Introdução ao Letramento Histórico para professores do Ensino Fundamental I

Colegas, bom dia!

Sejam bem-vindos ao Ambiente Virtual de Aprendizagem da oficina de "Introdução ao Letramento Histórico".

Público e visão geral da atividade

Esta oficina de “Alfabetização histórica” é se destina a vocês, professores do Ensino Fundamental I, que atuam nas redes municipais da microrregião de Irecê-BA. Nossa ideia é compartilhar saberes e práticas resultantes da pesquisa básica e aplicada sobre Ensino de História por meio de estratégias ativas de aprendizagem.

Nesta oficina, empregaremos a alfabetização histórica de modo típico e dominante: processo de aquisição/desenvolvimento/qualificação de habilidades, conhecimentos e valores do trabalho do historiador profissional: manuseio de fontes, contextualização, heurística, enfim, habilidades típicas do método da crítica histórica.

Data, local e carga horária

Nossos trabalhos durarão oito horas e serão realizados nas dependências do Campus XVII da Universidade do Estado da Bahia, na cidade de Irecê, nos dias 6 e 7 de dezembro de 2022, das 8h às 12h.

Destinatários e objetivos

A oficina tem caráter de formação continuada docente, sob dois objetivos. O primeiro é estimular os professores a refletirem sobre os seus conhecimentos a respeito das categorias “passado” e “ciência da História”.

O segundo objetivo é instrumentalizar os professores com estratégias de leitura sobre o passado, tomando como parâmetros algumas habilidades, conhecimentos e valores partilhados pela maioria dos historiadores profissionais que atuam no Brasil.

Justificativas e pré-requisitos

Esses objetivos estão em consonância com a pesquisa recente na área do Ensino de História, que detectou uma ausência significativa nos cursos de formação inicial de professores em termos: (1) de informações sobre os modos de aquisição de conhecimento das crianças e jovens escolares (habilidades e emoções intervenientes na formação das aprendizagens históricas) e (2) informações sobre estratégias de desenvolvimento de habilidades, conhecimentos e valores historiadores que medeiam a compreensão do passado em situação escolar.

A proposição desta oficina, em síntese, se justifica pela necessidade de difundir a ideia de que o Ensino de História não necessariamente deve se pautar pela transmissão de conhecimento de fatos e processos históricos. Sem negligenciar esse conteúdo enfatizado nos exames gerais de escala, como o Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM), a aprendizagem específica de modos de produção de conhecimento da ciência de referência (no caso, a História) é fundamental para a compreensão crítica dos referidos fatos históricos com seus constituintes (as datas tópicas, datas cronológicas, sujeitos, motivações, causas e consequências).

Assim, são pré-requisitos à participação na oficina: a predisposição para reconhecer desafios pessoais no que diz respeito à atividade de ensinar História para crianças e jovens não apenas circunscrita ao conteúdo factual e o desejo de ampliar a informação sobre consciência, memória e aprendizagem histórica.

Relações com os currículos em vigor

A oficina auxilia o cumprimento de orientações prescritas na Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e na Base Nacional Comum para a Formação Inicial de Professores da Educação Básica (BNC-Formação).

Em relação à BNCC-Formação, a oficina de Introdução ao Letramento Histórico instrumentaliza o professor no que diz respeito à “a) compreensão da natureza do conhecimento e reconhecimento da importância de sua contextualização na realidade da escola e dos estudantes” (BRASIL, 2019, p.6).

No que diz respeito às relações com a BNCC, a oficina de introdução ao letramento histórico é estratégia para o desenvolvimento das seguintes competências 3, 4 e 6, que são específicas para o ensino de História:

  • 3. Elaborar questionamentos, hipóteses, argumentos e proposições em relação a documentos, interpretações e contextos históricos específicos, recorrendo a diferentes linguagens e mídias, exercitando a empatia, o diálogo, a resolução de conflitos, a cooperação e o respeito.
  • 4. Identificar interpretações que expressem visões de diferentes sujeitos, culturas e povos com relação a um mesmo contexto histórico, e posicionar-se criticamente com base em princípios éticos, democráticos, inclusivos, sustentáveis e solidários.
  • 6. Compreender e problematizar os conceitos e procedimentos norteadores da produção historiográfica. (BRASIL, s.d, p.402).

Possibilidades de progressão

As habilidades (conhecimentos e/ou valores) problematizadas na oficina surgem das demandas específicas da turma. A estratégia e os princípios da oficina, contudo, possibilitam a sua aplicação a diferentes situações de aprendizagem, efetivadas em série e em qualquer etapa de ensino.

Material

Na oficina, empregaremos imagens e formulários digitais e fontes impressas, fornecidos pelo oficineiro. Também faremos uso episódico de textos que definem letramento histórico e aprendizagem histórica (já disponíveis ao final deste programa).

Na oficina, empregaremos imagens e formulários digitais e fontes impressas e tridimensionais, providenciada pelo oficineiro e pelos cursistas. Também faremos uso episódico de textos que definem letramento histórico e aprendizagem histórica.

Momentos didáticos

  • 1. O oficineiro apresenta os objetivos e os momentos didáticos da atividade e a turma se apresenta e declara oralmente e pôr escrito as expectativas com a oficina (30min).

[Intervalo (20min)]

Clique aqui para acessar e preencher a avaliação diagnóstica II.

  • 3. O oficineiro discute o resultado do diagnóstico sobre o entendimento de passado e ciência histórica, manifestado pelos professores, que são convidados a relacionar os conhecimentos revelados no exercício com as suas práticas em sala de aula. (1h30)

Texto - Introdução à alfabetização histórica

  • 4. O oficineiro lista conceitos, habilidades de investigação relacionadas às operações processuais da pesquisa histórica e os cursistas são convidados a produzirem expectativas de aprendizagem a partir do conteúdo sorteado. (1h30)

[Intervalo (20min)]

  • 5. O oficineiro lista vocabulário, habilidades e técnicas de expressão relacionadas à operação de representação do passado e os cursistas são convidados a produzirem breves narrativas empregando o conteúdo sorteado. (1h30)

Avaliação

O oficineiro emprega a observação e o questionamento socrático continuamente. Os professores fazem autoavaliação ao final do curso, com base nas expectativas declaradas no primeiro momento didático.

Referências

BARCA, Isabel. Aula Oficina: do Projeto à Avaliação. In: Para uma educação de qualidade – Atas da Quarta Jornada de Educação Histórica. Braga: Centro de Investigação em Educação/Instituto de Educação e Psicologia, Universidade do Minho, 2004. p.131-144.

BRASIL. Ministério da Educação/Conselh Nacional de Educação. Resolução CNE/CP Nº 2, de 20 de dezembro de 2019. Define as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Formação Inicial de Professores para a Educação Básica e institui a Base Nacional Comum para a Formação Inicial de Professores da Educação Básica (BNC-Formação). Disponível em < http://portal.mec.gov.br/docman/dezembro-2019-pdf/135951-rcp002-19/file >. Consultado em 27 nov. 2022.

BRASIL, Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular – Educação é a Base. Brasília: MEC, sd. Disponível em < http://basenacionalcomum.mec.gov.br/images/BNCC_EI_EF_110518_versaofinal_site.pdf >. Consultado em 27 nov. 2022.

FREITAS, Itamar; OLIVEIRA, Margarida Maria Dias de. “Papai, para que serve a História?” – Funções e sentidos da aprendizagem histórica na literatura recente, colhida na Espanha e apropriada pelos brasileiros. Tempos Gerais - Revista de Ciências Sociais e História. São João Del Rey, n.7, p.57-69, 2015.

FREITAS, Itamar; OLIVEIRA, Margarida Maria Dias de. Traduzindo ideias de aprendizagem histórica. In: Sequências didáticas para o ensino de História. Ananindeua: Cabana, 2022. (No prelo).

LEE, Peter. Walking backwards into tomorrow: Historical consciousness and understanding History. Paper presented at the Annual Meeting of American Research Educational Association, New Orleans, abr., 2002.

SILVA, Ana Beatriz dos Santos. Alfabetização histórica: estado da arte em eventos científicos nacionais na área da educação e de ensino de História. Crítica Historiográfica. Natal, v.3, n.9, jan./fev., 2022. Disponível em <>.

SILVA, Danilo Alves. Letramento histórico-digital: Ensino de História e Tecnologias Digitais. Rio de Janeiro: Autografia, 2020.

WINEBURG, Sam; MARTIN, Daisy; MONTE-SANO, Chauncey. Reading like a historian. Teaching literacy in middle & high school history classrooms. New York: Teachers College/Columbia University, 2013.

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