Tavares da Conceição
- Sob o olhar feminino:Teresina e o processo de ocupação do Conjunto Habitacional Dirceu Arcoverde (1977-1979)
- Elisnauro Araújo Barros, Marcelo de Sousa Neto
Resenhas
- O Desafio Chinês Para A África
- Magno Klein
- Pesquisas em História:caminhos para ampliação do repertório das fontes
- Alicy de Oliveira Simas
Publicado: 2021-06-10
Revista de Historia y Geografía. Santiago, v.44, 2021.
Editorial
Equipo Editorial
Artículos
- La “división antigua” en la Nueva España. Humboldt y la historia cartográfica del orden territorial
- Víctor M. González Esparza
- “La Santa causa de la Antilla hermosa encuentra en Chile un entusiasmo ardiente”: El movimiento de solidaridad hacia el independentismo cubano durante 1895
- Mario Vega Henríquez
- Tres momentos en las ideas sobre Historia Universal, antigí¼edad y civilización en el pensamiento de Olga Poblete, 1932-1962
- Enrique Riobó Pezoa
- Los últimos días del obrero Manuel Rojas Llantén y el ciclo de protestas del verano de 1957 en Santiago de Chile
- Luis Thielemann Hernández
- Los temporales de 1982 y la crisis económica, política y social de la dictadura en Chile
- Pablo Camus Gayán, Fabián Jaksic Andrade
- El dilema identitario de la educación ciudadana frente al actual proceso constituyente en Chile
- Natalia Contreras Quiroz
Reseñas
- El compromiso internacionalista. El Ejército de Liberación Nacional. Los elenos chilenos, 1966-1971. Formación e identidad.
- Luis Reyes Muñoz
- Atlas Histórico y Geográfico de la Argentina. Calidad de vida I
- Ignacio Andrés Rossi
- Región y Nación. La construcción provincial de Chile. Siglo XIX
- Silvina Sosa Vota
Publicado: 2021-06-10
Acre, Formas de Olhar e de Narrar: Natureza e História nas Ausências | Francisco Bento da Silva
A proposta da resenha é apresentar a obra “Acre, Formas de Olhar e de Narrar: Natureza e História nas Ausências”, do escritor, professor e pesquisador Francisco Bento da Silva. O livro é o resultado do estágio de pós- doutoramento no curso de Pós- Graduação em História da Universidade Federal do Rio de Janeiro e foi, pensado e produzido entre agosto de 2019 até meados de 2020. No texto, o autor propõe desenvolver debates a respeito da historiografia, da natureza e dos imaginários que permeiam a história do Acre. Utilizando-sePara isso, utiliza-se de fontes documentais como: jornais, relatórios da época e referenciais teóricos dos mais diversos campos do conhecimento. Com isso,, o autor propõe diálogos que buscam novos modos de narrar e de olhar o Acre.
O pesquisador, ao escolher o título, já direciona o leitor a sua posição de questionador e de problematizador no campo das mentalidades. As colocações são bem articuladas, organizadas e cirurgicamente conceituadas para que o leitor, ainda que com pouco contato com a temática, se sinta confortável com a leitura. Francisco Bento da Silva (20200000, p.15 00), já no início do livro, deixa claro que: “não sou poeta”, mostrando sua posição de distanciamento de qualquer “liberdade poética” ou senso comum. Diante disso, o autor se aproxima e se utiliza de um aglomerado de fontes e de referências as quaisque suportaram sua obra. As problematizações que o autor propõe são referentes aos discursos de vazio, de ausência e de inexistência de saberes e viveres amazônicos, e que, na sua visão, contrapõem as realidades múltiplas que foram intencionalmente silenciadas pela historiografia hegemônica. Leia Mais
Mulheres e caça às bruxas: da Idade Média aos dias atuais | Silvia Federici
Silvia Federici | Foto: DeliriumNerd
Ao falar de caça às bruxas imagina-se fogueiras queimando acerca de centenas de anos atrás em um povoado bem distante, com pessoas ao redor do fogo assistindo a incineração de uma ou mais mulheres acusadas de bruxaria por serem aliadas ao diabo. São cenas que parecem estar bem longínquas do século 21, e ainda relacionadas somente ao combate contra o mundo sobrenatural. No entanto, através do livro “Mulheres e Caça às Bruxas: da Idade Média aos Dias Atuais” a autora Silvia Federici apresenta a interligação da caça às bruxas à eliminação das mulheres do sistema capitalista e as consequências disso para as suas vidas. O livro de título original “Witches, witch-hunting, and women” é a obra mais recente da autora, lançado no Brasil em 2019 pela editora Boitempo, estando dividido em duas partes no mesmo volume: Revisitando a acumulação primitiva do capital e a caça às bruxas na Europa; Novas formas de acumulação de capital e a caça às bruxas em nossa época. Silvia Federici é escritora, professora e intelectual militante de tradição feminista marxista autônoma, nascida na Itália em 1942, mudou-se para os Estados Unidos no fim da década de 1960, onde foi cofundadora do Coletivo Internacional Feminista e contribuiu para a Campanha por um salário para o trabalho doméstico. Em 1965 concluiu a graduação em filosofia. Atualmente é professora emérita na universidade de Hofstra, em Nova York. Suas outras obras são: Calibã e a Bruxa (Elefante, 2017) e O Ponto Zero da Revolução (Elefante, 2019), além de artigos sobre feminismo, colonialismo e globalização. Leia Mais
Aquirianas: mulheres da floresta na história do Acre | Carlos Alberto Alves de Souza
O livro de Carlos Alberto Alves de Souza, denominado Aquirianas: mulheres da floresta na história do Acre, editorado pelo Instituto de Pesquisa, Ensino e de Estudos da Cultura Amazônicas – ENVIRA, 2010, aborda uma proposta audaciosa – dentro das várias possíveis – de uma escrita da História das Mulheres na Amazônia. O autor é Carlos Alberto Alves de Souza, formado em História pela Universidade Federal do Acre, com Doutorado em História pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, sendo o primeiro Professor Titular da área de História do Centro de Filosofia e Ciências Humanas da Ufac, foi presidente da Associação Brasileira de História Oral de 2004 a 2006, além de fazer parte da Academia Acreana de Letras, possui obras sobre a História do Acre que se inspiram na História Social Inglesa – notadamente em Thompson e Hobsbawm – e por um diálogo interdisciplinar com os espaços e geografias amazônidas.
O livro busca trazer ao palco cultural as mulheres que, por muito tempo, foram injustiçadas e excluídas de uma sociedade da qual sempre fizeram parte. A obra divide-se em cinco partes. Na primeira parte, o autor mostra como se dá ocupação dos espaços nos seringais, que eram unidade produtoras de extrativismo vegetal assentado no látex da Hevea brasilienses, fazendo inferências sobre a criação destes latifúndios durante aquilo que se caracterizou como a primeira fase de exploração das terras acreanas pelos brasileiros. Na segunda fase da obra, vemos a saga das mulheres seringueiras do Acre, como participante do processo de constituição do modo de vida no seringal, atendendo ao chamado de Scheibe (1998), que afirma: Leia Mais
Das Amazônias | Rio Branco, v.4, n.1, 2021.
Dossiê RESISTÊNCIA: A construção de saberes históricos em tempo de pandemia
Apresentação da Capa
- Apresentação da Capa | Jardel Silva França |
Ficha Técnica
Sumário
Editorial
Artigos
- Disputas entre medicinasprática e ensino médico e as artes de curar no Brasil e nas Amazônias no século XIX | Ana Paula Oliveira do Nascimento | PDF
- A música como forma de expressão e manifestação contra a ditadura Civil-Militar no Brasil | Cyndy Nathana Melo de Souza, Uizenairian Rodrigues da Rocha, Elcio Gomes Araújo | PDF
- Entre memórias e fontes históricasdiálogos, problemáticas e historiografias em sala de aula no ensino de história | Danilo Rodrigues do Nascimento, Poliana de Melo Nogueira | PDF
- Do Casarão à Casa de Memóriaum lugar de memória na Rua 20 | Darlen Priscila Santana Rodrigues | PDF
- O Discurso colonizador camuflado de ciência na Amazônia do século 19 | Déborah Santos | PDF
- Racismo conceito historicamente construído na legislação brasileira | Diego Manoel de Medeiros de Albuquerque | PDF
- História e alimentaçãopolíticas de assistência alimentar na Amazônia (1940-1950) | Edson Gabriel dos Santos Dias | PDF
- A escola nunca vai entender a comunidade…e será que a comunidade entende o significado da escola? | Jose Manuel Ribeiro Meireles | PDF
- Nas Entrelinhas da Históriarepresentações sobre mulheres no romance de Francisco Galvão| Neila Braga Monteiro | PDF
- A Revista Manchete Rural e a antena parabólicatecnologia, integração enovos hábitos | Roberto Biluczyk | PDF
- A História da Madeira-MamoréMedos, desafios e enfrentamentos na construção da EFMM | Rosa Thaís Neves Hydall | PDF
- Os Intelectuais na cosntrução de uma Bahia imaginada entre as décadas de 1910 e 1950 | Sura Souza Carmo | PDF
- Do Interior baiano à selva de pedra paulistanadesafios frente a migração nordestina em São Paulo | Victor Hugo de Almeida França | PDF
Resenha
- Notas sobre o “desdizer” e o “desexplicar” de Francisco Bento da Silva, na obra “Acre, formas de olhar e de narrar: natureza e história nas ausências” | Ezir Moura Júnior | PDF
- Aquirianaso protagonismo feminino na floresta acriana | Jardel Silva França | PDF
- Caça às Bruxasa contribuição do capitalismo para o aumento da violência contra às mulheres | Karolaine da Silva Oliveira | PDF
Publicado em 09 jun | v.4, n.1 (2021)
Los gobiernos progresistas latinoamericanos del siglo XXI. Ensayos de interpretación histórica | Frank Gaudichaud, Jeffrery Webber e Massimo Modonesi
O livro [II] traz uma reflexão sobre os motivos que fizeram os governos progressistas latino-americanos, que outrora possuíam bastante força política para governar diversos países, a estarem atualmente sucumbindo frente a novas investidas da direita, como a eleição de Bolsonaro no Brasil, após mais de uma década de PT que se inicia em 2003 com Lula e se encerra em 2016 com Dilma. Nesse sentido, o livro realiza uma análise crítica dos governos de esquerda das duas primeiras décadas do século XXI com o objetivo de contribuir para as reflexões sobre essa temática.
O continente cresceu com lutas, rupturas e resistências. Entender o passado histórico nos permitirá compreender os fatos que sucederam a partir do fim da década de 1990 na região. O aspecto insurgente pode ser considerado um catalisador de mudanças que se associam aos governos progressistas.
O livro realiza uma análise crítica em torno desse tema. Podemos encontrar avaliações positivas e negativas dos chamados governos progressistas latino-americanos. Há, neste trabalho, uma narrativa imparcial, que avalia aspectos históricos, sociais e econômicos ocorridos entre o período das décadas de 1990 a 2000. Faz-se necessário destacarmos alguns pontos que se entrelaçam na análise dos três autores na obra, que se divide em três capítulos, o primeiro intitulado “Conflictos, Sangre y Esperanza. Progresismos y movimientos populares en el torbellino de la lucha de clases latinoamericana.” de Frank Gaudichaud [III], o segundo, “Mercado Mundial, Desarrollo desigual y Patrones de acumulación: La política Económica de la Izquerda Latinoamericana” de Jeffery Webber [IV] e o terceiro “El Progresismo Latinoamericano: Un Debate de Época” de Massimo Modonesi [V].
Para melhor compreensão do período do final da década de 1990, é importante considerar anos anteriores. Por isso, Gaudichaud demonstra em seu capítulo dados econômicos e sociais desde a década de 1980. Por exemplo, no período de 1980 a 2003 o desemprego aumentou de 7,2% para 11%. Além disso, no mesmo período, o salário mínimo diminuiu em um em média de 25%, e o trabalho informal teve um aumento de 36% para 46%.[VI]
Além disso, no decorrer da década de 1980, houve a mobilização dos movimentos de esquerda e a formação de um novo ethos militante. Novos movimentos sociais ganharam força, como o feminista, o indígena e o negro. Os desgastes das ditaduras militares, sobretudo pelas crises financeiras que vinham enfrentando, serviram de combustível para esses movimentos conquistarem espaço. Contudo, apesar de a década de 1980 ser considerada favorável às manifestações democráticas, pois encerra-se um estado repressivo, pelo lado econômico, a década de 1980 foi desastrosa, marcada pelos ajustes estruturais propostos pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), tais como as privatizações, restrições salariais e o fim de barreiras aduaneiras [VII].
Portanto, segundo os autores, no final da década de 1990 surgiram diversos debates e críticas sobre o neoliberalismo. Inúmeros movimentos sociais estavam insatisfeitos, na ocasião, com um sistema econômico neoliberal que, na narrativa de partidos políticos e movimentos sociais, sujeitava o Estado ao interesse de empresários e oligarquias.
Dessa forma, a partir dos anos 2000, podemos perceber que essa insatisfação com a hegemonia neoliberal começa a agitar os movimentos populares e de esquerda, que buscavam uma mudança nas estruturas, no Estado, ou seja, de baixo para cima. O cenário era propício para mudanças, as agitações nas calles, os movimentos sociais e a luta contra o imperialismo norte-americano. Portanto, a democracia novamente parecia o caminho para as mudanças, o que estimulou novamente a organização popular através de votos.
À vista disso, os autores apontam que o ciclo dos governos de esquerda, que se inicia em 1999 com Hugo Chávez na Venezuela, tem continuidade durante os anos 2000. Essas experiências têm suas bases nas raízes históricas do continente e surgem com a intenção de refundar a sociedade. Porém, em alguns casos foi necessário romper com mais veemência com antigos poderes na região, como a própria Venezuela com revoltas anti-imperialistas, a mais famosa delas chamada de Caracazo que contou com a maioria da população lutando por mudanças sociais e políticas.
Porém, precisamos destacar que dentro dessa “Onda Rosa” [VIII] houve diferentes formas de governos progressistas. Isto é, existiram experiências mais radicais e outras mais moderadas, ainda que fazendo parte do mesmo movimento. Isso explica-se pelas próprias diferenças entre os países. Dessa maneira, não podemos generalizar as experiências, ou seja, os projetos de governos progressistas tiveram suas particularidades em cada região.
Neste contexto, líderes políticos como Rafael Correa (Equador), Hugo Chávez (Venezuela) e Evo Morales (Bolívia) emergem no cenário político com grande apoio popular, tendo como conceitos principais de seus governos o anti-imperialismo e antineoliberalismo. Esses líderes políticos assumiram o embate político com os Estados Unidos como um aspecto central em sua inserção internacional.
Tal postura gerou reações dos Estados Unidos. Como exemplo disso, citamos a interferência norte-americana na Venezuela, que ocorreu com a tentativa de desestabilização à experiência progressista de Hugo Chávez, em abril de 2002. Os EUA utilizaram-se de agências, como a Central Intelligence Agency (CIA), para desestabilizar a gestão de Chávez. No capítulo de Webber, notamos inclusive, exemplos recentes de apoio norte-americano à instabilidade nos países Latino-americanos. Podemos citar o golpe militar de Honduras em 2009 que destituiu o presidente Manuel Zelaya e o golpe parlamentar no Paraguai em 2012.
No caso venezuelano, o ocorrido pode ser explicado pelo fato da Venezuela ter a maior reserva de petróleo do mundo e isso estava no controle norte-americano. O golpe só foi frustrado pelo fato de Chávez ter contado com apoio de grupos da sociedade civil e das Forças Armadas venezuelanas. Como destacam os autores, as estratégias de intervenções imperialistas norte-americanas têm se adaptado para serem feitas através da grande mídia, com ataques constantes à credibilidade de governos de esquerda.
Para além do anti-imperialismo e anti-neoliberalismo que os governos progressistas de esquerda propuseram, podemos ressaltar a forte raiz nacionalista e libertária de Símon Bolívar nestes governos. Essa imagem de Símon aparece mais ainda na “Revolução Bolivariana” que Chávez promoveu na Venezuela. Faz-se isso na tentativa de libertar a América Latina por meio do conhecimento de seu passado histórico de luta e resistência, fazendo uso dos grandes heróis do passado, tal como Símon Bolívar, San Martin, dentre outros.
As diferenças entre as experiências de esquerda residem, por exemplo, no fato de algumas delas terem sido caracterizadas como revolucionárias ou experiências moderadas/reformistas, segundo os autores. Isso está baseado nas reformas econômicas, sociais, políticas que esses governos propõem em relação aos modelos que já estavam implementados. As experiências mais revolucionárias são aquelas que mais promoveram rupturas em uma resposta ao neoliberalismo. Já as mais moderadas/reformistas são as que, ainda que tenham promovido algumas mudanças progressistas, deram continuidade às práticas dessa doutrina.
Durante uma década de governos progressistas na América Latina, podemos concluir que a política de distribuição foi o foco principal. Esses governos buscaram implementar mudanças sociais e econômicas, sobretudo, para as grandes maiorias. Projetos como o “Bolsa família” do PT no Brasil são um exemplo disso. Não somente isso, os governos de esquerda buscaram aumentar o poder de consumo das classes menos favorecidas. Por isso, durante esses governos muitas famílias que outrora não tinham condições, conseguiram conquistar bens como casa própria. Grande parte deve-se ao fato dos governos progressistas terem se aproveitado da alta das commodities, ocorrida em 2003 com a alta demanda industrial que a China promoveu.
Este país foi o principal destino das exportações da região no período de 2002 a 2012. Matérias-primas exportadas, como petróleo, soja, dentre outras, tiveram um aumento de preço, favorecendo a economia latino-americana. Portanto, um dos méritos desses governos é ter aproveitado esse aporte financeiro para investir nos projetos sociais. Isto deu resultado, pois vimos que, durante uma década, um número considerável de pessoas saíram da pobreza. Como aponta Gaudichaud, “Según la CEPAL, 70 millones de personas salieron de la pobreza en una década…” [IX]
Durante os governos de esquerda, também podemos destacar as nacionalizações de empresas que anteriormente haviam sido privatizadas. Esse processo visou combater um “mal” para a economia dos países latino-americanos, pois, em contraponto com o setor privado, o Estado ficava com menos recursos financeiros do que poderia. Ou seja, as empresas estrangeiras repassavam mais capital para seus países de origem, do que ao Estado em que elas estavam sediadas, além disso, é importante ressaltar que as empresas foram nacionalizadas de acordo com as políticas do mercado, isto é, com negociações do Estado com as empresas e com taxas de indenizações.
Alguns exemplos dessas nacionalizações ocorreram na Bolívia e na Venezuela com as empresas de gás, petróleo, água, etc. Na Bolívia, em 2000 e 2005, ocorreram grandes vitórias populares antes mesmo de Evo Morales ser presidente, como as “Guerras da Água” em 2000. Esses episódios terminam com a expulsão de duas multinacionais: a estadunidense Bechtel e a filial de Suez, Aguas del Illimani. Essas vitórias fizeram o governo desmercantilizar a água. Além disso, também houve a vitória popular na questão do gás em 2003. Esse alavancou a imagem de Evo Morales como um líder pelas lutas nacionais. O acordo cancelado com a empresa americana Pacífic LNG tinha como principais justificativas o fato de que afetava a soberania da Bolívia, uma vez que fazia com que ela fizesse negócios com o Chile (recentemente há um histórico de embates entre os dois países). Outra justificativa era que a Bolívia receberia um valor “x” pelo gás, e este seria vendido em solo americano por outro bastante superior.
Já na Venezuela, Chávez recuperou o controle da Petróleos de Venezuela Sociedade Anônima (PDVSA) e multiplicou os contratos com empresas estrangeiras de origens distintas onde entra, por exemplo, a aproximação com a China. As nacionalizações foram essenciais para inversão da política social, saúde e educação que os governos progressistas promoveram durante seu período na América Latina.
O Produto Interno Bruto (PIB) durante os governos progressistas cresceu na América Latina com casos excepcionais como a Bolívia, cujo PIB subiu de $8 bilhões em 2002 a $30 bilhões em 2013, de acordo com Gaudichaud [X]. Isso pode ser explicado pela alta dos preços das matérias-primas (como o petróleo) e investimento no agronegócio, ainda que isso tenha desagradado a setores sociais. Além disso, as experiências nacionais-populares que os governos progressistas implementaram também contribuíram para a economia interna, com o aumento do número de empregos e maior poder de consumo. Isso se fez por políticas redistributivas, assistencialistas e com concessão de créditos.
Como debatido por Massimo Modonesi, essa estratégia, voltada para a democratização do consumo, permitiu às pessoas que saíram da pobreza ou extrema pobreza contribuírem para a economia, gerando mais riqueza. Por outro lado, essa estratégia contribuiu também para que os governos progressistas, no que diz respeito à parte econômica, possam ser analisados como projetos conciliatórios. Haja vista que a democratização do consumo favorecia também a classe dominante, ou seja, segmentos da sociedade que são compostos majoritariamente por empresários, bancários, e, segundo Gaudichaud, isso resultou em consequências negativas para a esquerda pois podemos compreender que politicamente teria sido melhor para a esquerda que a incorporação das classes populares tivesse sido através da politização e não somente através do acesso ao consumo.XI
Portanto, uma das críticas que o livro faz aos governos progressistas deve-se ao fato do grande capital ter tido uma alta lucratividade durante suas gestões. Como aponta Webber, “tales mejoras modestas para las clases populares coexistieron con ganancias netas sin precedentes para el capital privado extranjero y nacional invirtiendo en sectores de recursos” [XII]. O agronegócio foi uma atividade que pode ser citada como exemplo. Os seus membros contaram com incentivos financeiros à produção, diminuição da burocracia e as economias do Estado se mantiveram e se intensificaram dependentes desse setor. O Brasil é um exemplo cuja economia depende de maneira relevante da exportação de soja. Durante o governo de Dilma Rousseff, houve um grande incremento nessas atividades, segundo Jeffery Webber.
Como apontado por Massimo Modonesi, os grupos indígenas merecem destaque como agentes políticos bastante relevantes na luta contra o neoliberalismo e o imperialismo na América Latina, entre as décadas de 1990 e 2000. Ao longo da história do continente, desde as invasões feitas pelos europeus, os indígenas têm sido perseguidos, exterminados e excluídos de um território que lhes pertencia. A mentalidade colonizadora que se faz presente até os dias atuais faz com que esses grupos sejam excluídos da sociedade, acentuando a vulnerabilidade desses povos indígenas. A constante perda de seus espaços, tão essenciais para a vida em comunidade que precisam, afeta diretamente a manutenção da cultura desses povos. Esses fatores geram um apagamento da cultura e identidade desses grupos, o que muitas vezes é legitimado pelo Estado, uma vez que falha em ter políticas que possam proteger esses grupos, suas terras e seu modo de viver.
Como debatido nos capítulos de Gaudichaud e Modonesi, após esse descaso e perseguição ao longo de diversos anos na América Latina, a resistência e a união se tornaram bastante presentes no modo de viver desses grupos indígenas, e por conta disso eles conseguem se mobilizar politicamente para continuar com suas reivindicações aos seus direitos à terra e à defesa da mãe natureza. Fazem ouvir suas vozes e marcham pelas ruas em manifestações agindo o ser político e chamando a atenção para o fato dos indígenas terem espaço em qualquer projeto de Estado na América Latina. Esses grupos estavam articulados, e com consciência política, e durante a época do descontentamento com o neoliberalismo, eles se uniram com outros grupos sociais em torno de um ideal comum, a luta contra o imperialismo.
Como afirma Gaudichaud, podemos destacar os Mapuches no Chile e a Confederação de Nacionalidades Indígenas do Equador (CONAIE) no Equador. Esses grupos apoiaram os governos de esquerda e obtiveram respeito e respostas quanto a muitas de suas reivindicações. Porém, antes de ser esquerda ou direita esses grupos são primeiramente indígenas, e vimos isso em diversas vezes em que eles também se chocaram com decisões dos governos de esquerda, como ocorreu a partir de 2013 no Equador em manifestações questionando o presidente Rafael Corrêa, principalmente após a decisão de explorar o Parque Nacional Yasúni, abrindo-a a empresas mineiras. Ou seja, Corrêa adotou o discurso de exploração para justificar seu projeto econômico de redistribuição, o que para muitos pode ser entendido como uma política que busca um plano mais amplo para a nação equatoriana, mas que foi visto por esses grupos indígenas como uma traição por afetar diretamente suas matrizes.
Diante do extrativismo e do avanço do setor capitalista do agronegócio sobre os recursos da natureza, diversos grupos resistentes a esses ideais têm se chocado com o capital privado, como os camponeses, que defendem o meio ambiente e, em especial, os indígenas, como apontado no livro. Logo, é correto afirmar, segundo o capítulo de Webber, que esses grupos indígenas possuem uma ação política muito importante e uma voz politicamente ativa [XIII].
Nesse sentido, em alguns países latino-americanos, observamos que a luta de classes é muito recorrente. Como apontado pelos autores, o enfrentamento de grupos com interesses antagônicos se faz presente no continente, como por exemplo os movimentos sociais, indígenas, que discordam de projetos defendidos pelos grandes empresários, bancários, dentre outros. No livro, percebemos um viés marxista na análise dos autores que mostram como a temática da luta de classes é relevante para compreendermos como ocorreu a luta pela terra, por direitos sociais, por um Estado amplo de direitos em diversos países da América Latina como, por exemplo, nas experiências mais notórias dos governos progressistas: Bolívia, Equador e Venezuela.
Notas
II. O livro Los gobiernos progresistas latinoamericanos del siglo XXI – Ensayos de interpretación histórica, 2019 de organização de Franck Gaudichaud, Jeffery Webber, e Massimo Modonesi, fazem uma análise geral dos movimentos de esquerda latino-americanos iniciando em 1999 com Hugo Chávez na Venezuela até 2019 com o golpe a Evo Morales na Bolívia. Esses movimentos se acentuaram nesse período pois havia um descontentamento em diversos países latino-americanos com o projeto de direita: Neoliberalismo. Entretanto, o livro também irá apontar que o continente tem um histórico de revoltas, revoluções, e de lutas, em períodos que antecedem o neoliberalismo.
III. Frank Gaudichaud possui uma linha de pensamento marxistas além disso é francês, o que para esse estudo é bastante relevante pois permite ao mesmo uma análise de fora do objeto de estudo.
IV. Jeffery Webber é estadunidense mas visitou os centros de pesquisas da Faculdade Latino-americana de Ciências Sociais (FLACSO) em Quito, Equador, além do Centro de Estudos para o Desenvolvimento Laboral e Agrário (CEDLA) e o Centro Boliviano de Estudos Multidisciplinares (CEBEM) em La Paz, Bolívia.
V. Massimo Modonesi pode ser destacado pelos seus estudos de movimentos sócio-políticos em México e América Latina e de conceitos e debates marxistas, além de ser diretor da revista “Memoria del Centro de Estudios del Movimiento Obrero y Socialista (CEMOS) e da revista OSAL de CLASCO (2010-2015).
VI. GAUDICHAUD, Frank. Conflictos, Sangre y Esperanza. Progresismos y movimientos populares en el torbellino de la lucha de clases latinoamericana. In: GAUDICHAUD, Frank, WEBBER, Jeffery, MODONESI, Massimo. Los gobiernos progresistas latinoamericanos del siglo XXI – Ensayos de interpretación histórica. UNAM, México. 2019. p. 22
VII. Um reflexo da desastrosa economia da América Latina na década de 1980 pode ser a queda do Produto Interno Bruto (PIB). Em fins do século XX o PIB na América Latina caiu consideravelmente de 3,8% em 1997 para 0,9% em 1998. Ou seja, uma queda brusca que representa quase ¼ em menos de um ano.
VIII. O que nós conhecemos hoje pelo nome governos progressistas foi um giro político impulsionado pela esquerda em diversos países da América Latina. Exemplo de Equador, Bolívia, e Venezuela, que podem ser consideradas como as mais notórias experiências deste “giro a esquerda”. Mas também podemos citar Brasil, Argentina, Uruguai, entre outros. Essas experiências foram apelidadas também como “marea rosa“.
IX. Ibidem, p. 46
X. Ibidem, p. 46
XI. Ibidem, p. 83
XII. WEBBER, Jeffery. Mercado Mundial, Desarrollo desigual y Patrones de acumulación: La política Económica de la Izquerda Latinoamericana. In: GAUDICHAUD, Frank, WEBBER, Jeffery, MODONESI, Massimo. Los gobiernos progresistas latinoamericanos del siglo XXI – Ensayos de interpretación histórica. UNAM, México. 2019. p. 114
XIII. Analisamos que em alguns países como Equador, a ruptura de Corrêa com os grupos campesinos, com grupos indígenas como a CONAIE, gerou um desgaste político do então presidente. Ou seja, essa ruptura pode ser entendida como relevante pois antes dela o próprio Rafael Corrêa havia recebido prêmios e grande visibilidade pelo projeto Yasúni, sendo coerente afirmar que este evento foi um ponto chave para sua imagem política.
Referências
GAUDICHAUD, Frank, WEBBER, Jeffery, MODONESI, Massimo. Los gobiernos progresistas latinoamericanos del siglo XXI. Ensayos de interpretación histórica. México, UNAM, 2019.
João Carlos Calzavara – Graduando do curso de História pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ). Membro do Laboratório de Estudos de Imigração (LABIMI). Bolsista do Projeto de Extensão “Ideias Políticas e História do Tempo Presente da América Latina entre 1998 e 2018: uma comparação entre Bolívia, Equador e Venezuela”. E-mail: jccalzavara@gmail.com
GAUDICHAUD, Frank, WEBBER, Jeffery, MODONESI, Massimo. Los gobiernos progresistas latinoamericanos del siglo XXI. Ensayos de interpretación histórica. México, UNAM, 2019. Resenha de: CALZAVARA, João Carlos. Boletim Historiar. São Cristóvão, v.2, n.8, abr./jun. 2021. Acessar publicação original [IF].
A vida e o mundo: meio ambiente patrimônio e museus | Paulo H. Martinez
Estela Okabayaski Fuzii, Angelita Marques Visalli, Paulo HenriqueMartinez e Chico Guariba | Foto: Agência UEL |
Estabelecer conexões concretas entre as potencialidades de ação educativa dos patrimônios e museus com o meio ambiente foi o desafio do historiador Paulo Henrique Martinez em seu mais recente trabalho A vida e o mundo: meio ambiente, patrimônio e museus. Publicado em 2020 pela editora Humanitas, o livro reúne textos de diferentes naturezas escritos pelo autor em sua extensa trajetória de pesquisa e ensino voltada a cooperação técnica, cuja atuação permeou universidades, Câmara dos Deputados, conselhos municipais, organizações não-governamentais, entre muitos outros.
A reunião das produções entre os anos de 2003 e 2017, demonstra a atuação deste historiador diante os acontecimentos que atravessaram as áreas de meio ambiente, patrimônio e museus.
A variedade do material, entre capítulos de livros, artigos de revista científica, resenhas de obras publicadas, artigos em revista universitária e jornais locais, evidencia um trabalho atento às transformações do presente e da vida cotidiana, além da preocupação em ampliar o acesso aos conhecimentos produzidos na universidade e nas instituições culturais ao público geral.
Nesses moldes, a primeira parte do livro denominada Museus e mudança social procura delinear um diagnóstico da situação dos museus no Brasil, no momento da escrita dos textos. Partindo de questões do presente e da esfera local, Martinez articula os acontecimentos com documentos, instituições e agendas nacionais e internacionais tal como a Política Nacional de Museus (2003), o Conselho Internacional de Museus (1946) e a Década da Educação para o Desenvolvimento Sustentável (DEDS, 2005-2014).
A sensível tarefa de repensar o processo de desenvolvimento, sobretudo mediante as significativas transformações no meio ambiente, analisando e promovendo a distribuição de seus benefícios ao conjunto da sociedade global, exige tratar as especificidades culturais, de gênero, classe social e raça. O desenvolvimento sustentável, conceito orientador no século XXI, contempla com atenção este último aspecto do desenvolvimento humano, emergindo as demandas de formação de cidadãos, geração de emprego, combate à pobreza, igualdade de gênero e acesso à educação e saúde de qualidade.
Qual o potencial dos museus na educação para o desenvolvimento sustentável? As diretrizes estabelecidas em documentos internacionais tal como a Agenda 21, elaborada na Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, em 1992, documento gerador da já mencionada DEDS e, atualmente, da Agenda 2030 com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (2015-2030) encontram um fértil terreno nos patrimônios ambiental e cultural presente nos museus.
A cultura, protagonista nas atividades museológicas, é uma das bases do desenvolvimento sustentável pois concentra os mecanismos e finalidades do desenvolvimento.
Vida humana e não humana se encontram em um mundo diversificado, identificado por valores, crenças, saberes, técnicas, instrumentos de produção e consumo que se estabelecem em meio as harmonias e conflitos entre estes dois universos profundamente conectados. A reordenação das atividades humanas e o meio ambiente, o “pensar ecológico” é, para Martinez, parte do trabalho de profissionais das ciências sociais, em geral, e dos historiadores, em particular, que atuam em instituições museológicas.
Atento às transformações do tempo presente, o caráter de experimentação proporcionado pelos museus em exposições e acervos apresentam um novo plano de realidade com o aprimoramento dos usos dos recursos naturais e do capital humano. Parece ser esta a participação institucional de parques e museus no desenvolvimento sustentável, a preservação, valorização, pesquisa e comunicação da cultura material e imaterial e dos patrimônios ambientais. Articulados, garantem a cidadania, inclusão social e vida digna a toda população.
Estas características ganham maior expressão quando vinculados à cultura indígena no Brasil.
A Lei n°11.645 de 2008 institucionaliza a obrigatoriedade do ensino da história e cultura indígena nos currículos escolares da educação básica e superior. O patrimônio indígena, fundamental para a constituição e conhecimento da história do Brasil, encontra debates fecundos e atuais na segunda parte do livro Patrimônio indígena no Brasil. A localização dos elementos indígenas na sociedade brasileira constitui um dos primeiros passos para o conhecimento da história nacional.
A rivalidade dos discursos hoje predominantes, como aquele vivido pela Aldeia Maracanã, no Rio de Janeiro, nos auspícios da Copa do Mundo, corresponde aos conflitos de narrativas de dominação enraizadas no cotidiano brasileiro. As diferentes simbologias presentes nessa experiência narrada na obra, o futebol, a hostilidade com os indígenas, o desenvolvimento econômico no qual os grupos tradicionais são vistos como obstáculos naturais e o autoritarismo da política nacional, são explicativas para compreensão da realidade O sincretismo no uso da palavra “Maracanã” e a luta pela permanência da aldeia indígena naquela região do Rio de Janeiro complementa aquilo que já havia observado o historiador Caio Prado Jr sobre o passado vivo no cotidiano dos brasileiros. Os aspectos coloniais dessa experiência no Brasil, faz aquele “lugar de memória” converter o passado sua forma de resistência e respeito ao compreender os processos no qual deram origem a esta sociedade tão diversificada.
Em todas as situações discutidas, seja nos museus municipais, exposições itinerantes, centros culturais ou universidades, Martinez conduz a educação como inerente às transformações para o século XXI. Em consonância com documentos legislativos e acordos institucionais como as citadas Política Nacional de Gestão Territorial e Ambiental das Terras Indígenas (PNGATI) e a Convenção sobre Diversidade Biológica, a afirmação e o reconhecimento da cultura e dos direitos dos povos indígenas, a inclusão na vida social, a garantia de participação nos planos de gestão é diretamente dependente de um processo educativo que valoriza a cultura, a natureza, as mulheres, a cooperação e a democracia.
O Parque do Xingu e o Museu do Índio no Rio de Janeiro são alguns exemplos concretos desses anseios que relembram a trajetória violenta da colonização e preservam a cultura e a memória dos grupos indígenas. Para além destas instituições, as universidades também desempenham função importante com o desenvolvimento de disciplinas que abordem os temas, no gerenciamento de museus universitários, na formação de profissionais qualificados e na inserção destes grupos no ambiente universitário.
Apresentando a “Universidade da Selva” como ficou proclamada a Universidade Federal do Mato Grosso através de uma resenha da obra Museu Rondon: Antropologia e indigenismo na Universidade da Selva da antropóloga Maria Fátima Roberto Machado, Martinez testemunha os aspectos institucionais da identificação e preservação da cultura material e imaterial na universidade. Estas instituições acompanham os processos de formação intelectual e produção de conhecimentos em conjunto com os museus, embora os últimos tenham sua data de nascimento anterior às primeiras, no Brasil. Este fato, no entanto, reforça as complementaridades entre ambas e os benefícios do trabalho conjunto, adicionando, ainda, a escola de educação básica.
As perspectivas de trabalho nos museus para a abertura de temas relacionados ao meio ambiente, principalmente para a constituição da história dos municípios, destacam o valor do patrimônio indígena. Os processos de formação nacional em seus aspectos econômicos, sociais e políticos esbarram com a trajetória desses povos cujos reflexos ainda permeiam no século XXI. A PGNATI foi um material analisado para demarcar os complexos desafios de preservação e recuperação dos recursos naturais e o reconhecimento da propriedade intelectual e do patrimônio genético. A educação ambiental e indigenista é definida como a principal estratégia destes objetivos, beneficiando não apenas a população indígena, mas todos os cidadãos.
A partir dos exemplos observados, o volume encerra com um caráter pedagógico de demonstração prática das potencialidades da educação patrimonial e ambiental na formação da cidadania.
Uma organização documental para auxiliar historiadores, em especial aqueles dedicados à História Ambiental, aos profissionais da área de museus e professores de educação básica e superior, que permite visualizar as narrativas presentes nos objetos e paisagens como fontes de observação e pesquisa histórica.
O significado cultural da alta produção de carrancas, marcante na paisagem do São Francisco, os processos de utilização deste rio para transporte e comércio, a formação da cidade e da cultura material, dos valores, saberes e comportamentos da população da região são demonstrativos da promoção do patrimônio na construção do conhecimento histórico. Os objetos cotidianos, como o automóvel e os elementos da cultura afro-brasileira também são destacados como mecanismos para compreender a organização da vida social, os processos de industrialização e seus efeitos, principalmente nos centros urbanos.
A pandemia de COVID-19 colocou em evidência as consequências do modelo industrial globalizado na vida humana e não humana. O surgimento de novas doenças, a perda de ecossistemas e da biodiversidade desloca a atenção para fora das cidades e marca os estreitos vínculos entre seres humanos e natureza. Esta experiência demonstra os sintomas de um planeta cujos padrões da vida atual não consegue sustentar e no qual deve-se estar atento. Como observou Donald Worster, todas as epidemias ao longo da história tiveram origem onde o equilíbrio com a natureza estava abalado.
Em sua argumentação sobre o patrimônio indígena, Martinez reforça o utilitarismo como obstáculo para a proteção desses povos e do meio ambiente. Percebe-se que esta perspectiva atravessa diferentes dimensões da vida humana, atribuindo valores distintos, muitas vezes alimentados pelo objetivo do crescimento econômico. Assim, os recursos naturais são destruídos, os objetos musealizados perdem a importância em sua função prática e se fortalece a narrativa dos museus “viverem do passado”. São para estes critérios que a pandemia exige observação, pois escancarou as desigualdades sociais e a crise ambiental da atualidade.
Ao mesmo tempo o isolamento social, para impedir a propagação da doença, fortaleceu os meios de comunicação e incentivou as instituições culturais a se renovarem para acompanhar as novas demandas. As redes sociais se tornaram ferramentas apropriadas pelos museus. A 14° dos Primavera dos Museus, em 2020, trouxe como tema Mundo Digital: museus em transformação e convidou os profissionais a pensar a inserção destas instituições nos novos mecanismos de comunicação.
Martinez nos mostra que as possibilidades de atuação são muitas e trazem consigo resultados positivos à sociedade.
Ao demonstrar os frutíferos e os frustrantes trabalhos que presenciou ao longo de sua carreira, transmite um apelo para a expansão das instituições que já existem e para a valorização e o investimento daquelas que ainda não tem usufruído de seu potencial. Demonstra com clareza os benefícios da cooperação nas dimensões individuais, institucionais e sociais do trabalho. A leitura da obra é direcionada aos profissionais da educação e museus, em etapas de formação inicial ou continuada, para vislumbrarem os contextos no qual fazem parte, integrar e valorizar os conhecimentos locais e aplicar essas ações em todas as oportunidades que vierem à frente.
Os desafios emergentes já visíveis neste século e aqueles que ainda estão por vir convergem na ação educativa como ferramenta fundamental. O trabalho educativo dos museus na promoção da cidadania e da preservação do patrimônio cultural e ambiental convergem com as diretrizes de ação internacional, fortalecendo, ainda, a cooperação para o desenvolvimento sustentável.
Referências
MARTINEZ, Paulo Henrique. A vida e o mundo: meio ambiente, patrimônio e museus. São Paulo: Humanitas, 2020.
NORA, Pierre. Les lieux de mémoire. Paris: Gallimard, 1984.
PRADO JÚNIOR, Caio. Formação do Brasil contemporâneo. 6. ed. São Paulo: Brasiliense, 1961.
WORSTER, Donald. Otra primavera silenciosa. Historia Ambiental Latioamericana y Caribeña, 10, ed. sup. 1, p. 128-138, 2020. Disponível em: https://www.halacsolcha.org/index.php/halac/ issue/view/40 Acesso em: 26 fev. 2021.
Cíntia Verza Amarante – Mestranda em História pela Universidade Estadual Paulista, UNESP, câmpus de Assis. Bolsista do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/8845494592325213. E-mail: cintia.amarante@unesp.br.
MARTINEZ, Paulo Henrique. A vida e o mundo: meio ambiente, patrimônio e museus. São Paulo: Humanitas, 2020. Resenha de: AMARANTE, Cíntia Verza. Educação Ambiental em Museus. Albuquerque. Campo Grande, v.13, n.25, p.189-193, jan./jun.2021. Acessar publicação original [IF].
Antonio Fagundes no palco da história: um ator | Rosangela Patriota
Antônio Fagundes e Rosângela Patriota | Foto: Agenda |
Professora aposentada da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), Rosangela Patriota é doutora em História Social pela Universidade de São Paulo (USP), coordenadora do Núcleo de Estudos em História Social da Arte e da Cultura (NEHAC/UFU), e coordenadora do GT Nacional de História Cultural da ANPUH e da Rede Internacional de Pesquisa em História e Cultura no Mundo Contemporâneo. Atualmente é professora do Programa de Pós-Graduação em Educação, Artes e História da Cultura (PPGEAHC) da Universidade Presbiteriana Mackenzie.
Com uma trajetória sólida nos debates que se endereçam a pensar as relações e imbricamentos entre História e Teatro, sobretudo no que se refere à produção da História Cultural, a historiadora Rosangela Patriota se desafia a inserir o ator no centro desses debates de maneira crítica, na contramão de grande parte das pesquisas acadêmicas que estão voltadas para a História do Teatro Brasileiro que, de certa maneira, tendem a privilegiar dramaturgos, críticos e companhias teatrais.
Assim, a autora busca suprir uma lacuna, na área de História, acerca da inserção histórica de atores e atrizes em “termos de periodização da história do teatro no Brasil” (PATRIOTA, 2018, p. 401).
Essa obliteração, ou, a secundarização do ‘trabalho atorial’ que, segundo Rabetti (2012), consiste em interpretação, atuação e presença cênica que corporifica de maneira mediada anseios múltiplos, inclusive os seus, diante deste circuito que configura o funcionamento da arte teatral no Brasil. Assim como Rabetti (2012), Patriota (2008) aponta para as dificuldades de lidar com a figura do ator por dois pontos específicos: a efemeridade da cena no acontecimento do fenômeno teatral e pela hierarquia da crítica cultural, ou mesmo, a tirania do texto escrito, como bem salientado por Roger Chartier (2010), evocando as formas de corporeidade, representação, apropriação e vocalização desses textos.
Dessa feita, o ator seria um ponto fulcral na circulação e personificação de textos e ideias. Porém, mesmo sendo um elemento e figura tão primordial para a construção cênica, o trabalho do ator acontece no espectro temporal do efêmero, que é construído na delicadeza de expressões e gestos e, talvez, por esse motivo seja mais dificultoso lidar com ele no campo da pesquisa, mas não impossível, pois o teatro não se restringe apenas a zona do espetacular ou as características específicas do trabalho de performance atorial que, inclusive, é parcialmente capturada em registros audiovisuais, fotográficos e por índices de recepção fragmentados, como grande parte dos documentos utilizados em História. Sobre isso, Patriota afirma que o fenômeno teatral faz com que o teatro possua inúmeras linguagens (PATRIOTA, 2018, p. 400).
No coração de seu tempo Para o enfrentamento de tal empreitada de contar a história do teatro sob o ponto de vista de uma historiadora de ofício, Rosangela Patriota escolheu Antonio Fagundes como sujeito no palco da História, especialmente, para não dizer que não falou dos atores por causa da efemeridade da ação teatral. Esse desafio está estampado nas páginas de Antonio Fagundes no palco da História: um ator, lançado em 2018, pela Editora Perspectiva. Sempre com um diálogo em primeira pessoa com os leitores, Patriota é franca ao afirmar como será difícil essa jornada, porém em vários momentos reafirma com argumentos muito bem sustentados que a biografia intelectual traz questões impres cindíveis, mesmo dispondo de poucos documentos que façam referência específica a performance do ator. Mas, nem por isso, o cotejamento com outros fragmentos documentais é menos eficaz em responder as perguntas dela enquanto historiadora. Assim, ela insiste que a fabricação de tais documentos está carregada de intenções e, por isso, a ajudam na construção histórica da trajetória e carreira de Antonio Fagundes, pois:
Todavia, uma trajetória é muito mais que a mera exposição de vontades e realizações. Pelo contrário, ela, de acordo com meu entendimento, deve ser vista, interpretada e compreendida à luz das circunstâncias históricas e sociais que a acolheram.
Sob essa óptica, Fagundes é uma personagem fascinante, na medida em que construiu suas experiências em meio a debates e tensões possíveis de serem analisadas, sob o horizontes de expectativas diferentes, ou, em outras palavras: é sabido que o tempo não é apreendido da mesma forma por sujeitos e esferas sociais distintos, isto é, as rupturas vistas e sentidas, por exemplo, no campo da política não se apresentam necessariamente nos mesmos termos na esfera cultural, assim como os ditames e os ritmos da ordem econômica muitas vezes são sentidos e definidos sob regimes e expectativas próprias. (PATRIOTA, 2018, p. 52)
O aporte teórico está afetuosa e devidamente baseado na obra A Teia do Fato (1997), de Carlos Alberto Vesentini, que se acerca da compreensão da construção, disseminação e cristalização do fato histórico, inclusive, de seu poder hipnótico de condução das narrativas que em volta dele gravitam, seja pelo aspecto dos temas, marcos temporais, personagens e acontecimentos, conduzindo e produzindo o sentido e seus respectivos ordenamentos periodizadores. No teatro, por exemplo, a ideia e o desejo de modernização enquanto bandeira, especialmente calcada em referenciais eurocentrados, fez com que o ‘teatro do ator’ fosse relegado como aspecto menor a ser superado, chamado inclusive de ‘teatro velho’ em prol da estetização resumida à atmosfera da cena, especificamente, na passagem do ensaiador para o encenador. Tal procedimento, por exemplo, fez de Vestido de Noiva, de Nelson Rodrigues, peça encenada pelo polonês Zbgniev Ziembinski, em 1943, um marco convencionado moderno e tido como um referencial na história do teatro brasileiro, por sua renovação cênica, cristalizando assim uma memória histórica carregada de hierarquias da consagração especialmente constituídas pela crítica, como consta no Dicionário do Teatro Brasileiro.
[…] consolidam-se no âmbito profissional vários projetos de renovação cênica que contestam o protagonismo do ator na concepção do espetáculo. O deslocamento do foco do ator para o encenador é explicitado pelo crítico Décio de Almeida PRADO aos seus leitores em uma crítica publicada em 1947: ‘Presenciamos então, já no nosso século, esse fato inacreditável: a fama e o prestígio dos metteurs em scéne obscurecem a dos atores, e mesmo a dos autores. (GUINSBURG; FARIA; LIMA, 2006, p. 43).
Afirmamos aqui que a historiadora Rosangela Patriota se propôs o desafio de tratar sobre o ator, sobretudo, por ela já possuir uma trajetória frutífera nos debates do campo da historiografia do teatro brasileiro. Ao fazê-lo se coloca diante de um salto frente às suas próprias produções anteriores que se dedicaram a pensar sujeitos históricos que transitaram no circuito teatral, especialmente na qualidade de dramaturgos, críticos, grupos e companhias teatrais; agora foi chegada a hora de pensar a presença do ator em meio a esse emaranhado de questões. Nesses termos, suas contri buições nos estudos sobre teatro já se apresentam em sua primeira obra, Vianinha: um dramaturgo no coração de seu tempo (1999) e Crítica de um Teatro Crítico (2007). Não podemos deixar de mencionar a frutífera parceria entre a historiadora com o saudoso professor Jacó Guinsburg, que está registrada em livros, como J. Guinsburg, a cena em aula: Itinerários de um professor em devir (2009) que reúne a transcrição de fitas da disciplina Estética Teatral, ministrada pelo professor Jacó Guinsburg, e também em Teatro Brasileiro: Ideias de uma História (2012).
Dessa feita, sob a posse desse debate e aporte teórico-metodológico bem definido, a autora faz com que, a partir da experiência profissional de Antonio Fagundes, surja a figura do ator diante desses e de outros acontecimentos históricos. A biografia se dedica a pensar a vida artística de Fagundes desde o início, com a peça A Ceia dos Cardeais (Julio Dantas, 1902), encenada em 1963, nos tempos que o protagonista ainda era estudante colegial, até a peça Tribos (Nina Raine, 2013). Respaldada pela micro-história italiana de Giovani Levi, Patriota torna Antonio Fagundes protagonista de uma narrativa histórica que o considera como eixo norteador da relação entre sujeito e sociedade e, neste interstício, apresenta-se o processo histórico no qual ele se inseriu e continua inserido.
Por conseguinte, a autora faz com que o texto biográfico suscite a abertura de ângulos interpretativos em relação à história do teatro brasileiro, tendo a vida e obra desse ator como eixo condutor. Deste modo, essa biografia não se apresenta como convencional, mas como uma biografia intelectual que ganha forma a partir de temas e problematizações que em outras oportunidades ficaram restritas aos dramaturgos, críticos e companhias.
Entrementes, a narrativa biográfica produzida por Patriota, sobre Fagundes, enfrenta com profundidade a construção e a cristalização de marcos na história do teatro brasileiro. Assim posto, fica claro que Rosangela Patriota tem fôlego para tal discussão que está por vir, a trajetória do ator Antonio Fagundes, conhecido nacionalmente e internacionalmente, por seus trabalhos no teatro, televisão e cinema. Sobretudo, a autora inverte a consagração do galã dessas últimas linguagens, especialmente por sua profícua e longeva atuação em telenovelas, e privilegia o ator e produtor de teatro. Assim, a autora demonstra como os trabalhos de Fagundes na TV e no cinema, de certa forma (não sem restrições e limites), constituíram capital financeiro e de público que sustentaram a sua consolidação no campo teatral, inclusive angariando público para suas produções no Teatro (locus onde ele iniciou sua carreira), proporcionando-lhe este espaço como formativo.
Como bem apontamos, o livro Antonio Fagundes no palco da História: um ator é uma biografia crítica que nos apresenta momentos marcantes, de um ator que iniciou suas atividades e paixão pelo teatro ainda como estudante do Colégio Rio Branco. Fagundes atuou em alguns espetáculos infantis dirigido por Afonso Gentil, que também trabalhava na seção de teatro infantil do Teatro de Arena de São Paulo, e assim aconteceu o convite para Antonio Fagundes participar do núcleo de teatro infantil do grupo de teatro paulista. Ou seja, Rosangela Patriota produz ‘poeira da estrela’[3], porém sem glamourização, pois demonstra que Antonio da Silva Fagundes Filho não esteve predestinado a ser o ator/galã Antonio Fagundes, ou, até mesmo ter uma carreira de sucesso especialmente cristalizada por sua presença em telenovelas.
A autora trata de uma construção artística balizada em processos de formação e atuação teatral, trabalho e uma rede de sociabilidade construída pari passu com a constituição de Antonio Fagundes enquanto ator. A referida rede foi formada por Afonso Gentil, Carlos Augustos Strazzer, Myriam Muniz, Gianfrancesco Guarnieri, José Renato, Augusto Boal, Ademar Guerra, Marta Oberbeck, Armando Bógus, Oswaldo Campozana, Sylvio Zilber, Othon Bastos, Consuelo de Castro, Fernando Peixoto, Antônio Bivar, etc.
No palco das palavras.
O primeiro capítulo intitulado Antonio Fagundes ou Estratégias para a composição de uma narrativa biográfica, trata-se de um balanço crítico que perpassa discussões teórico-metodológicas que esbarram na carreira do ator. Patriota consegue englobar discussões que são caras, não só a nós, historiadores, mas a todos que trabalham com objetos artísticos em geral, pois essas questões se apresentam como um quiasma na trajetória de Fagundes.
Uma das perguntas que move a autora a pensar esse trabalho, como um todo, é: por que Antonio Fagundes passa despercebido perante a historiografia do Teatro Brasileiro até então? Mesmo com sua participação no Teatro de Arena, que foi a sua primeira escola formativa e trabalho atoral profissional. A pergunta é respondida com uma digressão importante sobre as construções que foram feitas ao longo da escrita da História do Teatro, que não foi feita apenas por historiadores, mas também por críticos que estabeleceram certos marcos e fatos, incluindo assim certos grupos teatrais.
Nessa concepção foi estabelecida uma diferença entre teatro empresarial e teatro de grupo. O primeiro foi denominado como um teatro comercial, que visa lucros com a bilheteria, teoricamente sem se importar com o público ou a qualidade do espetáculo, o segundo foi denominado como um teatro sério, que busca o diálogo com os dramaturgos e é composto por grupos teatrais que possuem uma proposta de diálogo entre arte e sociedade.
Antonio Fagundes, por seu sucesso como galã de telenovelas, foi sumariamente engessado como pertencente a categoria de teatro empresarial, como uma espécie de distinção hierárquica estabelecida no circuito teatral, o espoliando de um capital cultural formado no teatro anteriormente ao seu ingresso nas produções televisivas. Diante dessas reflexões, o segundo capítulo intitulado O Teatro de Arena, os espetáculos da resistência democrática e a formação de um ator e de um cidadão, Patriota se debruça na formação intelectual e profissional de Fagundes nos primeiros anos de carreira, focando principalmente na sua frutífera estadia no Teatro de Arena.
No final da década de 1970, Fagundes assinou o contrato com a Rede Globo de Televisão e aceita integrar o elenco da novela Dancin’ Days (Gilberto Braga; direção de Daniel Filho, Gonzaga Blota, Marcos Paulo e Dennis Carvalho; codireção: José Carlos Pieri, 1978). Patriota explica aos leitores a historicidade da palavra galã e, assim, nos demostra como seu protagonista começa a ser reconhecido como galã ao interpretar o papel do ‘mocinho’ Carlos Eduardo Amaral Cardoso, o Cacá, par romântico da personagem Júlia Matos interpretada por Sônia Braga, que já havia estado em cena com Fagundes em Hair (direção de Ademar Guerra, 1969). Em um breve intervalo de tempo, ele estreia, também na televisão, a série composta por cinquenta e quatro episódios, Carga Pesada, na qual toda a sensibilidade de Cacá é posta de lado para dar vida ao viril Pedro, um caminhoneiro que percorre as estradas do país, na companhia de Bino (Stênio Garcia).
A Companhia Estável de Repertório (CER) é objeto do terceiro capítulo, no qual Rosangela Patriota consta a consolidação do homem de teatro e de cultura que passa a colocar em prática de maneira sistematizada todos os seus aprendizados e formação no circuito e no mercado teatral, inclusive, como alguém que se dispõe a debater publicamente as políticas culturais do país ou a falta delas. A referida companhia surge em um contexto de horizontes de expectativas marcado pelo campo da experiência de uma ditadura militar em processo de abertura e redemocratização, momento no qual setores da cultura começam a discutir suas posições na constituição de uma memória histórica sobre a resistência democrática e pensando novos rumos e maneiras diversas de lidar com a linguagem teatral. Como aponta Patriota (2018, p. 198), o telos que antes unira distintos grupos no compromisso com a luta democrática já não atendida mais os anseios de alguns segmentos, inclusive dos mais jovens.
Nesse contexto, em 1981, a CER inicia suas atividades que estiveram em cartaz até 1991, com peças dentre as quais destacamos: O Homem Elefante (de Bernard Pomerance, com direção de Paulo Autran, em 1981); Morte Acidental de um Anarquista (de Dario FO, 1982, direção de Antônio Abujanra); Xandu Quaresma (de Chico de Assis, 1984, sob a direção de Adriano Stuart); Cyrano de Bergerac (de Edmond Rostand, 1985, direção de Flávio Rangel); Carmem Com Filtro (de Daniela e Gerald Thomas, 1986, sob a direção de Gerald Thomas) e Fragmentos de um Discurso Amoroso (de Roland Barthes, 1988, com direção de Ulysses Cruz).
Antonio Fagundes no palco da História: um ator aponta para a confirmação da tese de que a importância do ator para o teatro no Brasil foi de certa maneira suprimida, especialmente, entre a década de 1940 e 1950, devido ao adensamento e a propagação de ideias-força (nacionalismo, modernidades, modernização, politização, estetização) que secundarizaram a figura do ator em meio aos anseios por um moderno teatro brasileiro. Isso, inclusive fez com que o ‘teatro de ator’[4] tão latente na primeira metade do século XX, especialmente, caracterizado por figuras que aproximaram o trabalho atoral com o empresarial na área teatral, como João Caetano, Armando Gonzaga, Dulcina de Moraes, Leopoldo Fróes, etc., fosse considerado como ‘velho teatro’ e visto de certa forma como um entrave para uma pretensa linha evolutiva do teatro brasileiro que deveria ter como destino o signo do novo, o encenador estrangeiro, para se constituir enquanto moderno. Parte desse debate é expressado por Patriota, especialmente, no quinto e último capítulo que recebe o título O ator no centro da narrativa: contribuições à escrita da história do teatro brasileiro, no qual afirma:
De posse desse repertório teórico-metodológico, acredito que comecei a refinar meu olhar interpretativo sobre as histórias do teatro brasileiro, tanto que, em 2012 tive o privilégio de escrever, em parceria com J. Guinsburg, o livro Teatro Brasileiro: ideias de uma História. Nele, foi possível aprofundar questões referentes à urdidura da narrativa histórica e evidenciar como os embates e os anseios dos contemporâneos orientam as ideias-forças que organizam e alicerçam os marcos identificados como a história do teatro brasileiro. […] conseguimos, eu e J. Guinsburg, expor a maneira pela qual as bandeiras artísticas, defendidas por críticos teatrais, em sintonia com grupos e/ou companhias, tornaram-se o leitmotiv da escrita da história de inúmeras histórias do teatro brasileiro. (PATRIOTA, 2018, p. 383)
Em suma, recomenda-se a leitura de Antonio Fagundes, no palco da História: Um Ator, pois através da narrativa biográfica balizada em um robusto trato da documentação (críticas, fotografias, gravações audiovisuais, programas de peças, entrevistas, cartas), Rosangela Patriota nos convida conhecer os ângulos interpretativos de enfrentamentos historiográficos e embarcar na imersão em 50 anos de história cultural brasileira, especificamente, com foco na história do teatro. O grande mérito dessa obra está na sua capacidade intelectual de perspectivar debates e problemáticas es pecíficas da História e Historiografia do Teatro em atravessamentos transversais da vida e obra do ator/produtor teatral Antonio Fagundes, assim desconstruindo a sua atuação do engessamento da cristalizada imagem de galã televisivo, o conduzindo junto com o seu público das telas e palcos às páginas, ou seja, o livro trata da singularidade e o percurso de um ator no meandro de um debate político e cultural do teatro brasileiro.
Referências
BRANDÃO, T. Ora, direis ouvir estrelas: historiografia e história do teatro brasileiro. Sala Preta, v.1, p. 199-217, 28 set. 2001.
CHARTIER, Roger. Escutar os mortos com os olhos. Estudos avançados, v. 24, n. 69, p. 6-30, 2010.
GUINSBURG, Jacó; FARIA, João Roberto; LIMA, Mariângela Alves de (orgs). Dicionário do
Teatro Brasileiro: temas, formas e conceitos. [S.l: s.n.], 2006.
PATRIOTA, Rosangela. O teatro e historiador: interlocuções entre linguagem artística e pesquisa histórica. In: RAMOS, Alcides Freire; PEIXOTO, Fernando; PATRIOTA, Rosangela. A história
invade a cena. São Paulo: Editora Hucitec, 2008.
PATRIOTA, Rosangela. Vianinha: um dramaturgo no coração de seu tempo. São Paulo: Hucitec, 1999.
PATRIOTA, Rosangela. A crítica de um teatro crítico. São Paulo: Perspectiva, 2007.
PATRIOTA, Rosangela; GUINSBURG, J. (org.). J. Guinsburg, a cena em aula – itinerários de um professor em devir. São Paulo: EDUSP, 2009.
PATRIOTA, Rosangela; GUINSBURG, Jacó. Teatro Brasileiro: ideias de uma história. São Paulo: Perspectiva, 2012.
PATRIOTA, Rosangela. Antonio Fagundes no palco da história: um ator. São Paulo: Perspectiva, 2018.
RABETTI, Maria de Lourdes. Subsídios para a história do ator no Brasil: pontuações em torno do lugar ocupado pelo modo de interpretar de Dulcina de Morais entre tradição popular e projeto moderno. ILINX-Revista do LUME, v. 1, n. 1, 2012.
VESENTINI, Carlos Alberto. A teia do fato: uma proposta de estudo sobre a Memória Histórica.
São Paulo: Hucitec; História Social da USP, 1997.
Notas
3. Como bem salienta Tania Brandão (2001, p. 199): “Escrever história do teatro é, em mais de um sentido, produzir poeira de estrelas, escrever a história das estrelas.”
4. Sobre o teatro do ator conferir: (GUINSBURG; FARIA; LIMA, 2006, p. 44-45).
Robson Pereira da Silva – Doutor em História Social pela Universidade Federal de Uberlândia. Mestre pelo Programa de Pós-graduação em História da Universidade Federal de Goiás (Mestrado). Licenciado em História pela Universidade Federal de Mato Grosso. Membro do Laboratório de Estudos em Diferenças & Linguagens – LEDLin/ UFMS e do Núcleo de Estudos em História Social da Arte e da Cultura (NEHAC/UFU). Membro associado da Rede Internacional de Pesquisa em História e Culturas no Mundo Contemporâneo. Tendo experiência na área de História, com ênfase em História Cultural e Ensino de História. Autor do livro Ney Matogrosso…para além do bustiê: performances da contraviolência na obra Bandido (1976-1977). Currículo Lattes: http://lattes.cnpq. br/5608673598392485. E-mail: robson_madonna@hotmail.com.
Lays da Cruz Capelozi – Doutoranda em História pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU). Pela mesma instituição, estudado o Mestrado em História e o Curso de Graduação em História – Bacharelado e Licenciatura -. É membro do NEHAC – Núcleo de Estudos em História Social da Arte e da Cultura. Membro associada da Rede Internacional de Pesquisa em História e Culturas no Mundo Contemporâneo. Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/8785972568211269. E-mail: syalcc@gmail.com.
PATRIOTA, Rosangela. Antonio Fagundes no palco da história: um ator. São Paulo: Perspectiva, 2018. Resenha de: SILVA, Robson Pereira da; CAPELOZI, Lays da Cruz. Antonio Fagundes: o ator do palco às páginas. Albuquerque. Campo Grande, v.13, n.25, p.176-183, jan./jun.2021. Acessar publicação original [IF].
Povos originários e Covid-19: Experiências indígenas diante da Pandemia na América Latina | Albuquerque | 2021
Covid-19 | Foto: OPAS |
Apresentação
Las bacterias y los virus fueron los aliados más eficaces. Los europeos traían consigo, como plagas bíblicas, la viruela y el tétanos, varias enfermedades pulmonares, intestinales y venéreas, el tracoma, el tifus, la lepra, la fiebre amarilla, las caries que pudrían las bocas. La viruela fue la primera en aparecer. ¿No sería un castigo sobrenatural aquella epidemia desconocida y repugnante que encendía la fiebre y descomponía las carnes? «Ya se fueron a meter en Tlaxcala. Entonces se difundió la epidemia: tos, granos ardientes, que queman», dice un testimonio indígena, y otro: «A muchos dio muerte la pegajosa, apelmazada, dura enfermedad de granos». Los indios morían como moscas; sus organismos no oponían defensas ante las enfermedades nuevas. Y los que sobrevivían quedaban debilitados e inútiles. El antropólogo brasilero Darcy Ribeiro estima que más de la mitad de la población aborigen de América, Australia y las islas oceánicas murió contaminada luego del primer contacto con los hombres blancos. (GALEANO, 2008, p. 35) La rápida expansión del COVID-19 ha tenido un fuerte impacto sobre la vida diaria y la organización sanitaria, escolar, política y económica de las sociedades en su conjunto. Si bien la pandemia afectó de modo simultáneo a poblaciones y territorios a lo largo y ancho del planeta, a partir de la proliferación de un virus que no distingue clivajes de clase, etnia, género ni religión, a poco tiempo de transcurrida no fue difícil discernir sus impactos diferenciales en territorios y poblaciones concretas. Leia Mais
RESISTÊNCIA: A construção de saberes históricos em tempo de pandemia | Das Amazônias | 2021
Iniciamos esta edição com sinceras condolências em respeito a todos os brasileiros e brasileiras que partiram devido à crise sanitária ocasionada pelo novo coronavírus, mas sobretudo pesarosos do contexto ideológico em que o Brasil está inserido. A Revista Discente das Amazônias se irmana no sentimento de tristeza de cada ente querido que sente a dor da saudade, palavra encontrada apenas no português do Brasil (e que faz muito sentido face a falta do avô, da mãe, do irmão, do pai, da tia, do primo, do próximo ou do distante), na ausência da vida. Externamos nossa solidariedade aos que permanecem e lastimamos por aquelas pessoas que se tornaram montante numérico superior a 470.000 mil mortos, vítimas de um genocídio resultante da ignorância, do negacionismo e da pseudociência.
Mas, nos apeguemos aos respingos de esperanças. Paulo Freire, fugindo da norma, já nos convidava a conjugar o substantivo “esperança” – esperançar é preciso. É nesses embalos de incerteza de um viver marcado por lutas, que devemos acreditar na ciência, na educação pública e gratuita e sua fundamental importância e contribuição para à sociedade. Assim, caros(as) leitores e leitoras, lhes convidamos a lerem os trabalhos submetidos à Das Amazônias, Revista Discente de História da Ufac (em seu volume 4, número 1), que compõe o conjunto de periódicos da área de História do Centro de Filosofia e Ciências Humanas (CFCH), da Universidade Federal do Acre (Ufac). Leia Mais
Museologia & Interdisciplinaridade. Brasília, v.10, n.19, 2021.
Dossiê Protagonismo indígena e museu: abordagens e metodologias / Dossiê Museus, Museologia e Literatura: representações de mundo e técnicas narrativas
Dossiê O Protagonismo Indígena e Museu: abordagens e metodologias
Dossiê Museus, Museologia e Literatura: representações de mundo e técnicas narrativas
O Protagonismo Indígena e Museu – Abordagens e Metodologias
- O Protagonismo Indígena e Museuabordagens e metodologias
- Marília Xavier Cury
- Museu Worikg e as mulheres Kaingang
- Susilene Elias de Melo, Dirce Jorge Lipu Pereira
- A ótica Guarani Nhandewa sobre o papel e significado dos Museus Etnográficos no século XXI
- Tiago de Oliveira
- Museu Akãm Orãm Krenak – História, informação, exposição e atividade
- Lidiane Damaceno Krenak
- Museu KanindéFórum de Conhecimentos a Ancestralidade Indígena
- Suzenalson da Silva Santos
- Tuku Iho Legado Vivo Maoriarte, interação e autorrepresentação
- Rebeca Bombonato, Marília Xavier Cury
- Ensinamentos decoloniais do Museu Worikg e suas curadoras Kaingang
- Juliana Maria de Siqueira, Aline Antunes Zanatta, Sônia Aparecida Fardin0
- “Curadorias do invisível”conhecimentos indígenas e o acervo etnográfico do Museu Paraense Emílio Goeldi
- Claudia Leonor López Garcés, Suzana Primo dos Santos Karipuna
- Exibir aquilo que deveria estar ocultodilemas de uma exposição mbya guarani
- Laura Pérez Gil
- Uma experiência da museologia colaborativareflexões sobre as coleções etnográficas e a noção de museu
- Lucille Maugez, Agnès Clerc-Renaud
- Escuta das narrativas indígenas na exposição colaborativa do MAE-USP:desafios para o desenvolvimento de ações educativas eticamente responsáveis e engajadas nos museus.
- Mauricio Andre Silva, Carla Gibertoni Carneiro
- As Revistas do Museu Júlio de Castilhos e a exposição Memória e Resistênciareflexões sobre representações descolonizadas
- Roberta Madeira de Melo, Zita Rosane Possamai
- Protagonismo e eventoreflexões sobre gestão participativa com acervos antropológicos
- María Reca
- Antropologia em um museu universitárioa temática indígena no Museu Etnográfico Juan B. Ambrosetti (FFyL) da Universidade de Buenos Aires
- Andrea Pegoraro
- O despertar de coleções etnográficasuma reflexão sobre o protagonismo de Jerônimo Xavante
- Mariela Soares de Souza Dias, Rodrigo Bastos Cunha
- A temática indígena em museusquestões sobre a diversidade cultural e os desafios para a colaboração indígena
- Leilane Lima
- Do reconhecimento ao protagonismoPreservação e gestão compartilhada de coleções indígenas em documentos patrimoniais e legislações referentes
- Mara Lúcia Carrett de Vasconcelos, Marcus Granato
- Colaboração em Museusa participação de mulheres asurinis na definição dos critérios de restauração de vasilhas cerâmicas produzidas pelas suas ancestrais
- Silvia Cunha Lima, Fabiola Andréa Silva
Editorial
- Editorial
- Ana Lúcia de Abreu Gomes, Clovis Carvalho Britto, Monique Batista Magaldi3
- Museus, Museologia e Literatura: representações de mundo e técnicas narrativas
- Museus, Museologia e LiteraturaRepresentações de mundo e técnicas narrativas
- Ana Luiza Rocha do Valle, Clovis Carvalho Britto
- Narrativas literárias através dos objetos no museu:modos indígenas de narrar memórias e fazer museus e museologias
- Josué Carvalho
- O Museu-Propriedade Leon Tolstói em Yasnaya Polyana como representação da Literatura russa e mundial
- Galina Alekseeva
- Poesia como documentoos Sobrados da Rua Tiradentes em Itabira (MG) e o Museu de Território Caminhos Drummondianos
- Luciana Santos Ferreira, Leandro Benedini Brusadin
- Critérios de salvaguarda do patrimônio literárioo caso do Arquivo Museu de Literatura Brasileira
- Daniela Carvalho Sophia
- Casa Guilherme de Almeidaa musealização de uma biografia
- Guilherme Lopes Vieira
- Do projeto memorialista de Zélia Gattai à musealização da Casa do Rio Vermelho (Salvador, Bahia)
- Milena de Jesus Santos, Suely Moraes Cerávolo
- Visões e usos do museu entre alguns autores russosda Revolução ao Gulag
- Luba Jurgenson
- José Saramago, patrimônio e memóriaum legado de rebeldia e irreverência
- Gislene Teixeira Coelho
- Italo Calvinoos museus e a memória do mundo
- Claudia Maia
- Repousando no Museu Metropolitanconstruções de espaços de acolhida na obra Metropolitan Stories de Christine Coulson
- Pallavi Narayan
- Museus vivos e em uso na poética de João Cabral de Melo Neto
- Edneia Rodrigues Ribeiro
- “Usar algumas palavras que ainda não tenham idioma”os “desobjetos” de Manoel de Barros e a narrativa nos museus
- Clovis Carvalho Britto
- Espírito do Lugar, Casa de Escritores e Patrimônios Literáriosentrevista com Jean-Claude Ragot
- Ana Luiza Rocha do Valle, Jean-Claude Ragot
- Casas de Escritores e Museus Literáriosentrevista com François Mairesse
- Ana Luiza Rocha do Valle, François Mairesse
Artigos
- Um passado que não passa:os Memoriais do 68 mexicano, a (re)construção da memória coletiva e a recepção do público
- Elisangela da Silva Machieski, Tamy Imai Cenamo
- Patrimônio nas Universidadesa Rede de Museus e Acervos Museológicos da UFRGS
- Márcia Bertotto
- Patrimônio e museologia numa gestão petista da cidade de São Pauloo tombamento do bairro de Perus e a exposição Pátria Amada Esquartejada
- Sergio Ricardo Retroz, Luiz Carlos Borges
- A Mediação Cultural e os PúblicosMuseu de Aveiro / Santa Joana
- Maria da Luz Nolasco Cardoso
- Maxakalisaurus topaia importância que o paleovertebrado representou para os acervos museológicos
- Gabriel de Almeida Martins, Juliana Souza Gomes, Úrsula Gomes Rosa Maruyama
- Re-presença sonora
- Renato Navarro, Marcelo Denny de Toledo Leite
Tradução
- Manual de Gestão de Museus
- Júlio César Bittencourt-Francisco
Publicado: 2021-06-09
History & Theory. v.60, n.2, jun. 2021.
Iterations: Historical Futures, edited by Zoltán Boldizsár Simon and Marek Tamm
- THE THORN OF HISTORY: UNINTENDED CONSEQUENCES AND SPECULATIVE PHILOSOPHY OF HISTORY
- FRANK ANKERSMIT
- Abstract
- Full text
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Open Access
- “STARING INTO THE SINGULARITY” AND OTHER POSTHUMAN TALES: TRANSHUMANIST STORIES OF FUTURE CHANGE
- APOLLINE TAILLANDIER
- Abstract
- Full text
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Articles
- THE ARCHIVE AS CHRONOTOPOS IN THE NINETEENTH CENTURY: TOWARD A HISTORY OF ARCHIVAL TIMES
- SINA STEGLICH
- Abstract
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- PRINCIPLES OF NARRATIVE REASON
- MARIANA IMAZ-SHEINBAUM
- Abstract
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- MARKING TIME AND WRITING HISTORIES
- MOHAMMED S. ALI
- Abstract
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Forum: Historiography, Ideology, and Law
- HISTORIOGRAPHY, IDEOLOGY, AND LAW: AN INTRODUCTION
- JUSTIN DESAUTELS-STEIN, SAMUEL MOYN
- Abstract
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- ON THE DOMESTICATION OF CRITICAL LEGAL HISTORY
- JUSTIN DESAUTELS-STEIN, SAMUEL MOYN
- Abstract
- Full text
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- LAW AND THE TIME OF ANGELS: INTERNATIONAL LAW’S METHOD WARS AND THE AFFECTIVE LIFE OF DISCIPLINES
- NATASHA WHEATLEY
- Abstract
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- THEORIZING CONSTITUTIONAL HISTORY
- MAEVE GLASS
- Abstract
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- FAMILY LAW MATTERS
- JUDITH SURKIS
- Abstract
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- PROXIMATE CAUSATION IN LEGAL HISTORIOGRAPHY
- SIMON STERN
- Abstract
- Full text
- References
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Review Essays
- REQUIRED: A THEORY OF ALLOWABLE GAPS
- Jonathan Gorman
- Abstract
- Full text
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- STRANGE FUTURES, NEW SUBJECTS
- Zachary Riebeling
- Abstract
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- KOSELLECK’S TIMES
- John H. Zammito
- Abstract
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First Published: 09 June 2021
Albuquerque – Revista de História. Aquidauana, v.13, n.25, 2021.
Dossiê: Povos originários e COVID-19: Experiências indígenas diante da pandemia na América Latina
Capa: Roger Luiz Pereira da Silva. Imagem: cortesia de Eduardo Kobra (@kobrastreatart), obra doada ao Instituto Butantã por seu trabalho científico diante da pandemia de Covid-19, especialmente na produção da vacina.
Expediente
Editorial
Dossiê
- Apresentação – Dossiê Povos originários e COVID-19experiências indígenas diante da pandemia na América Latina
- Juan Manuel Engelman Garreta, Mariana Schmidt, Ana Carolina Hecht
- PDF (Español (España))
- DOI : https://doi.org/10.46401/ardh.2021.v13.13096
- Saúde e cuidado nas comunidades mbya guaraní de Puerto Iguazú (Argentina) durante a pandemia COVID-19
- Mariana Isabel Lorenzetti, Alfonsina Cantore
- PDF (Español (España))
- DOI : https://doi.org/10.46401/ardh.2021.v13.12219
- Povos indígenas do Piauí e Covid-19ausência de políticas, invisibilização e desinformação
- Luiz Antônio de Oliveira, Helder Ferreira de Sousa
- DOI : https://doi.org/10.46401/ardh.2021.v13.12223
- “Fomos capazes de avançar apesar das dificuldades”reflexões dos professores sobre a educação nas aldeias Toba/Qom e Mbyá durante a pandemia da COVID-19 na Argentina
- Ana Carolina Hecht, Mariana García Palacios, Noelia Enriz
- PDF (Español (España))
- DOI : https://doi.org/10.46401/ardh.2021.v13.12476
- Experiências dos professores bilíngues guarani, chané e tapiete de Salta no noroeste da Argentina no contexto da pandemia
- Ana Victoria Casimiro Córdoba, Maria Eugenia Flores, María Macarena Ossola
- PDF (Español (España))
- DOI : https://doi.org/10.46401/ardh.2021.v13.12286
- O “território” e a “saúde” no contexto da pandemiareorientações nas línguas contenciosas do Povo Mapuche Tehuelche (Puelmapu, Argentina)
- Ana Margarita Ramos, Florencia Yanniello
- PDF (Español (España))
- DOI : https://doi.org/10.46401/ardh.2021.v13.12436
- Pandemia Covid-19 e Povos Indígenas na Região Metropolitana de Buenos Aires – Argentinaa necessidade de uma abordagem intercultural
- Carolina Maidana, Alejandro Martínez, Liliana Ester Tamagno
- PDF (Español (España))
- DOI : https://doi.org/10.46401/ardh.2021.v13.12475
- Incidência de COVID – 19 em povos indígenas e afrodescendentes do Chile e autogestão comunitária
- Luis Campos, Javiera Chambeaux, Claudio Espinoza
- PDF (Español (España))
- DOI : https://doi.org/10.46401/ardh.2021.v13.12536
- Artigos
- Notas sobre as contribuições de festas comunitárias para a construção identitária em uma região de Orlândia-SP
- Bruno César Pereira
- DOI : https://doi.org/10.46401/ardh.2021.v13.12188
Resenhas
- Antonio Fagundeso ator dos palcos às páginas
- Robson Pereira da Silva, Lays da Cruz Capelozi
- DOI : https://doi.org/10.46401/ardh.2021.v13.12994
- História & outras eróticas (2020)uma obra urgente e necessária
- Natália Peres Carvalho
- DOI : https://doi.org/10.46401/ardh.2021.v13.12801
- Educação ambiental em museus
- Cíntia Verza Amarante
- DOI : https://doi.org/10.46401/ardh.2021.v13.12693
- Pareceristas desta edição
- Pareceristas desta edição
- DOI : https://doi.org/10.46401/ardh.2021.v13.13137
Publicado: 2021-06-09
Flavio Koutzii: Biografia de um militante revolucionário – De 1943 a 1984 | Benito Bisso Schmidt
Em Tempos interessantes, Eric Hobsbawm comentou que comumente as biografias “terminam com a morte do biografado, mas as autobiografias não têm esse fim natural”, uma ironia que não se traduz apenas como humor para historiadores envolvidos em empreitadas biográficas (2002, p. 447). Autor proeminente nos estudos sobre esse gênero, Benito Schmidt enfrentou como desafio o que para Hobsbawm era chiste ao biografar o gaúcho Flavio Koutzii, cuja biografia não teve o aludido fim natural: Koutzii não apenas contribuiu imensamente para a produção do livro, como foi um leitor privilegiado antes e depois de sua publicação – e, assim como Hobsbawm, Koutzii é judeu, fez-se comunista e não dispensa a fina ironia.
Após debruçar-se por quase uma década sobre variados registros que a vida de Koutzii lega à pesquisa histórica, Schmidt lançou um livro bastante singular, tanto pela relação que estabeleceu com seu objeto e principal fonte – Koutzii e suas memórias -, quanto pela forma como articulou essa fonte com as demais. Da primeira às últimas páginas nota-se que o livro é a confluência da relação entre biógrafo e biografado – especial singularidade da obra. Leia Mais
Palavras ABEHrtas | Curitiba, v.0, n.0, 2021.
Chão da História
- Um espaço para partilharmos ideias e experiências: Chão da História | Arnaldo Pinto Junior, André Seal
Desafios e dilemas da profissão docente
- DESAFIOS E DILEMAS DA PROFISSÃO DOCENTE: CONSIDERAÇÕES INICIAIS PARA UM AMPLO DEBATE | Cristiano Nicolini, Celia Santana
Provocações
- Provocações Texto de abertura | Caroline Pacievitch, Janaína Paula do Espírito Santo
Vice-versa
- A FORMAÇÃO DOCENTE NO PROFHISTÓRIA: REFLEXÕES TRAMADAS EM EXPERIÊNCIAS DE COMPARTILHAMENTO DE SABERES | Mônica Martins da Silva
Trajetórias dialogadas
- TRAJETÓRIAS DIALOGADAS | Raquel Alvarenga Sena Venera
Rizoma de ações
- Apresentação da coluna | Adriana Ralejo, Mariana de Oliveira Amorim
Acontece nas escolas
- “Acontece nas escolas”: um brado pela esperança! | Maria de Fátima Barbosa Pires
Publicado em 06 junho 2021 | v.0 n.0 (2021)
Epistemología e Historia de la Ciencia. Córdoba, v.5, n.2, 2021.
Epistemología e Historia de la Ciencia
Artículos
- Reflexiones sobre la filosofía de la historiografía y el legado teórico del “narrativismo”
- Omar Acha
- Aportes del análisis de A. B. Frank para la enseñanza de las micorrizas
- Maria Daniela Villa Henao, Henry Giovany Cabrera Castillo
- El “Giro Transnacional” y el “Giro Espacial” en la Historia de la Ciencia
- Yonatan Durán Maturana
- El cambio perceptual en la revolución químicaUna revisión crítica
- Pablo Melogno
- Separación entre forma y función biológicaConsecuencias para la tesis de la contingencia radical
- Víctor Emilio Parra Leal
Reseñas
- El despertar de la razón produce monstruosReseña: Bedeviled de Jimena Canales
- Alan Heiblum Robles
- Reseña de ‘Against Nature’ de Lorraine Daston
- David Antolínez
Publicado: 2021-06-08
Manuel Fernandes Tomás. Escritos políticos e discursos parlamentares (1820-1822) | José Luís Cardoso
1 “Ele foi talvez o primeiro que soube achar a época, e o termo preciso, em que o direito de insurreição contra a tirania, é não só uma virtude digna de aplauso dos presentes, da comemoração dos vindouros, e mesmo de apoteose, mas também o exercício de um direito político”.[1] Manuel Fernandes Tomás e o movimento revolucionário de 1820 estão indissoluvelmente ligados. Jurista consagrado, oriundo da Figueira da Foz, concluídos os estudos na Universidade de Coimbra, após o desempenho de diferentes cargos, em 1820 encontrava-se a exercer funções de desembargador no Porto há três anos. Foi um dos membros do Sinédrio, ministro do Interior e da Fazenda da Junta Provisional do Reino, deputado às Cortes Constituintes, reeleito em 1822, ano em pereceu. O seu papel em momentos-chave da implantação do regime vintista foi essencial, a ele se devem textos fundadores, responsabilidades decisivas como a organização das primeiras eleições dentro do quadro liberal, e intervenções parlamentares decisivas. Na memória democrática, ficou consagrado como uma figura impoluta, corajosa, um político competente e um grande orador. Columbano e Veloso Salgado atribuíram-lhe espaço destacado nas duas principais representações pictóricas do edifício da Assembleia da República. “A primeira revolução liberal portuguesa tem a sua personificação em Fernandes Tomás”, escreveu José Arriaga.[2]
2 Contudo, até recentemente não se dispunha de nenhuma ampla antologia dos seus textos, em contraste com outros políticos, como Almeida Garrett ou Passos Manuel, que em vida reuniram os seus discursos parlamentares em livro. As únicas obras dele impressas em vida foram duas notáveis contribuições para a história do direito do Antigo Regime, um estudo sobre a propriedade e um repertório legislativo. O seu precoce desaparecimento, no início da segunda legislatura do regime vintista, e o apagamento da memória do vintismo durante as longas décadas de cartismo e do Estado Novo explicam-no. A recolha dos textos da sua autoria organizada por José Luís Cardoso veio preencher o vazio existente, sendo o livro em boa hora editado no ano do bicentenário da revolução de 1820, seguindo-se a outro seu livro sobre a revolução, com excelente fundamentação e bem organizado, numa linguagem acessível e de grande qualidade gráfica.[3]
3 Manuel Fernandes Tomás e a revolução de 1820 constituem alicerces fundamentais da memória e da história do liberalismo português. Foi valorizada pela corrente republicana, como o comprova a monumental História da Revolução de 1820 de José Arriaga (1886-89), onde Manuel Fernandes Tomas ocupa um lugar destacado. Também Luís Augusto Rebelo da Silva o incluiu em Varões ilustres das três épocas constitucionais (1870). Com o advento do Estado Novo, esta época esteve marginalizada, excluída da história oficial ensinada nas escolas ou difundida publicamente, onde ainda não ocupa o lugar merecido. O século XIX e o primeiro quartel do século XX eram considerados em bloco como um período negro, sobre o qual incidiu um pesado silêncio oficial.
4 Alguns historiadores isolados da oposição democrática principiaram a debruçar-se sobre esta época a partir da década de 1940. Com o restabelecimento de um regime liberal em Portugal, democrático, principiou-se um estudo mais sistemático da história do liberalismo monárquico e republicano. Manuel Fernandes Tomás foi desde logo objeto de um estudo de José Manuel Tengarrinha, acompanhado da publicação de alguns dos mais importantes documentos produzidos por ele e de várias intervenções parlamentares sobre temas fundamentais como a liberdade de imprensa ou o âmbito do sufrágio. Alguns anos decorridos, José Luís Cardoso viria a dedicar-lhe uma biografia (1983), recentemente reeditada (Manuel Fernandes Tomás. Ensaio histórico-biográfico. Coimbra: Almedina, 2020). Deve-se a Cecília Honório a primeira tese de doutoramento que lhe foi dedicada, e que é a biografia política mais completa a seu respeito. Nela são analisadas pela primeira vez as principais intervenções parlamentares e os outros textos da sua autoria (Manuel Fernandes Tomás, 1771-1822. Lisboa: Assembleia da República, 2009).
5 A antologia de textos agora publicada por José Luís Cardoso é precedida de um longo estudo introdutório de cerca de 40 páginas. Nele se faz uma análise abrangente das questões abordadas por Manuel Fernandes Tomás e da sua contextualização, em introduções específicas relativas a cada um dos blocos de textos. Este trabalho analítico é entremeado de útil bibliografia da época acerca de questões similares, um instrumento de trabalho estimulante de futura abordagem comparativa aqui iniciada. De salientar uma contribuição para o estudo das influências ideológicas no meio político, mediante um quadro quantificando as citações de diferentes autores estrangeiros nos trabalhos parlamentares.
6 Os textos selecionados foram agrupados em cinco blocos. No primeiro reúnem-se os manifestos e proclamações, textos anónimos cuja atribuição a MFT é indubitável e que constituem textos emblemáticos do vintismo, a que se juntaram os discursos oficiais e ofícios. Estas páginas permitem-nos acompanhar o processo de implantação do novo regime desde os seus primeiros momentos. O discurso da sala do Risco do Arsenal conduz-nos ao universo das sociedades patrióticas, uma nova forma de sociabilidade característica desta época. Os principais políticos cruzavam-se nessas sociedades, foi o caso de José Xavier Mouzinho da Silveira e Manuel Fernandes Tomás, tendo o primeiro presidido e discursado no jantar comemorativo do 1º aniversário do 24 de Agosto, promovido pela Sociedade Constitucional,[4] e que agora ficamos a saber ter estado igualmente presente na cerimónia comemorativa do 1º aniversário do 15 de Setembro promovida por esta sociedade, na qual discursou Fernandes Tomás (Cardoso, op. cit., 35 e 98-100). Dois textos com estilos e metáforas muito diferentes, mas onde se expressa o mesmo repúdio por uma sociedade baseada nos privilégios e o elogio da liberdade, no caso de Mouzinho associada ao fim da escravatura e à “união em liberdade dos dois separados hemisférios”, uma questão fundamental para a definição do espaço nacional. Tal união viria a ser por ele referida já como periclitante no mesmo círculo, decorrido um ano, a dois meses da independência do Brasil. Em 1823 consideraria urgente dá-la por encerrada para delinear nova orientação do governo.
7 As intervenções parlamentares de M. F. Tomás a respeito da questão brasileira permitem acompanhar a evolução da sua atitude e situá-la na gestão deste problema pelos constituintes neste período de transição, em si já bem estudada.[5] Admitindo a inevitabilidade da independência a longo prazo, considerava que no imediato o novo regime de liberdade permitiria o desenvolvimento conjunto das duas regiões intercontinentais da coroa portuguesa, no interesse recíproco. A “Proclamação aos habitantes do Brasil”, datada de julho de 1821, expressa essa posição de forma convicta num texto dirigido à população, posição retomada no folheto “Lutero, o padre José Agostinho de Macedo e a Gazeta Universal” (1822), incluído na secção III (pp. 190-192). Face às resistências brasileiras, esta posição alterna com a admissão de mau grado da separação do Brasil, excluindo sempre qualquer intervenção militar.
8 O segundo bloco, intitulado “Ação governativa”, é constituído por um único documento, o famoso relatório sobre o estado e administração do reino, fruto da sua própria experiência como ministro do interior e a da fazenda na Junta Provisional, apresentado às Cortes logo no seu início. O terceiro e quarto blocos constituem as partes mais inesperadas para um leitor menos conhecedor desta época. Que um ministro e depois deputado prestigiado tenha publicado anonimamente as Cartas do Compadre de Belém e um pouco mais tarde um jornal juntamente com Ferreira de Moura, deputado com quem estava em alguma sintonia, testemunha de profunda osmose entre a ação política e as novas formas de comunicação impressa. Folhetos e jornais tornam-se, de 1820 em diante, o instrumento novo e inebriante do debate de ideias e de difusão de notícias. Mais de uma centena de jornais são editados no período vintista, com formato, dimensão e duração muito variáveis.
9 A iniciativa de lançar o jornal O Independente (publicado de novembro de 1821 a março de 1822) inseria-se neste movimento descrito de forma entusiástica no editorial do primeiro número: “a variedade de assuntos, a rapidez, com que são tratados; […] a facilidade de se obterem estes escritos e a brevidade com que se leem […]”. Desde os primórdios da imprensa periódica que a desinformação e a invocação errática da “opinião pública” não tardaram a aparecer, como se alerta logo no terceiro artigo, “Testemunhos falsos que se costumam levantar à opinião pública”. Esta iniciativa explica-se também pela ausência de partidos políticos nesta época. O jornal é um instrumento de difusão alargada dos debates parlamentares e uma forma de fortalecer as posições de ambos os deputados nesses debates, por isso se caracteriza por um número elevado de artigos de opinião. José Luís Cardoso agrupou-os em quatro secções temáticas: Cidadania Constitucional, Reformas institucionais, Economia e Finanças, e Segurança pública.
10 O quinto e último bloco de textos, o mais extenso, contém uma ampla seleção dos discursos parlamentares, ultrapassando as duas centenas de páginas. MFT teve intensa participação parlamentar, intervindo como orador em 281 sessões ao longo de 21 meses e 7 dias, em regra com mais de uma intervenção em cada sessão, como nos informa J. Luís Cardoso. O total de registos do seu nome como orador eleva-se a 580. Compreende-se que a obra de Cecília Honório, já mencionada, tenha sido incluída na Colecção Grandes Oradores, dirigida por Zília Osório de Castro. Naturalmente, as intervenções tiveram dimensão e significado muito variável. Para esta antologia foram selecionados 119 discursos, utilmente agregados em dez grupos, de que é impossível dar uma súmula aqui, sendo cada um deles objeto de análise cuidada no estudo introdutório.
11 Pode questionar-se a sua sequência, seria porventura mais lógico que os grupos das intervenções sobre princípios constitucionais, soberania e a divisão de poderes antecedessem o grupo sobre a justiça e a sua organização. Agregar os textos segundo o tema dominante, nem sempre o único, não foi fácil, como releva o autor. Poderia preferir-se que o debate sobre os jurados e a lei de imprensa fosse inserido no grupo acerca deste tema e não no da justiça, ou pelo menos fosse ali referido. Também pode lamentar-se que não se tenha indicado a que projeto-lei se refere cada intervenção ou grupo de intervenções, ou quem é o “preopinante” referido aqui e ali – e uma pequena nota sobre o significado desta palavra caída em desuso podia também ser útil. Sendo possível hoje a consulta on-line do Diário das Cortes, é certo que o leitor poderá fazer essa pesquisa, com maior facilidade do que anteriormente. Nada disto diminui o mérito do trabalho realizado, a seleção e organização temática dos principais discursos parlamentares constitui uma obra da maior utilidade e é porventura a contribuição mais valiosa desta antologia, no seu conjunto com grande interesse histórico.
12 As intervenções parlamentares de Fernandes Tomás foram com grande frequência decisivas, conhecê-las permite compreender o que esteve em jogo e a mentalidade da época, e a capacidade de MFT encontrar a mudança possível, adequada ao momento. Veemente na defesa da abolição da Inquisição, da censura prévia da imprensa ou a favor do sufrágio alargado, foi também conciliador em relação à liberdade religiosa e à reforma dos forais. A sua posição política tem sido assim classificada de gradualista, pontuada de escolhas radicais. A igualdade perante a justiça tornava inadiável a reforma da justiça e J. Luís Cardoso acentua justamente a relevância das reflexões e propostas sobre o sistema de justiça, cuja dimensão passara desapercebida até agora. Também Borges Carneiro, de cujas propostas discordava frequentemente, apontara a prioridade devida à reforma do código penal existente (Portugal Regenerado, 1820).
13 Esta obra ora publicada representa uma contribuição valiosa para o pensamento e a ação de um dos principais políticos do vintismo e abre o caminho à abordagem comparativa entre os diferentes políticos liberais numa base mais consistente, permitindo um conhecimento mais completo acerca desta época.
Notas
1. Ferreira Moura, DCC, 4/1/1823, p. 347, in Cecília Honório, Manuel Fernandes Tomás, 1771-1822. Lisboa: Assembleia da República/Texto, 2009, p. 26.
2. José Arriaga, História da Revolução Portugueza de 1820. Porto: Livraria Portuense, 1886-1889, t. III, p. 632, in Honório, op. cit., p. 15.
3. José Luís Cardoso, A Revolução Liberal de 1820. Lisboa: Clube do Colecionador dos Correios, 2019.
4. Ver M. H. Pereira et al. (eds), Obras de Mouzinho da Silveira. Lisboa: F. Calouste Gulbenkian, 1989, v. I, p. 53 n. 83 e v. II, pp. 1917-20.
5. Ver Valentim Alexandre, “Nacionalismo vintista e a questão brasileira”, in M. H. Pereira et al. (org), O liberalismo na Península Ibérica na primeira metade do século XIX. Lisboa: Sá da Costa Editora, 1982, v. 1, pp. 287-307; Zília Osório de Castro, Portugal e Brasil. Lisboa: Assembleia da República, 2002.
Miriam Halpern Pereira – CIES, ISCTE-Instituto Universitário de Lisboa, Portugal. E-mail: miriam.pereira@iscte-iul.pt
CARDOSO, José Luís Cardoso (org). Manuel Fernandes Tomás. Escritos políticos e discursos parlamentares (1820-1822). Lisboa: Imprensa de Ciências Sociais, 2020. 538p. Resenha de: PEREIRA, Miriam Halpern. Ler História. Lisboa, n.78, p.296-300. Acessar publicação original [IF]
Palavras ABEHrtas | ABEH | 2021
A proposta de Palavras ABEHrtas (Ponta Grossa, 2021) é que ele se configure como território amplo e aberto para divulgação, informação e debates no que se refere e afeta o ensino de História, conforme os atuais valores e missões da ABEH de estabelecer interlocuções cada vez mais abrangentes e de valorizar o trabalho de professores e professoras de História em todos os níveis e âmbitos de ensino, gestão, pesquisa e divulgação. A intenção é reunir depoimentos e relatos de experiências, produções de estudantes da Educação Básica e do Ensino Superior, debates conceituais no campo do Ensino de História, bem como discutir temáticas de demandas contemporâneas e divulgar projetos e iniciativas pelo Brasil e pelo mundo.
A revista será composta por sete colunas, cada uma contando com uma dupla de curadores/as e coordenada por uma editoria renovada anualmente. Os textos serão publicados quinzenalmente (com ahead of print), a partir de convites da curadoria e também por livre demanda. Os textos deverão estar conformes ao escopo de cada coluna e adequados às normas de formatação, além de respeitar os princípios éticos da Revista. Serão aceitos também diversos formatos de expressão, tais como: textos escritos, vídeos, podcasts, canções, entre outros meios de interação, sempre acompanhados de uma apresentação que contextualize o conteúdo.
Os materiais enviados serão submetidos a uma comissão editorial e a um conselho de consultores que avaliarão criticamente as propostas. Textos bilíngues também serão aceitos, privilegiando a publicação de versões em inglês e em espanhol.
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Por fim, é importante que os textos e outros materiais sejam provocadores de debates e de ampliação das trocas. Assim, as curadorias podem convidar pessoas para comentar os materiais publicados. Esses comentários poderão aparecer sob a forma de novos textos linkados aos iniciais, de modo a ir criando uma rede de materiais e de discussões. Adicionalmente, os conteúdos também serão divulgados e debatidos nas redes sociais da Abeh.
Propomos sete colunas com escopo definido, que publicarão tanto conteúdos encomendados quanto avaliarão o que for recebido em livre demanda, de modo a garantir a periodicidade semanal, mas que se adaptem às necessidades de discussão e comunicação da nossa comunidade. Cada coluna contará com uma dupla de curadores/as composta por sócias/os da ABEH.
Essa iniciativa da ABEH visa possibilitar, em seu site, a divulgação de trabalhos desenvolvidos no Brasil e no exterior sobre o ensino de história, no formato de divulgação científica. Além disso, o objetivo é amplificar discussões que vão dar sequência aos textos publicados, ou seja, buscamos criar oportunidade de encontros entre todas-os-es que pensam, refletem, pesquisam e mobilizam práticas sensíveis nos mais diversos espaços que envolvem o ensino de história: escolas, espaços culturais e de memória, redes sociais, arquivos, universidades, movimentos sociais, entre outros.
As publicações serão feitas semanalmente com textos, imagens, registros, descrições, lançamentos e informações sobre diversos temas do ensino de história, conforme o escopo de cada coluna. Serão aceitos materiais de docentes e discentes da educação básica assim como do ensino superior e das pós-graduações.
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ISSN 2764-0922
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Cadernos Pagu | Campinas, n.61, 2021.
Edição n. 61 (2021)
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ERRATA ERRATA
Sex, Law, and Sovereignty in French Algeria, 1830–1930 | Judith Surkis
Judith Surkis | Foto: Brown University |
In recent decades historians, postcolonial theorists and feminist scholars have demonstrated how, in a variety of geographical settings, gendered stereotypes supported the conquest and domination of overseas territories by European colonial regimes. Judith Surkis’s ‘colonial legal genealogy’ of Algeria under French rule significantly develops these now well-established observations by tracing the historically contingent emergence of a legal regime in which ‘sexual fantasies and persistent desires’ underpinned the regulation of both land and legal personhood (p.14). Her objective, she explains, is to ‘reconstruct the “cultural life’ of Algerian colonial law, which is to say the material, political, and affective resources and resonances on which its elaboration and its powerful effects depended’ (p.8). By recognizing the affective dimension of the production, application and negotiation of colonial law, Surkis provides new perspectives on the workings of colonial power in Algeria, and makes an exceptional contribution to historical understanding of the colonial legal regime.
Pan-Amazônia | Revista do Instituto Histórico e Geográfico do Pará | 2021
A Revista do Instituto Histórico e Geográfico do Pará publica sua nova atual, com temas da realidade brasileira e amazônica, mantendo a continuidade de canal de expressão científica e cultural com a sociedade paraense. Na presente edição, além de textos com diferentes temas da realidade brasileira, um conjunto de artigos organizados em formato de dossiê sobre a Pan-Amazônia compõem este número.
A edição inicia com o artigo de Luís Pedro Dragão Jerônimo “Símbolos de riqueza e modernidade: teatros no Pará, Rio de Janeiro e São Paulo”, no qual reflete sobre o edifício teatral não apenas enquanto local de entretenimento, mas como símbolo econômico e de prestígio. Analisando aspectos materiais e simbólicos em cidades que viveram momentos de expansão econômica nos períodos de construção de seus palcos, o autor estabelece o contato entre as construções e os ideais cosmopolitas nas paisagens urbanas. Leia Mais
Revista do IHGPA | Belém, v.8, n.1, 2021.
EDITORIAL
ARTIGOS
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- A EDUCAÇÃO AMBIENTAL E A ÁGUA NA PORÇÃO DA REGIÃO DAS ILHAS DE BELÉM COMO ARTIFÍCIO E FOMENTO AO ENSINO DA GEOGRAFIA | Michel Pacheco Guedes, Shirley Capela Tozi, Andreza Barbosa Trindade | PDF
- CAREIRO DA VÁRZEA E IRANDUBA: METROPOLIZAÇÃO SELETIVA NO CONTEXTO DA REGIÃO METROPOLITANA DE MANAUS | Fredson Bernardino Araújo da Silva Silva, Marcos Castro de Lima | PDF
- DISPERSÃO URBANA E TRANSPORTE PÚBLICO NA REGIÃO METROPOLITANA DE BELÉM: UMA ANÁLISE DE CASTANHAL E SANTA IZABEL DO PARÁ | Gabriel Augusto Nogueira dos Santos, Ricardo José Batista Nogueira | PDF
- POLÍTICAS PÚBLICAS DE LAZER EM UMA PERIFERIA AMAZÔNICA: O BAIRRO DA TERRA FIRME (BELÉM/PA) | Sidney Correa de Souza, Helena Doris de Almeida Barbosa, Vânia Lúcia Quadros Nascimento, Thiliane Regina Barbosa Meguis | PDF
- A INFLUÊNCIA DOS POTENTADOS LOCAIS NA ESTRUTURA ADMINISTRATIVA BRASILEIRA | Vinícius Tadeu Vieira Campelo dos Santos Vieira Campelo dos Santos | PDF
- POR ACASO SOU NEGRA? NA AMAZÔNIA, EM BELÉM, NO ENCONTRO COM OUTREM | Tainara Lúcia Pinheiro, CARMEM IZABEL RODRIGUES | PDF
- EUROCENTRISMO E A PANDEMIA DE COVID-19 NO CONTINENTE AFRICANO: AFINAL, O QUE SABEMOS? | Rafael Alves de Freitas | PDF
- RISCO HIDROCLIMÁTICO E IMPACTO DAS PRECIPITAÇÕES EM PLANÍCIES URBANAS DE BELÉM-PA. | José Edilson Cardoso Rodrigues, Luziane Mesquita Luz | PDF
- PACOVAL: A AMAZONIAN TRIP | Hilton Pereira da Silva
DOSSIÊ
- A FORMAÇÃO SOCIOESPACIAL DE IGARAPÉ-MIRI E SEU ATUAL SIGNIFICADO NA REDE URBANA DO BAIXO TOCANTINS | Ederson Ferreira Lobo, Gracileno Trindade Pimentel | PDF
- ESTADO, GRANDES PROJETOS E PLANEJAMENTO REGIONAL NA AMAZÔNIA: a utopia territorial do PDRS – lago de tucuruí. | ANDRÉ LUIS ASSUNÇÃO DE FARIAS, Luiz Felipe Nazaré Vilhena | PDF
- TERRITÓRIO E CIDADES NA AMAZÔNIA: UMA LEITURA A PARTIR DAS POLÍTICAS AMBIENTAIS URBANAS | Adna Alves Abreu, José Queiroz de Miranda Neto | PDF
- PRODUTOS POTENCIAIS À INDICAÇÃO GEOGRÁFICA NO ESTADO DO PARÁ: Estudo de caso das feiras da 25 e do Ver o Peso na cidade de Belém / PA | Stéphanie Oliveira da Silva, Benedito Ely Valente da Cruz | PDF
- ATIVIDADES PRODUTIVAS E ESTRATÉGIAS TERRITORIAIS DE SOBREVIVÊNCIA EM COMUNIDADES DE PESCADORES DO RIO PANACUERA (ABAETETUBA – PARÁ – BRASIL) | Christian Nunes da Silva, Joana Darc de Sousa Carneiro, Vicka de Nazaré Magalhães Marinho | PDF
- GRANDES PROJETOS E A RELAÇÃO COM OS RECURSOS NATURAIS NA FRONTEIRA AMAZÔNICA: OS ACORDOS DE PESCA COMO INSTRUMENTOS MODERADORES EM LIMOEIRO DO AJURU | Suzi Carolina Moraes Rodrigues, André Cutrim Carvalho, Fernanda Kelly Valente da Silva | PD
História, Ciências, Saúde-Manguinhos. v.28, n.2, 2021.
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- · Salud, beneficencia y mutualismo: la colonia española en la Ciudad de México durante el Porfiriato Analysis
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- · As práticas corporais na legislação imperial e a construção de uma sociologia da profissão para a educação física Análise
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- · Entre Alma-Ata e a reforma sanitária brasileira: o Programa Nacional de Serviços Básicos de Saúde (Prev-saúde), 1979-1983 Fontes
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- · Zika no Brasil: certezas e incertezas de uma história inacabada Resenhas
- Lopes, Gabriel
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- · ERRATA Errata
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Atlas fotográfico da cidade de São Paulo e arredores | Tuca Vieira
Abrir e folhear o Atlas fotográfico da cidade de São Paulo e arredores, de Tuca Vieira (1), é como ter um encontro consigo mesmo. Num primeiro momento, algo como um encontro solitário, uma descoberta não esperada. Mas logo o Atlas mostra sua dimensão pública, com um conjunto de imagens que expõe a cidade, oferecendo um reconhecimento que pode ser coletivo e que está agora compartilhado. Ou seja, as 203 fotos do livro são, enfim, um mapeamento de São Paulo, um conjunto que deu conta da sua diversidade, complexidade, imensidão – adjetivos sempre associados à cidade. Deu conta apresentando simultaneamente fragmentos e unidade, um todo que, mesmo para seus habitantes, parece lhes escapar.
Cidade vertical e densa na região central, edifícios industriais nos ainda “vazios urbanos”, antigos edifícios já integrados a um entorno desfigurado e adensado, favelas fotografadas na sua extensão ou na visão do pedestre, regiões de mananciais, igrejas, muros e grades, caixas d’água, postes, fiações elétricas, habitações formais e informais, pontos de ônibus, bancas de jornais, rios (que hoje são canais), estacionamentos, ruas, avenidas e vielas, edifícios comerciais, bares, padarias, quitandas, estacionamentos… Todos esses programas e situações urbanas que sem as fotos dizem pouco. Leia Mais
Andes – Antropología e Historia. Salta, v.32, n.1, 2021.
Artículos
- Activaciones simbólicas del patrimonio. El caso de San Biritute
- María Luz Endere, Mercedes Mariano
- Escuela y trayectorias escolares y socio-productivas. Estudio de casos de jóvenes de familias migrantes bolivianas del periurbano hortícola platense
- Melina Morzilli
- Sorteando los avatares del tiempo: gestiones patrimoniales en el museo José M. Maciel de la Ciudad de Coronda (Pcia. de Santa Fe)
- Julieta Sartori, Paula E. Galligani, Fernando Balducci, Flore3ncia Lancelloti, Abril Castagnola, Macarena Riberi, Agustina Tisocco, Fernando Roggero
- Del poblamiento prehispánico al modelo territorial industrial en San Pablo, Tucumán
- María Soledad Gianfrancisco
- Dinámicas sociales de las comunidades tempranas en el Valle de Aminga (La Rioja, Argentina)
- Gabriela Inés Sabatini, Enrique Garate, Sebastián Andrés Carosio
- Migración y acceso a la tierra urbana en la década de 1990: el caso de la comunidad indígena toba-qom “Yape” de Bernal Oeste, Provincia de Buenos Aires
- Juan Manuel Engelman Garreta
- Movilidad y ritualidad pastoril. Propuesta de identificación de arte rupestre performado por pastores locales en el sur de Pozuelos, 900-1535 dc (Puna de Jujuy, Argentina)
- Carlos Angiorama, Silvina Rodríguez Curletto, Mirella Sofía Lauricella
Reseñas
- Epidemias y endemias en la Argentina moderna. Diálogos entre pasado y presente. Marcela Vignoli Imago Mundi, 2020, 109 páginas
- Milagros Argañaraz
- Ritos y ceremonias andinas en torno a la vida y la muerte en el noroeste argentino. Amalia Vargas Editorial Biblos, 2020, 262 páginas
- Lauro E. Rodriguez
Seleção, coleta, processamento do acervo e construção dos buscadores
Seleção, coleta e apresentação das resenhas e dos dossiês
No Resenha Crítica, coletamos resenhas, apresentações de dossiês e sumários de periódicos acadêmicos, designados por "anais", "boletim", "caderno", "revista", "estudos", "resenhas de..." "journal" e similares.
Também recolhemos resenhas de magazines e suplementos de jornais de grande circulação, desde que autorizados por seus respectivos editores.
A coleta e a postagem do material é diária e orientada pelos meses nos quais os periódicos realizam suas atualizações.
Depois de coletados, os textos são formatados dentro de um padrão que minimiza as diferenças entre os projetos editoriais originais de cada periódico/fonte pra viabilizar uma leitura confortável, sobretudo, nos smartphones. Assim, sempre que possível, submetemos as resenhas à formatação abaixo.
- Título da postagem. Contempla o título e o subtítulo da obra, o prenome e o nome dos autores ou dos organizadores. O objetivo é facilitar a identificação imediata dos principais elementos de referenciação (título, subtítulo e autoria).
- Data original da publicação da resenha. Na ausência desta informação na publicação original, iniciamos a datação cronológica em 01 de janeiro do ano correspondente ao número do periódico coletado.
- Corpo textual. O texto principal da resenha respeita a extensão divisão, subtítulos, formatação da fonte (itálico, negrito etc.) e a iconografia original.
- Notas e referências internas à resenha. Respeitamos todos os modos de referenciar e de apresentar as notas provenientes do periódico/fonte. Não corrigimos, excluímos, ampliamos ou complementamos dados contidos nas notas e/ou referências listadas originalmente ao lado, no corpo textual ou ao final de cada resenha. Em alguns casos a numeração das notas (dispostas entre colchetes) se inicia com o algarismo "2" ou "3". Não se trata de exclusão de notas. Apenas suprimimos a repetição das notas iniciais que, em geral, fornecem dados biobibliográficos do resenhista, já estão destacados no nosso modelo em local padronizado, como comentamos na sequência.
- Referências bibliográficas. Os elementos de referenciação estão organizados segundo prescrições da ABNT. Na ausência sistemática de elementos isolados, a exemplo do título da resenha, do volume ou do número do periódico, da cidade, das páginas inicial e final da resenha, esses espaços permanecerão em branco.
- Autoria da resenha. Mantemos a nota biobibliográfica mais completa, apresentada pelo periódico e eliminamos eventuais repetições.
- Fonte da publicação. Após as referências da resenha, fornecemos o link para a publicação original. Quando o arquivo da resenha não permite cópia (um arquivo/imagem, por exemplo) ou está corrompido, informamos: "Acesso somente pelo link original" e copiamos o referido link. Quando o texto está ausente na publicação original, informamos: "Dossiê indisponível no original" ou "Texto indisponível no original". Com esse instrumento, além de informar a proveniência da fonte, você pode verificar eventuais erros que possamos cometer no processamento dos textos ou mesmo erros e omissões cometidas pelos editores originais.
- Compilador. As letras maiúsculas entre colchetes dispostas ao final das referências da resenha identificam o compilador do texto para eventuais correções: [IF] Itamar Freitas, [JS] Jane Semeão.
Esse padrão vale também para os dossiês de artigos, com o acréscimo do elemento "Acessar dossiê", ao final da postagem.
Já os sumários de revista são transcritos integralmente, inclusive com os links para texto integral e resumo e arquivo em PDF (quando disponibilizado originalmente).
Sempre que possível compomos as informações de cada tópico de sumário (artigo, dossiê, entrevista etc.) em um só parágrafo. Neste caso, por restrições técnicas, os números de página inicial e final são suprimidos.
A seleção e apresentação das revistas*
Um periódico "de história" no Qualis capes, por exemplo, é o que publica trabalhos de historiadores (que, não raro, enfrentam o mesmo problema de distintividade). Por este critério, há quase uma década, revistas de história estariam na casa dos 1800 títulos.
Combinando esse critério com o emprego das expressões "história" e "histórico" no título (ainda que 1/3 das revistas apresentem outros substantivos e adjetivos), esse número se reduz, no último Qualis (2017-2020), para aproximadamente 280 títulos de história e 680 títulos de educação.
Tal estimativa serve apenas para os que informam o foco do periódico, objetivamente, nos títulos, por meio dos termos "história", "history", "histoire", "historical", "historia", "educação", "education", "educacional" e "educación". Mas sabemos que muitas revistas são designadas por nome de coisas ou pessoas, em relação metafórica com o foco/escopo.
Essas duas balizas (lugar de divulgação dos historiadores e palavras do título) pecam pela ausência de representatividade e tornam o projeto criação de uma ferramenta unificadora impraticável, dada a quantidade material para a coleta e manutenção do blog.
Esse problema da representatividade nós reduzimos com a hierarquização das instituições mantenedoras dos periódicos. Se a quase totalidade da pesquisa acadêmica em história e em educação é produzida no setor público, foi pelas universidades públicas que resolvemos testar o inventário integral das revistas "de História" e "de Educação". Somente após inventariarmos os repositórios institucionais públicos, partimos para as iniciativas do setor privado.
Quanto ao problema da distintividade, ele foi enfrentado com o respeito à autodesignação anunciada no escopo/foco de cada periódico. Combinando esses dois critérios, depois de um ano de trabalho (junho/2021), chegamos a aproximadamente 130 títulos de História. Hoje (março de 2023), são 214 títulos brasileiros e 314 títulos no total (incluindo periódicos da América e alguns poucos da Europa). Este número que tente a dobrar, nos próximos 12 meses.
Esse critérios também exigiu mais combinações. Elas incluem várias situações comunicativas que envolvem a natureza do trabalho dos editores, da instituição mantenedora e do público alvo, como passamos a listar a partir de exemplos com o domínio "história":
- Se a palavra "história" foi empregada no título ou no subtítulo da revista, como é o caso de "Albuquerque: Revista de História", encerramos o trabalho de classificação.
- Se a palavra "história" foi empregada na descrição do foco da revista como "área do conhecimento" ou "área de concentração" e, na ausência desses termos, na condição "tema de pesquisa", encerramos a classificação.
- Se o editor declarou: "Este é o periódico do Departamento de História"..., "do Programa de Pós-Graduação em História"... ou "do Grupo de Pesquisa em História da"..., mesmo não empregando a palavra "história" como título ou foco da revista, finalizamos a classificação.
- Se o editor declarou: "Este periódico é destinado aos pesquisadores de História" ou "aos historiadores", mesmo não empregando a palavra "história" como título ou foco da revista, também finalizamos a classificação.
- Se o editor declarou: "Este periódico é destinado aos pesquisadores de História e de Educação" ou "aos historiadores e aos educadores", mesmo não empregando a palavra "história" como título ou foco da revista, também finalizamos a classificação. O veículo foi classificado como revista "de história", revista "de educação" e revista "de domínio multidisciplinar".
- Se o editor declarou: "Este periódico é destinado aos pesquisadores do ensino de história", é destinado "aos historiadores", é destinado aos "educadores" ou, ainda, "Esta é uma revista de História da Educação", ampliamos o escopo da revista em nossa classificação. Esta situação (6) e a anterior (5) foram os únicos casos nos quais ampliamos o foco do periódico em nossa classificação. Uma revista "de história da educação" ou de "ensino de história" por exemplo, foi tipificada triplamente como periódico "de história", "de educação" e "multidisciplinar". Por outro lado, não estendemos classificações por sinonímias. Se o editor distinguiu seu periódico como "didática da história", essa expressão foi conservada, não sendo transformada em "ensino de história". Seguindo o mesmo raciocínio, se um editor designou seu periódico como de "história da ciência e da medicina e tecnologia" e outro apenas declarou "história da ciência e da medicina", as duas designações foram conservadas como no original, gerando dois escopos e não apenas "história da ciência e da medicina".
- Se o editor declarou: "Este periódico está focado no domínio da História, mediado por abordagens interdisciplinares" ou "em diálogo com as ciências sociais", por exemplo, nada mudou na sua classificação. Permaneceu classificada como uma revista "de História". Entendemos que o "foco" foi hierarquicamente superior às "abordagens".
- Se o editor iniciou a descrição afirmando: "Trata-se de um periódico de caráter interdisciplinar que acolhe trabalhos de historiadores, antropólogos...", a revista foi classificada na rubrica designada - "interdisciplinar" e, ainda, na genérica rubrica "domínios multidisciplinares". Neste caso, entendemos que o "caráter" foi hierarquicamente superior à destinação.
- Por fim, se o editor declarou o escopo do periódico partir do potencial autor - "acolhendo textos historiadores, antropólogos, geógrafos e arqueólogos", por exemplo (mesmo que nada tenha afirmado sobre transdisciplinaridade, multidisciplinaridade e/ou interdisciplinaridade, mas), a revista foi classificada como "de História", "de Antropologia", "de Geografia", "de Arqueologia" e "multidisciplinar".
A utilização desses critérios gerou um conhecimento novo sobre o perfil das revistas que veiculam "história". Não chega a 1/5 o número de revistas que se autodesignam apenas como "de História".
Em termos formais (no que diz respeito ao foco e escopo), as revistas "de História" são tão multidisciplinares quanto as revistas que historicizam objetos pouco nobres para os historiadores com formação inicial e pós-graduada em cursos de "história", como as de "história da educação", "história das ciências" e "ensino de história".
Mesmo campos de práticas historiadoras como os arquivos públicos não necessariamente vinculam suas revistas à "história". Há situações onde a distinção, apoiada no público-alvo, acolhe o "ensino" na educação básica ou a "Arquivologia" como foco.
Todas as informações que fundamentaram a nossa classificação estão transcritas na apresentação de cada periódico, construída sobre trechos originais disponibilizados nas respectivas seções "foco e escopo".
A transcrição sofreu edição. Privilegiamos os parágrafos que informavam: título, foco/escopo, instituição mantenedora, data de criação, periodicidade, formas de acesso e ISSN.
Na representação iconográfica da revista, mantivemos parcialmente as logomarcas. Algumas revistas não disponibilizam, outras disponibilizam material de baixa resolução. Esses problemas geravam desarmonia visual. Assim, preferimos reconstruir ou imitar as logomarcas e padronizar os fundos das imagens a partir de um paleta personalizada de 18 cores.
Em cada apresentação de revista, disponibilizamos links para as seções originais de "foco/escopo" e "arquivos". Os links "acessar resenhas", "acessar dossiês" e "acessar sumários" são para a navegação interna ao blog.
A alimentação dos bancos de dados que servem a esses links é desigual. Trabalhamos com a coleta do presente para o passado, ou seja, da última edição à primeira. Na construção de coleções completas de resenhas, apresentações de dossiês e sumários, priorizamos as revistas mais longevas e consolidadas.
Por essa razão, alguns links "acessar resenhas", "acessar dossiês" e "acessar sumários" não estão ativos na apresentação de algumas revistas. À medida que a coleta avança, vamos informando as motivações. A principal delas é a ausência, no caso, de resenhas ou dossiês publicados no momento da coleta.
Essas faltas não impedem a consulta do periódico. Você pode usar o link "acessar arquivos" ou clicar no título do periódico, destacado em azul.
O acesso aos periódicos ainda não submetidos à coleta estão dispostos em TÍTULOS A INCORPORAR e em quadros respectivos, na sequência das logomarcas de periódicos já incorporados ao acervo, com acesso pelo link ESCOPO/MOSAICO, na página REVISTAS.
É importante registrar que a grafia original das resenhas, dos corpos dos dossiês e dos sumários foi mantida. Para eventuais correções no original, erros de diagramação ou de digitação por parte do blog, por favor, contate-nos,
Construção e usos dos buscadores
Em todos os blogs e sites encontramos um buscador geral, identificado com uma lupa ou com as palavras "pesquise", "pesquisar", "busca" e "buscar". No Resenha Crítica, essa ferramenta está situada na extrema direita da barra de menu.
A "lupa" dá acesso às palavras dos elementos pré-textuais, textuais e pós-textuais, indistintamente, ou seja, captura posts de resenha, apresentação de dossiê, sumário, apresentação de revista etc. Isso pode ser um complicador, dada a imensa quantidade de textos que esse instrumento pode filtrar. Se você digita, por exemplo, "Bolsonaro", a lupa disponibiliza aproximadamente cinquenta textos.
Quando você emprega a busca por filtro parametrizado ou por lista de objetos, essa dispersão se reduz drasticamente. Uma consulta sobre "Bolsonaro" na lista de objetos de resenhas vai resultar na apresentação de três comentários, referentes aos livros: Almanaque da Covid-19 - 150 dias para não esquecer, Do Fake ao Fato - desatualizando Bolsonaro e Tormenta - o governo Bolsonaro.
Assim, para minorar a dispersão dos resultados, tente programar a consulta, utilizando as listas de OBJETOS DE RESENHA, OBJETOS DE DOSSIÊ, REVISTAS e PROFISSIONAIS, situados também na barra de menu do blog, ou os filtros parametrizados em PERIÓDICOS, SUPORTES, REGIÕES e PERÍODOS.
Busca por objetos de resenha e objetos de dossiê
Na linha horizontal (marron), no cabeçalho do blog, você encontra os links para as páginas que listam objetos de RESENHA e objetos de DOSSIÊ.
Os termos acessados são, em sua grande maioria, coletados nos títulos das das obras resenhadas, nos títulos e no corpo textual das próprias apresentações e artigos.
Nos periódicos que inventariamos, raramente os editores indexam palavras-chave de uma resenha ou da apresentação de um dossiê. Isso dá aos índices de objetos um conjunto de possibilidades dificilmente encontradas em outro portal.
Usando esse buscador, você pode eliminar centenas de títulos que não contemplam substantivamente a sua questão de pesquisa. Pode também acessar termos-chave, obscurecidos por títulos metafóricos. A Fábula das Abelhas, de Bernard de Mandeville, por exemplo, na busca livre (e para quem desconhece o teor da obra) somente pode ser acessada mediante a busca dos termos "fábula" e "abelhas". Na busca parametrizada, ou seja, por meio dos nossos índices, esse título serve de fonte sobre questões de pesquisa que envolvem os fenômenos da "prosperidade", "economia" e do "comércio livre" no Século XVII.
A busca por objetos também recupera textos produzidas em diferentes domínios científicos, ampliando as possibilidades de uso de informações e de estratégias metodológicas.
Se você clicar na palavra "desejo", vai acessar comentários de filósofos, historiadores e antropólogos. Com a diversidade de perspectivas, você vai perceber que o "desejo" é tratado em sua historicidade (ao longo da idade moderna), como objeto da obra de Leibniz, do romance latino-americano, como elemento do ato de se alimentar e/ou sensibilidade capturada no cotidiano dos prostíbulos.
A mesma palavra "desejo" (e plural, "desejos"), quando clicada na lista de objetos de DOSSIÊS, conduz a dezenas de artigos sobre a matéria publicada em revistas de escopo diverso.
A razão para separar separar os índices em objetos contidos em resenhas e em dossiês está na adequação a diferentes demandas. Se você tem material suficiente sobre livros, ganha tempo buscando apenas nos artigos de revista e vice-versa.
Além disso, determinados objetos e/ou questões são, por natureza, mais frequentes e mais urgentes em artigos que nos livros. Por outro lado, determinados objetos/questões são melhor e mais demoradamente discutidos nos livros que nos artigos.
Busca por profissionais
Com a ferramenta PROFISSIONAIS, quisemos reunir, em um só lugar, grande parte dos trabalhadores envolvidos no processo de construção dos livros, resenhas, dossiês e artigos avulsos que são identificados por siglas: autores (Aut), organizadores de livros (Org), organizadores de dossiês (Org d) editores (Ed), tradutores (Trad), apresentadores (Apr), introdutores (Int), revisores técnicos (Rev), ilustradores (Ilu) e resenhistas (Res).
Algumas siglas que possuem correspondentes em língua portuguesa, porém foram mantidos. São os casos, por exemplo, de "compendiador" (Compe) e "compilador" (Compi), comum em referências de livros em espanhol.
Consultando a listagem de PROFISSIONAIS você vai perceber que aquele resenhista do seu interesse também pode atuar como um tradutor e até um autor de obra especializada no objeto da sua crítica, pois a ordem alfabética os aproxima.
Assim, por cruzamentos de funções (abreviadas ao final de cada nome) ou combinação, você poderá ampliar a sua convicção sobre o valor e o grau de inserção daquele profissional em determinado domínio acadêmicos.
Busca por revistas
A página REVISTAS é constituída por um conjunto de listas que dão acesso a todos os periódicos sob vários aspectos: título, ano de criação, local de publicação, escopo (ou domínio do conhecimento) e instituição que dá suporte ao periódico.
Utilizando a lista PERIÓDICOS INCORPORADOS, você tem acesso à apresentação da revista, aos links das resenhas, dossiês, sumários e dos arquivos referentes ao periódico acessado.
Se você quiser conhecer e/ou selecionar os periódicos mediante as imagens que as identificam, use a lista "MOSAICO". Ela possibilita dimensionar visualmente a abrangência do blog a um só golpe de vista, diminuindo a dispersão provocada pelas autodesignações. Clicando em "Educação", por exemplo, você acessa revistas que declaram escopo em "ensino de...", "didática de", além da própria "educação".
Se preferir a exibição detalhada dos escopos e a exposição das revistas na vertical, clique em ESCOPOS/LISTA.
Na página REVISTAS você também encontra a distribuição das revistas por ANO DE CRIAÇÃO, LOCAL DE PUBLICAÇÃO e INSTITUIÇÕES-SUPORTE e a lista de periódicos a incorporar até dezembro de 2021. Se quiser colaborar conosco, indique revistas que possam constar nessa lista.
Busca por meio de filtros de periódico, suporte, região e período
Os filtros de PERIÓDICO, SUPORTE, REGIÕES e PERÍODOS estão localizados na lateral direita do blog, excetuando-se a página INICIAL.
Você pode programar a busca segundo sua necessidade, lembrando que quanto mais restrições programar nos filtros, menor será a possibilidade de encontrar material aproveitável para a sua questão de pesquisa.
Por isso, e considerando que a busca pode ser feita em lapsos de segundos, sugerimos sempre que você experimente buscas livres na caixa "Filtro por termo" e vá impondo as restrições gradativamente.
O filtro periódico limita a busca ao título do periódico. Para tornar a leitura mais rápida e precisa, suprimimos as expressões "revista", "caderno", "boletim" etc., transcrevendo apenas a principal palavra designadora. Assim, a "Revista Brasileira de História" aparece no filtro apenas como "História | Anpuh-BR e a "Revista do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro", da mesma forma, é apresentada apenas como "IHGB".
Se você não seleciona nenhum periódico, a busca será feita em todos os periódicos disponíveis no momento. Esta regra vale para os filtros SUPORTES, REGIÕES e PERÍODOS.
Se você quer uma visão geral (um perfil) do periódico - foco, instituição suporte e links, por exemplo -, selecione o título do periódico e, na caixa SUPORTE, selecione "apresentação de revista".
O filtro suporte limita a sua busca aos textos de resenha, dossiê, sumário, revista, site ou canal de vídeo.
Atente para o valor da busca no suporte "sumário". Ele pode não fornecer informações detalhadas sobre a sua questão e de modo imediato. Mas pode abrir levar você a centenas de artigos sobre a matéria.
Os sumários, por outro lado, podem auxiliar na construção de um denso perfil sobre autores, conceitos, questões e temas. Essa busca complementa ou pode anteceder a busca especializada nas listas de objetos de dossiês, de artigos e de profissionais.
A busca por regiões e períodos pode auxiliar na construção de uma lista de leituras com fins de contextualização do seu tema/problema, do conceito, do seu personagem e/ou do acontecimento/processo do seu interesse.
A busca por regiões e períodos pode também oferecer material que amplia o seu conhecimento sobre esses mesmos elementos de pesquisa. Ela orienta a seleção de leituras para atividades de imersão no tema/problema.
Quem está interessado em certo conceito cunhado por Aristóteles, por exemplo, pode ganhar convicção sobre a interpretação que faz do mesmo, lendo livros sugeridos por resenhas ligadas pelas pelas expressões "Séc. (a.C) 05-01" (período) e "Ásia" (região). As REGIÕES são tipificadas pela conjugação continente-país e, no caso do Brasil, país-estado.
Alguns lugares, como "América" e "Europa" estão duplicados. Quando "América" aparece em REGIÕES, está apenas indicando o continente explicitado no texto e capturado por nós como indicador de local, ou seja, está afirmando que a coisa estudada está "na América". Quando aparece no buscador OBJETO (de resenha, dossiês ou artigos avulsos), "América" indica a intenção manifesta pela autoria (do livro ou da resenha), ou seja, informa que a coisa estudada "é América".
A extração dos indicadores de período e região é desigual entre os gêneros. Nas resenhas é processo simples. Os títulos já indicam. Quando isso não ocorre, os resenhistas nos dão as indicações.
Nos dossiês, a indexação é menos precisa. Um dossiê nem sempre comporta matéria de um mesmo lugar ou tempo. Por essa razão, todos os textos de apresentação de dossiês estão "abertos", não são capturáveis por região e período nos filtros.
A busca eficaz em dossiês é garantida com a digitação de expressões de tempo e espaço na caixa "Filtro por termo" ("século XVI" ou "Islândia", por exemplo), com a ativação da palavra "dossiê" na caixa "Todos os suportes".
Os PERÍODOS são tipificados por séculos, grafados em números arábicos (associados, quando necessário, à abreviação a.C= antes de Cristo.
Para os últimos 2.500 anos, a descrição é clara. Para durações maiores, você deverá combinar ou optar entre as classificações dos historiadores e as classificações dos geólogos e dos arqueólogos.
Não especificamos os limites temporais dos períodos conhecidos como "holoceno" e "pleistoceno", que são bastante controversas. Apenas respeitamos a opção dos autores de livros e dos resenhistas.
Por outro lado, criamos períodos para incluir longas e pouco dimensionadas durações como a que se refere "história da humanidade". O que antecede a marcação cristã e tangencia a marcação arqueológica/geológica, nós incluímos na rubrica Séc. 30 a.C / 21 d.C.
Para melhor uso dos indexadores, seja preciso na escolha dos períodos. Lembre que ao clicar em "Séc.20", você não acessará os textos que estão indexados com os intervalos "Séc. 20-21" ou "Séc. 19-20", por exemplo. Os termos indicadores de intervalo de tempo correspondem estritamente aos períodos enfatizados nos títulos dos livros resenhados, no resumo e na crítica dos resenhistas.
(*) Este texto foi atualizado em 26/03/2023 para incluir o número de revistas cadastradas pelo blog.
La península ibérica entre la Antigüedad Tardía y la Alta Edad Media (siglos VI-XI) | Intus-Legere Historia | 2021
El presente número monográfico, titulado La península ibérica entre la Antigüedad Tardía y la Alta Edad Media (siglos VI-XI), lo integran un total de doce trabajos elaborados por catorce especialistas en la historia de la Antigüedad Tardía y el período medieval en la península ibérica. Los perfiles de los autores se caracterizan por una notable diversidad, tanto por sus procedencias (mayoría de españoles, junto con investigadores de Alemania, Portugal, México y Marruecos), como por sus especialidades académicas (expertos en la Antigüedad, medievalistas, arabistas, historiadores del Arte, arqueólogos) y sus propias trayectorias, ya que junto a veteranos investigadores con amplia experiencia figuran también otros más jóvenes que se encuentran en etapas más iniciales de sus respectivas carreras. En conjunto, creo que este grupo, que aúna juventud y experiencia, constituye una buena representación del panorama actual de los estudios hispánicos medievales durante la etapa analizada.
La combinación de un panel de autores tan diverso ha sido un objetivo buscado de manera consciente, con la intención de ofrecer una muestra amplia y representativa de algunos de los temas principales que, en la actualidad, se están trabajando sobre los períodos tardoantiguo y altomedieval en la Península. Esta extensa fase histórica comprendida entre la consolidación del reino visigodo de Toledo durante el reinado de Leovigildo (569-586) y la conversión al catolicismo de Recaredo (589) y la caída del Califato Omeya de Córdoba (1031), representa una de las etapas más importantes y, a la vez, peor conocidas de la historia peninsular. Sin duda, la escasez de fuentes escritas ha sido el obstáculo más importante que ha lastrado de forma tradicional el desarrollo de esta fase respecto a la que, sin embargo, la Arqueología viene realizando contribuciones decisivas durante las últimas décadas, haciendo posible, así una profunda renovación de estudios de la que algunos de los autores que colaboran en este volumen han sido protagonistas directos. Leia Mais
Memoria Americana – Cuadernos de Etnohistoria. Buenos Aires, v.29, n.1, 2021.
Convocatoria abierta: 6 artículos y 2 reseñas.
Presentación
- Preliminares: autoridades, créditos y sumario
- Comité Editorial Memoria Americana
Convocatoria abierta
- “Los que caminan”. Un acontecimiento narrativo calchaquí valorado desde la arqueología y la etnohistoria
- María de Hoyos
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- Diversión y funciones simbólicas de los enanos y jorobados en la sociedad mexica
- Elena Mazzetto
- HTML
- Parentesco, territorio y poder en el Nordeste de Patagonia: la trayectoria del linaje del Cacique Negro, 1774-1820
- Geraldine Davies Lenoble
- HTML
- ¿Quiénes son los trigueños? Análisis de una categoría racial intersticial (1810-1830).
- Florencia Guzmán
- HTML
- Apellidos guaraníes en Paraguay. Una actualización de su vigencia a partir de Mil apellidos guaraníes, de León Cadogan
- Domingo A. Aguilera Jiménez
- HTML
- La representación de la Amazonia en la revista Misiones Dominicanas del Perú (1919-1940)
- Rommel Plasencia Soto
- HTML
Reseñas
- Reseña de: Crónicas y relaciones sobre el antiguo Tucumán Siglo XVI: Córdoba, La Rioja, Santiago del Estero, Tucumán, Catamarca, Salta, Jujuy: documentos y estudios críticos, de Eduardo Berberián y Beatriz Bixio (2017).
- Maria Inés Huespe Tomá
- HTML
- Reseña de: Al sur de las hogueras. Inquisición y sociedad en Córdoba del Tucumán durante los siglos XVI y XVII, Córdoba, CIECS, CONICET, UNC de Federico Sartori (2020).
- Maria Cecilia Oyarzabal
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Publicado: 2021-06-01
Cuadernos de Historia. Santiago de Chile, n.54, jun. 2021.
EDITOR/A: Sergio Grez
Cuadernos de Historia. Santiago de Chile, n.54 (2021): Junio
ESTUDIOS
- Civilización de la violencia conyugal en la Nueva Granada en el marco de las estrategias de movilidad social a finales del periodo Virreinal
- Civilization of marital violence in the New Granada within the framework of social mobility strategies at the end of the Viceregal period
- Mabel Paola López Jerez
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- La crisis económica de 1929 y su impacto en la movilización colectiva de Santiago y Valparaíso (1929-1934)
- The impact of the economic crisis of 1929 on the motorized vehicles of the public transport existing in Santiago and Valparaiso (1929-1934)
- Waldo Vila Muga, Malte Benjamin Seiwerth
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- Una colección en disputa. Las controversias entre el Museo de Etnología y Antropología y el Museo Nacional de Historia Natural, 1912-1929
- Collections in dispute. The controversies between the Museum of Ethnology and Anthropology, and the National Museum of Natural History, 1912-1929
- Gabriela Polanco Pérez, Felipe Martínez Fernández
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- La presencia del Ejército restaurador en Perú (1837-1839), un vacío historiográfico
- The presence of the Restoring Army in Peru (1837-1839), a historiographic vacuum
- Gonzalo Serrano del Pozo
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- El pensamiento político de Jaime Guzmán en la formación cívica de los chilenos en dictadura
- Jaime Guzmán’s political thought in the civic education of the Chileans in dictatorship
- Fernando Pérez Godoy, Loreto Valencia Narbona
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- Integración al medio y preservación de la identidad: exogamia en la comunidad judía de Valparaíso-Viña del Mar (Chile), 1950-2000
- Integration to the Environment and Preservation of Identity: Exogamy in the Community of Valparaiso-Viña del Mar (Chile), 1950-2000
- Baldomero Estrada
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- Entre la Revolución Cubana y la “Vía chilena”: intelectuales, cultura y política en las páginas de Casa de las Américas y La Quinta Rueda
- Between the Cuban Revolution and the “Chilean Way”: Intellectuals, Culture and Politics in the Casa de las Américas and La Quinta Rueda pages
- Natália Ayo Schmiedecke, José Antonio Ferreira da Silva Júnior
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- “Aprehenderlos y matarlos”: El Real Consulado de la Habana versus indios nómadas novohispanos y esclavos negros y mestizos apalencados
- “Capture and kill them”: The Royal Consulate of Havana versus novohispanic nomadic Indians and black and mestizes maroons
- Hernán Maximiliano Venegas Delgado
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- Asociacionismo y hegemonía. Concepción, Chile, 1860-1905
- Associationism and hegemony. Concepción, Chile, 1860-1905
- Mauricio Rojas G.
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- Antimperialismo y Latinoamericanismo en el Partido Socialista de Chile, 1933-1967
- Anti-imperialism and Latin Americanism in the Chilean Socialist Party, 1933-1967
- Pablo Garrido González
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- La transformación de la hacienda Cacaotera de Ecuador en la década de 1870: El caso de juicio entre Camilo Landín y Baltazara Calderón de Rocafuerte
- The transformation of the cacao hacienda in Ecuador during the 1870’s: The case of the judicial process between Camilo Landín and Baltazara Calderón de Rocafuerte
- Jorge Mantilla, Diego Samaniego, Ledys Hernández, Tatiana Saavedra
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- Un “asunto de estado” la implicación española en la democratización de Chile durante la segunda legislatura de Felipe González (1986-1988)
- A ‘state issue’: Spanish implication in the democratization of Chile during the second term of Felipe González (1986-1988)
- Pedro Feria Vázquez
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DOCUMENTOS
- Interdisciplinariedad y redes sociales en el siglo XXI: Debatiendo con Peter Burke el presente, pasado y futuro de la Ciencia Histórica
- Interdisciplinarity and social networks in the 21st century: Debating with Peter Burke the present, past and future of historic science
- Steven Navarrete Cardona, Andrea Lorena Hincapié
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- Un documento inédito de Manuel Antonio Matta, apuntes para servir a la biografía de Francisco De Paula Matta (1861)
- An unpublished document by Manuel Antonio Matta: Notes about the biography of Francisco de Paula Matta
- Claudio Soltmann Cáceres
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RESEÑAS
- Mario Garcés Durán. Pan, trabajo, justicia y libertad. Las luchas de los pobladores en dictadura (1973-1990). Santiago, Lom Ediciones, 2019, 232 pp. ISBN: 978-956-00-1233-3
- Bayron Velásquez Paredes
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- Marco Antonio León León. Las moradas del castigo. Origen y trayectoria de las prisiones en el Chile republicano (1778-1965). Santiago, Centro de Estudios Bicentenario, 2019, 699 pp. ISBN: 978-956-9997-10-5
- Carlos Eduardo Ibarra Rebolledo
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- Julio Pinto Vallejos. Caudillos y plebeyos. La construcción social del estado en América del Sur (Argentina, Perú, Chile) 1830-1860. Santiago, Lom Ediciones, 2020, 408 pp. ISBN 978-956-00-1243-2
- Silvina Sosa Vota
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- Paulo Drinot. The Sexual Question. A History of Prostitution in Peru, 1850s-1950s. Cambridge, Cambridge University Press, 2020, 314 pp. ISBN 9781108717281
- Marcelo Bonnassiolle Cortés
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- Juan Luis Ossa. Chile constitucional. Santiago, Fondo de Cultura Económica, 2020, 132 pp. ISBN: 978-956-289-205-6
- Mario Vega Henríquez
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- Federico Martocci y Leonardo Ledesma. Una historia económica argentina: de la etapa agroexportadora a la caída del peronismo. Santa Rosa, EdUNLPam, 2018, 226 pp. ISBN: 978-950-863-337-8
- Ignacio Andrés Rossi
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- Tucídides (Traducción, introducción y notas de Roberto Torretti). Desastres de la guerra. Santiago, Ediciones Universidad Diego Portales, 2020, 225 pp., ISBN 978-956-314-468-0
- Álvaro Vergara Navarrete
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- Yéssica González Gómez (ed.). Mujeres: olvidos y memorias en los márgenes. Chile y América, siglos XVII-XXI. Temuco, Ediciones Universidad de La Frontera, 2020, 297 pp., ISBN 978-956-236-359-4
- Mario Fabregat Peredo
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Crónicas y relaciones sobre el antiguo Tucumán Siglo XVI: Córdoba, La Rioja, Santiago del Estero, Tucumán, Catamarca, Salta, Jujuy: documentos y estudios críticos. | Eduardo Berberián e Beatriz Bixio
La obra de Eduardo Berberián y Beatriz Bixio presenta valiosos aportes a los estudios sobre la conformación del Tucumán colonial. En su introducción, los autores se cuestionan por qué no hay una crónica para el Tucumán. Señalan que según la mirada colonizadora de los europeos fueron escasos los elementos distintivos que ameritaron un registro escrito y perdurable. En este sentido, el presente trabajo tiene como objetivo realizar una compilación de los segmentos más representativos de las crónicas, los informes oficiales y las relaciones de distinto orden que conciernen al descubrimiento y primeras fundaciones en el Tucumán; es decir, a la etapa de fundación de las ciudades emplazadas en el siglo XVI. De esta manera, la intención de los autores es facilitar a los investigadores documentos que se encuentran en publicaciones agotadas o de escasa accesibilidad.
En este libro se conserva la sintaxis original de las fuentes transcriptas. No obstante esto, con el fin de facilitar la lecto comprensión se ha actualizado la ortotipografía, junto al desarrollo de diversas abreviaturas inherentes al registro léxico paleográfico. De esta manera, se agiliza la lectura sin distanciarse del lenguaje de los documentos. Este ejemplar consiste en una reedición ampliada del libro Crónicas del Tucumán de Eduardo Berberián (1987). A cada fuente le antecede una breve introducción a modo de contextualización sobre las circunstancias espaciales, temporales y políticas del momento de su escritura. Además, se incorpora un glosario con el fin de esclarecer los significados de los términos utilizados en las mencionadas fuentes. En palabras del autor: Leia Mais
Cadernos de Clio. Curitiga, v.12, n.2, 2021.
EDITORIAL
- Editorial: por uma política de valorização dos periódicos
- Rafaela Zimkovicz, Cassiana Sare Maciel
ARTIGOS
- A revolta sícula de Ducécio: um projeto tirânico ou um movimento emancipatório?
- Leonardo Viola
- Entre a negação e a conspiração: O antifeminismo no Brasil Contemporâneo
- Larissa Aparecida Ramos
- ¡La alegría ya viene! – 1988, o povo nas ruas e a reabertura política do Chile
- Carlos Eduardo Bione Sidrônio de Lima
- O problema da menoridade em Capitães da Areia: uma análise sobre as imagens da infância desamparada e os embates de classes presentes na obra literária de Jorge Amado (1937)
- Alex de Lima Ferreira
- O USO DA TELEDRAMATURGIA BRASILEIRA EM AULAS DE HISTÓRIA: O CANGAÇO NA MINISSÉRIE LAMPIÃO E MARIA BONITA (1982)
- Bruno José Yashinishi
- “Serventes dos Pagodes”: a diabolização das bailadeiras indianas (devadasis) segundo o Arcebispo-Primaz de Goa Inácio de Santa Teresa
- Vitória Gabriela da Silva Kohler
RESENHAS
- Resenha de Karl Marx: uma biografia, de José Paulo Netto.
- Antonio Soares Rocha Neto
Wittgenstein and the Sciences: History and Philosophy of Science and Science Education | Transversal | 2021
Still under the terrible impacts of the pandemic, we have reached the tenth issue of Transversal: International Journal for the Historiography of Science. In this edition, we could honor Ludwig Wittgenstein, the man who was not only one of the greatest philosophers of the twentieth century but, with no fear of being mistaken, one of the greatest philosophers of all time. The 100th anniversary of the publication of Wittgenstein’s first book, the Tractatus Logico-Philosophicus, was our inspiration for the proposal of this special issue. However, most of the articles presented here do not deal specifically with the first philosophy of the Austrian philosopher but mainly with the later Wittgenstein’s work and its possibilities to analyze sciences.
Wittgenstein’s work reaches its centenary, but this obviously does not mean that we have already had the possibility of understanding it completely. An affirmation that becomes more dramatic, when considering the second phase of his thought, not only for being more recent but, above all, for presenting a disconcerting philosophical innovation, thus confronting more than two thousand years of philosophy. Therefore, more than a work of reference, Wittgenstein’s thought constantly offers us new possibilities with each new look that we cast upon it. Leia Mais
Mulheres por dentro e por fora de África: caminhos e possibilidades no debate de gênero | AbeÁfrica | 2021
A ideia que esteve na origem do dossiê que aqui apresentamos foi gestada a partir de uma mesa coordenada por uma das coorganizadoras deste volume, Andréa Lobo, do título “Mulheres africanas vistas por mulheres brasileiras”, tendo integrado algumas das contribuidoras4. A proposta da mesa foi a de reunir e confrontar experiências empíricas de estudiosas brasileiras e africanas, no continente africano, tendo como foco principal destacar os processos de produção e reprodução social efetivado por mulheres no cotidiano de suas sociedades, bem como refletir sobre a produção de conhecimento de mulheres (e homens) africanos/as sobre suas próprias dinâmicas sociais. Nesse sentido, o nosso objetivo foi o de debater sobre o “feminino”5 a partir das perspectivas das mulheres, tanto no ambiente doméstico quanto no espaço público e comunitário. Foi possível vislumbrar, a partir das discussões, a forma como se configuram as relações sociais e de poder a partir de dinâmicas de gênero em contextos específicos africanos, ressaltando dimensões importantes como a da emancipação, a da autoconsciência e a da capacidade de agenciamento das mulheres africanas.
Cabe salientar que as percepções e abordagens trazidas por essa mesa permitiram aprofundar a compreensão não apenas da complexidade que caracteriza o campo dos estudos africanos e de gênero, que envolvem vidas, cotidianos e o imaginário de mulheres e homens africanas/os, pelo olhar delxs própri@s e/ou de outr@s. A partir de uma perspectiva comparada, foi-nos possível estabelecer algumas conexões interessantes bem como vislumbrar possibilidades de agendas comuns e experiências partilhadas: questões como a construção da autonomia no espaço público, a luta antirracista e a participação histórica das mulheres nas construções dos estados africanos independentes, tendo em conta as narrativas das mulheres e suas experiências e trajetórias, nos demonstraram que existem diálogos possíveis e utopias que poderão se transformar em realidades, ainda que precisemos aprofundar amplamente nossos conhecimentos sobre as tantas histórias das mulheres e suas vivências, a partir de suas próprias vozes. Leia Mais
AbeÁfrica. Rio de Janeiro, v.6, n.6, 2021.
VOZES, VIVÊNCIAS E SIGNIFICADOS. MULHERES AFRICANAS E PERSPECTIVAS DE GÊNERO. (Organizadoras: Andréa Lobo e Patrícia Godinho Gomes)
Expediente
- Expediente
- Júlio Cesar Machado de Paula
Apresentação
- Mulheres por dentro e por fora de África: caminhos e possibilidades no debate de gênero
- Andréa Lobo, Patrícia Godinho Gomes
- Dossiê
- Vozes de (sobre) Mulheres Tinyanga (médicas-sacerdotisas) e notas de um trabalho de campo ao sul de Moçambique
- Jacimara Souza Santana
- Emancipação feminina em questão: tensões e disputas simbólicas na independência angolana
- Fábio Baqueiro Figueiredo
- Mindjeris di Guiné, ka bô m’pina, Ka bô burgunhu. Narrativas de mulheres na/sobre a luta de libertação na Guiné Bissau (trajetórias, construções e percursos emancipatórios)
- Patrícia Godinho Gomes
- Onkonte Aka Epro Banha? Por que a barriga pede tanto? Uma etnografia sobre o casamento do povo Pepel da Guiné-Bissau
- Inaida Antonio Pires
- Políticas Públicas e Igualdade de Género nos PALOP e Timor Leste: não há orçamentos neutros
- Graça Sanches, Maria Andrade, Arsénio Paulo, Elisabete Azevedo-Harman
- Trânsitos do Sul: notas sobre os estudos de gênero em Cabo Verde e a cooperação acadêmica com universidades brasileiras
- Miriam Steffen Vieira
- Partir ou fugir? Os não ditos por trás da história. Quando a emigração é para elas uma questão de não-reprodução
- Elisabeth Defreyne
- “Posso te esperar por toda a minha vida”: mulheres e dinâmicas migratórias em Cabo Verde
- Andréa Lobo, Maria Anilda Martins da Veiga
- Kau ki galu sta, galinha ka ta kanta? Reflexões sobre narrativas de mulheres e homens em situação de violências conjugais em Cabo Verde
- Carmelita Silva
- Does truth (forgiveness) has a gender?: a verdade do feminino na vocalização do sofrimento
- Denise Pimenta, Laura Moutinho
- Vidas interpostas: raça e gênero no sul da África
- Juliana Braz Dias
- Gênero, geração e espaço público: notas sobre circulação e protagonismo de mulheres Bakongo em Luanda
- Luena Nascimento Nunes Pereira
- Capa
- Fotografia da capa
- Patrícia Godinho Gomes
Relativism in the Philosophy of Science | Mrtin Kusch
The Rehabilitation of the Uses of Relativism
Relativism in the Philosophy of Science, recently released in the Cambridge Elements series of the Cambridge University Press, offers a consistent and well-structured introduction to the study of the most effective forms of relativism in the last 50 years. However, the book goes beyond the usual expectations of introductions to any subject discussed: most introduction books present simplified and unreflective versions of the topic. Contrary to such reductionist approaches, condensed into the limited space of the 30,000 words allowed for the series’ books, Kusch presents an analysis that goes far beyond the set of addressed bibliography. The author transits through an infinity of titles chosen for his investigation with great competence, combining rigour and exactness when interweaving the different thinkers’ viewpoints, highlighting their due similarities and differences. Therefore, the restricted number of words in the edition and the extensive volume of sources – factors potentially prejudicial to the good progress of any intellectual production –, did not compromise the quality of the results achieved due to the author’s extensive knowledge of the subject. Based on the great intimacy with the object of study, Kusch went through the complex labyrinths of the theme with property and equipped with clear and objective language to facilitate the reader’s understanding of the density of the debate developed. Leia Mais
Boletim de História e Filosofia da Biologia. [?] v.15, n.2, 2021.
VOLUME 15, NÚMERO 2
JUNHO DE 2021
- Publicado pela Associação Brasileira de Filosofia e História da Biologia (ABFHiB)
- Periódico Filosofia e História da Biologia, volume 16, número1, Jan.-Jun. 2021
- Notícias da área
- Livros publicados
- Artigo: “Doze livros para entender a História das Ciências”, por Gildo Magalhães
- Resenha: “A propósito del libro La selección natural de Camille Limoges”, por Hilderman Cardona Rodas
#vidas negras importam: racismos, violências e resistências nas dinâmicas do tempo | Revista Brasileira de História da Mídia | 2021
O ano de 2021 foi marcado pela crise sanitária provocada pela Covid-19. Mesmo assim, destacamos a centralidade do conhecimento científico em momento tão crucial para a história da Humanidade. Apesar das dificuldades, tivemos a oportunidade de conviver e aprender com as atividades remotas, inclusive aulas, assegurando o acesso à educação no ensino superior e na pós-graduação. Houve uma atenção à cultura científica em termos de produção acadêmica, com a continuidade das pesquisas, e quanto a sua divulgação, por meio de congressos e eventos ocorridos on-line.
Foi nesse contexto que a Associação Brasileira de Pesquisadores de História da Mídia (Alcar) realizou, de forma remota, o XIII Encontro Nacional de História da Mídia, com a temática #vidas negras importam: racismos, violências e resistências nas dinâmicas do tempo. A ideia para a temática era possibilitar que os participantes do evento refletissem sobre o racismo estrutural e as suas interfaces com a mídia. Leia Mais
Estudios Filosofía Práctica e Historia de las Ideas. Mendonza, v.23, n.1, Jul. 2021.
Dossier
- Introducción al dosier: La constitución del canon filosófico en las universidades argentinas: mediaciones, prácticas y debates
- texto en Español · Español ( pdf )
- El canon de la filosofía moderna europea en las universidades argentinas (1780-1920): Genealogías, críticas y desafíos
Manzo, Silvia - resumen en Español | Inglés · texto en Español · Español ( pdf )
- Variaciones sobre un canon: En torno al comienzo de la filosofía
Galfione, Carla - resumen en Español | Inglés · texto en Español · Español ( pdf )
- Manuel García Morente y la construcción del canon filosófico en sus Lecciones preliminares de filosofía
Sosa, Paula Jimena - resumen en Español | Inglés · texto en Español · Español ( pdf )
- Los itinerarios de un clérigo intelectual: Juan Ramón Sepich Lange y las modulaciones del hispanismo
Fares, María Celina - resumen en Español | Inglés · texto en Español · Español ( pdf )
- Nacimiento y estabilización de una historiografía filosófica católica en Argentina: 1910-1955
Domínguez Rubio, Lucas - resumen en Español | Inglés · texto en Español · Español ( pdf )
Entrevistas
- texto en Español · Español ( pdf )
- Pedagogías conjeturales, crítica y pensamiento en la Universidad: un encuentro con Horacio González
Giuliano, Facundo; Serratore, Grisel; Giuliano, Valentina; Tolini, Diego; Medina, Martín; Basile, Marta Inés - resumen en Español | Inglés · texto en Español · Español ( pdf )
Disputas monumentales. Escultura y política en el Centenario de la Independencia (Bogotá/1910) | Carolina Venegas
En el 2019 se conmemoró el bicentenario de la batalla de Boyacá (7 de agosto de 1819). El mismo año el Instituto Distrital de Patrimonio Cultural (IDPC) publicó un libro en el cual se examina, precisamente, el fenómeno social de las conmemoraciones. La obra de Carolina Vanegas1 aborda las disputas políticas y estéticas en torno a la representación del pasado durante el primer Centenario del grito de Independencia (1910), a través de un juicioso análisis de los monumentos emplazados en el espacio público bogotano con motivo de dicho festejo. De acuerdo con Mauricio Uribe2 , director del IDPC, la aparición del libro va de la mano con
Las acciones que la entidad adelanta a favor de la adopción, recuperación y conservación de las esculturas de Bogotá, pero especialmente de su entendimiento y apropiación por parte de la ciudadanía, todo esto en el marco de las celebraciones del bicentenario en la ciudad (p. 11). Leia Mais
Mulheres no mundo antigo/Mythos – Revista de História Antiga e Medieval/2021
A História é sempre escrita no presente, em mudança relacionada ao tempo, cultura, circunstâncias. Essa constatação tem sido feita também em diferentes momentos. O filósofo italiano Benedetto Croce é referência recorrente, mas Heráclito (πάντα χωρεῖ καὶ οὐδὲν μένει, “tudo muda, nada fica parado” (Platão Crátilo 402ª) e Ovídio (Met. 15, 165: omnia mutantur, nihil interit, “tudo muda, nada morre” tradução de Brunno Vieira) já iam na mesma linha. E o presente é sempre objeto de projetos de futuro, de busca de manutenção da situação ou de mudanças, em anseio de destruição ou de convivência, sem desconsiderar as gradações (Hartog 2020). As mulheres fazem parte dessa disputa (Harding et aliae 2019). No momento, contrapõem-se perspectivas e interesses a esse respeito. Há muitas variações, mas convém reconhecer ao menos algumas das posições mais relevantes e influentes, para além do bem e do mal. Umas pessoas consideram que as mulheres sempre foram dominadas, ao menos desde há milhares de anos (Beechey 1979). Outras defendem que elas foram beneficiadas pelos homens (Campagnolo 2019), desde sempre (sic!). Outras, ainda, que foram protagonistas, ainda que nem sempre reconhecidas como tal (Patou-Mathis 2020). Há todo tipo de meio termo entre essas perspectivas, na medida em que a realidade é sempre muito mais complexa do que qualquer abordagem possa dar conta (Weber 1949). Neste dossiê, tendo em conta isso tudo, enfatizamos o protagonismo feminino, em geral, e na Antiguidade, em particular. Leia Mais
Mythos – Revista de História Antiga e Medieval. Imperatriz, n4, 2021.
Dossiê “Do Bellus ao Bellum: (Inter)faces da Guerra na Antiguidade e no Medievo”
- Álvaro Alfredo Bragança Jr.
- Editorial: Entre Histórias: discursos sobre a guerra
- Cleyton Tavares Silveira da Silva
- Artífices da guerra, devotos do divino: Ethos marcial e religiosidade em Esparta (V-III a. C)
- Daniela Lima Evangelista e Fabrício Nascimento de Moura
- Governo do Imperador Alexius Comneno e a defesa de suas fronteiras no Império Bizantino – séculos XI e XII
- Edileide Bodenhausen
- Boudicca: a rainha guerreira
- Edilson Alves de Menezes Junior
- Dialética das relações pessoais da aristocracia: guerra, consenco e articulação (séculos XII-XIII)
- Emerson Aparecido dos Santos
- A interferência do Deus Pã na guerra em Dáfnis e Cloé
- Gabriel Cabral Bernardo
- Covardia coletiva e militarismo em Esparta
- Hector Eliahou Leon Levy
- Relações de poder no mundo egípcio: alianças e conflitos durante a XXV dinastia
- João Batista da Silva Porto Junior Juliana Maria de Souza Xavier e Fabrício Nascimento de Moura
- Castelos: a genealogia do símbolo arquitetônico do poder medieval entre a França e a Inglaterra
- Juliana Maria de Souza Xavier e Fabrício Nascimento de Moura
- A tradição militar na consolidação da dinastia Joseon – Coreia séculos XIV e XV
- Macsuelber de Cássio Barros da Cunha
- Augusto e a volta dos estandartes partos a Roma: representações imagéticas como estratégias de poder
- Marcio Felipe Almeida da Silva
- A fronteira elástica: um breve estudo sobre o alargamento do território castelhano nos tempos de Afonso X
- Maria Fernanda Ribeiro T. M dos Santos
- O conceito de Miles Sancti Petri nas correspondências de D. Afonso I (1143-1144)
- Martín Miguel Vizzotti
- Lucano y la degradación del concepto de virtus en el marco de la guerra civil
- Ricardo Marques de Jesus e Adriana Zierer
- O modelo ideal de um Bellator: a construção do “bom cavaleiro” no manuscrito da visão de Túndalo
- Ruan Kleberson Pereira da Silva
- Guerra na Assíria: soberania, ordem e equilíbrio no Império Neoassírio
- Wellington José Gomes Freire e Márcio Ricardo Coelho Muniz
- As ações militares da expansão imperial portuguesa no solo africano no século XV em Zurara
ARTIGOS LIVRES
- Ellen Juliane Bueno dos Santos
- História da Religião do Mediterrâneo Antigo e a importância de rever os conceitos
- Guilherme Welte Bernardo
- “Rômulo foi o primeiro a iniciar tal confusão”: o passado romano e a percepção da cidade de Roma na Cronografia de Miguel Pselo
- José Roberto de Paiva Gomes
- A tirania de Pisístrato e a produção de vasos áticos na Grécia arcaica
- Nikita Chrysan da Silva Pires
- Regência em tempos de guerra: o projeto do Gukansho e o uso da História na manutenção da tradição
- Victor Hugo Sampaio Alves
- Thor: um Júpiter escandinavo? Pensando as influências clássicas na descrição de Adão de Bremen acerca do deus
Publicado: 28.01.2022
Expedições. Morrinhos, v. 12 n. Fluxo Contínuo, 2021.
- Artigos
- Indisciplina e fracasso escolar: influências, contextos e os desafios em uma escola pública estadual do Município de São Luis de Montes Belos-GOIndiscipline and school failure: influences, contexts and challenges in a state public school in the municipality of São Luis de Montes Belos-GO | Ismael Lemes Vieira Júnior | PDF
- Historiografia da educação no Brasil: as publicações na Revista HISTEDBR On-Line no processo de afirmação do campo científico (2016-2019)Historiography of education in Brazil: publications of the HISTEDBR On-Line Journal in the process of affirmation of the scientific field (2016-2019) | Suzele Sany Lacerda Alves, Jaqueline Lopes Freire, Sirlene Cristina de Souza, Giselle Abreu de Oliveira, Sauloéber Tarsio de Souza | PDF
- As múltiplas influências da umbanda: do continuum mediúnico ao rizoma umbandistaThe multiples influences of umbanda: from the mediunic continuum to the umbandista rhizome | Léo Carrer Nogueira | PDF
- Do bellum omnium contra omnes ao ausschuss da burguesia: o Estado Moderno e sua funcionalidade para a reprodução do capitalFrom the bellum omnium contra omnes to the ausschuss of the bourgeoisie: the Modern State and its functionality for the reproduction of the capital | Luiz André Maia Guimarães Gesteira, Alexandrina Luz Conceição | PDF
- Notas sobre a turistificação do centro da Cidade do Rio de Janeiro – séculos XIX e XXNotes on the touristification in the city center of Rio de Janeiro – 19th and 20th centuries | Denise de Morais Bastos, Bernardo Lazary Cheibub | PDF
Revista História Hoje | São Paulo, v.10, n.19, jan./jun. 2021.
Editorial
- Editorial | Renilson Rosa Ribeiro | 10.20949/rhhj.v10i19.774 | | 1-3
- Apresentação – Patrimônios difíceis e ensino de História: uma complexa interação | Cristina Meneguello, Daniela Pistorello | 10.20949/rhhj.v10i19.775 | | 4-11
Dossiê
- Ensino de História, memória e direitos humanos: reflexões sobre a transmissão da memória através do ensino de passados traumáticos | Adrianna Setemy | 10.20949/rhhj.v10i19.752 | | 12-29
- Combatendo o revisionismo: ensino de história da ditadura civil-militar brasileira enquanto disputa de narrativas | Fernando de Lima Nunes | 10.20949/rhhj.v10i19.733 | | 30-52
- Patrimônios sensíveis, ensino de História e disputas de memória: fissurando o “mito bandeirante” | Thays Merolla Piubel, Rafaela Albergaria Mello | 10.20949/rhhj.v10i19.737 | | 53-76
- Espaço São José Liberto como “patrimônio difícil”: desafio para o ensino de História | Wesley Oliveira Kettle | 10.20949/rhhj.v10i19.734 | | 77-101
- As memórias dissonantes do carvão: atividades educativas do Centro de Memória e Documentação da UNESC – CEDOC | Michele Gonçalves Cardoso, Tiago da Silva Coelho | 10.20949/rhhj.v10i19.746 | | 102-122
- Um debate com jovens do Ensino Médio sobre História, memória e racismo | Ana Beatriz Accorsi Thomson, Ana Flávia Dias Zammataro | 10.20949/rhhj.v10i19.735 | | 123-139
- “Que dívida? Eu nunca escravizei ninguém!”: escravidão, trauma cultural e consciência histórica | Alex Andrade Costa | 10.20949/rhhj.v10i19.748 | | 140-160
- História pública de resistência quilombola: conexões e potencialidades do museu virtual em 3D do Quilombo do Cabula aplicado ao ensino de História | Luciana Conceição de Almeida Martins, Alfredo Eurico Rodrigues Matta | 10.20949/rhhj.v10i19.739 | | 161-179
Entrevista
- Divulgação Científica e Mídias Sociais: a relação entre públicos e história – Entrevista com Joel Paviotti | Isis Muller Krambeck, Claudia Priori | 10.20949/rhhj.v10i19.761 | | 180-188
História Hoje na sala de aula
- Clube de História: experiências no estudo e na pesquisa da história e cultura afro-brasileira no Colégio Estadual Maria Isabel de Melo Góes, Catu-BA | Marcelo Souza Oliveira, Delmaci Ribeiro de Jesus | 10.20949/rhhj.v10i19.599 | | 189-213
- O uso do RPG no ensino de História: um relato de experiência sobre o Maranhão republicano explicado por meio de um jogo | Eva Felix Carneiro | 10.20949/rhhj.v10i19.600 | | 214-234
- Caminhos da memória e do conhecimento histórico escolar: reinventando a aula de História com a criação de um roteiro histórico local e o uso do QR code | Alessandra Soares Santos, Renato Sena Ramos | 10.20949/rhhj.v10i19.630 | | 235-252
Artigos
- Ensino laico ou confessional católico? Disputas em torno da educação na Argentina (final do século XIX e início do XX) | Giuslane Francisca da Silva | 10.20949/rhhj.v10i19.721 | | 253-272
- O debate em torno das ações políticas do Movimento Negro no processo histórico da Lei 10.639/2003 | Antônio Barros de Aguiar | 10.20949/rhhj.v10i19.590 | | 273-293
- História do ensino de História: desafios para uma nova escrita de síntese | Alexandre Guilherme da Cruz Alves Junior, Margarida Maria Dias de Oliveira, Fábio Alves Alves dos Santos, Itamar Freitas de Oliveiras | 10.20949/rhhj.v10i19.606 | | 294-312
Resenha Crítica, Aracaju & Crato, n.3, 01 jun., 2021.
Edição n.3 (2021)
Resenhas
- Didática no cárcere II: entender a natureza para entender o ser humano e o seu mundo | Roberto da Silva (R)
- Masculinity and Danger on the Eighteenth-Century Grand Tour | Sarah Goldsmith (R)
- Medieval Welsh Genealogy: An Introduction and Textual Study | Ben Guy (R)
Dossiês
Sumários
- Ars Historica | Rio de Janeiro, v. 21, jan./jun., 2021. (S)
- Canoa do Tempo | Manaus, v. 13, 2021. (S)
- Estudos Históricos | Rio de Janeiro, v.34 n.73 2021 (S)
- História da Historiografia | Ouro Preto, v. 14, n. 35, 2021. (S)
- Revista Brasileira de Educação | Rio de Janeiro, v.26, 2021. (S)
- Revista Brasileira de História das Religiões | Maringá, v.14, n.40. (S)
- Tempo | Niterói, v.27, n.1, jan./abr. 2021. (S)
Conheça a totalidade do acervo
Para adequado uso do espaço na página inicial deste blog, destacamos até treze resenhas, cinco dossiês, cinco sumários correntes e cinco periódicos recentemente incorporados ao acervo em cada edição mensal do Resenha Crítica.
A quantidade de textos, porém, se altera à medida que incorporamos novos periódicos, retroativamente, aos nossos bancos de dados.
Para conhecer a totalidade das aquisições de resenhas, apresentações de dossiês e sumários, publicados originalmente no período 1839-2021, utilize os filtros da barra lateral.
Passagens – Revista Internacional de História Política e Cultura Jurídica. Niterói, v.13, n.2, maio / ago., 2021.
Editorial
- Editorial – Vol. 13, n.2, maio / ago., 2021
- Gizlene Neder, Gisalio Cerqueira Filho
Artigos
- Evidentiary value of archaeological evidence: Judicial approach of the Supreme Court of India with special reference to M. Siddiq (Dead) through legal representative vs. Mahant Suresh Das (1 SCC 1)
- Tarkesh J. Molia, Vikash Kumar Upadhyay, Arpit Sharma
- PDF (English)
- Processo judicial e poder político: práticas inquisitoriais no julgamento de condenação de Joana D’Arc
- Caio Cardoso Tolentino, Paulo Eduardo Alves da Silva
- As transformações da justiça medieval ibérica entre os séculos XIII e XV
- Fátima Regina Fernandes
- O Simbólico, o Imaginário e o Real nas narrativas jesuítas: estudo comparado dos escritos de Manuel da Nóbrega e Luís Fróis (1549-1585)
- Pedro Dalla Bernardina Brocco
- Crimes e criminosos em Salvador (1890-1930): Teses médicas, discursos e recepção jurídico-policial
- Nancy Rita Sento Sé Assis
- A cartografia da repressão: uma análise do enfrentamento ao tráfico de drogas na cidade de Canoas
- Wanda Capeller, Laís Gorski, Guilherme Calderipe Costa
- Comércio de varejo de substâncias psicoativas ilícitas: sentidos de sua prática criminalização seletiva
- Gusthavo Ribeiro Bacellar, Márcia Barros Ferreira Rodrigues
- Urbanização e crescimento da cidade de Juiz de Fora: Aspectos político-criminais na transição do século XIX para o XX
- Ellen Cristina Carmo Rodrigues Brandão, Mário José Bani Valente, Lívia Calderaro Garcia , Naiara Marques de Britto, Pedro Rivello da Costa Guimarães
Resenha
- LITURATERRA [Resenha: 2021, 2, 1] Los orígenes populares y masculinos de la represión y el encarcelamiento en Lima, Perú
- Daniel Fessler
- PDF (Español (España))
- LITURATERRA [Resenha: 2021, 2, 2] Mágoa e rancor grudados e guardados
- Gisálio Cerqueira Filho
Colaboradores deste Número
- Colaboradores deste número
- Gizlene Neder
Publicado: 2021-05-31
O Poder Naval e as disputas pelo território no Brasil Colonial (1500-1808) | Navigator | 2021
O volume 17, número 33, 2021, da Revista Navigator traz para os leitores textos sobre eventos históricos dos séculos XVI e XVII que, em conjunto, integram o dossiê “O Poder Naval e as disputas pelo território no Brasil Colonial (1500-1808)”. O dossiê teve por objetivo trazer contribuições que cobrissem conflitos entre portugueses, espanhóis, franceses e neerlandeses pelo território do Brasil, com foco nos aspectos navais, econômicos e políticos.
A proposta do dossiê surgiu a partir de uma reflexão feita após a leitura de um dos capítulos de “Os holandeses no Brasil”, escrito pelo historiador inglês Charles R. Boxer em 1957. No texto, intitulado “O mar domina o Brasil”, Boxer, assim como em outros escritos de sua autoria, mostrou a centralidade da guerra naval para o desfecho de conflitos entre portugueses, espanhóis e neerlandeses nas Capitanias do Norte do Estado do Brasil e na sede do governo colonial, Salvador. Parte das lutas entre europeus no Brasil teve origem em fins do século XVI, na sequência da guerra de independência das Províncias Unidas contra o Império Habsburgo e expandiu-se para o ultramar, com grande intensidade, ao longo do século XVII, tendo amplitudes e repercussões locais, regionais, atlânticas e globais. Leia Mais
Navigator. Rio de Janeiro, v.17, n.33 2021.
Revista Navigator – Dossiê O Poder Naval e as disputas pelo território no Brasil Colonial (1500-1808)
Apresentação
- Apresentação
- Editores
Dossiê
- Apresentação do DossiêO Poder Naval e as disputas pelo território no Brasil Colonial (1500-1808)
- Bruno Romero Ferreira Miranda
- A navegação do mar del sur e a conquista da ParaíbaA política militar espanhola durante a Monarquia Hispânica
- Sylvia Brandão Ramalho de Brito
- O socorro hispânico às capitanias açucareiras do Norte (1624-1640)tentativas navais de recuperação do Brasil holandês
- Regina de Carvalho Ribeiro da Costa
- O “terror dos mares”A guerra de corso no período entre as invasões neerlandesas nas capitanias do norte do Brasil (1625-1630)
- Carlos Roberto Carvalho Daróz
- A Batalha Naval dos Abrolhos (1631)
- Alceu Oliveira Castro Jungstedt
Artigos
- Afflavit Deus et dissipanturo conflito entre a Espanha de Felipe II e a Inglaterra de Elizabeth I
- José Renato Ferraz da Silveira
- Abordagem aos Encouraçados no Tagy (1868)
- Aldeir Isael Faxina Barros
- Memórias em disputaA Revolta da Armada em Joaquim Nabuco e Felisbelo Freire
- Mustafá Reis Dalate
- “120 dias separados”A História do 2º Tenente Joaquim Martins Pereira a bordo da Divisão Naval em Operações de Guerra
- Jéssica de Freitas e Gonzaga da Silva
- Entre Pescadores e Canhões, a Guerra chegou ao Litorala Experiência dos Soldados na Transformação da Artilharia de Costa Brasileira (1942-1945)
- Sandro Teixeira Moita, Rogério de Amorim Gonçalves
Documento
- Theatrum Orbis Terrarum (1570)
- Felipe Sabino Crispim Maia
Publicado: 2021-05-31
Anuario de Historia Regional y de las Fronteras, Bucaramanga, v.26, n.2, July/Dec. 2021.
Articles
- Of Anticonquest Stories, Collecting and Musealizations: François Machon in Patagonia (1892)
Sánchez del Olmo, Sara - abstract in English | Spanish | Portuguese · text in Spanish · Spanish (pdf )
- The Shared Agency of Plants and Humans in the Elaboration of the Landscape Mosaic of Nineteenth-Century Rio de Janeiro: a Methodological Proposal
Capilé, Bruno; França, Ana Marcela; Sales, Gabriel Paes da Silva - abstract in English | Portuguese | Spanish · text in Portuguese · Portuguese (pdf )
- Edward Whymper and the Chimborazo: “the Art of Mountaineering” and Scientific Authority (1880-1892)
Aguirre Negrete, Patricio Javier - abstract in English | Spanish | Portuguese · text in Spanish · Spanish (pdf )
- The American Traveler Ephraim George Squier and the Floristic Prospecting of Honduras, 1849-1856
Veja, Rodrigo Antonio; Báez, Ortega - abstract in English | Spanish | Portuguese · text in Spanish · Spanish (pdf )
- Under the Burning Sun and Pouring Rain. Foreign Travellers and the Colombian Weather Throughout the Nineteenth-century
Mora Pacheco, Katherinne; Cortes Guerrero, José David - abstract in English | Spanish | Portuguese · text in Spanish · Spanish (pdf )
- A Scotswoman in Love with Mexico: the Work of Madame Fanny Calderón de la Barca
Esparza-Ramírez, Juan Carlos - abstract in English | Spanish | Portuguese · text in Spanish · Spanish (pdf )
- Yucatán as a Historical Setting in the Texts of Alice Dixon Le Plongeon and Maude Mason Austin
Álvarez-Cuartero, Izaskun - abstract in English | Spanish | Portuguese · text in Spanish · Spanish (pdf )
- The Women of the American Frontiers in the Cientific Expedition of Jean-François de Galaup: Santa Catarina, Concepción and Monterrey (Eighteenth-century)
Pérez Gerardo, Diana Roselly - abstract in English | Spanish | Portuguese · text in Spanish · Spanish (pdf )
- The Vision of the Other in the Journey of Recognition of the Mexican Sine Coast of José de Escandón (1747)
Olvera Charles, Fernando - abstract in English | Spanish | Portuguese · text in Spanish · Spanish (pdf )
- Representing the Black Subject and Racialized Peoples: Racism and Agency through the Gaze of the Travelers in Nineteenth Century Colombia
Deavila Pertuz, Orlando; Guerrero Mosquera, Andrea - abstract in English | Spanish | Portuguese · text in Spanish · Spanish (pdf )
- Racialized Landscapes and Identity Borders: Traveler’s Stories and the Railway to the Caribbean (1885-1930)
Soto-Quirós, Ronald - abstract in English | Spanish | Portuguese · text in Spanish · Spanish (pdf )
- Ideological Currents Within the Sinaloan Student Movement, Mexico (1965-1970)
Santos Cenobio, Rafael - abstract in English | Spanish | Portuguese · text in Spanish · Spanish (pdf )
- The “Voice of the Municipalities”. Municipality and Central State During the Regeneration in Colombia (1886-1900)
Blanco Mejía, Óscar - abstract in English | Spanish | Portuguese · text in Spanish · Spanish (pdf )
- Buyers of “Rumors” and Other Goods: Relations Between Customers and Importers in Antioquia in the Second Half of the Nineteenth-Century
Mesa Bedoya, Ana María - abstract in English | Spanish | Portuguese · text in Spanish · Spanish (pdf )
Clío & Asociados. La Plata, n.32, ene./jun., 2021
Investigaciones
- Libros expandidos: prácticas de lectura de fotocopias yPDFs en las clases de historia
- Marisa Massone
- XML
- EPUB
- Prácticas de lectura para enseñar Didáctica de las Ciencias Sociales en la formación inicial de maestrxs. Pensar el trabajo docente desde la Didáctica Profesional
- Mariana Ladowski
- XML
- EPUB
- La Formación Práctica del profesorado de historia en Chile desde los documentos orientadores de la Formación Inicial Docente
- Mario Valdés-Vera, Marcela Palma Troncoso, Cristian Arrepol Santos
- XML
- EPUB
- El valor formativo de la Historia como disciplina escolar desde los programas de estudio de la educación secundaria chilena. Un análisis a través del código disciplinar
- Patricio Guzmán Contreras
- XML
- EPUB
- Pervivencia de mitos históricos en la formación del Profesorado de Educación Inicial, Primaria y docentes en Argentina
- María Celeste Armas, Juan Luis de la Montaña Conchiña
- XML
- EPUB
- En búsqueda del enemigo: las representaciones del escenario bélico de la Guerra de Malvinas en los nuevos libros de texto (2006 – en busca)
- Florencia Bottazzi
- XML
- EPUB
- Historia americana colonial en los manuales escolares: una mirada desde la construcción del Pensamiento Histórico y la formación de la Conciencia Histórica
- Gonzalo Jurado
- XML
- EPUB
Propuestas y experiencias
- Narrativas visuales para enseñar el tiempo histórico desde una perspectiva rizomática
- Sonia Bazán
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- EPUB
- Enseñar y aprender Historia de la Educación en la formación docente. La propuesta de un curso como invitación a pensar al docente y al estudiante como sujetos históricos
- Valeria Morras
- XML
- EPUB
Reseñas
- Am´ézola, G. de (coord.) (2020). Enseñar Historia. Temas y problemas
- Ana Ruth Gonzalez, Andrés Dragowski
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- EPUB
- Lorenz, F. (2019). Elogio de la docencia. Cómo mantener viva la llama
- Mauro Herrera
- XML
- EPUB
Publicado: 2021-06-30
Revista de Arqueologia. Pelotas, v.34, n.2, 2021.
- Fernanda Codevilla Soares, Luis Cláudio Pereira Symanski, Rafael Guedes Milheira
Artigo
- O fim do jogoContemplando o desaparecimento da arqueologia
- Richard M. Hutchings, Marina La Salle
- PDF (English)
- Reflexão digitalUma introdução ao projeto de estudos sobre os espelhos como uma ferramenta para a educação e difusão do patrimônio cultural ou como alternativas de uma pandemia
- Khuong H. Tran, Goran Đurđević, Emiliano Gallaga Murrieta, Chen Haotian, Ali Farman
- PDF (Español (España))
- Rodinhas de chinelo de borracha ao combate
- Rafael de Abreu e Souza
- Desvios e encantadosUma outra arqueologia da paisagem na Amazônia
- Jaqueline Gomes
- Paisagem e suas interfaces em pesquisas sobre arte rupestreUm estudo de caso em Serra Negra, alto vale do Araçuaí, Minas Gerais, Brasil
- Marcelo Fagundes, Wellington dos Santos Greco, Arkley Marques Bandeira, Marcia Arcuri Suñer
- Sítio de arte rupestre Cañada de El Café, Chuhuahua, México, e suas implicações na arqueologia regional
- Emiliano Gallaga Murrieta, Tobías García Vilchis
- PDF (Español (España))
- Saberes e pesqueirosReflexões sobre conhecimento e território na pesca tradicional do sul do Brasil
- Gustavo Wagner, Lucas Antonio da Silva
- Sambaqui ArapuanNovas intervenções para reacender esse espaço
- Adilson Dias Salles, Luiz Octavio Cunha, Claudia Rodrigues-Carvalho
- Geoarqueologia dos sítios Pontão e Santa Helena na região de Silves, Amazonas
- Rafaela Ferreira de Santana, Raimundo Humberto Cavalcante Lima, Helena Pinto Lima
- Perfil agrícola do solo para a produção de mandioca na área do sítio arqueológico Lago Rico, Aruanã, Goiás
- Daniel dos Santos Correa, Julio Cezar Rubin de Rubin, Marco Aurélio Pessoa-de-Souza, Rosiclér Theodoro da Silva
- Oficinas com argila e pedaços de poteAproximações através da experimentação de técnicas tradicionais e de análise cerâmica no rio Madeira
- Silvana Zuse
- Estudo bioarqueológico do Túmulo Megalítico de Santa Rita (Algarve, Portugal)
- Isabella Brandão de Queiroz, Luiz Oosterbeek, Nuno Inácio, Francisco Curate
Publicado: 2021-05-30
Revista Brasileira de Educação | Rio de Janeiro, v.26, 2021. (S)
Edição v.26 (2021)
Artigos
- Educação: tecnologias, cultura hacker e ensino de artes | Sampaio, Juliano Casimiro de Camargo · resumo em Português | Inglês | Espanhol · texto em Português · Português ( pdf )
- Avaliação das aprendizagens nas aulas de ciências naturais e biologia e geologia: das perceções às práticas | Correia, Sónia de Jesus Elias; Cid, Marília Pisco Castro · resumo em Português | Inglês | Espanhol · texto em Português · Português ( pdf )
- O DESAFIO DA EDUCAÇÃO CIDADÃ: REFLEXÕES A PARTIR DE UMA EXPERIÊNCIA DE ACOMPANHAMENTO ESCOLAR | Ruiz, Alberto Galaz; Herrera, Marcelo Arancibia · resumo em Português | Espanhol | Inglês · texto em Espanhol · Espanhol ( pdf )
- A cultura da reprovação em escolas organizadas por ciclos | Almeida, Frederico Alves; Alves, Maria Teresa Gonzaga · resumo em Português | Espanhol | Inglês · texto em Português | Inglês · Português ( pdf ) | Inglês ( pdf )
- PERCEPÇÃO DE ALUNOS E PROFESSORES SOBRE A EFICÁCIA DE SANÇÕES DE FORMAÇÃO ACADÊMICA: ESTUDO DE CASO | Andrades-Moya, Jonathan · resumo em Português | Espanhol | Inglês · texto em Espanhol · Espanhol ( pdf )
- Netnografia da reforma curricular do ensino médio brasileiro | Nazário, Murilo Eduardo; Santos, Wagner dos; Ferreira Neto, Amarílio · resumo em Português | Espanhol | Inglês · texto em Português | Inglês · Português ( pdf ) | Inglês ( pdf )
- Contribuições ao projeto de uma pedagogia fenomenológico-hermenêutica | Vieira, Ricardo Pedroza · resumo em Português | Inglês | Espanhol · texto em Português · Português ( pdf )
- Queixa escolar e gênero: a (des)construção de estereótipos na educação | Garbarino, Mariana Inés · resumo em Português | Inglês | Espanhol · texto em Português · Português ( pdf )
- Currículo, poder e a política do livro didático de geografia no Brasil | Vitiello, Márcio Abondanza; Cacete, Núria Hanglei · resumo em Português | Espanhol | Inglês · texto em Português | Inglês · Português ( pdf ) | Inglês ( pdf )
- Retorno sobre uma antiga questão: Karl Marx e o estatuto dos Manuscritos econômico-filosóficos | Alves, Wanderson Ferreira · resumo em Português | Inglês | Espanhol · texto em Português · Português ( pdf )
- O estatuto do trabalho docente no currículo referência de Minas Gerais | Garcia-Reis, Andreia Rezende; Callian, Giovana Rabite · resumo em Português | Inglês | Espanhol · texto em Português · Português ( pdf )
- SITUAÇÃO DE ESTUDO (SdE) EM EDUCAÇÃO PARA A SAÚDE IMPLEMENTADA EM PROCESSO DE COCRIAÇÃO (CoC) | Carvalho, Graça Simões de; Boff, Eva Teresinha de Oliveira; Araújo, Maria Cristina Pansera de · resumo em Português | Inglês | Espanhol · texto em Inglês · Inglês ( pdf )
- As experiências nos espaços-tempos da escola sob o olhar de uma criança com Transtorno do Espectro do Autismo | Francês, Lyanny Araujo; Mesquita, Amélia Maria Araújo · resumo em Português | Inglês | Espanhol · texto em Português · Português ( pdf )
- Os discursos acadêmico-científicos voltados à internacionalização dos programas de pós-graduação | Sousa, Michele Silva Costa; Fuza, Ângela Francine · resumo em Português | Inglês | Espanhol · texto em Português · Português ( pdf )
- CONSTRUÇÃO SOCIAL DA VIOLÊNCIA ESCOLAR COMO RELAÇÕES RECÍPROCAS AUTO-ORGANIZADAS | Montoya, Caridad Anay Cala · resumo em Português | Espanhol | Inglês · texto em Espanhol · Espanhol ( pdf )
- O ensino secundário no estado do Pará na Segunda República (1930-1945) | Silva, Tayana Helena Cunha; Castro, Cesar Augusto · resumo em Português | Inglês | Espanhol · texto em Português · Português ( pdf )
- Impactos das cotas no ensino superior: um balanço do desempenho dos cotistas nas universidades estaduais | Pinheiro, Daniel Calbino; Pereira, Rafael Diogo; Xavier, Wescley Silva · resumo em Português | Espanhol | Inglês · texto em Português | Inglês · Português ( pdf ) | Inglês ( pdf )
- Modelagem matemática na perspectiva da educação matemática crítica: abordagens na educação básica | Mesquita, Milene Nagila; Ceolim, Amauri Jersi; Cibotto, Rosefran Adriano Gonçales · resumo em Português | Inglês | Espanhol · texto em Português · Português ( pdf )
- Representações sociais de leitura: o texto literário em sua função lúdica e educativa | Veloso, Geisa Magela; Paiva, Aparecida · resumo em Português | Espanhol | Inglês · texto em Português | Inglês · Português ( pdf ) | Inglês ( pdf )
- Transformando experiências em demandas: interações entre o centro acadêmico e a escola de educação física da Universidade Federal do Rio de Janeiro | Monteiro, Marcos Vinicius Pereira; Siqueira, Vera Helena Ferraz de · resumo em Português | Inglês | Espanhol · texto em Português · Português ( pdf )
- PROPOSTAS PARA UM MODELO DE EDUCAÇÃO PATRIMONIAL NA FORMAÇÃO INICIAL DOCENTE DE PEDAGOGIA EM HISTÓRIA, GEOGRAFIA E CIÊNCIAS SOCIAIS | Villarroel, Adolfo Berríos; Sepúlveda, Vanessa Tessada; Celis, Francisco Gallegos · resumo em Português | Espanhol | Inglês · texto em Espanhol · Espanhol ( pdf )
- APRENDIZAGEM COLABORATIVA EM GRUPOS VIRTUAIS INTERNACIONAIS: ELABORAÇÃO DE RELATÓRIOS MULTIMÍDIA | Fernández, Simón Peña; Ureta, Ainara Larrondo; Ayerdi, Koldobika Meso; Dasilva, Jesús Ángel Pérez · resumo em Português | Espanhol | Inglês · texto em Espanhol · Espanhol ( pdf )
- EDUCAÇÃO PATRIMONIAL E FORMAÇÃO INICIAL DE PROFESSORES: CONTRIBUIÇÕES PARA O RESGATE E CONSERVAÇÃO DO PATRIMÔNIO ESCOLAR | Torres, Lorena López; Rojas, María Ignacia Castro; Villegas, Priscila del Pilar López · resumo em Português | Espanhol | Inglês · texto em Espanhol · Espanhol ( pdf )
- A educação na contemporaneidade: entre a emancipação e o retrocesso | Araújo, Alberto Filipe; Fernandes, José Pedro Ribeiro de Matos; Araújo, Joaquim Machado de · resumo em Português | Inglês | Espanhol · texto em Português · Português ( pdf )
Resenha
- Culturas infantis e desigualdades sociais | Guimarães, Daniela de Oliveira; Santos, Nubia de Oliveira · texto em Português · Português ( pdf )
- Carta-resposta a Cartas a Cristina: aos educadores, aproximações e desafios na obra de Paulo Freire | Ramos, Jhonathas Armond Assis · texto em Português · Português ( pdf )
- Resenha da obra Didática no cárcere II: entender a natureza para entender o ser humano e o seu mundo | Oliveira, Carolina Bessa Ferreira de · texto em Português · Português ( pdf )
Errata| · texto em Português | Inglês · Português ( pdf ) | Inglês ( pdf )
Canoa do Tempo. Manaus, v.13, 2021.
- Dossiê 2021.1: Fronteiras étnicas e conflitos sociais no Rio Madeira
- Dossiê 2021.2: Experiências coloniais na África: instituições, dinâmicas e sujeitos
- DOI: https://doi.org/10.38047/rct.v13.FC.2021
- Publicado: 2021-05-28
- Editorial
- APRESENTAÇÃO.Introduction
- Luis Balkar Sá Peixoto Pinheiro
- 1
- Dossiê-Fronteiras étnicas e conflitos sociais no Rio Madeira
- Apresentação-Fronteiras étnicas e conflitos sociais no Rio Madeira
- Davi Avelino Leal
- 1-4
- ENGENHEIROS, INDÍGENAS E OPERÁRIOS: OS MALFADADOS CAMINHOS DA ESTRADA DE FERRO MADEIRA-MAMORÉ (1870-1883)ENGINEERS, INDIGENOUS AND WORKERS: THE MALFATED PATHWAYS OF THE MADEIRA-MAMORÉ RAILWAY (1870-1883)
- Antonio Alexandre Isídio Cardoso
- 1-16
- AS FRENTES DE EXPANSÃO NAS FRONTEIRAS DO ALTO MADEIRA (1867–1915)THE EXPANSION FRONTS AT THE BORDERS OF ALTO MADEIRA (1867-1915)
- Jorge de Oliveira Campos
- 1-28
- O INEVITÁVEL ENCONTRO: POVOS KAGWAHIVA, AGENTES DO SPI E OS COMERCIANTES NO RIO MADEIRATHE INEVITABLE MEETING: KAGWAHIVA PEOPLE, SPI AGENTS AND TRADERS ON THE MADEIRA RIVER
- Jordeanes do Nascimento Araújo
- 1-35
- OS MURA EM MOVIMENTO: MOBILIDADE E RESISTÊNCIA NAS ÁGUAS DO MADEIRATHE MURA IN MOTION: MOBILITY AND RESISTANCE IN THE WATERS OF MADEIRA
- Vanice Siqueira de Melo, Alik Nascimento de Araújo, Letícia Pereira Barriga
- 1-29
- A ÍNDIA MUNDURUCU CAROLINA ROSALINA DE OLIVEIRA E SEUS LIDERADOS NA LUTA CONTRA O ESBULHO DE SEU TERRITÓRIO ÉTNICO: O CONFLITO DO RIO ATININGA, MANICORÉ/AM (1955)THE MUNDURUCU INDIA CAROLINA ROSALINA DE OLIVEIRA AND ITS LEADERS IN THE FIGHT AGAINST THE OUTLINES OF ITS ETHNIC TERRITORY: THE CONFLICT OF THE ATININGA RIVER, MANICORÉ / AM (1955)
- Davi Avelino Leal, Dário Duarte Araújo
- 1-16
- Dossiê-Experiências coloniais na África: Instituições, Dinâmicas e Sujeitos
- Apresentação-Experiências coloniais na África: Instituições, Dinâmicas e Sujeitos
- Keith Valéria de Oliveira Barbosa, Patrícia Teixiera Santos, Nuno de Pinho Falcão
- 1-2
- NAS TRAMAS DAS MEMÓRIAS: ANÁLISE DAS MEMÓRIAS DE LÍDERES DA FRELIMO, ENTRE O PASSADO COLONIAL E O PÓS-GUERRA CIVILIN MEMORY WEAVE: ANALYZES OF THE MEMORIES OF FRELIMO LEADERS, BETWEEN THE COLONIAL PASS AND THE POST-CIVIL WAR
- Mirian Cristina de Moura Garrido
- 1-27
- MEDICINA, SAÚDE, DOENÇA E COLONIALISMO EM MOÇAMBIQUE (1930-1940)MEDICINE, HEALTH, DISEASE AND COLONIALISM IN MOZAMBIQUE (1930-1940)
- Keith Valéria de Oliveira Barbosa
- 1-19
- INTERESSES E AÇÕES DE JOÃO FERNANDES VIEIRA E ANDRÉ VIDAL DE NEGREIROS CONTRA O ESTADO DO CONGO: TRÁFICO DE ESCRAVIZADOS E OUTROS NEGÓCIOS DA ÁFRICA CENTRO OCIDENTAL PARA PERNAMBUCO (1658-1666)INTERESTS AND ACTIONS OF JOÃO FERNANDES VIEIRA AND ANDRÉ VIDAL DE NEGREIROS AGAINST THE STATE OF CONGO: SLAVE TRADE AND OTHER BUSINESSES FROM WEST CENTRAL AFRICA TO PERNAMBUCO (1658-1666)
- Leandro Nascimento de Souza
- 1-21
- 140 ANOS DA REVOLTA MAHDISTA NO SUDÃO: UMA HISTÓRIA DE RESISTÊNCIA E DE CONQUISTA COLONIAL.140 YEARS OF THE MAHDIST REVOLT IN SUDAN: A HISTORY OF RESISTANCE AND COLONIAL CONQUEST.
- Patricia Teixeira Santos
- 1-18
- POLÍTICA DO OLHAR E COMUNIDADE DE SENTIDOS NAS REPRESENTAÇÕES FOTOGRÁFICAS DE UMA “ÁFRICA PORTUGUESA” (1960-1970)POLICY OF LOOKING AND COMMUNITY OF SENSES IN PHOTOGRAPHIC REPRESENTATIONS OF A “PORTUGUESE AFRICA” (1960-1970)
- Harley Abrantes Moreira
- 1-25
- Artigos Livres
- UMA DUPLA CONSTRUÇÃO DISCURSIVA DA ESTRADA DE FERRO MADEIRA-MAMORÉ PELAS FOTOGRAFIAS DE DANA MERRILLA DOUBLE DISCURSIVE CONSTRUCTION OF THE MADEIRA-MAMORÉ RAILROAD BY DANA MERRILL’S PHOTOGRAPHS
- Patrícia Helena dos Santos Carneiro, Júlio César Barreto Rocha, Antônio Cândido da Silva
- 1-21
- “SONHO CABANO”: MEMÓRIA DA CABANAGEM E DEMOCRACIA NO CARNAVAL PARAENSE (1985)“SONHO CABANO”: MEMORY OF CABANAGEM AND DEMOCRACY IN CARNIVAL PARAENSE (1985)
- Edilson Mateus Costa da Silva
- 1-22
- OS CONFLITOS FUNDIÁRIOS ENTRE SESMEIROS E POSSEIROS NOS SERTÕES DO MARANHÃO, PIAUÍ E BAHIA DURANTE O PROCESSO DE CONSOLIDAÇÃO DA CONQUISTA E OCUPAÇÃO COLONIAL (SÉCULOS XVII E XVIII)THE LAND CONFLICTS BETWEEN SESMEIROS AND POSSEIROS IN THE BACKLANDS OF MARANHÃO, PIAUÍ AND BAHIA DURING THE CONSOLIDATION PROCESS OF THE COLONIAL CONQUEST AND OCCUPATION 17TH AND 18TH CENTURIES)
- Samir Lola Roland
- 1-28
- A INFÂNCIA E O FUTURO DA NAÇÃO:A CRIANÇA E A (BIO) POLÍTICA DA ESPERANÇA NA PARAÍBA (1940-1950)
- José dos Santos Costa Júnior
- 1-28
- A EXPERIÊNCIA INDÍGENA URBANA E OS OLHARES DO SABER ACADÊMICO: BREVES REFLEXÕES SOBRE O CASO MANAUARATHE INDIGENOUS URBAN EXPERIENCE AND THE PERSPECTIVES OF ACADEMIC KNOWLEDGE: BRIEF REFLECTIONS ON THE MANAUARA CASE
- Amilcar Aroucha Jimenes
- 1-24
- DJALMA BATISTA: O COMPLEXO DA AMAZÔNIA COMO CUIDADO DE SIDJALMA BATISTA: THE AMAZON COMPLEX AS SELF-CARE
- Vinicius Alves do Amaral
- 1-24
- CAETANO DA SILVA SANCHES: UM GOVERNADOR POUCO ILUMINADOCAETANO DA SILVA SANCHES: A POORLY LIT GOVERNOR
- Jeferson dos Santos Mendes
- 1-20
- “QUE SERÁ DE TI, AMAZÔNIA?… AGORA SÃO AS AVES DE TUAS MATAS QUE SE DESFAZEM NA ESCURIDÃO” – EM MEMÓRIA DE ANACLETO BARÉWHAT WILL BECOME OF YOU, AMAZÔNIA?… NOW ARE THE BIRDS OF YOUR FOREST THAT FALL APART IN THE DARKNESS” – IM MEMORY OF ANACLETO BARÉ
- Angela Rebelo da Silva Arruda
- 1-14
- DANÇA AFRICANA DE TEFÉ – AM: ORIGEM, FOLCLORE, TRADIÇÃO E RE(SIGNIFICAÇÃO) NO CONTEXTO AMAZÔNICOAFRICAN DANCE OF TEFÉ – AM: ORIGIN, FOLKLORE, TRADITION AND RE(SIGNIFICATION) IN THE AMAZON CONTEXT
- Patricia Torme de Oliveira
- 1-20
- NECROMEMÓRIA: REFLEXÕES SOBRE UM CONCEITONECROMEMORY: REFLECTIONS ON A CONCEPT
- Vandelir Camilo
- 1-28
- “O CETRO DAQUELES QUE SOFREM A OPRESSÃO DOS PONTENTADOS”: JORNAIS MANUSCRITOS E IMPRESSOS NA CONSTRUÇÃO DE UMA MICROESFERA PÚBLICA EM RORAIMA“THE SCEPTER OF THOSE WHO SUFFER THE OPPRESSION OF THE POTENTATES”:MANUSCRIPTS AND PRINTED PAPERS IN THE CONSTRUCTION OF A PUBLIC MICROSPHERE IN RORAIMA
- Luís Francisco Munaro, Cyneida Menezes Correia
- 1-23
- A TRAJETÓRIA DE FREDERICO GUILHERME (1897-1972): INTERLOCUÇÕES COM A ESCOLARIZAÇÃO DA EDUCAÇÃO FÍSICA SUL-RIO-GRANDENSEFREDERICO GUILHERME GAELZER’S TRAJECTORY (*1897+1972): INTERLOCATIONS WITH THE SCHOOL OF SUL-RIO-GRANDENSE PHYSICAL EDUCATION
- Professora Janice Zarpellon Mazo, Professora Vanessa Bellani Lyra, Tuany Defaveri Begossi
- 1-20
- SOBRE O VERMELHO EM CASA GRANDE & SENZALANOTES ON RED IN THE MASTERS AND THE SLAVES
- Maria Alice Ribeiro Gabriel
- Resenha
- Ser criança no exílio e na terra da Esperança.To be a child in exile and in the land of Hope.
- Patricia Teixeira Santos
- 1-5
- Entrevista
- JOSÉ D’ASSUNÇÃO BARROS:UM INTELECTUAL POLIFÔNICO.
- Robeilton Gomes
- 1-26
Experiências coloniais na África: Instituições, Dinâmicas e Sujeitos | Canoa do Tempo | 2021
A compreensão do processo de expansão colonial e dos processos coloniais no continente africano pedem, hoje mais do que nunca, uma abordagem que tenha em conta a sua complexidade histórica, a multiplicidade dos domínios em que se desenvolveram e a dificuldade crescente de operar sob uma visão unívoca desses processos. Logo, pensar esta complexidade convida-nos ao manejo de referenciais teóricos novos ou atualizados que os leitores poderão encontrar neste dossiê intitulado “Experiências coloniais na África: Instituições, Dinâmicas e Sujeitos”.
Os artigos que compõem esta publicação propõem uma reflexão em torno do contexto de expansão colonial e do conceito de “experiências coloniais”, sendo esta última uma ferramenta conceitual que oferece um enquadramento científico que vai além dos domínios estreitos dos “processos coloniais” e, sobretudo, das dicotomias simplistas que frequentemente tolhem as análises acadêmicas. Leia Mais
Lila em Moçambique | Adréia Prestes
A obra, que tenho o prazer de resenhar, “Lila em Moçambique”, de Andréia Prestes, com ilustrações de Camilo Martins, foi publicada em maio de 2020, com prefácio de Renato Nogueira, agradecimentos à escritora Sonia Rosa, a poetisa Maria Santiago e a professora Sandra Portugal, aos familiares e amigos que a motivaram trazer essa experiência de sua infância e de seus irmãos, filhos do casal Rosa e João Massena. A trajetória da família da autora que passou pela experiência do exílio, primeiro em Moscou, depois em Moçambique, tornou-se inspiração para essa obra que iremos conhecer um pouco melhor.
A autora vai narrar a história de Lila, a irmã mais velha, a quem ela dedica a obra (juntamente com seus filhos João e Rita), em sua busca em contar as memórias da infância. Leia Mais
Ars Historica | Rio de Janeiro, v. 21, jan./jun., 2021. (S)
v. 21 (2021)
Publicado em: 26 maio 2021.
Editorial | Luis Henrique Souza dos Santos, Eric Fagundes de Carvalho | PDF
Artigos
- “A ORDEM NÃO SERÁ ALTERADA EM NOSSO ESTADO”: OS LEVANTES DE NOVEMBRO DE 1935, O CASO DO AMAZONAS | Davi Monteiro Abreu | PDF
- “A DEFESA DEVE SER A ALTURA DO ATAQUE”: O MOVIMENTO DE AÇÃO CATÓLICA EM LIMOEIRO DO NORTE (CEARÁ, 1930-1954) | Cintya Chaves | PDF
- TRILHANDO NOVOS CAMINHOS “SECRETOS”: ESPIONAGEM, BUROCRACIA E CONFLITOS NA II GUERRA MUNDIAL | Raquel Anne Lima de Assis | PDF
- PARA ALÉM DO ENSINO DA HISTÓRIA NACIONAL: O EUROCENTRISMO E SUAS INTERPRETAÇÕES TEÓRICAS | Daniel Tiago de Vasconcelos | PDF
- O CASO PRÁCIA (1941-1946): IMPRENSA ESTRANGEIRA, REPRESSÃO E CRIME IDIOMÁTICO NO ESTADO NOVO | Henrique Schlumberger Vitchmichen | PDF
- MEMÓRIAS, IDENTIDADES E CULTURA: O MUSEU HISTÓRICO DA IMIGRAÇÃO JAPONESA DO RIO DE JANEIRO | Thais Sachie Tsuzuki Fernandes | PDF
- A NORMANDIA ENTRE DOIS MUNDOS: AS RELAÇÕES POLÍTICAS DE RICARDO, O DESTEMIDO COM FRANCOS E ESCANDINAVOS | Matheus Brum Domingues Dettmann | PDF
- O CINEMA ALÉM DO FILME: A INFLUÊNCIA DA TRADIÇÃO ROMÂNTICA SUECA NO CINEMA DE INGMAR BERGMAN | Hellen Silvia Marques Gonçalves | PDF
- O SANTO GUERREIRO DO SUL CONTRA O DRAGÃO DA MALDADE DO NORTE: O CINEMA LATINO-AMERICANO A PARTIR DA PERSPECTIVA DE GLAUBER ROCHA (1960- 1975) | Carolina Severo | PDF
- OLHARES SOBRE AS ASSOCIAÇÕES AFRO-RELIGIOSAS DE CAMPOS DOS GOYTACAZES: AS IRMANDADES, A LIGA E O FÓRUM | Luiz Gustavo Guimarães Aguiar Alves | PDF
- NOVO JORNALISMO E ABOLICIONISMO: O JORNAL LIBERTADOR E A IMPRENSA POLÍTICA NA PROVÍNCIA DO CEARÁ (1881-1884) | Francisco Paulo de Oliveira Mesquita | PDF
- O SUFRÁGIO FEMININO POR EMMA GOLDMAN | Nilciana Alves Martins | PDF
- A ORDEM EM TORNO DO DISCURSO: JUAN MANUEL DE ROSAS E A BUSCA DA “SANTA CAUSA” | Luan Mendes de Medeiros Siqueira | PDF
- A NARRATIVA HISTORIOGRÁFICA: UM ESPAÇO DE PRÁTICA E DA CONSTITUIÇÃO DE SENTIDO | Flávio José Dalazona, Heitor Alexandre Trevisani Lipinski | PDF
- CIRCULARIDADES VISUAIS: IMAGENS DO CORDEL ENQUANTO SUPORTE DE MEMÓRIAS DO PADRE CÍCERO | José Rodrigues Filho | PDF
[História em Curso. Belo Horizonte] Anais do II Encontro Regional de História e Literatura: Memória e Esquecimento
Anais do II Encontro Regional de História e Literatura: Memória e Esquecimento, organizado pela Liberi Sapientia: Cursos Livres & Eventos Educacionais e o Grupo de Estudos em História e Literatura (GEHISLIT), vinculado ao Laboratório de Pesquisa Histórica (LAPHIS) da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, realizado entre os dias 21 e 22 de Janeiro de 2021.
Edição completa
- Apresentação
- Minicursos .
- Apresentação dos minicursos .
- Resumo dos minicursos
- Simpósio Temático: Vozes Esquecidas na Literatura e na História .
- Apresentação do ST: Vozes Esquecidas
- Comunicações do ST .
- Simpósio Temático: Estudos Pós-coloniais e Decoloniais
- Apresentação do ST: Estudos Pós-coloniais e Decoloniais .
- Comunicações do ST
- Simpósio Temático: Memória e Ficção .
- Apresentação do ST: História e Resistência
- Comunicações do ST
- Simpósio Temático: Literatura e História: Diálogos com outras artes .
- Apresentação do ST: Literatura e História
- Comunicações do ST
Publicado: 26-05-2021
Resenhando. Alfenas, v.3, n.2, 2021.
TEORIA E CRÍTICA LITERÁRIA
- Por uma inter-relação entre o social e o artístico
- Allan Anjos
- M. Coetzee ensaista
- Rodrigo Conçole Lage
LITERATURAS
- Literatura Infantojuvenil: resenha crítica sobre o livro “Bruna e a galinha d’Angola”
- Kayo Silva
- Barnabé ou o Grumete da ArmadaO herói pós-moderno dos mares camonianos
- Patricia Pedrosa Botelho
- Contraposição de personagens em Pais e Filhos de Ivan Turguêniev
- Pedro Bomfim
LINGUÍSTICA
- Do gênesis aos textos multimodais: Aplicação da trajetória das paixões a diversos gêneros textuaisAPLICAÇÃO DA TRAJETÓRIA DAS PAIXÕES A DIVERSOS GÊNEROS TEXTUAIS
- LUIZ ALVES DE SOUZA
ESTUDOS DE TRADUÇÃO
- Uma análise sobre o que é tradução, de Geir Campos
- Fernanda Fernandes
ENSINO DE LÍNGUAS E LITERATURA
- A aula que falta – para uma Pedagogia da avaliação em leitura
- Sidney Silva Martins
- Introdução aos estudos histórico-culturais sobre imaginação e criação
- Pablo Mateus dos Santos Jacinto
- Ensino de gramática à luz da interação
- Fabrício José da Silva
ESTUDOS DE GÊNERO
- O Elogio da diferença
- Maria Carolina Meletti Adriano
- A autoria feminina e as imagens da mulher no mundo literário
- Bruna dos Santos Caetano
Os estudos decoloniais centrados nas filosofias indígenas ameríndias | PerCursos | 2021
Este dossiê foi organizado por docentes que atuam com a temática indígena; o historiador Clovis Antonio Brighenti (UNILA), a advogada Rosane Freire Lacerda (UFPE) e o bioeticista Saulo Ferreira Feitosa (UFPE). A escolha do título, Os estudos decoloniais centrados nas filosofias indígenas ameríndias, tem como propósito promover diálogos inter epistêmicos que possibilitem uma interação entre os sistemas tradicionais de conhecimentos indígenas e os conhecimentos acadêmicos produzidos a partir de pesquisas científicas. Nesse sentido, espera-se que ele contribua com os processos de contestação e insubmissão à colonialidade do saber, na medida em que possibilite a visibilização de outros modos de existência construídos com base em filosofias próprias dos povos originários da América Latina e do Caribe.
Os artigos aqui reunidos têm em comum as novas abordagens possibilitadas pelas teorias decoloniais, a partir das perspectivas dos povos indígenas expressas em seus sistemas de vida: seus saberes, suas práticas, relações socioeconômicas, relações socioambientais e espirituais − enfim, um conjunto de conhecimentos específicos e diferenciados. Leia Mais
Whose land Is It anyway? a manual for decolonization | Peter McFarlane e Nicole Schabus
Como seria a vida se os colonizadores tivessem respeitado os povos indígenas desde o primeiro contato? Como as coisas poderiam ter sido diferentes se tivéssemos sido capazes de aprender uns com os outros desde o começo? Quando os primeiros colonizadores chegaram em Turtle Island1 , os povos indígenas partilharam generosamente seus conhecimentos sobre a terra para ajudar os recém-chegados a se adaptarem à nova vida. Imaginem se tivessem aprendido com os indígenas a respeitar a Mãe Terra. Imaginem se os lugares onde viviam os povos indígenas tivessem sido repartidos com base na igualdade que sempre sonhamos. Imaginem se os erros do passado pudessem ser reparados. Hoje, mesmo diante de todas as dificuldades, precisamos ousar acreditar que a mudança ainda é possível. Com essas indagações, Bev Sellars, a grande Chefe da Primeira Nação Xat’sull, prefacia o livro De quem é a terra, afinal? Manual para a descolonização, convidando a todos para nos armarmos de conhecimento e buscarmos o poder de transformá-lo em realidade. Esse é o propósito do livro: munir as pessoas indígenas e não indígenas de conhecimento a fim de que possam compreender os impactos da colonização e trilhar os caminhos para a descolonização, de modo a reparar os erros do passado e vislumbrar, no futuro, uma verdadeira reconciliação. Leia Mais
Percursos. Florianópolis, v.22, n.48, 2021.
Os estudos decoloniais centrados nas filosofias indígenas ameríndias
Editorial
Apresentação do Dossiê
- Apresentação do Dossiê
- Clovis Antonio Brighenti, Rosane Freire Lacerda, Saulo Ferreira Feitosa
Artigos Dossiê
- Do encobrimento da memória e do outro: uma analítica acerca dos relatos da colonização
- Tascieli Feltrin, Natália Lampert Batista, Guilherme Carlos Corrêa
- Un pueblo y una clave para filosofar
- Nancy Lamenza Sholl da Silva, José Luis Victorio Cervantes
- Espelho, espelho meu… a ferida narcísica de um colonialismo falocêntrico
- Aline de Oliveira Rosa
- Filosofia de uma pessoa coletiva
- Paulo Alexandre Marcelino Malafaia
- Interculturalidade, colonialidade e povo Guarani – a busca da Terra sem Males
- Sandra Maders, Valdo Barcelos
- Narrativas savantes construindo os territórios dos povos tradicionais no semiárido alagoano
- Maria Ester Ferreira da Silva Viegas
- Pensamento indígena e conhecimento histórico: reflexões acerca das funções do ensino de história
- Kerollainy Rosa Schütz
- Filosofias indígenas: fractalidade como ferramenta de conhecimentos tradicionais
- Orivaldo Nunes Junior
- Comunidade indígena Fuduwaadunha: vida e convivência na região de Auaris – Terra Indígena Yanomami – Roraima
- Castro Costa da Silva, Maria Bárbara de Magalhães Bethonico
- Entre mundos: a colonialidade no rompimento da barragem de fundão em Mariana/MG. Sentidos e percepções dos Krenak
- Roberta Brangioni Fontes, Andréa Maria Narciso Rocha de Paula
- Entre as (re)existências da cura xamânica na região amazônica e o cientificismo colonial: Um olhar discursivo sobre o silenciamento vivenciado pelos povos originários
- Carolina Pinheiro Barros, Vanessa Silva Sagica
- Pesquisa ação e possibilidades de interculturalidade crítica e decolonização da prática acadêmica: comunidade Kanhgág (Kaingang) Por Fi Ga /RS/Brasil
- Maira Damasceno
- Corpo político e crítica decolonial: a 1ª Marcha das Mulheres Indígenas
- Mariana Wiecko Volkmer de Castilho, Sílvia Guimarães
- Resurgence*: caminhos para descolonização no pensamento de Taiaiake Alfred
- Ana Catarina Zema, Clarisse Drummond, Keyla Pataxó
Resenha
- Resenha do Livro “Whose Land is it anyway: a manual for decolonization
- Ana Catarina Zema
Entrevista
- Mulheres indígenas demarcam as eleições: Entrevista com Márcia Kambeba
- Kena Azevedo Chaves
Artigos Demanda Contínua
- Marco temporal, Supremo Tribunal Federal e direitos dos povos indígenas: um retrocesso anunciado
- Rachel Dantas Libois, Robson José da Silva
- Utopia balneária no Rio Grande do Sul: o mar como refúgio na modernidade
- Joana Carolina Schossler
- O corpo-sujeito, interconexões entre paisagem, assemblage e a rua — um exercício metodológico propositivo
- Bruna da Silva Sassi, Almir Nabozny, Bruna Iara Lorian Chagas
- Urbanismo crianceiro: uma experiência cartográfica que reivindica a dimensão estética das cidades
- Carolina Clasen, Eduardo Rocha
Publicado: 2021-05-21
Masculinity and Danger on the Eighteenth-Century Grand Tour | Sarah Goldsmith (R)
Ensino de História e Tempo Presente | Tempo e Argumento | 2021
História e Memória estão no centro de muitos debates atuais. O interesse pelo passado, expresso em mídias, na teledramaturgia, em temas e títulos de séries e filmes oferecidos pelas plataformas de streaming e em revistas especializadas no trato com o passado, alcança as discussões políticas. Os debates sobre o currículo de História, na Educação Básica e no Ensino Superior, convivem com as disputas por memória1 e com as demandas por outras perspectivas nas abordagens históricas. A rede mundial de computadores tem sido um espaço pródigo em formulações revisionistas que recusam os parâmetros e os procedimentos da pesquisa histórica2.
A História Ensinada ocupa o centro desse debate político, pois, é considerada um espaço poderoso na transmissão de uma compreensão da vida social e de uma narrativa sobre os fatos sociais. Não por acaso, este debate e aquelas disputas e sugestões revisionistas coexistem com os questionamentos sobre a liberdade de ensinar e a defesa de uma Escola livre de ideologias e com manifestações de estranhamento a abordagens relativas à cultura afro-brasileira, às questões de gênero, ao trato da Ditadura Civil-Militar e suas violências e, sobretudo, à crítica abalizada pela crítica histórica. Leia Mais
The Hundred Year´s War on Palestine: A History of Settler Colonial Conquest and Resistance | Rashid Khalidi
A potente introdução de Rashid Khalidi neste livro, intitulado The Hundred Year´s War on Palestine: A History of Settler Colonial Conquest and Resistance, em tradução livre, A Guerra de Cem Anos na Palestina: Uma História de Conquista Colonial e Resistência, demonstra elementos relevantes para a compreensão histórica da Palestina, ao mesmo tempo em que fundamenta questões historiográficas para o estudo da temática. Rashid Ismail Khalidi, palestino nascido em Nova Iorque em 1948, consolida-se como um dos maiores especialistas da área, atualmente ocupante da cadeira de Edward Said, professor da Universidade de Columbia, nos Estados Unidos, na área de Estudos Árabes. Autor de diversos livros e artigos que tratam da construção nacional palestina, Khalidi inova ao propor, como enfatiza, uma produção de pesquisa acadêmica junto às reflexões em primeira pessoa, ao incorporar lembranças de eventos que presenciou, bem como registros materiais, como fotografias e documentos, pertencentes a ele e a sua família. Ao abandonar a impessoalidade da escrita acadêmica, o historiador palestino aproxima o/a leitora/a à compreensão de momentos decisivos da história palestina contemporânea, traçando a importância testemunhal de sua família em diversas situações – como, por exemplo, a troca de correspondências entre seu tio Yusuf Diya al-Din Pasha alKhalidi e Theodore Herzl, fundador do Sionismo. Ao delinear essas relações, no entanto, o autor ressalta que a sua história não é única, mas compartilhada por milhares de palestinos/as.
Do ponto de vista historiográfico, o livro traz novas dimensões ao propor, para cada um dos seis capítulos, o que denomina de pontos de inflexão (turning points), ou eventos, analisando os elementos que considera centrais para a conformação desta temporalidade de acontecimentos nos últimos cem anos da história da Palestina. Seguindo a sua proposta, Khalidi inicia a periodização a partir da Declaração de Balfour, de 1917, situando que este documento marca a delineação, de fato, do futuro Estado de Israel, com apoio da Inglaterra. Nesse sentido, no primeiro capítulo, intitulado The First Declaration of War, 1917-1939, ou A Primeira Declaração de Guerra, 1917-1939, o autor ressalta que na Declaração não há qualquer menção aos termos ‘árabes’ e ‘palestinos’ para se referir à comunidade existente, ainda que esta, naquele momento, fosse de aproximadamente 94% da população total do território (p. 24). Em suma, a Declaração solidificou um discurso que reconhecia apenas a comunidade judaica, concluindo que o não reconhecimento da população nativa esteve na base da política e da ‘questão’ da Palestina, além de concebê-la como amorfa e a-histórica. Leia Mais
I Encontro Cearense de Educação da Matemática | Boletim cearense de educação e história da matemática | 2021
Referências
[I Encontro Cearense de Educação da Matemática]. Boletim cearense de educação e história da matemática. Fortaleza, v.8, n. 23, 2021. Acessar dossiê [DR]
Transversal: International Journal for the Historiography of Science. Belo Horizonte, n.10, 2021.
Wittgenstein and the Sciences: History and Philosophy of Science and Science Education
From the Editors
- Throwing Away the Ladder of Tradition After We Have Climbed up ItOr Must We Imagine Wittgenstein’s Philosophy for Its Own Sake?
- Mauro Condé
Dossiers (Issue-specific topics)
- Getting EmotionalWittgenstein, van Fraassen, and Making Sense of Revolution
- Charles Djordjevic
- The Epistemology of Psychology from a Perspective of Wittgenstein’s Grammatical Analysis
- Mirian Donat
- Paradigm and Objectivity in the SciencesPedagogical Repercussions from a Wittgensteinian Perspective
- Cristiane Gottschalk
- Scientific Representation, Causality and Induction in L. Wittgenstein’s Tractatus
- Eduardo Simões
- Kuhn and WittgensteinThe Paradigm Priority Problem, Relativism and Incommensurability
- Wagner Oliveira
- Science and its GrammarWriting the History of Science through the Lens of the later Wittgenstein
- Mauro Condé
Interviews
- Eduardo Salles de O. Barra
- Eduardo Barra, Veronica Calazans, Mauro L. Condé
Book Reviews
- The Rehabilitation of the Uses of Relativism
- Fernanda Schiavo Nogueira
Published: 2021-06-17
Medieval Welsh Genealogy: An Introduction and Textual Study | Ben Guy (R)
This substantial book does two jobs. It undertakes the first full textual study of Welsh genealogical literature in the Middle Ages, and it provides a new critical edition of the most important texts. In the second of these roles it replaces Peter Bartrum’s Early Welsh Genealogical Tracts (1966), the workhorse on which everyone relied till now. In the first role, however, it has no predecessor. Bartrum offered only a modest commentary and apparatus. That cannot be said of Ben Guy’s book. The task of reviewing this imposing volume calls to mind a certain early Welsh poem in which an inferior warrior takes on the hero, like ‘a shrew that scrabbled against a cliffside.’
Readers may want to know what is so important about genealogy, and also why such basic source criticism is still needed in 2021. Genealogical thinking pervaded medieval Welsh views of the past and there was a dedicated literature of genealogy from a quite early date. There is plenty of material, therefore, and the general shortage of historical sources from early medieval Wales means that genealogies play an outsize role in the reconstruction of the country’s political history. As to why the texts were still in such a deplorable state of confusion, that is a consequence of an abundance of material combined with a shortage of investigators. Few historians have the time or inclination for this work. The astonishingly productive Peter Bartrum was an amateur scholar who worked in his professional life for the Meteorological Office. He has had few emulators, though the name of David Thornton deserves honourable mention, and other historians have dealt with individual problems. As a corpus, however, the earliest Welsh genealogical literature has never been reduced to textual order – until now. Leia Mais
States of Exception in American History | Gary Gerstle e Joel Isaac
O termo “estado de exceção” possui longeva historicidade e tem se tornado cada vez mais recorrente na linguagem contemporânea. Recorre-se a ele frequentemente para se apontar condições da vida política e jurídica atual ressaltando-se um fato ou um processo excepcional que aparenta estar se naturalizando na sociedade. De certo modo, essa perspectiva possui elos com uma noção teórica e prática mais precisa de estado de exceção, mas não se resume a isso. Historicamente, a exceção é o meio pelo qual se busca defender a soberania ameaçada do Estado e de suas instituições, possibilitando, inclusive, a suspensão de alguns direitos e garantias. De tal modo, o estado de exceção está no limiar entre uma crise e práticas duradouras de governo, que podem, em última instância, se tornar ditaduras.
O estado de exceção, contudo, é fruto de um Estado de direito, que formula suas previsões de emergência para os momentos mais críticos de sua comunidade. Logo, ele deve ser uma situação temporária de restrição de direitos e de concentração de poderes. Por conta disso, o estado de exceção é distinto de ditaduras e de Estados totalitários, uma vez que a restrição de direitos e a concentração de poderes são inerentes a essas situações. Leia Mais
A Bailarina da Morte: a gripe espanhola no Brasi | Lilia Moritz Schwarcz e Heloisa Murgel Starling
Difícil imaginar uma época mais propícia do que a que estamos vivendo para o lançamento de um livro sobre uma pandemia. Com A Bailarina da Morte: a gripe espanhola no Brasil (2020), Lilia Moritz Schwarcz e Heloisa Murgel Starling retomam a parceria que produziu Brasil: uma biografia (2015), e apresentam um oportuno estudo sobre um acontecimento de fundamental relevância que evidenciou a profunda desigualdade social brasileira; o negacionismo por parte das autoridades e a falta de organização do Estado no combate à doença. Como se pode notar, são muitos os paralelos que se podem traçar com a tragédia em curso provocada pela covid-19 no Brasil, e obviamente isso não passou desapercebido pelas autoras. Fica claro, portanto, que são recorrentes as vezes em que as duras lições que a História brasileira nos ensina não são aproveitadas.
O livro é dividido em dez capítulos, sendo sete deles dedicados a apresentar um panorama de como as principais capitais brasileiras lidaram com a espanhola. É acompanhado também por diversas imagens que retratam as enfermarias, as autoridades sanitárias, as cidades à época e recortes de jornais com caricaturas, poemas, anúncios de remédios milagrosos e relatos do caos instaurado pela epidemia. Destaca-se que o Brasil era um país acostumado aos surtos epidêmicos, fossem eles ocasionados pela febre amarela, varíola, tuberculose, peste bubônica ou cólera. A então jovem República empreendera um esforço em mitigar tais males, através de expedições científicas nos então pouco desbravados sertões do país. Belisário Pena, Oswaldo Cruz e Carlos Chagas são nomes preponderantes dessa geração. O saneamento das cidades, que à época era sinônimo de ambiciosas reformas urbanas conforme os padrões europeus, expulsou a população dos centros das cidades para áreas afastadas sem as menores condições sanitárias, num verdadeiro “urbanismo de exclusão”. Além do caso notável do Rio de Janeiro, esse processo ocorreu em capitais como Recife, Salvador, Porto Alegre, Belém e Manaus. Leia Mais
A Arte da Guerra | Sun Tzu
Em julho de 2008, Adam Sun (1953-2008) publicava na Revista Piauí uma séria – e muito bem humorada – crítica as inúmeras traduções do livro Sunzi Bingfa 孫子兵法, tradicionalmente vertido para o português como A Arte da Guerra de Sun Tzu (Sun 2008). Adam Sun era chinês de nascença, mas foi criado no Brasil e dominava perfeitamente tanto português como chinês. Ele trabalhou como checador de jornais e revistas como Veja, Época e Piauí, função que tinha por objetivo avaliar a procedência e veracidade de informações, revisar equívocos de cronologia ou de citação e mesmo, se a construção do texto estava clara e conseguia entregar o conteúdo pretendido. Ou seja, Sun era um caçador de Fake News (muito antes delas virarem moda), acidentais ou não, que poderiam frequentar as redações onde trabalhara (Redação da Piauí 2008).
Com essas qualificações em mãos, ele decidiu investigar as centenas de versões do livro Sunzi Bingfa que existiam no mercado, para descobrir que não havia uma sequer que fosse uma tradução direta do chinês. Todas as versões disponíveis eram traduções de traduções, plágios e recriações, na sua maioria feita as pressas e de má qualidade. Um dos maiores sucessos editoriais no Brasil em termos de vendagem, A Arte da Guerra era, na verdade, um problema literário sério, e não podíamos contar com uma versão confiável do mesmo. Leia Mais
Palavras que resistem: censura e promoção literária na ditatura de Getúlio Vargas | Gabriela de Lima Grecco
A Secretaria de Ordem Pública do Rio de Janeiro, em setembro de 2019, por ordem do então prefeito Marcelo Crivella, realizou uma operação na Bienal do Livro com o objetivo de encontrar “material impróprio para crianças e adolescentes”. O livro em questão, uma HQ voltada ao público infantojuvenil, tinha uma cena de beijo gay. Foi a primeira vez que uma ação desse tipo aconteceu no evento, entretanto não foi a primeira vez que a literatura de diferentes estilos foi alvo de censura. Pinochet, no Chile, mandou queimar livros considerados comunistas, e a ditadura civil-militar no Brasil apreendia livros com temática política. Sendo assim, governos autoritários, ou não, utilizam da instituição do Estado para reprimir e censurar a cultura, e Getúlio Vargas, durante o Estado Novo, não foi diferente. É essa temática que a historiadora e letrista Gabriela Grecco apresenta em seu livro Palavras que resistem: censura e promoção literária na ditadura de Getúlio Vargas (1937-1945).
Diversas pesquisas sobre o Departamento de Imprensa e Propaganda (DIP) e a censura realizada durante o Estado Novo estão presentes na historiografia sobre a temática, entretanto a obra em análise vai além disso. Buscando a origem da censura no Brasil, a autora apresenta no seu primeiro capítulo, Censuras antes do Estado Novo, a estruturação da prática ainda no período colonial, assim como salienta que foi entre o período colonial e a emancipação política do Brasil que a liberdade de imprensa surgiu. Contudo, a autora não apresenta somente o período colonial como importante para entender a complexidade da participação da imprensa brasileira. Sob essa perspectiva, passando pelo período Imperial, as Regências, a República, a belle époque, a inauguração da Academia Brasileira de Letras, a política do café com leite, a Assembleia Constituinte de 1933, entre outros momentos significativos para a temática, ela demonstra com uma detalhada pesquisa que a relação entre o Estado e os escritos sempre foi constante. Leia Mais
História regional: convergências entre o local e o global | Carlos Eduardo Zlatic
A História regional tem ocupado as pesquisas acadêmicas de forma muito expressiva. É importante sinalizar que o regionalismo, tão silenciado por visões cada vez mais globalizantes, vem preencher lacunas deixadas por matrizes de pesquisa por vezes superficiais. Por outro lado, ainda é comum na academia a sobreposição entre conceito sobre História regional, História local e até mesmo macro-história. Neste sentido a presente obra vem delimitar muito bem o papel dos estudos em História regional no campo das pesquisas historiográficas. A obra apresentada possui uma organização em cinco capítulos, sendo cada capítulo organizado em subcapítulos. O cerne do livro pode ser percebido já em sua apresentação, quando o autor expõe sua observância no campo teórico-metodológico da História regional, além de buscar identificar análises e olhares voltados para o conceito de região. Neste sentido, para o autor, é importante o foco no estudo das regiões e territórios pois são onde ocorrem as ações dos atores sociais, seus afetos, trabalho e lazer.
A obra não se retém a pensar as regiões e territórios enquanto organizações estáticas, mas também possui a sensibilidade de buscar entender o mundo globalizado e suas fronteiras invisíveis. Para o autor a História regional tem como foco as regionalidades e suas especificidades sociais, políticas e econômicas. É importante perceber as relações diretas entre História regional e contextos mais amplos, como também o papel que a História regional possui no desenvolvimento de estudos globais, colocando em “xeque” visões deterministas. Leia Mais
Locus. Juiz de Fora, v. 27, n.1, 2021.
Dossiê – Visões da História Chinesa
Descrição da edição
- Dossiê: Visões da História Chinesa (Vol. 27, n. 1, 2021);
.Organizadores: André Bueno (Universidade do Estado do Rio de Janeiro) e Bony Schachter (Academia Yuelu, Universidade de Hunan);
.Capa: Vista Chinesa em cartão-postal de 1911. Wikimedia Commons;
.Capa e Concepção gráfica: Dalila Varela Singulane
Editorial
- Locus: em defesa da ciência e da vida
- Leandro Pereira Gonçalves
Apresentação
- Visões da História Chinesa
- Bony Schachter, André Bueno
Dossiê
- Do Reino ao Império da Religião de Salvação Universal: uma história da mudança de paradigmas na China primeva
- John Lagerwey
- pdf (English)
- 1898: O início do fim para a religião chinesa?
- Vincent Goossaert
- Mānī en las márgenes: uma breve história do maniqueísmo no sudeste da China
- Gábor Kósa
- pdf (English)
- Subordinação, separação e autonomia: abordagens protestantes chinesas para a relação entre Religião e Estado
- Lai Pan-Chiu
- Filosofia chinesa contemporânea e a importância das relações de parentesco confucionistas: Li Zehou, tradição xamanista e Relacionalismo (關係 主義)
- Jana S. Rošker
- Entre agulhas e mãos: a “medicina chinesa” no Brasil da década de 1970
- Renata Palandri Sigolo, Luis Fernando Junqueira
- Fontes da História das Ideias Linguísticas na China: as Dinastias Zhou e Han
- Cristiano Mahaut de Barros Barreto
- Para que nos servem os súditos do filho do céu? Raça, miscigenação e branqueamento nos debates sobre a Imigração Chinesa (1850-1890)
- Silvio Cezar de Souza Lima
- Seção Livre
- Os que fracassaram: os candidatos rejeitados pelo Santo Ofício em Minas Gerais Colonial
- Luiz Fernando Rodrigues Lopes
- A Mercantilização do Fruto de Ixcacao: o Cacau do Grão-Pará e o Consumo do Chocolate na Europa (Séculos XVII e XVIII)
- Diego de Cambraia Martins, André Luiz Sales Melo
- Dilemas de fronteira: o tereré, pucheiro e a sopa paraguaia em disputa pela legitimidade no patrimônio cultural douradense
- Marcia Bortoli Uliana
- A casa e o exílio: História, Trabalho e Imigração na literatura
- Antonio de Pádua Bosi, Aparecida Darc de Souza
- Entre deuses e monstros: corpos extraordinários em exibição na América
- Gilmar Rocha
- Quem guardará os guardiões? A segurança pessoal de Hitler e Mussolini e as relações entre partido e Estado nas ditaduras fascistas
- João Fábio Bertonha
- O sequestro dos estádios de futebol: a dimensão simbólica das novas arenas e a guinada antifascista transnacional nas torcidas
- Caio Lucas Morais Pinheiro
- Direitas Revolucionárias no Cone Sul
- Ricardo Antonio Souza Mendes
- Repensando o papel do trabalho político clandestino na luta de libertação de Moçambique, anos 1950s-1970s
- Alda Romão Saúte Saíde
- pdf (English)
- “Onde está a arte do pós-25 de Abril?”: o debate sobre as artes plásticas em Portugal, nas críticas de Egídio Álvaro (Revista de Artes Plásticas) e Rocha de Sousa (Revista Opção)
- Valéria Aparecida Alves
Resenha
- Essa não é apenas mais uma tradução da Arte da Guerra de Sunzi
- Kamila Rosa Czepula
- Teoria e prática dos estados de exceção na história dos Estados Unidos
- Antonio Gasparetto Júnior
- Dominante e subversiva: A literatura na ditadura de Getúlio Vargas (1937-1945)
- Vitória de Almeida Machado
- História regional: possibilidades de pesquisa
- Alexandre Luis de Oliveira
- Uma tragédia esquecida: a gripe espanhola no Brasil
- Gabriel Soares Predebon
Entrevista
- Entrevista com Hu Jiechen (Universidade de Hunan/Academia Yuelu)
- Bony Schachter, André Bueno
Homenagem
- Kristofer Schipper, um taoista entre nós
- Patrice Fava
- pdf (English)
A Bailarina da Morte: a gripe espanhola no Brasil | Lilia Moritz Shwarcz e Heloisa Murgel Starling
Difícil imaginar uma época mais propícia do que a que estamos vivendo para o lançamento de um livro sobre uma pandemia. Com A Bailarina da Morte: a gripe espanhola no Brasil (2020), Lilia Moritz Schwarcz e Heloisa Murgel Starling retomam a parceria que produziu Brasil: uma biografia (2015), e apresentam um oportuno estudo sobre um acontecimento de fundamental relevância que evidenciou a profunda desigualdade social brasileira; o negacionismo por parte das autoridades e a falta de organização do Estado no combate à doença. Como se pode notar, são muitos os paralelos que se podem traçar com a tragédia em curso provocada pela covid-19 no Brasil, e obviamente isso não passou desapercebido pelas autoras. Fica claro, portanto, que são recorrentes as vezes em que as duras lições que a História brasileira nos ensina não são aproveitadas. Leia Mais
A Arte da Guerra | Sun Tzu
Em julho de 2008, Adam Sun (1953-2008) publicava na Revista Piauí uma séria – e muito bem humorada – crítica as inúmeras traduções do livro Sunzi Bingfa 孫子兵法, tradicionalmente vertido para o português como A Arte da Guerra de Sun Tzu (Sun 2008). Adam Sun era chinês de nascença, mas foi criado no Brasil e dominava perfeitamente tanto português como chinês. Ele trabalhou como checador de jornais e revistas como Veja, Época e Piauí, função que tinha por objetivo avaliar a procedência e veracidade de informações, revisar equívocos de cronologia ou de citação e mesmo, se a construção do texto estava clara e conseguia entregar o conteúdo pretendido. Ou seja, Sun era um caçador de Fake News (muito antes delas virarem moda), acidentais ou não, que poderiam frequentar as redações onde trabalhara (Redação da Piauí 2008).
Com essas qualificações em mãos, ele decidiu investigar as centenas de versões do livro Sunzi Bingfa que existiam no mercado, para descobrir que não havia uma sequer que fosse uma tradução direta do chinês. Todas as versões disponíveis eram traduções de traduções, plágios e recriações, na sua maioria feita as pressas e de má qualidade. Um dos maiores sucessos editoriais no Brasil em termos de vendagem, A Arte da Guerra era, na verdade, um problema literário sério, e não podíamos contar com uma versão confiável do mesmo. Leia Mais
Quinto Sol – Revista de História. Santa Rosa, v.25, n.2, 2021.
mayo / agosto
Fotografía de tapa: Juan Bautista Antriao, Carmen Rail y descendencia. Costa del Lago Nahuel Huapi, Argentina, década de 1930, Archivos del Sur. Extraído de Historias de las familias mapuche Lof Paichil Antriao y Lof Quintriqueo. Mapuche de la margen norte del lago Nahuel Huapi, 2010, p. 175). Gentileza Sabrina Aguirre.
ARTÍCULOS
- La educación cívica en el contexto latinoamericano: el caso de Chile y los textos de urbanidad (s. XIX)
- Raquel Soaje de Elías, Manuel Salas Fernández
- HTML
- Los contornos federales de la soberanía popular. La reforma electoral de Sáenz Peña y los ciudadanos de los Territorios Nacionales
- Lisandro Gallucci
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- De la “extinción” a las “comunidades nuevas”. Reconstitución comunitaria indígena: Paicil Antriao y Campo Maripe (Neuquén)
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- Malvinas: diseño y experiencias de un regreso. El Centro de Recuperación del Personal de la Fuerza (junio-julio 1982)
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- Ideas en transición. El trabajo de las cientistas sociales asociadas al Centro de Estudios de Estado y Sociedad (1983-1990)
- Claudia Alejandra Maldonado Salazar
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DEBATES, ENSAYOS Y COMUNICACIONES
- “El Estado a veces hace políticas que se contradicen entre sí”. Las políticas públicas cooperativas, 2008-2015). Una entrevista a Mario Lattuada
- Rocío Poggetti
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RESEÑAS
- Daniele Menozzi. Iglesia y derechos humanos. Ley natural y modernidad política, de la Revolución francesa hasta nuestros días
- Eric Morales Schmuker
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- María Cristina Ockier. Fortineras, mujeres en las fronteras. Ejércitos, guerras y género en el siglo XIX
- Estrella Belén Iaconis Serraino
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- Leandro Losada. Maquiavelo en la Argentina. Usos y lecturas, 1830-1940
- Agustina Rayes
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PUBLICADO: 2021-05-10
Didática no cárcere II: entender a natureza para entender o ser humano e o seu mundo | Roberto da Silva (R)
A obra Didática no cárcere II: entender a natureza para entender o ser humano e o seu mundo foi organizada por Roberto da Silva e publicada, em 2018, pela Editora Giostri. Resulta de um processo coletivo de produção de conhecimento, que se iniciou com uma versão experimental de 2017, com tiragem limitada aos profissionais envolvidos – cujo contexto se relaciona a processo formativo desencadeado pela Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (FE-USP) em parceria com a Diretoria Regional de Ensino Centro-Oeste da Secretaria da Educação do Estado de São Paulo.
A obra pauta-se no desafio de elaborar uma proposta metodológica destinada à educação nos espaços de privação de liberdade. É publicada após experimentação em salas de aula de unidades prisionais e de centros de internação de adolescentes em medida socioeducativa, resultando de uma experiência que envolveu cerca de cem profissionais da educação em doze meses de trabalho.
Esse processo iniciou-se no âmbito de um curso de aperfeiçoamento voltado a professores da rede estadual que atuavam em unidades do entorno do Campus Butantã, na capital paulista, onde se situa a FE-USP[1]. Destinou-se a oferecer conteúdos atualizados, bem como promover trocas de experiências e atividades em grupo voltadas à autoria coletiva, que refletissem cada componente teórico e suas didáticas, desdobrando-se em matrizes de aprendizagem.
O autor organizador da obra, cuja trajetória pessoal e profissional é diretamente relacionada à privação de liberdade, com vasta experiência, é doutor em Educação e lidera o Grupo de Estudos e Pesquisas sobre Educação em Regimes de Privação de Liberdade na FE-USP. Presidiu o referido curso, onde agregou pesquisadores e profissionais da educação básica e superior.
O título do livro, por si, levanta questões que se relacionam a inquietações decorrentes da prática docente e da pesquisa na área, sobretudo a partir da publicação, em 2010, das Diretrizes Nacionais para a oferta de educação para jovens e adultos em situação de privação de liberdade pelo Conselho Nacional de Educação. Apesar do avanço normativo e da pretensa indução de políticas públicas, há limitantes estruturais e operacionais nesses espaços que incidem na prática educativa, razão pela qual há um desafio permanente que paira sobre o trabalho educacional. Diante disso, a obra aponta caminhos possíveis, com metodologias que incluem formas de se organizar e articular os componentes curriculares nas áreas do conhecimento, considerando-se as experiências prévias dos estudantes, bem como as peculiaridades do contexto.
O livro tem três partes. A primeira contextualiza a proposta pedagógica para docência em regimes de privação de liberdade, o perfil de escolaridade de jovens e adultos em privação de liberdade, além da fundamentação legal sobre o tema. A segunda parte reflete os marcos teóricos e metodológicos da proposta, pautados no universo, na natureza e no ser humano como matrizes de aprendizagem. A partir disso, são elaborados esquemas de análise e interpretação do ser humano e de mapas conceituais por área, em que os componentes teóricos e didáticos são refletidos, culminando nos processos de avaliação de competências e habilidades. Por fim, a terceira parte descreve o processo de criação coletiva, que em uma polifonia de vozes se encerra em relatos de experiências dos profissionais da educação participantes do curso e da elaboração da proposta.
Os fundamentos da proposta pedagógica remontam as categorias ontológicas e biológicas da aprendizagem humana, cuja “didática no cárcere” é pensada em torno da natureza. Referencia-se nos marcos da Pedagogia Social, cuja compreensão do processo educacional, da construção do conhecimento e da educação ao longo da vida é mais relevante que dominar códigos ou técnicas.
Considerando o contexto da privação de liberdade e o perfil das pessoas encarceradas – majoritariamente jovem, negro e com escolaridade básica incompleta – argumenta-se que é possível contribuir para o desenvolvimento das habilidades e competências sociais e socioemocionais, a partir da associação da dinâmica da vida natural e humana. Opta-se por uma abordagem que se traduza em múltiplas alfabetizações e que possibilite ao sujeito compreender a dinâmica da vida em suas variadas manifestações, isto é, exploram-se as leis naturais, as formas de organização e complexificação das plantas, animais e da sociedade. Entende-se que, assim, o sujeito poderá compreender o sentido e a singularidade da vida humana no contexto do mundo em que vive.
Portanto, a proposta parte da própria origem da vida, em que o humano se insere e decorre, para construir as bases matriciais de aprendizagem e fundamentar as competências e habilidades que comporão escolhas metodológicas suficientemente flexíveis, transversais e contextualizadas, dadas as peculiaridades da educação no espaço prisional – por exemplo, a rotatividade de alunos e as restrições de uso de alguns materiais.
A construção das matrizes de aprendizagem, por área do conhecimento, tem início em pressupostos do processo de compreensão do mundo natural. Por exemplo: a ideia de reinos na natureza e do átomo como partícula básica para a organização das moléculas, das quais originam todos os seres e suas diferenciações. São utilizadas palavras-chave das ciências da natureza, das quais decorrem conceitos e estruturas, para delinear as matrizes e se chegar às ciências humanas e sociais, matemática, linguagens e suas tecnologias. Isso explicaria o subtítulo da obra, “entender a natureza para entender o ser humano e seu mundo”.
Ao discutir possibilidades epistemológicas, a obra sinaliza que é possível inferir formas de pensar e agir e apresenta um quadro elucidativo dos esquemas de análise e interpretação do ser humano, composto por forma de pensar (exemplo: marxista), categorias de análise (explorador/explorado), gradiente de comportamentos e atitudes (contestação) e formas de solução (revolução).
Ainda, discutem-se componentes avaliativos que valorizam habilidades e competências sociais, com destaque para os saberes construídos no mundo do trabalho e da vida. Busca-se exaltar as trajetórias singulares de vida e seus percursos (biológicos, cognitivos e sociais), em estreita consonância com a perspectiva da educação ao longo da vida, que implica uma visão ampliada de aprendizagens nos diversos espaços e tempos – escolares e não escolares.
Quanto às contribuições do livro para a área, é preciso considerar que, após a garantia do direito à educação das pessoas em privação de liberdade no Brasil, novas questões emergiram, com ênfase em práticas e pesquisas direcionadas à implementação de políticas pelo Estado e à prática docente. Verifica-se que a maior parte das publicações relaciona-se ao campo das políticas públicas, dos estudos de caso, das experiências das redes de ensino e do estudo de representações de estudantes, docentes e gestores[2]. Apenas mais recentemente, fundamentos epistemológicos e metodológicos têm se apresentado, representando ainda um campo fronteiriço e em crescente discussão na educação[3]. Assim, na ausência de materiais didáticos e de pesquisas sobre metodologias de ensino voltadas aos contextos de privação de liberdade, a prática docente segue, em geral, caminhos entre a adaptação de materiais disponíveis e o planejamento individual.
Demonstra-se, na obra, um esforço em produzir um material que reúna um conhecimento relevante do ponto de vista teórico-metodológico – enfaticamente para e por docentes. Fica evidente o engajamento em agregar diferentes atores ligados à área, com destaque para a construção da obra no âmbito de um curso que indica a salutar complementaridade entre educação básica e superior e a imprescindível polifonia de vozes na educação.
Destarte, sua relevância assenta-se não apenas na apresentação de uma proposta pedagógica específica, mas no processo de elaboração coletiva de metodologias e abordagens avaliativas que levem em conta os sujeitos e o contexto do ensino. Em particular, vale destacar que os esquemas apresentados no livro para a construção de mapas conceituais das áreas do conhecimento, com indicação gráfica de temas e questões pedagógicas de cada área, representam um contributo valoroso à comunicação, à síntese e à reflexão conceitual no âmbito da organização didática.
Notas
1. Trata-se do curso Docência em Regimes de Privação de Liberdade, ofertado em 2017. Disponível em: https://uspdigital.usp.br/apolo/apoObterCurso?cod_curso=480200003&cod_edicao=16001&numseqofeedi=1. Acesso em: 15 mar. 2020.
2. Publicações na área da Educação, após vigência das Diretrizes Nacionais, focam nos desafios e nas perspectivas para a política de educação em prisões. Nesse sentido, os dossiês temáticos publicados pela Revista Em Aberto, do INEP “Educação em Prisões”, em 2012 (disponível em: http://portal.inep.gov.br/documents/186968/485895/Educa%C3%A7%C3%A3o+em+pris%C3%B5es/8b4d6cb0-12db-4ad8-87fc-47e7c52a6153?version=1.3, acesso em: 12 mar. 2020), pela revista Educação e Realidade, da UFRGS, em 2013 (disponível em: https://seer.ufrgs.br/educacaoerealidade/issue/view/2030, acesso em: 20 mar. 2020) e pela revista Cadernos Cedes da UNICAMP “Educação, Escolarização e Trabalho em prisões” em 2016 (disponível em: https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101-32622016000100001, acesso em: 02 abr. 2019).
3. Nesse sentido, o artigo “Fundamentos epistemológicos para uma EJA prisional no Brasil”, de Roberto da Silva, na Revista Brasileira de Execução Penal, v. 1, n. 1, 2020. Disponível em: https://rbepdepen.mj.gov.br/index.php/RBEP/article/view/49. Acesso em: 30 abr. 2020.
Referências
SILVA, R. (org.). Didática no cárcere: entender a natureza para entender o ser humano e o seu mundo. São Paulo: Giostri, 2017. [ Links ]
SILVA, R. (org.). Didática no cárcere II: entender a natureza para entender o ser humano e o seu mundo. São Paulo: Giostri , 2018. [ Links ]
Carolina Bessa Ferreira de Oliveira – Doutora em educação pela Universidade de São Paulo (USP). Professora da Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB). E-mail: cbessafo@gmail.com
SILVA, Roberto da. Didática no cárcere II: entender a natureza para entender o ser humano e o seu mundo. São Paulo: Giostri, 2018. Resenha de: OLIVEIRA, Carolina Bessa Ferreira de. Revista Brasileira de Educação. Rio de Janeiro, v.26, maio. 2021. Acessar publicação original [IF].
Cultura visual e construções de gênero | História Debates e Tendências | 2021
Mas, para sabê-lo, para senti-lo, é preciso atrever- se, é preciso acercar o rosto à cinza. E soprar suavemente para que a brasa, sob as cinzas, volte a emitir seu calor, seu resplendor, seu perigo. Como se, da imagem cinza, elevara-se uma voz: “Não vês que ardo?”
Georges Didi-Huberman
Neste número da revista História: debates e tendências, apresentamos o dossiê “Cultura visual e construções de gênero”, reunindo artigos que contemplam a intersecção entre estudos de gênero e visualidades em diferentes contextos de historicidades. Laçando mão de inúmeras tipologias de indícios (BURKE, 2004) visuais, especialistas abordam o tema a partir da fotografia, da história em quadrinhos, do cinema e das fontes literárias como meios para entender processos sociais pretéritos e contemporâneos, problematizando as formas como se inscrevem, se materializam e se naturalizam os indicadores de gêneros e sexualidades na cultura visual. Leia Mais
História, Debates e Tendências. Passo Fundo, v. 21, n. 2, 2021.
Dossiê: Cultura visual e construções de gênero
Editorial
- Editorial
- Patricia A. Fogelman, Jacqueline Ahlert | PDF | PDF (Español (España)) | PDF (English)
Dossiê
- Construção sígnica da masculinidade e laços de homossociabilidade nos quadrinhos
- Mariela Alejandra Acevedo | PDF (Español (España))
- A pequena história da mulher que foi para a casa da morte e sobreviveu para contar as suas memórias:Inês Etienne Romeu a testemunha ocular dos horrores da tortura na Ditadura Militar Brasileira
- Ivo dos Santos Canabarro | PDF
- Movimentos Sociais de Mulheres:memórias, redes e imagens
- Mariana Esteves de Oliveira | PDF
- A Construção Histórica do Gênero Feminino na Narrativa Fílmica de “Desmundo”
- Gustavo Batista Gregio, Sandra de Cássia Araújo Pelegrini | PDF
- “Por que me fust’ enganar, Santa María, pois en ti fïava”?:casamento, corpo e virgindade em um relato castelhano medieval
- Guilherme Antunes Junior | PDF
- Contextos, histórias e mulheres:a formação dos cânones literários no Brasil
- Carlos Eduardo Millen Grosso | PDF
Artigos Livres
- Harlem Renaissance:“Morrer para nascer e escrever a partir de si”
- João Gabriel do Nascimento Nganga | PDF
- Quem acolhe o menor, a mim acolhe:a campanha da fraternidade de 1987 e a mobilização da Igreja Católica em prol da infância pobre e abandonada
- Elisangela da Silva Machieski | PDF
- El O “contratista” de vinhas e frutas em Mendoza, Argentina:a luta pelo reconhecimento da identidade trabalhadora
- Juan Manuel Cerdá, Eunice Sueli Nodari | PDF (Español (España))
Fontes Comentadas
- Estigmas à imagem pública: registros da violência de gênero nos papéis da Inquisição portuguesa
- Luiz Fernando Rodrigues Lopes | PDF
Publicado: 2021-05-07
Antígona. Porto Nacional, v.1, n.1, 2021.
Classes, identidades e territórios: questões e debates.
Editorial
Artigos
- BAUDELAIRE CRÍTICO DA SOCIEDADE MODERNA: LEITORES.
- MARCOS DE MENEZES
- DA GUERRA JUSTA AO IMPÉRIO CRISTÃO: JUAN GINÉS DE SEPÚLVEDA, BARTOLOMÉ DE LAS CASAS E A TEOLOGIA POLÍTICA
- Gabriel Cardoso Bom, Wedster Felipe Martins Sabino
- ANÁLISE DOS INDICATIVOS EDUCACIONAIS DA ESCOLA MUNICIPAL CORONEL LINO SAMPAIO
- Renata Klicia Mendes Caetano de Souza
- AS EXPERIÊNCIAS IDENTITÁRIAS E TERRITORIAIS DOS AFRO-BRASILEIROS NOS QUILOMBOS RURAIS E URBANOS DE MINAS GERAIS
- Pedro Barbosa
- HISTÓRIA E MEMÓRIA DA COLONIZAÇÃO DIRIGIDA: OS TRABALHADORES RURAIS E SUAS IDENTIDADES
- Filipe Menezes Soares
- DE 120 A 8 BAIXOS: HISTÓRIA E MEMÓRIA NA NARRATIVA MUSICAL/BI-OGRÁFICA DE LUIZ GONZAGA DE 1930 A 1946.
- Mariana De Melo de Souza
Publicado: 2021-05-06
The Red International of Labour Unions (RILU) 1920 – 1937 | Reiner Tosstorf
A obra Red International of Labor Unions (RILU) 1920-1937, de Reiner Tosstorff, é o maior esforço analítico conhecido, até agora, sobre a Internacional Sindical Vermelha (ISV), a chamada Profintern. Bastante ignorada, mesmo pelo público especializado no Brasil, a Profintern foi uma das maiores organizações subsidiárias da Internacional Comunista (Comintern). Fundada em 1921, colocada em serviço efetivo em 1922 e dissolvida em 1937, a ISV retratada por Tosstorff é parte também de um gigantesco esforço transnacional.
O livro está dividido em nove capítulos e é resultado de trabalho realizado para obtenção da livre-docência. Publicado inicialmente em alemão em 2004, o trabalho monumental terminou traduzido e publicado nos Estados Unidos em 2016 em um calhamaço de quase mil páginas. A quantidade de páginas, neste caso, é virtude. Não teria sido possível dispor ao leitor tantas minúcias de labor de pesquisa em menos páginas. Leia Mais
Governo Bolsonaro: neofascismo e autocracia burguesa no Brasil | Marcelo Badaró Mattos
Marcelo Badaró Mattos é professor titular do Departamento de História da Universidade Federal Fluminense (UFF), pelo qual se doutorou. Trata-se de um dos mais importantes historiadores marxistas do país na atualidade, devido principalmente as suas contribuições à História social do trabalho, como o clássico Novos e Velhos Sindicalismos no Rio de Janeiro (1955/1988).2 Não obstante, tem trabalhos relevantes para o entendimento da teoria marxista e da História do tempo presente, campo ao qual pertence o livro Governo Bolsonaro: neofascismo e autocracia burguesa no Brasil, publicado em 2020. Nesse mais recente estudo, o pesquisador tem como objetivo analisar fenômeno político da chegada de Jair Bolsonaro à presidência da República, tentando entender o caráter de seu governo e o seu papel na dinâmica da luta de classes no Brasil de hoje. O seu método consiste na busca de comparações entre o quadro atual e os fascismos históricos, o que o levou também a refletir sobre a nossa trajetória histórica desde o século XX, para o melhor entendimento do processo político brasileiro atual.
Antes de se debruçar especificamente sobre o governo Bolsonaro, autor inicia o primeiro capítulo, intitulado “Fascismos”, com as reflexões realizadas pelos militantes revolucionários que viveram os anos 1920 e 1930 e, portanto, estavam comprometidos com o combate a esses fenômenos políticos. Assim, mostra que Leon Trotsky, Clara Zetkin e Antonio Gramsci apresentaram análises concordantes quanto à existência: de um contexto marcado pela crise política (na dimensão da dominação de classe) e econômica (em nível internacional) que favoreceu a eclosão de tais movimentos; de uma base social de massas composta pela pequena burguesia e por assalariados médios, que contou ainda com a presença de setores do proletariado, apesar de os regimes políticos implantados beneficiarem o grande capital; de um sentido de classe visto também na violência e no terror exercidos contra as organizações dos trabalhadores; de um recuo dessas entidades diante das possibilidades objetivas de revolução, o que estimulou a adesão da pequena burguesia à ação contrarrevolucionária burguesa; e de uma complacência de setores do Estado precedente com os fascistas, notadamente, a polícia e o judiciário. De forma geral, também são coincidentes as recomendações no sentido da adoção de uma linha política de frente única para enfrentar essa ameaça aos operários (p. 12-41). Leia Mais
História do marxismo no Brasil | História & Luta de Classes | 2021
A corrente de ação e pensamento tributária à longa trajetória política e intelectual de Karl Marx e Friedrich Engels, desenvolvida por uma miríade de revolucionárias e revolucionários sob a sua inspiração, incorporada em diferentes organizações e reverberando em teorizações nos mais distintos campos, tem como uma de suas marcas a ampla difusão global. A circulação do marxismo acompanhou o próprio espraiar da sociedade burguesa: ao invadir todos os espaços do globo, não apenas a burguesia cria um mundo à sua imagem e semelhança, mas também desenvolve “um intercâmbio universal e uma universal interdependência das nações. E isso se refere tanto à produção material como à produção intelectual. As criações intelectuais de uma nação tornam-se patrimônio comum”1. Neste sentido, não é de estranhar que a ampliação das comunicações e migrações para a América tenha sido acompanhada de uma série de ideias radicais críticas que, enraizando-se no solo local, inspiraram a classe trabalhadora a não apenas pensar a sua inserção e situação em um mundo cada vez mais integrado pelo capital, mas também propor como superá-las.
Objeto assim longevo, a história do marxismo no Brasil não é tema novo na historiografia nacional. Esforços para a sua elaboração remontam às iniciativas de militantes diretamente envolvidos na formação da própria tradição marxista brasileira. É o caso de Astrojildo Pereira, um dos fundadores do PCB em 1922, que décadas após, já um experimentado quadro, narraria a trajetória da imprensa operária nos primeiros anos do século2. Discutir imprensa política é discutir esforço de organização a partir da circulação de ideias e da iniciativa de agitação e propaganda. É evidenciar como se trata de dar carne a um corpo de ideias, ou seja, tratar da própria constituição de um marxismo no Brasil e brasileiro. Leia Mais
Visões da História Chinesa | Locus | 2021
Tendo como motivo o 120º aniversário da imigração chinesa para o Brasil, esta revista convidou famosos sinólogos americanos, europeus e chineses, bem como estudiosos brasileiros engajados no estudo das relações sino-brasileiras para, por meio de uma coletânea de textos acadêmicos, comemorar esta ocasião auspiciosa. Esta publicação possui dois objetivos. O primeiro é parabenizar os chineses que vivem no Brasil e os brasileiros de origem chinesa. Por mais de 100 anos, os chineses vem enriquecendo vários aspectos da vida e cultura brasileiras. Os imigrantes chineses e seus descendentes brasileiros fizeram contribuições extraordinárias em termos de comércio sino-brasileiro, intercâmbios culturais, formação acadêmica e até cooperação política. Por exemplo, como Renata Palandri Sigolo e Luis Fernando Bernardi Junqueira apontam em “Entre agulhas e mãos: a ‘medicina chinesa’ no Brasil da década de 1970”, os imigrantes chineses que vieram para o Brasil desempenharam um papel crucial na divulgação da cultura da medicina chinesa. O segundo objetivo desta publicação é promover o interesse e a compreensão do povo brasileiro pela história, cultura, língua, religião e política chinesas. Embora a China seja o maior parceiro comercial do Brasil, a sinologia brasileira ainda está em sua infância. Diante da ascensão política, econômica e cultura da China, tanto os países ricos da Europa, e da América do Norte quanto o Brasil, que desempenha um papel de liderança na América Latina, precisam produzir um conhecimento acadêmico mais preciso e objetivo sobre a história e a cultura chinesas. Este é, sem dúvida, um conhecimento indispensável para pessoas envolvidas na política, comércio e empreendimentos culturais em alto nível. Leia Mais
Anuario del Instituto de Historia Argentina. Buenos Aires, v.21, n.1, mayo, 2021.
Artículos
Entre el acercamiento y la desconfianza. La radio en la revista Caras y Caretas en la década de 1930
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- Simonetto, Patricio (2019) El dinero no es todo. Compra y venta de sexo en la Argentina del siglo XX. Buenos Aires,Biblos
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- Norando, Verónica (2020) Rojas. Clase, género y militancia comunista (1936-1946), Buenos Aires: Imago Mundi
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- La cuestión Malvinas en la Argentina del siglo XX. Una historia social y cultural.
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- “Lo que el capital se llevó”: fábricas cerradas, memoria e historia reciente
- Mirta Lobato
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Publicado: 2021-05-03
Tempo | Niterói, v.27, n.1, jan./abr. 2021.
Volume: 27, Número: 1, Publicado: 2021
Artigo
- Um planejamento ortogonal guliveriano: uma leitura modular da Túrio do período clássico |Peixoto, Renan Falcheti; Florenzano, Maria Beatriz Borba
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- Visão sobre a escravidão nos tratados médicos dedicados às doenças dos escravos no império colonial português: o caso do Brasil entre 1735 e 1801 | Eugenio, Alisson | Resumo: EN PT | Texto: PT | PDF: PT
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- “Da seringa ao chá”: Uma História de Mestres e Padrinhos na Amazônia brasileira | Lira, Wagner Lins | Resumo: EN PT | Texto: PT | PDF: PT
Dossiê – Lugares de memória e de consciência na América Latina
- Marcas territoriais do passado autoritário: lugares de memória e de consciência na América Latina | Quadrat, Samantha Viz; Silva, Izabel Pimentel da | Resumo: EN PT | Texto: PT | PDF: PT
- A Fortaleza de São José de Macapá: nos rastros das memórias das prisões e torturas (1964-1973) | Silva, Maura Leal da; Camilo, Janaína Valéria Pinto | Resumo: EN PT | Texto: PT | PDF: PT
- Lugares de memória da ditadura: disputas e agenciamentos nos processos de construção do 1o BIB Barra Mansa (Rio de Janeiro) e da Casa Marighella -Salvador (Bahia) | Estevez, Alejandra Magalhães; Almeida, Priscila Cabral | Resumo: EN PT | Texto: PT | PDF: PT
- ‘Brasil-grande, estádios gigantescos’: toponímia dos estádios públicos da ditadura civil-militar brasileira e os discursos de reconciliação, 1964-1985 | Malaia, João Manuel Casquinha; Fortes, Rafael | Resumo: EN PT | Texto: PT | PDF: PT
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- Reflexiones en torno a los sitios de memoria en Uruguay: las demarcaciones del paisaje repressivo | Scaraffuni, Luciana | Resumo: ES PT | Texto: ES | PDF: ES
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Historia y Espacio. Cali, v.17, n.56, 2021.
IGLESIA, RELIGIÓN E INDEPENDENCIAS EN HISPANOAMÉRICA
Iglesia, religión e independencias en Hispanoamérica
Historia y Espacio. Cali, v.17, n.56, 2021
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- Bernard Lavallé (dir.). Los virreinatos de Nueva España y del Perú (1680-1740.
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- Parada, Alejandro E. Lectura y contralectura en la Historia de la Lectura. Villa María, Córdoba: Eduvim, 2019, 117 p.
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Publicado: 2021-06-03
Renaissance italienne et architecture au XIXe siècle. Interprétations et restitutions | Antonio Brucculeri e Sabine Frommel
Os múltiplos pontos de vista das vinte e duas contribuições (em francês, inglês e italiano) reunidas nessa obra coletiva referem-se, especificamente, à construção do conceito de Renascimento e à sua recepção no século 19, sobretudo na arquitetura, cobrindo também pesquisas relacionadas à história da arte, história do patrimônio, historiografia artística, história do colecionismo, história da edição e da fotografia, e história literária, acompanhadas de um caderno com 185 imagens em pb. Cruzando enfoques interdisciplinares os autores buscam renovar as perspectivas de análise consagradas na rica historiografia sobre a noção de Renascença e a problematizar situações, estudos de caso, enfoques monográficos, releituras de artistas e arquitetos, em torno do interesse pelo renascimento italiano ao longo do oitocentos em vários países. Leia Mais
Fundamentos de morfologia urbana | Stêl de Alvarenga Pereira Costa e Maria Manoela Gimmler Neto
Fundamentos de morfologia urbana, publicado em 2015 e reimpresso em 2017, apresenta noções gerais para os estudos de morfologia urbana, tratando-a como uma ciência que estuda a forma física, edificada das cidades, mas também os processos que a transformam. De maneira minuciosa, o livro enfatiza as linhas conceituais trabalhadas pelas Escolas de Morfologia Urbana Inglesa e Italiana. E, além delas, aponta alguns dos principais grupos e linhas de atuação na área. Destinado a estudantes, profissionais e pesquisadores ligados ao assunto, torna-se uma referência importante para situar os interessados nas possibilidades de abordagem e indicar os locais em que elas se concentram.
A autoria é da professora mineira Staël de Alvarenga Pereira Costa e de Maria Manoela Gimmler Nettto, sua orientanda de doutorado. Costa tem se destacado por sua contribuição para os estudos da Morfologia Urbana no Brasil, com atividades de docência e pesquisa. Na década de 1980, cursou o Mestrado do Centro Integrado de Desenho Urbano da Oxford Politécnica, atual Oxford Brookes University, juntamente com outros estudantes latino-americanos, sob orientação do professor britânico Ivor Samuels. No prefácio do livro, Samuels declara que a participação desses estudantes foi de grande valia para ampliação do estudo da forma urbana em Oxford à época. Segundo ele, até então, havia pouco contato entre os mundos acadêmicos dos geógrafos e arquitetos e urbanistas. Leia Mais
Tempos de Pandemia | Estudos Históricos | 2021 (D)
Pexels | Imagem: Juliana Vitoria – Reprodução |
Este número da Revista Estudos Históricos é marcado especialmente pela contemporaneidade e interdisciplinaridade de seus artigos. A ideia do dossiê Tempos de pandemia surge pela urgência de debates e análises científicas promovidos em diferentes áreas com o advento da pandemia de COVID-19, decretada mundialmente no dia 11 de março de 2020. Como resultado, temos uma edição robusta, composta de trabalhos com pontos de vista metodológico e temático diversos.
Como linha comum dos artigos, observamos o debate sobre o tempo em diferentes perspectivas. A própria edição deste número pressupõe uma reflexão sobre tempo, na medida em que reunimos nesse conjunto incursões acadêmicas desenvolvidas no auge da pandemia, no seio de seus acontecimentos. Encontramo-nos, ainda, sem respostas concretas e objetivas sobre o curso desse longo processo. Reflexões sobre o tempo histórico e sobre a produção de pesquisas científicas pela ótica dinâmica do momento histórico são fruto de debates e discussões de longa data.
O tempo social, como proposto por Fernand Braudel (1949), pode ser dividido metodologicamente em três momentos: média, curta e longa duração. O exercício de pesquisa deve, sempre, levar em consideração a construção e o recorte temáticos nessas três perspectivas, que caracterizam o tempo múltiplo, compondo as principais características do tempo social.
Em suma, temos a longa duração como o âmbito das estruturas, a média duração como o tempo das conjunturas e a curta duração como a medida da atualidade, da vida do dia a dia. Os artigos que compõem este dossiê sobre a pandemia, acontecimento histórico contemporâneo, assim como as pesquisas e as autorias, pode dar uma primeira impressão equivocada. O distanciamento analítico na área das ciências humanas, há tempos colocado como essencial para o desenvolvimento de pesquisas científicas, caiu por tese há algumas décadas, especialmente com a eclosão do campo da história do tempo presente.
Nesse bojo, temos a proposição do tempo histórico de Reinhart Koselleck (2014), o tempo estratificado, formado por diferentes camadas de tempo, independentes e interdependentes entre si, proporcionando a base reflexiva de continuidades e rupturas de processos históricos. A proposta de Koselleck subsidia as análises do tempo presente com base no entendimento desses processos como constructos sociais inter-relacionados, proporcionando a base analítica da compreensão de eventos contemporâneos por seus cientistas sociais.
O coletivo de reflexões analisa em sua complexidade questões estruturais como as desigualdades sociais da sociedade contemporânea, refletindo diretamente no acesso à educação e à saúde no Brasil e no mundo. Nesse conjunto, encontramos reflexões de longa duração com perspectivas históricas, demonstrando os impactos políticos e sociais da gripe espanhola de 1918 na sociedade, o processo de exclusão digital de setores sociais e seus impactos na educação à distância e a questão da aprendizagem, bem como os muros epidemiológicos construídos ao longo de décadas.
Encontramos também análises estruturais sobre as democracias latino-americanas e sobre os Estados Unidos, o impacto econômico em populações historicamente em situação de vulnerabilidade, apontando as continuidades de um processo histórico estrondosamente desigual. Ainda pensando na perspectiva da longa duração, vemos a construção da memória social ao longo dos anos e os desafios enfrentados pela gestão e recuperação de documentos produzidos em meio digital. Análises sobre a estrutura midiática brasileira e as fronteiras entre o público e o privado, a construção social de contextos afrorreligiosos e suas nuances políticas, a utilização midiática para defesa de pautas específicas e práticas culturais de uma sociedade em isolamento compõem o tempo histórico de longa duração presente neste dossiê.
No contexto de média duração, no tempo das conjunturas, podemos inferir importantes recortes com elementos de continuidades e rupturas subsidiando o estudo do tempo presente. Envolvendo elementos como os citados no contexto de longa duração, observamos o recorte analítico de média duração no que diz respeito à compreensão conjuntural dos temas em questão. Como linha comum aos artigos, observamos a reconstrução de contextos históricos anteriores à pandemia de COVID-19, buscando alinhar as expectativas de análise políticas, econômicas e culturais na camada mais ampla do tempo histórico a fim de reconhecer os aspectos atingidos pelo momento atual. A preocupação com o contexto histórico conjuntural é inerente e presente em todas as análises, independentemente do tema trabalhado. Ainda que pareçam temáticas bastante diferentes, os textos aqui reunidos nos permitem traçar um quadro conjuntural de extrema qualidade para compreender o advento histórico da pandemia, nosso elemento de curta duração.
Nesse ponto, vemos detalhadamente o recorte mais específico dos artigos. Em grande parte, o ano de 2020 atua como medida da atualidade. Seja no debate acerca de questões educacionais como nos artigos “Direito ou privilégio? Desigualdades digitais, pandemia e os desafios de uma escola pública”, de Renata Mourão Macedo, e “Aprendizagem histórica em tempos de pandemia”, de Cristiano Nicolini e Kenia Erica Gusmao Medeiros, cujos recortes dão conta da urgente mudança para o ensino a distância e suas consequências, seja no debate sobre questões culturais e de memória nos textos de Alejandra Josiowicz, “Humanidades digitais e literatura nas redes sociais: ‘um placebo sanador em tempos de COVID-19’”, o artigo de Isabella Vivente Perrotta e Lucia Santa Cruz, “Objetos da quarentena: urgência de memória”, e o texto de Vítor Queiroz, “Quando o ser-humano cria, Iku vem à Terra: as mediações de Exu, a onipresença da morte e a COVID-19 em dois contextos afrorreligiosos”.
Tratando especificamente de questões políticas e econômicas que envolvem a gestão da pandemia em países da América Latina, temos o artigo de Rafael Araujo e Érica Sarmiento, “A América Latina, a COVID-19 e as migrações forçadas: perspectivas em movimentos, muros epidemiológicos e sombrias imagens”, apontando as medidas atuais do tempo histórico e os reflexos na migração forçada de populações vulneráveis, e a contribuição especial de André Pagliarini, “Possible Futures: COVID-19 as Historical Turning Point”, recortando a análise específica sobre a importância desse debate para a historiografia presente.
Analisando especialmente o aspecto midiático da pandemia, temos os artigos de Flavia Pinto Leiroz e Igor Sacramento, “Cronotopias da intimidade catastrófica: testemunhos sobre a COVID- 19 no Jornal Nacional”, mostrando o recorte do maior jornal diário do Brasil e seus impactos sobre a relação entre público e privado em nossa sociedade, e o texto de Luciana Almeida, “Pandemia, ‘agro’ e ‘sofrência’: jornalismo, propaganda e entretenimento no debate público sobre o modelo agrícola”, mostrando a relação instantânea da pandemia na indústria cultural nacional.
Em entrevista concedida por James Green, realizada por mim e por Ronald Canabarro, em que aplicamos a temporalidade múltipla no decorrer das perguntas, buscou-se criar uma narrativa que abarcasse suas opiniões estruturais das sociedades brasileiras e norte-americanas, chegando às análises conjunturais mais recentes de ambos países de maneira que confluísse no momento atual da pandemia, suas consequências políticas, econômicas e culturais da COVID-19 no mundo pela ótica do historiador e militante norte-americano.
Quando falamos em tempos de pandemia, estamos definindo tempo como social, como o tempo composto de diacronias e sincronias, continuidades e rupturas. A urgência evidenciada pelas necessidades informacionais e analíticas, que perpassam diferentes temas, nesse último ano pandêmico pelo qual nossa sociedade passou em todo o globo estão reunidas nesse dossiê interdisciplinar e diverso que montamos. Nosso desejo é o de que possamos reler suas páginas como documentos históricos em alguns anos, proporcionando compreensões fundamentadas e científicas da história presente.
Por fim, e em nome da Escola de Ciências Sociais da Fundação Getulio Vargas (FGV CPDOC), prestamos nossa solidariedade coletiva às famílias de 3 milhões de pessoas1 em todo mundo vítimas da COVID-19.
Nota
1. Dados coletados em: https://www.worldometers.info/coronavirus/. Acesso em: 12 abr. 2021.
Referências BRAUDEL, F. La Méditerranée et le monde méditerranéen à l’époque de Philippe II. Paris: Armand Colin, 1949.
KOSELLECK, R. Estratos de Tempo: estudos sobre a História. Rio de Janeiro: Contraponto/Ed. PUC-RJ, 2014.
Martina Spohr – Doutora em História Social, Universidade Federal do Rio de Janeiro (martina.spohr@fgv.br). Escola de Ciências Sociais, Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil, Fundação Getulio Vargas – Rio de Janeiro (RJ), Brasil.
SPOHR, Martina. Editorial: Tempos de Pandemia. Estudos Históricos, Rio de Janeiro, v. 34, n.73, p.1-3, p.235-238, maio/ago. 2021. Acessar publicação original [IF]. Acessar dossiê
Uma ocorrência recorrente: bienais e exposições periódicas de arte contemporânea/ MODOS. Revista de História da Arte/2021
Após aproximadamente um ano da publicação da chamada de artigos para este dossiê, a pandemia da Covid-19 no Brasil atinge marcas desastrosas para o país, adensando uma crise que também afeta de maneira dramática o setor da cultura. Adiada para setembro de 2021, a 34ª Bienal de São Paulo pode ter as datas da sua inauguração alteradas mais uma vez, ampliando ainda mais um hiato que pode se igualar àquele de 1998-2002, causado na época pela polêmica ‘Mostra do Redescobrimento’. Aqui, mas também no exterior, não temos ouvido por parte das instituições promotoras de bienais e outras exposições periódicas de arte contemporânea, reflexões críticas acerca do cenário atual e dos desafios para o futuro das megaexposições1. No passado recente, a experiência de crises institucionais levou agentes culturais e curadores a repensarem o esvaziamento desses eventos. Em 2008, Ivo Mesquita chegou a propor uma ‘quarentena’ durante a 28ª Bienal de São Paulo, organizando uma exposição ‘arquivística’, acompanhada por uma série de encontros e debates para discutir o modelo bienal e propor reformulações à Fundação Bienal de São Paulo. No entanto, essas propostas de se repensar o modelo das bienais acabaram sendo deixadas de lado, e uma vez superada a crise, o sistema retornou ao seu funcionamento habitual. A crise atual sendo sem precedentes, o retorno à ‘normalidade’ pode ser quimérico, e o futuro das exposições é uma questão em aberto, que exigirá novas problematizações. Leia Mais
Ideias para adiar o fim do mundo | Ailton Krenak
Ailton Krenak, 66 anos, filósofo, escritor, jornalista, ativista e líder do povo krenak, é considerado um dos mais importantes pensadores brasileiros. Desde o seu discurso na Assembleia Nacional Constituinte em 1987, o intelectual indígena luta pelos direitos dos povos tradicionais indígenas, por política socioambiental e medidas assertivas sobre proteção ao planeta Terra. Leia Mais
Estudos em fonética e fonologia: quando múltiplos olhares se entrecruzam | LaborHistórico | 2021
Ao longo do tempo, os sons de uma língua podem mudar de diferentes formas. Por ser o tipo de mudança linguística mais facilmente perceptível e fartamente observado, a mudança sonora tem sido objeto de estudo mesmo antes do advento da Linguística moderna e do que, atualmente, se entende por Fonologia.
Desde o século XIX, o debate sobre questões sonoras nas línguas – desde a reconstrução das línguas “originais”, a partir do emprego do método histórico-comparativo, até a querela sobre o locus da mudança sonora (o som ou a palavra) – ganha espaço na literatura. Tanto na abordagem estruturalista quanto nos quadros teóricos pós-saussereanos, a proposta de métodos para a descrição de aspectos sonoros das línguas ganha relevo. Assim, a pluralidade de enfoques é uma marca registrada dos estudos em Fonética e Fonologia. Leia Mais
LaborHistórico. Rio de Janeiro, v.7, n. 2, 2021.
Estudos em fonética e fonologia: quando múltiplos olhares se entrecruzam
Nota Editorial
Apresentação – volume 7, número 2
- Danielle Kelly Gomes, Marcelo Alexandre Silva Lopes de Melo
Artigos – Dossiê Temático
- Passado e presente da alternância entre a lateral e o tepe no onset complexo no português: considerações sobre representação, mudança linguística e avaliação social
- Christina Abreu Gomes
- Ditongos nasais átonos finais: ontem e hoje
- Raquel Gomes Chaves
- Resolvendo choques acentuais na música das Cantigas de Santa Maria
- Gladis Massini-Cagliari
- Vocalização da lateral em coda silábica em duas variedades do português
- Silvia Figueiredo Brandão
- Sufixos -ario, -eria, -eiro: um trio de morfemas revisitados
- Leda Bisol, Valéria Neto de Oliveira Monaretto
- Contribuições da ortografia para a análise de fenômenos fonológicos: o caso de sequências #(i)sC no português brasileiro
- Matheus Freitas
- A evolução dos estudos em Fonética e Fonologia e o ensino de pronúncia em língua inglesa
- Maria Lucia de Castro Gomes
- A compreensibilidade de palavras heterotônicas do espanhol faladas por aprendizes brasileiros
- Pollianna Milan, Denise Cristina Kluge
Artigos – Varia
- O Tópico-sujeito existencial: sobre as consequências da mudança da ordem do sujeito no Português Brasileiro
- Elaine Alves Santos Melo, Giovana Pereira Abranches
Fontes Primárias
- Textos para a memória da escravidão: transcrição e comentários paleográficos
- Dayane Alves Wiedemer
- Ata de outorga da aquisição da Coleção Celso Cunha, Faculdade de Letras (UFRJ)
- Rosângela Coutinho da Silva
- Cartas de brasileiros em apoio a Émile Zola durante o Caso Dreyfus
- Eduarda Araújo da Silva Martins
- Cartas Jesuíticas: solicitação de promoção escrita por Joseph Maria Cabrer a Antonio Samper
- Vanessa de Azevedo Baeta Alves Pereira
- Requerimento do promotor do Santo Ofício da Inquisição de Goa solicitando o trabalho das cartas régias dos anos de 1700 e 1701
- Bárbara Franco Cardoso
- Popularização do Conhecimento
- A Educação é transformadora!
- Thaïs Cristófaro Silva
Los archivos. Papeles para la nación | Juan José Mendoza
Guiado por las preguntas que giran en torno a la actualidad de los archivos, el Doctor en Letras Juan José Mendoza, reflexiona en este libro sobre el lugar central que las memorias y el pasado reciente han cobrado en los últimos años de profundas transformaciones en las modalidades de circulación de las textualidades, en particular, a partir del advenimiento de internet en la década de 1990. Atravesadas por lo que el autor define como una “infernal técnica archivadora del presente”, Mendoza encuentra en las políticas de archivos desplegadas desde la Segunda Guerra Mundial, un acontecimiento historicista en el que el pasado se ha desenvuelto en coordenadas cuantitativas y cualitativas que lo vuelven inconmensurable, y por ello mismo, propio de novedosos cuestionamientos y urgentes indagaciones. Las reflexiones desarrolladas al respecto se encuentran estructuradas en la obra a partir de tres bloques dedicados a una diversidad de tópicos vinculados a la temática de los archivos, en los que las transformaciones tecnológicas que el presente informático nos ofrece se constituyen en su eje vertebrador, ya sea en su dimensión geopolítica, así como en el lugar de los archivos en la construcción de la nación literaria, para finalmente aproximarnos a la atención de las metodologías apropiadas para pensar a las textualidades en el marco de los cambios digitales señalados.
Después de ofrecer un mosaico de acontecimientos trágicos por los que atravesaron bibliotecas de diferentes partes del mundo en conflictos bélicos, en el primero de los capítulos: “La Edad de los Archivos”, Mendoza se detiene especialmente en las políticas llevadas a cabo por la empresa Google en su afán de acometer la mayor tarea de digitalización de libros de la historia de la humanidad para ponerlos en línea y volverlos accesibles a los internautas. La inevitable pregunta que surge es si como contraparte contamos en los países latinoamericanos con políticas de preservación propias, ya sean de carácter nacional o regional que funcionen como contrapeso de las iniciativas empresariales de las grandes corporaciones informáticas radicadas en los países centrales. Estas inquietudes se convierten en tópicos de suma pertinencia si ponemos en perspectiva que una de las consecuencias de la empresa llevada a cabo por el proyecto de biblioteca digital global de Google, supone la conformación de un canon que excluye las propias discusiones ideológicas y estéticas alrededor de los archivos, a la vez que invita a preguntarnos acerca de la ausencia de una consciencia documental hispanoamericana, la desidia archivística y la mercantilización de los criterios de selección de las obras que circulan por la red en el marco de la fusión entre capitalismo e informatización. Leia Mais
História indígena, agência e diálogos interdisciplinares/Acervo/2021
“História indígena, agência e diálogos interdisciplinares”, primeiro dossiê da revista Acervo a tratar da história dos povos originários no Brasil, nos dá a dimensão da significativa presença e atuação dos povos indígenas em nossa história. Ao agregar artigos que abordam temas, temporalidades e espaços diversos, destacando as agências indígenas dos séculos XVI ao XXI, esta edição evidencia o crescente avanço dos estudos sobre os indígenas na condição de sujeitos, cujas ações e escolhas influenciavam os rumos dos processos históricos. Fundamentados nas mais diversas fontes primárias e secundárias problematizadas à luz de análises interdisciplinares, os 28 artigos aqui publicados tratam de operações historiográficas e etnográficas que, no mais das vezes combinadas, revelam agências e trajetórias de homens e mulheres indígenas que vivenciaram realidades diversas em múltiplos processos de contatos interétnicos. Sem desconsiderar a extrema violência que caracterizou esses processos, historiadores e antropólogos desenvolvem narrativas inovadoras e decoloniais que demonstram as atuações políticas e culturais dos inúmeros e diferenciados povos que não se imobilizaram frente às incalculáveis agressões e ameaças com que depararam ao longo dos séculos. Leia Mais
Resenha Crítica, Aracaju & Crato, n.2, 1 maio 2021.
Edição n.2 (2021)
Resenhas
- O horizonte vermelho: o impacto da Revolução Russa no movimento operário do Rio Grande do Sul 1917-1920 | Carlos Fernando de Quadros (R)
- Gordos, magros e obesos: uma história do peso no Brasil | Denize Bernuzzi de Sant’Anna (R)
- Pacientes que curam: o cotidiano de uma médica do SUS | Júlia Rocha (R)
- Guerra Fria: História e Historiografia | Sidnei José Munhoz (R)
- A segunda escravidão e o Império do Brasil em perspectiva histórica | Mariana Muaze e Ricardo H Salles (R)
- Soccer diplomacy: international relations and football since 1914 | Heather Dichter (R)
Dossiês
- Em defesa do Patrimônio Natural: o historiador e o meio ambiente | Revista Hydra | 2021 (D)
- História e Fotografia – modos de ver e contemporaneidades | Projeto História | 2021 (D)
- Patrimônios difíceis e ensino de História: uma complexa interação | Revista História Hoje | 2021 (D)
- Manifestações das religiosidades no espaço cemiterial | Revista Brasileira de História das Religiões | 2021 (D)
- Lugares de memória e de consciência na América Latina | Tempo | 2021 (D)
Sumários
- História da Historiografia | Ouro Preto, v. 14, n. 35, 2021. (S)
- Revista Brasileira de História das Religiões | Maringá, v.14, n.40. (S)
Conheça a totalidade do acervo
Para adequado uso do espaço na página inicial deste blog, destacamos até treze resenhas, cinco dossiês, cinco sumários correntes e cinco periódicos recentemente incorporados ao acervo em cada edição mensal do Resenha Crítica.
A quantidade de textos, porém, se altera à medida que incorporamos novos periódicos, retroativamente, aos nossos bancos de dados.
Para conhecer a totalidade das aquisições de resenhas, apresentações de dossiês e sumários, publicados originalmente no período 1839-2021, utilize os filtros da barra lateral.